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Notícias

30 Junho de 2015

Moto anda com água suja do Tietê: 500 km/lt

 

Um funcionário público do interior de São Paulo inventou uma moto que anda até 500 km sem uma gota de gasolina: usando apenas água.
O sistema, criado por Ricardo Azevedo, de 56 anos, é capaz de fazer com que motocicletas utilizem o hidrogênio obtido através da água como combustível.
Nomeado Moto Power H²O, o sistema utiliza os princípios da propulsão por hidrogênio, já conhecido da indústria automobilística. 
 
A inovação foi fazer o sistema ser acoplado a uma motocicleta. "Essa tecnologia pode ser adaptada em caminhões, ônibus, carros, enfim, qualquer veículo. E é muito eficiente", ressalta ele.
Azevedo, que já foi mecânico e preparador de motos de corrida, desenvolveu seu produto na garagem de casa, em Itu (SP), onde mora, em momentos de folga, especialmente nas madrugadas. 
 
Ele teve a ajuda de seu filho, Gabriel Azevedo, que é químico. "Eu cuidei da parte de mecânica e meu filho acrescentou conhecimentos de química que eu não tinha. Fizemos tudo com um grande embasamento científico", disse.
 
O sistema
Ele explica que o sistema é composto por um reservatório de água, colocado na parte traseira da moto. Esse reservatório é ligado, por um cano, a um recipiente que fica ao lado da roda traseira onde Azevedo acoplou uma série de placas metálicas negativas e positivas, com canais de diferentes diâmetros e ranhuras intercalados. As placas são alimentadas por uma bateria de carro, acoplada próximo à roda traseira. 
Segundo Gabriel Azevedo é essa bateria que provém a energia necessária para realizar a eletrolise. 
 
"O sistema não é interligado na bateria da moto, é uma bateria independente, que precisa receber carga externa para funcionar", disse.
 
Com a eletricidade, ocorre a separação do hidrogênio da molécula de água. Através de um outro cano, o hidrogênio, altamente explosivo, é enviado a um outro recipiente, acoplado por Azevedo próximo ao reservatório, que envia o combustível para o carburador da moto, onde ocorre a combustão.
 
"Eu utilizei um craqueador, que separa as partículas de hidrogênio e de oxigênio da água. O hidrogênio vai para o carburador e, de lá, é utilizado pelo motor como combustível. Já o oxigênio é liberado para a atmosfera", disse ele, ressaltando que o hidrogênio tem um poder de combustão quase três vezes superior ao da gasolina.
 
O inventor explica ainda que, embora o hidrogênio seja um gás com alto poder de combustão, o fato de a produção de hidrogênio ser utilizada imediatamente pela moto, sem o armazenamento, diminui a chance de explosão.
 
De acordo com o professor de Química Ernesto Gonzalez, professor da USP (Universidade de São Paulo) em São Carlos e cientista que está na lista dos mais citados do mundo em sua área, o sistema desenvolvido pelo inventor de Itu se baseia no processo de eletrólise. 
 
"Com a bateria de carro, ele consegue efetivamente separar, pela eletricidade, o hidrogênio da água. A quantidade gerada pode realmente fazer um veículo como uma motto se movimentar. É um sistema relativamente simples", informa.
 
Gonzalez ressaltou ainda que o processo de utilização do hidrogênio no sistema desenvolvido por Azevedo é similar ao que ocorria com carros convertidos para funcionar, irregularmente, com gás de cozinha nos anos 1980 e 1990. 
 
"O modelo de combustão desses combustíveis é bem similar. A diferença, nesse caso, é que o sistema consegue extrair o combustível, que é o hidrogênio, da água. Mas a forma de o motor trabalhar é praticamente a mesma", disse.
 
Investimento
Segundo Azevedo, ele gastou, até o momento, R$ 6 mil no projeto, que começou a ser desenvolvido há seis meses. 
 
Ele informou ainda que, para uma possível utilização industrial, o projeto ainda precisa de adaptações, mas que considera que "70% do produto está desenvolvido". 
 
"Mas usei muita coisa que quebrou, materiais que, se fosse fabricar hoje, não seriam usados. O custo para fazer um sistema desses, hoje, seria bem menor", disse.
 
Azevedo conta ainda que esperou um estágio adequado de evolução de suas pesquisas para divulgar os resultados que conseguiu. 
 
"Eu testei na minha moto, uma NX 200 cilindradas, e ando com ela sem problemas. Trabalho em São Paulo, e viajei todos os dias com essa moto, movida a água, durante o desenvolvimento do produto", conta.
 
Qualquer água
Embora tenha ressaltado que a utilização de água destilada dá maior eficiência ao sistema, Azevedo informa que qualquer fonte de água pode ser utilizada. Ele afirma que já chegou a abastecer a moto com água do rio Tietê, que corta a cidade.
 
"Toda água, por mais poluída que seja, é composta por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio. Então, a moto pode ser abastecida em qualquer torneira", disse.
 
Azevedo informou ainda que está à procura de investidores que possam se interessar em participar do projeto. "Eu faço isso de acordo com minhas possibilidades, e sou funcionário público. Claro que um parceiro poderia acelerar muito o desenvolvimento", disse.
 
 
Fonte: Só Notícia Boa
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