CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES 

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II 

 

 

 

 

 

ANÁLISE DE SENSIBILIDADE DOS PARÂMETROS ENVOLVIDOS 

NO PROJETO DE FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS 

 

 

 

Débora Cristina Posselt 

 

 

 

 

 

 

 

Lajeado, junho de 2016. 



2 
 

Débora Cristina Posselt 

 

 

 

 

ANÁLISE DE SENSIBILIDADE DOS PARÂMETROS ENVOLVIDOS 

NO PROJETO DE FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS 

 

 

 

Monografia apresentada na disciplina de 

Trabalho de Conclusão de Curso II, do curso 

de Engenharia Civil, do Centro Universitário 

UNIVATES, como parte da exigência para 

obtenção do título de Bacharel em 

Engenharia Civil. 

 

Orientadora: Dr. Emanuele Amanda Gauer. 

 

 

 

 

 

 

 

 

Lajeado, junho de 2016 

 



3 
 

Débora Cristina Posselt 

 

 

 

 

ANÁLISE DE SENSIBILIDADE DOS PARÂMETROS ENVOLVIDOS 

NO PROJETO DE FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS 

 

 

 

A Banca examinadora abaixo aprova o Trabalho de Conclusão apresentado na 

disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso – Etapa II, na linha de formação 

específica em Engenharia Civil, do Centro Universitário UNIVATES, como parte da 

exigência para a obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil: 

 

Prof. Dr. Emanuele Amanda Gauer – 

orientadora - Centro Universitário 

UNIVATES 

Prof. Dr. João Rodrigo Guerreiro 

Mattos – Centro Universitário 

UNIVATES 

Prof. Me. Rafael Mascolo – Centro 

Universitário UNIVATES 

 

 

Lajeado, junho de 2016 

 



4 
 

AGRADECIMENTOS 

Meu agradecimento a todos aqueles que contribuíram de alguma forma na 

realização deste trabalho, em especial destaco: 

Primeiramente a Deus, por sua proteção divina, pois sem ela não estaria 

concluindo esta etapa tão importante em minha vida. 

A minha família, meu marido Alan O. Borger, meus pais, Decio e Cristini 

Posselt, e meu irmão Dárvin C. Posselt, que me deram o apoio necessário para 

nunca pensar em desistir ao longo de minha caminhada acadêmica. 

Por último, minha professora orientadora Emanuele A. Gauer, pelos 

conhecimentos repassados e sugestões para a realização deste trabalho. 

 

  



5 
 

RESUMO 

 

A capacidade de carga é um item muito importante a ser determinado no projeto de 

fundações. Ela pode ser entendida como a resistência do solo até sua ruptura, ou 

seja, o quanto de carga ele suporta antes de romper. As fundações tem a função de 

transmitir as cargas da estrutura para o solo. Para isso, existem dois tipos de 

fundações: as superficiais e as profundas, que são adotadas conforme o mecanismo 

de transferência da solicitação da estrutura para o solo. Para estimar a capacidade 

de carga das fundações superficiais existem diversos métodos, dentre eles o método 

teórico de Terzaghi (1943), com a fórmula generalizada para o cálculo da 

capacidade de suporte de fundações rasas, à qual foram introduzidos alguns fatores 

por Hansen (1961) apud Velloso e Lopes (2010) e Vesic (1975). O presente trabalho 

analisa a sensibilidade dos parâmetros de resistência do solo e da estrutura da 

fundação no cálculo da capacidade de carga das fundações superficiais. Os 

resultados foram obtidos através de uma planilha eletrônica analisando 2 modelos: 

caso geral com solo coesivo-friccional (com    e c’); e estudo de caso do solo de 

Lajeado (com    = 0). Percebeu-se que os parâmetros estão totalmente ligados à 

carga que o sistema solo-fundação suporta, conforme aumentam os valores dos 

parâmetros também aumenta a capacidade suporte da fundação, tanto para o caso 

geral como para o estudo de caso do solo de Lajeado, sendo que o aumento da 

largura da base, profundidade da fundação, peso específico do solo e da coesão do 

solo provocam um acréscimo linear na capacidade de carga. O aumento do ângulo 

de atrito provoca um acréscimo exponencial de capacidade de carga. Somente as 

inclinações da base e do terreno provocam um decréscimo polinomial na capacidade 

de carga das fundações superficiais. Desta forma, foi possível estabelecer relações 

que representem o crescimento de capacidade de carga à ruptura do solo com a 

variação de cada um dos parâmetros.  

 

Palavras chave: Fundações superficiais; capacidade de carga, parâmetros 

geotécnicos. 

  

 



6 
 

LISTA DE FIGURAS 

FIGURA 1: ESQUEMA DO ÂNGULO DE ATRITO ............................................................................................. 21 
FIGURA 2: ENVOLTÓRIA DE RUPTURA ....................................................................................................... 22 
FIGURA 3: EQUIPAMENTO DE ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRETO ................................................................ 23 
FIGURA 4: EQUIPAMENTO DE ENSAIO DE COMPRESSÃO TRIAXIAL ................................................................ 25 
FIGURA 5: EQUIPAMETO DE SONDAGEM SPT ............................................................................................ 27 
FIGURA 6: EQUIPAMENTO DE ENSAIO CPT ................................................................................................ 28 
FIGURA 7: SISTEMA SAPATA-SOLO ............................................................................................................ 30 
FIGURA 8: TIPOS DE FUNDAÇÃO SUPERFICIAL ........................................................................................... 31 
FIGURA 9: FORMATO DOS RADIERS ........................................................................................................... 34 
FIGURA 10: PRESSÕES DE CONTATO E ESFORÇOS INTERNOS DA FUNDAÇÃO ............................................... 35 
FIGURA 11: INFLUÊNCIA DOS FATORES: PROPRIEDADES DO SOLO (A) E INTENSIDADE DAS CARGAS (B-D) ...... 36 
FIGURA 12: INFLUÊNCIA DOS FATORES: CARACTERÍSTICAS DAS CARGAS APLICADAS (A) E RIGIDEZ RELATIVA 

FUNDAÇÃO-SOLO (B) ........................................................................................................................ 37 
FIGURA 13: CONTRIBUIÇÕES DA ESTRUTURA ............................................................................................. 38 
FIGURA 14: CONJUNTO CONSTITUÍDO (A) FUNDAÇÃO E SUPERESTRUTURA (B) FUNDAÇÃO E VIGA EQUIVALENTE

 ....................................................................................................................................................... 39 
FIGURA 15: COMPORTAMENTO DO SOLO ATÉ SUA RUPTURA ...................................................................... 40 
FIGURA 16: RUPTURA GENERALIZADA ...................................................................................................... 41 
FIGURA 17: RUPTURA DE PUNCIONAMENTO .............................................................................................. 42 
FIGURA 18: RUPTURA LOCALIZADA ........................................................................................................... 42 
FIGURA 19: CURVA TENSÃO X RECALQUE PARA ENSAIO DE PLACA EM ARGILA .............................................. 44 
FIGURA 20: PLANO DE RUPTURA ............................................................................................................... 51 
FIGURA 21: CUNHA DE SOLO ABAIXO DA SAPATA ....................................................................................... 51 
FIGURA 22: ÁREA EFETIVA ....................................................................................................................... 55 
FIGURA 23: FUNDAÇÃO MODELO ............................................................................................................... 63 

  

 



7 
 

LISTA DE TABELAS 

TABELA 1: VALORES DE TENSÃO ADMISSÍVEL CONFORME O TIPO DE SOLO................................................... 47 
TABELA 2: TENSÕES BÁSICAS SEGUNDO A NBR 6122/1994 ...................................................................... 48 
TABELA 3: FATORES DE CAPACIDADE DE CARGA ........................................................................................ 57 
TABELA 4: FATORES DE FORMA ................................................................................................................ 58 
TABELA 5: VALORES INICIAS DOS PARÂMETROS ......................................................................................... 64 
TABELA 6: METODOLOGIA DE PESQUISA – VARIAÇÃO DA LARGURA DA BASE ................................................ 65 
TABELA 7: METODOLOGIA DE PESQUISA – VARIAÇÃO DA PROFUNDIDADE DE ASSENTAMENTO ...................... 66 
TABELA 8: METODOLOGIA DE PESQUISA – VARIAÇÃO DO ÂNGULO DE ATRITO INTERNO DO SOLO .................. 67 
TABELA 9: METODOLOGIA DE PESQUISA – VARIAÇÃO DA COESÃO DO SOLO ................................................. 68 
TABELA 10: METODOLOGIA DE PESQUISA – VARIAÇÃO DO PESO ESPECÍFICO DO SOLO ................................ 69 
TABELA 11: METODOLOGIA DE PESQUISA – VARIAÇÃO DA INCLINAÇÃO DA BASE .......................................... 70 
TABELA 12: METODOLOGIA DE PESQUISA – VARIAÇÃO DA INCLINAÇÃO DO TERRENO ................................... 71 
TABELA 13: DADOS DOS ENSAIOS SPT DE LAJEADO/RS ............................................................................ 73 
TABELA 14: VALORES INICIAS DOS PARÂMETROS DO ESTUDO DE CASO ....................................................... 74 
TABELA 15: METODOLOGIA DE PESQUISA – VARIAÇÃO DA LARGURA DA BASE .............................................. 75 
TABELA 16: METODOLOGIA DE PESQUISA – VARIAÇÃO DA COESÃO DO SOLO ............................................... 76 
TABELA 17: METODOLOGIA DE PESQUISA – VARIAÇÃO DO PESO ESPECÍFICO .............................................. 77 
TABELA 18: METODOLOGIA DE PESQUISA – VARIAÇÃO DA INCLINAÇÃO DO TERRENO ................................... 78 
TABELA 19: PESO ESPECÍFICO DE SOLOS ARGILOSOS ................................................................................ 79 
TABELA 20: EQUAÇÕES QUE REPRESENTAM A CAPACIDADE DE CARGA COM O AUMENTO DA LARGURA DA BASE 

DA FUNDAÇÃO .................................................................................................................................. 82 
TABELA 21: EQUAÇÕES QUE REPRESENTAM A CAPACIDADE DE SUPORTE COM O AUMENTO DA PROFUNDIDADE 

DE EMBUTIMENTO ............................................................................................................................ 86 
TABELA 22: INTERAÇÕES REALIZADAS PARA ANALISAR O COMPORTAMENTO DA CAPACIDADE DE CARGA 

CONFORME A FUNDAÇÃO ESTÁ MAIS PROFUNDA NO SOLO + PORO-PRESSÃO ....................................... 87 
TABELA 23: EQUAÇÕES QUE REPRESENTAM A CAPACIDADE DE SUPORTE COM O AUMENTO DO ÂNGULO DE 

ATRITO DO SOLO .............................................................................................................................. 90 
TABELA 24: EQUAÇÕES QUE REPRESENTAM A CAPACIDADE DE SUPORTE COM O AUMENTO DA COESÃO DO 

SOLO ............................................................................................................................................... 92 
TABELA 25: EQUAÇÕES QUE REPRESENTAM A CAPACIDADE DE SUPORTE COM O AUMENTO DO PESO 

ESPECÍFICO DO SOLO ....................................................................................................................... 93 
TABELA 26: EQUAÇÕES QUE REPRESENTAM A CAPACIDADE DE SUPORTE COM O AUMENTO DA INCLINAÇÃO DA 

BASE DA FUNDAÇÃO ......................................................................................................................... 95 
TABELA 27: EQUAÇÕES QUE REPRESENTAM A CAPACIDADE DE SUPORTE COM O AUMENTO DA INCLINAÇÃO DO 

TERRENO ......................................................................................................................................... 97 

 



8 
 

TABELA 28: EQUAÇÕES QUE REPRESENTAM A CAPACIDADE DE SUPORTE COM O AUMENTO DA COESÃO DO 

SOLO ............................................................................................................................................. 103 
TABELA 29: EQUAÇÕES QUE REPRESENTAM A CAPACIDADE DE SUPORTE COM O AUMENTO DO PESO 

ESPECÍFICO DO SOLO ..................................................................................................................... 104 
TABELA 30: EQUAÇÕES QUE REPRESENTAM A CAPACIDADE DE SUPORTE COM O AUMENTO DA INCLINAÇÃO DO 

TERRENO ....................................................................................................................................... 106 



9 
 

LISTA DE GRÁFICOS 

GRÁFICO 1: VARIAÇÃO DA CAPACIDADE DE CARGA COM O AUMENTO DA LARGURA DA BASE - ....................... 81 
GRÁFICO 2: VARIAÇÃO DA CAPACIDADE DE CARGA COM O AUMENTO DA LARGURA DA BASE - ....................... 83 
GRÁFICO 3: VARIAÇÃO DA CAPACIDADE DE CARGA COM O AUMENTO DA LARGURA DA BASE E DA 

