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Notícias

20 Junho de 2016

"Big jato" ilumina amadurecimento de garoto entre tradição e liberdade

Conhecido por abordar de forma visceral e libertária temas que entrelaçam relações de poder, sexo e violência e também por seu temperamento por vezes beligerante, o cineasta pernambucano Cláudio Assis fez um filme família. Apresenta em Big jato, seu quarto longa, um sutil desvio de rota. É o primeiro que não tem como matriz um roteiro original do parceiro Hilton Lacerda e também o primeiro sem a classificação para maiores de 18 anos. Em cartaz nos cinemas, indicado para maiores de 16 anos, Big jato adapta o livro homônimo autobiográfico lançado em 2012 pelo jornalista cearense Xico Sá.

 

Cláudio e Xico são amigos e compartilham trajetórias muito parecidas. Nasceram e foram criados no interior o diretor em Caruaru, e o jornalista, em Crato e começaram suas carreiras em Recife. No romance, Xico relembra a infância passada na região do Cariri, nos anos 1970, e a influência na sua formação de duas figuras: o pai, chamado de Velho, que sustenta a família limpando fossas, e o tio, Nelson, radialista local apaixonado pelos Beatles e que inflama no garoto a paixão pela poesia. Quem vive os dois personagens é o paulista Matheus Nachtergaele, que Cláudio dirigiu em Amarelo manga (2002), Baixio das bestas (2006) e A febre do rato (2012).

 

A trama foi atualizada para os dias de hoje, explica o diretor, em razão da onipresença dos Beatles no livro. Sem ter como bancar os custos de direitos autorais, a trilha original, assinada pelo DJ Dolores, emula o clima da época com a fictícia banda Os Betos, que teria sido antecessora e inspiradora do quarteto britânico. Big jato incorpora elementos fabulares para encenar, com graça e lirismo, o rito de passagem do garoto (na adolescência, vivido por Rafael Nicácio) que se vê dividido entre as obrigações que cumpre acompanhado o pai, tipo afetuoso com rompantes autoritários catalisados pela cachaça, e o escapismo pela arte vislumbrado com o tio "doidão".

 

Big jato ganhou cinco prêmios no Festival de Brasília de 2015: melhor filme, ator (Matheus), atriz (Marcélia Cartaxo, que vive a mãe de Xico), roteiro (Anna Carolina Francisco e Hilton Lacerda) e trilha sonora (DJ Dolores). 

 

Fonte: Zero Hora

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