CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES 

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS 

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 

 

 

 

 

 

 

 

 

ANÁLISE DE PAVIMENTO FLEXÍVEL: ESTUDO DE UM TRECHO 

CRÍTICO NA RODOVIA ERS-421 

 

 

 

 

Gabriele Born Marques 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Lajeado, junho de 2014 



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Gabriele Born Marques 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ANÁLISE DE PAVIMENTO FLEXÍVEL: ESTUDO 

DE UM TRECHO CRÍTICO NA RODOVIA  

ERS-421 

 

 

Trabalho apresentado na disciplina de Trabalho 

de Conclusão de Curso – Etapa II, na linha de 

formação específica em Engenharia Civil, do 

Centro Universitário UNIVATES, como parte da 

exigência para a obtenção do título de Bacharel 

em Engenharia Civil. 

 

Orientador: Prof. Dr. João Rodrigo Guerreiro 

Mattos 

 

 

 
 

Lajeado, junho de 2014 



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Gabriele Born Marques 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ANÁLISE DE PAVIMENTO FLEXÍVEL: ESTUDO 

DE UM TRECHO CRÍTICO NA RODOVIA  

ERS-421 

 

 

A Banca examinadora abaixo aprova a Monografia apresentada na disciplina de 

Trabalho de Conclusão de Curso – Etapa II, na linha de formação específica em 

Engenharia Civil, do Centro Universitário UNIVATES, como parte da exigência para a 

obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil: 

 

 

Prof. Dr. João Rodrigo Guerreiro Mattos – 

orientador 

Centro Universitário UNIVATES 

 

Profª. M.Sc. Emanuele Amanda Gauer 

Centro Universitário UNIVATES 

 

Engº. Civil Luciano Faustino da Silva 
Superint. Regional Adjunto da 11ª S. R. DAER - 
Lajeado 

 
 

Lajeado, junho de 2014 



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Aos meus pais, 
Sadi e Carlote Marques, alicerces desta conquista. 

 



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AGRADECIMENTOS 

 

 

 Estendo meus agradecimentos a todos aqueles que de alguma maneira 

contribuíram para a realização deste trabalho, dentre os quais destaco: 

 Meu pai Sadi Marques e minha mãe Carlote H. Born Marques que sempre me 

incentivaram a estudar, ir em busca dos meus objetivos e que me proporcionaram 

esta escola. 

 Meu professor orientador João Rodrigo, pelos seus ensinamentos e pela sua 

disponibilidade quando precisei. 

 E por fim, não menos importante, agradeço ao engenheiro Luciano, pela 

confiança depositada, pela sua disposição em me ajudar no trabalho, sempre muito 

atencioso e disposto a transmitir suas experiências e conhecimentos. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



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RESUMO 

 

 

A maioria das cidades brasileiras, de médio e grande porte, atravessou nas décadas 
de 1960 e 1970, um período de extraordinário crescimento urbano, o que exigiu do 
Poder Público grandes investimentos em infraestrutura e, em especial, na expansão 
ou mesmo criação de um sistema viário. Foi necessário também proporcionar a 
estas vias condições para tráfego de veículos, circulação de pedestres, sua 
pavimentação e a utilização de um sistema de manutenção permanente. Entretanto, 
o que se observa hoje são rodovias esburacadas, repletas de problemas de 
execução, sem manutenção, praticamente abandonadas. Em vista disso, este 
trabalho visa analisar um trecho crítico de 300 metros da ERS-421, localizado entre 
os quilômetros 3+800 e 4+100, no bairro Conventos, Lajeado/RS. A partir de visitas 
in loco, identificaram-se as principais patologias deste pavimento, bem como se 
tentou investigar as prováveis causas destes problemas e propor possíveis soluções 
a eles. É visível a necessidade de melhoria no sistema viário, e não apenas para 
quem exerce a atividade do transporte, porém, para todos os setores da economia e 
da sociedade em geral, que dele dependem para alcançar níveis satisfatórios de 
desenvolvimento. 
 