PROFUNDIDADE DE ASSENTAMENTO – SAPATA QUADRADA .................................................................. 84 
GRÁFICO 4: VARIAÇÃO DA CAPACIDADE DE CARGA COM O AUMENTO DA PROFUNDIDADE .............................. 85 
GRÁFICO 5: VARIAÇÃO DA CAPACIDADE DE CARGA COM O AUMENTO DO EMBUTIMENTO DA FUNDAÇÃO LEVANDO 

EM CONSIDERAÇÃO A PORO-PRESSÃO ............................................................................................... 88 
GRÁFICO 6: VARIAÇÃO DA CAPACIDADE DE CARGA COM O AUMENTO DO ÂNGULO DE ATRITO ........................ 89 
GRÁFICO 7: VARIAÇÃO DA CAPACIDADE DE CARGA COM O AUMENTO DA COESÃO DO SOLO .......................... 91 
GRÁFICO 8: VARIAÇÃO DA CAPACIDADE DE CARGA COM O AUMENTO DO PESO ESPECÍFICO .......................... 93 
GRÁFICO 9: VARIAÇÃO DA CAPACIDADE DE CARGA COM O AUMENTO DA INCLINAÇÃO DA BASE ...................... 95 
GRÁFICO 10: VARIAÇÃO DA CAPACIDADE DE CARGA COM O AUMENTO DA INCLINAÇÃO DO TERRENO ............. 96 
GRÁFICO 11: VARIAÇÃO DA CAPACIDADE DE CARGA COM O AUMENTO DA LARGURA DA BASE E DO 

EMBUTIMENTO DA FUNDAÇÃO ........................................................................................................... 99 
GRÁFICO 12: VARIAÇÃO DA CAPACIDADE DE CARGA COM O AUMENTO DA LARGURA DA BASE. .................... 100 
GRÁFICO 13: VARIAÇÃO DA CAPACIDADE DE CARGA COM O AUMENTO DA COESÃO DO SOLO. ..................... 102 
GRÁFICO 14: VARIAÇÃO DA CAPACIDADE DE CARGA COM O AUMENTO DO PESO ESPECÍFICO ...................... 104 
GRÁFICO 15: VARIAÇÃO DA CAPACIDADE DE CARGA COM O AUMENTO DA INCLINAÇÃO DO TERRENO ........... 106 

 

 



10 
 

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 

A’   Área efetiva 

ABNT   Associação Brasileira de Normas Técnicas 

arctg   Arco tangente  

B   Largura da base da fundação 

B’   Largura efetiva da base da fundação 

     Fator de inclinação da base 

     Fator de inclinação da base 

     Fator de inclinação da base 

c’   Coesão do solo 

     Coesão não drenada do solo 

     Forças de coesão 

cos   Cosseno  

cot   Cotangente 

CPT   Cone Penetration Test 

D   Profundidade de embutimento da fundação 

     Fator de profundidade 

     Fator de profundidade 

     Fator de profundidade 

     Excentricidade da carga no lado B 

     Excentricidade da carga no lado L 

     Empuxo passivo 

     Fator de inclinação do terreno 

 



11 
 

     Fator de inclinação do terreno 

     Fator de inclinação do terreno 

h   Profundidade de embutimento da fundação 

H   Componente horizontal da carga 

     Fator de inclinação da carga 

     Fator de inclinação da carga 

     Fator de inclinação da carga 

L   Comprimento da base da fundação 

L’   Comprimento efetivo da base da fundação 

    Componente da inclinação da carga 

     Componente da inclinação da carga para o lado B da fundação  

     Componente da inclinação da carga para o lado L da fundação  

N   Força normal 

NBR    Norma Brasileira 

        Número de golpes do ensaio SPT 

     Fator de capacidade de carga 

     Fator de capacidade de carga 

     Fator de capacidade de carga 

P   Carga aplicada sobre a fundação  

     Tensão de ruptura do solo 

q   Sobrecarga 

     Capacidade de carga 

       Capacidade de carga 

SPT    Standart Penetration Test 

     Fator de forma 

     Fator de forma 

     Fator de forma 

sen   Seno 

T   Força horizontal 

tg   Tangente 

V   Componente vertical da carga 

W   Peso próprio 

    Ângulo de inclinação da base da fundação  

 

 



12 
 

    Fi 

    Ângulo de inclinação do terreno ao lado da fundação  

      Tensão de ruptura 

    Peso específico do solo 

        Peso específico submerso do solo 

Φ’   Ângulo de atrito interno do solo 

 

 



 
 

SUMÁRIO 

 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 14 

1.1 TEMA ...................................................................................................................................... 15 
1.2 OBJETIVOS .............................................................................................................................. 15 

1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................................ 15 
1.2.2 Objetivos específicos ..................................................................................................... 16 

1.3 PROBLEMA DE PESQUISA .......................................................................................................... 16 
1.4 HIPÓTESE ................................................................................................................................ 16 
1.5 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................................... 16 
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO ....................................................................................................... 17 

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................................... 19 

2.1 RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS ........................................................................... 19 
2.1.1 Parâmetros ligados à Resistência do Solo.................................................................... 20 
2.1.2 Ensaios de Resistência do Solo .................................................................................... 23 

2.1.2.1 Ensaio de cisalhamento direto ................................................................................................ 23 
2.1.2.2 Ensaio de compressão triaxial................................................................................................. 24 
2.1.2.3 Ensaio SPT ............................................................................................................................. 26 
2.1.2.4 Ensaio CPT ............................................................................................................................. 28 

2.2 FUNDAÇÃO SUPERFICIAL OU DIRETA ......................................................................................... 29 
2.2.1 Bloco .............................................................................................................................. 31 
2.2.2 Sapata ........................................................................................................................... 32 
2.2.3 Viga de Fundação ......................................................................................................... 32 
2.2.4 Grelha ............................................................................................................................ 33 
2.2.5 Sapata Associada .......................................................................................................... 33 
2.3.6 Radier ............................................................................................................................ 33 

2.3 ANÁLISE DA INTERAÇÃO SOLO-FUNDAÇÃO ................................................................................. 34 
2.3.1 Propriedades do solo..................................................................................................... 35 
2.3.2 Intensidade das cargas ................................................................................................. 36 
2.3.3 Características das cargas aplicadas ............................................................................ 36 
2.3.4 Rigidez relativa fundação-solo ...................................................................................... 37 
2.3.5 Problema da interação solo – fundação – estrutura ..................................................... 37 

2.4 CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS ............................................................. 39 
2.4.1 Mecanismos de Ruptura................................................................................................ 41 

2.5 MÉTODOS PARA OBTER A CAPACIDADE DE CARGA ..................................................................... 43 
2.5.1 Método a partir de Provas de Carga sobre Placas ....................................................... 43 

 



 
 

2.5.2 Métodos Semi-Empíricos .............................................................................................. 45 
2.5.2.1 Relações com o ensaio SPT ................................................................................................... 45 
2.5.2.2 Relações com o ensaio CPT ................................................................................................... 46 

2.5.3 Métodos Empíricos ........................................................................................................ 47 
2.5.4 Métodos Teóricos .......................................................................................................... 49 

2.6 MÉTODO DE TERZAGHI ............................................................................................................. 50 
2.6.1 Contribuição de Hansen ................................................................................................ 54 
2.6.2 Contribuição de Vesic.................................................................................................... 56 

3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................................ 62 

3.1 CASO GERAL ........................................................................................................................... 63 
3.2 ESTUDO DE CASO .................................................................................................................... 71 

4 RESULTADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS ....................................................................... 80 

4.1 CASO GERAL ........................................................................................................................... 80 
4.1.1 Largura da Base ............................................................................................................ 81 
4.1.2 Profundidade de Embutimento ...................................................................................... 84 
4.1.3 Ângulo de Atrito de Solo ................................................................................................ 89 
4.1.4 Coesão do Solo ............................................................................................................. 91 
4.1.5 Peso específico do solo................................................................................................. 92 
4.1.6 Inclinação da Base ........................................................................................................ 94 
4.1.7 Inclinação do Terreno .................................................................................................... 96 
4.1.8 Análise geral .................................................................................................................. 98 

4.2 RESULTADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS DO ESTUDO DE CASO ............................................... 99 
4.2.1 Largura da Base .......................................................................................................... 100 
4.2.2 Coesão do Solo ........................................................................................................... 101 
4.2.3 Peso específico do solo............................................................................................... 103 
4.2.4 Inclinação do Terreno .................................................................................................. 105 
4.2.5 Análise geral do Estudo de caso ................................................................................. 107 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................ 108 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................................... 110 
ANEXOS ............................................................................................................................................. 113 

ANEXO A ......................................................................................................................................... 114 
ANEXO B ......................................................................................................................................... 116 



 
 

 1 INTRODUÇÃO 

As fundações tem a função de transferir a carga da estrutura para os solos. O 

modo como esta carga é distribuída dá origem a dois tipos de fundações, as 

fundações superficiais e as profundas. As fundações superficiais transmitem a carga 

unicamente pela sua base, e é caracterizada por ser assentada nas primeiras 

camadas do solo. E as fundações profundas transmitem a carga para o solo através 

do atrito lateral entre o solo e o fuste e a ponta da estaca, e atingem grandes 

profundidades. 

Dentre as fundações superficiais a que ganha maior destaque, devido ao fato 

de ser amplamente utilizada, são as sapatas, que de acordo com Velloso e Lopes 

(2010) podem possuir diversos formatos, como: quadrada, circular, retangular ou 

corrida. Para calcular a capacidade de carga destas fundações diretas existem 

diversos métodos, que foram sendo aperfeiçoados ao longo do tempo. 

Antigamente, as estruturas eram muito robustas, pois não havia muitos 

estudos na área e, para evitar que as edificações sofressem colapso, elas eram 

superdimensionadas. Porém, com o passar dos anos e com o aumento da 

competitividade, foi necessário elaborar projetos mais esbeltos, para possibilitar 

obras mais econômicas. 

Devido a esta necessidade de diminuição de custos, e obter edificações que 

mesmo esbeltas, suportem a estrutura sobre ela, os métodos para calcular as 

fundações tiveram que ser mais estudados. Assim, segundo Terzaghi e Peck (1948), 

 



15 
 

em meados de 1870 nasceu o conceito de tensão admissível, que consiste na 

máxima tensão admitida pelo solo sem romper.  

Através dos anos os métodos para obter a capacidade de carga foram sendo 

cada vez mais aprimorados, e surgiram diversos métodos para calculá-lo. Alguns 

destes métodos levam em consideração o ensaio SPT (Standard Penetration Test) 

que obtém a capacidade de carga através de fórmulas empíricas. Outros métodos 

se baseiam em ensaios de provas de carga, através do qual pode-se obter os 

parâmetros de resistência do solo (coesão e ângulo de atrito), nestes são utilizados 

métodos analíticos de determinação da capacidade suporte do solo. 

Os parâmetros de resistência do solo, como a coesão e ângulo de atrito 

interno, tem ampla influência na capacidade de carga, pois estes estão diretamente 

ligados a quanto o solo suportará de carga. Este estudo abordará os diferentes 

métodos para obtenção da capacidade de carga, entretanto será utilizado o método 

teórico para avaliar a influência dos parâmetros de resistência do solo e da estrutura 

no cálculo da capacidade suporte.  

 

1.1 Tema 

 

Análise da sensibilidade dos parâmetros de resistência do solo e da estrutura 

das sapatas na capacidade de suporte das fundações superficiais. 

 

1.2 Objetivos 

 

 

1.2.1 Objetivo geral 

 

O objetivo geral do presente trabalho visa verificar a influência dos 

parâmetros envolvidos no projeto geotécnico de fundações superficiais.  

 



16 
 

1.2.2 Objetivos específicos  

 

Os objetivos específicos do trabalho são os seguintes: 

 Fornecer para a comunidade acadêmica, técnica e científica maiores 

informações sobre o projeto de fundações superficiais; 

 Avaliar a variação dos fatores de forma, de profundidade da fundação, de 

inclinação da base, de inclinação do terreno e de capacidade de carga; 

 Analisar a sensibilidade de cada um dos parâmetros e fatores na capacidade 

de carga das fundações diretas, e reproduzir graficamente os resultados 

obtidos. 

 

1.3 Problema de pesquisa  

 

Os parâmetros de resistência do solo e da estrutura das fundações 

superficiais apresentam influência positiva ou negativa na capacidade carga? 

 

1.4 Hipótese  

 

Conforme aumenta-se os valores dos parâmetros de resistência do solo e da 

estrutura da fundação, aumenta também a capacidade de suporte das fundações 

superficiais. 

