UNIVERSIDADE DO VALE DO TAQUARI – UNIVATES 

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE – CCBS 

CURSO DE ODONTOLOGIA 

EIXO DE ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO EM SAÚDE X  

 

 

 

AUTOTRANSPLANTE DENTÁRIO - REVISÃO DE LITERATURA 

 

 

Iuri Souza de Vargas 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Lajeado, Julho de 2020. 



 

 

 

Iuri Souza de Vargas 

 

 

 

 

 

 

 

AUTOTRANSPLANTE DENTÁRIO - REVISÃO DE LITERATURA 

 

 

 

 

 

 

Trabalho de conclusão apresentado no eixo de 

Organização do Processo de Trabalho em Saúde 

X, do Curso de Odontologia, da Universidade do 

Vale do Taquari UNIVATES, como parte da 

exigência para a obtenção do título de Bacharel 

em Odontologia. 

 

 

 

 

Orientador: Prof. Me. Fábio Guarnieri 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Lajeado, Julho de 2020. 



 

 

Iuri Souza de Vargas 

 

 

 

 

 

 

 

AUTOTRANSPLANTE DENTÁRIO - REVISÃO DE LITERATURA 

 

 

 

 

 

A Banca examinadora abaixo aprova a Monografia apresentada no eixo de 

Organização do Processo de Trabalho em Saúde X, do Curso de Odontologia, da 

Universidade do Vale do Taquari UNIVATES, como parte da exigência para a 

obtenção do título de Bacharel em Odontologia. 

 

 

Prof. Me. Fábio Guarnieri - Orientador 

Universidade do Vale do Taquari – UNIVATES 

 

 

Prof. Me. Renan Roberto da Costa 

 

Universidade do Vale do Taquari – UNIVATES 

 

 

Prof. Me. Nélio Bairros Dornelles Junior 

 

Faculdade Inedi - CESUCA 

 

 

 

 

Lajeado, Julho de 2020. 



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AGRADECIMENTOS 

 

 

O desenvolvimento deste trabalho só foi possível após 

todos os esforços que meus pais realizaram por mim, sou 

extremamente grato por tê-los por perto, por sempre 

acreditarem nos meus sonhos e por fazerem o possível e 

o impossível para chegar aonde cheguei. Para vocês, 

muito obrigado. 

 

Agradecimentos especiais para meu professor orientador, 

Prof. Me. Fabio Guarnieri, que prestou de forma exemplar 

todo o apoio necessário para construção deste trabalho. 



 

 

 

RESUMO 

 

O presente trabalho tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica narrativa 

sobre o tema autotransplante dentário, analisando se tal técnica é eficiente em 

determinadas reabilitações orais. A pesquisa foi realizada através de uma busca 

ativa em base de dados como Scielo (scielo.org), PubMed (pubmed.gov), Medline 

(bases.bireme.br), com os seguintes descritores: “transplantation autologous”, 

“Transplants” “Tooth extraction” “dental caries“. O autotransplante dentário constitui-

se basicamente na remoção de um elemento dentário de seu alvéolo original e 

posterior colocação em um alvéolo diferente. Tal prática, apesar de  antiga, é pouco 

utilizada como recurso em reabilitações orais. A técnica é relativamente simples, 

porém, extremamente específica, devendo-se analisar de forma minuciosa questões 

anatômicas e suas indicações. Com o aprimoramento dos protocolos ao longo do 

tempo, percebeu-se um aumento das taxas de êxito deste tipo de procedimento. 

Quando bem indicado e bem executado, as taxas de sucesso situam-se entre 75,6% 

até 93%. Diante disso conclui-se que o autotransplante dentário é uma alternativa 

para reabilitações orais. 

 

Palavras chaves: Transplante autólogo. Transplante. Extração dentária. Cárie 

Dentária. 



 

LISTA DE FIGURAS 

 

Lista de Ilustrações 

 

Figura 1 – Periodonto:....................................................................................... pag 13 



7 
 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

SUMÁRIO 

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 9 

1 METODOLOGIA ...................................................................................................... 11 

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 11 

2.1 PERIODONTO ..................................................................................................... 13 

2.1.1 LIGAMENTO PERIODONTAL ........................................................................ 14 

2.1.2 CEMENTO ..................................................................................................... 15 

2.1.3 OSSO ALVEOLAR ......................................................................................... 15 

2.2 POLPA ................................................................................................................. 16 

2.3 TRANSPLANTE ................................................................................................... 17 

2.3.1 INDICAÇÕES ................................................................................................. 18 

2.3.2 CONTRAINDICAÇÕES ..................................................................................... 18 

2.4 TAXAS DE SUCESSO ......................................................................................... 19 

2.5 FATORES QUE INFLUENCIAM O SUCESSO DO TRATAMENTO .................... 20 

2.5.1 DENTE DOADOR .......................................................................................... 20 

2.5.2 LOCAL DA CIRURGIA E SÍTIO ONDE SERÁ TRANSPLANTADO ............... 20 

2.5.3 TRATAMENTO ENDODÔNTICO ................................................................... 20 



8 
 

2.5.4 A CAUSA DA PERDA DENTÁRIA ................................................................. 20 

2.5.5 DENTES QUE JÁ POSSUEM FORMAÇÃO RADICULAR COMPLETA ........ 21 

2.6 RAZÕES DE FALHAS .......................................................................................... 21 

2.7 CRITÉRIOS DE SUCESSO ................................................................................. 22 

2.7.1 CLÍNICO ......................................................................................................... 22 

