UNIVERSIDADE DO VALE DO TAQUARI 

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA DE ESGOTAMENTO 

SANITÁRIO NA MICROBACIA DO ARROIO BARRACÃO, MUNICÍPIO 

DE GUAPORÉ-RS 

 
 
 
 
 

 
Fernando Frigo Migliorini 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
Lajeado, novembro de 2019. 



1 

Fernando Frigo Migliorini 

 

 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA DE ESGOTAMENTO 

SANITÁRIO NA MICROBACIA DO ARROIO BARRACÃO, MUNICÍPIO 

DE GUAPORÉ-RS 

 
 
 

 
Monografia apresentada à disciplina de 

Trabalho de Conclusão de Curso lI, do curso 

de Engenharia Civil da Universidade do Vale 

do Taquari - Univates, como parte dos 

requisitos para a obtenção do título de 

graduação do curso. 

 
 
 

 
Orientador: Prof. Me. Marcelo Luis Kronbauer 

 
 
 
 
 
 

Lajeado, novembro de 2019. 



1 

Fernando Frigo Migliorini 

 

 
 

 
 
 
 
 
 

 

DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA DE ESGOTAMENTO 

SANITÁRIO NA MICROBACIA DO ARROIO BARRACÃO, MUNICÍPIO 

DE GUAPORÉ-RS 

 
 
 

 
A Banca examinadora abaixo  o Trabalho de Conclusão de Curso 

apresentado na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, da Universidade do 

Vale do Taquari – Univates, como parte da exigência para a obtenção do grau de 

bacharel em Engenharia Civil: 

 
 
 
 

Prof. Me. Marcelo Luis Krombauer - Orientador 

Universidade do Vale do Taquari – Univates 

 
 
 

Prof. Dr. Gustavo Reisdörfer 

Universidade do Vale do Taquari – Univates 

 
 

 
Prof. Me. Adilson Becker Junior 

Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC 

 
 
 
 

 

Lajeado, novembro de 2019. 



 

 
 

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AGRADECIMENTOS 

 
 
 

Inicialmente agradeço a Deus por ter uma família de boa índole, unida e cheia 

de afeto, aos bons amigos que me acompanharam nesta jornada, e pelas boas 

oportunidades que Ele me proporcionou. 

 

Agradeço a minha mãe Maria Frigo, que hoje não está mais aqui entre nós, 

mas que foi uma pessoa guerreira e batalhadora, sempre me incentivou a ir em busca 

dos meus ideais, mas nunca esquecendo da honestidade e humildade. Ela, que 

dedicou sua vida a mim, sempre me incentivou aos estudos, e continua me mandando 

forças positivas, ao lado de Deus. 

 

Agradeço a minha noiva Makelin Strapazzon por toda a paciência e dedicação 

que demostrou durante todo este tempo de graduação, me incentivando, me 

auxiliando em diversos trabalhos acadêmicos e, principalmente, cuidando de mim. 

Agradeço também meus sogros, Aurélio Strapazzon e Leonilse Strapazzon, por todo 

o incentivo, dedicação e carinho que me deram. 

 

Por fim, e não menos importante, agradeço aos professores que deixaram sua 

marca em meu caminho, em especial, ao meu orientador, Marcelo Luis Kronbauer, 

pela dedicação e apoio, sem os quais este trabalho não seria possível. 



4 

 

 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

RESUMO 

 
 
 

 
O Brasil vivencia atualmente um déficit de infraestruturas e atividades no que se refere 

ao saneamento básico, e quando aliado à falta de investimento nessa área, há uma 

interferência na qualidade de vida da população, bem como na preservação do meio 

ambiente. O fato de haver a ausência de coleta, transporte e tratamento de esgotos 

acaba por disseminar diversas doenças, e também compromete a qualidade dos 

recursos hídricos. Deste modo, este trabalho exibiu o estudo de concepção para a 

implantação da rede coletora de esgoto, no município de Guaporé, localizado no Rio 

Grande do Sul. Compreendendo que esta área não possui sistema coletivo de 

esgotamento sanitário, em que os esgotos são dispostos à tratamento individual, 

rudimentares, e até mesmo lançados em corpos receptores sem nenhum tipo de 

tratamento. Deste modo o presente trabalho analisa a melhor alternativa de traçado 

para as redes e dimensionar todo o sistema de coleta e transporte dos efluentes 

sanitários gerados na área central do município, efetuando uma estimativa dos custos 

de implementação da rede. Para atender as vazões de esgoto da área central do 

município foram traçados 17.072 metros de rede, divididos em três trechos principais, 

os quais recebem contribuição de trechos secundários, em que sua vazão final chegou 

a 21,38 L/s. 

 

Palavras-chave: Saneamento, Esgotamento sanitário, dimensionamento, redes 

coletoras, Custos. 



4 

 

 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

ABSTRACT 
 
 
 
 

 
Brazil is currently experiencing a deficit of infrastructure and activities with regard to basic 

sanitation, and when coupled with the lack of investment in this area, there is interference 

in the quality of life of the population, as well as the preservation of the environment. The 

lack of sewage collection, transportation and treatment eventually disseminates various 

diseases, and also compromises the quality of water resources. Thus, this work showed 

the conception study for the implantation of the sewage collection system, in the 

municipality of Guaporé, located in Rio Grande do Sul. individual treatment, rudimentary, 

and even thrown into recipient bodies without any treatment. Thus, the present work 

analyzes the best alternative for tracing networks and dimensioning the entire system of 

collection and transportation of sanitary effluents generated in the central area of the 

municipality, making an estimate of the costs of implementing the network. To meet the 

sewage flows of the central area of the city were drawn 17,072 meters of network, divided 

into three main sections, which receive input from secondary sections, where its final flow 

reached 21.38 L / s. 

 

Keywords: Sanitation, Sanitary sewage, sizing, collection networks, Costs. 



4 

 

 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

Precisamos dar um sentido humano às 

nossas construções. E, quando o amor ao 

dinheiro, ao sucesso nos estiver deixando 

cegos, saibamos fazer pausas para olhar os 

lírios do campo e as aves do céu. 

 

Érico Veríssimo 
 
 

 
 
 
 



4 

 

 
 

 



 

 
 

 
 
 
 
 
 
 

 
LISTA DE FIGURAS 

 
 
 

 
Figura 1 – Partes constituintes de um sistema de esgotos sanitários ....................... 28 

Figura 2 – Rede coletora do tipo perpendicular ........................................................ 38 

Figura 3 – Rede coletora do tipo leque..................................................................... 39 

Figura 4 – Rede coletora do tipo radial ou distrital ................................................... 40 

Figura 5 – Mapa da localização do município de Guaporé do Rio Grande do Sul .... 52 

Figura 6 – Limites territoriais do município de Guaporé/RS ...................................... 53 

Figura 7 – Mapa de localização das microbacias da área urbana do município de 

Guaporé/RS ............................................................................................................. 54 

Figura 8 – Microbacias da área urbana do município de Guaporé/RS ...................... 56 

Figura 9 – Projeção da rede coletora de esgoto dimensionada ................................ 75 

Figura 10 – Detalhamento de alguns pontos dos trechos 1, 4, 5, 26 e 19 da rede de 

esgoto ...................................................................................................................... 79 

Figura 11 – Detalhamento de alguns pontos dos trechos 2, 68, 77 e 82 da rede de 

esgoto ...................................................................................................................... 80 

Figura 12 – Detalhamento de alguns pontos dos trechos 3, 19, 26 e 55 da rede de 

esgoto ...................................................................................................................... 82 

Figura 13 – Detalhamento de alguns pontos dos trechos 2, 3, 32 e 75 da rede de 

esgoto ...................................................................................................................... 85 

Figura 14 – Localização da estação de tratamento .................................................. 92 



9 

 

 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

LISTA DE GRÁFICOS 

 
 
 

 
Gráfico 1 – Percentual dos moradores urbanos com acesso a esgoto sanitário 

apropriado e água encanada ................................................................................... 34 



10 

 

 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
LISTA DE QUADROS 

 
 
 

 
Quadro 1 – Tipos de sistemas urbanos de esgotamento.......................................... 26 



 

 
 

11 

 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
LISTA DE TABELAS 

 
 
 

 
Tabela 1 – Abastecimento de água e coleta de esgotos no Brasil (%) ..................... 31 

Tabela 2 – Dados do tratamento de esgoto no município de Guaporé/RS ............... 36 

Tabela 3 – Consumo per capita de água .................................................................. 46 

Tabela 4 – Raio hidráulico........................................................................................ 69 

Tabela 5 – Dados censitários por bairros para Guaporé/RS..................................... 74 

Tabela 6 – Levantamento dos principais dados dos trechos 1 ................................. 78 

Tabela 7 – Levantamento dos principais dados dos trechos 2 ................................. 81 

Tabela 8 – Levantamento dos principais dados dos trechos 3 ................................. 83 

Tabela 9 – Levantamento dos principais dados dos trechos 9 ................................. 83 

Tabela 10 – Levantamento dos principais dados dos trechos 19 ............................. 84 

Tabela 11 – Levantamento dos principais dados dos trechos 32 ............................. 84 

Tabela 12 – Levantamento dos principais dados dos trechos 45 ............................. 85 

Tabela 13 – Levantamento dos principais dados dos trechos 26 e 49 ...................... 86 

Tabela 14 – Levantamento dos principais dados dos trechos 55 ............................. 86 

Tabela 15 – Levantamento dos principais dados dos trechos 62 ............................. 87 

Tabela 16 – Levantamento dos principais dados dos trechos 82 ............................. 87 

Tabela 17 – Coletores com excesso de profundidade .............................................. 89 

Tabela 18 – Trechos com tensão trativa ajustada para atender 1,0 Pa .................... 90 



12 

 

 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 

 
 
 

 
ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas 

BNH – Banco Nacional de Habitação 

CESB – Companhias Estaduais de Saneamento Básico 

CMMAD – Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 

ETE – Estação de Tratamento do Esgoto 

FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço 

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas 

IDESE – Índice de Desenvolvimento Socioeconômico 

NBR – Norma Brasileira Regulamentadora 

PAC – Programa de Aceleração do Crescimento 

PLANASA – Plano Nacional de Saneamento 

PLANSAB – Plano Nacional de Saneamento Básico 

PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 

PV – Poço de Visita 

SIAB – Sistema de Informação de Atenção Básica 

SFS – Sistema Financeiro de Saneamento 

SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento 

TIL – Tubo de Inspeção e Limpeza 



12 

 

 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

SUMÁRIO 

 
 
 

 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 16 

1.1 Objetivos .......................................................................................................... 18 

1.1.1 Objetivos gerais ............................................................................................. 18 

1.1.2 Objetivos específicos .................................................................................... 18 

1.2 Justificativa ...................................................................................................... 18 

1.3 Delimitações .................................................................................................... 19 

1.4 Estrutura........................................................................................................... 20 

2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................. 21 

2.1 Definição de saneamento ................................................................................ 21 

2.2 Definição de esgoto sanitário ......................................................................... 23 

2.3 Tipos de coleta e tratamento de esgotos sanitários ..................................... 24 

2.3.1 Sistemas individuais ..................................................................................... 25 

2.3.2 Sistemas coletivos ........................................................................................ 25 

2.4 Formulação de sistemas de esgoto sanitário ................................................ 26 

2.5 Partes que constituem o sistema de esgotamento ....................................... 27 

2.6 Histórico do esgoto sanitário no Brasil ......................................................... 28 

2.7 A situação do esgoto sanitário no Brasil ....................................................... 30 

2.8 Situação do esgoto sanitário no Rio Grande do Sul ..................................... 32 

2.9 Situação do esgoto sanitário em Guaporé..................................................... 34 

2.10 Critérios de projeto ........................................................................................ 36 

2.10.1 Topografia ................................................................................................... 37 

2.10.2 Modelos de traçado de rede coletora ........................................................ 38 



12 
 

 
 

