UNIVERSIDADE DO VALE DO TAQUARI
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O SISTEMA CONSTRUTIVO DE
ALVENARIA ESTRUTURAL E O SISTEMA CONSTRUTIVO DE
LIGHT STEEL FRAMING EM RESIDÊNCIA DE ALTO PADRÃO

Luan Ademar Zeni

Lajeado/RS, novembro de 2022



Luan Ademar Zeni

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O SISTEMA CONSTRUTIVO DE
ALVENARIA ESTRUTURAL E O SISTEMA CONSTRUTIVO DE
LIGHT STEEL FRAMING EM RESIDÊNCIA DE ALTO PADRÃO

Monografia apresentada na disciplina de Trabalho
de Conclusão II, do curso de Engenharia Civil, da
Universidade do Vale do Taquari - Univates, como
parte da exigência para obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Civil.

Orientadora: Profa. Ma. Rebeca Jéssica Schmitz

Lajeado/RS, novembro de 2022



Luan Ademar Zeni

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O SISTEMA CONSTRUTIVO DE
ALVENARIA ESTRUTURAL E O SISTEMA CONSTRUTIVO DE
LIGHT STEEL FRAMING EM RESIDÊNCIA DE ALTO PADRÃO

A Banca examinadora abaixo aprova a Monografia apresentada no componente curricular

Trabalho de Conclusão de Curso II, do Curso de Engenharia Civil, da Universidade do Vale

do Taquari – Univates, como parte da exigência para a obtenção do título de Bacharel em

Engenharia Civil:

Profa. Ma. Rebeca Jéssica Schmitz - orientadora

Universidade do Vale do Taquari - Univates

Prof. Me. Rafael Mascolo

Universidade do Vale do Taquari - Univates

Ma. Bibiana Rossato

Universidade Federal do Rio Grande do Sul -

UFRGS

Lajeado/RS, 09 de dezembro de 2022



AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha família, noiva, sogros, compadres e amigos pelo apoio nos

momentos complicados, pela paciência com a falta de tempo, pelo incentivo incondicional

para conclusão do curso e por estarem presentes em minha vida, pois “uma base forte é

essencial para um grande crescimento”. Agradeço também à minha orientadora, Professora

Rebeca, aos demais professores e colegas do curso de engenharia civil que colaboraram na

minha trajetória durante a graduação, do início até a elaboração deste trabalho.



RESUMO

O setor da construção civil vem buscando sistemas construtivos mais eficientes no mundo
inteiro, de modo que aumente a produtividade no canteiro de obras, reduza o desperdício de
materiais e atenda a uma demanda crescente por moradias. Todas essas questões têm um
impacto direto nos custos, neste contexto, este trabalho visa realizar uma comparação de
preços entre os sistemas construtivos em alvenaria estrutural, denominado sistema
autoportante, e o Light Steel Framing (LSF). Através de uma residência unifamiliar de alto
padrão executada em alvenaria estrutural, e da modelagem de uma edificação alternativa em
LSF com base no projeto existente, foi realizado o levantamento dos quantitativos de projeto
para execução de cada uma das edificações. Após, foi orçado, de acordo com as composições
de serviços do Sistema Nacional de Pesquisas de Custos e Índices da Construção Civil
(SINAPI) e por meio de pesquisa de mercado com empresas que realizam o serviço ou que
vendem os materiais utilizados. Os resultados mostraram que existem grandes diferenças nos
preços associados à execução da fundação, estrutura e fechamento dos dois sistemas, uma vez
que o sistema em LSF apresentou, em uma das propostas de orçamento, um preço de metro
quadrado de obra sendo 48,02% superior ao sistema em alvenaria estrutural. Por meio do
comparativo de preços, constatou-se que o sistema em LSF não é uma alternativa
economicamente atrativa em relação ao sistema em alvenaria estrutural.

Palavras-chave: alvenaria estrutural; light steel framing; residência alto padrão.



ABSTRACT

The civil construction sector has been seeking more efficient construction systems worldwide,
in order to increase productivity at the construction site, reduce material waste and meet a
growing demand for housing. All these issues have a direct impact on costs, in this context,
this work aims to compare prices between constructive systems in structural masonry, called
self-supporting system, and the Light Steel Framing (LSF). Through a high standard
single-family residence executed in structural masonry, and the modeling of an alternative
building in LSF based on the existing project, a survey was carried out of the project
quantities for the execution of each of the buildings. Afterwards, it was budgeted, according
to the composition of services of the National System of Surveys of Costs and Civil
Construction Indexes (SINAPI) and through market research with companies that perform the
service or that sell the materials used. The results showed that there are great differences in
the prices associated with the execution of the foundation, structure and closure of the two
systems, since the LSF system presented, in one of the budget proposals, a price per square
meter of work being 48,02% superior to the structural masonry system. Through price
comparison, it was found that the LSF system is not an economically attractive alternative to
the structural masonry system.

Keywords: structural masonry; light steel framing; high standard residence.



LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Sistema da alvenaria estrutural ............................................................................. 19

Figura 2 – Paginação em paredes ........................................................................................... 26

Figura 3 –Travamento em paredes ......................................................................................... 27

Figura 4 – Representação esquemática de uma edificação em Light Steel Framing ............. 33

Figura 5 – Tipos de seção transversal para PFF ..................................................................... 35

Figura 6 – Painel estrutural de Light Steel Framing .............................................................. 36

Figura 7 – Painel estrutural de Light Steel Framing com abertura ........................................ 37

Figura 8 – Contraventamento com fita de aço galvanizado em formato de X ....................... 38

Figura 9 – Painel de entrepiso em Light Steel Framing ......................................................... 39

Figura 10 – Elementos da armação com caibros .................................................................... 40

Figura 11 – Elementos da armação com tesouras ................................................................... 41

Figura 12 – Ligações dos elementos da armação com tesouras ............................................. 42

Figura 13 – Detalhe esquemático de ancoragem em uma fundação tipo sapata corrida ........ 43

Figura 14 – Detalhe esquemático de ancoragem em uma fundação tipo radier ..................... 44

Figura 15 – Esquema de ancoragem química com barra roscada .......................................... 45

Figura 16 – Esquema de ancoragem com fita metálica .......................................................... 46

Figura 17 – Esquema de ancoragem fixada na guia com barra roscada tipo “J” ................... 47

Figura 18 – Esquema de ancoragem fixada no montante com barra roscada tipo “J” ........... 47

Figura 19 – Pontas dos parafusos auto atarraxantes ............................................................... 52

Figura 20 – Tipos de cabeças de parafusos ............................................................................ 52



Figura 21 – Esquema das etapas previstas ............................................................................. 57

Figura 22 – Planta baixa da edificação em estudo ................................................................. 60

Figura 23 – Fachadas da edificação em estudo ...................................................................... 61

Figura 24 – Propriedades da parede de cortina representando o painel de LSF de 9 cm ....... 67

Figura 25 – Propriedades da parede de cortina representando o painel de LSF de 14 cm ..... 68

Figura 26 – Modulação final da edificação alternativa em LSF ............................................ 72

Figura 27 – Numeração dos painéis autoportantes ................................................................. 76

Figura 28 – Propriedades da laje de fundação ........................................................................ 78

Figura 29 – Componentes da laje de fundação ....................................................................... 78

Figura 30 – Estrutura da edificação alternativa ...................................................................... 79



LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Espessura dos perfis montantes para pé direito de 2,80 m, com bloqueador à

meia altura, suportando somente cargas do telhado e forro ................................................... 66

Tabela 2 – Alterações nas dimensões e áreas dos ambientes ................................................. 70

Tabela 3 – Alterações nas dimensões das janelas ................................................................... 71

Tabela 4 – Cargas exercidas pela edificação alternativa sobre sobre as fundações ............... 77

Tabela 5 – Custos totais de cada grupo de serviços da edificação existente .......................... 80

Tabela 6 – Custos totais de cada grupo de serviços da edificação alternativa considerando

a proposta da Empresa A ........................................................................................................ 82

Tabela 7 – Custos totais de cada grupo de serviços da edificação alternativa considerando

a proposta da Empresa B ........................................................................................................ 83

Tabela 8 – Custos totais de cada grupo de serviços da edificação alternativa considerando

a proposta da Empresa C ........................................................................................................ 84

Tabela 9 – Comparativo dos custos por metro quadrado de obra ........................................... 84

Tabela 10 – Valores com aplicação do BDI ............................................................................ 85

Tabela 11 – Comparativo dos preços por metro quadrado de obra ........................................ 85



LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABCEM Associação Brasileira da Construção Metálica

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

BDI Benefícios e Despesas Indiretas

CBCA Centro Brasileiro da Construção em Aço

IBS Instituto Brasileiro de Siderurgia

LSF Light Steel Framing

OBS Oriented Strand Board

PFF Perfis Formados a Frio

PCI Proposta de Construção Individual

SINAPI Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil

TCU Tribunal de Contas da União



SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 13
1.1 Problema de pesquisa 14
1.2 Objetivos 14

1.2.1 Objetivo geral 14
1.2.2 Objetivos específicos 14

1.3 Justificativa da pesquisa 15
1.4 Delimitação da pesquisa 15

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 16
2.1 Sistemas construtivos 16
2.2 Alvenaria estrutural 16

2.2.1 Fundações 19
2.2.2 Componentes da alvenaria 20

2.2.2.1 Bloco estrutural 20
2.2.2.2 Argamassa de assentamento 21
2.2.2.3 Graute 22
2.2.2.4 Armaduras 23

2.2.3 Lajes 23
2.2.4 Modulação 24
2.2.5 Execução da alvenaria 26

2.2.5.1 Marcação da alvenaria 27
2.2.5.2 Elevação da alvenaria 27

2.2.6 Vantagens e desvantagens 28
2.2.7 Requisitos para as edificações em alvenaria estrutural 29

2.3 Light Steel Framing 30
2.3.1 Fundações do sistema 32
2.3.2 Componentes da estrutura 33



2.3.2.1 Painéis 33
2.3.2.2 Lajes 37
2.3.2.3 Coberturas 38

2.3.3 Ancoragem dos painéis 41
2.3.3.1 Ancoragem química com barra roscada 43
2.3.3.2 Ancoragem com fita metálica 44
2.3.3.3 Ancoragem com barra roscada tipo “J” 45
2.3.3.4 Ancoragem provisória 46

2.3.4 Fechamento dos painéis 47
2.3.4.1 Placas OSB 48
2.3.4.2 Placas cimentícias 48
2.3.4.3 Placas de gesso acartonado 49

2.3.5 Isolamento termoacústico 50
2.3.6 Ligações 50
2.3.7 Vantagens e desvantagens do Light Steel Framing 52
2.3.8 Requisitos para as edificações em Light Steel Framing 52

2.4 Orçamento na construção civil 54

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 56
3.1 Estratégia de pesquisa 57
3.2 Estudo de caso 58
3.3 Descrição da edificação existente em alvenaria estrutural 60
3.4 Modelagem e pré-dimensionamento da edificação alternativa em LSF 61
3.5 Orçamento das edificações 62

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 64
4.1 Modelagem e pré-dimensionamento 64
4.2 Cargas estruturais 72
4.3 Análise de preços 79

4.3.1 Custos da edificação existente 79
4.3.2 Custos da edificação alternativa 80

4.3.2.1 Proposta A 81
4.3.2.2 Proposta B 82
4.3.2.3 Proposta C 83

4.3.3 Comparativo de preços 84

5 CONCLUSÃO 87

REFERÊNCIAS 89



APÊNDICES 93



13

1 INTRODUÇÃO

O crescimento populacional e os avanços tecnológicos trazem uma série de desafios e

inovações para a Engenharia Civil, por isso, Santiago, Freitas e Crasto (2012) explicam que o

setor da construção civil vem buscando sistemas construtivos mais eficientes no mundo

inteiro, de modo que aumente a produtividade no canteiro de obras, reduza o desperdício de

materiais e atenda a uma demanda crescente por moradias.

Porém, a atual situação na indústria da construção civil já era prevista, conforme

exposto por Resende, Taigy e Silva (1998), pois as alternativas propostas para melhorar o

desempenho sobre os eventuais desperdícios são uma necessidade do setor, apesar da

resistência às inovações, da incessante competição entre as empresas e do aumento da

demanda por parte dos consumidores de projetos de edificações.

