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Disciplina de Escrita Criativa estimula novo olhar

Postado em 07/06/2017 08h54min

Por Nicole Morás

Uma das novas disciplinas institucionais da Univates é Escrita Criativa, uma proposta da Área de Artes, para estudantes de todos os cursos, com o objetivo de abordar diferentes gêneros literários. Além dessa disciplina, Experiência da Música e Arte e Sensibilidade são ofertadas para o semestre de 2017B.

De acordo com a professora Rosiene Haetinger, na disciplina é possível perceber que os alunos conseguem dar vazão a um lado mais subjetivo nos textos que produzem, o que os auxilia a se perceberem de maneira diferente, bem como a vida a sua volta. “Os alunos acabam se descobrindo a partir de um outro olhar sobre si mesmos e sobre o outro, com o qual não estão acostumados no dia a dia. Justamente por fugir de questões mais teóricas e técnicas, a produção literária às vezes acaba sendo mais desafiante do que a resolução de cálculos matemáticos sobre os quais os estudantes já têm prática”, analisa ela.

Para praticar a escrita criativa, nessa disciplina alguns exercícios são realizados, como a construção de personagens a partir de um roteiro e sua posterior inserção em um espaço narrativo. Ao trabalharem poesia, por exemplo, a turma escreveu haikais - um tipo de poema escrito em linguagem simples, sem rima e com estrutura fixa. “São abordados também gêneros com os quais geralmente não temos contato no dia a dia. Na escrita dramática, por exemplo, os alunos trabalham com a criação de roteiros que poderiam ser utilizados em produções de televisão, criação de jogos, entre outros”, afirma Rosiene. Além disso, o contato com escritores também foi proporcionado aos alunos quando a lajeadense Aline Lenz abordou com os alunos o seu processo de criação.

Mesmo quem trabalha com números no dia a dia e não lida tanto com as letras consegue aproveitar todo o potencial das aulas - ou quem sabe ainda mais. É o caso do estudante de Engenharia Civil Cléber Henrique Ritter. “A disciplina não é exatamente o que eu esperava, mas é muito mais. Apesar de ser uma cadeira fora do currículo, acredito que trará benefícios que as cadeiras de exatas não trazem. Geralmente os engenheiros são vistos como pessoas quietas, o que o trabalho em grupo, algo muito necessário nas empresas de hoje. Quanto a isso a cadeira não só ajuda a liberarmos a criatividade na escrita, que se tornará importante para posterior divulgação dos projetos e negociação, mas também é uma cadeira de bastante diálogo, algo que no curso de Engenharia Civil se vê pouco. Isso com toda certeza estará somando para o futuro, dando ao currículo um ponto extra”, avalia ele.

Ritter acrescenta que acredita serem essenciais as atividades em grupo, além dos conteúdos vistos em sala de aula. “Também somos direcionados a sermos funcionários, a trabalhar para uma empresa. Mas e se algum engenheiro quiser fazer sua própria empresa? Nesse quesito a escrita criativa ajuda a compreendermos diferentes pontos de vista, termos criatividade não só para escrita, mas para divulgação de produtos, algo bastante necessário. Também contribui na relação com outras pessoas, pois, quando lemos e conversamos sobre nossos textos, escutamos críticas, elogios, sugestões, e aceitamos para evoluir. Como uma empresa, evoluir é o foco. Por isso que digo aos meus amigos, sim, esta cadeira contribui e muito para minha formação”, finaliza ele.

Para quem já tem afinidade com as palavras, a disciplina pode não só auxiliar na formação para o ensino como também proporcionar uma nova visão do seu entorno. Para a estudante de Letras Magali Baierle, a escolha da disciplina ocorreu tanto por ela querer ser professora da área como também pelo desejo de escrever. “A literatura faz parte de todos os meus dias, então fazer Escrita Criativa me proporcionou vivê-la mais profundamente. Sim, acho que a disciplina me ajudou a aprimorar a minha escrita consideravelmente, não só gramaticalmente, mas, em especial, literariamente”, afirma a estudante.

E Magali acrescenta: “Todos os diálogos que você faz o modificam de alguma forma. Escrever faz você olhar para dentro, mesmo que a sua história seja fantástica ou não pessoal, você ainda está pensando a partir dos diálogos que manteve antes (para citar Bakhtin). Por isso, você sempre se modifica, se aproxima de si mesmo, quando escreve. Quando você escreve, geralmente faz do seu ponto de vista. Então, sim, acho que a maioria das minhas produções são baseadas nas minhas experiências de vida, mas não necessariamente em mim mesma. A maior parte delas é baseada em coisas que li, ouvi, assisti, ou que me incomodam e que eu gostaria de falar sobre”, finaliza ela.

Disciplinas recebem matrículas
Além de Escrita Criativa, outras disciplinas da Área de Artes recebem matrículas até o dia 12 de junho. As opções são: Experiência da Música (2122201) e Arte e Sensibilidade (2119201).

Texto: Nicole Morás

Cléber Henrique é aluno de Engenharia Civil

Divulgação

Magali é estudante de Letras

Ana Amélia Ritt

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