Palavras-chave: Infraestrutura viária. Rodovias. Pavimentos flexíveis. Patologias.
   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



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ABSTRACT 

 

 

The most Brazilian cities, medium and large, crossed in the 1960s and 1970s, a 
period of extraordinary urban growth, which required the Government large 
investments in infrastructure and in particular in the expansion or even creating a 
system road. It was also necessary to provide these roads, conditions for vehicle 
traffic, pedestrian circulation, their flooring and use a system of constant 
maintenance. However, what are observed today are roads with holes, full of 
problems of implementation, without maintenance and practically abandoned. In view 
of this, this work analyzes a critical stretch of 300 meter of the ERS-421, located 
between kilometers 3+800 and 4+100, neighborhood Conventos, Lajeado/RS. From 
in situ visits, we are identified the main pathologies of the pave, as well as attempted 
to investigate the probable causes of these problems and propose possible solutions 
to them. It is visible the need for improvement in the road system, and not only to 
those engaged in transport activity, but for all sectors of the economy and society, 
that depend on it to achieve satisfactory levels of development. 
 
Keywords: Road infrastructure. Highways. Flexible pavement. Pathologies. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



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LISTA DE FIGURAS 

 

 

Figura 1 – Estrutura de pavimento-tipo ..................................................................... 22 

Figura 2 – Distribuição de cargas nos pavimentos rígido e flexível ........................... 24 

Figura 3 – Representação esquemática dos defeitos em pavimentos flexíveis ........ 27 

Figura 4 – Trinca isolada longitudinal curta ............................................................... 30 

Figura 5 – Trinca isolada longitudinal longa .............................................................. 30 

Figura 6 – Trinca de retração .................................................................................... 31 

Figura 7 – Trinca interligada “couro de jacaré” .......................................................... 31 

Figura 8 – Trinca de bloco ......................................................................................... 32 

Figura 9 – Afundamento de trilha de roda ................................................................. 32 

Figura 10 – Afundamento local ................................................................................. 33 

Figura 11 – Ondulação ou Corrugação ..................................................................... 33 

Figura 12 – Escorregamento ..................................................................................... 34 

Figura 13 – Exsudação ............................................................................................. 35 

Figura 14 – Desgaste ................................................................................................ 35 

Figura 15 – Panela ou Buraco ................................................................................... 36 

Figura 16 – Remendo mal executado ....................................................................... 36 

Figura 17 – Segregação ............................................................................................ 37 

Figura 18 – Bombeamento de finos .......................................................................... 37 

Figura 19 – Falha de bico espargidor ........................................................................ 38 

Figura 20 – Período recomendável para a manutenção dos pavimentos ................. 41 

Figura 21 – Mapa rodoviário...................................................................................... 44 

Figura 22 – Estrutura do pavimento da ERS-421 ...................................................... 45



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Figura 23 – Trecho avaliado da ERS-421 ................................................................. 46 

Figura 24 – Províncias geomorfológicas do Rio Grande do Sul  ............................... 47 

Figura 25 – Menu principal do programa SisPav ....................................................... 49 

Figura 26 – Tela de entrada de dados de caracterização da estrutura (SisPav) ....... 50 

Figura 27 – Tela de entrada de dados de caracterização do tráfego (SisPav) .......... 51 

Figura 28 – Tela clima do programa SisPav .............................................................. 52 

Figura 29 – Tela modelos do SisPav ......................................................................... 53 

Figura 30 – Tela opções do SisPav ........................................................................... 54 

Figura 31 – Aba resultados do programa SisPav ...................................................... 54 

Figura 32 – Trecho escolhido .................................................................................... 56 

Figura 33 – Trinca interligada “couro de jacaré” ........................................................ 57 

Figura 34 – Afundamento local, ondulação, panela, trinca interligada “couro de 

jacaré”, escorregamento ........................................................................................... 57 

Figura 35 – Afundamento local, trinca interligada “couro de jacaré”, trinca longitudinal 

longa ......................................................................................................................... 58 

Figura 36 – Trinca interligada “couro de jacaré” associada a um afundamento local 58 

Figura 37 – Afundamento local .................................................................................. 59 

Figura 38 – Escorregamento ..................................................................................... 59 

Figura 39 – Afundamento local, trinca interligada “couro de jacaré”, escorregamento, 

trinca interligada longa .............................................................................................. 60 

Figura 40 – Desgaste ................................................................................................ 60 

Figura 41 – Panela, trinca interligada “couro de jacaré”, remendo mal executado ... 61 

Figura 42 – Remendo mal executado ....................................................................... 61 

Figuras 43 e 44 – Sentido Lajeado - Forquetinha e sentido Forquetinha - Lajeado, 

respectivamente ........................................................................................................ 62 