Entretanto, as pesquisas do Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA) em

parceria com a Associação Brasileira da Construção Metálica (ABCEM) registraram para

2020 que a produção de estruturas de aço cresceu 24,9% em relação ao ano anterior, enquanto

que o estudo denominado Cenário dos Fabricantes de Perfis Galvanizados - Light Steel Frame

e Drywall (2020), em comparação a 2019, registrou aumento de 52,7% na produção do Light

Steel Frame e de 17,2% na produção do Drywall, mantendo expectativas otimistas das

empresas participantes do estudo para os próximos anos. Em contrapartida, vale destacar que

a produção de estruturas de aço em 2020 foi superior a 1 milhão de toneladas, mas apenas 2%

deste total foram destinados para obras residenciais, mostrando que ainda não há relevância



14

significativa na utilização desse sistema construtivo na comunidade da construção civil

brasileira.

O Brasil é atualmente um dos maiores produtores mundiais de aço, em razão do

enorme potencial de seu parque industrial, apesar disso, a utilização desse material em

edificações no país tem sido extremamente baixo. Neste contexto, Santiago, Freitas e Crasto

(2012) afirmam que isso pode ser explicado pelo fato de que o uso do aço em sistemas

construtivos exige além de profissionais bem preparados, projetos que sejam detalhados e

integrados, pois só assim será possível reduzir os custos e o tempo da obra.

Com este cenário de crescimento e desenvolvimento no Brasil quanto ao emprego do

sistema construtivo em estudo, sabendo que trata-se de um sistema racionalizado e

industrializado que colabora com o meio ambiente por ser sustentável, devido a técnica

utilizar o mínimo de recursos naturais para a sua execução e ter baixa geração de resíduos,

busca-se compreender através de uma análise de preços em comparação a outro sistema

construtivo tradicionalmente conhecido, se este fator pode ser uma das causas do sistema ser

pouco demandado pela sociedade em geral.

1.1 Problema de pesquisa

O sistema construtivo em Light Steel Framing (LSF) é uma alternativa viável

economicamente em relação ao sistema em alvenaria estrutural, considerando uma residência

unifamiliar de alto padrão?

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Comparar os preços entre os sistemas construtivos em alvenaria estrutural,

denominado sistema autoportante, e LSF, para uma residência unifamiliar de alto padrão,

atualmente executada em alvenaria estrutural na cidade de Maquiné, Rio Grande do Sul.

1.2.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos são:



15

a) avaliar as alterações necessárias na edificação para a alternativa em LSF, com base no

projeto arquitetônico da edificação existente em alvenaria estrutural;

b) comparar os preços da edificação existente em alvenaria estrutural e da edificação

alternativa em LSF.

1.3 Justificativa da pesquisa

Apesar do surgimento de novas tecnologias construtivas e de apresentar o início de

uma mudança significativa, a construção civil em território nacional ainda é realizada de

forma tradicionalista em diversos projetos residenciais. Porém, o mercado da construção civil

passa por uma transformação significativa, à medida que cresce a necessidade de construções

mais eficientes no momento de sua execução, as técnicas construtivas mais modernas ganham

força no mercado em relação às outras.

Diante do importante papel que a Engenharia Civil desempenha na industrialização e

na sustentabilidade, aspectos vitais da sociedade contemporânea, muitos profissionais da área

veem o uso do aço na construção civil como uma das opções para mudar o cenário do setor.

Portanto, se faz necessário compreender se o preço para aplicação do LSF pode ser um dos

fatores que contribuem para que o sistema construtivo não seja tão difundido no Brasil, apesar

de se mostrar uma excelente alternativa, e atualmente ser tendência tanto nos Estados Unidos

quanto em outros países desenvolvidos.

Além disso, este trabalho constatou após as pesquisas bibliográficas, que não haviam

tantos estudos comparativos entre os sistemas construtivos em LSF e alvenaria estrutural na

execução de residências de alto padrão, principalmente na região do Vale do Taquari, o que

torna a realização desta pesquisa útil, pois serve como material de consulta à comunidade da

construção.

1.4 Delimitação da pesquisa

O presente trabalho se delimita as análises relativas à estrutura, desconsiderando as

instalações complementares, como os sistemas elétricos e hidrossanitários, além das louças e

metais, pois estes itens não mudam significativamente os seus custos ao serem executados em

ambos os sistemas construtivos.



16

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Sistemas construtivos

Conforme Martucci e Basso (2002), os sistemas construtivos representam uma etapa

tecnológica específica no processo de planejamento e construção de edificações, em outras

palavras, sintetizam um conjunto de conhecimentos técnicos e organizacionais sobre materiais

construtivos, componentes, subsistemas da edificação, máquinas, ferramentas e instrumentos

utilizados na indústria da construção civil.

Sabbatini (1989, p. 25) define sistema construtivo como “um processo construtivo de

elevados níveis de industrialização e de organização, constituído por um conjunto de

elementos e componentes inter-relacionados e completamente integrados pelo processo”.

Martucci e Basso (2002) ressaltam que os sistemas construtivos podem ser

subdivididos em vários subsistemas e, nesse sentido, ao desenvolver planos para uma

edificação residencial, há uma infinidade de cenários que podem ser considerados, visto que,

praticamente tudo é possível no plano projetual, entretanto, nem sempre será viável do ponto

de vista da execução.

2.2 Alvenaria estrutural

De acordo com Ramalho e Corrêa (2003), o sistema construtivo em alvenaria

estrutural é considerado muito tradicional, devido à sua utilização ao longo de milhares de

anos para executar os mais diversos tipos de estruturas. Segundo os mesmos autores, a

execução destas estruturas ocorriam através da técnica de empilhamento dos blocos de pedra e

argila, o que não impediu a criação de grandes obras que, atualmente, são consideradas



17

monumentos de alta importância histórica. Duarte (1998) ainda ressalta que após mais de

2000 mil anos, diversas obras monumentais, construídas em alvenaria de pedras e tijolos, são

um exemplo de durabilidade e aceitação deste sistema construtivo, visto que algumas delas

ainda são utilizadas.

Conforme Ramalho e Corrêa (2003), a transferência de ações através de tensões de

compressão é o conceito principal da alvenaria estrutural, sendo um fator crucial a ser

considerado na criação dos projetos neste sistema construtivo. Ainda segundo os mesmos

autores, as tensões de tração podem ser admitidas em certas peças, entretanto, essas tensões

devem apresentar valores baixos e se limitar a pontos específicos da estrutura. Os autores

destacam que caso esses critérios não sejam atendidos, mesmo que a estrutura possa ser

tecnicamente viável, o processo tende a não ser adequado economicamente.

Segundo Parsekian e Soares (2011), os edifícios em alvenaria estrutural possuem

elementos que juntos servem de estrutura e vedação. Ainda, segundo os referidos autores,

este sistema construtivo é normalmente recomendado quando não são esperadas alterações na

arquitetura, sendo mais viável em edifícios residenciais com número limitado de pavimentos e

paredes entre 4 e 5 metros.

Para Sabbatini (1989), o principal elemento da alvenaria estrutural são as paredes, que

devem resistir às cargas impostas pela edificação, bem como os pilares e vigas utilizados nas

construções de concreto, aço ou madeira. O mesmo autor ainda ressalta que a distribuição das

paredes deve ser feita de forma que cada uma contribua com a estabilidade do conjunto.

Kalil (2007, p. 5) explica que “A concepção estrutural pode ser facilitada se alguns

aspectos forem observados: forma; distribuição das paredes resistentes; lajes.”. Ainda

segundo Kalil (2007, p. 5) “Um projeto arquitetônico em alvenaria portante será mais

econômico na medida em que for mais repetitivo e tiver paredes coincidentes nos diversos

pavimentos, dispensando elementos auxiliares ou estrutura de transição.”. Conforme

apresentado na Figura 1, tem-se a formação estrutural deste sistema construtivo.



18

Figura 1 - Sistema da alvenaria estrutural

Fonte: Kalil (2007, p. 5).

De acordo com Kalil (2007), este tipo de sistema é dividido em dois tipos, a alvenaria

estrutural não armada e armada. A autora exemplifica que a alvenaria não armada, é

caracterizada por ser tradicionalmente utilizada em edificações de pequeno porte como

residências e escritórios com até oito pavimentos, diferente da alvenaria armada, que pode ser

utilizada em edifícios com até mais de vinte pavimentos.

Conforme Tauil e Nese (2010), a principal diferença na execução destes dois tipos de

sistema, é que, por exigências estruturais, a alvenaria armada recebe armaduras, de modo que

as barras de aço são inseridas nos vazios dos blocos e em seguida preenchidos com graute. Já

na alvenaria não armada, somente armaduras construtivas, como vergas, contravergas e cintas

de amarração são utilizadas. Kalil (2007, p. 6) ressalta que “Na alvenaria estrutural não

armada a análise estrutural não deve acusar esforços de tração.”.

Em relação aos parâmetros que levam a adoção deste sistema construtivo, Ramalho e

Corrêa (2003) destacam que o custo de execução da alvenaria estrutural é superior ao da

execução da alvenaria de vedação, mas esse custo é compensado pelos benefícios da retirada

de pilares e vigas da estrutura. Duarte (1998) ressalta que a utilização de blocos estruturais,



19

juntamente com a pressão para redução do custo de construção, aumenta a ocorrência de

falhas construtivas.

Para Ramalho e Corrêa (2003), a relação entre a altura das edificações em alvenaria

estrutural e a viabilidade econômica, considerando os parâmetros atuais no Brasil, pode-se

dizer que a alvenaria estrutural é adequada para edificações com no máximo 15 ou 16

pavimentos, pois acima desse número de pavimentos, a resistência à compressão dos blocos

encontrados no mercado impede que a obra seja concluída sem um esquema de grauteamento

generalizado, que é bastante dispendioso. Ainda segundo os autores, mesmo que a resistência

à compressão do bloco fosse adequada, seria necessário o uso de armaduras e graute, pois as

ações horizontais começariam a produzir tensões de tração significativas, e caso o número de

pontos nessas condições for muito alto, a economia da obra ficará irreversivelmente

comprometida.

Ramalho e Corrêa (2003) destacam que o sistema construtivo em alvenaria estrutural

costuma não ser indicado para obras que necessitam da utilização de grandes vãos, como

edifícios comerciais ou residenciais de alto padrão, visto que o processo é mais adequado a

obras que tenham os ambientes e os vãos menores, como é o caso de edifícios residenciais de

padrão médio ou baixo.

2.2.1 Fundações

Conforme Kalil (2007), os fatores que devem ser levados em consideração na escolha

da fundação são a qualidade do local onde será realizada a construção, a localização e o valor

da carga nas fundações, bem como os aspectos técnicos e econômicos impostos pelo mercado

ou pelo cliente.

Nesse sentido, explica como a relação entre a distribuição de cargas com as

características do solo influenciam no tipo de fundação que deve-se utilizar da seguinte forma:

Como na alvenaria estrutural as paredes são os elementos portantes, as cargas
chegam às fundações de forma distribuída ao longo do comprimento das
mesmas, favorecendo o emprego de fundações contínuas. Normalmente
empregam-se sapatas contínuas, mas isso vai depender do tipo de solo onde se
localiza a edificação. Uma alternativa para solos com baixa capacidade portante
seria o uso de estacas alinhadas espaçadas entre si no máximo 3 m, onde sobre
elas é executada uma viga baldrame para a distribuição das cargas (KALIL,
2007, p. 37-38).



20

2.2.2 Componentes da alvenaria

Conforme Ramalho e Corrêa (2003, p. 6), “Entende-se por um componente da

alvenaria uma entidade básica, ou seja, algo que compõe os elementos que, por sua vez,

comporão a estrutura.”. Ainda segundo os autores, os principais componentes de uma parede

em alvenaria estrutural são blocos, argamassa, graute e armaduras.

2.2.2.1 Bloco estrutural

Ramalho e Corrêa (2003) definem os blocos ou unidades como os componentes

fundamentais da alvenaria estrutural, pois são os principais responsáveis   por definirem as

características de resistência da edificação. Parsekian e Soares (2011) também afirmam que os

blocos são os componentes fundamentais da alvenaria estrutural, visto que respondem por 80

a 95% do volume total. Os autores ainda explicam que estes são os principais elementos que

contribuem para as características de resistência à compressão, estabilidade, resistência ao

fogo e intempéries, além de um bom isolamento térmico e acústico.

