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Artesanato Kaingang é tema de trabalho de conclusão

Postado em 21/07/2016 10h44min

Por Ana Amélia Ritt

A partir da percepção de deficiências na produção e comercialização do artesanato da comunidade Kaingang Foxá, localizada em Lajeado, a formanda em Design da Univates Telma de Jesus Rocha desenvolveu seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Telma criou uma identidade visual para o artesanato da comunidade, visto que ele é uma das principais fontes de renda das famílias e preserva os costumes e a arte indígena.
 
O contato com a comunidade Foxá iniciou com a indagação de sua sobrinha de, na época, oito anos sobre o trabalho dos indígenas. “Ela estuda na mesma escola que as crianças indígenas da comunidade e naquele momento ela veio com o pensamento de que os indígenas não trabalhavam e tinham uma vida fácil. Provavelmente deve ter escutado alguns comentários maldosos por aí”, comenta. No mesmo período, em uma disciplina do curso, Telma foi desafiada a se colocar no lugar de outro profissional e observar as estratégias utilizadas. “Com esse roteiro em mente fui até a comunidade Foxá, em abril de 2015, e conversei com o cacique para saber se ele autorizava realizar essa atividade participando da venda do artesanato. Aproveitei a oportunidade para levar minha sobrinha, porque seria o momento para ela conhecer o modo de vida indígena. Passamos uma manhã inteira lá e percebi muitas necessidades, fiquei com muita vontade de auxiliar de alguma maneira”, conta. 
 
Foi assim que surgiu a ideia de trabalhar com a comunidade e de buscar a valorização de seu artesanato. “Para algumas famílias, essa é a principal fonte de renda”, destaca. “O objetivo do trabalho foi sempre valorizar o artesanato e, consequentemente, a cultura da comunidade, respeitando a forma como os Kaingang relacionam-se com os demais membros da sociedade em que vivem”, completa a professora orientadora Raquel Barcelos de Souza, que destaca que as ações realizadas nunca tiveram caráter assistencialista, e, sim, foram pensadas de forma que os indivíduos tenham autonomia para optar se usam ou não a identidade visual produzida. Raquel conta que a identidade visual foi feita por Telma em formato de carimbo para que tivesse custo baixo para os indígenas.
 
Telma afirma que o resultado alcançado até agora foi de despertar a comunidade para buscar melhorias e para acreditar que elas são possíveis. Além do design gráfico, com a criação da identidade visual, a estudante fez seu trabalho envolvendo o design social. “Foram feitos levantamento de feiras locais, documentações necessárias para a carteira de artesão, encaminhamento na Secretaria do Meio Ambiente de Lajeado para emissão do alvará permitindo o uso do cipó coletado às margens da rodovia, liberação do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), além de realização de reunião para esclarecimento sobre como vai funcionar cada um desses procedimentos com a entrega de material de apoio”, explica.
 
Em relação aos resultados, Telma afirma que alguns ainda estão sendo concluídos, como a liberação do Daer para a coleta do cipó e a avaliação da curadora do site Tucum Brasil, que ainda não avaliou o artesanato da comunidade para colocá-lo à venda em seu site.
 
Texto: Ana Amélia Ritt
Identidade Visual busca valorizar o artesanato Kaingang

Divulgação

Identidade Visual busca valorizar o artesanato Kaingang

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Aluna de Design criou identidade visual para comunidade Kaingang.

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