2.10.3 Profundidade da rede de esgotamento ..................................................... 40 

2.11 Materiais das tubulações de esgoto ............................................................. 41 

2.11.1 Tubos de PVC .............................................................................................. 42 

2.11.2 Tubos de ferro fundido ............................................................................... 43 

2.12 Fundamentos do processo de cálculo ......................................................... 43 

2.12.1 Estudo populacional ................................................................................... 44 

2.12.2 Consumo de água per capita (q) ................................................................ 45 

2.12.3 Coeficientes de variação de vazão (K) ....................................................... 46 

2.12.4 Taxa de infiltração ....................................................................................... 47 

2.12.5 Declividade mínima ..................................................................................... 48 

2.12.6 Lâmina d’água ............................................................................................. 48 

2.12.7 Tensão trativa .............................................................................................. 49 

2.12.8 Velocidade crítica e velocidade máxima ................................................... 49 

2.12.9 Controle de remanso .................................................................................. 50 

2.12.10 Determinação das vazões de esgoto ....................................................... 50 

3 METODOLOGIA .................................................................................................. 51 

3.1 Características da área de estudo .................................................................. 51 

3.2 Limites territoriais ........................................................................................... 52 

3.3 Bacias e sub bacias de contribuição ............................................................. 53 

3.4 Delimitação da área de estudo........................................................................ 55 

3.5 Cálculo da população através do método aritmético .................................... 57 

3.6 Cálculo da população por meio do método geométrico ............................... 58 

3.7 Estimativa de consumo de água per capita (q) ............................................. 59 

3.8 Coeficiente de retorno (c)................................................................................ 60 

3.9 Determinação dos coeficientes de variação de vazão (k) ............................. 60 

3.10 Vazões de dimensionamento ........................................................................ 60 

3.11 Taxa de infiltração ......................................................................................... 63 

3.12 Taxa de contribuição linear........................................................................... 63 

3.13 Determinação das vazões mínimas por trechos de rede ............................ 64 

3.14 Diâmetro mínimo ........................................................................................... 65 

3.15 Declividade mínima ....................................................................................... 65 

3.16 Declividade econômica ................................................................................. 66 

3.17 Declividade máxima ...................................................................................... 66 



12 
 

 
 

3.18 Lâmina d’água ............................................................................................... 67 

3.19 Verificação de tubulações ............................................................................. 68 

3.20 Determinação do raio hidráulico em função Y/D ......................................... 68 

3.21 Raio hidráulico ............................................................................................... 69 

3.22 Tensão trativa ................................................................................................ 70 

3.23 Velocidade crítica e velocidade máxima ...................................................... 70 

3.24 Controle de remanso ..................................................................................... 71 

3.25 Estação de tratamento de esgoto ................................................................. 72 

3.26 Estimativa de custos da rede coletora de esgoto ....................................... 72 

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................... 73 

4.1 Estatísticas censitárias ................................................................................... 73 

4.2 Traçado da rede coletora de esgoto ............................................................... 75 

4.3 Análise dos trechos ......................................................................................... 77 

4.4 Análise geral da declividade do terreno......................................................... 89 

4.5 Análise geral das profundidades .................................................................... 89 

4.6 Comparação entre velocidade final e critica para atender a tensão trativa 

............................................................................................................................ 90 

4.7 Critérios da tensão trativa................................................................................ 92 

4.8 Determinação da ETE ...................................................................................... 92 

4.9 Custos da rede coletora .................................................................................. 93 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 94 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 96 

ANEXOS ................................................................................................................ 103 



 

 
 

16  
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
1 INTRODUÇÃO 

 
 
 

 
Barroso (2002) diz que o saneamento básico é um dos fundamentais fatores 

perante a incansável busca por uma justiça socioambiental, caracterizando o mínimo 

existencial para uma boa qualidade de vida, onde o sistema brasileiro enfrenta 

diversos fatores físicos, jurídicos, financeiros e administrativos para sua 

implementação e desenvolvimento. 

 

A constituição brasileira assegura o direito ao saneamento básico, através da 

Lei Federal 11.445 estabelecida em janeiro de 2007, que institui as atividades 

abrangidas pelo saneamento básico. Sendo este definido como um conjunto de 

serviços com infraestrutura de tratamento e posterior distribuição de água, coleta e 

tratamento de esgotos, controle de águas pluviais, e também a coleta e destinação de 

resíduos sólidos. A lei ainda determina a obrigatoriedade da elaboração de um plano 

de saneamento básico pelos municípios, onde visa a qualidade de vida dos habitantes. 

 

Através da Lei 11.445/2007, foi determinado um instrumento que viabiliza o 

planejamento e a prestação de serviços, para assegurar a saúde pública. Mas devido 

a necessidade de grandes investimentos nesta área, se torna precária a garantia de 

condições ao acesso e de qualidade dos serviços, gerando com isso, um enorme 

déficit no processo de inserção ao saneamento. Onde no âmbito da esfera pública, 

deve assegurar os serviços citados acima, de maneira que a sociedade possa usufruir 

de forma digna esses elementos que são cruciais a sobrevivência humana 

(SANTANA, 2014). 



17 
 

 
 

 
 

 

Conforme dados das Nações Unidas, em 2009 cerca de 2,5 bilhões de pessoas 

não possuíam acesso a saneamento apropriado, sendo esta situação responsável por 

aproximadamente 1,8 milhões de óbitos por ano no mundo. Belli et al. (2002) relatam 

por meio de dados da ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e 

Ambiental – que 80% das doenças que comprometem os brasileiros e 65% das 

internações são decorrentes da condição precária do saneamento básico. 

 

Segundo Leoneti et al (2011), o Brasil, no decorrer de sua história, está 

marcado por desigualdades sociais, bem como por um elevado déficit em questão do 

acesso de saneamento básico. O abastecimento de água na zona urbana compreende 

93,3% dos domicílios, mas somente 65% da população têm acesso a coleta de esgoto 

apropriada, tendo coleta de esgoto, seguida de tratamento ou uso de fossa séptica. 

 

Tiscoski (2009) relata que os serviços de saneamento estão conectados com a 

melhora da qualidade de vida, juntamente com a proteção ao meio ambiente. Porém 

o acesso universal aos benefícios do saneamento é ainda uma meta a ser obtida por 

toda a sociedade, que demanda um envolvimento mutuo dos segmentos sociais em 

conjunto com o poder público. 

 

Analisando o caso, fica evidente a importância de novos estudos de 

saneamento básico, especialmente em questão de esgotamento sanitário, que 

necessitam de investimentos sustentáveis e que promovam a melhora da qualidade 

de vida dos habitantes e à preservação do meio ambiente. 

 

Portanto, este trabalho tem como intuito propor uma visão viável, técnica e 

econômica de um sistema de esgotamento sanitário da cidade de Guaporé, no interior 

do Rio Grande Do Sul, em que esta cidade conta apenas com sistema de esgotamento 

sanitário do tipo individual, ou seja, realizado em cada lote habitacional. Em virtude de 

o município não contar com um sistema coletivo para tratamento de efluentes, torna-

se viável esta pesquisa em vista que a cidade cresceu demasiadamente nas últimas 

décadas. 



18 
 

 
 

 
 

 

1.1 Objetivos 
 
 
 

1.1.1 Objetivos gerais 

 
 

 
O objetivo geral é organizar um estudo de viabilidade para execução de um 

sistema de esgotamento sanitário para a área urbana do Município de Guaporé – Rio 

Grande do Sul, com foco na microbacia do Arroio Barracão. 

 
 

 

1.1.2 Objetivos específicos 

 
 

 
Os objetivos específicos são: 

 
 Diagnosticar a atual situação do município no quesito de esgotamento 

sanitário na sua área urbana, através de uma avaliação do plano diretor 

municipal; 

 Avaliar a topografia da cidade e definir as bacias de esgotamento; 

 Realizar o dimensionamento da rede coletora de esgotamento sanitário da 

região da microbacia do Arroio Barracão; 

 Avaliar a necessidade de instalação de estações elevatórias; 

 Avaliar a questão técnica e financeira para execução das redes. 
 
 

 

1.2 Justificativa 

 
 

 
Para a efetivação de um projeto de rede coletora de esgotos, deve-se levar em 

consideração toda a infraestrutura da cidade, visto que a mesma possui um plano de 

esgotamento sanitário, mas que pelo passar dos anos e com o crescimento 

populacional elevado, o mesmo torna-se defasado, necessitando de novas ideias e 

técnicas para bem atender a população. 



19 
 

 
 

 
 

 

O Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB (2017), relata que o 

município de Guaporé, possui um sistema de esgotamento sanitário do tipo individual, 

ou seja, efetivado em cada lote habitacional. O município não tem um sistema coletivo 

para tratamento de esgoto. Hoje, além do sistema individual estabelecido em cada 

lote habitacional, a exigência para os novos loteamentos é a disposição da rede 

coletora de esgoto de separador absoluto, definida por rede seca, sendo que até a 

implantação de um sistema coletivo para tratamento, esta continuará inutilizada, com 

sua funcionalidade somente como espera. 

 

A zona urbana do município tem uma propriedade peculiar, pois na época da 

estruturação do município, arquitetaram-se galerias subterrâneas, com a ideia de 

implementar um sistema de coleta mista dos efluentes pluviais e domésticos. Por isso, 

as habitações antigas possuem fossa séptica com extravasador para o pluvial. Mas, 

hoje em dia são liberadas obras com este sistema, e depois do tratamento na fossa- 

séptica, seguida de filtro anaeróbio, o efluente é despejado em coletor misto (cloacal 

e pluvial). 

 

Estes coletores únicos foram feitos em tijolos, com área de seção transversal 

de 1,0 m², passando junto às ruas e avenidas do município, com algumas galerias 

cortando as quadras no sentido centro-norte da cidade. Em galerias mais recentes, os 

diâmetros das tubulações têm a variação entre 1,20 até 0,40 metros. 

 
 

 

1.3 Delimitações 

 
 

 
Na atualidade, há uma grande preocupação com relação ao meio ambiente, 

sendo que o cuidado com o futuro do planeta exige do homem uma atenção especial 

em questão dos resíduos descartados na natureza, tendo em vista um planeta 

sustentável e habitável para as futuras gerações. 

De tal modo, a dificuldade da implantação de saneamento básico no país é um 

problema enfrentado a décadas. O problema é ainda maior com relação aos sistemas 

de esgotamento sanitário, pela disposição do esgoto de forma imprópria, não tendo  o 



20 
 

 
 

devido tratamento, porém, o problema tem início na dificuldade de obter verbas para 

tais finalidades. 

 

Portanto, o presente trabalho contemplará somente a parte do Estudo de 

Concepção de um sistema para realização de coleta e condução de efluentes 

sanitários, sendo dimensionada somente a rede coletora, e definida a posição das 

Estações de Tratamento de Esgoto, e seus emissários e a demanda gerada 

(quantitativo de efluente), limitando-se apenas para a área central do município, dentro 

da micro bacia do Arroio Barracão, tendo em vista a elevada densidade populacional 

e o maior índice de poluição nesta área. 

 
 

 

1.4 Estrutura 

 
 

 
O presente trabalho é composto por três divisões: Introdução, Revisão 

Bibliográfica, Material e Métodos, Resultados e Discussões e Considerações Finais. 

 

O capítulo da introdução revisa e contextualiza o saneamento básico, focando 

na área de esgotamento sanitário. 

 

A Revisão Bibliográfica é designada a apresentar o embasamento nas 

questões de hidráulica de fluidos, mais especificamente para transporte destes em 

condutos, bem como os conceitos sobre o sistema de saneamento básico. 

 

E no item de Material e Métodos são elencados dados específicos para o 

dimensionamento desse sistema, como estudo populacional, dados topográficos e 

também o método a ser utilizado para tal cálculo. 

 

No item de Resultados e Discussão é abordado a descrição dos cálculos feitos, 

conforme proposto no tópico de Materiais e Métodos. 

 

Por fim, na Conclusão se dará o encerramento do trabalho, levando em 

consideração o que foi sugerido nos objetivos. 



21 
 

 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

2 REFERENCIAL TEÓRICO 

 
 
 

 
Para obter uma compreensão do tema realizou-se um levantamento dos 

conceitos indispensáveis para um novo plano de redes coletoras de esgotos 

sanitários. Utilizando as normas da ABNT NBR 9648/1986, NBR 9649/1986, NBR 

14486/2000 como base, juntamente com a Lei 11445/2007, bem como bibliografia 

pertinente ao tema e o Plano Diretor elaborado para o Município de Guaporé. Serão 

expostos conceitos referentes a concepção de um plano para esgoto sanitário, que 

seja viável para o município. 

 
 

 

2.1 Definição de saneamento 

 
 

 
A ideia de saneamento básico foi estabelecida ao longo da história da 

humanidade, devido às condições sociais e de materiais disponíveis de cada época, 

levando em consideração que suas ações e investimentos sempre estiveram 

relacionados com o setor da saúde pública (FUNASA, 2006). 

 

O saneamento é definido por Kobiyama et al (2008), como sendo um conjunto 

de serviços e ações que tem por objetivo chegar a níveis de alta salubridade 

ambiental, propiciando assim melhores condições de vida tanto nos meios urbano e 

rural. 