 

1.5 Justificativa 

 

A capacidade de carga das fundações superficiais é um tema pouco abordado 

em trabalhos científicos, tendo em vista que a maioria dos trabalhos tem enfoque 

nas fundações profundas. Entretanto, este tema é muito importante para a área da 

Engenharia Civil e Arquitetura, pois a maioria das casas e obras de pequeno porte 

são executadas sobre este tipo de fundações. 

Com o passar dos anos diversos métodos foram surgindo para obter a 

capacidade de suporte das fundações rasas, métodos empíricos, semi-empíricos, a 



17 
 

partir de provas de carga e teóricos. Dentre estes métodos, o mais conhecido e 

amplamente utilizado é o método teórico de Terzaghi, o qual juntamente com as 

contribuições de Hansen e Vesic desenvolveu-se a fórmula generalizada para a 

capacidade carga das fundações superficiais.    

O método teórico utilizado neste estudo com base na fórmula geral da 

capacidade de carga de Terzaghi para a capacidade de carga, foi reavaliada por 

diversos estudiosos, os quais contribuíram com os estudos de Terzaghi, 

acrescentando mais fatores a serem considerados no cálculo, como é o caso de 

Hansen e Vesic. No entanto não se sabe qual a influência de cada um deles, e sua 

influência sobre a segurança das fundações, o que será avaliado e analisado neste 

trabalho.   

No cálculo da capacidade de suporte das fundações diretas de Terzaghi 

existem vários parâmetros envolvidos, entre eles de resistência do solo e da 

estrutura das fundações, além dos diversos fatores que compõem a fórmula. No 

entanto, não existem estudos que demostrem qual a influência de cada um destes 

parâmetros e fatores no resultado final da capacidade de carga. 

 

1.6 Estrutura do trabalho 

 

O presente trabalho está estruturado em 5 capítulos, conforme segue: 

 No Capítulo 1 é apresentado um apanhado geral sobre a área na qual está 

inserido o trabalho, bem como o tema especifico do estudo, seus objetivos geral e 

específicos, problema de pesquisa, hipótese, justificativa, delimitação do tema e 

estrutura do trabalho. 

No Capítulo 2, está o desenvolvimento do referencial teórico necessário para 

fundamentar este trabalho. 

No Capítulo 3 está descrito os materiais e métodos utilizados para realizar 

este trabalho. 

No Capítulo 4 se destinará à apresentação dos resultados obtidos através 

deste trabalho e discussão dos mesmos. 



18 
 

No Capítulo 5 estão as considerações finais que este estudo possibilitou. 

 

  



19 
 

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 

Esta revisão aborda aspectos centrais a ser tratados no desenvolvimento 

deste trabalho, como resistência ao cisalhamento, parâmetros de resistência do 

solo, ensaios de resistência do solo, fundações superficiais, análise da interação 

solo-fundação, capacidade de carga, mecanismos de ruptura, métodos para calcular 

a capacidade suporte e a equação geral de Terzaghi para a capacidade de carga, 

juntamente com as contribuições de Hansen e Vesic. 

 

2.1 Resistência ao Cisalhamento dos Solos 

 

A resistência ao cisalhamento de um solo é definida por quanto ele pode 

tolerar de carregamento antes de sofrer ruptura. Segundo Pinto (2012), o solo 

suporta bem as tensões de compressão, porém as tensões de cisalhamento e tração 

podem levá-lo a sua ruptura. As tensões de tração ocorrem somente em casos 

específicos, já as de cisalhamento são mais comuns de acontecerem. 

Primeiramente utilizava-se a resistência total do solo para a resistência ao 

cisalhamento, porém de acordo com Terzaghi, verificou-se que somente as tensões 

efetivas é que definem a resistência ao cisalhamento, ou seja, esta resistência é 

definida como resultado imediato da pressão normal ao plano de ruptura, correlativa 

a tensão grão a grão (MARANGON, 2009). 

 



20 
 

Conforme Viecili (2003), o cisalhamento acontece devido ao deslizamento 

entre os fragmentos do solo. Os principais elementos que incidem sobre este 

deslizamento são o ângulo de atrito e a coesão do solo, parâmetros de resistência 

ao cisalhamento, cuja definição será aprofundada no próximo item.  

 

2.1.1 Parâmetros ligados à Resistência do Solo 

 

Tradicionalmente, a equação que representa a resistência do solo ao 

cisalhamento é a equação de Coulomb, Equação (1), na qual pode-se observar a 

presença dos parâmetros ângulo de atrito (  ) e coesão (c’). Estes parâmetros 

caracterizam o solo, e são definidos por seus atributos, como composição, teor de 

matéria orgânica, peso específico, teor de umidade, entre outros (BRAIDA, 2007). 

 

                           (1) 

 

O ângulo de atrito interno do solo de acordo com Caputo (2008) é muito 

complexo, pois ele não se dá somente entre dois corpos, e sim entre uma infinidade 

de grãos que possuem entrosamento entre eles. 

Segundo Pinto (2012), o ângulo de atrito é o ângulo composto pela 

componente tangencial das forças horizontal (T) e normal (N). Também é 

compreendido como o ângulo máximo entre as forças do peso do corpo na 

superfície e a normal sem que aconteça o deslizamento. Quando este ângulo for 

alcançado ou ultrapassado, a resultante será maior que a resistência ao 

cisalhamento e ocorrerá o deslizamento, este mecanismo esta exemplificado na 

Figura 1. 

 

 

 

 

 

 

 

 



21 
 

Figura 1: Esquema do ângulo de atrito 

 
FONTE: PINTO, 2012 

 

Há uma diferença entre o ângulo de atrito dos grãos de areias e argilas, pois a 

areia quando submetida uma força é capaz de eliminar a água do plano, assim o 

contato se dá de grão a grão. Já com a argila a força submetida a ela não consegue 

expelir a água, pois os grãos de argila estão adsorvidos a ela, isto acarreta na 

vinculação da resistência da argila à velocidade da carga em que é submetida, 

diretamente ligado à condutividade hidráulica do material (PINTO, 2012). 

A coesão do solo, conforme observado por Caputo (2008), pode ser divida em 

duas: a coesão aparente, devida a pressão capilar da água dentro dos solos, que 

atua como uma pressão externa; e a coesão real ou verdadeira, que é a interação 

entre os grãos da argila e que muda de caso para caso.  

De acordo com Pinto (2012), a coesão real é a interação química entre os 

grãos, como se tivesse cola entre eles, não dependendo da força normal aplicada. 

Ela faz parte da resistência ao cisalhamento de solos úmidos. Já a coesão aparente 

é um fenômeno que acontece com a saturação do solo, no qual a força normal que a 

define é decorrente da pressão capilar. 

Conforme Craig (2011) existem dois modos para encontrar os parâmetros de 

resistência do solo: o primeiro através de deduções das fórmulas de Mohr-Coulomb, 

e o segundo pela envoltória de ruptura representada pela linha reta obtida através 

da Equação (1), da qual extraímos os valores de    e   . Os valores encontrados são 



22 
 

adequados somente para um intervalo de tensões. Na Figura 2 (a) e (b) pode-se 

observar como são obtidos os valores de    e   . A coesão é dada pela distância da 

origem até a reta, quando a reta passa pela origem como na Figura 2(b), o valor de 

   é igual a zero. O ângulo de atrito é dado pela inclinação da reta   . Em alguns 

casos a envoltória de ruptura pode ser um pouco curva, como mostra a Figura 2(a), 

neste caso é aproximada uma linha reta à curva ao longo do segmento almejado, 

como o exemplo da Figura 2(a), entre o segmento A e B. 

 

Figura 2: Envoltória de Ruptura 

 

FONTE: CRAIG, 2011 

 

De acordo com Pinto (2012), para Mohr não há ruptura se o círculo que 

representa o estado de tensões ficar dentro de uma curva, que trata-se da envoltória 

dos círculos coerentes a estados de ruptura, analisados experimentalmente para o 

solo. Como envoltórias curvas são de difícil aplicação, estas são substituídas por 

retas que melhor se ajustam à envoltória, como mostra a Figura 2(b). 

 



23 
 

2.1.2 Ensaios de Resistência do Solo 

 

Para determinar a resistência dos solos ao cisalhamento, Pinto (2012) diz que 

há dois ensaios que são normalmente utilizados: o ensaio de cisalhamento direto e o 

ensaio de compressão triaxial, os quais serão descritos nos itens a seguir. Também 

serão descritos dois ensaios realizados em campo, os ensaios de SPT e CPT.  

 

2.1.2.1 Ensaio de cisalhamento direto 

 

O ensaio de cisalhamento direto é um dos ensaios mais antigos para 

determinar a resistência do solo ao cisalhamento, de acordo com Pinto (2012) este 

ensaio é fundamentado no critério de Coulomb, onde uma tensão normal é aplicada 

num plano e averígua-se a tensão cisalhante que provoca a ruptura. 

Conforme Craig (2011), para realizar o ensaio é colocado o corpo-de-prova 

em uma caixa metálica, que pode ser quadrada ou circular, esta é dividida ao meio e 

é mantida uma folga entre estas duas partes, assim como pode ser observado na 

Figura 3.  

 

Figura 3: Equipamento de ensaio de cisalhamento direto 

 

FONTE: PINTO, 2012 

 

 Segundo Das (2013) a tensão normal (N) como observa-se na Figura 3 é 

aplicada no topo da caixa, e a tensão cisalhante (T) é aplicada horizontalmente na 



24 
 

parte superior da caixa sobre a outra, provocando seu deslocamento, para assim 

romper o corpo de prova, medindo-se a força suportada pelo solo antes de romper. 

 Durante o ensaio são aplicadas diferentes cargas verticais em vários corpos 

de prova, os valores de tensão de cisalhamento na ruptura são graficados conforme 

a tensão normal de cada um deles. Após a graficação dos valores encontrados, 

ajusta-se uma linha aos pontos graficados, os parâmetros de resistência ao 

cisalhamento são obtidos a partir desta linha, assim como mostra a Figura 2 

(CRAIG, 2011). 

 Conforme Pinto (2012) este ensaio não permite a determinação de 

parâmetros de deformabilidade, e o módulo de cisalhamento, também é muito difícil 

de controlar a drenagem dos corpos de prova. Porém é muito utilizado quando se 

almeja aferir somente a resistência e conhecer a resistência residual, pois é um 

ensaio muito simples e de fácil execução. 

 

2.1.2.2 Ensaio de compressão triaxial  

 

Segundo Das (2013), um dos métodos mais confiáveis para definir os 

parâmetros de resistência ao cisalhamento do solo, é o ensaio de compressão 

triaxial. De acordo com Craig (2011) é o mais utilizado e adequado para qualquer 

tipo de solo. Uma de suas vantagens é o controle das condições de drenagem e 

ainda podem-se realizar as medidas da poropressão. 

 

O ensaio de compressão triaxial convencional consiste na aplicação de um 
estado hidrostático de tensões e de um carregamento axial sobre um corpo 
de prova cilíndrico do solo. Para isto, o corpo de prova é colocado dentro de 
uma câmara de ensaio, cujo esquema é mostrado na Figura 4, e envolto por 
uma membrana de borracha. A câmara é cheia de água, à qual se aplica 
uma pressão, que é chamada de pressão confinante ou pressão de 
confinamento do ensaio. A pressão confinante atua em todas as direções, 
inclusive na vertical. O corpo de prova fica sob um estado hidrostático de 
tensões (PINTO, 2012, p.254). 

 

 



25 
 

Figura 4: Equipamento de ensaio de compressão triaxial 

 

FONTE: PINTO, 2012 

 

Conforme Pinto (2012) o carregamento axial é realizado aplicando-se uma 

carga no pistão que adentra na câmara, neste caso é chamado de ensaio com carga 

controlada. Pode-se também realizá-lo assentando-se a câmara em uma prensa que 

a empurra para cima, comprimindo o pistão, neste caso o ensaio é de deformação 

controlada. A carga aplicada sobre o pistão é medida por um anel dinamométrico 

externo ou por uma célula de carga intercalada no pistão, assim é medida a carga 

real aplicada ao corpo de prova, retirando o efeito do atrito do pistão no acesso para 

a câmara. 

Nas bases e nas geratrizes do corpo de prova não há tensões de 

cisalhamento, assim os planos verticais e horizontais são os planos fundamentais. 

Nos ensaios de carregamento o plano horizontal é o plano principal maior, e o 

vertical é o plano principal menor, onde atua a pressão confinante. A força devido ao 

carregamento axial é conhecida como acréscimo de tensão axial (     ) ou tensão 

desviadora (PINTO, 2012). 

Durante o ensaio medem-se várias vezes o acréscimo de tensão axial e a 

variação vertical do corpo de prova. A variação vertical do corpo de prova e divida 

pela altura inicial do mesmo, assim obtém-se a deformação vertical específica, a 



26 
 

partir dela expressam-se as tensões desviadoras, as variações de volume ou de 

pressão neutra. Com as tensões desviadoras obtidas a partir do carregamento axial 

traça-se o circulo de Mohr correspondentes, o qual permite a determinação da 

envoltória de ruptura, como mostrado anteriormente na Figura 2, e desta envoltória 

de ruptura retira-se os valores dos parâmetros de resistência ao cisalhamento do 

solo (PINTO, 2012). 