2.7.2 RADIOGRAFICAMENTE................................................................................ 22 

3. TRANSPLANTE DE DENTES COM FORMAÇÃO RADICULAR COMPLETA ......... 23 

4. TÉCNICA CIRÚRGICA ............................................................................................. 24 

4.1 PREPARAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIAS ............................................................... 24 

4.2 PÓS-OPERATÓRIO ............................................................................................. 25 

5. PROGNÓSTICO ....................................................................................................... 26 

6. CONCLUSÃO ........................................................................................................... 27 

7 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 28 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



9 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Iuri Souza de Vargas 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AUTOTRANSPLANTE DENTÁRIO - REVISÃO DE LITERATURA 

 

1 INTRODUÇÃO 

 A Odontologia avançou amplamente nas últimas décadas, trazendo consigo um 

novo enfoque. Seu foco voltou-se para questões de promoção e prevenção à saúde 

onde a tradicional visão mutiladora acabou sendo substituída. Mesmo com tal avanço, 

ainda se faz necessário realizar intervenções voltadas para questões reabilitadoras, 

sejam elas através de próteses, implantes ou restaurações e mesmo autotransplantes 

dentários. 

 

O conceito de transplante baseia-se na substituição de um tecido ou um 

órgão que sofre de uma determinada patologia, a qual pode ser de caráter crônico 



10 
 

ou encontrar-se em um estágio terminal. Possui como objetivo devolver a qualidade 

de vida para o usuário receptor (MACHADO, 2011). 

 

Segundo Mendes & Rocha (2004), o autotransplante dentário é uma 

alternativa viável para reabilitações orais, e constitui-se basicamente em remover um 

elemento dentário de seu alvéolo natural e colocá-lo em um alvéolo diferente do seu 

de origem. 

 

Quando há perda de um elemento dentário, uma das principais alternativas é 

a colocação de implantes osteointegrados, o que de fato é uma opção com custo-

benefício satisfatória. Contudo, em determinados momentos, a questão financeira é 

a que dita o tratamento a ser seguido. Ao encontro disto, a técnica do 

autotransplante dentário apresenta-se como uma alternativa viável. Outra vantagem 

a ser destacada, está associada com a questão de biocompatibilidade que permeia 

este procedimento (CINCURÁ SILVA SANTOS, 2013). 

 

Como técnica estabelecida cientificamente, o autotransplante dentário é 

realizado há cerca de 40 anos. Contudo, existem relatos de que este procedimento 

já era realizado no Egito Antigo, onde os escravos eram obrigados a extrair seus 

dentes, os quais eram transplantados para seus respectivos Faraós. Esta técnica foi 

utilizada por muitos séculos, e se chamava “transplante dentário autólogo”. Tal 

técnica entrou em desuso, quando notou-se que este procedimento estava sendo 

um fator crucial para a disseminação de doenças, como a Sífilis (COHEN; SHEN; 

POGREL, 2014).  

 

Em outro contexto histórico, no ano de 1883, Stack relata que a técnica de 

autotransplante dentário deveria ser realizada em pessoas que não possuíam 

condições financeiras para pagar por outro tipo de reabilitação. Existem relatos de 

que no período das guerras Napoleônicas, os soldados foram obrigados a doar seus 

dentes para os Oficiais que perderam seus dentes no campo de batalha (MUHAMAD 

et al., 2017). 

 

Sabe-se que há uma grande taxa de sucesso deste procedimento, onde o 

elemento dentário transplantado pode anquilosar, dar origem a um novo ligamento 



11 
 

periodontal, e até mesmo dar início a um novo feixe vásculo nervoso. Para que isto 

dê certo, existem diversos fatores associados (COHEN; SHEN; POGREL, 2014). 

 

Este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica narrativa 

sobre o tema autotransplante dentário. 

 

 

1 METODOLOGIA 

 A presente revisão bibliográfica ocorreu através de uma busca ativa em base de 

dados como Scielo (scielo.org), PubMed (pubmed.gov), Medline (bases.bireme.br), no 

período de Novembro de 2019 até Abril de 2020. Através dos seguintes descritores: 

“transplantation autologous”, “Transplants” “Tooth extraction” “dental caries“. Todos os 

descritores estão indexados no PubMed Mesh (https://ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/mesh). 

 Foram utilizados artigos em língua inglesa e portuguesa. Os critérios de inclusão 

foram subjetivos, indo ao encontro do interesse dos autores. Foi utilizada ainda a 

literatura clássica sobre o tema. 

 

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 

O conceito de transplante baseia-se na substituição de um tecido ou um 

órgão que sofre de uma determinada patologia, a qual pode ser de caráter crônico 

ou encontrar-se em um estágio terminal. Possui como objetivo, devolver a qualidade 

de vida para o usuário receptor (MACHADO, 2011). 

