Utilizamos cookies neste site. Alguns são utilizados para melhorar sua experiência, outros para propósitos estatísticos, ou, ainda, para avaliar a eficácia promocional do nosso site e para oferecer produtos e serviços relevantes por meio de anúncios personalizados. Para mais informações sobre os cookies utilizados, consulte nossa Política de Privacidade.

Univates inicia serviço de apoio a imigrantes

Postado em 26/08/2016 08h34min

Por Artur Dullius/Elise Bozzetto

A Univates iniciou, às 10h da última quinta-feira, dia 25, um novo atendimento no Serviço de Assistência Jurídica – Sajur Univates. Trata-se do grupo de “Atenção aos direitos dos imigrantes no Vale do Taquari”. O projeto tem por objetivo a criação de um mecanismo de acolhimento e orientação, buscando prestar suporte em serviços jurídicos, a fim de garantir os direitos sociais de imigrantes residentes em Lajeado, em sua maioria haitianos.
 
A iniciativa é do projeto Interfaces, que reúne diferentes projetos de extensão do Centro de Ciências Humanas e Sociais em ações articuladas, entre eles o projeto “Migrações Contemporâneas”, que integra o Observatório de Direitos Humanos. “Nós começamos a pensar nesse projeto ainda no primeiro semestre de 2016. Durante as aulas de Português que realizamos com os imigrantes, nós percebemos que eles enfrentam grandes dificuldades perante alguns serviços jurídicos e sociais”, explica Daniel Granada, coordenador do projeto, mediador dos atendimentos e professor da Univates.
 
Os encontros ocorrem todas as quintas-feiras, das 10h às 12h, no Sajur. Conforme Marta Piccinini, coordenadora do Sajur, o serviço é realizado com o intuito de esclarecer e auxiliar os imigrantes em relação aos direitos e deveres no que diz respeito à vida cotidiana, perante a sociedade. “Assim como qualquer outro brasileiro, eles têm direito às condições básicas de um cidadão – educação, saúde, ensino –, porém, muitos enfrentam dificuldades para acessar esses serviços, então acabam ficando expostos a precariedades”, afirma.
 
Granada lembra ainda que mesmo que o número de imigrantes seja grande na região, esse é um trabalho que deve demandar tempo até que atinja o público-alvo. “Assim como acontece com a grande maioria dos imigrantes, eles se sentem sozinhos e não estão tão inseridos na sociedade. Então, é preciso tempo para que eles tenham conhecimento sobre esse serviço e sintam-se à vontade para nos procurar, pois esse é um serviço social importante para essa comunidade”, afirma.
 
Situação piorou com a crise
Conforme o coordenador do projeto, a região conta atualmente com mais de 300 imigrantes. Mas esse número já foi maior, pois muitos estão deixando o Brasil devido à crise financeira enfrentada no país. “Temos um grande contingente de imigrantes na sociedade. Porém, esse é o público mais vulnerável da nossa sociedade, pois grande parte deles ocupa os cargos mais baixos das empresas. Então, na situação atual do país, acabam sendo demitidos e, sem outra opção,  obrigam-se a sair do Brasil”, conclui Granada.
 
Representante dos haitianos na região, Reneo Simon confirma a situação. Segundo ele, a remuneração financeira é considerada baixa se comparada ao custo de vida do brasileiro. “Os haitianos dependem muito desses direitos sociais, pois vivem em áreas precárias e estão constantemente expostos a situações vulneráveis”, afirma.
 
No Rio Grande do Sul, apenas duas universidades federais oferecem serviço semelhante. Além do atendimento no Sajur, a Univates oferece à população haitiana aulas e oficinas gratuitas de Língua Portuguesa, encontros multiculturais que valorizam diferentes culturas e um núcleo de pesquisa sobre migrações, que integra pesquisadores e proporciona troca de experiências sobre os processos migratórios.
 
Texto: Artur Dullius/Elise Bozzetto
Simon é o representante dos haitianos na região

Artur Dullius

Notícias Relacionadas