De acordo com Welter (2014) para determinar a envoltória de ruptura, e assim 

obter os parâmetros de resistência do solo (   e   ), é necessário realizar o ensaio 

com diferentes tensões normais (mínimo duas, de preferência acima de três) e 

anotar os pares de valores   e   em um plano cartesiano, para assim montar os 

círculos de Mohr e a envoltória de ruptura de Mohr-Coulumb correspondentes. 

Segundo Craig (2011), existem diversas modulações de procedimentos para 

o ensaio de compressão triaxial: 

 Não adensado – Não drenado 

 Adensado – Não drenado; 

 Drenado. 

 

2.1.2.3 Ensaio SPT 

 

De acordo com Schnaid e Odebrecht (2012) o Standard Penetration Test 

(SPT), é utilizado no mundo todo, e é a ferramenta mais popular de investigação 

geotécnica. É utilizado para indicar a densidade de solos granulares e a consistência 

de solos coesivos e rochas brandas. No Brasil, os resultados de SPT são utilizados 

para métodos de rotina para projetos de fundações superficiais e profundas. Umas 

de suas vantagens são a simplicidade do equipamento, baixo custo, e a obtenção de 

um valor numérico de ensaio que pode ser correlacionado com regras empíricas de 

projetos de fundações. 

Este ensaio, segundo Schnaid e Odebrecht (2012), incide em examinar a 

resistência dinâmica de um solo juntamente com uma sondagem de simples 

reconhecimento. A sondagem é realizada por tradagem e circulação de água, 



27 
 

através de um trépano de lavagem como instrumento de escavação, a Figura 5 

mostra o equipamento de sondagem SPT. 

 

Figura 5: Equipameto de sondagem SPT 

 
FONTE: PINTO, 2012 

 

O processo do ensaio incide na cravação do amostrador no fundo de uma 

escavação, para cravá-lo utiliza-se um martelo de 65 kg, o qual cai de uma altura de 

75cm sobre a cabeça de bater (ressalto). O valor do      é o somatório dos golpes 

que foram dados para que o amostrador penetrasse 30cm, após uma cravação 

inicial de 15cm. A cada um metro de profundidade são retiradas amostras do solo, 

através de um amostrador padrão com diâmetro externo de 50mm. (SCHNAID E 

ODEBRECHT, 2012).  

 



28 
 

2.1.2.4 Ensaio CPT 

 

O Cone Penetration Test (CPT), segundo Velloso e Lopes (2010) foi fabricado 

na Holanda por meados de 1930, e se espalhou pelo mundo devido a qualidade de 

suas informações. De acordo com Pinto (2012), os índices obtidos através dos 

ensaios de CPT possuem uma qualidade melhor que os do SPT, porém ele não 

possibilita retirar amostras de solos assim como o SPT. 

Schnaid e Odebrecht (2012) diz que o ensaio CPT é a mais importante 

ferramenta de prospecção geotécnica. Seus resultados servem para determinar 

estratigraficamente os perfis de solo, as propriedades dos materiais prospectados e 

a previsão da capacidade de carga de fundações. Na Figura 6a) e 6b) pode-se 

observar um equipamento de ensaio CPT. 

 

Figura 6: Equipamento de ensaio CPT 

 

FONTE: VELLOSO E LOPES, 2010 

 

O princípio do ensaio de cone é bastante simples, consistindo da cravação, 
no terreno, de uma ponteira cônica (60º de ápice) a uma velocidade 
constante de 20mm/s ± 5mm/s. A seção transversal do cone é, em geral, de 
10cm², podendo atingir 15cm² ou mais para equipamentos mais robustos, 
de maior capacidade de carga, e 5cm² ou menos para condições especiais. 



29 
 

Os procedimentos de ensaio são padronizados; os equipamentos, porém, 
podem ser classificados em três categorias: (a) cone mecânico, 
caracterizado pela medida, na superfície, via transferência mecânica das 
hastes, dos esforços necessários para cravar a ponta cônica    e do atrito 

lateral   ; (b) cone elétrico, cuja adaptação de células de carga 

instrumentadas eletricamente permite a medida de    e    diretamente na 
ponteira; e (c) piezocone, que, além das medidas elétricas de    e   , 
permite a contínua monitoração das pressões neutras u geradas durante o 

processo de cravação (SCHNAID E ODEBRECHT, 2012, p. 64) 

 

De acordo com Schnaid e Odebrecht (2012) as principais vantagens deste 

ensaio são: a eliminação da influência do operador nos dados e medidas do ensaio, 

e o registro permanente da resistência à penetração durante todo o ensaio. 

 

2.2 Fundação Superficial ou Direta 

 

Existem dois tipos de fundações: as superficiais e as profundas. Segundo 

Hachich et al. (2012) elas são diferenciadas pelo modo de ruptura. Nas fundações 

profundas os mecanismos de ruptura não alcançam a superfície do terreno, ao 

contrário das fundações superficiais.  

De acordo com a NBR 6122/2010, a fundação superficial é aquela cuja carga 

da estrutura é conduzida ao solo pela base da fundação. Devido à isso, para o seu 

dimensionamento necessita-se saber qual deverá ser esta área de contato, para que 

a estrutura não recalque e não sofra rupturas. Sua altura de assentamento deve ser 

inferior a duas vezes a menor medida da fundação. 

As fundações superficiais também podem ser chamadas de fundações diretas 

ou rasas. Para Rebello (2008), elas são definidas por estarem assentadas logo nos 

primeiros metros de profundidade do solo. Porém, para que a fundação superficial 

seja utilizada, as primeiras camadas do solo precisam ser suficientemente 

resistentes para suportar as cargas da estrutura. Esta resistência pode ser obtida 

através da realização de sondagens para o reconhecimento do solo. Avalia-se 

adequadamente técnica e economicamente a utilização deste tipo de fundação, 

quando o número de golpes do Standard Penetration Test (    ) for maior ou igual a 

oito, e não ultrapassar dois metros de profundidade. 



30 
 

Segundo Cintra et al. (2011), na fundação direta a resistência do solo à força 

submetida sobre ele, acontece somente na camada de contato entre a base da 

fundação e o solo. Ou seja, a reação à força aplicada na superfície da fundação 

incide inteiramente no alicerce da mesma, por isso é chamada de fundação direta, 

para o sistema sapata-solo. 

Cintra et al. (2011) analisou uma sapata, como mostra a Figura 7, na qual foi 

aplicada uma carga P em sua superfície, esta carga gera uma tensão sobre o solo, 

no contato sapata-solo. Esta ação e reação é aplicada pela sapata no solo, assim 

gerando um sistema sapata-solo, observado na Figura 7. 

 

Figura 7: Sistema sapata-solo 

 

FONTE: CINTRA ET AL., 2011. 

 

Para Caputo (2011), a capacidade de suporte do solo, é a força   , que ao 

aplicada no solo causa seu colapso. Nesta é aplicado um coeficiente de segurança, 

da ordem de 2 a 3, e assim obtêm-se a tensão admissível, a qual garantirá que o 

solo suportará a carga sobre ele, e suas deformações, sem que haja colapso. 

As fundações superficiais são divididas em: bloco, sapata, viga de fundação, 

grelha, sapata associada e radier, assim como mostra a Figura 8 abaixo. Os tipos de 

fundação superficial são descritos a seguir. 



31 
 

Figura 8: Tipos de Fundação Superficial  

  
FONTE: VELLOSO & LOPES, 2010. 

 

2.2.1 Bloco 

 

De acordo com Velloso e Lopes (2010) e Hachich et al.(2012),  os blocos de 

fundação possuem uma grande rigidez e não exigem armadura. Este tipo de 

elemento possui uma tensão de tração máxima na base, e para que ele resista ao 

cisalhamento, sua tensão de tração necessita ser menor que a do concreto. 

São executados com concreto simples e com grandes alturas, precisam ser 

relativamente altos para que atuem fundamentalmente à compressão. Os blocos 

podem possuir variados formatos, como: bloco escalonado, ou pedestal, ou tronco 

de cone (HACHICH ET AL. 2012).  

Conforme Velloso e Lopes (2010), o bloco pode também ser utilizado para 

cargas mais elevadas, porém para que suporte estas cargas será necessário uma 



32 
 

escavação mais profunda, ou seja, o bloco deverá ser mais alto, e mais volume de 

concreto, deste modo a sapata é mais vantajosa que o bloco de concreto. 

 

2.2.2 Sapata 

 

As sapatas podem ter diversos formatos como: retangular, quadrado, circular, 

entre outros e também alturas constantes ou variáveis. Quando executadas com 

altura variável, gera-se economia de concreto. Assim como o bloco, as sapatas 

possuem uma rigidez elevada, porém são dimensionadas utilizando armaduras para 

resistir às tensões de tração. Por isso, possuem menor espessura que os blocos 

(VELLOSO & LOPES, 2010 e HACHICH et al., 2012). 

Segundo Craig (2011), a sapata é uma elemento de fundação pequeno, que 

suporta somente um pilar da obra. Conforme Rebello (2008) é um elemento da 

fundação executado em concreto armado, que serve para suportar forças 

concentradas, como de pilares e vigas de fundação.  

 

2.2.3 Viga de Fundação 

 

Segundo Hachich et al (2012), a viga de fundação é um componente que 

recebe pilares alinhados, normalmente é executada com concreto armado, mas não 

é necessário ter armaduras transversais. 

De acordo com Velloso e Lopes (2010) as vigas de fundação podem ser 

chamadas também de baldrame ou sapata corrida. É um elemento que recebe 

forças lançadas linearmente. 

Para Craig (2011), é considerado uma sapata corrida, ou seja viga de 

fundação, uma sapata que suporta uma parede estrutural. Tem como objetivo 

espalhar cargas lineares sobre o solo, como de paredes ou pilares (REBELLO, 

2008).  

 



33 
 

2.2.4 Grelha 

 

As grelhas são componentes formados por várias vigas que se cruzam nos 

pilares (VELLOSO & LOPES, 2010; HACHICH ET AL., 2012). 

 

2.2.5 Sapata Associada  

 

Para Hachich et al. (2012), a sapata associada é um componente que recebe 

parte dos pilares da obra e estes não estão alinhados.  

Conforme a NBR 6122/2010, é uma sapata comum a mais de um pilar. 

Segundo Craig (2011), que recebe mais de um pilar, e que estejam perto um do 

outro.  

 Este tipo de fundação é utilizado quando os pilares estiverem muito perto um 

do outro. Assim, se fosse utilizada uma sapata para cada um, elas ficariam uma em 

cima da outra, por isso usa-se uma sapata só para eles, que é conhecida como uma 

sapata associada (REBELLO, 2008). 

 

2.3.6 Radier 

 

Para Craig (2011), o radier é um elemento de fundação composto por uma 

grande laje, esta é reforçada com armaduras transversais para que seja capaz de 

aguentar o peso de toda a obra. 

De acordo com Velloso e Lopes (2010), o radier é utilizado quando os pilares 

ficam muito próximos uns aos outros e também para unificar os recalques. É 

também conhecido como radier geral, quando recebe todos os pilares da obra, ou de 

radier parcial, quando recebe alguns dos pilares da obra. A NBR 6122/2010 

apresenta a mesma definição exposta pelos autores citados anteriormente. 

Segundo Hachich et al. (2012), é difícil de executar o radier em terrenos 

lindados, assim, sendo pouco utilizado. Outro fato pelo qual não é muito empregado 



34 
 

é devido ao seu tamanho amplo, exigindo uma quantidade elevada de concreto para 

sua execução. 

Os radiers podem possuir quatro formas diferentes, assim como mostra a 

Figura 9, na Figura 9(a), pode se observar o radier liso, na Figura 9(b) o radier com 

pedestais ou cogumelos, na Figura 9(c) o radier nervurado, e na Figura 9(d) o radier 

em caixão (VELLOSO E LOPES, 2010). 

 

Figura 9: Formato dos radiers 

 

FONTE: VELLOSO & LOPES, 2010. 

 

2.3 Análise da interação solo-fundação 

 

Segundo Velloso e Lopes (2010) através da análise da interação solo-

fundação é possível obter os deslocamentos reais da fundação e seus esforços 

internos. Para obter estes esforços, pode-se analisar a interação ou por meio das 

pressões de contato, que são as pressões na interface estrutura-solo, assim como 

pode ser observado na Figura 10. Estas pressões de contato são indispensáveis 

para calcular os esforços internos da fundação. 

 

 



35 
 

Figura 10: Pressões de contato e esforços internos da fundação  

 

FONTE: VELLOSO & LOPES, 2010. 