Conforme Kalil (2007, p. 7) “Os tijolos ou blocos que compõem a alvenaria podem ser

constituídos de diferentes materiais, sendo os mais utilizados os cerâmicos ou de concreto.”.

Ramalho e Corrêa (2003) explicam que, em termos de forma, as unidades podem ser maciças

ou vazadas, sendo maciças aquelas que possuem índice de vazios de no máximo 25% da área

total, pois caso os vazios ultrapassem esse valor, a unidade é classificada como vazada.

Em relação à resistência característica à compressão que os blocos estruturais devem

atender, a NBR 6136 (ABNT, 2016) especifica que o valor mínimo para blocos de concreto

em paredes externas sem revestimento é de 6 MPa e 4,5 MPa para blocos de concreto em

paredes internas ou externas com revestimento. Dessa forma, Ramalho e Corrêa (2003, p. 7)

concluem que “[...] na prática, só podem ser utilizados blocos com resistência característica de

no mínimo 4,5 MPa.”. Já para os blocos cerâmicos estruturais, a NBR 15270-1 (ABNT, 2017)

estabelece que a resistência característica à compressão deve ser no mínimo de 4 MPa.

Em se tratando das dimensões dos blocos, os blocos com comprimentos múltiplos de

15 cm e 20 cm são encontrados mais facilmente do Brasil, sendo eles respectivamente das

famílias 29 e 39 cm (RAMALHO; CORRÊA, 2003).

Conforme Manzione (2004), os blocos de concreto podem ser divididos em dois

grupos devido às suas dimensões, sendo assim, têm-se os blocos modulares, que são



21

caracterizados por terem o comprimento igual a duas vezes a sua largura mais a junta, e os

blocos não modulares, que não seguem esse critério. Ainda segundo o autor, a utilização de

blocos modulares apresenta uma série de vantagens, sendo uma delas o uso da coordenação

modular, técnica que dispensa o uso de blocos com medidas específicas, reduzindo o número

de tipos de elementos na obra e facilitando o trabalho. Desta forma, Ramalho e Corrêa (2003,

p. 13) explicam que “Uma unidade será sempre definida por três dimensões principais:

comprimento, largura e altura.”.

2.2.2.2 Argamassa de assentamento

De acordo com Ramalho e Corrêa (2003), a finalidade da argamassa de assentamento

é ligar os blocos, transmitir e equalizar as tensões entre eles, absorver pequenas deformações

e evitar a entrada de água e vento na estrutura.

Segundo Parsekian e Soares (2011), areia, cimento, cal e água compõem a argamassa,

que, em seu estado plástico, deve aderir às superfícies verticais e suportar o peso dos blocos

superiores assentados no mesmo dia, além de ter a capacidade de reter água. Neste contexto,

Ramalho e Corrêa (2003, p. 8), salientam que “[...] a argamassa deve reunir boas

características de trabalhabilidade, resistência, plasticidade e durabilidade para o desempenho

de suas funções.”.

Conforme Parsekian e Soares (2011), as argamassas possuem dois estados distintos:

plástico e endurecido, onde as principais características no estado plástico são

trabalhabilidade e capacidade de retenção de água, enquanto as principais características no

estado endurecido são adesão, resiliência, resistência à compressão e resistência à retração. Os

autores também explicam que a resistência da argamassa à compressão não pode ser maior

que a resistência do bloco, pois o uso de uma argamassa muito rígida faz com que ela não

consiga absorver deformações, por outro lado, usar uma argamassa muito fraca, resulta em má

adesão entre os blocos e pouca resistência à compressão, diminuindo a eficiência da alvenaria.

Desta forma, Ramalho e Corrêa (2003, p. 8), ressaltam que “[...] a resistência à compressão da

argamassa não é tão significativa para a resistência à compressão das paredes [...]”, pois, de

acordo os mesmos autores “Mais importante que essa característica de resistência é a



22

plasticidade, que realmente permite que as tensões sejam transferidas de modo uniforme de

uma unidade à outra.”.

Segundo Kalil (2007), as principais funções da argamassa de assentamento são:

a) unir as unidades para que as tensões sejam transferidas de forma uniforme entre

elas;

b) distribuir igualmente as cargas atuantes na parede;

c) absorção de pequenas deformações a que a alvenaria está sujeita;

d) compensar irregularidades dimensionais em unidades de alvenaria;

e) fechar as juntas da edificação para evitar que a água e o vento entrem.

Por fim, segundo Ramalho e Corrêa (2003), a espessura da junta horizontal de

argamassa tem grande impacto na resistência final da alvenaria, pois não deve ser muito

grossa, visto que a resistência da parede diminui conforme a espessura da junta de argamassa

aumenta, mas também não pode ser muito fina, pois os blocos viriam a se encostar,

provocando um acúmulo de tensões que comprometem a resistência da parede.

2.2.2.3 Graute

Conforme Manzione (2004), o graute pode ser definido com um concreto de alta

plasticidade, que através do aumento da seção transversal do bloco aumenta a resistência da

parede à compressão. De acordo com Ramalho e Corrêa (2003), outra função do graute é

gerar a solidarização do bloco com eventuais armaduras posicionadas em seus vazios, pois

além de aumentar a capacidade à compressão da alvenaria, permite que as armaduras

posicionadas combatam tensões de tração que a alvenaria não seria capaz de suportar sozinha.

Segundo Kalil (2007, p. 21), em relação aos materiais que compõem o graute se

comparados aos utilizados no concreto convencional, têm-se que “[...] as diferenças estão no

tamanho do agregado (mais fino, 100% passando na peneira 12,5 mm) e na relação

água/cimento.”.

Ramalho e Corrêa (2003) explicam que o bloco, graute e ocasionalmente armadura

combinadas funcionam de forma monolítica, semelhante ao que acontece com o concreto

armado, para isso, o graute deve circundar completamente as armaduras e juntá-las, assim

como o bloco, formando um conjunto único. Ainda segundo os autores, a resistência



23

característica do graute deve ser maior ou igual ao dobro da resistência característica do

bloco.

2.2.2.4 Armaduras

Conforme Ramalho e Corrêa (2003), as armaduras usadas na construção da alvenaria

possuem as mesmas barras de aço usadas nas estruturas de concreto armado, porém, neste

caso devem ser revestidas em graute para garantir que o restante dos componentes da

alvenaria trabalhem em conjunto.

Segundo Manzione (2004), as barras de aço devem ser usadas em conjunto com o

graute, e sua função é combater os esforços de tração. De acordo com o referido autor, outra

forma de utilizar as armaduras é como elemento de amarração entre paredes, conhecido como

grampo.

2.2.3 Lajes

Segundo Kalil (2007), as lajes neste método construtivo desempenham um papel

significativo na estrutura da edificação, uma vez que as cargas são uniformizadas e

transferidas para as paredes da construção.

De acordo com Parsekian e Soares (2011, p. 127), os tipos de lajes que podem ser

utilizados na alvenaria estrutural são “[...] lajes com vigotas pré-moldadas, pré-laje em painéis

pré-moldados, painéis maciços pré-moldados, lajes maciças pré-moldadas no local.”. Os

autores ressaltam que, o tipo de laje escolhido é determinado pelo número de andares, número

de repetições da laje, tamanho da obra, disponibilidade de equipamentos, prazo de execução,

entre outros fatores.

Kalil (2007, p. 38) salienta que “[...] o ideal seria a execução de lajes maciças, pois

garantem uma melhor transmissão e uniformização de cargas, podendo ser moldadas in loco

ou pré-fabricadas, podendo ser armadas em uma ou duas direções.”. Neste contexto, a autora

explica que as pré-fabricadas são mais usuais em edificações de grande porte, enquanto as

moldadas in loco em edificações de pequeno e médio porte.



24

2.2.4 Modulação

De acordo com Ramalho e Corrêa (2003), para que uma edificação em alvenaria

estrutural seja econômica e racional é essencial realizar o procedimento de modulação dos

blocos. Kalil (2007) explica que existem dois tipos de modulação, horizontal e vertical, em

que o módulo horizontal, também conhecido como módulo de planta, é definido pelo

comprimento e largura do bloco, enquanto a altura do bloco define o módulo vertical, que é

utilizado em elevações.

Conforme Parsekian e Soares (2011), em um projeto de alvenaria não deve-se cogitar

quebrar os blocos, desta forma, é necessário que as dimensões arquitetônicas coincidam com

o modelo de bloco modular, ou seja, que possuam medidas múltiplas da dimensão padrão,

isso permitirá o alinhamento perfeito dos blocos da planta. Segundo Kalil (2007), a

modulação arquitetônica é acertar as suas dimensões em planta, bem como o pé-direito da

edificação através das dimensões dos blocos, com o objetivo de reduzir os cortes e ajustes na

execução das paredes ao máximo.

Parsekian e Soares (2011) explicam que é necessário que o projeto estrutural da

alvenaria tenha os detalhes das fiadas par e ímpar, bem como as paginações das paredes, que

são plantas com a indicação dos blocos a serem usados   em cada fiada, dos lugares onde

existem aberturas de portas, janelas, pontos elétricos e hidrossanitários e armaduras, além de

pontos de grauteamentos para execução de vergas e contra vergas e possíveis reforços

estruturais, conforme apresentado na Figura 2.



25

Figura 2 - Paginação em paredes

Fonte: Kalil (2007, p. 44).

Ainda segundo Parsekian e Soares (2011), para garantir a amarração total dos blocos

é necessário que a amarração entre eles seja direta, de modo que o intertravamento entre

blocos siga uma sequência padronizada. Os autores salientam que ao lançar as fiadas, é



26

importante ser cauteloso e evitar as juntas a prumo, que são áreas onde não há blocos que se

cruzam, podendo causar fissuras verticais na parede acabada. Através da Figura 3, as

amarrações de canto e encontro de paredes podem ser vistas, e nota-se que as juntas verticais

de argamassa não têm qualquer continuidade, ou seja, não possuem juntas a prumo.

Figura 3 - Travamento em paredes

Fonte: Parsekian e Soares (2011, p. 102).

De acordo com Kalil (2007), o objetivo da modulação vertical é definir distâncias

verticais como a altura da porta, a altura da janela, a altura do pé direito, entre outras. A

autora indica que a modulação vertical pode ser feita de duas formas, sendo que a primeira é

quando a distância modular é aplicada de piso a teto, e a segunda é quando a distância

modular é aplicada de piso a piso. Manzione (2004) ressalta que ao trabalhar com essas

modulações, é fundamental prestar muita atenção nas paredes internas e externas para

solucionar as ligações da parede com as lajes.

2.2.5 Execução da alvenaria

Conforme Parsekian e Soares (2011), para que o resultado final da obra seja

satisfatório, é necessário trabalhar com materiais dentro das tolerâncias impostas pelas

normas, o que facilita tanto a execução da alvenaria, quanto a produtividade do assentamento.

Segundo Sabbatini (2003), a estrutura da edificação deve proporcionar segurança e

confiabilidade, para isso, a execução do sistema construtivo em alvenaria estrutural deve

obedecer as técnicas e métodos construtivos específicos. Neste contexto, Manzione (2004, p.



27

96) explica que “A execução da alvenaria estrutural está dividida em duas etapas: marcação e

elevação.”.

De acordo com Parsekian e Soares (2011), a qualidade de uma alvenaria é em grande

parte determinada pelas condições em que é realizada, portanto, as ferramentas sugeridas

visam garantir a obtenção das tolerâncias desejadas de prumo, nível, alinhamento e

planicidade, com custo benefício e praticidade.

2.2.5.1 Marcação da alvenaria

Sabbatini (2003) explica que a marcação da alvenaria deve ser feita de acordo com um

projeto que especifique a localização exata de todos os blocos da primeira fiada, e que a

marcação só pode ser feita em bases de concreto niveladas e resistentes. Parsekian e Soares

(2011), ressaltam que a precisão geométrica do conjunto é definida pela marcação da

alvenaria.

Conforme Manzione (2004), os principais passos na etapa de marcação da alvenaria,

em sequência, são: esquadro e nível, locação dos eixos, assentamento dos blocos estratégicos,

umedecimento da superfície, espalhamento de argamassa, assentamento dos blocos da

primeira fiada e assentamento dos escantilhões. O referido autor destaca que é necessário

realizar uma série de verificações que são essenciais nesta etapa, como a locação e checagem

dos vãos para as portas, a conferência dos pontos a serem grauteados, o assentamento de

blocos com aberturas para escoamento do graute, a disposição dos conduítes elétricos e a

inspeção geral das cotas.

