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Notícias

14 Abril de 2016

Eduardo Galeano, o eterno caçador de histórias

Eduardo Germán María Hughes Galeano nasceu em Montevidéu, cidade onde faleceu em decorrência de um câncer de pulmão, aos 74 anos, no dia 13 de abril de 2015. Tinha 31 anos quando publicou uma de suas obras mais conhecidas, As veias abertas da América Latina, que foi proibida pelos governos ditatoriais do Uruguai, do Brasil, do Chile e da Argentina. Em um evento da 2a Bienal do Livro de Brasília, pouco antes de morrer, Galeano chegou a dizer que não leria de novo o livro. Publicou a trilogia Memória do fogo (1982 a 1986), que mistura elementos de poesia, romance e conto para contar a história da América.

Um dia, não muito tempo atrás, depois de ler algumas de suas histórias para um grupo escolar em Salta, no norte da Argentina, Eduardo Galeano recebeu um conselho: “Continua escrevendo, que você vai melhorar”, advertiu uma das crianças por escrito. A carta – uma tarefa pedida pela professora após a leitura – não precisava ter chegado ao uruguaio, morto em 13 de abril de 2015, porque Galeano sempre foi um escritor prolífico e cuidadoso, cuja pluma buscava transcender. O fato é que ele seguiu o conselho até o fim, o que permite aos admiradores de sua prosa amorosa, bem-humorada e certeira ter hoje em mãos um novo livro seu, lançado um ano após a sua morte.

O caçador de histórias circula em espanhol na Espanha, no México, na Colômbia e na Argentina desde 28 de março e deverá sair no Brasil em maio pela L&PM, com tradução ao português de Eric Nepomuceno. São 250 páginas, escritas durante os anos de 2012 e 2013, quando Galeano já padecia de câncer de pulmão, e que o escritor deu por terminadas no verão de 2014 – quando enviou o manuscrito final ao argentino Carlos Díaz, da Siglo XXI, editor de 19 obras suas. Segundo Díaz, o autor de As veias abertas da América Latina – adorado no Brasil, que ele adorava de volta – deixou-o “escrito, corrigido e cuidado em cada detalhe, incluindo a ilustração da capa”, como fazia com cada um de seus livros. Desta vez, só não pôde comparecer à gráfica para colocar o papel contra a luz e checar a impressão, nem pedir ajustes de última hora, como costuma fazer.

Este livro condensa cerca de 240 textos, entre poemas, microrrelatos e histórias pessoais, divididos em quatro partes: Moinhos do tempo, Os contos contam, Prontuário e Quis, quero, quisera. Para Nepomuceno, é “Galeano em estado puro”. “É uma prosa altamente elaborada. São histórias que ele caçou ao longo da vida, com seu olhar único sobre o mundo. Um jornalista espanhol uma vez o definiu como um escritor com um olho no microscópio e outro no telescópio. Isso está claríssimo no livro”, opina o escritor, que conta que, depois de 18 livros traduzidos, essa é a primeira vez que faz uma revisão sozinho. “Já me peguei tendo umas três brigas com o fantasma dele”

Fonte: El Pais

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