Figura 45 – Corte vertical do pavimento .................................................................... 64 

Figura 46 – Problema com umidade nas camadas do pavimento ............................. 65 

Figura 47 – Dreno antigo sendo preenchido com rachão .......................................... 65 

Figura 48 – Rolo compactador liso na compactação do rachão ................................ 66 

Figura 49 – Camada de revestimento betuminoso .................................................... 66 

Figuras 50 (a) e (b) – Trecho na atual situação ......................................................... 67 

Figura 51 – Temperaturas médias mensais de Lajeado ............................................ 67 

Figura 52 – Vida de projeto em função do nível de confiabilidade ............................ 68 



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Figura 53 – Bacia de deflexão para controle no campo – Teste 1 ............................. 69 

Figura 54 – Variação da espessura da camada de revestimento em função do nível 

de confiabilidade ....................................................................................................... 70 

Figura 55 – Bacia de deflexão para controle no campo – Teste 2 ............................. 71 

Figura 56 – Comportamento da espessura do revestimento com o Módulo de 

Resiliência da camada de base e sub-base .............................................................. 72 

Figura 57 – Comportamento da espessura do revestimento com o Módulo de 

Resiliência do revestimento....................................................................................... 74 

Figura 58 – Bacia de deflexão para controle no campo – Teste 4 ............................. 74 

 

 

 



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LISTA DE TABELAS 

 

 

Tabela 1 – Termos aplicáveis a camadas de revestimento asfáltico ......................... 23 

Tabela 2 – Defeitos nos pavimentos e códigos nas Normas do DNIT ............... 26 e 27 

Tabela 3 – Estrutura utilizada no Teste 1 ................................................................... 68 

Tabela 4 – Bacia de deflexão para controle no campo – Teste 3 ...................... 72 e 73 

 



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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 

 

 

AASHTO -   American Association of State Highway and Transportation 

Officials - Associação Norte-Americana de Especialistas Rodoviários e de Transporte 

BGS -   Brita Graduada Simples 

BGTC -   Brita Graduada Tratada com Cimento 

CA -    Concreto Asfáltico 

CBR -   California Bearing Ratio - Índice de Suporte Califórnia 

CBUQ -   Concreto Betuminoso Usinado a Quente 

CCP -   Concreto de Cimento Portland 

CCR -   Concreto Compactado a Rolo 

CNT -    Confederação Nacional do Transporte 

DAER -  Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem 

DNER -   Departamento Nacional de Estradas de Rodagem 

DNIT -   Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes 

N -    Número equivalente de eixos padrão = 8,2 tf 

NBR -   Norma Brasileira 

PIB -    Produto Interno Bruto 

PMF -   Pré-Misturado a Frio 

PMQ -   Pré-Misturado a Quente 

Sindipeças -  Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos 

Automotores 

SMA -   Stone Mastique Asphalt – Asfalto Betuminoso 



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SNV -   Sistema Nacional de Viação 

TSD -    Tratamento Superficial Duplo 

UFPR -   Universidade Federal do Paraná 

VSA -    Valor de Serventia Atual 



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SUMÁRIO 

 

 

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15 

1.1 Relevância da pesquisa  ................................................................................... 16 

1.2 Objetivos  ........................................................................................................... 17 

1.2.1 Objetivo principal  .......................................................................................... 17 

1.2.2 Objetivos específicos  .................................................................................... 17 

1.3 Limitações da pesquisa  ................................................................................... 18 

1.4 Estrutura da pesquisa  ...................................................................................... 18 

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 19 

2.1 Situação atual da pavimentação no Brasil  ..................................................... 19 

2.2 Aspectos gerais sobre pavimentação ............................................................. 21 

2.2.1 O que é um pavimento  .................................................................................. 21 

2.2.2 Camadas constituintes de um pavimento  ................................................... 21 

2.2.3 Principais tipos de pavimentos  .................................................................... 23 

2.2.4 Misturas asfálticas ......................................................................................... 25 

2.2.5 Danos aos pavimentos .................................................................................. 25 

2.2.6 Dimensionamento de pavimentos ................................................................ 39 

2.2.7 Manutenção de pavimentos........................................................................... 40 

3 MATERIAIS E MÉTODO ........................................................................................ 43 

3.1 Materiais  ............................................................................................................ 43 

3.1.1 Localização e características da rodovia ERS-421 ..................................... 43 

3.1.2. Caracterização e descrição do subleito  ..................................................... 46 



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3.1.3 Programa SisPav  ........................................................................................... 48 