 

 Dentre o arsenal de técnicas reabilitadoras para a substituição de um elemento 

faltante que os cirurgiões-dentistas dispõem atualmente, encontram-se os implantes 

osseointegrados. Contudo, tal técnica possui algumas contraindicações. É 

contraindicada, por exemplo, em pacientes que estejam em fase de crescimento 

ósseo. Nestes casos, a posição do implante será alterada à medida que a região 

alveolar se desenvolve (SCHWARTZ; ANDREASEN; JENSEN, 2018). 

 

O autotransplante dentário consiste basicamente em remover um elemento 

dentário que está localizado em seu sítio de origem e transplantá-lo para outro sítio 

em um mesmo indivíduo. O dente que será transplantado pode encontrar-se com 

https://ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/mesh


12 
 

vitalidade pulpar ou até mesmo com tratamento endodôntico já realizado. Ao optar 

em realizar o autotransplante dentário, devem-se avaliar as condições e as 

indicações para realização de tal procedimento (ACASIGUA, 2017). 

 

 Nos dias atuais, sabe-se que o autotransplante dentário é de fato uma técnica 

viável para reabilitações orais. Quando a técnica é feita de forma adequada, o 

elemento transplantado irá agir tal qual um dente que não foi transplantado (SUGAI 

et al., 2010). 

 

Em países Escandinavos, onde o índice de cárie é baixo e o conhecimento 

sobre questões de saúde bucal são mais elevados, as demandas por tratamentos 

odontológicos são diferentes das verificadas em países subdesenvolvidos. Pode-se 

citar como exemplo dentes impactados, agenesias dentárias, erupções dentárias 

ectópicas, etc. Todos estes casos onde a indicação do autotransplante é válida. 

Nestes países o autotransplante é uma técnica estabelecida há aproximadamente 

meio século, com igual tempo de acompanhamento. Como este procedimento é 

realizado e acompanhado há muito tempo, ocorreu uma melhora na técnica, 

possibilitando assim um aumento nas taxas de sucesso nesses países (ACASIGUA, 

2017). 

 

Para realização desta técnica existem diversas indicações, como perda 

precoce dos elementos dentários, agenesia dentária, dentes impactados em regiões 

ectópicas, perda dentária decorrente de trauma ou lesões cariosas extensas. Os 

elementos dentários mais comumente envolvidos são os primeiros molares inferiores 

(MIKAMI, 2015). A indicação para realizar tal procedimento é válida, pois ela se 

mostrou eficaz ao fornecer uma adaptação funcional, pela indução de osso alveolar, 

preservação da crista óssea alveolar e restabelecimento de um processo alveolar 

normal (KAFOUROU et al., 2017). A ausência de elementos dentários pode 

influenciar e dar origem a uma migração dentária indesejada, e como resultado disto, 

pode prejudicar uma futura reabilitação, pois os espaços que serão reabilitados 

tendem a ser preenchidos de forma incorreta (CORREIO, 2015). Quando uma 

pessoa sofre uma perda dentária e a mesma não é reabilitada, ocorrerá a 

reabsorção do osso alveolar, com isto, acaba dificultando ainda mais reabilitações 

futuras. (KAFOUROU et al., 2017). 

 



13 
 

Esta alternativa reabilitadora tem como vantagem, principalmente questões 

financeiras, pois seu custo é muito mais baixo do que as reabilitações protéticas 

tradicionais, como implantes, próteses fixas ou próteses removíveis. Outra vantagem 

é o tempo que o tratamento leva para ser realizado, que também é extremamente 

reduzido se comparado a um tratamento ortodôntico, por exemplo. Voltado para 

fatores biológicos, o elemento transplantado apresenta ligamento periodontal, que 

pode fornecer ao dente que será inserido em outro sítio fatores como 

amortecimento, manutenção da propriocepção, movimentação natural do elemento e 

regulação da osteogênese. Com o sucesso do tratamento, aspectos periodontais 

concernentes ao elemento transplantado passam a ser idênticos aos de um 

elemento hígido (MIKAMI, 2015). 

 

2.1 PERIODONTO 

A possibilidade da manutenção do periodonto é uma das grandes vantagens 

deste tipo de tratamento, pois é ele que fornece a sustentação do elemento dentário, 

mesmo nos elementos dentários transplantados. O periodonto é formado por 

estruturas como osso alveolar, mucosa gengival, ligamento periodontal e cemento. 

Cada uma destas possui morfologia diferente e organização tecidual distinta. 

Contudo, trabalham em conjunto (figura 1). 

  

Fig 1: Esquema representativo das estruturas do periodonto: 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jan, LANG, Niklaus P.; L. Tratado de Periodontia Clínica e Implantologia Oral, 6ª edição, Grupo GEN, 01/2018. 



