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Prevenção de riscos hidrológicos é tema de debate na Univates

Postado em 09/10/2015 15h13min

Por Nicole Morás

A Univates é a sede do 5o Workshop do Projeto Desenvolvimento de uma Estratégia Integrada de Prevenção de Riscos Hidrológicos na Bacia do Taquari-Antas – RS, que ocorre nesta sexta-feira, dia 9, com palestras, pela manhã, e grupos de trabalho no turno da tarde. Após os pronunciamentos oficiais, Sidnei Furtado proferiu a palestra de abertura sobre o Marco de Sendai, um documento assinado durante a Terceira Conferência Mundial sobre a Redução dos Riscos de Desastres Naturais, realizado, em março, na cidade de Sendai, no Japão, que objetiva a redução, nos próximos 15 anos, da mortalidade e das perdas econômicas produzidas por catástrofes.

Furtado falou ainda sobre os desafios da Campanha Cidades Resilientes, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), por meio do Escritório para Redução de Riscos de Desastres, com o objetivo de reunir uma comunidade de gestores comprometidos em desenvolver políticas públicas voltadas à construção da resiliência e ao desenvolvimento sustentável. Até setembro de 2015, 450 municípios brasileiros já haviam aderido à Campanha, garantindo o primeiro lugar do país no ranking dos países envolvidos. Entre os municípios participantes estão Lajeado e Encantando, que aderiram à campanha durante o evento desta sexta-feira.

De acordo com o diretor do Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres e da Escola de Engenharia, ambos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Luiz Carlos Pinto Silva Filho, o projeto busca articular atores para a gestão integrada de riscos, e não do desastre. “Temos uma visão de bacia, pois a ação em uma determinada área influencia o que ocorre em outra. Buscamos estipular as ações prioritárias para que o Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas possa dar continuidade, pois as ações ocorrem em curto, médio e longo prazo”, explica ele.

Segundo o professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Ufrgs e coordenador do Projeto Taquari-Antas, Joel Avruch Goldenfum, há medidas estruturais, como diques e barragens, que podem ser adotadas e outras não estruturais, como modelos de previsão e acompanhamento de níveis de água. “Temos alternativas que precisam ser testadas, para ver o que pode ou não dar certo, dependendo da situação. Já vimos, por exemplo, que três barragens do complexo Taquari-Antas têm influência mínima e o ideal seria haver14 barragens de usos múltiplos, sendo oito delas voltadas ao controle de enchentes. Porém, essas seriam medidas estruturais que não se tornam mais possíveis de serem implantadas”, explica. Com isso, Goldenfum enfatiza a importância das medidas não estruturais, que permitem a previsão de ocorrência de enchentes e inundações, por exemplo, com antecipação de até sete dias – o que permite antecipar e monitorar o estado de alerta.

Sobre a construção de diques, tema recorrente na região, Goldenfum afirma que essa é uma situação complicada, pois a estrutura resolve determinado risco, porém pode causar um dano maior ainda em determinados casos. “O caso do Katrina, em Nova Orleans, é um exemplo. Toda a água acumulada em decorrência de enchente só pôde ser retirada por meio de bombeamento. Com o furacão, os diques acabaram por não permitir o escoamento da água e o dano foi maior”, exemplificou. Com isso, o pesquisador afirma que as medidas estruturais têm alto custo e dão garantias até determinado nível. “Por isso devemos priorizar medidas não estruturais”, argumenta ele.

No turno da tarde, o 5o Workshop do Projeto Desenvolvimento de uma Estratégia Integrada de Prevenção de Riscos Hidrológicos na Bacia do Taquari-Antas – RS segue com a realização de grupos de trabalho, devendo ser trabalhadas estratégias para serem implementadas em nível regional.
  
Campanha Cidades Resilientes
São consideradas resilientes as cidades que têm capacidade de resistir, absorver e se recuperar dos efeitos dos desastres de forma eficiente e organizada, assim como prevenir a perda de vidas e de bens.

Saiba mais
O evento é destinado a apresentar os resultados obtidos na etapa de diagnóstico e as ações desenvolvidas no âmbito do projeto piloto desenvolvido pelo Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres da Ufrgs. Na Univates, a atividade é proposta por meio do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas e do curso de Engenharia Ambiental e vinculada ao projeto de pesquisa “Estruturação de uma plataforma de monitoramento hidrometeorológica com vistas ao gerenciamento de eventos climáticos extremos e de desastres naturais no Vale do Taquari”. São parceiros desse projeto a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil, Coordenadorias Regionais e Municipais de Defesa Civil, Secretaria do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável do RS e Comitê da Bacia do Taquari-Antas.

Texto: Nicole Morás

Workshop é realizado na Univates

Nicole Morás

 Lajeado e Encantado aderiram à Campanha Cidades Resilientes

Nicole Morás

Workshop é realizado na Univates

Nicole Morás

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