3.2 Método  ............................................................................................................... 55 

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISES DOS RESULTADOS .......................................... 56 

4.1 Primeiros registros fotográficos  ..................................................................... 56 

4.2 Reconstrução do trecho  .................................................................................. 63 

4.3 Testes com o programa SisPav........................................................................ 67 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 76 

REFERÊNCIAS  ........................................................................................................ 79



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1 INTRODUÇÃO 

 

 

Os meios de transporte são elementos de extrema importância para que 

ocorra o desenvolvimento socioeconômico de uma determinada região. Através da 

mobilidade de mercadorias, sejam produtos de exportação ou importação, e da 

acessibilidade a todas as partes de um território, os meios de transporte tornam-se 

fundamentais à sociedade. 

Em vista disto, o setor de pavimentação, sendo tradicionalmente um setor 

gerenciado pela administração pública, deveria ter gestores com a responsabilidade 

de zelar por este patrimônio de valor inestimado, se considerado, além do valor 

financeiro dos pavimentos, a sua importância às pessoas. Infelizmente, não tem-se 

como prioridade a técnica e sim questões politicas. 

Segundo dados de 2013 do Sistema Nacional de Viação (SNV) existem, no 

Brasil, 1.713.885 km de rodovias, dos quais apenas 202.589 km são pavimentados, 

isto é, 11,8% da malha. Entre as rodovias pavimentadas, 64.921 km são federais. 

Destes, apenas 8% são de pista dupla (5.203 km), e 2,1% (1.376 km) são vias em 

fase de duplicação; os demais 89,9% são de pista simples (BRASIL, 2013).  

Entre os anos de 2004 e 2013, a extensão da malha rodoviária federal 

pavimentada cresceu apenas 12,1%. Em termos de distribuição regional dessa 

malha, a região Nordeste é a que possui a maior participação, com 29,7% da 



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extensão federal pavimentada. Já a região Sul, que em 2004 possuía uma extensão 

de 10.578 km, cresceu em 2013, apenas 1.190 km (CNT, 2013).  

Além da reduzida extensão da malha rodoviária, a carência de recursos a 

serem investidos na atividade de manutenção e reabilitação de pavimentos reflete-se 

na condição superficial dos pavimentos: severos trincamentos, buracos, grandes 

deformações permanentes, entre outros defeitos. Ademais, o problema da pouca 

atenção dada nas últimas décadas para a infraestrutura rodoviária é acentuado pelo 

fato de grande parte das rodovias pavimentadas existentes terem sido construídas 

em uma época em que pouca atenção e estudos eram dados à qualidade dos 

materiais constituintes do pavimento, bem como à estrutura projetada. Tal fato 

contribui para as péssimas condições de conservação das rodovias na atualidade. 

 Colaborando com a degradação precoce das rodovias do Brasil também está 

o grande crescimento do tráfego verificado nos últimos anos. Segundo o 

levantamento do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos 

Automotores (Sindipeças), cerca de 38 milhões de automóveis, comerciais leves, 

caminhões e ônibus circularam por ruas e estradas brasileiras em 2012. O aumento 

em relação ao ano anterior foi de 8,1%. O estudo mostra também a quantidade de 

tratores e motocicletas em circulação: respectivamente 618 mil e 12,4 milhões em 

2012, com crescimentos de 5,4% e 6,4% sobre 2011. Esta expansão no volume de 

tráfego e veículos de carga extrapola os índices de crescimento previstos no 

momento do dimensionamento das estruturas, o que acarreta em diversas 

patologias no pavimento. 

 

1.1. Relevância da pesquisa 

 Diante do cenário descrito, os administradores rodoviários, governos ou 

concessionárias precisam realizar investimentos cada vez maiores, tanto na 

construção de pavimentos novos, como na recuperação de trechos que necessitem 

de uma imediata intervenção, com o objetivo de encontrar soluções que contemplem 

pavimentos mais resistentes, mais duráveis e que demandem pequenas 

manutenções ao longo do período para o qual foram projetados. Desta forma, será 

assegurado, durante a vida de serviço do pavimento, conforto e segurança aos 



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usuários. 