2.2.5.2 Elevação da alvenaria

Conforme Parsekian e Soares (2011), o serviço de elevação da alvenaria inicia-se após

a execução da segunda fiada. Ainda segundo os autores, o desempenho da parede vai

depender do cumprimento das tolerâncias de prumo e de nível e da execução correta das

juntas de argamassa.

De acordo com a NBR 15812-3 (ABNT, 2010), a largura das juntas de argamassa

devem ter 10 mm, com tolerância de 3 mm para mais ou para menos nas juntas verticais, e de

5 a 20 mm de espessura como tolerância para as juntas horizontais.



28

Segundo Sabbatini (2003), para garantir a correta elevação da parede, é necessário

cumprir algumas exigências práticas, dentre elas, têm-se que o assentamento deve ser

realizado com suas amarrações de acordo com o projeto, restritas aos detalhes construtivos e

características dos vãos, e não deve ser executado com tempo chuvoso, caso contrário, podem

surgir manifestações patológicas na alvenaria.

2.2.6 Vantagens e desvantagens

Conforme Ramalho e Corrêa (2003), as vantagens de utilizar o sistema construtivo em

alvenaria estrutural são as seguintes:

a) economia de fôrmas: normalmente, as fôrmas limitam-se à execução de lajes, que

são baratas e reutilizáveis;

b) redução significativa nos revestimentos: a qualidade dos blocos empregados é

maior, diminuindo tanto o custo do revestimento quanto o custo na regularização da

superfície da parede;

c) redução nos desperdícios: depois de executadas, as paredes não aceitam aberturas

para a inserção de instalações hidráulicas e elétricas, o que gera economia de

materiais e mão de obra;

d) redução de especialidades: armadores e carpinteiros profissionais não são mais

necessários;

e) agilidade de execução: quando são utilizadas lajes pré-moldadas, o tempo de cura

da peça é reduzido, resultando em maior produtividade.

Ainda, segundo Ramalho e Corrêa (2003), as desvantagens de utilizar o sistema

construtivo em alvenaria estrutural são as seguintes:

a) adaptação da Arquitetura para o novo uso: não é possível realizar mudanças

arquitetônicas, pois as paredes são a estrutura do edifício. E como todo edifício está

sujeito a alterações para acomodar os seus utilizadores ao longo do tempo, este

problema torna-se grave e importante, causando uma perda de vendas;

b) interferência entre arquitetônico, estrutural e instalações: como as instalações são

diretamente dependentes das posições dos vazados modulação, os projetos devem

ser altamente compatíveis. Já as dimensões do projeto arquitetônico são



29

determinadas pelas dimensões do projeto de modulação estrutural, que é

determinado pelas dimensões da unidade modular (bloco estrutural);

c) necessidade de mão de obra bem qualificada: o sistema construtivo exige um

método de construção adequado, bem como um treinamento antecipado da mão de

obra, para garantir que o edifício não apresente falhas que possam comprometer a

segurança.

2.2.7 Requisitos para as edificações em alvenaria estrutural

Para garantir o atendimento à NBR 15575 (ABNT, 2013), que rege os critérios de

desempenho da edificação, é fundamental que o projeto e a execução sejam baseados em

normas técnicas. De acordo com Kalil (2007), para se ter um bom projeto, a alvenaria

estrutural deve ser vista como um processo construtivo racionalizado, planejado, projetado,

calculado e construído de acordo com as normas pertinentes, com o objetivo de alcançar a

funcionalidade, mantendo a segurança e a economia.

Nesse contexto, Mitidieri Filho (2020) explica que as normas técnicas que serviam de

base para a construção de alvenarias estruturais no Brasil foram revogadas, sendo substituídas

pela NBR 16868 (ABNT, 2020), que é dividida em três partes. Ainda segundo o autor, como

resultado, essa norma passa a ser a única referência para alvenaria estrutural de tijolos e

blocos cerâmicos, bem como blocos de concreto, não só para o projetista estrutural, mas

também para a fase de execução. Como exposto anteriormente, além das três partes da NBR

16868 (ABNT, 2020), deve ser complementado com as normas que são citadas em seus

conteúdos, pois juntas regem a normatização de acordo com a estrutura analisada pela

presente pesquisa, sendo elas:

a) NBR 6118 (ABNT, 2014), Projeto de estruturas de concreto – Procedimento;

b) NBR 6120 (ABNT, 2019), Cargas para o cálculo de estruturas de edificações;

c) NBR 6136 (ABNT, 2016), Blocos vazados de concreto simples para alvenaria –

Requisitos;

d) NBR 7480 (ABNT, 2007), Aço destinado a armaduras para estruturas de concreto

armado – Especificação;

e) NBR 8681 (ABNT, 2003), Ações e segurança nas estruturas – Procedimento;



30

f) NBR 13281 (ABNT, 2005), Argamassa para assentamento e revestimento de

paredes e tetos – Requisitos;

g) NBR 13279 (ABNT, 2005), Argamassa para assentamento e revestimento de

paredes e tetos – Determinação da resistência à tração na flexão e à compressão;

h) NBR 15270-1 (ABNT, 2017), Componentes cerâmicos – Blocos e tijolos para

alvenaria – Parte 1: Requisitos;

i) NBR 16868-1 (ABNT, 2020), Alvenaria estrutural – Parte 1: Projeto;

j) NBR 16868-2 (ABNT, 2020), Alvenaria estrutural – Parte 2: Execução e controle

de obras;

k) NBR 16868-3 (ABNT, 2020), Alvenaria estrutural – Parte 3: Métodos de ensaio;

Por fim, Mitidieri Filho (2020) salienta que ainda estão previstas mais duas partes da

NBR 16868 (ABNT, 2020), a Parte 4, relativa à “Estrutura em situação de incêndio” e a Parte

5, relativa ao “Projeto para ações sísmicas”.

2.3 Light Steel Framing

De acordo com Santiago, Freitas e Crasto (2012), embora o sistema construtivo em

LSF seja considerado uma tecnologia nova, sua origem é do início do século XIX. Os autores

explicam que o surgimento deste processo ocorreu devido ao rápido desenvolvimento da

indústria do aço nos Estados Unidos, quando o protótipo de uma residência em LSF foi

apresentado na Feira Mundial de Chicago em 1933, com o intuito de ser uma opção capaz de

substituir as estruturas de madeira, denominadas Wood Frame, que eram tradicionalmente

construídas no país naquele momento.

Após a Segunda Guerra Mundial, o LSF ganhou força à medida que os processos de

fabricação de perfis de aço melhoraram e se tornaram mais vantajosos que a madeira em

termos de resistência e eficiência estrutural (SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012). Nesse

contexto, Rodrigues e Caldas (2016) acrescentam que há cerca de 35 anos, o LSF tem sido

amplamente utilizado em projetos de construção no Japão, Estados Unidos, Reino Unido,

Austrália e Canadá.

Conforme Crasto (2005), a utilização do LSF como sistema construtivo no Brasil teve

início no final da década de 1990, quando algumas construtoras brasileiras começaram a

importar kits pré-fabricados de LSF dos Estados Unidos para a construção de residências,



31

que, apesar de não serem projetadas para o clima ou cultura brasileira, apresentaram a

eficiência do sistema como processo industrializado.

Como exposto anteriormente, apesar do LSF ser um sistema construtivo amplamente

utilizado em muitos países onde a construção civil é majoritariamente industrializada, o

mesmo não ocorre no Brasil, que atualmente tem o método construtivo artesanal como mais

utilizado, fazendo com que o sistema em LSF seja pouco conhecido (SANTIAGO; FREITAS;

CRASTO, 2012).

Rodrigues e Caldas (2016) explicam que o sistema LSF possui dois conceitos básicos,

sendo eles, o Frame, que é o esqueleto estrutural da edificação projetado para dar forma e

resistir aos esforços, sendo composto por elementos leves através dos Perfis Formados a Frio

(PFF), e o Framing, que é o processo por qual esses elementos se unem e se vinculam.

Conforme Santiago, Freitas e Crasto (2012), este sistema construtivo apresenta uma

produção racional, tendo como principal característica a utilização dos PFF de aço

galvanizado, que servem para a construção de painéis que desempenham ou não função

estrutural na edificação, como vigas de piso, estruturas treliçadas, painéis autoportantes, e

outros elementos do edifício. Os autores ressaltam que este sistema também é conhecido

como Autoportante de Construção a Seco, pois sua utilização promove uma construção a seco

e de rápida execução, pelo fato de ser um sistema industrializado.

De acordo com sua tradução literal, Light Steel Framing quer dizer “estrutura em aço

leve”. Desta forma, o sistema em LSF pode ser definido como uma técnica pela qual um

esqueleto estrutural em aço é formado por diversos elementos individuais que estão

interligados, fazendo com que trabalhem juntos tanto para dar forma, quanto para suportar os

esforços aplicados sobre a edificação (SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012). A Figura 4,

apresenta de forma esquemática a ligação da estrutura, que é composta principalmente de

paredes, pisos e cobertura, e dos demais subsistemas que compõem uma obra em LSF.



32

Figura 4 - Representação esquemática de uma edificação em Light Steel Framing

Fonte: Santiago, Freitas e Crasto (2012, p. 14).

Segundo Mattos (2017), o sistema LSF não engloba apenas a estrutura do edifício,

mas também a variedade de sistemas que integram a sua construção, incluindo hidráulicos,

sanitários, elétricos, e outros sistemas, como a automação, que fazem parte dos subsistemas;

por outro lado, inclui-se fundação, fechamento interno e externo e isolamento térmico e

acústico como parte dos sistemas principais relativos à estrutura do LSF. O referido autor

ressalta que a qualidade de uma edificação construída por este processo, requer não apenas

materiais de alta qualidade, mas também uma adequada concepção e execução do projeto.

2.3.1 Fundações do sistema

Conforme Consul Steel (2002), as estruturas em LSF normalmente utilizam fundações

do tipo sapata corrida ou radier, pois possuem um peso menor que as estruturas

convencionais e suas cargas são distribuídas pelos painéis, não sendo necessário uma base tão

robusta, porém, elas devem ser contínuas sob os painéis autoportantes.



33

De acordo com Crasto (2005), a fundação em sapata corrida é a mais recomendada

para estruturas de LSF com paredes autoportantes, onde a carga é distribuída de forma

contínua e linear pela parede. A referida autora explica que esse tipo de fundação é composto

por vigas, que podem ser de concreto armado, alvenaria ou blocos de concreto, e que ficam

localizadas abaixo dos painéis que compõem a estrutura da edificação.

Por outro lado, a fundação em radier é a mais utilizada em estruturas de LSF, pois é

um tipo de fundação que pode ser utilizada em uma maior diversidade de solos (CONSUL

STEEL, 2002). Em relação ao radier, Consul Steel (2002) exemplifica que o seu

comportamento é similar a uma laje, mas ao invés de transmitir as cargas para as vigas, o

radier as transmite diretamente para o solo, isto ocorre devido à sua composição, que inclui

um contorno feito de vigas que abrange toda a área de projeção da construção, com

preenchimento de concreto armado na área interna formada pelas vigas.

2.3.2 Componentes da estrutura

Segundo Rodrigues e Caldas (2016), as paredes estruturais do sistema autoportante

são substituídas por perfis metálicos verticais atuando como elementos estruturais, enquanto

pisos e lajes dão lugar a perfis metálicos horizontais. Os referidos autores explicam que, em

geral, os perfis que compõem o subsistema vertical são denominados de montantes, enquanto

o subsistema horizontal é composto por perfis denominados guias.

2.3.2.1 Painéis

As paredes utilizadas em uma edificação pelo método LSF são formadas por painéis

estruturais ou autoportantes, que são constituídas por diversos perfis de aço galvanizado

formados a frio (PFF), denominados de montantes e guias, o que resulta em uma estrutura

monolítica, leve e resistente (PENNA, 2009).