14 
 

 

2.1.1 LIGAMENTO PERIODONTAL 

Em sua constituição, é formado por tecido conjuntivo amplamente 

vascularizado e com muitas células, que se localizam em torno de toda parte 

radicular do elemento dentário e região interna do osso alveolar. É formado também 

por fibras compostas por colágeno as quais estão inseridas no cemento e osso 

alveolar. Estas fibras denominanm-se Fibras de Sharpey (LINDHE LANG, 2018). 

 

As Fibras de Sharpey são correspondentes ao conjunto de fibras extrínsecas 

que estão localizadas no cemento, e sua produção é de responsabilidade dos 

fibroblastos que se encontram no ligamento periodontal. No conjunto de fibras 

intrínsecas, os responsáveis pela produção destas fibras são os cementoblastos. 

Essas fibras colágenas se relacionam com proteínas não colágenas, como exemplo 

a osteopoetina, que tem por função, a regularização e manutenção óssea (LINDHE 

LANG, 2018). 

 

Tais fibras colágenas possuem uma organização e são divididas em cinco 

grupos, onde se inserem em torno do elemento dentário, e são: 

 

● Fibras cristais 

 

● Fibras horizontais 

 

● Fibras oblíquas 

 

● Fibras apicais 

 

● Fibras interradicular 

 

É essencial a presença do ligamento periodontal, pois é ele que possibilita 

que as forças  geradas no processo da mastigação ou no contato entre os dentes, 

sejam redistribuídas e absorvidas através do osso alveolar. Outra função do 

ligamento periodontal é permitir que haja mobilidade dentária, que se manifesta pela 



15 
 

largura, altura e qualidade do ligamento periodontal. É responsável também pela 

propriocepção dentária (LINDHE LANG, 2018). 

 

2.1.2 CEMENTO 

O cemento é um tecido o qual encontra-se recobrindo  a região das raízes 

dentárias, é um tecido mineralizado especializado. O cemento se diferencia do 

tecido ósseo, pois ele não é vascularizado e nem apresenta vasos linfáticos, não 

possui inervação, e no seu período de vida não sofre remodelação e nem 

reabsorção fisiológica, contudo, apresenta uma deposição de mineral contínua por 

toda a vida do indivíduo (LINDHE LANG, 2018). 

 

Por ser um tecido mineralizado, apresenta fibras colágenas, que por sua vez 

estão inseridas em uma matriz orgânica. Na porção inorgânica, apresenta 

predominantemente hidroxiapatita. O cemento tem por função fazer a ligação com o 

ligamento periodontal, auxilia no reparo após danos no elemento dentário, como 

traumas, e repara a posição dentária após uma movimentação (LINDHE LANG, 

2018). 

 

2.1.3 OSSO ALVEOLAR 

O osso ou processo alveolar se define como componente da mandíbula e da 

maxila, os quais dão origem ao alvéolo, que é o local onde se dá o suporte para os 

elementos dentários. A região alveolar é composta basicamente por tecido ósseo, e 

é formada a partir das células do folículo dentário e também por células que não são 

propriamente deste folículo. A união entre osso alveolar, cemento e ligamento 

periodontal, forma o periodonto de inserção, que tem como função primordial, 

dissipar as forças provenientes da mastigação, e outras forças relacionadas aos 

dentes (LINDHE LANG, 2018). Caso não haja nenhum tipo de reabilitação após 

perda de um elemento dentário, fisiologicamente ocorre a reabsorção do osso 

alveolar que abrigava o dente perdido. Tal perda acontece de forma crônica e está 

relacionada a reparação óssea. A perda mais intensa do osso alveolar após a 

exodontia acontece nos primeiros seis meses. Contudo, tal reabsorção pode 

perdurar a vida toda, levando à perda expressiva de osso, seja na maxila ou 

mandíbula. Fatores locais que influenciam na reabsorção são as condições do osso 



16 
 

alveolar após a exodontia, período o qual a região ficou edêntula e forças 

mastigatórias direcionadas na região (JAHANGIRI; DEVLIN; TING, 1995). 

 

 No momento da exodontia de um dente, ocorre o rompimento total das fibras da 

região do ligamento periodontal. Estas fibras têm relação íntima com osso alveolar e 

cemento radicular, com isto, ficam remanescentes de fibras tanto na porção do osso 

alveolar quanto da região de cemento. No ato cirúrgico, deve-se realizar uma cirurgia 

mais atraumática possível. Existe uma maior predisposição de regeneração das 

fibras que se encontram na região do osso alveolar, já na porção radicular, a 

capacidade de manutenção das fibras é menor, podendo levar ao insucesso do 

tratamento (ROCHA et al., 2010). 

 

 

2.2 POLPA 

A polpa dentária consiste em um tecido conjuntivo frouxo, altamente inervado 

e vascularizado, e se localiza no interior da estrutura dentária. Quando a mesma é 

afetada por bactérias, através da permeabilidade dos túbulos dentinários, gera um 

processo inflamatório com o intuito de se proteger desta agressão. Quando há um 

processo inflamatório crônico ou a necrose do tecido pulpar, verifica-se um processo 

inflamatório na região periapical, o qual pode conter um processo infeccioso no local, 

e com isto, pode afetar o prognóstico do autotransplante dentário. Ao analisar a 

possibilidade de realizar um transplante dentário, estes quesitos devem ser levados 

em conta, para saber se a técnica será executada de forma imediata ou mediata 

(LEONARDI et al., 2011). 

