CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES 

CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS 

 

 

 

 

 

O DESENVOLVIMENTO DO TERRORISMO ISLAMITA MODERNO NO 

AFEGANISTÃO 

 

Tiago Ismael Schwade 

 

 

 

 

 

 

 

 

Lajeado, junho de 2014  



Tiago Ismael Schwade 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O DESENVOLVIMENTO DO TERRORISMO ISLAMITA MODERNO NO 

AFEGANISTÃO 

 

 

Monografia apresentada no curso de 

Relações Internacionais, do Centro 

Universitário UNIVATES, como exigência 

parcial para obtenção do título de 

Bacharel em Relações Internacionais. 

Orientador: Prof. Ms. Mateus Dalmáz 

 

 

 

 

 

 

Lajeado, junho de 2014 



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dedicado a Paulo, Lisete e Luana: 
família e fonte de inspiração.  

 



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Agradeço os professores Arthur e Mateus, 
pela orientação e paciência e a família 
pelo auxílio nesta caminhada chamada 
graduação. 

 



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“O fervor religioso é uma arma 

assustadora, sempre disposta a disparar 

contra os que pensam de modo diverso. 

Em vez de unir, ele divide a sociedade.” 

Drauzio Varella 

  



 

 

 

 

 

RESUMO 

Treze anos depois do maior atentado terrorista da história em solo ocidental, o 
assunto terrorismo continua sendo um problema mundial, e o pior, sem solução 
aparente. Assim, esta monografia tem como objetivo compreender o que é o 
terrorismo e como ele se desenvolveu no Afeganistão, estudando as ideias islamitas 
e a conjuntura que possibilitou o surgimento e desenvolvimento da organização 
terrorista al-Qaeda. Revelou-se que o Afeganistão foi como um solo fértil para o 
crescimento e desenvolvimento de organizações islamitas e terroristas, devido tanto 
ao contexto histórico no qual o país estava inserido quanto à cultura enraizada em 
seu povo, que percebia o retorno à religião, através do fundamentalismo extremado, 
como a única saída para seu país, o que acabou sendo traduzido na forma de apoio 
a organizações como o Talibã e posteriormente a al-Qaeda de Osama bin Laden. 

Palavras-chave: Terrorismo. Afeganistão. Al-Qaeda. Osama bin Laden. 

 

  



 

 

 

 

ABSTRACT 

Thirteen years after the biggest terrorist act in history in ocidental soil, the subject of 
terrorism being a worldwide problem, and worst, it has no apparent solution. So, this 
monograph aims to understand what is terrorism and how it developed in 
Afghanistan, by studying the islamist ideas and the conjuncture which enabled the 
emergence and development of the terrorist organization al-Qaeda. It was revealed 
that Afghanistan was as a fertile soil for the growth and development of islamist and 
terrorist organizations, due both to the historical context in which the country was 
inserted as the deep-rooted culture of its people, who perceived the return to 
religion, through extreme fundamentalism, as the only way out for their country, what 
ended up being translated in the form of support to organizations such as Taliban 
and after that to Osama bin Laden‟s al-Qaeda. 

Palavras-chave: Terrorism. Afghanistan. Al-Qaeda. Osama bin Laden. 

  



 

 

 

 

LISTA DE ILUSTRAÇÕES 

Figura 1 – Mapa político do Afeganistão...................................................................27 

 

 

  



 

 

 

 

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 

CIA – Central Intelligence Agency – Agência de inteligência norte-americana 

EUA – Estados Unidos da América 

ISI - Inter Services Intelligence – Instituto de inteligência paquistanês 

ONG – Organização não-Governamental 

ONU – Organização das Nações Unidas 

PDPA - Partido Democrático do Povo Afegão 

UK – United Kingdom – Reino Unido 

URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviética 

 

 

 

 

 

  



 

 

 

 

SUMÁRIO 

 

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 10 
 
1 CONCEITUAÇÃO .................................................................................................. 13 
1.1 Terrorismo como conceito ............................................................................... 13 
1.2 Fundamentalismo: definição e abrangência ................................................... 18 
 
2 ORIGEM E DESENVOLVIMENTO DO TERRORISMO ISLAMITA MODERNO ... 21 
2.1 A evolução da ideologia islamita ..................................................................... 21 

2.2 O Afeganistão e o movimento Mujahidin ........................................................ 26 
2.3 Afeganistão sob o governo talibã .................................................................... 30 
 
3 AL-QAEDA E OSAMA BIN LADEN ...................................................................... 36 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 45 
 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 48 
 

 

  



 

10 

 

 

INTRODUÇÃO 

Este trabalho tem como objetivo central entender o que é terrorismo e como 

ele se desenvolveu no Afeganistão, através do estudo das ideias islamitas e da 

conjuntura que permitiu o aparecimento e desenvolvimento da organização terrorista 

al-Qaeda. Para tanto, busca-se inicialmente analisar o terrorismo em suas 

características e definições. Também se faz importante caracterizar o 

fundamentalismo, compreendendo a distinção entre os dois conceitos. 

Posteriormente, objetiva-se entender melhor os ideais religiosos que vieram a 

ratificar a ideologia islamita, para então passar ao estudo do Afeganistão pós-Guerra 

Fria,  levando ao surgimento e desenvolvimento dos movimentos Mujahidin e Talibã. 

Por final, objetiva-se compreender os movimentos e as condições que deram base 

para o crescimento da organização terrorista al-Qaeda, através de leituras sobre a 

organização em si e também sobre o seu fundador, Osama bin Laden. 

Especialmente após os eventos de 11 de setembro de 2001, houve um 

considerável crescimento no número de organizações terroristas pelo mundo, assim 

como o perigo por elas representado tornou-se mais notório (DANNREUTHER, 

2008). Qualquer estudo que busque compreender o fenômeno terrorista moderno, 

principalmente pós-2001, deve voltar às origens das organizações terroristas e 

entender os ideais que as orientam. Dessa forma, justifica-se este trabalho com a 

importância de compreender qual a conjuntura que permitiu que organizações 

terroristas se desenvolvessem e recebessem tantos adeptos. Estuda-se neste 

trabalho o caso do Afeganistão e da al-Qaeda pois o primeiro foi berço do segundo, 



 

11 

 

que é a maior e mais influente organização terrorista em atividade atualmente 

(BODANSKY, 2001). 

Este trabalho questiona por que o terrorismo islamita moderno surgiu e se 

desenvolveu no Afeganistão, e em qual conjuntura histórica e fundamentos se 

baseou. A hipótese de trabalho é a de que o Afeganistão propiciou um solo fértil 

para as organizações islamitas se desenvolverem, através do esforço de unificar as 

diversas culturas do país em um programa comum a todas elas, a religião. Os 

movimentos fundamentalistas islamitas, como o Talibã e posteriormente a al-Qaeda 

no Afeganistão, a Irmandade Muçulmana no Egito e tantos outros, ganharam força 

com o tempo e percebiam a entrada dos Estados Unidos da América (EUA) no 

mundo árabe, através de auxílio à Arábia Saudita na Guerra do Golfo, como uma 

invasão. Defendiam que esses últimos fossem expulsos a qualquer custo. A al-

Qaeda se utilizou desses conceitos para basear seus discursos e argumentações, 

atraindo adeptos ao seu conceito particular de luta contra o Ocidente.  

Em busca dessa hipótese, são consultados diversos autores, assim como de 

diferentes visões e interpretações sobre os conceitos fundamentais de terrorismo, 

buscando aquela que melhor reflita a realidade. Da mesma forma, são analisadas as 

obras de múltiplos autores do campo histórico, em vista de caracterizar de forma 

clara os acontecimentos ocorridos no Afeganistão pós-Guerra Fria. Inicialmente, 

utiliza-se das análises de Eugenio Diniz (2002) e Eunice Castro Seixas (2008), para 

posteriormente acompanhar as considerações de Roland Dannreuther (2008) e 

Voltaire Schilling (2006). O segundo capítulo está baseado na análise histórica de 

Peter Demant (2004) e Peter Marsden (2002) e o terceiro conta basicamente com as 

considerações de Yossef Bodansky (2001), apoiado por outros. 

Conforme demonstrado, a metodologia deste trabalho está estruturada em 

revisão bibliográfica de diversas obras, utilizando-se principalmente de uma 

abordagem histórica, conforme o conceito descrito por Cardoso (1997) como 

“história-problema”. A estrutura principal da monografia divide-se em três capítulos 

distintos.  



 

12 

 

No primeiro será analisado o fenômeno do terrorismo, mais especificamente o 

que significa o conceito e quais as implicações em considerar um atentado como 

terrorista ou não. Da mesma forma, será conceituado o fundamentalismo, tendo em 

vista que é importante saber diferenciar um do outro, pois são conceitos diferentes 

em sua essência. 

O segundo capítulo terá uma abordagem histórica, através da qual serão 

estudados os acontecimentos ocorridos no Afeganistão a partir do período da 

Guerra Fria, que contribuíram para o desenvolvimento de um ideário fundamentalista 

na população e permitindo o crescimento e pleno funcionamento da al-Qaeda. 

O terceiro capítulo também estará baseado em análise histórica, retornando 

ao tempo da Guerra Fria, porém considerando a evolução da al-Qaeda através dos 

acontecimentos na vida de Osama bin Laden que o levaram a fundamentar, 

organizar e manter ativa a organização terrorista. 

 

  



 

13 

 

 

1 CONCEITUAÇÃO 

O objetivo deste primeiro capítulo é buscar um conceito que defina o 

fenômeno conhecido como terrorismo, de tal modo que se possa ter um melhor 

direcionamento para os próximos capítulos. Mesmo com a dificuldade em definir tal 

fenômeno, inclusive por não haver um conceito universal para o mesmo, faz-se 

necessária sua definição como ponto de partida. A construção da caracterização de 

terrorismo contou com as análises feitas fundamentalmente por Seixas (2008) e 

Diniz (2002). Em segundo lugar, busca-se uma definição e contextualização histórica 

do fundamentalismo. Tal análise teórica se faz necessária no sentido de entender o 

que é tal fenômeno para evitar erros comumente percebidos, como quando os 

sentidos de fundamentalismo e terrorismo se misturam e acabam sendo 

erroneamente utilizados como sinônimos um do outro. 

 

1.1 Terrorismo como conceito 

 

Para uma correta análise do fenômeno conhecido como terrorismo, faz-se 

necessário um aprofundamento e consequente formalização e delimitação do 

significado do termo. Diniz (2002, p. 2) considera que “ao se pensar sobre o 

terrorismo, [...] é preciso definir terrorismo”. Contudo, não se pode fazer, segundo o 

autor, como os dicionaristas, que limitam-se à caracterização do termo sem o 

aprofundamento teórico e histórico que o caso exige. Ao contrário, é necessário 



 

14 

 

“defini-lo para daí retirar as implicações em termos de atuação” (DINIZ, 2002, p. 2). 