 

Conforme Velloso e Lopes (2010) as pressões de contato são muito 

importantes para analisar uma fundação. Porém elas são afetadas por alguns 

fatores, como: as propriedades do solo; a intensidade das cargas; as características 

das cargas aplicadas e a rigidez relativa fundação-solo. Estes fatores serão 

exemplificados nos próximos itens. 

  

2.3.1 Propriedades do solo 

 

As pressões de contato são influenciadas pelas propriedades do solo, pois a 

resistência do solo ao cisalhamento origina as pressões máximas nos bordos. A 

Figura 9(a) abaixo apresenta três situações de pressões nas bordas: argilas 

normalmente adensadas e areias, onde não há resistência na superfície do solo e a 

fundação fica na superfície; argilas sobreadensadas, onde há resistência na 

superfície e a fundação está na superfície; e fundações aterradas no solo 

(VELLOSO E LOPES, 2010). 

 



36 
 

2.3.2 Intensidade das cargas 

 

Para Velloso e Lopes (2010) as sapatas rígidas, de acordo com a teoria da 

Elasticidade, possuem pressões infinitas em seus bordos, como pode-se observar 

na Figura 11(b). A Figura 11(c) mostra que há plastificação do solo nas bordas 

mesmo para a carga de serviço. Como pode ser observado na Figura 11(d), as 

pressões nas bordas permanecem constantes, mesmo como o acréscimo de carga, 

o que aumenta são as pressões de contato na parte central da fundação. 

 

Figura 11: Influência dos fatores: Propriedades do solo (a) e Intensidade das cargas 
(b-d) 

 

FONTE: VELLOSO & LOPES, 2010. 

 

2.3.3 Características das cargas aplicadas 

 

As características das cargas aplicadas são essenciais na determinação das 

pressões de contato. Pois a resultante dessas pressões deve ser idêntica e oposta à 

resultante dos carregamentos. Assim como mostra a Figura 12(a) (VELLOSO E 

LOPES, 2010). 

 



37 
 

Figura 12: Influência dos fatores: Características das cargas aplicadas (a) e Rigidez 
relativa fundação-solo (b) 

 

FONTE: VELLOSO & LOPES, 2010. 

 

2.3.4 Rigidez relativa fundação-solo 

 

Outro fator com grande influência nas pressões de contato é a rigidez relativa 

fundação-solo (  ). A Figura 12(b) acima mostra que quanto mais flexível for a 

fundação, mais as pressões de contato refletirão o carregamento. Há diversos 

métodos para calcular a rigidez relativa, recomendadas por diferentes autores 

(VELLOSO E LOPES, 2010). 

 De acordo com Velloso e Lopes (2010), conforme o tipo de fundação utilizada 

varia a forma de expressar a rigidez relativa. Para calcular a rigidez relativa de 

sapatas e radiers há diversas equações propostas, algumas com uma maior 

aceitação que outras. 

 

2.3.5 Problema da interação solo – fundação – estrutura 

 

Para Velloso e Lopes (2010), quanto mais rígida for a fundação, os recalques 

serão mais uniformes. Deste modo, se mais de um pilar for apoiado em uma 



38 
 

fundação, o recalque diferencial entre eles será menor. Ou seja, para unificar os 

recalques o melhor a se fazer e projetar fundações combinadas e enrijecê-las. 

Um fato que pode contribuir na rigidez do conjunto fundação + superestrutura 

– solo é a própria rigidez da estrutura. A Figura 13 apresenta três contribuições 

diferentes. A primeira não contribui muito, a segunda já contribui de forma 

significativa, e a terceira possui uma grande contribuição através da estrutura, que 

aumenta com o número de pavimentos (VELLOSO E LOPES, 2010). 

 

Figura 13: Contribuições da estrutura 

 
FONTE: VELLOSO E LOPES, 2010. 

 

Segundo Velloso e Lopes (2010), outra situação onde a superestrutura é 

muito importante, é quando a fundação é composta por fundações isoladas, neste 

caso, cabe à superestrutura uniformizar os recalques, assim como mostra a Figura 

14(a). Meyerhof (1953) apud Velloso e Lopes (2010), sugere que a contribuição da 

superestrutura seja considera igual a uma viga de rigidez à flexão equivalente, como 

mostra a Figura 14(b).  

 

 

 

 

 



39 
 

Figura 14: Conjunto constituído (a) fundação e superestrutura (b) fundação e viga 
equivalente 

 
FONTE: VELLOSO E LOPES, 2010. 

 

Independentemente se as fundações forem isoladas ou combinadas, 

considerar a superestrutura no cálculo de recalques é sempre muito significante. 

Para realizar estas análises podem ser utilizados programas computacionais, outro 

modo é o proposto por Meyerhof (1953), onde a superestrutura é substituída pela 

viga de rigidez equivalente. Entretanto, para que a análise solo – estrutura seja 

aprimorada é necessário levar em consideração o fator tempo, pois as deformações 

da estrutura e solo estão sujeitas ao tempo (VELLOSO E LOPES, 2010). 

 

2.4 Capacidade de Carga de Fundações Superficiais  

 

A capacidade de carga, ou também capacidade de suporte, conforme Caputo 

(2011) é um dos principais elementos a serem definidos pelo engenheiro. Segundo 

Terzaghi e Peck (1948), um dos principais pontos a serem levados em consideração 

na projeção de uma fundação direta, é a maior pressão suportada pelo solo, sem 

que lhe cause nenhuma falha.  

De acordo com Cintra et al. (2011), a capacidade de suporte de uma 

fundação superficial é definida como, a carga que provoca ruptura no solo, ou seja, a 

resistência máxima suportada pelo solo em contato com a base da fundação. 



40 
 

O solo passa por três fases até que ocorra sua ruptura, como mostra a Figura 

15. Ao carregar um solo com tensão crescente ele vai recalcando e passa pelas três 

fases. Primeiramente vem a fase elástica, na qual pequenas forças são exercidas 

sobre ele através das fundações, o solo recalca, porém este recalque é reversível. A 

segunda fase é a plástica, onde a carga aplicada sobre o solo é maior, as bordas da 

fundação começa a aparecer os recalques plásticos, estes recalques sofridos pelo 

solo são irreversíveis. Por último a fase de ruptura, onde mesmo a carga sobre o 

solo se estabilizando ele continua a recalcar até sua ruptura. Esta carga que 

provocou a ruptura do solo é chamada de capacidade de carga (VELLOSO E 

LOPES, 2010). 

 

Figura 15: Comportamento do Solo até sua Ruptura 

  

FONTE: VELLOSO & LOPES, 2010 

 

O solo pode sofrer três tipos de ruptura: generalizada, por puncionamento e 

localizada. Estas serão exemplificadas no próximo item. 

 

 



41 
 

2.4.1 Mecanismos de Ruptura 

 

Conforme Velloso e Lopes (2010), a ruptura generalizada ocorre de forma 

brusca e catastrófica, tendo o tombamento da fundação. Este mecanismo de ruptura 

é típico de solos rígidos. 

Segundo Vesic (1975), na ruptura generalizada, o plano de colapso vai de 

uma borda da base da fundação até a superfície do solo do outro lado, assim como 

pode-se observar na Figura 16(a), nesse caso a tensão de colapso é alcançada para 

valores pequenos de recalque, como observa-se no gráfico da Figura 16(b). 

 

Figura 16: Ruptura Generalizada 

 

FONTE: VESIC, 1975. 

 

 Diferentemente da ruptura generalizada, a ruptura por puncionamento incide 

sobre solos mais frágeis. E sua ruptura acontece para valores maiores de recalque, 

como mostra a Figura 17(b) (CINTRA ET AL., 2011). 

De acordo com Vesic (1975), na ruptura por puncionamento, somente o solo 

abaixo da fundação sofre recalque e a fundação afunda mais no solo, como pode 

ser observado na Figura 17(a).  

 

 

 



42 
 

Figura 17: Ruptura de Puncionamento 

 

 

FONTE: VESIC, 1975. 

 

 

O outro tipo de ruptura ao qual as fundações estão sujeitas, é a ruptura local. 

Esta acontece em solos medianeiros, que não são rígidos e nem compressíveis. 

Assim, a ruptura localizada se caracteriza pela transição entre a generalizada e a 

por puncionamento, o recalque sofrido neste tipo de ruptura também fica 

intermediário aos outros dois modos, como pode ser verificado na Figura 18(b) 

(VESIC,1975). 

 

Figura 18: Ruptura Localizada 

(a)                                                                  (b) 

 

FONTE: VESIC, 1975. 

 

 

Conforme Vesic (1975), a ruptura localizada, se distingue-se das outras por 

apresentar um afundamento definido, apenas abaixo da fundação. O plano de 

deslizamento começa nas bordas da fundação, porém estes não atingem a 

superfície, e terminam dentro do próprio solo. Apenas depois de um afundamento 



43 
 

vertical considerável, o plano de deslizamento chegará a superfície, como pode ser 

observado na Figura 18(a). Entretanto neste tipo de ruptura não há o tombamento 

ou colapso da fundação, ela continuará embutida no solo, no entanto mais 

penetrada. 

No próximo item veremos alguns métodos para estimar a capacidade de 

carga de fundações superficiais. 

 

2.5 Métodos para obter a Capacidade de Carga  

 

Segundo Caputo (2011), existem diversos métodos para se obter a 

capacidade de carga do solo, porém nenhum deles é matematicamente perfeito. 

A NBR 6122/2010, diz que a capacidade de carga de fundações superficiais 

pode ser estimada a partir de provas de carga sobre placa, métodos teóricos, semi-

empíricos e empíricos. Segundo a norma brasileira, devem ser considerados os 

seguintes fatores na sua determinação: 

 

Características geomecânicas do subsolo; profundidade da fundação; 
dimensões e forma dos elementos de fundação; influência do lençol d’água; 
eventual alteração das características do solo (expansivos, colapsíveis, etc.) 
devido a agentes externos (encharcamento, alívio de tensões, etc.); 
características ou peculiaridades da obra; sobrecarga externas; inclinação 
da carga; inclinação do terreno; estratigrafia do terreno. (NBR 6122, 2010, 
p.20) 

 

Os possíveis métodos para determinação da capacidade de carga de 

fundações superficiais serão descritos nos próximos itens. 

 

2.5.1 Método a partir de Provas de Carga sobre Placas 

 

Segundo Cintra et al. (2011), o método de provas de carga sobre placas é 

regulamentado pela NBR 6489/1984 da ABNT. Neste método, acomoda-se uma 



44 
 

placa circular de aço, com raio de 40 cm, na mesma base onde será executada a 

fundação aplicando estágios de carga sobre a mesma e simultaneamente mede-se o 

recalque. 

Segundo a NBR 6489/1984, a relação entre a largura e a profundidade do 

poço para a prova, deve ser a mesma que entre a largura e a profundidade da futura 

fundação. Através deste ensaio obtém-se a curva tensão x recalque da qual é 

retirado o valor da tensão de ruptura. Na Figura 19 pode-se observar uma curva 

tensão x recalque, na qual a tensão de ruptura é de 160 kPa.  

 

Figura 19: Curva tensão x recalque para ensaio de placa em argila 

 

FONTE: CINTRA ET AL., 2011. 

 

De acordo com Hachich et al. (2012), as deformações são verificadas a 1, 2, 

4, 8, 15 e 30 minutos, ou até que os recalques cessem. Se o solo não romper, 

aplica-se carga até chegar ao dobro da tensão admissível que o mesmo terá que 

suportar. 

 

 

 



45 
 

2.5.2 Métodos Semi-Empíricos 

 

Este método consiste na correlação das propriedades do solo (   e   ) para 

obtenção de valores estimados, que então, sejam aplicadas fórmulas teóricas. Estas 

estimativas normalmente são realizadas a partir da resistência a penetração, do 

ensaio SPT (HACHICH ET AL., 2012).  

De acordo com a NBR 6122/2010, esses métodos correlacionam os 

resultados de ensaios de solo com a tensão admissível. É necessário analisar as 

restrições regionais agregadas a cada método. 

Cintra et al. (2011) apresenta fórmulas para calcular a capacidade de carga 

através de relações com os índices obtidos nos ensaios SPT (Standard Penetration 

Test) e CPT (Cone Penetration Test), que serão apresentados nos próximos itens. 

 

2.5.2.1 Relações com o ensaio SPT 

 

Os técnicos brasileiros utilizam a seguinte Equação (2) para obter a tensão 

admissível para sapatas, assim já obtendo o valor final, sem ser preciso aplicar um 

fator de segurança, está equação está relacionada com o índice de resistência à 

penetração do SPT (CINTRA ET AL., 2011).  

 

   
    

  
        (   )                                        (2) 

 

Onde      é o valor médio no bulbo de tensões e   é a sobrecarga. 