Em vista disto, este trabalho visa descrever, através de análises em campo, 

as principais patologias encontradas no pavimento de um trecho de 300 metros da 

ERS-421, localizado entre os quilômetros 3+800 e 4+100, em Conventos (Bairro de 

Lajeado). Além disto, também pretende analisar as causas destes problemas, 

acompanhar a evolução dos mesmos e prever possíveis soluções para eles, a partir 

de testes no programa SisPav. 

A ERS-421 é uma rodovia brasileira do estado do Rio Grande do Sul. Pela 

localização geográfica e funcionalidade, é considerada uma rodovia de ligação da 

BR-386 Lajeado (Rio Grande do Sul) até Boqueirão do Leão, passando por 

Forquetinha e Sério. O projeto final de engenharia foi elaborado e executado pelo 

Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER). 

 

1.2 Objetivos 

 

1.2.1 Objetivo principal 

 Este trabalho tem como objetivo principal realizar uma análise de um trecho 

crítico da ERS-421 (trecho entre Lajeado e Forquetinha). 

 

1.2.2 Objetivos específicos  

O objetivo geral será alcançado através do desenvolvimento dos objetivos 

específicos elencados a seguir: 

 Delimitar o trecho mais crítico da ERS-421; 

 Conhecer a estrutura do pavimento desta rodovia; 

 Identificar os principais defeitos/patologias existentes neste trecho; 

 Observar a evolução dos problemas identificados; 

 Investigar as causas dos problemas apontados em campo;  

 Propor possíveis reparos/soluções para as patologias deste trecho. 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_%28subdivis%C3%A3o%29
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Grande_do_Sul
http://pt.wikipedia.org/wiki/BR-386


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1.3 Limitações da pesquisa 

Este trabalho estará limitado a informações e dados mais específicos da 

rodovia ERS-421, devido à dificuldade de acesso e até mesmo a inexistência deles. 

 

1.4 Estrutura da pesquisa 

Após a Introdução, o Capítulo 2 discorre sobre a atual situação dos 

pavimentos no Brasil, definições de pavimento, as camadas e os principais tipos de 

pavimentos. Traz ainda uma abordagem detalhada e ilustrada dos danos causados a 

estas estruturas. Para finalizar o capítulo, faz-se uma crítica ao método de 

dimensionamento de pavimentos e são exibidos os dois tipos de manutenção que 

devem ser realizados.  

No Capítulo 3 são apresentadas a localização, as características da ERS-421, 

a descrição do subleito, além do critério de restrição do projeto e uma abordagem 

geral sobre o Programa SisPav. No final deste capítulo é exposto o procedimento 

metodológico.  

O Quarto Capítulo mostra alguns registros fotográficos de como era o trecho 

compreendido entre os quilômetros 3+800 e 4+100 da ERS-421 quando se iniciou 

este trabalho; outros durante a reconstrução do trecho e por fim, a atual situação da 

rodovia. Este capítulo também traz quatro testes realizados no programa SisPav 

para avaliar a vida de projeto e dimensionar as camadas do pavimento. 

As conclusões obtidas e proposições para estudos futuros seguem 

apresentadas no Capítulo 5 deste trabalho. 



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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 

 

 

2.1 Situação atual da pavimentação no Brasil 

Segundo dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT, 2006), 

aproximadamente 61% do transporte de cargas realizado no Brasil é rodoviário. Já o 

modal ferroviário responde por 24%, o aquaviário por 12%, o dutoviário por 3% e o 

aéreo por menos de 1%. O modal de transporte rodoviário encontra-se em estado 

deficiente, sendo os investimentos nas rodovias prioritários neste momento, não 

apenas por ser o modal mais utilizado, mas por exigir menor investimento quando 

comparado aos demais. Importante destacar ainda que pelo modal rodoviário 

circulam 96% dos passageiros (BERNUCCI et al., 2006). 

Uma pesquisa realizada em 2013, pela CNT, sobre a qualidade das rodovias 

brasileiras, revelou um dado preocupante: 63,8% das rodovias federais e estaduais 

pavimentadas apresentaram algum tipo de comprometimento no pavimento, na 

sinalização ou na geometria da via (CNT, 2013). De acordo com Colares (2011) a 

depreciação da malha rodoviária é resultado da falta de ações voltadas para a 

manutenção e para a expansão da infraestrutura de transportes, decorrente da 

diminuição do fluxo de recursos destinado ao setor de transportes. 