É nesse ponto que reside o problema: não existe um conceito universal de 

terrorismo, e muito se discute a respeito de qual o mais adequado (SEIXAS, 2008). 

Ekmekci (2011, p. 126) argumenta que, apesar de existirem definições 

relativamente concretas de terrorismo, como as da Organização das Nações Unidas 

(ONU), por um misto de razões acadêmicas e políticas, o terrorismo de Estado é 

marginalizado dentro dos estudos de terrorismo. Essa marginalização prejudica 

qualquer processo de definição do conceito, o que por sua vez dificulta a 

identificação de alternativas para se lidar com o problema (DINIZ, 2002). 

Inicialmente, Seixas (2008) demonstra que a consideração sobre terrorismo 

existente na década de 1970, do UK Prevention of Terrorist Act tinha uma leitura 

semelhante à da época da Revolução Francesa, entre 1793 e 1794, que conceituava 

o terrorismo como um ato violento, em resposta ao terror do Estado, com uma carga 

de análise populista e revolucionária, qual seja: “O uso da violência para fins 

políticos [incluindo] qualquer uso da violência com o intuito de gerar medo no público 

ou numa secção do público” (SCRUTON apud SEIXAS, 2008, p. 11). Tal 

conceituação do terrorismo se torna um tanto simplista ao desconsiderar o terror de 

Estado, pois o conceito acima não é universal, além disso, Seixas (2008) considera 

que não leva em conta a violência ilegítima praticada por Estados ocidentais 

modernos, ao patrocinar atos de terror contra grupos étnicos e políticos. 

Sem deixar de lado a consideração acima, mas apenas tomando-a como 

base, tem-se em segundo lugar o conceito de Thomas Schelling (apud DINIZ, 2002, 

p. 2), que declara “meu dicionário define terrorismo como „... o emprego de terror, 

violência e intimidação para obter um fim‟. E aterrorizar é „... coagir por intimidação 

ou medo‟”. Tal definição é, de fato, simplista no que tange à amplitude de 

possibilidades, visto que, considerado dessa forma, qualquer ato que utilize-se de 

violência, terror e intimidação será considerado terrorista, e isso não ajuda analítica 

e teoricamente o processo de identificação, tampouco encerra a discussão sobre 

terror de Estado (DINIZ, 2002). 



 

15 

 

Woloszyn (2009, p. 74) define terrorismo de Estado como “[...] os atos de 

violência praticados com o apoio ou sob o controle de um „estado patrocinador‟” e 

demonstra diversos exemplos na história, inclusive citando que alguns autores 

consideram os ataques norte-americanos a Hiroshima e a Nagasaki como atos de 

terrorismo de Estado. 

Na sequencia da análise de Diniz, considera-se a definição da Rand 

Corporation, que é claramente mais avançada que a de Schilling (2006), no sentido 

de levar em conta a finalidade de atos terroristas: 

[...] Concluímos que um ato de terrorismo era, antes de mais nada, um 
crime no sentido clássico, como homicídio ou sequestro, embora por 
motivos políticos. [...] Reconhecíamos que o terrorismo continha uma 
componente psicológica – dirigia-se às pessoas que observavam. As 
identidades dos alvos ou vítimas concretos do ataque frequentemente eram 
secundários ou irrelevantes para o objetivo dos terroristas de disseminar o 
medo e o alarme ou garantir concessões. Essa separação entre vítimas 
concretas da violência e o alvo do efeito psicológico pretendido era a 
característica definidora do terrorismo” (JENKINS apud DINIZ, 2002, p. 3). 

 

Essa afirmação, apesar de substancialmente mais completa, desconsidera as 

motivações puramente econômicas ou de fato apocalípticas que grupos terroristas 

possam ter. Além disso, se for considerada a variável criminal da definição, a mesma 

deixa de ter sentido, visto que apenas é considerado ato criminoso como terrorista. 

Portanto, como a legalidade ou ilegalidade de atos não é universal, um ato qualquer 

poderia ser considerado terrorista em um país mas não em outro, o que não faz 

sentido (DINIZ, 2002, p. 3). 

Ekmekci (2011) considera também, em congruência à análise de Diniz, que 

essa abordagem é problemática, pois considera as organizações terroristas como 

não-estatais, quando na verdade eram apoiadas e até mesmo financiadas e 

utilizadas por governos estatais: “Organizações terroristas têm sido ferramentas dos 

„poderosos‟ tanto quanto o terrorismo tem sido a ferramenta dos sem-poder” 

(EKMEKCI, 2011, p. 127, tradução livre)1 

                                            

1
 Texto original: “Terrorist organizations have been tools of the “powerful” as much as terrorism has 
been the tool of the powerless”. 



 

16 

 

Dougherty e Pfaltzgraff (2003), por sua vez, demonstram que a ONU, apesar 

de definir agressão somente em 1974, incluiu nessa definição o reconhecimento do 

direito dos povos a lutarem em busca da autodeterminação, inclusive utilizando-se 

de luta armada. Em grande parte devido a esse reconhecimento, a definição de 

terrorismo foi estabelecida somente em 1995.  

Como demonstrado anteriormente, a conceituação do terrorismo se torna tão 

complicada devido à grande diversidade de motivos, métodos e objetivos que levam 

a tais atos. Uma observação que demonstra a complexidade do conceito é a de 

Dannreuther: 

A antiga máxima que “o terrorista de um é o lutador da liberdade do outro” 
realça a divisão entre aqueles que veem o terrorismo como o mal 
inerradicável e aqueles que o veem como potencialmente redimível através 
da justiça da causa que ele promove (DANNREUTHER, 2008, p. 167, 
tradução livre)

2
 

 

Woloszyn (2009) esclarece que, apesar de existirem muitas definições, todas 

elas consideram as características do uso de violência e de terror pelos terroristas, e 

da mesma forma, é considerado que o terrorista normalmente pretende “criar uma 

atmosfera de trauma, caos e medo do desconhecido, produzindo nas pessoas o 

sentimento de vulnerabilidade e minando a sua confiança na capacidade protetora 

dos governos” (DOUGHERTY; PFALTZGRAFF, 2003, p. 495).  

Ao levar em conta o âmbito jurídico do terrorismo, percebe-se mais 

claramente a dificuldade de definição exata. Woloszyn demonstra que:  

Na visão da Organização das Nações Unidas (ONU), o terrorismo é 
considerado um crime comum e não de natureza política, fato que não 
admite o asilo, mas sim a extradição. Por esse motivo, juristas utilizam-se 
de vários elementos como o grau de violência empregado, os meios 
utilizados, o resultado e a finalidade para diferenciá-lo de outros delitos. 
(WOLOSZYN, 2009, p. 67) 

 

                                            

2
 Texto original: “The hoary old maxim that „one man‟s terrorist is another man‟s freedom fighter‟ 
highlights the divide between those who see terrorism as ineradicably evil and those who see it as a 
potentially redeemable through the justice of the cause it promotes”. 



 

17 

 

Da mesma forma, demonstra que para a União Europeia, o terrorismo é 

definido como:  

[...] ato intencional, portanto doloso, que, por sua natureza ou contexto, 
pode atingir gravemente um país ou uma organização internacional quando: 
(1) O autor comete o ato com o fim de intimidar gravemente uma população; 
(2) A ação cometida obriga indubitavelmente os poderes públicos ou uma 
organização internacional a realizar um ato ou a abster-se de fazê-lo e, (3) 
Se desestabilizam ou se destroem as estruturas políticas fundamentais, 
constitucionais e econômicas ou sociais de um país ou organização 
internacional (WOLOSZYN, 2009, p. 70). 

 

A primeira colocação demonstra que, de fato, não há consenso entre o tipo de 

ato que é considerado terrorismo, nem tampouco uma pena aplicável a todos os 

casos, sendo que a justiça é feita caso a caso. Em segundo lugar, a definição da 

União Europeia é claramente defensiva, no sentido de referir-se três vezes à 

“organização internacional” em um trecho tão curto de sentença, considerando a si 

mesma apenas como vítima potencial, além de, conforme a análise de Dannreuther 

(2008), desconsiderar totalmente a possibilidade de terrorismo estatal. Dessa forma, 

também não será esta a definição final de terrorismo a ser utilizada para este 

trabalho. 

É importante, de fato, perceber que muitas das definições apresentadas, 

senão quase todas, desconsideram o terrorismo de Estado. Dannreuther (2008) 

avalia que tanto atores estatais quanto não-estatais podem utilizar-se do terrorismo, 

tanto como parte de uma estratégia mais ampla, quanto um atalho político para um 

fim específico.3 

Dessa forma, tomando como base alguns conceitos de terrorismo e a análise 

dos mesmos, sem desconsiderar a variável do terrorismo de Estado e da juridicidade 

do ato, chega-se à conceituação de Diniz. Não só pela definição dada ao fenômeno, 

                                            

3
 De fato, o autor cita que: “[...] a maior parte das vítimas de terror nos últimos cem anos têm sido 
vítimas de regimes de terror impostos por Estados, seja na Alemanha nazista, na União Soviética de 
Stálin, nas ditaduras militares na América Latina, ou nas tiranias do Oriente Médio como a de 
Saddam Hussein [...]” (DANNREUTHER, 2008, p. 168 tradução livre). Texto original: “[...] most of 
the victims of terror in the last hundred years have beem victims of state-imposed regimes of terror, 
whether in Nazi Germany, Stalin‟s Soviet Union, the military dictatorships in Latin America, or in 
Middle Eastern tyrannies such as under Saddam Hussein […]” 



 

18 

 

mas também devido à maior universalidade que ela representa, este será 

considerado o conceito norteador para este trabalho:  

[...] podemos entender terrorismo como sendo o emprego do terror contra 
um determinado público, cuja meta é induzir (e não compelir nem dissuadir) 
num (sic) outro público (que pode, mas não precisa, coincidir com o 
primeiro) um determinado comportamento cujo resultado esperado é alterar 
a relação de forças em favor do ator que emprega o terrorismo, permitindo-
lhe no futuro alcançar seu objetivo político (DINIZ, 2002, p. 13). 

 

Com a consideração acima encerram-se diversas discussões, notadamente 

não todas mas boa parte, a respeito de um conceito universal de terrorismo. Diniz 

demonstra dessa forma que: o terrorismo é, primeiramente, uma estratégia do fraco; 

em segundo lugar que caso se busque uma resposta a qualquer ataque, que ela não 

se dê conforme o desejo dos terroristas, o que garantiria o sucesso do atentado; o 

tipo de autor não faz parte da definição; o alvo do terrorismo não é necessariamente 

um governo; o objetivo dos terroristas é levar ao conhecimento do público o 

atentado, para impor o terror de fato; o terrorismo não é um fenômeno 

exclusivamente moderno e; não faz sentido distinguir o terrorismo doméstico do 

terrorismo internacional (DINIZ, 2002). 

