Após concluir um trabalho de formação com professores em seis escolas da região do Vale do Taquari, a Univates leva agora a proposta para fora do estado. Por meio do mestrando André Gerstberger, as atividades do Observatório da Educação estão sendo implementadas no município de Vera, Mato Grosso.

 

Gerstberger é mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Exatas da Univates e atuou como voluntário do projeto “Estratégias metodológicas visando à inovação e reorganização curricular no campo da educação matemática no Ensino Fundamental”. “Nós tivemos um retorno positivo das escolas aqui do Vale do Taquari. Os professores afirmaram que houve uma melhora significativa na compreensão dos conteúdos. Então pensamos em levar isso para outros estados do Brasil”, comenta ele.

 

No Mato Grosso o projeto é apoiado pela secretaria municipal de educação de Vera. Lá o observatório conta com a participação de 60 professores das redes municipal e estadual, além de 30 acadêmicos de Pedagogia. As atividades ocorrem de maneira periódica, sendo realizados encontros semanais.

 

Conforme o mestrando, a proposta de levar o observatório para o Estado mato-grossense vai ao encontro das dificuldades enfrentadas pelos professores em ensinar os conteúdos relacionados à matemática. “Eles até buscam teorias, mas muitas vezes não conseguem desenvolvê-las na prática. Então, durante nossos encontros, eles se colocam no papel de alunos e percebem a quantidade de atividades e estratégias de ensino que podem ser utilizadas para o entendimento pelo estudante”, conta.

 

O projeto busca fomentar o ensino por meio de atividades que contemplem materiais concretos e de fácil acesso às escolas, para que sejam utilizados como demonstrativos durante o processo de explicação de conteúdos, em especial o ensino de frações e introdução à álgebra. “Você pode usar uma caixa de ovo, tampinhas de garrafa, figuras, barbantes, papéis de rascunho e até dobraduras. O importante é relacionar as atividades com a prática diária dos estudantes, pois assim os conteúdos não se tornam tão desconectados da prática”, afirma Gerstberger.

 

O mestrando lembra ainda que, mesmo que o projeto não tenha sido concluído, os professores já estão aplicando atividades práticas em sala de aula. O que antes era insegurança, agora passa a ser visto de outra forma. “Mesmo que as atividades do projeto ainda não tenham terminado, eles já se sentem mais tranquilos e seguros quanto ao conteúdo abordado, pois compreendem melhor o processo de ensino e, consequentemente, conseguem trabalhar o conteúdo de maneira mais eficaz”, conclui. Ressalta ainda o resultado positivo por parte dos professores, visto que a cada encontro relatos e depoimentos importantes têm surgido.

 

Conheça o programa Observatório da Educação

O programa surgiu devido à discrepância entre os resultados do 5º e 9º ano do Ensino Fundamental obtidos por algumas escolas da região do Vale do Taquari e a seus baixos índices quanto aos resultados das avaliações nacionais que compõem o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). 

 

Para auxiliar no caso, os participantes do projeto de pesquisa conversam semanalmente com professores de escolas e pensam em atividades que possam ser realizadas para facilitar a aprendizagem de matemática. Dessa forma, o grupo busca atender a demandas das escolas em relação a dificuldades dos estudantes. O Programa Observatório da Educação é financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

 

Texto: Artur Dullius