A redução nos subsídios para as obras de transporte foi provocada, entre 

outros fatores, pela crise econômica pela qual passou o Brasil nos anos oitenta e 

também pela desvinculação dos recursos orçamentários destinados ao setor, a partir 

da promulgação da Constituição de 1988. Enquanto que na década de setenta os 

investimentos chegaram a 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB), na última década foi 



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investido apenas 0,2% do PIB em infraestrutura de transportes (CNT, 2011).  

A Associação Norte-Americana de Especialistas Rodoviários e de Transporte 

(AASHTO) afirma que a manutenção de uma rodovia em boas condições é mais 

barata do que a recuperação de uma rodovia em más condições (AASHTO, 2009). 

Por sua vez, Colares (2011) diz que: 

Rodovias em situação de boa qualidade custam menos aos cofres públicos 
e, por isso, deve-se buscar a reabilitação das condições do revestimento do 
pavimento antes que os danos se propaguem para além da camada de 
revestimento e sejam necessários trabalhos de recuperação estrutural. 

Em 1997, indicações gerais da pesquisa CNT apontava que 92,3% das 

estradas brasileiras avaliadas na pesquisa eram classificadas como 

deficientes/ruins/péssimas. Em 2004, esse índice era de 74,7%, em 2009 de 69% e 

em 2013 este número passou para 46,9%. Observa-se uma melhoria nas condições 

dos pavimentos, uma vez que em 10 anos o percentual recuou, aproximadamente, 

28% (CNT, 2013). 

 O levantamento recorrente da Confederação Nacional do Transporte, 

realizado em 2012, revelou que seria necessário um investimento total para a 

modernização da infraestrutura rodoviária no Brasil de R$177,5 bilhões. Incluído 

neste valor estaria a construção e a duplicação de rodovias, pavimentação, 

recuperação de pavimento, entre outras intervenções. Resultados desta mesma 

pesquisa indicaram que em 2011 foram registrados 188,9 mil acidentes em rodovias 

federais policiadas, cerca de 6 mil acidentes a mais do que em 2010. O custo com 

acidentes em rodovias federais foi de R$15,7 bilhões em 2011. Desses, R$4,4 

bilhões são referentes a acidentes com vitimas fatais (CNT, 2012). 

Diante deste cenário pode-se inferir que rodovias de boa qualidade 

proporcionam retorno econômico para a sociedade, seja na operação dos veículos, 

na economia dos recursos públicos empregados na recuperação e na manutenção 

da malha, ou, ainda, na redução do número de acidentes (COLARES, 2011). 

 

 

 



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2.2 Aspectos gerais sobre pavimentação 

 

2.2.1 O que é um pavimento 

 Segundo Bernucci et al. (2006) pavimento é: 

[...] uma estrutura de múltiplas camadas de espessuras finitas, construída 
sobre a superfície final de terraplenagem, destinada técnica e 
economicamente a resistir aos esforços oriundos do tráfego de veículos e 
do clima, e a propiciar aos usuários melhoria nas condições de rolamento, 
com conforto, economia e segurança.  

Já Balbo (2007) afirma que o pavimento é uma estrutura composta por 

camadas sobrepostas de diferentes materiais compactados, adequada para atender 

estrutural e operacionalmente ao tráfego, de maneira durável e ao mínimo custo. 

 Por fim, Danieleski (2004) citando a atual Norma Brasileira de Pavimentação, 

NBR 72/1982, define pavimento como: 

[...] uma estrutura construída após terraplanagem e destinada, econômica e 
simultaneamente, em seu conjunto, a: a) resistir e distribuir ao subleito os 
esforços verticais produzidos pelo tráfego; b) melhorar as condições de 
rolamento quanto à comodidade e segurança; c) resistir aos esforços 
horizontais que nela atuam, tornando mais durável a superfície de 
rolamento. 

 

2.2.2 Camadas constituintes de um pavimento 

 A estrutura do pavimento é compreendida, em seu sentido estrutural, para 

receber e transmitir os esforços de maneira a aliviar pressões sobre as camadas 

inferiores. De acordo com Balbo (2007), cada camada do pavimento possui uma ou 

mais funções específicas, que devem proporcionar aos veículos, em qualquer ação 

climática, condições adequadas de rolamento e suporte.  

 A NBR 7207/82 assegura que o pavimento é constituído por quatro camadas: 

subleito, sub-base, base e revestimento, cujas definições são:  

 Subleito é o terreno de fundação do pavimento ou do revestimento. 