Definidas as bases que serão utilizadas para definir o terrorismo nesta 

monografia, segue-se à segunda parte do capítulo, onde avalia-se o 

fundamentalismo religioso, quais as suas origens e influências. 

 

1.2 Fundamentalismo: definição e abrangência 

 

Previamente a qualquer tentativa de demonstração histórica ou mesmo 

teórica sobre o fundamentalismo, deve-se ter muito clara a distinção entre os dois 

diferentes conceitos e possibilidades de utilização do termo. De fato, a distinção se 

torna clara a partir da explicação de Wacker, que demonstra que existem duas 

possibilidades de utilização do termo “fundamentalismo”: 



 

19 

 

[...] é melhor distinguir os usos entre „f‟ minusculo e „F‟ maiúsulo: 
fundamentalismo como um fenômeno genérico ou mundial versus 
Fundamentalismo como um movimento religioso específico à cultura 
protestante nos Estados Unidos ao final do século XIX e início do século XX 
(WACKER, 2000, texto digital, tradução livre).

4
 

 

O Fundamentalismo histórico refere-se ao movimento ocorrido nos Estados 

Unidos, em que muitas pessoas sentiam-se deslocadas pelo grande número de 

imigrantes não-protestantes vindos da Europa aos EUA a partir do final do século 

XIX. Wacker demonstra que o movimento se baseou em doze livretos, chamados 

“Os Fundamentos”, que estabeleceram as bases de ensinamentos cristãos para 

todos que eram contra, por exemplo, o ensino da teoria da evolução nas escolas e a 

favor da conversão através da fé e da precisão da Bíblia “em termos de ciência bem 

como de teologia, e o iminente retorno de Cristo para a Terra, onde ele estabeleceria 

um reino milenar de paz e justiça” (WACKER, 2000, texto digital, tradução livre).5 

Dessa forma, a primeira possibilidade de utilização do termo Fundamentalismo, 

restringe-se a um local e a um período específico da história. 

Por outro lado, o fundamentalismo pode ser considerado universal, quando se 

constata que a mesma ideologia era utilizada por outras religiões, em outros 

períodos históricos, cada qual com as suas bases teológicas. Esta é justamente a 

segunda possibilidade de utilização do termo, que é a forma que será utilizada neste 

texto, definida pelo autor como a com “„f‟ minúsculo”. 

Voltaire Schilling resume a questão do fundamentalismo universal da seguinte 

forma: “designa-se assim todo e qualquer movimento religioso que tende a 

interpretar a realidade de hoje através dos olhos de antigos preceitos religiosos e 

que renega os valores da modernidade” (SCHILLING, 2006, p. 175-176). Segundo 

                                            

4
 Texto original: “[...] it is best to distinguish small "f" from capital "F" usages: fundamentalism as a 
generic or worldwide phenomenon versus Fundamentalism as a religious movement specific to 
Protestant culture in the United States in the late nineteenth and early twentieth centuries” (tradução 
livre). 

5
 Texto original: “[…] in matters of science and history as well as theology, and the imminent physical 
return of Christ to the earth where he would establish a millennial reign of peace and righteousness”. 



 

20 

 

este, a pessoa fundamentalista segue à risca a escritura sagrada de sua religião, 

qualquer que seja.  

Sendo assim, da mesma forma que os cristãos norte-americanos do início do 

século XX tinham um ideal político-religioso para seu país, baseado na Bíblia cristã, 

os muçulmanos islamitas têm como ideal a implantação de uma república islâmica, 

cujas leis sigam os princípios da sharia, o conjunto de leis e regramentos constante 

no Alcorão (SCHILLING, 2006). 

Peter Demant (2004), de forma a complementar o debate, demonstra que o 

fundamentalismo religioso não é apenas um fenômeno muçulmano (assim como não 

foi exclusivamente cristão), e sim universal, o que aconteceu é que no Oriente Médio 

ele chegou mais tarde e de forma mais brutal. 

É importante notar que, das definições anteriormente apontadas, nenhuma 

sequer cita o uso de violência. Os fundamentalistas buscam, por definição, a 

transformação da sociedade através de seus respectivos dogmas religiosos, e como 

Schilling (2006) especifica, negando a modernidade e tentando buscar de volta os 

antigos preceitos, que consideram mais corretos.  

Conforme foi visto nesse primeiro capítulo e também será visto nos próximos, 

um terrorista não necessariamente é fundamentalista, da mesma forma que um 

fundamentalista não é necessariamente terrorista. Deve-se atentar a esse fato, pois 

corre-se o risco de utilizar inadequadamente os termos, de forma a que soem como 

sinônimos, que claramente não é o caso. 

Dessa forma, estabelecidos os limites que serão usados para definir o que é 

ou não terrorismo e sabendo-se a diferença dele em relação ao fundamentalismo, 

segue-se o segundo capítulo desta monografia, que trata da origem e 

desenvolvimento do terrorismo no mundo islâmico. 

 

 

  



 

21 

 

 

2 DESENVOLVIMENTO DO TERRORISMO ISLAMITA MODERNO 

NO AFEGANISTÃO 

Este capítulo tem como seu principal objetivo analisar a origem e o 

desenvolvimento do terrorismo islamita moderno no Afeganistão, através da 

compreensão dos movimentos históricos que levaram ao surgimento de 

organizações terroristas como a al-Qaeda, para que haja posteriormente um melhor 

entendimento das motivações e contexto geral desse grupo em específico. Vale 

salientar que não será feita uma longa explicação sobre todas as orientações 

terroristas existentes e atuantes. Alguns fatos históricos com a Revolução Iraniana, 

por exemplo, terão sua análise diminuída. No caso exemplificado o motivo é 

justamente por se tratar de um evento baseado em uma corrente islâmica diferente, 

que não compartilha das convicções de instituições que levaram ao surgimento – e 

permitiram o desenvolvimento – de organizações terroristas como a al-Qaeda. Das 

diversas obras consultadas sobre o tema, foram especialmente importantes para a 

elaboração deste capítulo os trabalhos de Demand (2004) e Marsden (2002).  

 

2.1 A evolução da ideologia islamita 

 

Nesta seção serão apresentados os principais pensadores e as ideias que 

fundamentaram as bases ideológicas do terrorismo islamita moderno. É importante 



 

22 

 

considerar que o entendimento de tais grupos sobre o mundo está fundamentado na 

ideologia Salafista, cujos seguidores defendem que “o islã que a maioria dos 

muçulmanos segue hoje é poluído por idolatria” e que “eles buscam reformar a 

religião retornando à primeira geração de Maomé” cuja sociedade é vista como a 

que “melhor reflete os desejos de Deus para os humanos” (DORAN, 2002, texto 

digital, tradução livre).6 

Henzel (2005) demonstra que, antes mesmo do século XIX, pensadores 

muçulmanos consideravam que suas derrotas em guerras ocorriam devido à 

corrupção do islã. Segundo este último, Mohammed Rashid Ridha (1865-1935) 

considerava que “os indivíduos e sociedades que aderissem ao „verdadeiro‟ islã, 

prosperariam no mundo”. E observa que “isso era uma promessa especialmente 

atrativa aos muçulmanos vivendo em territórios ocupados por europeus” (HENZEL, 

2005, p. 73, tradução livre).7 

Outro pensador merecedor de uma breve análise é Abu al-Ala Mawdudi 

(1903-1979) que, conforme Demant (2004), rejeitava a veneração ocidental ao ser 

humano, que trazia como consequência a depravação, consideração essa que 

Sayyd Qutb, autor cujas ideias serão analisadas mais adiante, compartilhava. 

Também considerava que o islã não deveria ser reduzido a costumes e tradições, 

mas praticado em sua totalidade, inclusive moldando a sociedade e as organizações 

políticas. Mawdudi era radical quanto a isso e prescrevia que o Estado islâmico 

deveria ter o Alcorão como constituição, através da sharia, e o presidente seria um 

muçulmano devoto, assessorado por um conselho (shura) eleito por muçulmanos 

(DEMANT, 2004).  

O radicalismo de Mawdudi se expressa mais claramente na noção particular 

de universalismo que ele impõe ao islã, ao insistir que a religião vale para todos os 

homens, independente de nacionalidade ou etnia. De fato, Demant (2004) expõe a 

                                            

6
 Texto original: “Salafis regard the Islam that most Muslims practice today as polluted by idolatry; they 
seek to reform the religion by emulating the first generation of Muslims, whose pristine society they 
consider to have best reflected God's wishes for humans”. 

7
 Texto original: “[…] the idea that individuals and societies that adhere to “true” Islam will prosper in 
this world. This was an especially attractive promise to Muslims living under European occupations”. 



 

23 

 

declaração do pensador de que “explicitamente há para a raça humana inteira só 

uma maneira de viver que é correta ao olhar de Deus, e isto é al-Islam” (DEMANT, 

2004, p. 208)8 

Sayyd Qutb (1906-1966) é o terceiro pensador do islã a ter suas ideias 

apresentadas neste trabalho. É também principal fonte de inspiração para os ideais 

do grupo terrorista al-Qaeda. Segundo Demant (2004), Qutb morou e estudou nos 

EUA entre os anos de 1948 e 1951. Nesse período de sua vida ficou escandalizado 

com o estilo de vida norte-americano, a sexualidade da sociedade e a aproximação 

que tinham com o sionismo. A partir disso, repudiou o molde ocidental e tudo que 

vinha com ele (DEMANT, 2004). Qutb também acreditava na busca do “verdadeiro” 

islã e, para isso, apoiava a luta contra os regimes seculares, mesmo que significasse 

matar outros muçulmanos (HENZEL, 2005). De acordo com Marsden (2002), 

Sayyid Qutb, que escreveu no início dos anos 1950, levou aquela ideia [a 
Sharia deveria ser a fonte da lei em todos os aspectos da vida] mais longe, 
promovendo o conceito do pan-islão, uma comunidade internacional de 
crentes (umma) na qual as fronteiras nacionais não teriam importância. 
Durante o seu julgamento em 1965 [...], afirmou: “Os laços da ideologia e 
crença são mais fortes que os do patriotismo que se baseiam na região, e 
esta falsa distinção entre muçulmanos construída sobre uma base regional, 
não é mais que a expressão do imperialismo de cruzada e sionista que tem 
de ser erradicado” (MARSDEN, 2002, p. 95). 