22 
 

 
 

 
 

 

Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS) corresponde ao 

saneamento básico à função de domínio de todo o meio físico do homem, que 

desempenham insalubridade sobre o seu bem-estar mental, social ou físico (SANTOS, 

2007). O autor ainda considera que este sistema possa compreender um conjunto de 

medidas que vise à preservação ou modificação das condições do meio ambiente, 

tendo como intenção a promoção da saúde e prevenção de doenças. No âmbito atual, 

é possível verificar um serviço que é dito como meio de sustentabilidade, proposto para 

atender as necessidades da população, por meio de serviços de proteção à saúde e 

de desenvolvimento socioeconômico. 

 

Saker (2007) faz a definição de saneamento básico como sendo um conjunto 

de serviços públicos que corresponde a infraestrutura, manejo de águas pluviais 

urbanas, manejo de resíduos sólidos de drenagem, instalações de esgotamento 

sanitário e abastecimento de água, bem como de limpeza urbana. 

 

Com a aprovação da Lei 11.445/2007, a área de saneamento teve um marco 

legal e passou a contar com novas expectativas de investimento por conta do Governo 

Federal. Fundamentado na sustentabilidade econômica, eficiência, segurança, 

controle social, regularidade e qualidade, tendo em vista a universalização dos 

serviços, para ser possível à realização do Plano Municipal de Saneamento Básico – 

PMSB nos municípios, para que seja possível assegurar os serviços que tornam a 

vida urbana segura e saudável. 

 

De acordo com Wagner et al. (2013), o saneamento está ligado ao meio 

ambiente e a saúde pública. Porém, a grande maioria da população brasileira não tem 

acesso a este bem comum e de direito de todos. Em diversos locais ainda não há 

abastecimento de água potável, o tratamento do esgoto é praticamente inexistente e 

a coleta dos resíduos é insuficiente. Por conta disso, se dá o grande surgimento de 

problemas na área do meio ambiente e da saúde. 

 

A escassez de saneamento básico resulta em diversas falhas de infraestrutura 

urbana e habitação, juntamente com outros casos que tornam agravante a questão 

socioambiental das cidades, deixando as condições de vida mais precárias, para a 

maioria da população (SOUZA, 2002). No Brasil, o saneamento básico é aceito como 

um serviço de política social, essencial para a saúde pública e ambiental. Tornando- 



23 
 

 
 

 
 

 

se assim uma meta social por ser indispensável à vida humana e a proteção ao meio 

ambiente, evidenciando seu caráter público e o Estado mantendo o dever a sua 

promoção (FUNASA, 2006). 

 
 

 

2.2 Definição de esgoto sanitário 

 
 

 
Segundo a NBR 9648 (ABNT, 1986), compreende-se por esgoto sanitário o 

despejo líquido composto por esgotos doméstico, contribuição pluvial parasitária, 

esgoto industrial e água de infiltração. Essa norma também fala que, o esgoto 

doméstico é o despejo líquido resultado da utilização da água para necessidades 

fisiológicas e higiene. Já o esgoto industrial é o líquido formado através dos 

procedimentos industriais, e que devem respeitar os padrões de lançamento 

estabelecidos. A norma também determina que a contribuição pluvial parasitária é a 

parcela do escoamento superficial absorvida de maneira inevitável pelo sistema de 

esgoto sanitário, e a água de infiltração é a água vinda do subsolo, não desejável ao 

sistema separador e que entra nas canalizações. 

 

Conforme Pereira (2006), pode-se assegurar que as águas utilizadas nas 

atividades humanas e posteriormente descartadas possuem propriedades que tornam 

impróprio seu consumo, bem como seu retorno ao meio ambiente. De maneira geral, 

é designada de água residuária e representa diferenças que variam conforme seu uso. 

 

Segundo Barros (1995), os esgotos são gerados através da utilização da água 

para abastecimento. Deste modo, a água residuária é a massa líquida que exibe 

partículas, compostos químicos ou microrganismos que tornam indevida sua utilização 

ou reaproveitamento, assim, sendo necessário o tratamento antes de seu reuso ou 

destinação final. Como exemplos, os efluentes de processos industriais ou esgotos 

domésticos, e os líquidos percolados em células de aterros sanitários e chorume. Na 

engenharia é empregada a designação esgoto sanitário para a água residuária vindas 

de esgoto doméstico, águas de infiltração que ingressam indevidamente nas 

tubulações coletora e ao esgoto industrial. 



24 
 

 
 

 
 

 

Oliveira (2003) diz que, o esgoto é formado por excretas humanas (urina e 

fezes), por águas servidas oriundas do uso doméstico, industrial, comercial e por 

águas pluviais. O esgoto doméstico normalmente representa a maior parte do esgoto 

sanitário, sendo composto por dejetos fecais e águas servidas vindas de cozinhas, 

banheiros, prédios comerciais, outras instalações hidro sanitárias de residências, 

instalações públicas, e também contribuições de hospitais e demais locais de serviços 

de saúde. 

 

De acordo com as propriedades, o esgoto sanitário pode ser dividido em fraco, 

médio e forte, sendo influenciado na vazão e concentrações por fatores controláveis, 

como boas condições do abastecimento de água, processo construtivo de rede 

coletora, e por fatores que exibem difícil controle, como as condições climáticas, 

características socioeconômicas e hábitos higiênicos, etc. Conforme Von Sperling 

(1996), o esgoto doméstico contém em torno de 99,9% de água, e somente 0,01% de 

sólidos orgânicos, suspensos e dissolvidos, bem como microrganismos. Por conta 

desta fração é evidente a necessidade de tratamento dos esgotos. A coleta, 

tratamento bem como a destinação final se tornam indispensáveis, pois se trata de um 

efluente rico em carga orgânica e fundamental poluente de rios em centros urbanos. 

 

O tratamento de esgoto tem por objetivo reduzir ou eliminar a contaminação 

das águas, pois a água utilizada em nossas casas ao não ser tratada é encaminhada 

diretamente a rede de esgoto, entrando posteriormente em contato com os rios, 

ocasionando assim a contaminação das águas e por consequência também entramos 

em contato (FARIA, 2007). 

 
 

 

2.3 Tipos de coleta e tratamento de esgotos sanitários 

 
 

 
Conforme a FUNASA (2006), a disposição apropriada dos dejetos representa 

uma importante medida de saúde pública, onde pode ser constituída por uma solução 

individual ou coletiva, dependendo da densidade populacional da área beneficiada. 



25 
 

 
 

 
 

 

2.3.1 Sistemas individuais 

 
 

 
Conforme Von Sperling (2005), este sistema é adotado para residências 

unifamiliares, e incidem no despejo dos esgotos domésticos produzidos em uma 

unidade habitacional, habitualmente em fossa séptica, acompanhada de aparelho de 

penetração no solo (irrigação subsuperficial, sumidouro). Esses sistemas podem 

funcionar de maneira satisfatória e podem ser viáveis no âmbito econômico, mas as 

habitações devem ser esparsas (grande porcentagem de área livre ou em área rural), 

em que o solo ofereça boas condições de infiltração, nível de água subterrânea em 

profundidade apropriada, evitando deste modo o risco de contaminação das águas 

superficiais e subterrâneas. 

 
 
 

 

2.3.2 Sistemas coletivos 

 
 

 
Por conta da maior concentração demográfica, as soluções individuais 

apresentam dificuldades para seu emprego. O espaço solicitado para a infiltração 

torna-se elevado, e em muitos casos, maior que o disponível. Deste modo, os sistemas 

coletivos para rede de esgotos começam a ser mais recomendados como forma de 

solução em locais com alta densidade populacional, como em meios urbanos. Esta 

solução é feita através da inserção de canalizações para onde são lançados os 

esgotos, e conduzidos até seu destino, para que seja feito o tratamento sanitário 

adequado (VON SPERLING, 2005). 

 

Segundo Tsutiya e Sobrinho (2011), pode-se classificar os sistemas de 

esgotamento sanitário em três tipos, conforme a Quadro 1: 



26 
 

 
 

 
 

 

Quadro 1 - Tipos de sistemas urbanos de esgotamento: 
 

Classificação dos sistemas urbanos de 

esgotamento 

Descrição 

 
Sistema unitário 

Consiste em realizar a coleta de esgotos 

domésticos, de águas pluviais e de escoamentos 

industriais unindo-os em um único coletor; 

 
 

Sistema separador parcial 

Uma quantia das águas de chuva, originárias de 

telhados e pátios são encaminhadas juntamente 

com águas residuárias e águas de infiltração do 

subsolo até um sistema de coleta e transporte de 

esgoto único; 

 
Sistema separador absoluto 

O esgoto doméstico e o industrial ficam 

totalmente apartados da drenagem pluvial, 

constituindo desta maneira, dois sistemas 

independentes. 

Fonte: Tsutyia e Sobrinho (2000), adaptado pelo autor. 
 
 
 
 

2.4 Formulação de sistemas de esgoto sanitário 

 
 

 
A NBR 9648 (ABNT, 1986) determina que o estudo de concepção para um 

sistema de esgoto sanitário, deve considerar as diferentes partes de um sistema, 

separadas em arranjos organizados de maneira a constituírem um todo integrado que 

devem ser quantitativa e qualitativamente comparáveis entre si, de modo a determinar 

o melhor acondicionamento, do ponto de vista técnico, econômico, social e financeiro. 

 

Tsutiya e Sobrinho (2011) falam que a concepção é definida ainda na etapa 

inicial de projeto, tendo os seguintes objetivos: 

 

 Estimativa e quantificação dos fatores que determinam o sistema de 

esgotos; 

 Pré-dimensionamento das unidades do sistema; 

 Realização de análise do sistema existente, verificando a situação vigente 

e prevendo uma situação futura; 

 Determinação dos parâmetros principais de projeto; 



27 
 

 
 

 
 

 

 Apuração das melhores alternativas mediante a comparação econômica, 

técnica e ambiental; 

 Definição das diretrizes de projeto e avaliação da demanda de serviço que 

precisam ser executados em fase de projeto. 

 

A NBR 9649 (ABNT, 1986) que trata sobre projeto para redes coletoras de 

esgoto sanitário, estabelece os principais parâmetros para definição dos sistemas a 

serem instalados. 

 
 

 

2.5 Partes que constituem o sistema de esgotamento 

 
 

 
Conforme Tsutiya e Sobrinho (2000), a compreensão do sistema precisará 

ampliar às suas diversas partes, relacionadas e determinadas a seguir, conforme 

representadas na Figura 1: 

 

a) Tubo coletor: envolve o conjunto de canalizações propostas a receber 

contribuição em qualquer ponto no decorrer do seu comprimento; 

 

b) coletor principal: coletor em que o diâmetro é superior ao mínimo estipulado 

para a rede; 

 

c) coletor tronco: canalização com diâmetro maior, onde recebe somente as 

contribuições de vários coletores de esgoto, os transportando a um interceptor ou 

emissário; 

 

d) Interceptor: canalização que ganha a contribuição dos coletores tronco e de 

alguns emissários; 

 

e) Emissário: conduto final do sistema de coleta, que tem por finalidade 

distanciar os efluentes da rede para o local de escoamento ou de tratamento, 

ganhando reforços somente na extremidade do montante; 

 

f) Sifão invertido: designa-se à transposição de obstáculo através da tubulação 

de esgoto, e tem seu funcionamento sob pressão; 



28 
 

 
 

 
 

 

g) Estação elevatória: instalação estabelecida para a condução do esgoto do 

nível de chegada, até nível de recalque ou saída; 

 

h) Corpo receptor: corpo de água em que são lançados os esgotos tratados; 

 
i) Estação de tratamento: instalações apontadas para a realização da 

depuração dos esgotos, antes do despejo ao corpo receptor. 

 
 
 

Figura 1 – Partes constituintes do sistema de esgoto sanitário 
 
 
 

Fonte: Knapik e Cubas (2016). 
 
 
 
 

2.6 Histórico do esgoto sanitário no Brasil 

 
 

 
A discussão acerca do saneamento no país, conforme falam Pereira, Souza e 

Silva (2010), teve início no período colonial, em meados do século XVI, tempo 

marcado pelo desenvolvimento da sociedade brasileira, em que a economia dependia 

da utilização intensiva de recursos naturais e das monoculturas do açúcar, café, 

borracha e pau-brasil. Neste tempo, através da miscigenação das etnias indígenas, 

negra e branca, em que cada povo tinha seus próprios costumes sanitários, o 



29 
 

 
 

 
 

 

esgotamento sanitário ocorria apenas dos serviços de escravos, denominados 

“tigres”, que eram designados a eliminar os dejetos gerados e retidos em potes das 

residências. 