A Equação (2) vem da fórmula evidenciada por Teixeira (1996), para sapatas 

retangulares em solos argilosos, onde a capacidade de carga é dada pelo método 

de Skempton (1951) na Equação (3) (CINTRA ET AL., 2011). 

 

                       (3) 



46 
 

Onde   = 6, e considerando  =0,01     (MPa) e o fator de segurança igual a 

3, obtém-se a Equação (4). 

 

   
              

 
          

    

  
        (   )                     (4) 

 

De acordo com Cintra et al. (2011), Mello (1975) utiliza a Equação (5) para 

obter a tensão admissível, e sem distinção de solo. 

 

       (√      )     (   )                                       (5) 

 

2.5.2.2 Relações com o ensaio CPT 

 

Teixeira e Godoy (1996) apresentam as Equações (6) e (7) para obter a 

tensão admissível de sapatas, estas equações são obtidas através de relações a 

partir do ensaio CPT. Nas Equações (6) e (7),    é o valor médio no bulbo de 

tensões, sendo que    deverá ser ≥ 1,5 MPa. Consistindo que a Equação (6) é 

utilizada para solos argilosos, e a Equação (7) para solos arenosos (CINTRA ET AL., 

2011). 

 

   
  

  
            (para argilas)           (6) 

 

   
  

  
            (para areias)           (7) 

 

 

 



47 
 

2.5.3 Métodos Empíricos  

 

 Segundo Hachich et al. (2012), o método mais usualmente utilizado é o que 

relaciona a resistência à penetração, obtido nos ensaios Standard Penetration Test 

(SPT), com a tensão admissível, através da Equação (8). Esta equação é valida 

para solos naturais, com      entre cinco e vinte. 

 

                          (8) 

  

 De acordo com Hachich et al. (2012), um dos primeiros métodos para estimar 

a tensão admissível, foi através de tabelas com valores para serem utilizados como 

base de anteprojetos. A Tabela 1 possui valores para a tensão admissível conforme 

o tipo de solo do local da obra, esta tabela foi criada com experiências na construção 

de edifícios em São Paulo.  

 

Tabela 1: Valores de tensão admissível conforme o tipo de solo 

Tipo de Solo Tensão admissível (MPa) 

Rocha, conforme sua natureza geológica, sua 

textura e seu estado 
20 – 100 

Alteração de rocha de qualquer espécie 

(mantendo ainda a estrutura da rocha-mãe 

necessitando martelete pneumático ou pequenas 

cargas de dinamite para desmonte)  

4 – 20 

Alteração de rocha eruptiva ou metamórfica 

(necessitando, quando muito, picareta para 

escavação)  

< 4 

Pedregulho ou areia grossa compacta 

(necessitando picareta para escavação), argila 

dura (que não pode ser moldada nos dedos)  

4 – 6 

Argila de consistência rija (dificilmente moldada 

nos dedos)  
2 – 4 

Areia grossa de compacidade média, areia fina 2 – 3 



48 
 

compacta. 

Areias fofas, argila mole (escavação a pá)  < 1 

FONTE: HACHICH ET AL., 2012.  

 

 A NBR 6122/1994 adotou a Tabela 2 como orientação inicial de tensões 

admissíveis. Os valores desta tabela são válidos para sapatas de dois metros de 

largura e assentadas a um metro de profundidade, porém esta possui várias 

restrições a serem observadas. 

 

Tabela 2: Tensões básicas segundo a NBR 6122/1994 

Classe Descrição Valores (MPa) 

1 Rocha sã, maciça, sem laminações 

ou sinal de decomposição 
3,0 

2 Rochas laminadas, com pequenas 

fissuras, estratificadas 
1,5 

3 Rochas alteradas ou em 

decomposição 

Para rochas alteradas, ou em 

decomposição, tem que se levar em 

conta a natureza da rocha matriz e o grau 

de decomposição ou alteração. 

4 Solos granulares concrecionados, 

conglomerados 
1,0 

5 Solos pedregulhosos compactos a 

muito compactos 
0,6 

6 Solos pedregulhosos fofos 0,3 

7 Areias muito compactas 0,5 

8 Areias compactas 0,4 

9 Areias medianamente compactas 0,2 

10 Argilas duras 0,3 

11 Argilas rijas 0,2 



49 
 

12 Argilas médias 0,1 

13 Siltes duros (muito compactos) 0,3 

14 Siltes rijos (compactos) 0,2 

15 Siltes médios (medianamente 

compactos) 
0,1 

FONTE: HACHICH ET AL., 2012.  

 

Welter (2014) analisou as duas versões da NBR 6122, de 1994 e de 2010 

(atualmente em vigor), observando as duas versões, constatou que a atual norma 

brasileira não aceita mais a Tabela 2 para valores referenciais de tensão admissível, 

que era aceita pela norma de 1994, isto se dá pelo fato destes valores variarem 

muito de região para região, assim utilizando-os pode-se estar contra a segurança 

das fundações, utilizando valores que não correspondem com a região de interesse. 

 

2.5.4 Métodos Teóricos  

 

Conforme Hachich et al. (2012), os métodos teóricos são baseados em 

fórmulas de capacidade de suporte, para a estimativa da tensão de colapso. Sobre 

estas equações são aplicados coeficientes de segurança, geralmente este 

coeficiente é igual a três. 

A NBR 6122/2010 menciona que nos métodos teóricos pode-se utilizar teorias 

de capacidade de carga nos campos de validade de sua aplicação, que considerem 

todas as peculiaridades da obra, e da natureza do carregamento.  

De acordo com Ruver (2005), neste tipo de método, a capacidade de suporte 

é alcançada através de métodos que observam as propriedades do solo como 

compressibilidade e parâmetros de resistência (   e c’), além do local onde a 

fundação esta assentada, como inclinação e excentricidade da carga, inclinação do 

terreno e profundidade de assentamento. 



50 
 

A seguir será apresentado um exemplo de método teórico, o método de 

Terzaghi, o qual será utilizado neste estudo para calcular a capacidade de carga das 

fundações superficiais. 

 

2.6 Método de Terzaghi 

 

Segundo Cintra et al. (2011), Karl Terzaghi foi um dos primeiros a 

desenvolver uma teoria para calcular a capacidade de suporte de fundações 

superficiais de um sistema sapata-solo. 

De acordo com Das (2013), Terzaghi compreendeu a teoria de Prandtl (1921), 

sobre a penetração de corpos rígidos em materiais flexíveis, para desenvolver a 

teoria da capacidade de carga. 

Terzaghi (1943) leva em conta três hipóteses em seus cálculos: que a sapata 

em estudo é uma sapata corrida, com o comprimento bem maior que largura da 

base; a profundidade de assentamento é menor que a largura, assim podendo 

desprezar a resistência ao cisalhamento, substituindo-a por uma sobrecarga (q =   

h); e o solo onde a mesma está assentada é rígido (CINTRA ET AL., 2011). 

Conforme Cintra et al. (2011) para resolver a questão da capacidade de 

carga, Terzaghi montou um esquema como mostra a Figura 20, na qual pode-se 

observar o plano de ruptura ORST, constituído pelos trechos retos OR e ST e por 

uma espiral logarítmica no trecho RS. Essas retas constituem três zonas diferentes 

dentro do solo (I, II, III). O plano de ruptura formado de um lado pode se desenvolver 

também do outro lado da fundação por simetria, iniciando no ponto O’. 

 

 

 

 

 

 



51 
 

Figura 20: Plano de ruptura 

 

FONTE: CINTRA ET AL., 2011 

  

Segundo Cintra et al. (2011), nas arestas OR e O’R, da Figura 20 agem o 

empuxo passivo    e as forças de coesão   , como mostra no detalhe apresentado 

na Figura 21, onde está a iminência do colapso, pois é neste local que a sapata 

aplica a tensão    , formando a cunha de solo I, com peso próprio W. 

 

Figura 21: Cunha de solo abaixo da sapata 

 

FONTE: CINTRA ET AL., 2011 

 



52 
 

 Equilibrando as tensões verticais, obtém-se a Equação (9), para uma cunha 

de comprimento unitário (CINTRA ET AL., 2011). 

 

 

                                   (9) 

 

Onde    são as forças de coesão e podem ser obtidas utilizando a Equação 

(10), e   o peso próprio da cunha de solo I, cujo valor pode ser obtido pela Equação 

(11). 

 

     
   

    
                         (10) 

 

 

   
 

 
                     (11) 

 

Substituindo os valores de    e W obtém-se a Equação (12). 

 

    
  

 
       

 

 
                      (12) 

 

 Através da Equação (6), pode-se calcular a capacidade de suporte do solo, 

porém não se sabe qual o valor de   . Como não há nenhuma equação que leve em 

conta o peso do solo e a influência da sobrecarga, Terzaghi (1943), considerou e 

estudou casos particulares e hipotéticos, para posteriormente desenvolver uma 

equação generalizada, sobrepondo os efeitos estudados (CINTRA ET AL., 2011). 

 De acordo com Das (2013), os métodos aproximados para determinar a 

capacidade de carga elaborados por Terzaghi, podem ser descritos através das 

Equações (13), (14) e (15). 

Para um solo com c’= 0, sobrecarga (q) = 0, e h=0, temos a Equação (13). 

 

      
 

 
                    (13) 



53 
 

 Para um solo sem peso (   ) e q=0, obtemos a Equação (14). 

 

                        (14) 

 

Para um solo sem peso e com c’=0, obtém-se a Equação (15). 

 

                       (15) 

 

De acordo com Das (2013), os dados das Equações (13), (14) e (15) são: 

  : peso específico; 

 B: Largura menor da fundação; 

   : coesão; 

  : sobrecarga; 

          : fatores de capacidade de carga. 

Segundo Das (2013), sobrepondo os efeitos, e considerando o peso 

específico do solo, a coesão e a sobrecarga, obtêm-se a Equação (16), que é a 

Equação da capacidade de carga de Terzaghi. Os valores de           são obtidos 

através da Tabela contida no Anexo A, que são conhecidos como fatores de 

capacidade de carga. 

 

            
 

 
               (16) 

 

Terzaghi desenvolveu as Equações (17) e (18), para calcular a capacidade de 

suporte de sapatas quadradas e circulares (DAS, 2013). Para sapata quadrada: 

 

                                     (17) 

 

 



54 
 

Para sapata circular: 

 

                                    (18) 

 

Nos próximos itens abordar-se-á sobre as contribuições de Brinch Hansen e 

Vesic, na fórmula de Terzaghi sobre a capacidade de carga de fundações 

superficiais, com estas contribuições obtém-se a fórmula generalizada de Terzaghi 

para calcular a capacidade de suporte das fundações superficiais. 

 

2.6.1 Contribuição de Hansen 

 

De acordo com Velloso e Lopes (2010), Brinch Hansen (1961) introduziu os 

fatores de forma, de profundidade, e de inclinação da carga. E desenvolveu o 

conceito de área efetiva da fundação, para cargas que não ficam dispostas no centro 

da fundação. Em estudos posteriores (Hansen, 1970), contribuiu ainda com os 

fatores de inclinação do terreno e da base da fundação. Após estas importantes 

contribuições de Hansen, chegou-se à formula geral para capacidade suporte de 

fundações diretas, que está descrita na Equação (19). 

 

     
    

  
                                           

  

 
                      (19) 

 

Onde:          são fatores de forma;   ,      são fatores de 

profundidade;   ,      são fatores de inclinação da carga;   ,      são fatores 

de inclinação da base da fundação;   ,  ,   são fatores de inclinação do 

terreno; c’ é a coesão do solo; q é a tensão efetiva; B é a largura da base da 

fundação, e o   ,  ,   são fatores de capacidade de carga (Velloso e 

Lopes, 2010, p. 73). 

 

 George G. Meyerhof (1953), sugere que para calcular a área efetiva, no caso 

de cargas excêntricas, a largura e comprimento (B, L) da sapata, sejam supridas por 



55 
 

valores fictícios (B’, L’), estes valores são obtidos através das Equações (20) e (21) 

(CINTRA ET Al., 2011). 

 

                     (20) 

 

 

                      (21) 

 

Os símbolos    e    correspondem às excentricidades da carga nos lados B e 

L da fundação, como mostra a Figura 22 (CINTRA ET Al., 2011). 

 

Figura 22: Área efetiva 

 
FONTE: CINTRA ET AL., 2011 

 

Segundo Cintra et al. (2011), a área efetiva é utilizada em favor da segurança, 

onde se considera somente parte da fundação como apoio (         ), cujo centro 

de gravidade fica junto do ponto onde a carga é aplicada. 



56 
 

Para Hansen os fatores de capacidade de carga devido à coesão (  ), a 

sobrecarga (  ), e o peso próprio (  ), podem ser obtidos através das Equações 

(22), (23) e (24) (VELLOSO E LOPES, 2010). 