 

Demant (2004) argumenta que Qutb incorporou a interpretação de Mawdudi e 

foi além, aplicando o preceito da jihad9 à própria sociedade muçulmana. Ele rejeita 

os conceitos ocidentais de liberdade individual, direitos humanos, subjetividade etc., 

pois acredita que o homem seja uma criatura de Deus e, como tal, não deve tentar 

                                            

8
 Segue uma citação de Abu al-Ala Mawdudi, que ilustra o seu extremismo:  “O islã quer a Terra 
inteira e não se satisfaz com apenas uma parte dela. Ele quer e precisa de todo o mundo habitado. 
Ele não o quer de forma que uma nação predomine na terra e monopolize suas fontes de riqueza, 
depois de roubá-las de uma ou mais nações. Não, o islã quer e precisa do mundo para que a raça 
humana possa se beneficiar conjuntamente do conceito e do programa prático da felicidade humana 
através dos quais Deus honrou o islã e o colocou acima das outras religiões e leis [...]” (PETERS 
apud DEMANT, 2004, p. 208) 

9
 Jihad é um termo que define um “esforço em favor de Deus”. Ser muçulmano e abraçar o islã 
significa assumir um compromisso, que entre outras coisas define-se por “propagar a verdadeira 
religião no mundo inteiro”. O termo é empregado com o sentido de guerra santa por grupos 
islamitas.  (DEMANT, 2004, p. 36). 



 

24 

 

conhecê-lo, e sim servir a ele. “A primeira etapa do pensamento fundamentalista 

[islâmico] insiste, portanto, na hakimiyyat Allah, o governo de Deus” (DEMANT, 

2004, p. 209). 

É importante notar que todos os escritores e pensadores islamitas recusam os 

ideais, as imagens e a cultura ocidental. Tudo o que é ligado à modernidade, como 

música, bebida, roupas, automóveis, cinema, bares etc., é considerado instrumento 

sedutor, demoníaco e, portanto, herético ou blasfemo (SCHILLING, 2006). 

Os teóricos anteriormente descritos eram em sua maioria egípcios, e fizeram 

parte da primeira de três ondas fundamentalistas islâmicas, identificada por Demant 

(2004) como o período entre 1967 e 1981. Demonstra-se dessa forma que os ideais 

fundamentalistas muçulmanos mais fortes surgiram no Egito, em um período no qual 

o país era governado inicialmente por Nasser e aliado da União das Repúblicas 

Socialistas Soviéticas (URSS). A Irmandade Muçulmana10 era contra essa aliança, 

pois considerava que os soviéticos eram o inimigo.  

Após o falecimento de Nasser, em 1970, assume Anwar al Sadat, que muda o 

ordenamento do governo para uma posição mais ocidental (DEMANT, 2004). A 

economia do país é aberta e o socialismo de Estado é abandonado, permitindo a 

construção de hotéis, boates e bancos no país, os quais foram considerados pelos 

fundamentalistas como uma “invasão” ocidental. Além disso, o Egito assinou, em 

1973, após a Guerra do Yom Kippur, que travou contra Israel, um acordo de paz 

com os israelenses, atitude que, segundo Demant (2004, p. 211), “pareceu 

comprovar a análise de Qutb: „a miséria do mundo muçulmano é o resultado dos 

muçulmanos terem esquecido Deus‟”.  

O escândalo que a assinatura do acordo com Israel gerou nos territórios 

egípcios e árabes em geral, somado à atitude apontada por Qutb (já falecido nessa 

época) a ser tomada nesses casos, explica o que aconteceu: uma jihad contra tudo 

                                            

10
A Irmandade Muçulmana é um grupo iniciado como “movimento social criado por Hassan al-Banna 
no Egito em 1928, que tinha como fundamento a renovação espiritual e a promoção do Islã 
enquanto princípio organizador de todas as esferas da vida social” (MITCHELL apud PIRES, 2013, 
texto digital) 



 

25 

 

que fosse ocidentalizado (DEMANT, 2004). Os grupos fundamentalistas 

consideravam o governo egípcio covarde e comodista e “optaram pela ação direta, 

atacando os alvos simbólicos da influência cultural ocidental „decadente‟ (bares, 

boates, bancos) [...]” (DEMANT, 2004, p. 213).11 

A primeira onda jihadista foi iniciada no Egito, porém Demant (2004) salienta 

que houve demonstrações de violência também na Síria, no Paquistão e na Tunísia. 

A segunda onda, por sua vez, tinha um viés xiita e ocorreu principalmente no Irã, no 

Iraque e no Líbano na década de 1980. Conforme citado no início do capítulo, este 

episódio não será longamente analisado neste trabalho, tendo em vista o caráter 

indireto que teve em relação à formação e ao desenvolvimento dos grupos 

fundamentalistas afegãos. 

O Irã, governado pelo regime secularista do Xá Mohammad Reza Pahlevi, 

lentamente implementava a sua ocidentalização de forma a que somente os que 

estavam no poder eram beneficiados. Isso gerou revolta no ramo islâmico 

predominante, o ortodoxo, e, de acordo com Soares (1998), uma revolução foi 

coordenada do exterior pelo exilado aiatolá Ruhollah Khomeini. O autor demonstra 

que a revolução levou o regime a um ponto em que sua queda era inevitável e, em 

1979, Khomeini retornou de seu exílio para tomar o poder. 

Os eventos que se seguiram à revolução são caracterizados por Soares da 

seguinte forma: “O Irã foi transformado em república islamita, [...] se os direitos 

humanos já eram violados à época do xá, passaram a ser mutilados com o regime 

do aiatolá” (SOARES, 1998, p. 49). Foi instituída uma república baseada no islã e 

elaborada uma campanha de execução de todos que não aceitassem o 

fundamentalismo. Militares, intelectuais e comunistas, entre outros, foram 

assassinados em massa (SOARES, 1998). 

A importância do que a revolução iraniana representa está no fato de ter sido 

a “única revolução islâmica dos tempos modernos que derrubou um regime 

                                            

11
De fato, Marsden aponta que: “O assassínio do presidente egípcio Anwar Sadat em 1981 foi uma 
consequência directa [sic] da sua posição ideológica” (MARSDEN, 2002, p. 95) 



 

26 

 

secularista e estabeleceu um regime islamita, expressado pela vontade política da 

grande maioria do povo” (DEMANT, 2004, p. 231). Para Bodansky (2001, p. 46), 

Por todo o mundo muçulmano, as massas celebraram o sucesso da 
revolução islâmica de Khomeini como uma vitória do Islã sobre os Estados 
Unidos e o Ocidente. A revolução islâmica tornou-se fonte de orgulho e 
inveja para todos os muçulmanos, bem como uma prova viva de que os 
governantes locais poderiam ser vencidos por forças islamitas. 

 

A terceira onda islamita, apontada por Demant (2004), ocorreu na década de 

1990 e se caracteriza por uma aparente perda de fôlego dos movimentos islamitas. 

Contudo, “é inegável que nos últimos anos, [...] o fundamentalismo tem conquistado 

mais e mais terreno na opinião pública e na política” (DEMANT, 2004, p. 246-7). Nye 

(2009) declara que os terroristas dos anos 1970 e 1980 tinham escrúpulos quanto a 

matar inocentes, mas que “essas diferenciações entre o „inimigo‟ e civis inocentes 

parecem prevalecer menos atualmente” (NYE, 2009, p. 322). A terceira onda do 

fundamentalismo exige uma análise mais ampla, que será feita no próximo capítulo 

deste trabalho, juntamente com as considerações sobre a organização al-Qaeda, 

desde a sua formação até o atentado de 11 de setembro de 2001. 

A próxima seção, por sua vez, retoma o período histórico da primeira e da 

segunda ondas islamitas, demonstrando os eventos que precederam a tomada do 

poder no Afeganistão pelos Talibã. 

 

2.2 O Afeganistão e o movimento Mujahidin 

 

Khanna (2008, p. 161) descreve o Afeganistão da seguinte forma: “[...] a 

própria existência do país se deve a equívocos estratégicos e anomalias coloniais”. 

Partindo disso, pode-se ter uma dimensão da complexidade deste país fronteiriço 

com o Paquistão, Tadjiquistão, Uzbequistão, Turcomenistão e Irã, conforme 

demonstrado na Figura 1. Marsden (2002) descreve o país como muito diverso 

étnica, religiosa e linguisticamente, sendo que a maioria da população é da etnia 



 

27 

 

pashtun, com suas regras e códigos de conduta bastante rígidos e baseados no islã. 

Seu território fazia parte da rota comercial entre Europa e China, conhecida como 

rota-da-seda, porém, hoje “a sua geografia tornou-o em um centro perfeito para o 

contrabando, com fronteiras em que é impossível exercer um patrulhamento eficaz” 

(MARSDEN, 2002, p. 31).  

 

Figura 1 – Mapa Político do Afeganistão 

Fonte: DEPARTMENT OF STATE, 2010. 

 

No ano de 1978, o país sofreu um golpe militar organizado pelo Partido 

Democrático do Povo Afegão (PDPA), com apoio da URSS, aponta Marsden (2002). 

O governo que caiu havia implantado medidas de reforma agrária ao mesmo tempo 

em que tentava se desvencilhar dos soviéticos, buscando laços com o ocidente, o 

que gerou revolta do povo, culminando com o golpe e o assassinato do governante 

Mohammad Daoud Khan. Após este golpe, houve um processo ainda mais intenso 

de medidas controversas, como implantar um sistema de educação sem levar em 

conta a lógica islâmica de que moças devem ter professoras do sexo feminino, como 

aponta Marsden (2002), e isso foi um pretexto para iniciar uma violenta jihad. 



 

28 

 

No ano seguinte, em 1979, o Afeganistão foi invadido por tropas soviéticas. 

Entre outros fatores, Marsden (2002) argumenta que a URSS tinha um medo 

histórico de se ver cercada pelo sul e isso, somado à revolução corrente no Irã e à 

situação instável em que o Afeganistão se encontrava, criou um cenário que parecia 

perigoso para Moscou. Após a invasão, foi colocado no poder um governante afegão 

amigável à URSS. A partir desse episódio, Marsden (2002) demonstra que a jihad 

ganhou proporção de escala nacional e os afegãos que pegaram em armas 

ganharam a denominação de Mujahidin, ou guerreiros de uma guerra santa. 

Para essa guerra contra os soviéticos, Bodansky (2001) aponta que houve um 

forte apoio da parte do Paquistão, através do serviço de inteligência, que prestava 

apoio político, militar e econômico aos mujahidin, além de financiar o seu 

treinamento. Além do suporte paquistanês, o autor salienta o apoio norte-americano 

à jihad afegã, através da Agência Central de Inteligência (CIA, sigla em inglês), que 

era estritamente econômico, todavia o governo e o alto comando da inteligência 

paquistanesa “insistiam em „manter os americanos fora‟ de todo o sistema de 

treinamento e suprimento que estavam financiando” (BODANSKY, 2001, p. 58). 