 

 Para que haja cura favorável da polpa dentária após a realização do 

autotransplante, é necessário que se restabeleça a anastomoses da polpa na região 

do ápice radicular, com isto, garante-se a chegada de células de defesa e células 

tronco que irão atuar no controle da infecção e auxiliar no processo de neoformação 

de tecido pulpar, substituindo o tecido afetado, gerando assim, a cicatrização pulpar 

(ANDREASEN,1984).  

 

 Visando questões anatômicas, dentes permanentes que apresentam a 

rizogênese incompleta, demonstram ter características favoráveis para a 



17 
 

revascularização após a lesão que levou ao rompimento de feixe vásculo-nervoso, 

entre elas, destaca-se o amplo diâmetro do forame apical. Quando se encontra um 

amplo forame apical, há um maior contato entre polpa e periodonto, o que favorece a 

anastomose entre os vasos que se situam na polpa e os vasos encontrados no 

periodonto apical. Anastomose é o passo mais importante para o reparo pulpar 

(SKOGLUND; TRONSTAD; WALLENIUS, 1978).  

 

 

 

 2.3 TRANSPLANTE 

Na década de 60, na Universidade de Oslo na Noruega, Slagsvold e Bjercke 

realizaram um estudo e definiram um protocolo para a realização do autotransplante 

dentário. Tal estudo incluía as indicações para o transplante, o procedimento 

cirúrgico e as formas de acompanhamento (SLAGSVOLD apud MACHADO et al., 

2016). 

 

O grande desafio relacionado ao transplante dentário é a reparação favorável 

do ligamento periodontal e também da polpa dentária. Para que haja reparação 

pulpar, é necessário que o dente transplantado esteja em um estágio de formação 

radicular em torno de 2/3 de formação (SCHWARTZ; ANDREASEN; JENSEN, 

2018). 

 

Outro desafio relacionado ao transplante dentário diz respeito ao fato dele ser 

realizado na região anterior da maxila. Nessa região a questão estética é uma 

demanda muito grande.  Uma das principais razões para perda de dentes na região 

anterior está relacionada ao trauma. Outro ponto que limita a reabilitação deste local 

é a compatibilidade dentária, podendo ser utilizado apenas dentes unirradiculares 

como pré-molares, caninos e dente supranumerário (VILHJÁLMSSON et al., 2011). 

 

Dentre as vantagens encontradas no autotransplante dentário, pode-se citar a 

manutenção do processo alveolar e periodonto. Isso implica a possibilidade de 

movimentação ortodôntica posterior ao tratamento, manutenção de estética natural e 

manutenção da propriocepção. (JANG et al., 2016). 

  



18 
 

2.3.1 INDICAÇÕES 

Segundo Mendes & Rocha (2004), o autotransplante dentário é uma 

alternativa viável para reabilitações, e se constitui basicamente em remover um 

elemento dentário de seu alvéolo natural e colocá-lo em um alvéolo diferente do seu 

de origem. Para isto, existem algumas indicações para o autotransplante dentário, 

que são: 

 

 

● Dentes impactados ou dentes ectópicos; 

 

● Agenesia dentária; 

 

● Perda dentária prematura por lesões cariosas; 

 

● Perda dentária devido ao trauma; 

 

● Em casos de patologias benignas; 

 

● Dentes com prognósticos desfavoráveis; 

 

● Desenvolvimento e manutenção do osso alveolar. 

 

 

2.3.2 CONTRAINDICAÇÕES 

 Existem algumas condições que podem gerar o influenciar no prognóstico do 

tratamento, sendo eles: 

 

● Impossibilidade de higiene oral adequada. 

 

● Quando o elemento dentário possui proporções vestíbulo lingual e 

mesio distal maiores que a tábua óssea onde o mesmo será 

transplantado. 

 



19 
 

● Dentes com raízes longas e com curvatura acentuada (MUHAMAD; 

ABDULGANI, 2016). 

 

● Doença periodontal avançada, onde o dente que será transplantado ou 

o novo sítio possua um comprometimento, como mobilidade dentária 

(MUHAMAD; ABDULGANI, 2016). 

 

● Dentes multiradiculares, que impossibilitem uma exodontia 

atraumática, ou uma dificuldade de implantar o dente em seu novo sítio 

(MUHAMAD; ABDULGANI, 2016). 

 

 

2.4 TAXAS DE SUCESSO 

Machado et al., 2016, constataram uma taxa de sobrevivência de 81% após 

um acompanhamento médio de 6 anos. Este prognóstico é extremamente favorável, 

e demonstra que a técnica quando bem indicada, traz um alto índice de sucesso. 

 

Em um estudo de MUHAMAD; ABDULGANI, 2016, onde foi realizado um 

reimplante, constatou-se que após 15 anos de acompanhamento, em uma 

radiografia periapical para controle do caso, o elemento dentário transplantado 

apresentou-se extremamente funcional, com ligamento periodontal intacto, com 

nenhum ponto de reabsorção na lâmina dura e sem anquilose. Isto demonstra a 

efetividade do autotransplante para reabilitações orais. 