 

A chegada da família real, em 1808, acelerou o crescimento da população, 

onde aumentou em poucos anos, de 50.000 para 100.000 até 1822. Por isso, a 

demanda por abastecimento de água se elevou, consequentemente provocando o 

acumulo de dejetos e resíduos no meio ambiente. Nessa época, as obras de 

saneamento eram tidas como soluções apenas individuais, sendo destinadas a 

drenagens de terrenos e à disposição de chafarizes em determinadas cidades 

(PEREIRA; SOUZA; SILVA, 2010). 

 

Em meados do século XIX, foram feitas as primeiras interferências em favor do 

saneamento das cidades do Brasil, tendo em vista resolver os problemas de 

epidemias enfrentadas no período. Já em 1853, D. Pedro II juntamente com médicos 

e higienistas, começou os processos para construção de um sistema de esgotamento 

sanitário para o Rio de Janeiro, que na época era a capital do país. E em 1863, esta 

se tornou uma das únicas cidades do mundo a possuir um sistema de esgoto 

(REZENDE; HELLER, 2002). 

 

Em meados dos anos 70, foi inserido o Sistema Nacional de Saneamento, 

juntamente ao Plano Nacional de Saneamento (PLANASA), através do Fundo de 

Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Banco Nacional da Habitação (BNH). O 

PLANASA foi a política mais categórica que foi posta em prática no país e sua 

implementação foi viabilizada através dos recursos do FGTS (ARRETCHE, 2004). 

 

Conforme a ABES (2008), em conjunto com o PLANASA, foram designadas as 

Companhias Estaduais de Saneamento Básico (CESB). Partindo da hipótese de que 

as CESB seriam mais aptas a obter a universalização dos serviços de esgoto e água 

do que os municípios. O governo federal da época levou grande parte dos municípios 

a conceder às CESB, para a prestação dos serviços de saneamento como meio para 

garantir o ingresso aos recursos do Sistema Financeiro do Saneamento (SFS), com a 

intenção de que os municípios que não concordassem ao plano dificilmente 

conseguiriam recursos para investimento. Dessa maneira, aderir ao plano significava 

desistir da autonomia do município sobre os serviços de saneamento. 



30 
 

 
 

 
 

 
 

Com o intuito de mudar esse panorama, em 2007 surge a Lei Nacional do 

Saneamento Básico 11.445/2007, que representa uma admirável ação do governo, 

formalizando uma nova era na área de saneamento do país. Ao entrar em vigor a lei, 

admitiu-se como obrigação da sociedade brasileira a universalização do saneamento 

básico. Ainda em 2007, com a concepção do Programa de Aceleração do Crescimento 

(PAC) pelo governo, procurando manter a prioridade nos investimentos em 

infraestrutura, abrangendo a área de saneamento. 

 

Após o Decreto 7.217/2010, ocorreram avanços significativos no setor, onde o 

decreto que regulamenta a Lei 11.445/2007, institui normas nacionais para o 

saneamento básico, em conjunto com a Política Federal de saneamento Básico do 

Brasil. A lei mencionada define as competências no que diz respeito ao exercício de 

sua titularidade, regulação, planejamento e gestão. Desta forma dando maior 

autonomia aos municípios, onde estes têm o dever de elaborar de um plano de 

saneamento básico para a cidade. Ainda, fica a critério do município a 

responsabilidade de definir o monitoramento de indicadores sobre a execução e 

também sobre a gestão desses serviços. 

 
 

 

2.7 A situação do esgoto sanitário no Brasil 

 
 

 
No país, o desenvolvimento das ações de saneamento, conforme a história 

vinculou-se aos aspectos econômicos e de interesses dominantes, assim sendo, os 

investimentos feitos não superaram as carências sociais do país. De tal modo, os 

investimentos que tiveram prioridade nesse departamento foram de abastecimento de 

água, em detrimento de ações menos vantajosas, fragmentando a visão do 

saneamento, manifestando-se institucionalmente numa hipotética interação entre 

governos estaduais e municípios (REZENDE; HELLER, 2002). 

 

Conforme Pereira (2003), o número significativo de municípios que não possuem 

coleta e tratamento de esgotos acontece pois o saneamento não é tido como prioridade, 

faltando dessa maneira, uma política eficaz para que sejam direcionadas ações nessa 

área, fazendo com que os programas de saneamento tenham caráter individual e 

localizando-se em municípios específicos, e algumas questões político- partidário-



31 
 

 
 

administrativas atrapalham a formulação de uma política única de implantação de 

infraestrutura sanitária nos municípios, prejudicando a aquisição de recursos para esses 

investimentos. A presença de serviços de saneamento básico nos espaços urbanas do 

país aumentou significativamente nas últimas décadas, como se pode observar na Tabela 

1. 

 
 
 
Tabela 1 – Abastecimento de água e coleta de esgotos no Brasil (%) 

 

SERVIÇO ANO 

1960 1970 1980 1990 2000 2010 

ABASTECIMENTO DE ÁGUA 41,8 % 60,5 % 79,2 % 86,3 % 89,8 % 91,9 % 

ESGOTAMENTO SANITÁRIO 26,0 % 22,2 % 37,0 % 47,9 % 56,0 % 58,9 % 

Fonte: IBGE, Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1990, 2000 e 2010. 

 
 
 
 

Contudo, referente ao saneamento básico nota-se que, este desenvolvimento 

não está ocorrendo na maior parte das cidades brasileiras, pois o déficit que existe 

neste setor ainda é enorme, o que resulta em estragos ao meio ambiente e à condição 

de vida da humanidade. Um estudo dirigido pelo IBGE (2012), diz que em 2011, cerca 

de 78% das cidades brasileiras não tinham um Plano Municipal de Saneamento 

Básico (PMSB). Ainda, esta pesquisa relata que 60,5% dos municípios não tinham 

acompanhamento para às licenças referentes ao abastecimento de água, drenagem 

e manejo de águas pluviais urbanas e esgotamento sanitário. 

 

No conjunto que é designado ao saneamento básico, a situação mais 

preocupante é a do esgotamento sanitário. Ainda, conforme o IBGE (2010), no ano de 

2008, somente 55,2% dos municípios brasileiros possuíam serviço de esgotamento 



32 
 

 
 

 
 

 

sanitário por meio de rede coletora. Atualmente no Brasil por mais que a coleta de 

esgotos tenha se expandido nos últimos anos, seu tratamento ainda é ineficiente, 

necessitando de um aumento da rede coletora de esgoto, e um aumento considerável 

dos esgotos tratados, para reduzir os impactos ambientais e promover a qualidade de 

vida dos habitantes. 

 

Em 2017 apenas 41,5% dos 5.570 municípios brasileiros afirmaram ter um 

Plano Municipal de Saneamento Básico. Já em relação a Política Municipal de 

Saneamento Básico esse número é ainda menor, onde apenas 38,12% declararam 

ter (IBGE 2017). 

 

Conforme apresenta a pesquisa feita pelo IBGE (2017), após o Decreto 7.217 

de 21 de junho de 2010, houve um aumento na Política Municipal de Saneamento 

Básico. Sendo que, somente em cidades mais populosas a taxa referente a 

regulamentação do (PMSB) ultrapassa os 60%. Por outro lado, as maiores taxas de 

crescimento foram registradas entre os municípios que possuem uma população 

relativamente baixa, até 5000 habitantes, mostrando um aumento de 72,2%, onde em 

2011 apenas 277 municípios tinham determinada política de saneamento, e em 2017 

esse número subiu para 477 munícipios, mostrando assim uma mudança significativa 

em relação a esses aspectos. 

 
 

 

2.8 Situação do esgoto sanitário no Rio Grande do Sul 

 
 

 
Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD (2011), que 

investiga anualmente as características gerais da população brasileira no quesito da 

educação, trabalho, rendimento, habitação e, etc., no ano de 2011, no Estado, apenas 

26% das casas tinham rede coletora de esgoto. Essa situação é ainda mais precária, 

pois esta estatística faz referência apenas à existência do serviço no município, e não 

considera a extensão da rede, o número de domicílios atendidos ou se o esgoto é 

tratado depois de recolhido, além da qualidade do atendimento. Segundo o Sistema 

de Informação da Atenção Básica – SIAB (2013), no mês de fevereiro de 2013 haviam 



33 
 

 
 

 
 

 

no estado, ao menos 75.810 casas que destinavam o esgoto sanitário para valas a 

céu aberto. 

 

Informações do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS 

(2012), apontam que apenas 34,52% do esgoto total gerado no Estado é coletado, 

sendo tratado desse total coletado, somente um volume de 42,77% ao ano. Quando 

se trata da água consumida para essas tarefas e o esgoto sanitário produzido, o índice 

é ainda mais baixo, onde apenas 15,96% do volume total são tratados. Através dos 

dados apresentados fica evidenciado as ações a serem implementadas por órgãos 

públicos encarregados pelo saneamento, para poder superar o alto déficit tanto na 

coleta, como no tratamento de esgoto sanitário. 

 

 

O principal problema em relação ao saneamento no Estado, relatado pela 

Fundação Estadual de Estatística do Rio Grande do Sul – FEE (2017), está 

relacionado com a escassez de coleta e posterior tratamento de esgoto sanitário, visto 

que o Estado realiza a coleta em média de 50% do esgoto gerado, porém, realiza 

tratamento em apenas 13%. Nesse contexto ingressam as cidades de Canoas e 

Gravataí, que figuram entre os 20 piores índices comparados com municípios mais 

populosos do país (IBGE, 2017). 

 

A Lei 11.445/2007 evidencia o grande desafio proposto ao Estado no sentido 

de universalizar os serviços de esgotamento sanitário pelo Plano Nacional de 

Saneamento Básico (PLANSAB), onde as metas a serem alcançadas no índice de 

cobertura de domicílios com rede coletora ou fossa séptica varia de 81% para o ano 

de 2018 até os 99% em 2033. 



34 
 

 
 

 
 

 

2.9 Situação do esgoto sanitário em Guaporé 

 
 

 
Conforme o Plano Municipal de Saneamento Básico de Guaporé – PMSB 

(2017), no ano de 1991, 81,6% dos habitantes urbanos apresentavam acesso à rede 

de esgoto apropriada (fossa séptica ou rede geral), sendo que em 2010 esse índice 

subiu para 96,9%. 

 
 
 
Gráfico 1 - Percentual dos moradores urbanos com acesso a esgoto sanitário 

apropriado e água encanada no município de Guaporé/RS

Fonte: PMSB (2017). 

 
 

 

Segundo o IBGE (2010), 64% dos domicílios urbanos da cidade contavam com 

rede geral ou pluvial de esgoto, 33% possuíam fossa séptica, e somente 2% tinham 

fossa rudimentar ou com o despejo em rios e lagos. Destaca-se que a rede geral se 

refere a rede pluvial mista e não abrange necessariamente um tipo de destinação 

apropriada para o esgotamento sanitário. 

 

Conforme o PMSB (2017) destaca, a drenagem pluvial do município recebe os esgotos 

sanitários, ou seja, o sistema é misto. Ainda, o sistema de drenagem pluvial foi 

ampliado ao longo do tempo, não tendo um projeto global de dimensionamento, 



35 
 

 
 

resultando em redes subdimensionadas e sem as devidas atualizações com a 

realidade, bem como com o crescimento da cidade. Logo, o dimensionamento da rede 

pluvial deve considerar as vazões de esgotos mais vazão das chuvas, que não se 

constatou. Além disso, no estudo realizado, a vazão de esgoto que colabora para a 

drenagem pluvial é de aproximadamente de 5.424.000 L/dia, provocando uma 

sobrecarga ainda maior para as redes de microdrenagem. 

 

Ainda conforme o PMSB (2017), identificou-se a existência de aporte de 

efluente industrial, tratado e não tratado, lançado diretamente na rede pluvial. Este 

volume não pôde ser estimado por ser uma atividade ilegal, não sendo impossível a 

contabilização do real acréscimo de efluentes industriais na rede de microdrenagem. 

Existem graves falhas na infraestrutura, conservação e manutenção, com pontos de 

deterioração dos materiais, e também condutos pluviais com problemas de 

assoreamento, lançamento de lixo e presença de resíduos. Esses fatores são 

agravados por conta do crescimento da cidade, dos desmatamentos para a 

urbanização, do aumento do grau de impermeabilização do solo, das ocupações 

impróprias em localidades sob influência das águas, bem como da erosão (PMSB, 

2017). 

 

De maneira geral, o sistema que existe na cidade, faz com que as águas 

escoem por meio de inclinações contidas nas ruas, conduzindo-as para a sarjeta, e 

por meio da força gravitacional, escoam pelas laterais destas vias, tomando a direção 

das bocas de lobo ou caixas coletoras com grades, sendo transportadas por meio de 

tubos subterrâneos para áreas baixas, desaguando em um curso hídrico (PMSB, 

2017). 