Conforme Spurlock (2008, p. 39) 

o Egito, o Paquistão e a CIA também apoiavam os rebeldes afegãos e 
afegãos-árabes. Nós lhes demos dinheiro, informações secretas, armas e 
treinamento para combater os soviéticos. Em outras palavras, na época 
estávamos do lado de Osama [bin Laden]. Ajudamos a criá-lo. 

O conceito de mujahidin descrito por Marsden (2002) engloba tanto os 

guerreiros afegãos que lutaram contra os soviéticos dentro do país, como pessoas 

que se mudaram para o Paquistão e Irã, reproduzindo ataques a partir desses 

países. O autor aponta que os EUA ajudaram o movimento mujahidin já a partir de 

1979, de forma clandestina, e a partir de 1986, abertamente, utilizando-se de 

diversos partidos políticos instalados no Afeganistão, com ajuda paquistanesa. 

Como havia diversos partidos que os EUA financiavam, o auxílio tomou um 

rumo disperso tanto no sentido geográfico quanto cultural. Cada região do 

Afeganistão tinha os seus partidos mais fortes bem definidos, enquanto nas grandes 

cidades, por outro lado, havia uma grande disputa pelo poder entre os partidos. 



 

29 

 

Apesar das disputas, Marsden (2002) demonstra que todos tinham o mesmo objetivo 

comum de expulsar os soviéticos. 

Percebe-se, após 1986, um grande aumento do investimento bélico norte-

americano aos mujahidin, que culminou, em abril de 1988, com a assinatura dos 

acordos de Genebra, estabelecendo a retirada soviética do Afeganistão em fevereiro 

de 1989 (MARSDEN, 2002). 

O acordo de Genebra não previa o futuro político do país, o que parecia uma 

mensagem de que o governo pró-soviético de Muhammad Najibullah continuaria no 

poder. Houve uma movimentação por parte dos mujahidin e todos esperavam um 

golpe assim que as tropas soviéticas se retirassem. Apesar da especulação e da 

efetiva tentativa de golpe, o governo se manteve. Os mujahidin tentaram então 

“legitimar-se estabelecendo uma capital alternativa dentro do Afeganistão” 

(MARSDEN, 2002, p. 57). O país viveu entre 1989 e 1992 uma situação na qual o 

governo controlava as maiores cidades e zonas urbanas, e os Mujahidin 

governavam nas zonas rurais, de onde atacavam a capital.  

Durante o governo de Najibullah, os mujahidin lentamente fragmentaram-se 

em diversos grupos, cada um aguardando a queda do governo como oportunidade 

para tomar o poder para si, o que minou a unidade do movimento. Finalmente, em 

abril de 1992 Najibullah caiu, trazendo de volta milhões de refugiados que 

acreditavam no fim da jihad (MARSDEN, 2002). 

Cabul foi tomada pelos mujahidin de forma calma, contudo, logo após 

irrompeu uma guerra civil dentro da cidade, promovida entre estes diversos grupos. 

Essa situação perdurou até 1996, quando a cidade foi tomada pelos talibã. Até 

então, mais de 300.000 pessoas haviam fugido da capital, com medo da crescente 

violência. Com a tomada de Cabul pelos talibã, houve um período de calmaria 

permitindo, novamente, o retorno dessa população (MARSDEN, 2002). 

A terceira seção deste capítulo trata do surgimento e da evolução do 

movimento Talibã, bem como de seu governo sobre o Afeganistão até o surgimento 

da organização al-Qaeda. 



 

30 

 

 

2.3 Afeganistão sob o governo talibã 

 

Para melhor entendimento do governo talibã, faz-se necessário inicialmente 

uma análise sobre quem compõe esse grupo, seu surgimento, sua organização e 

suas ideologias. Dessa forma, Schilling (2006, p. 208) descreve os talibã como 

“jovens soldados-seminaristas pudicos e sóbrios do Afeganistão”. Tal descrição, 

entretanto, torna-se simplista no que diz respeito à importância histórica dos rumos a 

que o país foi levado graças às políticas do grupo e a posterior influência na criação 

(e complacência para a manutenção) da organização terrorista al-Qaeda 

(SCHILLING, 2006; BODANSKY, 2001). 

O grupo Talibã, cuja denominação significa “estudantes”, tinha como chefe 

Muhammad Omar e possui orientação na corrente sunita do islã (MARSDEN, 2002). 

Teve destaque a partir de 1994, quando do envio, pelo governo paquistanês, de uma 

caravana ao Turcomenistão, que passava pelo Afeganistão. Nesse episódio, houve 

um ataque armado à caravana em território afegão e quem lutou contra os bandidos, 

permitindo a continuidade da viagem foram os talibã (MARSDEN, 2002). O mesmo 

autor considera que,  

depois de os partidos mujahidin chegarem ao poder em 1992, o povo 
afegão pensou que a paz seria duradoura. Porém, os chefes começaram a 
lutar pelo poder em Cabul. Alguns chefes locais, particularmente em 
Kandahar, formaram grupos armados que lutavam uns contra os outros. 
Havia uma corrupção generalizada e roubos, havia bloqueios de estrada em 
todo o lado. As mulheres eram atacadas, violadas e mortas. Por isso, depois 
destes incidentes, um grupo de estudantes de escolas religiosas decidiram 
erguer-se contra esses chefes para aliviar o sofrimento dos residentes na 
província de Kandahar. (MARSDEN, 2002, p. 85) 

 

Para esses estudantes, o governo mujahidin não obteve sucesso em aplicar a 

sharia e, portanto, não conseguiu estabelecer um Estado islâmico no Afeganistão. O 

autor demonstra que a intenção dos talibã era libertar o país do controle mujahidin, 

cujo governo teria falhado. Posteriormente ao episódio da interceptação do ataque à 

caravana paquistanesa, Marsden (2002) relata que o grupo tomou a cidade de 



 

31 

 

Kandahar com certa facilidade, em outubro de 1994, e estabeleceu a ordem em uma 

cidade que vivia há dois anos em situação de anarquia.  

O autor ainda argumenta que: 

O formidável sucesso dos talibã, ao conseguirem impor a ordem em 
Kandahar, deu-lhes uma considerável popularidade; [...] Quando, a partir de 
Kandahar, se movimentaram para o ocidente (do país), a sua reputação já 
os precedia, o que lhes permitiu limpar as principais estradas de grupos 
armados e de bandidos com alguma facilidade. À medida que capturavam 
posições, guardavam o armamento abandonado e incentivavam as pessoas 
a juntar-se às fileiras dos seus combatentes (MARSDEN, 2002, p. 68). 

 

Chama a atenção, além do rápido crescimento do grupo tanto em importância 

quanto em número de adeptos, a facilidade em tomar cidades da área rural do país, 

conforme Sinno (apud HARPVIKEN, 2012, texto digital, tradução livre) descreve: 

Até meados de fevereiro de 1995, o movimento havia tomado controle da 
principal base do Hezb-e-Islami [partido político afegão] logo ao sul de 
Cabul. Nesses primeiros meses de existência, o Talibã dificilmente precisou 
entrar em combate. O difundido descontentamento com os governantes 
existentes se traduziu em apoio à nova alternativa, e os comandantes locais 
cederam o seu controle sem luta, muitos juntando-se eles mesmos ao 
Talibã.

12
 

 

Sobre a tomada e domínio das cidades, Forsberg (2009) relata que 

comparados às lideranças tribais, que cobravam pedágios nas estradas, e 

dominavam seus territórios de forma gananciosa e sem apoio da população, os 

Talibã eram vistos como uma boa opção, por ser um movimento que vinha para 

trazer uma governança transparente, regida através das leis islâmicas. Esta é uma 

das principais razões ao apoio popular conquistado pelo grupo. 

Johnson (2007, texto digital, tradução livre) concorda com a afirmação de 

Forsberg e acrescenta: 

                                            

12
Texto original: “By mid-February 1995, the movement had taken over the main Hezb-e Islami base 
just south of Kabul. In these first months of its existence, the Taliban hardly needed to engage in 
fighting. Widespread discontent with the existing rulers translated into support for the new 
alternative, and the local commanders gave up their control without a fight, many joining the Taliban 
themselves” (tradução livre). 



 

32 

 

Os afegãos cansados da guerra inicialmente acolheram o Talibã, que se 
promoveu como uma nova força para honestidade e unidade e era visto 
como o desesperadoramente necessário bálsamo de paz e estabilidade por 
muitos afegãos, particularmente os companheiros Pashtuns. O Talibã 
imediatamente mirou os chefes militares [tribais] que eram julgados 
responsáveis por muita da destruição, instabilidade e caos que afligiam o 
país desde a explosão da guerra civil.

13
 

 

Porém, logo em seguida, o autor demonstra que “o otimismo popular logo se 

transformou em medo, pois o Talibã introduziu uma interpretação rígida da sharia, 

proibindo mulheres de trabalhar e introduzindo punições como morte por 

apedrejamento e amputações” (JOHNSON, 2007, texto digital, tradução livre).14 

Nesse sentido, os talibã instruíram a população a entregar suas armas. 

Exigiram que os homens usassem barba e turbante e que as mulheres não 

trabalhassem (com advertência de que era delas a responsabilidade de criar a 

próxima geração de muçulmanos) e usassem a burca. Marsden (2002) acrescenta 

que inclusive a música, esportes e todas as representações da forma humana ou 

animal foram banidos, e “para realçar estas restrições, televisores e cassetes foram 

simbolicamente amontoados em locais públicos” (MARSDEN, 2002, p. 68). 

Marsden (2002) também aponta que até fevereiro de 1995 quase metade do 

Afeganistão já estava sob o governo dos talibã e em setembro do ano seguinte o 

grupo tomou a capital Cabul. Esta última recebeu uma governança semelhante às 

maiores cidades do interior do país, porém em maior grau, no sentido de prestar 

uma especial atenção às leis da sharia e sua implementação. Posteriormente à 

tomada da capital, o Talibã empenhou grandes esforços em sua expansão, para o 

domínio de todo o território do país (MARSDEN, 2002).  

                                            

13
Texto original: “War-weary Afghans initially welcomed the Taliban, which promoted itself as a new 

force for honesty and unity and was seen as the desperately needed balm of peace and stability by 
many Afghans, particularly fellow Pashtuns. The Taliban immediately targeted warlords who were 
deemed responsible for much of the destruction, instability, and chaos that plagued the country since 
the outbreak of the civil war”. 

14
Texto original: “[…] people's optimism soon turned to fear as the Taliban introduced a stringent 

interpretation of sharia, banned women from work, and introduced punishments such as death by 
stoning and amputations”. 