Em relação ao processo de fabricação dos perfis formados a frio (PFF) para o sistema

LSF, Rodrigues e Caldas (2016, p. 42) explicam que eles “[...] são obtidos por dobramento,

em prensa dobradeira, de tiras cortadas de chapas ou bobinas, ou por conformação contínua

em conjunto de matrizes rotativas, a partir de bobinas laminadas a frio ou a quente [...]”. Os

referidos autores destacam que os PFF possuem uma ampla gama de formatos de seção



34

transversal, sendo algumas delas em U, U enrijecido, Z, Z enrijecido, cartola, tubular, caixa

entre outros formatos, conforme ilustrado na Figura 5.

Figura 5 - Tipos de seção transversal para PFF

Fonte: Rodrigues e Caldas, (2016, p. 42).

De acordo com Rodrigues e Caldas (2016), os montantes possuem seção transversal

do tipo “U” enrijecido (Ue) com espaçamento de 400 mm ou 600 mm entre os perfis e são

responsáveis   por receberem as cargas verticais da edificação e transmiti-las à fundação,

enquanto as guias possuem seção transversal do tipo “U” simples (U), e além de suportarem

cargas, são as principais responsáveis por assegurar o correto alinhamento e a fixação da

estrutura vertical com os pavimentos superiores e inferiores, pois ficam na base e no topo dos

painéis. A Figura 6 ilustra a composição de um painel típico de LSF com montantes e guias.



35

Figura 6 - Painel estrutural de Light Steel Framing

Fonte: Rodrigues e Caldas, (2016, p. 29).

Conforme Santiago, Freitas e Crasto (2012), às medidas de espaçamento entre os

montantes dependem do cálculo estrutural da edificação, porém, elas são padronizadas como

citado anteriormente, dessa forma, os custos de fechamento são reduzidos, devido ao menor

desperdício de material, já que as placas utilizadas para o mesmo são moduladas de acordo

com as medidas de distância entre os perfis. Nesse contexto, Consul Steel (2002) destaca que

em casos que sejam aplicadas cargas de grande magnitude sobre o painel, os montantes

podem ser instalados com espaçamento de 200 mm.

Em casos que existam aberturas como portas ou janelas previstas no painel estrutural,

são utilizadas guias de abertura, verga de perfil U e vergas constituídas por perfis caixa ou

perfis Ie, compostos por dois perfis Ue ligados pela alma (CONSUL STEEL, 2002). A Figura

7 ilustra a composição de um painel estrutural de LSF com abertura.



36

Figura 7 - Painel estrutural de Light Steel Framing com abertura

Fonte: Rodrigues e Caldas, (2016, p. 15).

Os painéis no sistema construtivo LSF também podem ser utilizados tendo como

função apenas o fechamento sem desempenhar quaisquer funções estruturais (CONSUL

STEEL, 2002).

Segundo Consul Steel (2002), os painéis que compõem a estrutura da edificação em

LSF são suscetíveis às cargas horizontais do vento, devendo também suportar as cargas

impostas por outros painéis, pisos e cobertura, de modo a transmitir essas cargas que lhe

foram aplicadas até a fundação da edificação. Neste contexto, Santiago, Freitas e Crasto

(2012) acrescentam que os painéis elaborados somente de montantes não possuem a

capacidade de resistir às cargas horizontais, e essas cargas podem gerar instabilidade ou até

levar ao colapso da estrutura, sendo assim, é necessário realizar o dimensionamento dos

contraventamentos nos painéis, de modo que a estrutura suporte esses esforços. Os referidos

autores, ainda, explicam que os contraventamentos são feitos com fitas de aço galvanizado,

que podem ser em forma de V, X ou K, conforme apresentado na Figura 8.



37

Figura 8 - Contraventamento com fita de aço galvanizado em formato de X

Fonte: Rodrigues e Caldas, (2016, p. 23).

2.3.2.2 Lajes

Mattos (2017) explica que a estrutura que forma o entrepiso é semelhante aos painéis

que compõem as paredes, sendo constituído por perfis de aço galvanizados formados a frio de

seção Ue, que recebem o nome de vigas de piso e são instalados separadamente com uma

distância entre eles de 400 e 600 mm, de forma que essa distância siga a mesma modulação

utilizada nos painéis das paredes.

De acordo com Rodrigues e Caldas (2016, p. 21), os painéis de entrepiso “[...] são

compostos pelas guias de entrepiso em perfis U, vigas de piso em perfis Ue, perfis

enrijecedores de alma nos apoios das vigas [...]”, conforme ilustrado na Figura 9.



38

Figura 9 - Painel de entrepiso em Light Steel Framing

Fonte: Rodrigues e Caldas, (2016, p. 16).

As lajes devem ser escolhidas de acordo com o tipo de contrapiso que será utilizado

para a edificação, pois as lajes do tipo úmida, consistem na aplicação de chapas metálicas

onduladas que são parafusadas nas vigas do entrepiso e preenchidas com concreto, e as lajes

do tipo seca consistem em placas de OSB (Oriented Strand Board) ou placas cimentícias que

também são parafusadas nas vigas do entrepiso, como resultado, têm-se a base sobre a qual o

acabamento do piso deve ser assentado (SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012).

2.3.2.3 Coberturas

De acordo com Santiago, Freitas e Crasto (2012), a estrutura do telhado é semelhante

a das estruturas convencionais, com a ressalva de que as peças de madeira são substituídas por

perfis galvanizados, que além de fácil trabalhabilidade, permitem o uso de diversos tipos de

telhas, como por exemplo, cerâmicas, cimento, concreto, shingle ou mesmo metálicas,



39

garantindo assim a qualidade e dando aos arquitetos uma grande liberdade na criação do

projeto.

A escolha de um telhado é influenciada por uma variedade de fatores, como, tamanho

do vão a cobrir, carregamentos, considerações estéticas e econômicas, entre outras, no

entanto, os métodos com estruturas de caibros e tesouras para coberturas inclinadas são os

mais utilizados em edificações residenciais de LSF (CRASTO, 2005). A referida autora

ressalta que, para viabilizar o princípio de estrutura alinhada, a alma dos perfis que compõem

as tesouras ou caibros devem estar alinhadas com a alma dos montantes dos painéis

estruturais, dessa forma, a estrutura deve cumprir sua função projetada sem imprevistos

durante a sua vida útil. As Figuras 10 e 11 ilustram os elementos que compõem os telhados

inclinados estruturados com caibros e com tesouras, respectivamente.

Figura 10 - Elementos da armação com caibros

Fonte: Crasto, (2005, p. 99).



40

Figura 11 - Elementos da armação com tesouras

Fonte: Crasto, (2005, p. 109).

Conforme Elhajj, Bielat (apud CRASTO, 2005, p. 101), as ligações dos elementos de

uma armação com caibros, ocorrem de forma que “A fixação dos caibros e vigas nos painéis é

obtida pelos enrijecedores de alma trabalhando em conjunto com cantoneiras devidamente

aparafusadas às guias superiores dos painéis [...]”. Crasto (2005) acrescenta que as vigas de

teto que passam pelo vão ligando as extremidades opostas dos caibros não são obrigatórias

nesse método, exceto nos momentos em que é inevitável o seu uso para evitar que os painéis

de apoio cedam devido ao peso do telhado.

Santiago, Freitas e Crasto (2012) explicam que o tipo de ligações dos elementos que

compõem as tesouras mais utilizadas são por meio de chapa de Gusset (a), que consiste em

conectar os perfis por meio de chapas parafusadas nos nós da tesoura, e a técnica de camada

sobre camada (b), que parafusa as almas dos perfis que formam os pendurais e diagonais nos

banzos superiores e inferiores, conforme ilustrados na Figura 12.



41

Figura 12 - Ligações dos elementos da armação com tesouras

Fonte: Crasto, (2005, p. 112).

2.3.3 Ancoragem dos painéis

Segundo Scharff (1996), a ancoragem dos painéis na fundação é extremamente

importante, pois evita que a edificação se desloque devido à pressão do vento, caso a

ancoragem não seja efetiva, a estrutura será vulnerável a movimentos de translação ou de

tombamento com rotação. O referido autor explica sobre as diferenças das ações do vento na

edificação, pois o movimento de translação ocorre quando a edificação se move lateralmente

devido às forças do vento, mas o movimento de tombamento ocorre quando a edificação é

elevada ou arrancada devido à rotação, que tem como causa a assimetria na direção do vento

que a atinge. As Figuras 13 e 14 ilustram como devem ser as ancoragens dos painéis

estruturais nos tipos de fundações mais utilizados nas edificações em LSF.



42

Figura 13 - Detalhe esquemático de ancoragem em uma fundação tipo sapata corrida

Fonte: Adaptado de Consul Steel, (2002, p. 54).



43

Figura 14 - Detalhe esquemático de ancoragem em uma fundação tipo radier

Fonte: Adaptado de Consul Steel, (2002, p. 49).

De acordo com Consul Steel (2002), o tipo de fundação utilizado na edificação, as

cargas aplicadas, os eventos sísmicos e os fatores climáticos, influenciam no método de

ancoragem que deve ser escolhido. Em relação aos tipos de ancoragens, o referido autor

destaca que as ancoragens químicas com barras roscadas, ancoragens com fitas metálicas e as

ancoragens com barras roscadas tipo “J” são frequentemente utilizadas, mas cabe ao

engenheiro responsável escolher e realizar o dimensionamento.

2.3.3.1 Ancoragem química com barra roscada

Conforme Crasto (2005), a ancoragem química com barra roscada é totalmente

executada após a concretagem da fundação, diferentemente dos outros dois métodos citados.

De acordo com a autora, este método consiste em fixar a estrutura com uma barra roscada

com arruela e porca, que é instalada no concreto por meio de um furo preenchido com uma

resina química à base de epóxi, de forma que, após o preparo do furo na base de concreto, é

inserido um conector de aço em cima da guia do painel, sendo conectados através da barra



44

roscada, enquanto a lateral do conector é parafusada no montante geralmente duplo, como

ilustrado na Figura 15.

Figura 15 - Esquema de ancoragem química com barra roscada

Fonte: Crasto, (2005, p. 35).

2.3.3.2 Ancoragem com fita metálica

Consul Steel (2002) explica que as ancoragens com fitas metálicas são compostas por

peças de aço, que ficam com uma extremidade engastada na fundação, colocada antes da

concretagem, enquanto a outra extremidade é parafusada nos montantes da estrutura, não

sendo recomendado utilizar os montantes curtos localizados embaixo de vãos de janelas. A

Figura 16 ilustra o detalhamento na aplicação deste tipo de ancoragem.



45

Figura 16 - Esquema de ancoragem com fita metálica

Fonte: Crasto, (2005, p. 37).

Segundo Crasto (2005), a extremidade da fita metálica que é colocada antes da

concretagem, não pode ser movida após a cura do concreto, devendo estar posicionada com

precisão para que a ligação com o montante seja perfeita e funcione adequadamente, caso

contrário, se ela não puder ser fixada no montante devido ao posicionamento inadequado,

recomenda-se que a mesma seja substituída por uma ancoragem com barra roscada.

2.3.3.3 Ancoragem com barra roscada tipo “J”

Conforme Crasto (2005), a ancoragem com barra roscada tipo “J” não é muito

recomendada, devido à dificuldade de locação da barra roscada, pois o método consiste em

uma barra roscada e curvada que é engastada na fundação antes de sua concretagem, de modo

que, a parte curva fique posicionada dentro da fundação e a parte reta fique sobressalente para

ser fixada à guia ou ao montante. A autora ressalta que, se a ancoragem for fixada na guia, é

necessário aplicar um reforço metálico de perfil Ue, com pelo menos 150 mm de

comprimento, conforme Figura 17, mas caso seja fixada no montante, deve ser aplicado uma

peça de aço, denominada conector, que é conectado à barra roscada e à guia e parafusado no

montante geralmente duplo, de acordo com a Figura 18.



46

Figura 17 - Esquema de ancoragem fixada na guia com barra roscada tipo “J”

Fonte: Crasto, (2005, p. 38).

Figura 18 - Esquema de ancoragem fixada no montante com barra roscada tipo “J”

Fonte: Crasto, (2005, p. 39).

2.3.3.4 Ancoragem provisória



47

De acordo com Santiago, Freitas e Crasto (2012), durante a instalação da estrutura no

pavimento térreo, os painéis precisam ser fixados para garantir o correto posicionamento e

prumo enquanto são montados e conectados uns aos outros, além de serem suficientemente

firmes para a ancoragem definitiva, para isso, é utilizado um método de finca pinos acionados

à pólvora, que fixa a guia dos painéis na fundação de forma provisória.