 

   (    )                 (22) 

 

             (    
 

 
)            (23) 

 

       (    )                (24) 

 

2.6.2 Contribuição de Vesic 

 

Vesic (1965, 1969, 1973, 1975) fez grandes contribuições na fórmula para 

calcular a capacidade de carga. Quanto aos fatores de capacidade de carga 

propostos por Hansen, descritos nas Equações 16, 17, 18, Vesic somente alterou o 

fator de peso próprio, para calculá-lo sugeriu a seguinte Equação (25), e propôs a 

Tabela 3 para obter os valores de            (VELLOSO E LOPES, 2010). 

 

     (    )                (25) 

 

 

 

 

 

 

 



57 
 

Tabela 3: Fatores de capacidade de carga 

               ⁄  tan   

0 5,14 1,00 0,00 0,20 0,00 
      

5 6,49 1,57 0,45 0,24 0,09 
      

10 8,35 2,47 1,22 0,30 0,18 

      

15 10,98 3,94 2,65 0,36 0,27 

16 11,63 4,34 3,06 0,37 0,29 

17 12,34 4,77 3,53 0,39 0,31 

18 13,10 5,26 4,07 0,40 0,32 

19 13,93 5,80 4,68 0,42 0,34 

20 14,83 6,40 5,39 0,43 0,36 

21 15,82 7,07 6,20 0,45 0,38 

22 16,88 7,82 7,13 0,46 0,40 

23 18,05 8,66 8,20 0,48 0,42 

24 19,32 9,60 9,44 0,50 0,45 

25 20,72 10,66 10,88 0,51 0,47 

26 22,25 11,85 12,54 0,53 0,49 

27 23,94 13,20 14,47 0,55 0,51 

28 25,80 14,72 16,72 0,57 0,53 

29 27,86 16,44 19,34 0,59 0,55 

30 30,14 18,40 22,40 0,61 0,58 

31 32,67 20,63 25,99 0,63 0,60 

32 35,49 23,18 30,22 0,65 0,62 

33 38,64 26,09 35,19 0,68 0,65 

34 42,16 29,44 41,06 0,70 0,67 

35 46,12 33,30 48,03 0,72 0,70 

36 50,59 37,75 56,31 0,75 0,73 

37 55,63 42,92 66,19 0,77 0,75 

38 61,35 48,93 78,03 0,80 0,78 

39 67,87 55,96 92,25 0,82 0,81 

40 75,31 64,20 109,41 0,85 0,84 

41 83,86 73,90 130,22 0,88 0,87 



58 
 

42 93,71 85,38 155,55 0,91 0,90 

43 105,11 99,02 186,54 0,94 0,93 

44 118,37 115,31 224,64 0,97 0,97 

45 133,88 134,88 271,76 1,01 1,00 

46 152,10 158,51 330,35 1,04 1,04 

47 173,64 187,21 403,67 1,08 1,07 

48 199,26 222,31 496,01 1,12 1,11 

49 229,93 265,51 613,16 1,15 1,15 

50 266,89 319,07 762,89 1,20 1,19 

FONTE: VESIC, 1975. 

 

Vesic (1975) contribuiu também com os fatores de forma na capacidade de 

suporte, esses fatores não possuem unidade, ou seja, são adimensionais, e sofrem 

influência do ângulo de atrito do solo, para calculá-los devem-se seguir as equações 

dispostas na Tabela 4, conforme o formato da fundação.   

 

Tabela 4: Fatores de Forma 

Forma da base          

Corrida 1,00 1,00 1,00 

Retangular   (    ⁄ ) (    ⁄ )   (    ⁄ )          (    ⁄ ) 

Circular e quadrada   (    ⁄ )       0,60 

FONTE: VESIC, 1975 

 

Para calcular os fatores de inclinação da carga, segue-se as Equações (26), 

(27) e (28) (VELLOSO E LOPES, 2010). 

 

     
   

        
                       (26) 

 



59 
 

   (  
 

          
)
 

           (27) 

 

   (  
 

          
)
   

           (28) 

 

Segundo Velloso e Lopes (2010), os dados das Equações (26), (27) e (28) 

são: V e H são as componentes vertical e horizontal da carga;         são a largura e 

comprimento efetivo da fundação, e   é um componente da inclinação da carga, 

cujo seus valores podem ser obtidos através das Equações (29) ou (30), 

dependendo para onde a carga estiver inclinada paralelamente, se estiver para o 

lado B, utiliza-se a Equação (23), se estiver para o lado L, utiliza-se a Equação (24). 

 

     
    ⁄

    ⁄
             (29) 

 

     
    ⁄

    ⁄
             (30) 

 

Se a carga inclinada estiver a um ângulo de 0º com a direção L da fundação, 

usa-se a Equação (31) para determinar o valor de   (VESIC, 1975). 

 

          
        

             (31) 

 

Conforme Vesic (1975), para calcular os fatores de profundidade,   ,     , 

precisamos levar em consideração o valor da divisão da profundidade (D), pela 

largura da base (B), para os valores dessa divisão menores que um, ou seja, D/B 

menor ou igual a um, foram utilizadas as equações (32), (33) e (34). 

 

         
 

 
             (32) 

 



60 
 

         (      ) 
 

 
           (33) 

 

                   (34) 

 

 Quando a divisão da profundidade (D), pela largura da base (B), for maior que 

um, ou seja, D/B maior que um, utiliza-se as equações (35), (36) e (37) (VESIC, 

1975). 

 

              (
 

 
)             (35) 

 

         (      )        (
 

 
)           (36) 

 

                   (37) 

 

Muitos autores não consideram os fatores de profundidade no cálculo da 

capacidade de carga, inclusive Vesic. Isso se deve pelo modo de execução das 

fundações diretas, onde escava-se, executa-se a fundação e reaterra-se. Porém 

alguns autores concordam, como é o caso de Velloso e Lopes (2010). 

 De acordo com Vesic (1975), para calcular os fatores de inclinação da base 

da fundação, utiliza-se as equações (38) e (39), onde   é ângulo de inclinação da 

base, e   é o ângulo de atrito do solo. 

 

     [  (   )⁄ ]            (38) 

 

      (      ⁄ )             (39) 

 



61 
 

Para calcular os fatores de inclinação de terreno, que se deve ao fato do solo 

ao lado da fundação estar inclinado (talude), usa-se as Equações (40) e (41), onde 

  é o ângulo de inclinação do terreno ao lado da fundação (VESIC, 1975). 

 

     [  (   )⁄ ]            (40) 

 

      (     )             (41) 



62 
 

3 MATERIAIS E MÉTODOS 

Quanto ao modo de abordagem, o trabalho pode ser definido como pesquisa 

aplicada, pois gera conhecimentos úteis sobre os parâmetros que influenciam na 

capacidade de carga de fundações rasas, a fim de auxiliar em processos de tomada 

de decisões. 

Em relação à forma de abordagem do problema, pode-se considerar esta 

pesquisa como sendo quantitativa, pois estabelece relações entre os parâmetros 

que serão variados e aplicados nas formulações referenciadas e apresentadas pela 

literatura, para calcular a capacidade de carga das fundações superficiais.  

O modelo de pesquisa científica empregada, conforme os objetivos pode ser 

classificado como exploratória e descritiva. Exploratória, pois apresenta uma revisão 

bibliográfica sobre o assunto abordado no trabalho, e descritiva, devido a relação 

estabelecida entre os parâmetros de resistência do solo e estrutura da fundação. 

Quanto ao procedimento da pesquisa, se dará de forma quantitativa, através 

da manipulação das variáveis em planilha eletrônica, que no caso deste estudo são 

os parâmetros de resistência do solo e da estrutura da fundação. 

 

 

 



63 
 

3.1 Caso Geral 

 

Para elaboração do trabalho, estabeleceu-se um modelo inicial de interação 

solo-fundação, baseado na NBR 6122/2010 e nos valores normalmente adotados 

em projetos, para cada um dos tipos de sapatas: quadrada/circular, retangular e 

corrida:  

 Solo argiloso com peso específico de 16 KN/m³; 

 Largura da base da fundação foi inicialmente de 0,6 metros para as sapatas 

quadrada, retangular e corrida, e raio de 0,6 metros para a sapata circular; 

 Comprimento da sapata retangular (L) inicial de duas vezes a largura (B), ou 

seja, 1,20 metros; 

 Profundidade de assentamento da fundação de 1 metro; 

 Ângulo de atrito do solo 30º; 

  Coesão do solo de 15 KPa; 

 Inclinação da base e do terreno igual a 0º, ou seja, sem inclinação. 

Na Figura 23 pode-se observar um croqui da fundação superficial modelo de 

sapata quadrada, e a Tabela 5 com os valores utilizados como modelos inicias do 

estudo. 

 

Figura 23: Fundação modelo 

 

FONTE: Autora 

 

 



64 
 

Tabela 5: Valores inicias dos parâmetros 

PARÂMETROS VALORES INICIAIS 

B – largura da base 0,60 m 

L – comprimento da sapata retangular 1,20 m 

D – profundidade da fundação 1,00 m 

C’ – coesão do solo 15 kPa 

  – ângulo de atrito 30º 

  – peso específico 16 KN/m³ 

Inclinação da base (α) 0º 

Inclinação do terreno (ω) 0º 

FONTE: Autora 

 

Foram realizadas diversas interações para avaliar a influência dos parâmetros 

acima envolvidos no projeto de fundações superficiais, nestas interações o 

parâmetro a ser avaliado foi variado numericamente dentro de limites pré-

determinados na Equação geral de Terzaghi, enquanto que os demais 

permaneceram fixos nos valores inicias. Da mesma forma foi executada a análise 

para cada parâmetro. As interações realizadas estão representadas nas Tabelas 6, 

7, 8, 9, 10, 11, 12. A determinação dos valores a serem variados bem como os 

valores iniciais fixos foram atribuídos levando em consideração a NBR 6122/2010, 

os valores normalmente adotados em projetos, os parâmetros não definidos por 

norma foram atribuídos de maneira a facilitar a visualização dos resultados e a 

interpretação do conteúdo gráfico. Também foram utilizados valores medianos, para 

que um parâmetro não influencie no outro quando cada um deles estiver sendo 

variado. Quatro formas/formatos de fundações superficiais foram analisadas: as 

sapatas quadradas, circulares, retangulares e corrida, as sapatas quadrada e 

circular foram analisadas juntamente, devido ao fato de suas equações para 

obtenção dos fatores de forma serem as mesmas.  



65 
 

A Tabela 6 mostra como foi realizada a análise da largura da base da 

fundação (B). Este parâmetro foi variado 0,6 metros a 3 metros de largura mantendo 

os valores dos demais parâmetros fixos, conforme o modelo inicial.  

 

Tabela 6: Metodologia de pesquisa – Variação da largura da base 

Forma Circular e 

Quadrada 

Retangular Corrida 

Parâmetro 

B – Largura da base 0,6 a 3 metros 

de largura 

0,6 a 3 metros de 

largura 

0,6 a 3 metros de 

largura 

D - Profundidade de 

assentamento 

1 metro de 

profundidade 

1 metro de 

profundidade 

1 metro de 

profundidade 

   - Ângulo de atrito 30 graus 30 graus 30 graus 

   - Coesão do solo 15 kPa 15 kPa 15 kPa 

  - Peso específico 16 kPa 16 kPa 16 kPa 

α - Inclinação da base 0 graus 0 graus 0 graus 

ω - Inclinação do terreno 0 graus 0 graus 0 graus 

Fonte: Autora 

 

A Tabela 7 mostra como foi realizada a análise da profundidade de 

assentamento (D) que foi variada de 1 metro a 4 metros de profundidade mantendo 

os valores dos demais parâmetros fixos, conforme o modelo inicial. 

 

 



66 
 

Tabela 7: Metodologia de pesquisa – Variação da profundidade de assentamento 

Forma Circular e 

Quadrada 

Retangular Corrida 

Parâmetro 

B – Largura da base 0,6 metros de 

largura 

0,6 metros de 

largura 

0,6 metros de 

largura 

D - Profundidade de 

assentamento 

1 a 4 metros de 

profundidade 

1 a 4 metros de 

profundidade 

1 a 4 metros de 

profundidade 

   - Ângulo de atrito 30 graus 30 graus 30 graus 

   - Coesão do solo 15 kPa 15 kPa 15 kPa 

  - Peso específico 16 kPa 16 kPa 16 kPa 

α - Inclinação da base 
0 graus 0 graus 0 graus 

ω - Inclinação do terreno 
0 graus 0 graus 0 graus 

Fonte: Autora 

 

A Tabela 8 mostra como foi realizada a análise do ângulo de atrito do solo 

(  ). Este parâmetro foi variado de 1º a 45º graus mantendo os valores dos demais 

parâmetros fixos, conforme o modelo inicial. 