 

33 

 

Bodansky (2001) demonstra que Irã e Paquistão nessa época já aceitavam a 

queda do Afeganistão ao Talibã e que, inclusive, o governo paquistanês investiu no 

crescimento e fortalecimento do grupo, com vistas a expandir seu domínio nos 

territórios tribais da região sul afegã. O autor demonstra que “a penetração no 

Afeganistão, com a criação e fortalecimento do Talibã, inclusive, tem sido uma 

missão sagrada apoiada por todos os governos em Islamabad [...] e implementada 

pelo ISI15” (BODANSKY, 2001, p. 148). O autor também informa que,  

[...] no final de 1994 e no início de 1995, o ISI começou a fornecer ajuda 
maciça ao Talibã, rifles de assalto Kalashnikov, grandes quantidades de 
munição, treinamento, logística e outras formas de apoio de combate. [...] 
Ao mesmo tempo, a inteligência paquistanesa acompanhava de perto o 
crescente  fluxo de voluntários paquistaneses pushtun [ou pashtun] para o 
Talibã (BODANSKY, 2001, p. 148). 

 

Sobre o apoio aos ideais fundamentalistas, considera-se que além do auxílio 

paquistanês, o Afeganistão recebeu, desde a década de 1980, ajuda da Arábia 

Saudita, no sentido de auxiliar os mujahidin contra a URSS e posteriormente 

expandir a sua influência, através da “criação de um desenvolvimento cultural sob a 

forma de novas mesquitas, escolas, institutos de erudição islâmica e movimentos 

religiosos em vez de uma intensa actividade (sic) diplomática” (MARSDEN, 2002, p. 

179). Apesar da baixa probabilidade de  o país ter recebido auxílio financeiro saudita 

após a retirada soviética, Marsden (2002) salienta que é possíve que o Talibã tenha 

recebido financiamento de Organizações Não-Governamentais (ONGs), de 

mesquitas e de pessoas interessadas na sua causa. 

Ainda sobre o financiamento ao Talibã, 

Jane Defence Weekly confirma, que “metade da mão-de-obra e 
equipamentos do Talibã foram originados do Paquistão sob o ISI”. De fato, 
pareceria que em seguida à retirada soviética, ambos os lados da guerra 
civil afegã continuaram a receber suporte de forma encoberta pelos EUA 

                                            

15
Inter Services Intelligence (ISI) é uma instituição governamental paquistanesa, similar à CIA, cujo 
auxílio aos Talibã e posteriormente à al-Qaeda foi fundamental para o desenvolvimento destas na 
década de 1990 (BODANSKY, 2001; CHOSSUDOVSKY, 2013). 



 

34 

 

através do ISI paquistanês (MCGIRC apud CHOSSUDOVSKY, 2013, texto 
digital, tradução livre). 

16
 

 

A partir do final de 1996, com a capital já tomada, o Talibã continuou seu 

avanço militar sobre o restante do país, porém de forma mais lenta e difícil se 

comparado aos avanços anteriores. Marsden (2002) relata que o ex-presidente 

Mohammad Najibullah, favorável à URSS à época da ocupação soviética, foi 

enforcado juntamente com seu irmão em praça pública. Não se sabe exatamente se 

o enforcamento se deu por ordem do líder Talibã, por vontade de algum indivíduo 

exaltado ou por acerto de contas. 

A forma de governo do grupo sobre o Afeganistão é descrita por Johnson 

(2007) como centralizada na pessoa de Muhhamad Omar, considerado mulá, ou 

líder religioso. O autor considera que “o centro de gravidade do Talibã (...) é o 

próprio Omar” (JOHNSON, 2007, texto digital) e acrescenta:  

Por ser um movimento social carismático, se o mulá Omar morrer, o Talibã, 
ao menos na sua encarnação atual, vai murchar e morrer. O poder 
carismático místico que vem de ter usado o Manto do Profeta [Maomé] não 
é algo que possa ser transferido para um segundo-em-comando 
(JOHNSON, 2007, texto digital, tradução livre). 

17
 

 

Ainda no ano de 1996, houve a tomada da cidade de Jalalabad pelo Talibã. 

Harpviken (2012, p. 215, tradução livre)18 demonstra que o grupo “herdou os infames 

hóspedes – Osama bin Laden e o alto escalão da Al-Qaeda – do retirante governo 

mujahidin”. De fato, bin Laden saiu do Sudão, onde morava na época, e de onde 

                                            

16
Texto original: “Jane Defence Weekly confirms, that “half of Taliban manpower and equipment 
originate[d] in Pakistan under the ISI”. In fact, it would appear that following the Soviet withdrawal, 
both sides in the Afghan civil war continued to receive US covert support through Pakistan‟s ISI”. 

17
Trecho completo, em texto original: “Thus, unlike most insurgencies, which are not centered in the 
personality of a single leader, the Taliban's center of gravity, in Clausewitzian terms, is not Taliban 
foot soldiers or field commanders or even the senior clerics around Omar, but Omar himself. 
Because it is a charismatic movement socially, if Mullah Omar dies, the Taliban, at least in its current 
incarnation, will wither and die. The mystical charismatic power that came from wearing the Cloak of 
the Prophet is not something transferable to a second-in-command”. 

18
Texto original: “[…] they inherited the infamous guests – Osama bin Laden and the top echelon of 
Al-Qaeda – from the withdrawing mujahedin government”. 



 

35 

 

controlava sua organização, devido a pressões internacionais sobre o governo 

sudanês, por abrigar um terrorista (MARSDEN, 2002). 

A organização terrorista Al-Qaeda e, por consequência, o seu principal líder, 

Osama bin Laden, serão objetos de estudo do terceiro capítulo deste trabalho, assim 

como o regime Talibã pós-1996. 

  



 

36 

 

 

3 AL-QAEDA E OSAMA BIN LADEN 

Este terceiro capítulo objetiva o entendimento sobre a organização terrorista 

Al-Qaeda, de um modo geral, e o papel desempenhado por seu líder fundador, 

Osama bin Laden, em particular. Para tanto, o principal autor a ser consultado será 

Yossef Bodansky (2001), analista político e militar e também consultor do 

Departamento de Defesa e Estado norte-americano, buscando uma compreensão 

mais ampla sobre o grupo e as ações que viriam a produzir o maior ataque terrorista 

já presenciado pelo mundo ocidental.  

Bin Laden teve sua infância e juventude marcadas pelo contexto das décadas 

de 1970 e 1980. Os eventos ocorridos no Oriente Médio nesse período modificaram 

não só o mundo muçulmano como também as relações de seus governos com o 

Ocidente. Bodansky (2001) demonstra que Osama iniciou a década de 1970 da 

mesma forma que muitos outros filhos de ricos empresários: visitando 

periodicamente cidades cosmopolitas e ocidentais, no caso de bin Laden, Beirute. 

Até esse período de sua vida, Osama não seguia o rigor do modo de vida 

muçulmano. Contudo, seu pai, cada vez mais interessado no islã, o fez mudar 

(BODANSKY, 2001). 

Em 1973, a empreiteira de Muhammed bin Laden, pai de Osama, restaurou 

duas mesquitas sagradas, o que o incentivou a conhecer mais sobre o islamismo. 

Essas ideias foram passadas ao seu filho. Além disso, “quando a guerra civil 

irrompeu no Líbano em 1975, ele [Osama bin Laden] deixou de ir a Beirute. Os 

islamitas sauditas diziam que a agonia dos libaneses era uma punição de Deus por 



 

37 

 

seus pecados e sua influência destrutiva sobre os jovens muçulmanos. Osama bin 

Laden foi fortemente influenciado por esses argumentos (BODANSKY, 2001, p. 43).  

Em 1973, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) impôs 

um embargo às exportações de petróleo para os EUA, em resposta ao patrocínio 

americano a Israel na guerra entre árabes e israelenses no mesmo ano. Tal 

embargo fez o preço do petróleo aumentar em até quatro vezes, o que trouxe uma 

súbita e imensa riqueza para as elites árabes (GOSWAMI, 2012). 

Em meio a tanta riqueza, o acesso à mídia e cultura ocidental trouxe ao 

mundo árabe o que os islamitas consideravam uma crise de identidade. Em 1975, 

justamente no meio da explosão econômica gerada pelo petróleo, o rei da Arábia 

Saudita foi assassinado pelo seu próprio sobrinho (BODANSKY, 2001). 

Esse assassinato serviu para as elites sauditas “como uma prova de que o 

alerta dos islamitas contra a influência pecaminosa e perigosa do Ocidente fazia 

sentido” (BODANSKY, 2001, p. 45), pois o sobrinho do rei, que costumava visitar a 

Europa e os EUA, teria sido influenciado pela cultura ocidental e ficado louco. Esse 

assassinato sacudiu a Arábia Saudita e principalmente suas elites, e o autor 

demonstra que houve um movimento de retorno às raízes do islamismo, do qual 

Osama fez parte. 

Poucos anos depois, em 1979, com a invasão soviética sobre o Afeganistão, 

fica clara a opinião de bin Laden sobre a situação:  

“Eu estava enfurecido e fui para lá [Afeganistão] imediatamente”, disse [bin 
Laden] a um jornalista árabe. Fazendo um retrospecto, bin Laden considera 
a invasão soviética do Afeganistão um fato decisivo em sua vida. (...) “Um 
dia no Afeganistão foi como mil dias de oração em uma mesquita comum” 
(BODANSKY, 2001, p. 51). 

 

Após esse fato, consta que Osama fundou no início dos anos 1980 a principal 

base para o treinamento dos mujahidins afegãos no Paquistão: 

Poucos dias depois da invasão soviética, Bin Laden, que estava genuína e 
desprendidamente engajado na causa da solidariedade entre todos os 
islâmicos, foi ao Paquistão, atendendo a um pedido dos mujahidins afegãos. 
Ao chegar, ficou atônito com o caos instalado no Paquistão e com a falta de 
unidade árabe, e devotou-se ao trabalho de organização política, 



 

38 

 

estabelecendo um serviço de recrutamento que, nos anos seguintes, viria a 
conduzir milhares de guerreiros árabes dos Estados do Golfo para a 
resistência afegã (BODANSKY, 2001, p. 51). 

 

Ainda em 1980, Osama retorna para casa, de onde se utiliza de contatos para 

organizar o apoio financeiro aos mujahidin e logo depois retornar novamente ao 

Afeganistão. Bergen (2001, p. 30, tradução livre) esclarece que: 

Durante a guerra do Afeganistão nos anos 1980, ele estabeleceu escritórios 
no Paquistão e nos Estados Unidos; levantou fundos na Arábia Saudita; 
recrutou combatentes de todos países no mundo muçulmano; e usou os 
recursos da empresa de sua família para construir bases dentro do 
Afeganistão para seus guerreiros sagrados.