2.3.4 Fechamento dos painéis

Crasto (2005) explica que o sistema de fechamento vertical no sistema LSF é

composto pelas paredes externas e internas de uma edificação, e que os componentes de

fechamento devem ser compostos por elementos leves e compatíveis com o projeto da

estrutura para suportar vedações de baixo peso. A autora acrescenta que os componentes de

fechamento devem ser posicionados na parte externa da estrutura como uma espécie de

"pele", pois junto dos perfis galvanizados, formam as vedações internas e externas.

Para Santiago, Freitas e Crasto (2012), a ideia principal do processo construtivo em

LSF é utilizar fechamentos racionalizados, visando o maior grau de industrialização possível

na construção, garantindo assim o melhor aproveitamento das placas e chapas de fechamento.

Nesse contexto, os autores explicam que a melhor otimização dos fechamentos, é devido a

grande maioria das placas encontradas no mercado terem largura fixa de 1,20 m, sendo

modulares para os vãos dos montantes, que possuem largura de 400 mm ou 600 mm.

Os materiais utilizados nos fechamentos dos painéis devem atender a critérios e

requisitos tanto para os usuários, quanto para a própria edificação. Desse modo, a Norma ISO

6241 (1984) define o desempenho necessário para estes materiais, além de estabelecer os

requisitos de segurança contra incêndios, conforto termoacústico, estanqueidade, conforto

visual, segurança estrutural, adaptabilidade ao uso, durabilidade, economia e higiene.

De acordo com Crasto (2005), os fechamentos desse sistema construtivo mais comuns

no Brasil e que atendam aos requisitos estabelecidos pela norma, são o OSB, gesso

acartonado e a placa cimentícia, fornecidos em placas ou chapas, com várias espessuras. A

referida autora ressalta que o gesso acartonado deve ser utilizado apenas para fechamento

interno, pois é um material que não suporta altos níveis de umidade.



48

2.3.4.1 Placas OSB

Segundo Santiago, Freitas e Crasto (2012), as placas OSB são utilizadas para

fechamento das faces internas e externas dos painéis, e também podem ser aplicadas em

outras partes da obra, como forros, pisos e substrato para cobertura de telhado, no entanto, não

devem ser expostas diretamente à água e a agentes climáticos devido às suas características,

necessitando de um sistema de impermeabilização em áreas externas assim que forem fixadas

nos painéis.

De acordo com Masisa (apud CRASTO, 2005), o OSB, também conhecido como

painel de tiras de madeira orientadas, é formado a partir de madeira de reflorestamento como

o pinus, que são orientadas em três camadas perpendiculares, unidas com resinas e prensadas

em altas temperaturas, que causam o aumento da resistência mecânica e rigidez do material.

As placas OSB são encontradas no mercado nas dimensões de 1,22m x 2,44m, com

espessuras que variam de 9, 12, 15 e 18 mm, sendo que as espessuras das placas são

determinadas por fatores como o tipo de acabamento, o espaço entre os montantes e a função

estrutural, como propostas no projeto da edificação (CRASTO, 2005).

Por possuir dimensões reduzidas e serem muito leves, Crasto (2005, p. 126), explica

que a fixação e montagem das placas ocorre “por meio de parafusos auto-brocantes e auto

atarraxantes específicos aos perfis galvanizados podendo ser transportadas manualmente sem

a necessidade de equipamentos.".

2.3.4.2 Placas cimentícias

As placas cimentícias podem ser usadas como fechamento interno e externo,

especialmente em áreas molhadas, pois apresentam como atributos uma resistência mais alta à

umidade, além de boa resistência a impactos e serem incombustíveis (SANTIAGO;

FREITAS;  CRASTO, 2012).

Segundo Crasto (2005), toda chapa delgada que tenha cimento na sua composição é

chamada de cimentícia, sendo compostas por uma mistura de cimento Portland, fibras de

celulose ou sintéticas e agregados, e são divididas em dois grupos, os com fibras dispersas na

matriz, e os com malha de fibra de vidro em ambas as superfícies.



49

As placas cimentícias utilizadas nos sistemas de fechamento LSF são vendidas em

comprimentos que variam de 2,00, 2,40 e 3,00m, com largura de 1,20m e espessuras que

variam de acordo com sua função e aplicação, sendo de 6, 8 e 10mm (CRASTO, 2005).

Conforme Santiago, Freitas e Crasto (2012), deve ser aplicada uma camada de selador

de base acrílica nas faces das placas cimentícias viradas para o exterior da edificação, e nos

ambientes úmidos, deve ser implementado um sistema de impermeabilização nas juntas

formadas entre o piso e as paredes, a fim de evitar que a água infiltre no painel.

Em relação à fixação das placas, Crasto (2005) explica que elas podem ser fixadas

tanto na horizontal quanto na vertical, no entanto, devido aos critérios de modulação, é

recomendado que as placas sejam instaladas verticalmente para obter os melhores resultados.

Nesse assunto, a referida autora acrescenta que as placas são parafusadas nos montantes dos

painéis, com a utilização de parafusos galvanizados tipo auto atarraxantes, com espaçamento

de 25 a 30 cm entre os parafusos e no mínimo a 1 cm da borda da placa.

2.3.4.3 Placas de gesso acartonado

De acordo com Santiago, Freitas e Crasto (2012), as placas de gesso acartonado

empregadas nas edificações com estrutura em LSF ficam limitadas às áreas internas da

edificação, pois não possuem função estrutural, dessa forma, servem exclusivamente para a

compartimentação e separação de espaços internos.

As placas de gesso acartonado tem um peso extremamente baixo, que varia de 6,5 a 14

kg/m², devido ao seu processo de fabricação ser industrializado e a sua composição, pois é

formada por uma mistura de gesso, água e aditivos, sendo que ambas as faces das placas

devem ser revestidas com lâminas de cartão, que conferem resistência à tração e flexão ao

gesso (CRASTO, 2005).

Segundo Crasto (2005), as placas de gesso acartonado devem seguir as tolerâncias e

dimensões exigidas por normas, sendo geralmente vendidas com largura fixa de 1,20 m e

comprimento, conforme especificação do fabricante, que varia de 1,80 a 3,60 m com

espessuras de 9,5, 12,5 e 15 mm.



50

Em relação à fixação e montagem das placas, Santiago, Freitas e Crasto (2012),

explicam que o método empregado é basicamente o mesmo utilizado na instalação das placas

cimentícias, com exceção dos tipos de parafusos e tratamento das juntas.

2.3.5 Isolamento termoacústico

Santiago, Freitas e Crasto (2012), explicam que o isolamento termoacústico é uma

propriedade que busca controlar a qualidade do conforto dentro de um espaço da edificação,

de forma que as condições externas não influenciam as condições internas, impedindo a

transmissão do som e evitando perdas ou ganhos de calor por meios externos ou internos. Os

referidos autores acrescentam que os fechamentos verticais desempenham um papel crucial no

isolamento termoacústico, pois atuam como barreiras físicas entre o exterior da edificação e

os ambientes internos.

Os princípios de isolamento termoacústico em LSF são baseados em conceitos mais

atuais de isolamento multicamada, que consiste em combinar placas de fechamento afastadas,

preenchidas com material isolante no espaço formado entre elas, nesse aspecto, várias

combinações podem ser feitas para melhorar o desempenho do sistema, como adicionar mais

camadas de placas de fechamento ou aumentar a espessura do material isolante (CRASTO,

2005).

2.3.6 Ligações

Rodrigues (2006) explica que como os elementos estruturais do sistema LSF devem

estar conectados entre si, o dimensionamento adequado do tipo de ligação que deve ser

adotado é fundamental para o bom funcionamento do método, garantindo sua resistência e

estabilidade. Nesse contexto, Crasto (2005, p. 172) ressalta que “Apesar da importância das

ligações, em muitos casos não se dá a necessária atenção ao assunto, o que pode comprometer

o desempenho da estrutura e encarecer os custos da obra.”.

Segundo Crasto (2005), os parafusos auto atarraxantes e auto perfurantes são os tipos

de ligações mais usados nas obras com LSF, pois são produzidos a partir de aço carbono com

tratamento cementado e temperado, sendo recobertos com uma proteção zinco-eletrolítica que

evita a corrosão e mantém as características similares aos perfis galvanizados.



51

Conforme Santiago, Freitas e Crasto (2012), os parafusos auto atarraxantes são

classificados em razão da sua ponta, e são fabricados em dois modelos, ponta agulha e ponta

broca, sendo que o tipo de ponta a ser usada, vai depender da espessura da chapa de aço a ser

perfurada. A Figura 19 ilustra os tipos de pontas dos parafusos auto atarraxantes.

Figura 19 - Pontas dos parafusos auto atarraxantes

Fonte: Adaptado de Santiago, Freitas e Crasto, (2012, p. 97).

De acordo com Crasto (2005), além dos tipos de pontas, os parafusos possuem

especificações em relação a sua cabeça, pois o tipo de material a ser fixado é que define a

cabeça do parafuso que deve ser utilizado, dessa forma, os parafusos com cabeça tipo lentilha,

sextavada e panela são usados para a ligação de perfis metálicos entre si, enquanto os

parafusos com cabeça tipo trombeta servem para a ligação de placas de fechamento nos perfis

metálicos. A Figura 20 ilustra os detalhes de cada tipo de cabeça, respectivamente, os

parafusos com cabeças lentilha, sextavada, panela e trombeta.

Figura 20 - Tipos de cabeças de parafusos

Fonte: Crasto, (2005, p. 174).



52

2.3.7 Vantagens e desvantagens do Light Steel Framing

De acordo com Crasto (2005) e Rego (2012), as principais vantagens de utilizar o

sistema construtivo em LSF são as seguintes:

a) maior durabilidade da estrutura: devido à galvanização das peças fabricadas, a obra

tem maior longevidade;

b) leveza dos elementos estruturais: facilitam a montagem, manuseio e toda a logística

de transporte;

c) alta resistência e controle de qualidade: maior precisão dimensional e alto

desempenho da estrutura, devido à utilização do aço como matéria-prima;

d) facilidade na execução de ligações: em razão dos perfis de aço chegarem

perfurados no canteiro de obras;

e) alta velocidade de construção: como resultado, o tempo necessário para concluir o

trabalho é menor, reduzindo o custo de mão de obra;

f) qualidade dos materiais: devido ao aço ser um material reciclável, e tanto a lã de

rocha, quanto o gesso, serem materiais incombustíveis;

g) elevado desempenho termoacústico: comparado aos métodos tradicionais de

fechamento, alcançado pela combinação de materiais leves;

h) facilidade na obtenção da estrutura: pois os PFF possuem alta produtividade nas

indústrias.

Em relação às desvantagens na utilização deste sistema construtivo, Santiago, Freitas e

Crasto (2012) elencam as principais, que são:

a) dificuldade de encontrar mão de obra especializada;

b) limite de altura das edificações (até 5 pavimentos);

c) resistência cultural da população.

2.3.8 Requisitos para as edificações em Light Steel Framing

O sistema construtivo em LSF não possuía até há pouco tempo uma norma técnica

específica que garantisse seu desempenho, como é o caso da NBR 15575 (ABNT, 2013), que

inclui diretrizes para métodos de projeto e execução. Porém, visando preencher essa lacuna



53

quanto aos projetos de edificações residenciais executadas em LSF, bem como facilitar o

financiamento destas construções por entidades bancárias, foram publicadas recentemente as

NBR 16970-1, 2 e 3 (ABNT, 2022), que juntas estabelecem uma série de requisitos, como por

exemplo, para os componentes e desempenho, requisitos gerais para projeto e

dimensionamento das estruturas de aço com base no método dos estados-limites especificados

na NBR 14762 (ABNT, 2010) e detalhes construtivos para interfaces entre sistemas, como

entre paredes e pisos, externos e internos, entre paredes e esquadrias, entre paredes ou pisos e

instalações.

Devido a demanda de financiamentos de residências em LSF no Brasil, o CBCA com

apoio do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), elaborou o manual "Steel Framing –

Requisitos e Condições Mínimos para Financiamento pela Caixa", sendo reconhecido em todo

o país desde 2003, o que fez com que o sistema construtivo fosse mais acessível para o

público em geral (ANDRADE, 2017).