  

 Para que haja uma cicatrização pulpar, é necessário que haja o completo 

restabelecimento de suprimentos vasculares e nervosos. Estudos indicam que esta 

questão está relacionada com as dimensões do forame apical (ANDREASEN et al., 

1990). Para a região do ligamento periodontal, o sucesso está associado à 

quantidade de células que estão preservadas na superfície da raiz, quanto mais 

conservadora for à remoção do elemento dentário, maiores serão as taxas de 

sucesso. Regiões onde o ligamento periodontal foi danificado de forma mais intensa, 

gera um processo de reabsorção, podendo afetar cemento e dentina, por sua vez 

condenando o transplante (MACHADO et al., 2016). 

 

 



20 
 

2.5 FATORES QUE INFLUENCIAM O SUCESSO DO TRATAMENTO 

Segundo KAFOUROU et al., 2017,  existem algumas variáveis as quais 

podem influenciar diretamente no prognóstico do procedimento: 

 

2.5.1 DENTE DOADOR 

i. Tipo de dente; 

 

ii. Status de erupção: não erupcionado, parcialmente irrompido ou totalmente 

irrompido; 

iii.  Estágio do desenvolvimento raiz e ápice: divergente, paralelo, convergente 

com ápice aberto e ápice fechado. 

 

 

2.5.2 LOCAL DA CIRURGIA E SÍTIO ONDE SERÁ TRANSPLANTADO 

 i. Posição do sítio do destinatário; 

 

ii. Condições do osso alveolar no sítio receptor: nível ósseo adequado ou 

deficiente; 

 

iii. Dificuldade na remoção do dente a ser transplantado e facilidade de 

colocação em seu novo sítio. 

 

2.5.3 TRATAMENTO ENDODÔNTICO 

Há quanto tempo foi realizado tal procedimento, e sua qualidade baseado 

apenas em radiografia; 

 

2.5.4 A CAUSA DA PERDA DENTÁRIA 

i. Trauma 

 

ii. Agenesia 

 



21 
 

iii. Dilacerações 

 

iv. Cárie 

 

 

2.5.5 DENTES QUE JÁ POSSUEM FORMAÇÃO RADICULAR COMPLETA 

Após a conclusão da apicificação, não há mais o reestabelecimento 

sanguíneo, levando a perda da vitalidade pulpar, devendo ser realizado o tratamento 

endodôntico após 3 ou 4 semanas, com o objetivo de evitar um processo 

inflamatório pulpar que possa comprometer o sucesso transplante (SUGAI et al., 

2010). 

 

2.6 RAZÕES DE FALHAS 

Segundo o estudo realizado por MUHAMAD et al. 2016, as principais causas 

de falhas no tratamento são: 

 

● Reabsorções inflamatórias; 

 

● Reabsorções de substituição, no caso a anquilose; 

 

● Periodontite; 

 

● Periodontite apical; 

 

● Lesões de cárie. 

 

Quando ocorre uma reabsorção inflamatória, esse processo pode ser 

evidenciado no período de 3 ou 4 semanas, quando ocorre a reabsorção por 

substituição, o mesmo demonstra-se nítido em 3 ou 4 meses após a realização do 

transplante dentário (MACHADO et al., 2016). 



22 
 

 

2.7 CRITÉRIOS DE SUCESSO 

O sucesso do tratamento foi analisado através dos seguintes itens: 

  

2.7.1 CLÍNICO 

i. Com regeneração do ligamento periodontal, onde tal elemento passa 

a ser um dente fisiologicamente normal, com mobilidade adequada e sem a 

presença de som anormal na percussão. Quando há uma mobilidade 

considerada patológica e na percussão se constata um som metálico, a 

sobrevivência é desfavorável (MACHADO et al., 2016). 

 

ii. Através da regeneração pulpar, onde ela responde a estímulos frios, 

quentes e elétricos. Ausência de sensação dolorosa, ausência de abscesso e 

edema local (MACHADO et al., 2016). 

 

2.7.2 RADIOGRAFICAMENTE 

i. Ligamento periodontal: Apresenta-se com a regeneração do 

ligamento periodontal, onde o mesmo demonstra-se com lâmina dura 

contínua em torno de todo o elemento transplantado e sem espaçamento no 

ligamento periodontal. Caso aconteça uma reabsorção reparativa oriunda de 

um processo inflamatório, e este processo inflamatório regrida com o 

tratamento endodôntico, também é considerado como sucesso (MACHADO et 

al., 2016). 

 

ii. Cicatrização pulpar: O sucesso pulpar é considerado quando há uma 

obliteração dos canais em região apical, ou quando demonstra-se uma 

continuidade no desenvolvimento radicular após a realização do transplante, 

em um período de até 6 meses, com resposta positiva aos estilos térmicos. 