19
 

 

Nessa época, bin Laden descobre sua vocação, que é lutar nas frentes de 

batalha da jihad. Participou da batalha de Jalalabad na linha de frente e, como se 

verifica no relato de um voluntário palestino no Afeganistão, ele estava 

verdadeiramente engajado na causa: “Ele não deu apenas seu dinheiro, deu 

também a si mesmo. Ele desceu de seu palácio para viver com os camponeses 

afegãos e com os guerreiros árabes. Cozinhava com eles, comia com eles, cavava 

trincheiras com eles. Esse era o jeito de Bin Laden” (BODANSKY, 2001, p. 60-61). 

Blanchard (2007) demonstra também que  

Sua exposição aos ensinamentos das escolas islâmicas conservadoras na 
Arábia Saudita e seu trabalho com militantes árabes no Afeganistão 
proveram as bases teóricas e ideológicas para sua crença no desejo de 
uma reforma islâmica salafista puritana nas sociedades muçulmanas e a 
necessidade de resistência armada frente à percebida agressão 
(BLANCHARD, 2007, texto digital).

20
 

 

                                            

19
Texto original: “During the 1980s Afghan war, he set up offices in Pakistan and the United States; 
raised funds in Saudi Arabia; recruited fighters from every country in the Muslim world; and used the 
resources of his family company to build bases inside Afghanistan for his holy warriors”. 

20
Texto original: “His exposure to the teachings of conservative Islamist scholars in Saudi Arabia and 
his work with Arab militants in Afghanistan provided the theological and ideological basis for his 
belief in the desirability of puritanical Salafist Islamic reform in Muslim societies and the necessity of 
armed resistance in the face of perceived aggression” 



 

39 

 

Com a retirada soviética do Afeganistão em 1989, bin Laden considerou sua 

missão concluída e retornou para a Arábia Saudita. Voltou como herói e era 

considerado pelas pessoas como um modelo positivo a ser seguido (BODANSKY, 

2001). No ano seguinte, o Iraque invadiu o Kuwait e o governo saudita ficou 

temeroso de que pudesse haver ameaça de invasão em seu território. Dessa forma, 

Bodansky (2001) afirma que Osama bin Laden orientou o governo a aplicar certos 

métodos de defesa em caso de uma possível invasão iraquiana. Um dos principais 

pontos de seu argumento era para que o governo não aceitasse a entrada de 

“infiéis” na guerra, mesmo que fosse para ajudar. Bin Laden estava disposto a 

convocar uma jihad e inclusive treinar quem se interessasse a lutar na guerra 

(BODANSKY, 2001). 

A orientação em forma de pedido para o governo saudita não foi aceita por 

este último, que “abriu os portões para a coalisão de forças, lideradas pelos Estados 

Unidos, que no início de 1991 derrotou o Iraque na Guerra do Golfo” (BODANSKY, 

2001, p. 73). Osama tomou a partir de então uma posição de crítica ao governo 

saudita, por considerar um sacrilégio a presença de norte-americanos no território 

das duas mesquitas sagradas21. Após o fim da Guerra do Golfo, Osama bin Laden 

não era mais necessário à corte saudita, o que, somado às pressões por sua saída 

iniciadas pouco tempo antes, o fizeram mudar-se para o Sudão (BODANSKY, 2001). 

Nos anos em que morou no Sudão, bin Laden implementou um sofisticado 

sistema de contas bancárias e holdings, além de se utilizar de diversas estratégias 

de arrecadação de recursos, de forma que não se pode traçar as origens das 

transferências dos recursos que entravam para a al-Qaeda (RABASA, 2006). 

Neste período, morando no Sudão, Osama bin Laden também implementou a 

construção de importantes estradas que revolucionaram o posicionamento 

estratégico do país. Além disso, foi muito elogiado pela participação no auxílio e até 

mesmo na execução de diversas investidas terroristas no Chifre da África, inclusive 

                                            

21
É importante notar, nesse ponto, que na Arábia Saudita estão situados dois dos três lugares mais 
sagrados ao islamismo, que são as cidades de Mecca, onde o profeta Maomé nasceu, e Medina, 
onde foi estabelecido o primeiro Estado muçulmano (LEWIS, 1998). As mesquitas de ambas 
cidades são consideradas sagradas para o islã (DEMANT, 2004). 



 

40 

 

o ataque a tropas americanas na Somália, em busca da expansão de sua 

organização (BODANSKY, 2001). 

A estratégia na Somália era de encurralar as tropas norte-americanas na 

capital, perpetuar ataques de guerrilha e “levá-los a uma guerra campal, com 

batalhas de rua, ataques, retiradas e emboscadas, como foi feito no Vietnã” 

(BODANSKY, 2001, p. 126). Neste período, o autor acrescenta que ocorreu o 

incidente conhecido como Black Hawk Down, no qual um helicóptero americano foi 

abatido e caiu no centro da capital somali, Mogadíscio, e seguiram-se horas de 

tiroteiro, terminando com um saldo de dezoito soldados norte-americanos mortos 

(BODANSKY, 2001). 

Apenas em 1996 Osama bin Laden viria a se mudar para o Afeganistão, após 

intensa pressão saudita sobre o Sudão, solicitando que este último expulsasse o 

terrorista. O estabelecimento no Afeganistão permitiu a bin Laden certa tranquilidade 

e espaço de manobra para promover e desenvolver seus planos de expulsar os 

Estados Unidos inicialmente da Península Arábica e posteriormente do mundo 

muçulmano, visto que havia apoio popular a sua organização terrorista 

(BODANSKY, 2001).  

Blanchard (2007) demonstra que Bin Laden, agora elevado à posição de emir, 

ou líder, emitiu um bayan, ou uma declaração formal de guerra: 

Bin Laden emitiu uma “declaração de jihad” contra os Estados Unidos em 
1996 que sinalizou seu aparecimento como uma figura internacionalmente 
reconhecida e ofereceu uma explicação completa de suas principais críticas 
sobre inimigo que ele descrevia como “aliança de judeus, cristãos, e seus 
agentes” (BLANCHARD, 2007, texto digital, tradução livre).

22
 

 

Sobre essa declaração, em entrevista ao jornal britânico Independent, bin 

Laden argumenta que “„não significa uma declaração de guerra contra o Ocidente e 

o povo ocidental, mas contra o regime americano (sic), que é contrário a todos os 

                                            

22
Texto original: “Bin Laden issued a „declaration of jihad‟ against the United States in 1996 that 
signaled his emergence as an internationally recognizable figure and offered a full account of his 
main critiques of an enemy he described as the „alliance of Jews, Christians, and their agents‟”. 



 

41 

 

muçulmanos‟” (BODANSKY, 2001, p. 248). Osama defendia que o mundo 

muçulmano deveria se unir e lutar em conjunto contra os invasores ocidentais. É 

importante destacar que os principais pensadores apresentados no segundo capítulo 

deste trabalho eram em sua maioria do Egito e da Arábia Saudita. Percebe-se dessa 

forma a proximidade entre as declarações do líder da al-Qaeda e os discursos 

ideológicos destes primeiros (BLANCHARD, 2007). 

Em sequência à declaração de Osama, ocorreram diversos encontros com as 

lideranças islamitas iranianas, de modo que aumentou consideravelmente o número 

de terroristas em treinamento. Conforme consta em relatório da inteligência egípcia, 

“Osama bin Laden prepara a portas fechadas um novo grupo de „afegãos‟ árabes 

sob cobertura do Movimento Talibã afegão, com o objetivo de criar organizações 

fundamentalistas em numerosos países árabes e islâmicos” (BODANSKY, 2001, p. 

256). 

Em sequência, ocorre a queda de um avião, causando a morte do vice-

presidente do Sudão. Bin Laden aproveita esse momento para reaver contatos com 

o país e argumentar que tal acidente ocorria em um momento em que o Ocidente 

invadia o mundo islâmico. O presidente sudanês entrou em contato com Hassan al-

Turabi – que o auxiliou poucos anos antes em um importante atentado contra o 

presidente egípcio Hosny Mubarak – para discutir ações visando revitalizar o 

terrorismo, o que foi um sinal para que Osama bin Laden, em conjunto com Ayman 

al-Zawahiri, prosseguisse com seus planos (BODANSKY, 2001). 

O grupo de Zawahiri foi considerado responsável pelo ataque em 1997 à 

cidade de Luxor, no Egito, causando a morte de 62 turistas (BODANSKY, 2001). 

Nesse momento, formou-se uma aliança relativamente simples entre a al-Qaeda a 

Jihad Islâmica, liderada por Zawahiri. Bodansky (2001) demonstra que os grupos 

mantiveram a sua independência, porém, os atentados seriam orquestrados e 

liderados em conjunto. É importante ressaltar que inicialmente tal aliança se deu 

para atentados dentro do Egito exclusivamente. 

A ocupação norte-americana de territórios sagrados não era aceita pelos 

islamitas, que exigiam sua expulsão, e para isso os Estados Unidos deveriam ser 



 

42 

 

atacados. Os islamitas também consideram que, como a forma de governo dos EUA 

é a democracia, a pressão interna gerada pelos ataques terroristas à sua população 

faria com que o mesmo deixasse o Oriente Médio (SCHOTT, 2012). Nesse sentido, 

o autor demonstra que: 

Isso explica porque o direcionamento de ataques a civis é legítimo para 
a al-Qaeda. Os civis norte-americanos são responsáveis pelas ações de 
seus governos, pois ele os representa e as pessoas elegem esses 
oficiais do governo que causam o sofrimento dos muçulmanos. Ao 
depositar tamanho compromisso e responsabilidade aos cidadãos 
americanos para exercer seus direitos democráticos, a al-Qaeda leva a 
democracia mais a sério do que os próprios americanos (SCHOTT, 
2012, texto digital, tradução livre).

23
 

 

Em março de 1998, Bodansky (2001) relata que a situação do terrorismo 

islamita resumia-se a uma questão de onde e quando fariam um alvo americano. 

Fato esse que foi levado a cabo em agosto do mesmo ano, com a explosão 

simultânea de duas bombas nas embaixadas norte-americanas no Quênia e 

Tanzânia. Os atentados tiveram participação de três organizações terroristas 

islâmicas, tendo bin Laden como líder político e Zawahiri como líder militar e fizeram 

mais de duzentas e cinquenta vítimas fatais (BODANSKY, 2001). 

Nesse atentado específico, fica clara a combinação entre ataque a uma 

instituição norte-americana e a morte de civis, objetivando conforme anteriormente 

demonstrado uma pressão política interna dos cidadãos dos EUA para a saída do 

país dos Estados do Golfo. Para o sucesso do atentado, foi montada uma 

espetacular estrutura de inteligência24 que levou a al-Qaeda e outros grupos 

parceiros à precisão de detalhes sobre as operações das embaixadas para 

                                            

23
Texto original: “This explains why the targeting of civilians is legitimate to Al-Qaeda. American 
civilians are responsible for their government‟s actions because their government represents them 
and the people elect those government officials who cause the suffering of Muslims. By placing such 
a strong duty and responsibility on American citizens to exercise their democratic rights, Al-Qaeda 
takes democracy more seriously than Americans themselves”. 