 

A cidade de Guaporé não possui sistema coletivo de tratamento de efluentes 

(esgoto). O esgotamento sanitário da cidade é do modelo individual, ou seja, efetivado 

em cada lote habitacional, onde conforme Von Sperling (1995), os sistemas individuais 

são propícios para residências unifamiliares. E hoje em dia, além do sistema individual 

estabelecido em cada lote habitacional, exige-se de loteamentos novos a colocação 

da rede coletora de esgoto, do modelo separador absoluto (rede seca), pois, até a 

implantação do sistema coletivo de tratamento, esta permanecerá inutilizada, feita 

somente como espera. 



36 
 

 
 

 
 

 

Conforme dados do IBGE (2010), o município de Guaporé possui 7.632 

domicílios, desses 6.892 domicílios estão em área urbana e 740 em área rural. Ainda, 

segundo o IBGE, o cenário do esgotamento sanitário de Guaporé era composto pelo 

que se descreve na Tabela 2. 

 
 
 
Tabela 2 – Dados do tratamento de esgoto no município de Guaporé/RS 

 

Tratamento 
Área Urbana e Rural 

% de domicílios Nº de domicílios 

Fossa-séptica rudimentar (poço negro) 4 330 

Fossa-séptica (FS) 37 2.786 

Fossa-séptica (FS) + Filtro Anaeróbico (FA) 0 0 

Fossa-séptica (FS) + clorador 0 0 

Sem tratamento (a céu aberto em solo ou curso hídrico) 2 159 

Outro (Rede coletora mista) 57 4.344 

Total 100 7.619 

Fonte: IBGE (2010). 

 
 
 
 

Guaporé não possui um sistema coletivo para tratamento de efluentes (esgoto), 

portanto, o único meio de tratamento que existe são os sistemas individuais, por lote 

habitacional, através de fossa-séptica, filtro anaeróbio e instalação em rede pluvial 

mista na maior parte dos casos, bem como em sumidouros, quando há possibilidade 

(PMSB, 2017). 

 
 

 

2.10 Critérios de projeto 

 
 

 
Para que seja possível a realização de um estudo de concepção e o 

dimensionamento de redes coletoras de esgoto, é necessário que haja alguns critérios 

de projeto a serem seguidos para direcionar os estudos e pesquisas. 



37 
 

 
 

 
 

 

2.10.1 Topografia 

 
 

 
O termo "Topografia" decorre do grego "topos" (lugar) e "graphen" (descrever), 

isto é, o traçado exato de um ambiente. Todo e qualquer projeto de arquitetura ou 

engenharia tem como fundamento a determinação do contorno, extensão e posição 

referente a uma porção limitada de terreno por meio de plantas ou cartas. Os sistemas 

de Esgotamento Sanitário são desenvolvidos através do terreno sobre o qual 

assentam e o qual é essencial seu conhecimento detalhado, tanto na fase do projeto, 

bem como na execução. A topografia é que permite esse conhecimento, através de 

métodos e instrumentos, assegurando a adequada implantação da obra (BORGES, 

1977). 

 

A força da gravidade é responsável para que os sistemas de redes coletoras 

de esgoto funcionem, assim, é de fundamental importância a realização do registro 

topográfico do local de projeto, mas também que na fase da construção da obra os 

traçados ou levantamentos de campo sejam respeitados. Os procedimentos para a 

efetivação de um levantamento topográfico são definidos pela NBR 13.133 (ABNT, 

1996), que determina as condições exigíveis para sua execução de forma a obter: 

 

 Noção geral do terreno: limites, relevo, localização, área, posicionamento, 

confrontantes e amarração; 

 

 Dados sobre o terreno (coordenadas, cotas) para estudos preliminares de 

projetos; 

 

 Dados sobre o terreno (cotas, coordenadas) para anteprojetos ou projetos 

básicos; 

 

 Dados sobre o terreno (cotas, coordenadas) para projetos executivos. 

 
Ainda, segundo Tsutiya e Sobrinho (2011), a realização do estudo do traçado, 

necessita da planta topográfica planialtimétrica na escala adequada, com nivelamento 

dos pontos em que precisam ser projetados os órgãos acessórios. 



38 
 

 
 

 
 

 

2.10.2 Modelos de traçado de rede coletora 

 
 

 
Tsutiya e Sobrinho (2000) destacam que, o esquema das redes coletoras de 

esgoto está fortemente unido a morfologia da área de projeto, procurando tirar proveito 

dos declives que existem, através dos efeitos da gravidade. Portanto, é possível ter 

os tipos de rede a seguir: 

 

 Perpendicular: Esse traçado acontece quando a cidade é atravessada ou 

circundada por cursos d’água. Portanto, a rede de esgoto é composta de 

diversos coletores tronco independentes, com traço perpendicular ao fluxo 

d’água, e um interceptor marginal recolhe os efluentes dos coletores tronco 

e os encaminha ao destino apropriado (FIGURA 2). 

 

 
Figura 2 – Rede coletora do tipo perpendicular 

Fonte: Tsutya e Sobrinho (2011). 

 
 
 
 

 Leque: O traçado leque é normalmente colocado em áreas acidentadas. 

Onde os coletores percorrem aos fundos dos vales ou através da parte 



39 
 

 
 

 
 

 

baixa das bacias, recebendo os coletores secundários, dando forma a um 

traçado em que se assemelha a espinha de um peixe (FIGURA 3). 

 
 
 

Figura 3 – Rede coletora do tipo leque 

Fonte: Tsutya e Sobrinho (2011). 

 
 
 
 

 Radial ou Distrital: Essa configuração de traçado é normalmente 

empregada em cidades com áreas planas. Sendo a área dos pontos mais 

baixos desmembrada em setores independentes, para onde são 

direcionados os esgotos a serem recalcados ao destino final (FIGURA 4). 



40 
 

 
 

 
 

 

Figura 4 – Rede coletora do tipo radial ou distrital 

Fonte: Tsutya e Sobrinho (2011). 
 
 
 
 

2.10.3 Profundidade da rede de esgotamento 

 
 

 
Conforme o manual de saneamento da FUNASA (2006), a mínima 

profundidade da tubulação precisa permitir a recepção dos efluentes por gravidade, 

bem como resguardar a tubulação por conta do tráfego de veículos e demais impactos. 

Tsutiya e Sobrinho (2011) destacam que, a profundidade mais adequada para um 

sistema é a que acomoda a coleta e afastamento dos esgotos com o emprego 

coerente da tecnologia disponível e também de recursos financeiros. 

 

Para determinar onde uma rede possa ser traçada é de fundamental 

importância o conhecimento das profundidades mínimas e máximas. Sendo 

necessário a realização de planos de sondagens, para a obtenção dos principais 

fatores em relação ao conhecimento da presença de solos de baixa resistência, 

rochas, nível do lençol freático e outros fatores de análise do subsolo. Fatores esses 

que possibilitam o estabelecimento das profundidades máximas e mínimas, além dos 

serviços para orçamento e execução da obra (RECESA, 2008). 



41 
 

 
 

 
 

 

A NBR 9649 (ABNT, 1986) estabelece que, a profundidade precisa ser 

determinada de maneira a permitir o escoamento do esgoto sanitário das residências 

ao longo das ruas que ela está assentada, e para que atenda as condições de 

recobrimento mínimo, de forma a proteger a tubulação. Onde o recobrimento não pode 

ser inferior a 0,90 m para coletor assentado na via de tráfego, garantindo um 

recobrimento mínimo, visando proteger os coletores contra cargas externas, e para 

aqueles assentados no passeio público seu recobrimento não deve ser inferior a 0,65 

m. 

 

Tsutiya e Sobrinho (2000) indicam que, a profundidade máxima da tubulação 

comumente chega de 4,0 m a 4,5 m, mas a profundidade mais apropriada é de 1,5 m 

até 2,5 m. Ainda, cabe ressaltar que maiores profundidades só devem ser aceitas 

mediante a justificativa técnica e econômica, visto que acima de 4,0 m de profundidade 

é aconselhável a projeção de coletores para auxiliar nas coletas das ligações prediais. 

 

A profundidade máxima tem relação com a economia do sistema no que diz 

respeito às condições de execução e realização de manutenção da rede pública e de 

ligações prediais, utilizando-se 4,5 m como valor de referência (NETTO; 

FERNÁNDEZ, 2015). 

 

Alguns aspectos são levados em conta para a projeção da rede coletora, entre 

eles está a presença de interferências, os planos diretores de urbanização, o local em 

que a tubulação se encontra na via pública e a possibilidade do aproveitamento de 

canalizações já existem (TSUTIYA; SOBRINHO, 2011). 

 
 

 

2.11 Materiais das tubulações de esgoto 

 
 

 
Recesa (2008) fala que, hoje em dia no Brasil, o PVC (policloreto de vinila) é o 

material mais usados nas obras para sistemas de coleta e condução de esgoto. E para 

linhas de recalque, são usados tubos de aço ou ferro fundido. 

 

É de fundamental importância fazer a avaliação de vários fatores para a escolha 

correta do tipo de material a ser usado para a rede de esgotos. Dentre esses fatores 



42 
 

 
 

 
 

 

se destacam: as condições locais, as características dos esgotos, os procedimentos 

usados na construção (RECESA, 2008). 

 

Conforme Tsutiya e Sobrinho (2011) no momento da seleção do material deve- 

se analisar as seguintes particularidades: 

 

 Disponibilidade de diâmetros necessários; 

 Resistência a cargas externas; 

 Fácil transporte; 

 Resistência à abrasão, bem como ao ataque químico; 

 Custo do material; 

 Custo de transporte; 

 Custo de assentamento. 
 
 
 

 

2.11.1 Tubos de PVC 

 
 

 
A NBR 14486 (ABNT, 2000) implanta as exigências para tubos de PVC para 

rede coletora e ramais prediais enterrados para realizar a condução dos esgotos 

sanitários e escoamentos industriais, em que temperatura do fluido não exceda 40°C. 

 

Para Tsutiya e Sobrinho (2011), esse material é a principal opção de emprego 

nos tubos para coleta e transporte de esgoto, por conta da alta resistência à corrosão, 

diversidade de diâmetros existentes, ao seu baixo custo, ampla disponibilidade e 

facilidade de transporte, e a vida útil do material. 

 

Os tubos de PVC possuem 6,0 m de comprimento e os diâmetros variam de 

100 a 400 mm, sendo que há variação conforme cada fabricante (RECESA, 2008). 



43 
 

 
 

 
 

 

2.11.2 Tubos de ferro fundido 

 
 

 
Conforme Tsutiya e Sobrinho (2011), os tubos de ferro fundido são bastante 

usados em linhas de recalque de elevatórias. Para passagem livre são usados em 

travessias aéreas, passagem por rios, e se há necessidade de tubulações que 

aguentem cargas elevadas. Os diâmetros disponíveis para esse material são de 100, 

150, 200, 250, 300, 350, 400, 500, 600, 700, 800, 900, 1000, 1100 e 1200 mm, com 

 extensão de 6 m. 

 
Recesa (2008) expõe os benefícios na utilização de tubos de ferro fundido, 

dentre elas: 

 

 Resistência a altas pressões; 

 Existência de distintos tipos de revestimento externo para corrosividade do 

solo; 

 Para qualquer tipo de serventia, existe um conjunto de conexões e peças 

disponíveis; 

 Alta resistência às cargas externas, permitindo grandes e pequenas alturas de 

recobrimento; 

 Garantia de 100% de estanqueidade por vários fabricantes, não admitindo 

infiltrações ou vazamentos; 

 Dependendo do efluente a ser transportado, o recobrimento interno pode ser 

distinto. 

 
 

 
2.12 Fundamentos do processo de cálculo 

 
 

Conforme Telles (2014), a rede coletora de esgoto é constituída por um 

conjunto de condutos conectados entre si, cobrindo as ruas do local a que serve, 

podendo ser nomeadas de redes simples as que são constituídas de uma canalização 

única por rua, ou ainda, sendo denominadas de redes duplas, as que possuem 

canalização distribuída uma em cada calçada, onde que em cada nó, ou ponto de 



44 
 

 
 

 
 

 

singularidade é colocado um órgão acessório como um poço de limpeza nas 

cabeceiras. 