Dessa forma, a elaboração da presente pesquisa fez uso de normas técnicas, manuais e

recomendações, de modo que a estrutura alternativa em LSF respeite os parâmetros

estabelecidos, conforme apresentados, os materiais de consulta utilizados são:

a) NBR 6355 (ABNT, 2012), Perfis estruturais de aço formados a frio – Padronização;

b) NBR 14715-1 (ABNT, 2010), Chapas de gesso para drywall - Parte 1: Requisitos;

c) NBR 14762, Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis

formados a frio;

d) NBR 15217 (ABNT, 2018), Perfilados de aço para sistemas construtivos em chapas

de gesso para drywall - Requisitos e métodos de ensaio;

e) NBR 15253 (ABNT, 2014), Perfis de aço formados a frio, com revestimento

metálico, para

painéis estruturais reticulados em edificações – Requisitos gerais;

f) NBR 16970-1 (ABNT, 2022), Light Steel Framing - Sistemas construtivos

estruturados em perfis leves de aço formados a frio, com fechamentos em chapas

delgadas – Parte 1: Desempenho;



54

g) NBR 16970-2 (ABNT, 2022), Light Steel Framing - Sistemas construtivos

estruturados em perfis leves de aço formados a frio, com fechamentos em chapas

delgadas – Parte 2: Projeto estrutural;

h) NBR 16970-3 (ABNT, 2022), Light Steel Framing - Sistemas construtivos

estruturados em perfis leves de aço formados a frio, com fechamentos em chapas

delgadas – Parte 3: Interfaces entre sistemas;

i) Manual CBCA “Steel Framing: Arquitetura”;

j) Manual CBCA “Steel Framing: Engenharia”.

2.4 Orçamento na construção civil

Segundo Mattos (2006), o orçamento é determinado através da soma dos custos

diretos e indiretos de um projeto e, após concluído, são adicionados os impostos e o lucro

auferido pela atividade, dessa forma, tem-se o preço de venda da obra. O referido autor

explica que o orçamento não é exato, mas deve ser preciso, sendo necessário além de um

planejamento correto a experiência de um bom profissional, pois as diversas variáveis, como

produtividade da mão de obra, preço dos insumos, impostos, perda e desperdício, custo de

equipamento, despesas gerais e imprevistos, fazem com que o orçamento seja um valor

aproximado.

De acordo com o Instituto de Engenharia (2011), através da Norma Técnica nº

01/2011 para elaboração de orçamento de obras de construção civil, os tipos de orçamento

podem ser por estimativa de custo, orçamento preliminar, orçamento analítico ou detalhado e

orçamento sintético ou orçamento resumido, em que, cada tipo, possui as seguintes

definições:

a) estimativa de custo: é uma avaliação de custos alcançada por um exame preliminar

de dados com base em uma ideia de projeto em relação à área a ser executada,

através das quantidades de materiais e serviços envolvidos, em que os custos

médios destes itens são definidos por meio de pesquisas de mercado ou estimativas

baseadas em preços médios de construção em publicações especializadas;

b) orçamento preliminar: é uma avaliação de custos alcançada por meio de listagem e

estimativa de quantidades de materiais, serviços e equipamentos, com pesquisa dos

custos médios e o BDI, sendo comumente utilizado durante a etapa do anteprojeto;



55

c) orçamento analítico: também denominado de orçamento detalhado, é uma avaliação

do preço, com um adequado nível de precisão, alcançada mediante ao levantamento

de quantidades, materiais, serviços e equipamentos, com a composição de preços

unitários e o BDI, sendo realizada na etapa de projeto;

d) orçamento sintético: também denominado de orçamento resumido, corresponde a

um resumo do orçamento analítico, pois é constituído por etapas ou grupos de

serviços resumidos e lançados em planilhas com os seus respectivos custos e o

custo total da obra, mais o BDI.

Mattos (2006, p. 29) explica que os custos diretos “[..] são aqueles diretamente

associados aos serviços de campo.”. Desta forma, o autor esclarece que os custos diretos são

aqueles que podem ser unitários, isto é, referenciados a uma unidade de serviço, como mão de

obra, materiais e equipamentos, ou dados como verba, quando não são uma unidade

mensurável, como serviços de paisagismo e sinalização.

Os custos indiretos, segundo Mattos (2006, p. 29), “[...] são aqueles que não estão

diretamente associados aos serviços de campo em si, mas que são requeridos para que tais

serviços possam ser feitos.”. As equipes técnicas, a mobilização e desmobilização do canteiro,

as taxas e emolumentos, entre outras despesas, fazem parte dos custos indiretos, conforme o

referido autor.



56

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este capítulo apresenta e delimita os procedimentos metodológicos adotados, de modo

a alcançar os objetivos propostos pela presente pesquisa. As etapas realizadas nesta pesquisa

estão apresentadas através de um esquema, sendo que estas etapas são os itens descritos no

decorrer deste capítulo, conforme ilustra a Figura 21.

Figura 21 - Esquema das etapas previstas

Fonte: Do autor.



57

3.1 Estratégia de pesquisa

O presente trabalho buscou fazer uma análise comparativa de uma edificação

residencial unifamiliar, executada em dois sistemas construtivos distintos, alvenaria estrutural

e Light Steel Framing, em termos de levantamento de preços.

Primeiramente foi realizado o levantamento dos quantitativos de projeto necessários

para a execução da edificação existente em alvenaria estrutural, através da análise do projeto

aprovado na prefeitura, em que o levantamento deu-se através de medições manuais e dos

quantitativos gerados pelo software Autodesk Revit.

Em seguida, para que o comparativo fosse realizado entre os dois sistemas

construtivos, o projeto arquitetônico da edificação existente em alvenaria estrutural precisou

ser ajustado, de modo que as dimensões fossem modulares e utilizadas somente para o projeto

da edificação alternativa em Light Steel Framing, respeitando assim, os espaçamentos

padronizados deste sistema construtivo. Para isso, tanto a modelagem, quanto o levantamento

dos quantitativos de projeto da edificação foram realizados através da utilização do software

Autodesk Revit. Para o dimensionamento das fundações da edificação alternativa utilizou-se o

software AltoQi Eberick, através do lançamento das cargas geradas pela estrutura da

edificação.

Com os levantamentos para as duas edificações terminados, foi possível determinar os

respectivos orçamentos de cada edificação com base nos valores das composições do Sistema

Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI). Para isso, foi

utilizado o preço por metro quadrado da construção para análise comparativa de preços entre

os dois sistemas construtivos em estudo, visto que os ajustes no projeto arquitetônico da

edificação existente se tornam necessários devido às características dos painéis de LSF, que

além dos espaçamentos, possuem espessuras menores que as paredes de blocos estruturais,

resultando assim em novas dimensões para os ambientes da edificação alternativa. Desta

forma, essa medida de avaliação se torna coerente para ambos os projetos mesmo que as áreas

sejam diferentes.

Vale ressaltar que as instalações complementares, como sistemas elétricos e

hidrossanitários, não foram consideradas no projeto e na análise de preços, pois estão fora do



58

escopo deste estudo, visto que os seus custos não sofrem mudanças significativas em ambos

sistemas construtivos.

3.2 Estudo de caso

A residência unifamiliar escolhida para realização da presente pesquisa, foi executada

em alvenaria estrutural e está localizada em Maquiné/RS. Os projetos foram fornecidos pela

empresa responsável pela elaboração e execução da obra. Trata-se de uma residência térrea de

alto padrão, construída em 2021 e que conta com dois dormitórios de 8,80 m² e 11,50 m², uma

suíte com closet de 23,47 m², banheiro suíte de 4,13 m², banheiro social de 4,13 m²,

circulação de 4,24 m², cozinha, sala de estar e jantar integrados com 40,70 m², área de

serviços de 8,91 m², varanda de 10,42 m² e garagem de 43,29 m², totalizando 177,83 m² de

área construída, conforme apresentado pelas Figuras 22 e 23.



59

Figura 22 - Planta baixa da edificação em estudo

Fonte: Do autor.



60

Figura 23 - Fachadas da edificação em estudo

Fonte: Do autor.

3.3 Descrição da edificação existente em alvenaria estrutural

A edificação é composta por uma fundação com estacas escavadas de 30 cm de

diâmetro sob vigas de baldrame com dimensões de 20 x 30 cm. No fechamento da edificação

foram utilizados blocos cerâmicos estruturais fornecidos pela Cerâmica Barrense do tipo com

18 furos e dimensões de 11,5 x 9,0 x 24 cm, e uma única parede que faz divisa entre os

banheiros, utilizou-se blocos de 12 furos com dimensões de 11,5 x 9 x 19 cm, que foram

assentados de lado, pois trata-se de uma parede de 20 cm de largura, enquanto que para as

cintas de amarração das paredes foram utilizadas vigas da largura da alvenaria com 15 cm de

altura. As lajes são pré moldadas de vigotas e tavelas com altura de 15 cm e de beiral em



61

concreto, sendo que acima da laje sobre as paredes dos banheiros, está localizado o

reservatório de água da residência. O telhado foi executado através de pontaletes e ripamento

em madeira, com cobrimento de telhas cerâmicas, sendo que para o reservatório, foi utilizado

uma estrutura de madeira e cobrimento com telha de fibrocimento. As esquadrias externas são

em alumínio, enquanto as internas em madeira, e possuem vergas e contra vergas moldadas in

loco, de concreto armado com apoio lateral de 30 cm para cada lado da abertura.

O revestimento do forro possui duas variações entre os ambientes, uma que conta com

duas camadas, chapisco e massa única, e outra somente de placas de gesso acartonado, em

que o pé direito possui 2,80 m e 2,60 m de altura, respectivamente. O revestimento interno

conta com duas camadas, a primeira de chapisco e a outra de massa única, sendo que para as

áreas molhadas o revestimento conta com três camadas, a primeira de chapisco, outra de

massa única ou de emboço e revestimento de porcelanato, de modo que a cozinha, a área de

serviço e a pia ao lado da churrasqueira possuem este revestimento na altura de 1,50 m em

relação ao piso, enquanto que nos banheiros este revestimento cobre a totalidades das paredes.

No revestimento externo da edificação, têm-se duas camadas, uma de chapisco e outra de

massa única, enquanto que a pintura interna e externa das paredes e do forro são de tintas do

tipo acrílica. Por fim, a edificação conta com piso em porcelanato de 60x60 cm nas áreas

internas da edificação e piso cerâmico de 45x45 cm nas áreas externas.

3.4 Modelagem e pré-dimensionamento da edificação alternativa em LSF

Após a interpretação e o levantamento dos quantitativos referentes ao projeto da

edificação existente, foram realizadas as alterações necessárias no projeto arquitetônico para

implementação da edificação alternativa em LSF, ambas por meio do software Autodesk

Revit, de modo que o projeto alternativo fosse o mais próximo possível do projeto modelo,

tanto para as dimensões, quanto para os materiais empregados. Garantiu-se que se atendesse

às especificações das normas aplicáveis e as características construtivas deste sistema

construtivo. Em seguida, foram definidas as espessuras e os pesos dos perfis metálicos, bem

como os materiais de fechamento a serem utilizados no projeto, através da utilização das

tabelas de pré-dimensionamento do Manual de Engenharia do CBCA, elaborado por

Rodrigues e Caldas (2016), que possui diretrizes fundamentadas na NBR 14762 (ABNT,



62

2010). Com o peso próprio dos perfis metálicos e das placas de fechamento obteve-se as

cargas estruturais da edificação alternativa em LSF, logo, foi possível dimensionar a fundação

através do lançamento destas cargas no software AltoQi Eberick. Em relação ao tipo de

fundação para a edificação alternativa em LSF, foi escolhido o radier, de acordo com as

recomendações de pesquisas bibliográficas.

A proposta de projeto para a edificação alternativa em LSF foi elaborada de acordo

com o Manual de Engenharia do CBCA. Deste modo, para os fechamentos externos e

fechamentos de áreas molhadas, foi proposto a utilização de placas cimentícias, com

aplicação de uma camada de selador de base acrílica quando as faces das placas estiverem

viradas para o exterior da edificação, e para as faces das placas em áreas molhadas, sendo

aplicado o revestimento igual ou similar aos utilizados na edificação existente. Para o

fechamento interno dos painéis, foi proposto a utilização de placas de gesso acartonado, com

aplicação do acabamento igual ou similar aos utilizados na edificação existente. A laje foi do

tipo seca, com fechamento superior sendo através de placas cimentícias sobre uma base de

placas OSB, sobrepostas por manta asfáltica para garantir o conforto térmico, e fechamento

inferior sendo de placas de gesso acartonado. Para o preenchimento de todos os painéis

autoportantes e das lajes, foi proposto a utilização de lã de vidro para isolamento acústico.