24
Bodansky (2001) demonstra que para garantir o sucesso do atentado, foram tomadas diversas 
medidas de precaução como o carregamento dos explosivos em um local, entrega deles em casas-
forte, onde foram montados, para somente então serem levadas ao centro das cidades onde seriam 
explodidos. Além disso, “até mesmo [...] um agente graduado não soube do envolvimento de certos 
indivíduos na operação até depois das explosões” (BODANSKY, 2001, p. 322). 



 

43 

 

maximizar os danos, estrutura essa que passou por constante desenvolvimento 

(RABASA, 2006; BODANSKY, 2001). 

Pouco antes dos ataques às embaixadas, representantes da Arábia Saudita 

visitaram o Afeganistão para solicitar a extradição de bin Laden e outros islamitas 

em troca de recursos financeiros e o suposto reconhecimento norte-americano ao 

governo Talibã. Bodansky (2001) demonstra que os talibã não se interessaram pela 

oferta: 

Quando o funcionário do Talibã perguntou como um emissário muçulmano 
podia sugerir que um companheiro muçulmano fosse extraditado para um 
Estado não-muçulmano, uma calorosa discussão teve início. „Você é 
embaixador da Arábia Saudita ou dos Estados Unidos?‟, questionou o 
funcionário do Talibã, e acrescentou: „Se você é embaixador dos Estados 
Unidos, eu tenho a honra de ser embaixador de bin Laden‟ (BODANSKY, 
2001, p. 350). 

 

Em resposta aos bombardeamentos terroristas, a marinha dos EUA lançou 

mísseis de longa distância contra campos de treinamento no Afeganistão, que 

acabaram por causar pouco dano efetivo. Foram atingidas principalmente pequenas 

vilas e algumas mesquitas, cuja destruição foi utilizada pelos islamitas para incitar 

mais ainda o ódio da população contra os EUA. Após o ataque norte-americano, bin 

Laden manteve-se focado na reconstrução de Kandahar e na construção de bases 

estratégicas e bunkers fortificados no leste do Afeganistão, enquanto ocorria 

paralelamente o planejamento do ataque que seria perpetuado apenas em 11 de 

setembro de 2001 contra a cidade de Nova York (RABASA, 2006; BODANSKY, 

2001).  

A habilidade de bin Laden e seus companheiros em agenciar recursos que 

vinham de e passavam por várias fontes, inclusive diretamente para o Talibã, 

ajudaram em grande parte para o crescimento das redes terroristas no mundo inteiro 

ao longo dos anos 1990 (HARPVIKEN, 2012). Desses recursos, cerca de 8 bilhões 

de dólares anuais eram provenientes de comércio de drogas (promovido pelo Talibã 

durante essa época), valor este que Osama bin Laden lavava através da Máfia 

Russa e tirava a sua comissão, de forma que dinheiro não fosse um problema a 

partir de 1998 (BODANSKY, 2001).  



 

44 

 

Após os episódios apresentados, os grupos de Osama bin Laden e Zawahiri 

se juntam formalmente em junho de 2001, para no mês de setembro do mesmo ano 

efetuar um ataque direto contra os EUA em seu próprio território (WANDER, 2008). 

Farrall (2011) relata este ataque, ocorrido em Nova York, no qual dois aviões são 

jogados contra as torres do World Trade Center, da seguinte forma: 

Os ataques de 11/09 foram projetados para incitar uma retaliação armada 
que colocaria as botas dos EUA em solo afegão, abrindo uma nova frente 
para a jihad e – porque a retaliação confirmaria o status da al-Qaeda como 
“cavalo-forte” entre os militantes islamitas – causando que os grupos 
menores ficassem sob a liderança da al-Qaeda para lutar conta os 
invasores americanos (sic) (FARRALL, 2011, texto digital, tradução livre).

25
 

 

Os planos de bin Laden inicialmente deram certo, tendo atraído alguns grupos 

terroristas para perto de si após ocorrer uma invasão norte-americana ao 

Afeganistão no mês seguinte. Até o mês de dezembro, entretanto, boa parte desses 

grupos deixaram de apoiar Osama, restando à al-Qaeda fugir do Afeganistão 

(FARRALL, 2011).  

É preciso entender que, desde os ataques, entretanto, a organização de bin 

Laden e suas filiais ganharam força, e que diversos grupos islâmicos surgiram e/ou 

juntaram-se a suas ideologias, formando uma espécie de “guarda-chuva” islamita no 

qual a al-Qaeda é a principal fonte tanto de inspiração quanto de recursos 

(FARRALL, 2011). 

  

                                            

25
Texto original: “The 9/11 attacks were designed to incite an armed retaliation that would get U.S. 
boots on Afghan soil, opening up a new front for jihad and - because the retaliation would confirm al 
Qaeda's status as the "strong horse" among Islamist militants - causing smaller groups to come 
under al Qaeda's leadership to fight against the invading Americans”. 



 

45 

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Este trabalho teve por objetivo geral entender o terrorismo e a forma como se 

desenvolveu no Afeganistão, até o desenvolvimento da al-Qaeda. Para isso, 

intencionou-se estudar algumas da ideias de teóricos fundamentalistas que serviram 

como norteadoras para tal organização terrorista e a conjuntura afegã na época, 

para entender melhor o motivo pelo qual a al-Qaeda obteve relativo sucesso de 

acordo com suas intenções.  

Para comprovar a hipótese inicial, fez-se necessário, inicialmente, definir o 

que é o terrorismo em si. Considerando diversas interpretações acerca do assunto, 

chega-se à definição de Eugenio Diniz (2002), que considera o terrorismo como o 

emprego do terror no qual a meta é induzir em um público um comportamento 

específico que altere a balança de poderes em favor do empregador do terrorismo, 

para que possa futuramente chegar ao seu objetivo. Considerou-se também o fator 

jurídico, sob o qual não foi localizada uma definição válida para o terrorismo.  

Em seguida, verificou-se que o fundamentalismo pode ser dividido em duas 

possibilidades: o histórico e o universal, sendo utilizada a segunda possibilidade 

para este trabalho. Definir tais fenômenos pareceu necessário não apenas para 

entendê-los, mas também para diferenciá-los, de modo que se compreenda que nem 

todo terrorismo é fundamentalista, assim como nem todo fundamentalismo é 

terrorista. 

No segundo capítulo do trabalho foi constatado que, para as organizações 

islamitas, a religião islâmica é muito importante e deve ser o fator central da vida de 



 

46 

 

qualquer pessoa, pois todas as regras e leis estão no Alcorão. Soma-se a isso o 

fator jihad, que é utilizado pelos islamitas para aproveitar-se da ignorância do povo, 

fazendo-lhes acreditar que a violência é meio necessário para um efetivo 

crescimento da sua religião. 

Viu-se que o Afeganistão foi invadido em 1979 por tropas soviéticas, que 

instauraram um regime amigável à URSS, motivo pelo qual houve grande revolta no 

país, culminando com o surgimento e crescimento do movimento mujahidin. Após a 

retirada soviética do Afeganistão, em 1989, o movimento já fragmentado não 

conseguiu tomar o poder imediatamente, levando a sucessivas guerras civis, até que 

em 1992 houve a queda do presidente pró-soviético e a tomada do poder pelos 

Mujahidin. Com a fragmentação do movimento, seu governo sobre o país não se deu 

conforme o prometido, ocorrendo casos de corrupção, fator inaceitável para um 

grupo de estudantes, que formaria o Talibã. 

Descreveu-se o rápido crescimento do Talibã e suas intenções dominadoras 

ao avançar militarmente sobre o Afeganistão. Em 1996 ocorreu a tomada da capital, 

Cabul. O sucesso obtido em seu caminho até o domínio político do Afeganistão 

deveu-se em grande parte às ideologias islamitas e fundamentalistas que 

propagavam entre as pessoas, conforme demonstrado, além do descontentamento 

do povo com o governo mujahidin. Foram descritas também as políticas aplicadas 

pelo regime e seu desenvolvimento até o ano de 1996, no qual o grupo al-Qaeda 

migrou para o país.  

Descreveu-se a organização terrorista al-Qaeda, inicialmente, através do 

desenrolar de fatos históricos na vida de seu fundador, Osama bin Laden. Verificou-

se que após o embargo ao petróleo realizado pela OPEP em 1973, a riqueza 

subitamente introduzida às elites sauditas pareceu-lhes trazer uma crise de 

identidade, o que aproximou muitas pessoas do fundamentalismo islâmico e do 

apoio a organizações terroristas. A migração de Osama ao Afeganistão permitiu-lhe 

instalar e desenvolver sua organização terrorista com relativa facilidade até o final de 

2001, quando do ataque dos EUA ao país. 



 

47 

 

Dessa forma, confirma-se a hipótese inicial, de que o Afeganistão foi um 

cenário propício para o desenvolvimento das organizações terroristas islamitas, 

devido tanto à sua estrutura política deficiente quanto à questão cultural-religiosa. 

Aos cidadãos afegãos parecia que a solução era destituir os mujahidin do poder, por 

terem falhado, para então estruturar um Estado baseado na sharia. O clima de 

instabilidade do país, com o Talibã forçando seu crescimento para todo o território 

nacional, serviram perfeitamente aos interesses de Osama bin Laden, que somando-

se com o apoio internacional à sua jihad, tornaram o Afeganistão um solo fértil para 

o desenvolvimento de organizações como a al-Qaeda. 

Após o ano de 2001, com o atentado de 11 de setembro, o terrorismo entrou 

na agenda internacional como um dos tópicos mais discutidos, porém, pouco foi 

questionado sobre o porquê de esses movimentos existirem, e se de fato entrar em 

guerra aberta era a melhor solução. Houve, ao contrário, uma demonização do 

Oriente Médio e da religião muçulmana por parte da imprensa internacional, 

espalhando uma atmosfera de medo e apreensão sobre tudo que tivesse relação 

com o islã, o que de forma alguma ajuda a sanar a situação. 

De fato, a solução para o terrorismo ainda não foi encontrada, visto que 

mesmo treze anos depois do atentado às torres gêmeas não há sinais de que as 

organizações terroristas estejam enfraquecidas a ponto de não representarem mais 

perigo a ninguém. Isso só demonstra a ineficiência da invasão a um país com 

intenção de atacar uma organização terrorista, de modo que a guerra aberta não 

deveria ser sequer considerada uma opção válida de combate ao terrorismo.  

 

 



 

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