Quando o dente que será transplantado é removido, ocorre o rompimento do 

feixe vásculo nervoso. Então, para  este dente possuir vitalidade em seu novo 

sítio, é necessário que se reconstitua os segmentos vasculares e nervosos 

(MACHADO et al., 2016). 

 



23 
 
 

iii. Região perirradicular: É dado como sucesso quando o espaço do 

ligamento periodontal se encontra íntegro e a lâmina dura está presente em 

torno da raiz de forma contínua (KAFOUROU et al., 2017).  

 

iv. O tratamento não é considerado bem sucedido quando a imagem 

radiográfica apresentar em região apical um aspecto radiolúcido, ou uma 

reabsorção óssea oriunda de um processo infeccioso na tentativa de 

regeneração pulpar (KAFOUROU et al., 2017). 

 

3. TRANSPLANTE DE DENTES COM FORMAÇÃO RADICULAR COMPLETA 

O autotransplante de dentes com formação radicular completa tem sua 

indicação para que haja a substituição de um ou mais dentes perdidos, 

demonstrando-se ser uma forma segura e mais rápida em relação aos implantes (YU 

et al., 2017). 

 

Com o passar dos tempos aliado ao aumento da tecnologia, os estudos 

relacionados às taxas de sucesso do autotransplante dentário vem aumentando de 

forma significativa. Contudo, de forma universal, os estudos se concentram em 

estudos relacionados ao transplante de dentes com a formação radicular incompleta, 

o que restringe utilizar tal técnica com pacientes que possuem em média mais de 20 

anos de idade. Entretanto, existe a possibilidade em realizar o transplante com 

dentes os quais possuem uma formação radicular completa. Nestes casos, avalia-se 

apenas a sobrevivência do elemento dentário, pois com esta condição, não há 

chances de regeneração pulpar (JANG et al., 2016). 

 

Existem complicações que estão relacionadas aos dentes que possuem a 

formação radicular completa. Entretanto, existem fatores positivos, como a 

manutenção do osso alveolar e manutenção da gengiva de forma natural, deixando 

os aspectos estéticos mais favoráveis, justificado a indicação do uso desta técnica. 

O custo para realizar o procedimento é baixo, e se necessário, o elemento dentário 

pode ser movido ortodonticamente (BAE et al., 2010). 

  



24 
 

4. TÉCNICA CIRÚRGICA 

O autotransplante dentário pode ser realizado de duas maneiras, sendo uma 

delas de forma imediata, quando se opta por realizar a exodontia dos dois elementos 

dentários e realizar o reposicionamento do elemento dentário em seu novo sítio em 

uma única sessão. Existe também a técnica mediata, que se baseia na realização do 

procedimento em dois momentos. Todas as técnicas são válidas, devendo ser 

levado em conta à presença de infecção e lesão periapical para decidir de qual 

maneira será conduzida a técnica cirúrgica (QUEIROZ; FREIRE; DE ALMEIDA, 

2016). 

4.1 PREPARAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIAS 

Inicialmente é indicada uma anamnese completa com o paciente, na qual se 

deseja obter informações sobre o quadro de saúde geral do mesmo, em seguida 

deve ser realizada uma avaliação odontológica intraoral (JANG et al., 2016). 

 

Através das radiografias, é executada uma avaliação em relação às estruturas 

que são essenciais para validar a possibilidade do transplante. Avalia-se a 

compatibilidade do tamanho de coroa dentária do elemento que será removido e do 

dente que será transplantado, compatibilidade de quantidade e comprimento das 

raízes. Se houver a formação total da estrutura radicular, por ser uma estrutura 

incapaz de restabelecer a vitalidade pulpar, o tratamento endodôntico deve ser 

realizado antes de o dente ser removido. Caso o dente que será transplantado seja 

um dente que esteja impactado, o tratamento endodôntico deve ser realizado no 

transoperatório, ou em duas semanas após a cirurgia de transplante dentário, com 

objetivo de minimizar o tempo do dente fora do alvéolo dentário (JANG et al., 2016). 

 

É de extrema importância a realização de radiografias pré-operatórias, tanto 

da região onde haverá o transplante, quanto do dente doador, para que possa 

prevenir-se  futuras complicações em relação às estruturas anatômicas dos dentes 

(VILHJÁLMSSON et al., 2011). 

 

 Segundo MUHAMAD et al., 2016, se faz necessária uma profilaxia antibiótica 

pré-operatória. Em casos onde o transplante dentário ocorra de forma imediata, o 

elemento que será transplantado deverá ser o último a ser extraído. No exame 

radiográfico já é possível ter um razoável conhecimento sobre a anatomia das raízes 



25 
 

do elemento dentário. Contudo, após a exodontia, se faz necessária uma análise 

para confirmação de sua anatomia, e tamanho das raízes e as dimensões 

mesiodistal e vestíbulo-lingual. É importante que a exodontia do elemento doador 

seja o mais atraumática possível para manter a integridade da região do ligamento 

periodontal. 