 

Telles (2014) ainda relata que, considerando a extensão total da rede, a 

população para receber esgotamento de início e de fim de plano, juntamente com o 

consumo de água per capita, coeficiente de máxima vazão diária (K1) e coeficiente de 

máxima vazão horária (K2), e também a taxa de infiltração e o coeficiente de retorno, 

é possível determinar a vazão de coleta linear (l/s.m), para início e final de plano 

admitindo que seja uniforme no decorrer do trecho. Há uma acumulação nos trechos 

das cabeceiras para as pontas das vazões calculadas, alcançando seu maior valor no 

trecho mais próximo ao ponto final da rede. Desta maneira, tendo as vazões de início 

e fim de plano para cada trecho calcula-se o diâmetro, a declividade, a tensão trativa 

e a velocidade crítica ao longo do escoamento, onde todos esses itens terão seus 

conceitos abordados a seguir, e posteriormente no capítulo da metodologia, serão 

expostas suas equações ou parâmetros estipulados por norma. 

 
 
 
2.12.1 Estudo populacional 

 
 

 
Após ser definido o horizonte de projeto, a primeira variável a ser analisada em 

um Plano de Saneamento é a questão da população que será atendida pelo projeto 

de esgotamento sanitário num determinado período adotado. Assim, permitindo 

deduzir uma vazão de esgotos atual e futura, ano por ano até o fim de plano e a 

saturação, que destinará ao tratamento apropriado (NUVOLARI, 2011). 

 

A atividade certamente mais difícil de um planejamento urbano, é a 

determinação do índice de atendimento, pois se faz necessário um estudo 

populacional e demográfico, na tentativa de prever o crescimento populacional de uma 

cidade, onde este inclui diversas incertezas, tendo em vista o grande número de 

variáveis que envolvem estes fatores, dificultando sua projeção de forma correta 

(CORSAN, 2009). 

 

Recesa (2008) alerta para a importância de se realizar a projeção da população, 

baseando-se no estudo de ocupação e uso do solo, desta forma não extrapolando a 



45 
 

 
 

população de projeto com áreas que por ventura não venham a ser povoadas no 

futuro. Para isso, são usadas projeções tendo por base de cálculos matemáticos 

baseados em dados populacionais pré-existentes, como dados censitários do IBGE, 

tomando por base dois métodos existentes para este cálculo, que são os cálculos da 

população por meio do método aritmético e os cálculos através do método geométrico. 

 
 
 
2.12.2 Consumo de água per capita (q) 

 
 

 
Entende-se por consumo per capita a quantidade de água consumida por uma 

pessoa em suas atividades rotineiras, evidenciando assim a relação do consumo de 

água e a contribuição para a rede de esgotos. A contribuição per capita de uma região 

é obtida dividindo-se o total de consumo de água por dia, pela quantidade de 

população servida (FUNASA, 2015). 

 

No Brasil se utiliza o consumo per capita dos projetos para fornecimento de 

água como parâmetros para dimensionar os sistemas de esgotamento sanitário. 

Porém, deve ser considerado para o dimensionamento do sistema de esgoto o 

consumo de água per capita, onde não se inclui as perdas de água (TSUTIYA; 

SOBRINHO, 2011). 

 

Depois de uma revisão bibliográfica, define-se valores típicos para o consumo 

de água “per capita” para populações com ligações domiciliares, conforme a Tabela 1 

(VON SPERLING, 1995). 



46 
 

 
 

 
 

 

Tabela 3 - Consumo per capita de água 
 

Porte da Comunidade Faixa da população 

(habitantes) 

Consumo per capita 

(l/hab.dia) 

Povoado rural < 5.000 90 – 140 

Vila 5.000 – 10.000 100 – 160 

Pequena localidade 10.000 – 50.000 110 – 180 

Cidade média 50.000 – 250.000 120 – 220 

Cidade grande > 250.000 150 – 300 

Fonte: Von Sperling (1995). 

 
 
 

O consumo “per capita” é um parâmetro que sofre variações dependendo de 

diversos fatores, como por exemplo, a quantidade de micromedição do sistema de 

abastecimento de água, os hábitos higiênicos e culturais da comunidade, os controles 

exercidos sobre o consumo, as instalações e equipamentos hidráulico-sanitários dos 

imóveis, a temperatura média da região, a renda familiar, entre outros. Deve-se levar 

em conta também, para o cálculo das demandas de sistemas de abastecimento de 

água, as possibilidades de crescimento econômico pelo aumento da renda das 

populações ou PIB per capita, pois, o aumento do consumo de água está diretamente 

ligado a tais crescimentos (FERREIRA E MARTINS, 2005). 

 
 
 
2.12.3 Coeficientes de variação de vazão (K) 

 
 

 
Nuvolari (2011) cita que os coeficientes de variação de vazão referem-se ao 

escoamento de esgoto doméstico, componente do esgoto sanitário. Sendo que a água 

de consumo doméstico tem comando direto do usuário, portanto, há uma variação de 

vazões conforme as demandas mensais, horárias e sazonais. 

 

Von Sperling (2005) ressalta que, em questão das variações horárias das 

vazões de esgoto, é preciso lembrar que, em sistemas coletivos, as flutuações são 

amortecidas ao longo da rede coletora. Compreende-se que, quanto maior for a rede, 

menores as chances das vazões de pico se superporem ao mesmo tempo na entrada 

da estação de tratamento de esgotos (ETE). Por esta razão, em sistemas coletivos, 

o tempo de 



47 
 

 
 

 
 

 

residência na rede coletora tem ampla influência no amortecimento dos picos de 

vazão. 

 

Metcalf & Eddy (1991) destacam que, para uma mesma população, a vazão de 

esgoto doméstico tem variação em relação as horas do dia (variações horárias), com 

os dias (variações diárias) e meses, sendo estimados os coeficientes (Qmáx = K1 e 

K2Qméd) para se obter vazões máximas, e Qmín = K3Qméd para vazões mínimas de 

contribuição: 

 

a) Coeficiente do dia de maior consumo (K1) – é a relação entre o valor do 

consumo máximo diário de água no decorrer de um ano e o consumo médio diário de 

água referente a este mesmo ano; 

 

b) Coeficiente da hora de maior consumo (K2) – coeficiente de máxima vazão 

horária; 

 

c) Coeficiente de mínima vazão horária (K3). 

 
Azevedo Netto et al. (1998), indicam que os valores usuais de K1 e K2 para 

projetos de sistemas públicos de abastecimento d’água são K1 variando de 1,1 a 1,4 

e K2 de 1,5 a 2,3. Já a NBR 9.649 (ABNT,1986) menciona que, na ausência de valores 

alcançados por meio de medições, é aconselhado o uso de K1 = 1,2, K2 = 1,5 e K3 = 

0,5 para projeto de sistemas de esgotamento sanitário. 

 
 
 
2.12.4 Taxa de infiltração 

 
 

 
Hanai e Campos (1997) dizem que, nos sistemas de esgotamento a infiltração 

subterrânea ocorre quando estes estão alocados abaixo do nível do lençol freático, 

sobretudo se o nível é alto de maneira natural, ou por conta das excessivas 

precipitações pluviométricas sazonais. Tsutyia e Sobrinho (2011) mencionam que, as 

águas de infiltração são subterrâneas provenientes do subsolo, que penetram de 

maneira indesejada nas canalizações da rede coletora por diversos meios, podendo 

ser através das tubulações defeituosas, por juntas mal executadas, pelas estruturas 



48 
 

 
 

 
 

 

dos poços de visita e das estações elevatórias, ou ainda, através das paredes das 

tubulações. 

 
 
 
2.12.5 Declividade mínima 

 
 

 
A função da declividade mínima é de assegurar o deslocamento e o transporte 

dos sedimentos no sentido do fluxo do esgoto, garantindo assim que não fiquem 

depositadas impurezas no sistema (NUVOLARI, 2014). Portanto, a declividade a ser 

empregada deverá proporcionar uma tensão trativa média igual ou acima de 1,0 Pa 

(NBR 9649 - ABNT, 1986). 

 

Visando garantir a autolimpeza das tubulações ao menos uma vez ao dia, a 

partir do início do plano, a declividade mínima que atende esta regra conforme NBR 

9649 (ABNT, 1986), deve considerar um coeficiente de Manning com n = 0,013, já a 

CORSAN (2016), estabelece para seus projetos um coeficiente de rugosidade de n = 

0,010, o qual segundo a norma deve ser justificado. 

 
 
 
2.12.6 Lâmina d’água 

 
 

 
Os coletores, interceptores e emissários são projetados para trabalhar como 

condutos livres, em que a pressão atmosférica age na superfície hidráulica. 

Estabelecendo parâmetros diferentes daqueles das redes de água e linhas de 

recalque, em que são dimensionadas para atuar como conduto forçado, onde a 

pressão interna é maior que a atmosférica (NETTO; FERNÁNDEZ, 2015). 

 

A NBR 9649 (ABNT,1986) define que os coletores sejam projetados para 

realizar um trabalho com lâmina d’água de no máximo 75% do diâmetro da tubulação, 

e a parte superior dos condutos com destino a ventilação do sistema e às imprevisões 

e flutuações eventuais de nível. Tsutiya e Sobrinho (2011) dizem que o escoamento é 



49 
 

 
 

 
 

 

admitido em regime permanente e uniforme, em que a declividade da linha de energia 

é igual à declividade do conduto e equivale à perda de carga unitária. 

 
 
 
2.12.7 Tensão trativa 

 
 

 
A tensão trativa é definida segundo Takahashi (1983), como sendo uma tensão 

tangencial que a parede do conduto sofre pelo escoamento do líquido. As tubulações 

são dimensionadas com o intuito de garantir que as condições de escoamento tenham 

um esforço tangencial mínimo entre a superfície do tubo e do líquido a ser escoado, 

gerando assim, uma autolimpeza da tubulação pelo menos uma vez ao dia (TSUTIYA; 

SOBRINHO, 2011). 

 

A NBR 9649 (ABNT, 1986) estabelece o valor de 1,0 Pascal para a tensão 

trativa, para que ocorra a autolimpeza dos tubos uma vez ao dia pelo menos, sendo 

esta suficiente para arrastar uma partícula com 1,0 mm de diâmetro (NUVOLARI, 

2014). 

 

 
 
 
2.12.8 Velocidade crítica e velocidade máxima 

 
 

 
Tsutiya (2000) menciona que, em caso de escoamento de esgoto, a noção da 

combinação água-ar é importante, especialmente quando a tubulação é disposta com 

grande declividade, pois dessa maneira, o grau de entrada de bolhas de ar na 

passagem poderá ser alto, aumentando a altura da lâmina de água. Este aumento 

pode alterar a forma do escoamento dentro do conduto livre, onde este poder ser 



50 
 

 
 

 
 

 

destruído devido as pressões geradas (TSUTIYA; SOBRINHO, 2011). 

 
 
 
2.12.9 Controle de remanso 

 
 

 
Tsutiya e Sobrinho (2011) citam que, quando a cota do nível d’água na saída 

de algum poço de visita (PV) estiver acima das cotas dos níveis d’água de entrada, 

deve-se verificar a influência do remanso no trecho de montante, assegurando as 

condições de autolimpeza e de escoamento livre. 

 
 
 
2.12.10 Determinação das vazões de esgoto 

 
 

 
Após ser definido o caminho da rede, o alcance do plano e a estimativa das 

populações inicial e final deve ser determinado as vazões dos esgotos. Conforme 

Tsutya e Sobrinho (2011), devem ser consideradas para a determinar a vazão de 

esgotos, parâmetros como a contribuição per capita, a população da área de projeto, 

coeficientes de vazão, coeficiente de retorno, lançamento de esgotos industriais na 

rede coletora e águas de infiltração. 



51 
 

 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

3 METODOLOGIA 

 
 
 

 
Será apresentado neste capítulo os métodos de cálculo e parâmetros que serão 

considerados para o desenvolvimento do projeto de dimensionamento da rede de 

esgoto sanitário, baseando-se na planilha da CORSAN, para definir a sequência dos 

cálculos. 

 

Portanto, o presente trabalho será desenvolvido de maneira analítica, com 

dados obtidos através da planilha adaptada da CORSAN, disponível no Anexo A, com 

resultados de pesquisas como: estudo populacional, levantamento de bacias 

hidrográficas, e a planta cartográfica da região obtida através do Plano Diretor 

Municipal. Será realizado um levantamento das bacias de drenagem e exutórios 

naturais da área em estudo, levantamento altimétrico (cota e distância entre pontos) 

para o traçado da rede a ser proposta, utilizando como ferramenta o software 

AutoCAD e, por meio de planilha de cálculo (software Excel), serão dimensionados os 

trechos de rede para a Micro Bacia do Arroio Barracão. 