Para a cobertura da edificação foi utilizado uma estrutura metálica com fechamento de telhas

do mesmo tipo que foi empregado na edificação existente.

Por fim, as conexões entre perfis foram realizadas com parafuso auto brocante de

cabeça sextavada com ponta broca em aço e a ligação aço-concreto da fundação será através

da ancoragem química com barra roscada.

3.5 Orçamento das edificações

A análise de preços foi realizada após obter a totalidade dos quantitativos de projeto

necessários para a execução de ambos os sistemas construtivos, para isso, foi utilizado uma

adaptação da planilha de Proposta de Construção Individual (PCI), elaborada em 2021 pela

Caixa Econômica Federal, que serve de resumo do orçamento da obra, além de especificar a

quantidade e o valor de todos os serviços, ou seja, a planilha abrange o orçamento por

completo da execução da residência, contemplando a parcela de mão de obra, de materiais

necessários e encargos administrativos.



63

Para o levantamento dos quantitativos de projeto, foi analisado o projeto aprovado na

prefeitura, sendo disponibilizado pela empresa que projetou e executou a obra. Já para a

edificação alternativa em LSF, o levantamento dos quantitativos foi realizado de forma

manual, por meio de medições no projeto adaptado para este sistema construtivo, além da

utilização dos quantitativos gerados pelo software Autodesk Revit. Os valores encontrados

foram lançados em planilha, de modo que fossem organizados pelos grupos de serviços e seus

respectivos componentes.

Após obter os levantamentos dos quantitativos de projeto para as duas edificações, foi

possível estimar os seus respectivos orçamentos através da utilização de dados da Tabela

SINAPI e por meio de pesquisa de mercado com empresas que realizam o serviço ou que

vendem os materiais utilizados. Vale destacar que a tabela SINAPI é do tipo com valores não

desonerados, buscando assim a semelhança com o que ocorre no funcionamento de uma

construtora. Outro ponto importante, é que foram considerados os Benefícios e Despesas

Indiretas (BDI) com valor médio para construção de edifícios de 22,12%, conforme indicado

pelo Acórdão n° 2622 (2013) elaborado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), para o

orçamento de ambas edificações, desta forma, tem-se os custos diretos da obra e as despesas

com custos indiretos, como a administração, os impostos, os seguros, as incertezas e as

despesas financeiras, utilizados para garantir o lucro e definir o preço de venda da obra.



64

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Modelagem e pré-dimensionamento

Inicialmente o projeto obtido em alvenaria estrutural precisou ser adaptado para que

fosse possível enquadrar de maneira eficiente a modulação do sistema construtivo em LSF.

Essa disposição deu-se com a aplicação de uma modulação constituída por painéis com

dimensões de 60 cm de comprimento, compostos por dois perfis montantes e três perfis guias,

ligados por parafusos auto brocantes.

Todas as adaptações realizadas foram através do software Autodesk Revit, de modo

que os perfis necessários para a modelagem da estrutura da edificação alternativa fossem

configurados de acordo com as tabelas de pré-dimensionamento do Manual de Engenharia do

CBCA, elaborado por Rodrigues e Caldas (2016). Com isso, os perfis montantes foram

definidos como sendo para edificações de um pavimento ou segundo pavimento de

edificações com dois andares, com pé direito de 2,80 m, com bloqueadores à meia altura,

recebendo somente cargas provenientes do telhado e do forro, considerando a velocidade

básica do vento de 40 m/s e espaçamentos de 40 ou 60 cm. Desta forma, as especificações e

espessuras dos perfis para o pré-dimensionamento estrutural são apresentadas pela Tabela 1.



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Tabela 1 - Espessura dos perfis montantes para pé direito de 2,80 m, com bloqueador à meia
altura, suportando somente cargas do telhado e forro

Perfis (mm) Espaçamentos (cm) Espessura dos perfis (mm)

Ue 90 x 40 x 12 x t 40 0,95 0,95 0,95 0,95
60 0,95 0,95 0,95 0,95

Ue 140 x 40 x 12 x t 40 0,95 0,95 0,95 0,95
60 0,95 0,95 0,95 0,95

Fonte: Adaptado de Tabela 7.4 Manual de Construção em Aço (2016, p.179).

As paredes de alvenaria da edificação existente que no projeto original eram de 15 cm,

foram substituídas por painéis com perfis montantes Ue 90x40x12x0,95 e perfis guias U

92x40x12x0,95. Para a parede de alvenaria que está localizada entre os banheiros, e que foi

dimensionada no projeto original com espessura de 20 cm, decidiu-se que a sua substituição

fosse por painéis com perfis montantes Ue 140x40x12x0,95 e perfis guias U 142x40x0,95.

Posterior às definições dos perfis que foram utilizados para constituir a estrutura dos

painéis autoportantes, os painéis foram configurados através da modelagem destes perfis para

serem aplicados no lugar das paredes de 15 cm de espessura. Para isso, foram utilizadas

paredes de cortina configuradas com eixos verticais de 60 cm de espaçamento, respeitando

assim o espaçamento dos montantes de acordo com a tabela de pré-dimensionamento. Para os

eixos verticais foram aplicados perfis Ue 90x40x12x0,95, enquanto que para os eixos

horizontais foram aplicados perfis U 92x40x12x0,95. Desta forma, tem-se que cada painel

conta com três eixos horizontais, um em cada extremidade, sendo eles os perfis guias, e um

eixo a meia altura, sendo este o bloqueador, conforme a Figura 24, que demonstra a

disposição dos eixos que formam os painéis de 9 cm do sistema construtivo em LSF.



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Figura 24 - Propriedades da parede de cortina representando o painel de LSF de 9 cm

Fonte: Do autor.

Para ser aplicado nas paredes de 20 cm de espessura, a parede de cortina foi

configurada com a mesma modelagem de perfis citado anteriormente. Porém, essa parede de

cortina conta com espessura de 14 cm, visto que foram aplicados perfis Ue 140x40x12x0,95

nos eixos verticais, conforme os critérios da tabela de pré-dimensionamento, e perfis U

142x40x0,95 nos eixos horizontais, como mostra a Figura 25



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Figura 25 - Propriedades da parede de cortina representando o painel de LSF de 14 cm

Fonte: Do autor.

Para os fechamentos dos painéis foram utilizados três tipos distintos de fechamentos

das faces. O primeiro tipo possui duas faces com fechamento de placas de gesso acartonado,

sendo empregadas em painéis que ficam com as suas faces em ambientes internos e áreas

secas da edificação. O segundo tipo possui duas faces com fechamento de placas cimentícias,

sendo empregadas em painéis que ficam com uma face na área externa da edificação e a outra

face na área molhada interna da edificação. Por fim, o terceiro tipo possui uma face com

fechamento de placas de gesso acartonado e a outra face com fechamento de placas

cimentícias, sendo empregadas em painéis com uma face virada para o interior e a outra para

o exterior da edificação e também em painéis que fazem a divisão de ambientes internos com

áreas molhadas.

A configuração dos painéis com seus respectivos fechamentos foi realizada com base

nos critérios indicados no Manual de Engenharia do CBCA. Desta forma, a estrutura central

modelada para os painéis foi de 9 cm, garantindo assim a compatibilização com as

características desse sistema construtivo. Sendo assim, tem-se que para o primeiro tipo de

fechamentos dos painéis que conta com as duas faces com placas de gesso acartonado, foi



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aplicado uma camada em cada face de placas com espessuras de 1,5 cm, visando aumentar a

resistência ao impacto dos painéis. Para o segundo tipo de fechamento dos painéis, que conta

com as duas faces com placas cimentícias, foi configurado a aplicação de três camadas em

cada face, sendo elas de placa OSB com 1,11 cm de espessura, membrana hidrófuga e placa

cimentícia com 1,0 cm de espessura. Por último, o terceiro tipo de fechamento dos painéis,

que possui uma face com fechamento de placas de gesso acartonado e a outra face com

fechamento de placas cimentícias, foi configurado a aplicação em uma das faces com uma

camada de placas com 1,5 cm de espessura, enquanto que para a outra face foram três

camadas, sendo elas de placa OSB com 1,11 cm de espessura, membrana hidrófuga e placa

cimentícia com 1,0 cm de espessura.

Na cobertura da edificação foram utilizados perfis Ue 140x40x12x0,95 para vãos de

até 4 m e perfis Ue 140x40x12x1,55 para vãos maiores que 4 m, em ambos os casos com

espaçamento de vigas de 60 cm. Seguindo a indicação do Manual de Engenharia do CBCA

sobre os perfis a serem utilizados para os vão máximos das vigas de forro, considerando vigas

contínuas, sem enrijecedores de alma nos apoios, com sobrecarga de 0,5 kN/m2 e aço 230

MPa. Em relação aos fechamentos das vigas de forro, foram aplicadas três camadas para o

fechamento superior, sendo elas de placa OSB com 1,11 cm de espessura, manta asfáltica e

placa cimentícia com 1,0 cm de espessura, enquanto que para o fechamento inferior foi

aplicado uma camada de placas de gesso acartonado com 1,2 cm de espessura.

Para a estrutura do telhado foram utilizados perfis Ue 90x40x12x0,95 para os

montantes, diagonais e terças, sendo pré-dimensionados conforme indica o Manual de

Engenharia do CBCA.

Com todos os perfis de aço e fechamentos configurados, deu-se início a modelagem da

edificação alternativa, de modo que o projeto arquitetônico da edificação existente em

alvenaria estrutural passasse a ter suas dimensões modulares, respeitando assim, os

espaçamentos padronizados deste sistema construtivo. Estes ajustes no projeto arquitetônico

da edificação existente foram necessários devido ao espaçamento entre montantes ser de 60

cm para a modulação dos painéis de LSF, que além deste espaçamento, ainda possuem

espessuras menores que as paredes de blocos estruturais, o que resultou em novas dimensões

para os ambientes e esquadrias da edificação alternativa. Outro ponto importante em relação à

modelagem, foi que os perfis das lajes coincidissem com os perfis montantes que formam os



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painéis das paredes quanto ao alinhamento, visando garantir a correta transmissão de cargas

nos perfis. Desta forma, as adaptações realizadas no projeto arquitetônico para implantação da

edificação alternativa e as suas respectivas alterações são apresentadas de acordo com a

Tabela 2.

Tabela 2 - Alterações nas dimensões e áreas dos ambientes

Ambientes
Alterações

Variações
(%)

Alvenaria estrutural Light Steel Framing
Dimensões (m) Área (m2) Dimensões (m) Área (m2)

Banheiro 2,75x1,50 4,13 2,96x1,76 5,21 26,15
Banheiro Suíte 2,75x1,50 4,13 2,96x1,76 5,21 26,15
Circulação 1,10x3,85 4,24 1,07x4,16 4,45 12,03
Cozinha/Jantar/Estar 4,00x10,15 40,70 3,96x10,94 43,32 4,95
Dormitório 01 2,75x3,20 8,80 2,96x3,56 10,43 18,52
Dormitório 02 4,00x2,60+1,10x1,00 11,50 4,16x2,96+1,07x1,25 13,53 17,65
Garagem 6,20x7,00+1,10x1,80 43,29 6,23x7,16+1,13x1,76 46,60 7,65
Serviço 4,95x1,80 8,91 4,97x1,76 8,75 -2,24
Suíte 4,00x5,40+1,10x1,70 23,47 4,16x5,36+1,07x1,90 24,33 3,66
Varanda 4,15x2,55 10,42 4,05x2,47 10,00 -4,03
Total - 159,59 - 171,83 7,67
Fonte: Do autor.

Apesar da modelagem ter buscado respeitar os espaçamentos dos montantes, houve

algumas discrepâncias nas modulações dos painéis, ou seja, não foi possível manter os

espaçamentos dos montantes em 60 cm, visto que o projeto arquitetônico da edificação

existente foi projetado para outro sistema construtivo, dificultando assim a modulaç