 

A região do osso alveolar receptor deve ser maior que o elemento dentário 

que será transplantado. Caso seja necessário, pode ser realizado um alargamento 

do alvéolo com broca em baixa rotação e irrigação abundante. O ideal é que após o 

transplante o dente preencha o espaço como se fosse o dente natural, respeitando 

os espaços biológicos (MUHAMAD et al., 2017). Contudo, é válida a tentativa de 

posicionar o elemento no sítio preparado, com leve pressão após análise da 

adequação das dimensões.  

 

Quando o elemento for reposicionado, ele pode ser deixado em oclusão. 

Contudo, o mesmo não pode sofrer interferências oclusais, como contatos 

prematuros. Isso afeta o prognóstico de sucesso do tratamento. (MUHAMAD et al., 

2017). 

 

Segundo MUHAMAD et al., 2016,  é considerado como ponto crítico a sutura 

após a realização do procedimento. Caso a síntese não seja realizada de forma 

satisfatória, pode facilitar a infiltração bacteriana para a região do coágulo, induzir 

um processo inflamatório e infeccioso de tal região e comprometer o procedimento. 

Quando o elemento dentário apresenta uma estabilidade dentro do alvéolo, pode ser 

realizada apenas uma sutura convencional, caso apresente mobilidade, o mesmo 

pode ser unido aos dentes vizinhos através de uma contenção rígida com fio 

ortodôntico e resina composta. 

 

 

4.2 PÓS-OPERATÓRIO 

As taxas de sucesso também estão relacionadas aos cuidados pós-

operatórios. Caso o paciente não tenha os cuidados necessários ou não utilize a 

medicação de forma adequada, pode vir a prejudicar de forma direta o tratamento 

realizado. Na primeira semana os cuidados estão voltados principalmente para 

aspectos relacionados à higiene e hábitos alimentares, tendo como necessidade 



26 
 

ingerir comidas macias e brandas.  Após um período de 7 a 10 dias pode-se realizar 

a remoção da sutura (MUHAMAD et al., 2017). 

 

Após a remoção da sutura, é interessante a realização de uma radiografia 

periapical para que se possa analisar o processo de cicatrização que já ocorreu, e 

também para que se tenha uma documentação radiográfica para um melhor 

acompanhamento do caso (MUHAMAD et al., 2017). 

 

Recomenda-se realizar acompanhamento radiográfico após 60 dias, 03, 04 e 

06 meses e após 01 ano do transplante, para considerar que o tratamento obteve 

sucesso (MIKAMI et al, 2014).  

 

5. PROGNÓSTICO 

Neste estudo realizado por KAFOUROU et al., 2017, foram realizados um 

total de 89 transplantes em 75 pessoas, onde 46 eram homens e 29 eram mulheres, 

com idade média em 13,2 anos. O motivo para a realização de tal procedimento foi 

trauma (81,1%) e agenesia dentária (11,1), e o dente que mais foi transplantado 

foram os pré-molares (92%). A maioria dos dentes transplantados já estava em 

completa erupção. Todos os elementos que foram transplantados passaram por um 

acompanhamento de 1,8 a 2,6 anos (com variação de 12 meses a 9,9 anos). 

 

Como resultado final, foi constatada a cicatrização favorável em 79 dentes 

(87,6%), onde 65 elementos não apresentavam reabsorção radicular e 10 elementos 

demonstraram uma reabsorção superficial referente ao reparo tecidual. Houve 

cicatrização desfavorável em 2,2% dos elementos transplantados. 

 

A sobrevivência pulpar ficou em 75,6% (34 elementos) e outros 11 elementos 

dentários apresentaram necrose pulpar. Nesses casos, o tratamento endodôntico foi 

devidamente orientado. Como taxa final de sucesso do estudo, a sobrevivência após 

a realização do transplante ficou entre 85,4% - 94,4%, baseando-se clinicamente e 

radiograficamente até a última consulta realizada. 

 

Segundo os estudos de Machado et al., 2016, foi constatado uma taxa de 

sobrevivência de 81% após um acompanhamento médio de 6 anos. Este 



27 
 

prognóstico é extremamente favorável, e demonstrou que a técnica quando bem 

indicada, traz um alto índice de sucesso após sua realização. 

  

Em outro estudo onde foram transplantados cerca de 100 dentes, todos os 

elementos estavam com o ápice já formado. Quando a técnica for utilizada nesta 

condição de rizogênese já completa, é necessária a realização do tratamento 

endodôntico, que pode ser executado antes ou depois do transplante. Neste estudo, 

a taxa de sobrevivência se manteve em 93%, com apenas 7 dentes perdidos (KOKAI 

et al., 2015). 

 

 

6. CONCLUSÃO 

O autotransplante dentário é uma técnica eficaz quando bem executada, 

apresentando taxas de sucesso variando entre 75,6% até 93%. Por ser uma técnica 

biocompatível, demonstra diversas vantagens, como manutenção do osso alveolar, 

preservação do ligamento periodontal, possibilidade de manutenção da vitalidade 

pulpar e até mesmo movimentação ortodôntica. Mesmo com os estudos 

demonstrando que a técnica é eficiente em reabilitações, devido às suas 

especificidades, é pouco utilizada em reabilitações orais



28 
 

 

 

 

 

 

 

 

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