 
 
 
3.1 Características da área de estudo 

 
 

 
O município de Guaporé situa-se na encosta superior do nordeste do Rio 

Grande do Sul, destacado na Figura 5 na cor vermelha, e está localizado na Serra 

Geral, possuindo um relevo bastante acidentado em uma área de 297,659 km², com 

uma altitude máxima de 769 m e mínima de 200 m em relação ao nível do mar, 



52 
 

 
 

 
 

 

estando a uma distância de 210 km de Porto alegre, capital do estado, onde seu 

principal acesso é feito pela RS 129. 

 
 
 

Figura 5 – Mapa da localização do município de 

Guaporé no Rio Grande do Sul. 

 

Fonte: PMSB (2017). 

 
 
 
 

Em questão do regime climático, pode-se afirmar que os sistemas polares são 

os maiores dinamizadores do clima do estado, em conjunto com os sistemas tropicais. 

Contudo, por meio da relação destes com os fatores geográficos locais e regionais, é 

determinado a variabilidade dos elementos climáticos. A gênese das chuvas está 

ligada aos sistemas frontais. 

 
 
 
3.2 Limites territoriais 

 
 

 
Situado no Planalto Meridional, a cidade de Guaporé limita-se ao Norte, com 

Serafina Corrêa, Nova Bassano e União da Serra; ao Sul, com Dois Lajeados e Anta 



53 
 

 
 

 
 

 

Gorda; a Leste, com Vista Alegre do Prata e Fagundes Varela; e a Oeste com 

Arvorezinha, como visualiza-se na Figura 6. 

 
 
 

Figura 6 – Limites territoriais do município de Guaporé/RS 

Fonte: PMSB (2017). 

 
 
 
 

3.3 Bacias e sub bacias de contribuição 

 
 

 
No Rio Grande do Sul, a bacia hidrográfica Taquari-Antas está situada na 

região nordeste, contendo uma área de 26.428 km², contemplando 98 municípios, 

abrangendo de maneira total ou parcial, tornando-se assim, a segunda maior do 

Estado. 

 

Guaporé pertence a Bacia Hidrográfica do Taquari-Antas, e as sub bacias do 

Rio Carreiro e Rio Guaporé, localizada na região nordeste do Rio Grande do Sul, nas 

coordenadas -28°10'S e -29°57'S; -49°56'W e -52°38'W, 

 

Para a realização do presente trabalho, foram obtidas as delimitações das sub- 

bacias hidrografias presentes no município de Guaporé, conforme Figura 7: 



54 
 

 
 

 
 

 

Figura 7 – Mapa de localização das microbacias área urbana do município de 

Guaporé/RS 

 

Fonte: PMSB (2017). 

 
 
 

Verifica-se no mapa (Figura 7) a existência de três microbacias, em que a 

MBHU1 possui nascentes correndo da parte urbana para a parte rural da cidade, 

confluindo com o Rio Carreiro, de grande importância para a região; a MBH2 tendo 

como recurso hídrico o Arroio Barracão, o qual tem as suas nascentes situadas na 

zona rural do município, recebendo aporte de água na zona urbana proveniente de 



55 
 

 
 

 
 

 

pequenas veias de água de afloramentos e que será o foco deste estudo; e a MBH3 

tem nascentes de água que correm para o Arroio Bento, na área rural do município. 

 

A zona urbana do município localiza-se dentro da microbacia do Arroio 

Barracão, local que é destinado para o crescimento urbano, disposição e tratamento 

de resíduos, bem como outras atividades licenciadas em que se enquadram com 

potencial poluidor elevado e degradação ambiental. 

 

O município localiza-se entre duas sub bacias, com divisor de águas pela 

estrada – RS 129 e pela via férrea. A leste, a bacia do Rio Carreiro, abrange sete sub 

bacias, e na parte oeste, a bacia do Rio Guaporé envolve outras 6 sub bacias. 

 

O rio Carreiro está localizado a leste do munícipio fazendo divisa com Vista 

Alegre do Prata e Fagundes Varela, o qual recebe efluentes originários da zona 

urbana de Guaporé. Este rio possui vários afluentes, como os arroios Brasil Duvidoso, 

Taquara, Leão, Trajano e Barracão, sendo que os arroios Barracão e Taquara cortam 

a zona urbana do município. 

 

Sobre a sub bacia Rio Guaporé, esta limita-se com Arvorezinha e Anta Gorda, 

onde seus principais afluentes são os, arroios Barraca, Bento, Bíscaro e Tacangava. 

 
 
 
3.4 Delimitação da área de estudo 

 
 

 
O arroio Barracão surge na Linha 5ª Pinheiro Machado, Capela São Judas, e 

seu percurso é de 3 km por dentro da cidade, do centro até o cemitério tendo distância 

de 2 Km e, do cemitério chegando até o Carreiro possuindo 8 Km de extensão. Em 

1962, este arroio teve um trecho de sua distribuição canalizada na área urbana. 

 

Nesta microbacia encontra-se quase toda sede urbana e população da cidade, 

portanto, o local fica preestabelecido para ocupação e eventual crescimento urbano, 

tendo em vista a topografia propícia para tanto.  

 

Entende-se que para a definir as microbacias hidrográficas, é necessário ter por 

base as curvas de nível, considerando os divisores de águas, como é possível 

observar na Figura 8. 



56 
 

 
 

 

 
Figura 8 – Microbacias da área urbana do município de Guaporé/RS. 

 
Fonte: PMSB (2017). 



57 
 

 
 

 
 

 

Portanto, o presente estudo terá foco na área delimitada em verde e nomeada 

MBHU2, pois é a área com maior densidade populacional do município e com maior 

índice de poluição. 

 
 
 
3.5 Cálculo da população através do método aritmético 

 
 

 
Essa metodologia é aplicada para estimativas de curto prazo e considera que 

a população apresente uma taxa de crescimento linear para os anos seguintes, por 

meio de dados conhecidos (VON SPERLING, 2005). Sendo calculado o incremento 

populacional nesse período, pela equação 01: 

 
 

 

Ka= 
P1- P0

t1- t0

(01) 

 
 
 

 

Onde: 

 
Ka – Taxa constante; 

 
P – População futura (habitantes); 

 
P1 – População no último censo (habitantes); 

 
P0 – População no penúltimo censo (habitantes); 

t1 – Ano do último censo; 

t0 – Ano do penúltimo censo. 

 
 

 
Com a determinação da taxa constante é possível realizar a projeção da 

população futura. Através da equação 2: 



58 
 

 
 

 
 
 
 
 

P=P0+Ka . (t1-t0) (02) 

 
 
 

Onde: 

 
Ka – Taxa constante; 

 
P – População futura (habitantes); 

 
P1 – População no último censo (habitantes); 

 
P0 – População no penúltimo censo (habitantes); 

t1 – Ano do último censo; 

t0 – Ano do penúltimo censo. 

 
 

 
3.6 Cálculo da população por meio do método geométrico 

 
 

 
Este método é utilizado para estimativas de curto prazo, em que a taxa de 

crescimento da população é proporcional com à população que existe num 

determinado período (VON SPERLING, 2005). Podendo ser representada pela 

equação 3: 

 
 

 

Kg= 
InP1- InP0

t1- t0

(03) 

 
 

 

A partir da determinação da taxa de crescimento se estima a população futura. 

A qual é obtida pela equação 4: 



59 
 

 
 

 
 

P= P0 . e
Kg (t1- t0)  (04) 

 
 

Onde: 

 
Kg – Taxa constante; 

 
P – População futura (habitantes); 

 
P1 – População no último censo (habitantes); 

 
P0 – População no penúltimo censo (habitantes); 

t1 – Ano do último censo; 

t0 – Ano do penúltimo censo. 

 
 

 
3.7 Estimativa de consumo de água per capita (q) 

 
 

 
De acordo com o manual de saneamento da FUNASA (2015), o valor de 

consumo de água per capita pode variar conforme o tamanho da população e o porte 

da comunidade. Essa relação pode ser verificada abaixo: 

 
 
 

 População final até 6.000 habitantes: de 100 a 150 L/hab./dia; 

 População final até de 6.000 até 30.000 habitantes: de 150 a 200 

L/hab./dia; 

 População final de 30.000 até 100.000 habitantes: de 200 a 250 

L/hab./dia; 

 População final acima de 100.000 habitantes: de 250 a 300 L/hab./dia. 



60 
 

 
 

 
 

 

3.8 Coeficiente de retorno (C) 

 
 

 
Determinado pela NBR 9649 (ABNT, 1986), o coeficiente de retorno é a relação 

média entre os volumes de esgoto gerado e de água consumida. Recomenda-se um 

valor de 0,8 para o coeficiente de retorno. 

 
 
 
3.9 Determinação dos coeficientes de variação de vazão (K) 

 
 

 
Os coeficientes de variação de vazão são definidos pela NBR 9649 (ABNT, 

1986), onde o coeficiente de máxima vazão diária (K1), corresponde ao dia que de 

maior consumo teoricamente, apontando um valor de 1,20. Para o coeficiente de 

máxima vazão horária (K2) a mesma norma estipula um valor de 1,50, sendo que este 

é o fator mais significativo a se considerar, pois refere-se à hora do dia que tenha o 

máximo consumo. Por fim, o coeficiente de mínima vazão horária (K3) que relaciona a 

vazão mínima com a média anual, tendo um valor recomendado de 0,5. 

 
 
 
3.10 Vazões de dimensionamento 

 
 

 
Para realizar o dimensionamento de uma rede coletora é necessário a 

realização do cálculo das vazões de início e fim de plano, onde a capacidade que o 

coletor precisa atender é determinada pela vazão máxima de final de plano. E a vazão 

máxima horária em um dia qualquer (não se faz referência ao dia com maior consumo) 

do início de plano é usada para averiguar se as condições de autolimpeza do coletor 

são satisfatórias (TSUTIYA; SOBRINHO, 2011). 



61 
 

 
 

 
 

 

a) Vazão de início de plano 

 
Determina-se essa vazão através da equação 5: 

 
 

 
Qi= Q

d,i
+ Qinf,i+ Qc,i (05) 

 
 

Onde: 

 
Qi – Vazão de esgoto sanitário inicial (L/s); 

 
Qd,i – Vazão doméstica de início de plano (L/s); 

Qinf,i – Vazão de infiltração de início de plano (L/s). 

Qc,i – Vazão concentrada de início de plano (L/s). 

 

 
 Sendo a vazão doméstica de início de plano calculada conforme a equação 6: 

 
 
 

 

Qd, i = 
Pi . qi . C . K2 

86400 
(06) 

 
 
 
 

Onde: 

 
Qd,i – Vazão doméstica inicial de plano (L/s); 

Pi – População inicial (habitantes); 

qi – Consumo de água per capita inicial (L/hab.d); 

C – Coeficiente de retorno; 

K2 – Coeficiente de máxima vazão horária. 



62 
 

 
 

 
 

 

b) Vazão de final de plano 

 
Essa vazão é definida pela equação 7: 

 
 

 
Qf= Qd,f+ Qinf, f+ Qc,f 

(07) 

 
 
 

Onde: 

 
Qf – Vazão de esgoto sanitário final (L/s); 

 
Qd,f – Vazão doméstica de final de plano (L/s); 

Qinf,f – Vazão de infiltração de final de plano (L/s); 

Qc,f – Vazão concentrada de final de plano (L/s). 

 

 
 A vazão doméstica de final de plano é obtida através da equação 8: 

 
 
 

 

 
 
 
 

Onde: 

 
Qd,f – Vazão doméstica final de plano (L/s); 

Pf – População final (habitantes); 

q – Consumo de água per capita final (L/hab./d); 

C – Coeficiente de retorno; 

K1 – Coeficiente de máxima vazão diária; 

(08) 



63 
 

 
 

 
 

 

K2 – Coeficiente de máxima vazão horária. 

 
 

 
3.11 Taxa de infiltração 

 
 

 
A NBR 9649 (ABNT, 1986), adverte para a utilização de 0,05 a 1,0 L/s.km de 

taxa de infiltração para redes coletoras de esgotos. De acordo com as diretrizes de 

projeto da CORSAN (2016), a companhia aplica para seus dimensionamentos de 

projetos a taxa de infiltração mínima que é de 0,05 L/s.km. Sendo justificada conforme 

condições locais como: caracterização do subsolo, altura do nível de água do lençol 

freático, tipo de junta utilizada, tipo de material da tubulação, utilizada e a qualidade 

da execução da rede. 

 
 
 

3.12 Taxa de contribuição linear 

 
 

 
a) Taxa de contribuição linear para o início do projeto 

 
Para definir essa taxa, deve-se considerar a taxa de infiltração, como mostra a 

equação 9: 

 

 

  
 

 
  

Onde: 

 
ti – Taxa de contribuição inicial de projeto (L/s.m); 

Qd,i – Vazão doméstica inicial de plano (L/s); 

ƩL – Comprimento total da rede coletora (m); 

(09) 



64 
 

 
 

 
 

 

tinf – Taxa de contribuição (L/s.m). 