 

 

 

 

 



67 
 

Tabela 8: Metodologia de pesquisa – Variação do ângulo de atrito interno do solo 

Forma Circular e 

Quadrada 

Retangular Corrida 

Parâmetro 

B – Largura da base 0,6 metros de 

largura 

0,6 metros de 

largura 

0,6 metros de 

largura 

D - Profundidade de 

assentamento 

1 metro de 

profundidade 

1 metro de 

profundidade 

1 metro de 

profundidade 

   - Ângulo de atrito 1 a 45 graus 1 a 45 graus 1 a 45 graus 

   - Coesão do solo 15 kPa 15 kPa 15 kPa 

  - Peso específico 16 kPa 16 kPa 16 kPa 

α - Inclinação da base 0 graus 0 graus 0 graus 

ω - Inclinação do terreno 0 graus 0 graus 0 graus 

Fonte: Autora 

 

A Tabela 9 mostra como foi realizada a análise da coesão do solo (  ) que foi 

variada de 0 a 100 kPa mantendo os valores dos demais parâmetros fixos, conforme 

o modelo inicial. 

 

 

 

 

 

 

 



68 
 

Tabela 9: Metodologia de pesquisa – Variação da coesão do solo 

Forma Circular e 

Quadrada 

Retangular Corrida 

Parâmetro 

B – Largura da base 0,6 metros de 

largura 

0,6 metros de 

largura 

0,6 metros de 

largura 

D - Profundidade de 

assentamento 

1 metro de 

profundidade 

1 metro de 

profundidade 

1 metro de 

profundidade 

   - Ângulo de atrito 30 graus 30 graus 30 graus 

   - Coesão do solo 0 a 100 kPa 0 a 100 kPa 0 a 100 kPa 

  - Peso específico 16 kPa 16 kPa 16 kPa 

α - Inclinação da base 0 graus 0 graus 0 graus 

ω - Inclinação do terreno 0 graus 0 graus 0 graus 

Fonte: Autora 

 

A Tabela 10 mostra como foi realizada a análise do peso específico do solo 

( ). Este parâmetro foi variado de 13 a 21 kN/m³ mantendo os valores dos demais 

parâmetros fixos, conforme o modelo inicial. 

 

 

 

 

 

 

 



69 
 

Tabela 10: Metodologia de pesquisa – Variação do peso específico do solo 

Forma Circular e 

Quadrada 

Retangular Corrida 

Parâmetro 

B – Largura da base 0,6 metros de 

largura 

0,6 metros de 

largura 

0,6 metros de 

largura 

D - Profundidade de 

assentamento 

1 metro de 

profundidade 

1 metro de 

profundidade 

1 metro de 

profundidade 

   - Ângulo de atrito 30 graus 30 graus 30 graus 

   - Coesão do solo 15 kPa 15 kPa 15 kPa 

  - Peso específico 13 a 21 kPa 13 a 21 kPa 13 a 21 kPa 

α - Inclinação da base 0 graus 0 graus 0 graus 

ω - Inclinação do terreno 0 graus 0 graus 0 graus 

Fonte: Autora 

 

A Tabela 11 mostra como foi realizada a análise da inclinação da base (α) que 

foi variada de 0º a 45º graus de inclinação mantendo os valores dos demais 

parâmetros fixos, conforme o modelo inicial. 

 

 

 

 

 

 

 



70 
 

Tabela 11: Metodologia de pesquisa – Variação da inclinação da base 

Forma Circular e 

Quadrada 

Retangular Corrida 

Parâmetro 

B – Largura da base 0,6 metros de 

largura 

0,6 metros de 

largura 

0,6 metros de 

largura 

D - Profundidade de 

assentamento 

1 metro de 

profundidade 

1 metro de 

profundidade 

1 metro de 

profundidade 

   - Ângulo de atrito 30 graus 30 graus 30 graus 

   - Coesão do solo 15 kPa 15 kPa 15 kPa 

  - Peso específico 16 kPa 16 kPa 16 kPa 

α - Inclinação da base 0 a 45 graus 0 a 45 graus 0 a 45 graus 

ω - Inclinação do terreno 0 graus 0 graus 0 graus 

Fonte: Autora 

 

A Tabela 12 mostra como foi realizada a análise da inclinação do terreno (ω). 

Este parâmetro foi variado de 0º a 45º graus de inclinação mantendo os valores dos 

demais parâmetros fixos, conforme o modelo inicial. 

 

 

 

 

 

 

 



71 
 

Tabela 12: Metodologia de pesquisa – Variação da inclinação do terreno 

Forma Circular e 

Quadrada 

Retangular Corrida 

Parâmetro 

B – Largura da base 0,6 metros de 

largura 

0,6 metros de 

largura 

0,6 metros de 

largura 

D - Profundidade de 

assentamento 

1 metro de 

profundidade 

1 metro de 

profundidade 

1 metro de 

profundidade 

   - Ângulo de atrito 30 graus 30 graus 30 graus 

   - Coesão do solo 15 kPa 15 kPa 15 kPa 

  - Peso específico 16 kPa 16 kPa 16 kPa 

α - Inclinação da base 0 graus 0 graus 0 graus 

ω - Inclinação do terreno 0 a 45 graus 0 a 45 graus 0 a 45 graus 

Fonte: Autora 

 

Os resultados obtidos através da manipulação dos dados na planilha 

eletrônica serão graficados, para melhor visualização da influência de cada um 

deles. 

 

3.2 Estudo de Caso 

 

Na segunda parte desta pesquisa foi executado um estudo de caso para o 

solo da cidade de Lajeado/RS, no qual foi analisada a influência dos parâmetros de 

resistência do solo e da estrutura da fundação quando o ângulo de atrito do solo é 

0º, situação que não foi analisada no caso geral, descrito anteriormente. 



72 
 

É importante ressaltar que esta condição (  = 0º) dificilmente será encontrada 

em campo, pois para que isto ocorra é necessário haver um solo totalmente 

saturado e sem carregamento, ou seja, sem carga sobre ele e nível da água na 

superfície.  

No estudo de caso foram utilizados os dados obtidos em sondagens Standard 

Penetration Test (SPT) na cidade de Lajeado/RS. Através destes dados, não é 

possível obter o ângulo de atrito de um solo argiloso. E, por isso, foi utilizado   = 0º. 

Só existem correlações entre os dados deste ensaio (    ) e o ângulo de atrito para 

solos arenosos, para solos argilosos existe correlação entre estes dados (    ) e a 

resistência não drenada do solo (  ).   

O ângulo de atrito igual a 0º não foi analisado anteriormente, uma vez que 

algumas equações dos fatores inseridos na Equação geral de Terzaghi levam em 

consideração o ângulo de atrito do solo, de tal modo não sendo possível calculá-los 

com o valor de 0º.  

Como é o caso dos fatores de capacidade de carga (  ,  ,  ) que, quando o 

ângulo de atrito é 0º, não é possível calculá-lo, sendo necessário adotar os valores 

da Tabela 3 com os valores propostos por Vesic (1975), que diz que quando o 

ângulo de atrito é 0º, temos que    é igual a 5,14,    é 1,00 e    é 0,00. 

O fator de inclinação da base não poderá ser analisado no estudo de caso, 

porque em suas equações leva em consideração o ângulo de atrito do solo 

(Equações 38 e 39), e quando este é igual a 0º não é possível realizar o cálculo, 

visto que, gera erro na equação. Este erro ocorre, porquê na Equação (39) o ângulo 

de inclinação da base é dividido pela tangente do ângulo de atrito do solo, e como o 

ângulo de atrito é 0º, esta divisão não pode ser realizada, pois não é possível fazer 

uma divisão por zero. 

As sondagens Standard Penetration Test (SPT) da cidade de Lajeado/RS 

utilizadas neste estudo de caso podem ser visualizadas no Anexo B. Para realização 

deste estudo foram analisados alguns dados dos ensaios SPT que estão na Tabela 

13 abaixo.  Além de averiguar que o solo de Lajeado é um solo argiloso, foi retirado 

dos ensaios a profundidade de assentamento que poderia ser utilizada, uma 

profundidade onde o solo suportasse a carga sobre ele, no caso destes ensaios a 



73 
 

profundidade permitida para o assentamento de fundações superficiais se deu 

sempre quando o solo abaixo dela era impenetrável para a sondagem, ou seja, um 

solo tão resistente que era impossível de ser penetrado pelo trado de sondagem, 

estes valores de profundidade estão na Tabela 13. Os outros valores que estão na 

Tabela 13, são os NSPT de cada ensaio, necessários para realizar as correlações 

com os demais parâmetros do solo. Os demais dados destes ensaios serão 

dispensáveis para este estudo de caso. 

 

Tabela 13: Dados dos ensaios SPT de Lajeado/RS 

Local da Obra Profundidade permitida para 
assentamento 

NSPT 

Arquibancada 2,35 26 50  

Arquibancada 2,34 24 43  

Arquibancada 2,34 26 50  

Tecnovates 2,10 2   

Tecnovates 3,50 6 8 10 

Tecnovates 3,45 7 11 9 

Tecnovates 3,10 8 12  

Tecnovates 3,50 10 11 13 

Tecnovates 3,00 8 12  

Tecnovates 3,45 10 16 12 

Tecnovates 3,10 14 15  

Tecnovates 3,40 14 12  

Shopping  3,50 3 8 21 

MÉDIA: 3,00 15,7 
Fonte: Autora 

 

A partir dos dados dos ensaios SPT determinou-se um modelo inicial de 

interação solo-fundação com os parâmetros específicos do solo de Lajeado para 

cada um dos tipos de sapatas, quadrada/circular, retangular e corrida: 

 Solo argiloso com peso específico de 19 KN/m³; 

 Largura da base da fundação foi inicialmente de 0,6m para as sapatas 

quadrada, retangular e corrida, e diâmetro de 0,6m para a sapata circular; 



74 
 

 Comprimento da sapata retangular (L) inicial de duas vezes a largura (B), ou 

seja, 1,20m; 

 Profundidade de assentamento inicial de 3 metros; 

 Ângulo de atrito do solo 0º; 

  Coesão do solo em 157 kPa; 

 Inclinação da base e do terreno igual a 0º, ou seja, sem inclinação. 

Na Tabela 14 constam os valores utilizados como modelo inicial para o estudo 

de caso do solo de Lajeado/RS. 

 

Tabela 14: Valores inicias dos parâmetros do estudo de caso 

PARÂMETROS FIXADOS VALORES INICIAIS 

B – largura da base 0,60 m 

L – comprimento da sapata retangular 1,20 m 

D – profundidade da fundação 3,00 m 

C’ – coesão do solo 157 kPa 

  – ângulo de atrito 0º 

  – Peso específico 19 KN/m³ 

ω - Inclinação do terreno 0º 

FONTE: Autora 

 

Foram realizadas diversas interações para avaliar a influência de alguns dos 

parâmetros envolvidos no projeto de fundações superficiais no solo de Lajeado. 

Nestas interações, o parâmetro a ser avaliado foi variado numericamente dentro de 

limites pré-determinados na Equação geral de Terzaghi, enquanto que os demais 

permaneceram fixados nos valores inicias, assim foi executado para cada 

parâmetro. As interações realizadas estão representadas nas Tabelas 14,15,16 e 

17. A determinação dos valores a serem variados bem como os valores iniciais 



75 
 

fixados foram atribuídos levando em consideração a NBR 6122/2010 e os valores 

obtidos nos ensaios SPT de Lajeado/RS. Os parâmetros não definidos por norma 

foram atribuídos de maneira a facilitar a visualização e interpretação dos resultados. 

Da mesma forma que para o caso geral, quatro formas/formatos de fundações 

superficiais foram analisadas: as sapatas quadradas, circulares, retangulares e 

corrida, as sapatas quadrada e circular foram analisadas juntamente, devido ao fato 

de suas equações para obtenção dos fatores de forma serem as mesmas.  

A Tabela 15 mostra como foi realizada a análise da largura da base (B). Este 

parâmetro foi variado 0,6 metros a 3 metros de largura mantendo os valores dos 

demais parâmetros fixos, conforme o modelo inicial.  

 

Tabela 15: Metodologia de pesquisa – Variação da largura da base 

Forma Circular e 

Quadrada 

Retangular Corrida 

Parâmetro 

B – Largura da base 0,6 a 3 metros 

de largura 

0,6 a 3 metros de 

largura 

0,6 a 3 metros de 

largura 

D - Profundidade de 

assentamento 

3 metros de 

profundidade 

3 metros de 

profundidade 

3 metros de 

profundidade 

   - Ângulo de atrito 0 graus 0 graus 0 graus 

   - Coesão do solo 157 kPa 157 kPa 157 kPa 

  - Peso específico 19 kPa 19 kPa 19 kPa 

ω - Inclinação do terreno 0 graus 0 graus 0 graus