 
 

 
b) Taxa de contribuição linear para final de projeto 

 
A taxa de contribuição linear de final de projeto, também deve ser calculada 

levando em conta a taxa de infiltração, como na equação 10: 

 
 

 

 
 
 
 

Onde: 

 
tf – Taxa de contribuição final de projeto (L/s.m); 

Qd,f – Vazão doméstica final de plano (L/s); 

ƩL – Comprimento total da rede coletora (m); 

tinf – Taxa de contribuição (L/s.m). 

 

 
3.13 Determinação das vazões mínimas por trechos de rede 

 
 

 
Nos casos em que inexistir dados pesquisados, comprovados com devida 

procedência a NBR 9649 (ABNT,1986), recomenda o uso da vazão mínima de 1,5 L/s 

para cada trecho. 

(10) 



65 
 

 
 

i 

 
 

 

3.14 Diâmetro mínimo 

 
 

 
A NBR 9649 (ABNT,1986) sugere que as redes de esgotos não devem possuir 

diâmetros inferiores a DN 100 mm, contudo a CORSAN utiliza em suas redes tubos 

de PVC com diâmetro mínimo de DN 150 mm. 

 
 
 

3.15 Declividade mínima 

 
 

 
Por determinação da NBR 9649 (ABNT, 1986) a declividade mínima para um 

coeficiente de Manning n = 0,013, é calculada conforme a equação 11: 

 
 

 
Imin=0,0055 . Q-0,47 (11) 

 
 

Onde: 

 
Imin – Declividade mínima (m/m); 

Qi – Vazão inicial (L/s). 

 

 
Já com coeficiente de Manning n = 0,010 para PVC a declividade mínima é 

determinada através da equação 12: 

 
 

 
-( 

6 
) 

Imin=0,006122 . Qi 
13

 

 
(12) 



66 
 

 
 

f 

 
 

 

Em que: 

 
Imin – Declividade mínima (m/m); 

Qi – Vazão inicial (L/s). 

 

 
 

3.16 Declividade máxima 

 
 

 
Tsutiya e Sobrinho (2011) destacam que, a declividade máxima admissível é 

aquela que tenha uma velocidade final igual a 5,0 m/s para a vazão final de plano, 

podendo ser calculada pela equação 13: 

 
 

 
Imax=4,65 . Q-0,67 (13) 

 
 

Em que: 

 
Imax – Declividade máxima (m/m); 



67 
 

 
 

 
 

 

Qf – Vazão de jusante do trecho no final do plano (L/s). 

 
 

 
3.17 Lâmina d’água 

 
 

 
Os diâmetros que acatam o resultado Y/D = 0,75, são calculados através das 

equações 14 e 15, respectivamente para tubos ferro fundido e PVC, onde seus 

coeficientes podem ser obtidos no Anexo B e Anexo C. 

 
 

 

D=(0,0463 . Qf
 

√I 

0,375 

) (14) 

 
 
 
 

D= (0,0283 . Qf
 

√I 

0,375 

) (15) 

 
 
 
 

Onde: 

 
D – Diâmetro (m); 

 
Qf – Vazão no final de plano (L/s); 

I – Declividade (m/m). 

 

 
Não se limita a lâmina d’água mínima, por conta do critério de tensão trativa 

assegurar a autolimpeza nas tubulações de esgoto (TSUTIYA; SOBRINHO, 2011). 



68 
 

 
 

 
 

 

3.18 Verificação de tubulações 

 
 

 
Em 1981 o engenheiro irlandês R. Manning elaborou a fórmula mais conhecida 

até hoje para dimensionamento de condutos livres, onde os sistemas devem 

considerar que os dutos são canais circulares e condutos livres. A fórmula de Manning 

para as seções de tubulações é calculada através da equação 16: 

 
 

V=
1

n
 . RH

2/3
. I

1/2        (16) 

 
 
 
 

Sendo: 

 
V – Velocidade média na seção (m/s); 

n – Coeficiente de Manning; 

RH – Raio hidráulico (m); 

I – Declividade (m/m). 

 

 
3.19 Determinação do raio hidráulico em função de Y/D 

 
 

 
Após encontrar o valor da lâmina líquida, passa-se para a Tabela 4, a qual 

auxilia para a determinação do raio hidráulico em função de Y/D. 



69 
 

 
 

 
 

 

Tabela 4 – Raio hidráulico Y/D 
 

Y/D Beta = RH/D 

0,025 0,016 

0,050 0,033 

0,075 0,048 

0,100 0,064 

0,125 0,079 

0,150 0,093 

0,175 0,107 

0,200 0,121 

0,0225 0,134 

0,250 0,147 

0,300 0,171 

0,350 0,194 

0,400 0,215 

0,450 0,234 

0,500 0,250 

0,550 0,265 

0,600 0,278 

0,650 0,288 

0,700 0,297 

0,750 0,302 

0,775 0,304 

0,800 0,304 

0,825 0,304 

0,850 0,304 

0,875 0,301 

0,900 0,299 

0,925 0,294 

0,950 0,287 

0,975 0,277 

1,000 0,250 

Fonte: Tsutiya e Sobrinho (2000). 

 
 
 

3.20 Raio hidráulico 

 
 

 
O raio hidráulico é determinado pela relação entre a área molhada e o perímetro 

molhado. Sendo determinado pela equação 17: 

 

 

 
 

(17) 



70 
 

 
 

 
 

 

Em que: 

 
Rh – Raio Hidráulico; 

 
A – Área molhada (m2); 

 
P – Perímetro molhado (m). 

 
 

 
3.21 Tensão trativa 

 
 

 
A tensão trativa pode ser definida pela equação 18: 

 
 

 
σt=y . RH . I (18) 

 
 
 

Em que: 

 
σt – Tensão trativa (kgf/m²); 

 
 – Peso específico (kgf/m³); 

RH – Raio hidráulico (m); 

I – Declividade (m/m). 

 
 

 
3.22 Velocidade crítica e velocidade máxima 

 
 

 
Calcula-se a velocidade crítica de cada trecho e compara-se com sua 

velocidade final. Seguindo critérios estabelecidos pela NBR 9649 (ABNT,1986), se a 

velocidade final apurada no alcance do projeto, for maior que a velocidade crítica, a 

lâmina d’água deve ocupar somente 50% do diâmetro do coletor. Esta medida é 



71 
 

 
 

 
 

 

adotada em consequência da probabilidade da emulsão de ar no líquido que aumenta 

a área molhada no conduto. Mas, é necessário ressaltar que a norma indica que a 

declividade máxima aceitável é a correspondente à velocidade final de 5,0 m/s. 

(ABNT, 1986). Portanto calcula-se conforme a equação 19: 

 
 
 
 

  

 
 

 
Em que: 

 
g – Aceleração da gravidade (m/s²); 

 
Rh – Raio Hidráulico para a vazão final (m). 

 
 

 
3.23 Controle de remanso 

 
 

 
Verifica-se a influência do remanso no trecho de montante através da 

equação 20: 

 
 

H=hj – hm (20) 

 
 

Sendo: 

 
H – Desnível entre a lâmina da tubulação de entrada mais baixa e a tubulação de 

saída; 

 

hj – Cota da lâmina d’água da tubulação de entrada mais baixa no PV. 

hm – Cota da lâmina d’água da tubulação de saída do PV. 

(19) 



72 
 

 
 

 
 

 

3.24 Estações de tratamento de esgoto 

 
 

 
São um conjunto de técnicas associadas às unidades de tratamento, com a 

finalidade de remover os poluentes dos esgotos, os quais podem causar uma 

deterioração da qualidade dos corpos d’água. Nas estações de tratamento, são 

realizadas operações e processos que promovem a separação dos poluentes em 

suspensão e a água a ser despejada no corpo receptor, fazendo o condicionamento 

dos resíduos retidos (BARATTA, 2004). 

 
 
 
3.25 Estimativa de custo da rede coletora de esgoto 

 
 

 
O grau de urbanização é um fator que pode influenciar diretamente nos custos 

das redes, podendo encontrar interferências, como: redes de drenagem, redes de 

distribuição de água, redes telefônicas e elétrica e travessias (de rodovias, ferrovias e 

córregos) entre outros casos particulares, além dos custos adicionais de 

recomposição de calçadas e asfalto. Outro fator é o tipo do solo em que as redes serão 

inseridas, onde para cada solo existem diferentes tecnologias de execução, 

influenciando diretamente nos custos (PACHECO, 2011). 

 

Conforme estipulado por Pacheco (2011), para implantação de uma rede 

coletora de esgoto em casos onde o solo é desfavorável e existe uma alta 

urbanização, seu custo ao metro linear é de R$ 307,03 para rede com tubulação de 

diâmetro 150 mm e para diâmetro de 200 mm é de R$ 336,39. 



73 
 

 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

4 RESULTADOS E DISCUSÕES 

 
 
 

 
Neste capítulo se dará a realização de todo o processo de cálculos e resultados 

do traçado da rede coletora de esgoto na bacia do Arroio Barracão, este traçado 

disponível no Anexo D, que foi projetado para a área central da cidade de Guaporé- 

RS, a planilha com todos os cálculos pode ser verificada no Anexo E. Para delimitar a 

área de estudo e projeto foi realizada a análise populacional por bairro, bem como as 

curvas de níveis da cidade, tudo isso para que o projeto seja viável técnica e 

economicamente. O dimensionamento da rede coletora precisa atender a vazão inicial 

e final de projeto, em que seu sistema de coleta será do tipo separador absoluto, 

orientado em função das condições de escoamento por gravidade. 

 
 
 
4.1 Estatísticas censitárias 

 
 

 
No estudo, foi utilizado a tabela que disponibiliza o crescimento populacional 

por bairro nos anos de 2000 e de 2010, disponível nos dados Censitários do IBGE, 

estando estes dispostos na Tabela 5, e por meio de uma análise da densidade 

demográfica realizou-se a delimitação da área em que a rede de esgoto irá abranger, 

consequentemente esta área coincidiu com o bairro centro da cidade. Este bairro foi 

escolhido por possuir a maior população da cidade, e por conta de que a execução de 

um sistema de coletor absoluto normalmente se limita a locais com mais população. 



74 
 

 
 

 
 

 

Tabela 5 – Dados censitários por bairros para Guaporé/RS 
 

Bairro 2000 2010 

Canecão 724 907 

Centro 3332 3757 

Ferroviário 178 253 

Imaculada Conceição 1442 1704 

Nossa Senhora da Paz 1295 1419 

Nossa Senhora da Saúde 1315 1556 

Pinheirinho 1682 2009 

Planalto 2471 2933 

São Cristóvão 2214 3027 

São José 1257 1349 

Santo André 1542 1700 

Total 17.452 20.614 

Fonte: IBGE - Censo Demográfico, 2000, 2010. 

 
 
 
 

Através destes dados censitários foi possível realizar a projeção populacional 

da área central de Guaporé para 20 anos, por meio dos métodos aritmético e 

geométrico. O método aritmético, com projeção de 4.990 habitantes e o geométrico 

com 5.322 habitantes. Portanto, o estudo de concepção realizou a projeção do sistema 

utilizando o dado de 5.322 habitantes como sendo a projeção populacional crítica até 

o ano de 2039. 

 

A partir da projeção populacional e da análise das cartas topográficas do 

município foi efetuado o levantamento da área em que a rede coletora irá abranger. 

 

 

4.2 Traçado da rede coletora de esgoto 

 
 

 
O sistema foi dividido em 82 trechos, com extensão total de 17.072 metros, onde 

os que possuem mais que uma ligação, foram destacados com cores diferentes e 

devidamente identificados para facilitar a sua visualização, como pode ser visto na 

Figura 10. 



75 
 

 
 

 
 

 

Figura 9 – Projeção da rede dimensionada

Fonte: Autor, (2019). 



76 
 

 
 

 
 

 

A rede foi dimensionada com três trechos principais, que recebem as 

contribuições das ligações secundárias e destinam até a Estação de Tratamento do 

Esgoto (ETE). Definindo em seguida que nos 82 pontos iniciais da rede seriam 

instalados Tubos de Inspeção e Limpeza (TIL), pelo motivo da vazão de esgoto ser 

baixa nesses pontos, tornando-se viável a sua instalação por questões econômicas, 

pois permitem apenas a introdução de equipamentos de limpeza. Enquanto que nos 

108 pontos das ligações centrais serão instalados Poços de Visitas