Quando necessário, faz-se um reforço do subleito; 

 Sub-base é a camada corretiva do subleito, ou complementar à base, 



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quando por qualquer circunstância não seja aconselhável construir o pavimento 

diretamente sobre o leito obtido na terraplenagem. Os materiais que podem ser 

empregados como sub-base são o Cascalho, Solo-Cal, Solo-Cimento (SILVA, 2008);  

 Base é a camada que tem por função aliviar a tensão nas camadas 

inferiores, permitir a drenagem das águas que se infiltram no pavimento (por meio de 

drenos) e resistir às tensões e deformações atuantes. A tensão máxima de 

cisalhamento ocorre na base, logo ela deverá ser constituída de material de 

excelente qualidade e ser muito bem construída. Conforme Silva (2008), os materiais 

que podem ser empregados como base são Brita Graduada Simples (BGS), 

Concreto Compactado a Rolo (CCR), Brita Graduada Tratada com Cimento (BGTC), 

Macadames Hidráulico e Seco, Solo-Cal, Solo-Cimento e Solo-Brita; 

 Revestimento é a camada que recebe diretamente a ação do 

rolamento dos veículos, destinada econômica e simultaneamente a melhorar as 

condições de rolamento quanto à comodidade e segurança; e resistir aos esforços 

que nele atuam, tornando mais durável a superfície de rolamento. Bernucci et al. 

(2006) acrescentam que “ [...] essa camada deve ser tanto quanto impermeável e 

resistente aos esforços de contato pneu-pavimento em movimento, que são variados 

conforme a carga e a velocidade dos veículos.” 

A Figura 1 mostra uma estrutura-tipo de pavimento, com as camadas 

anteriormente descritas. 

Figura 1 – Estrutura de pavimento-tipo 

 

Fonte: Bernucci et al. (2006). 



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Para a camada de revestimento podem ser usados o Concreto de Cimento 

Portland (CCP) ou Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ) ou Stone 

Mastique Asphalt (SMA), para tráfego pesado, e o PMQ (Pré-Misturado a Quente), 

para tráfego leve. Além destes revestimentos “a quente”, pode-se usar o PMF (Pré-

Misturado a Frio) e ainda se utiliza em certos casos, o TSD (Tratamento Superficial 

Duplo) por penetração invertida. 

 Os revestimentos asfálticos são, normalmente, subdivididos em duas ou até 

mais camadas por razões técnicas, construtivas e de custo (BALBO, 2007). As 

distinções entre possíveis camadas de revestimento asfáltico, de acordo com as 

terminologias empregada no meio rodoviário, são apresentadas na Tabela 1.  

Tabela 1 - Termos aplicáveis a camadas de revestimento asfáltico 

Designação do revestimento Definição Associações 

Camada de rolamento 
É a camada superficial do pavimento, 
diretamente em contato com as cargas e 
com as ações ambientais 

Camada de desgaste, capa de 
rolamento, revestimento 

Camada de ligação 
É a camada intermediária, também em 
mistura asfáltica, entre a camada de 
rolamento e a base do pavimento 

Camada de binder ou 
simplesmente binder 

Camada de nivelamento 

Em geral, é a primeira camada de 
mistura asfáltica empregada na 
execução de reforços (recapeamento), 
cuja função é corrigir os desníveis em 
pista, afundamentos localizados, enfim, 
nivelar o perfil do greide para posterior 
execução da nova camada de rolamento 

Camada de reperfilagem ou 
simplesmente reperfilagem 

Camada de reforço 

Nova camada de rolamento, após anos 
de uso do pavimento existente, 
executada por razões funcionais, 
estruturais ou ambas 

“Recape” e recapeamento são 
termos populares (usa-se 
também a expressão “pano 
asfáltico”, que muitas vezes 
parece comprometer menos) 

Fonte: Adaptada pela autora com base em Balbo (2007). 

 

2.2.3 Principais tipos de pavimentos 

Quanto à classificação do pavimento rodoviário, Bernucci et al. (2006) divide-o 

em dois tipos básicos: rígidos e flexíveis. Atualmente há uma tendência de usarem-

se as nomenclaturas pavimentos de Concreto de Cimento Portland e pavimentos 

asfálticos, respectivamente, para indicar a classe de revestimento do pavimento.  

Nestes tipos de pavimento, a distribuição da carga para o subleito ocorre 



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distintamente. Segundo o Departamento de Transportes da Universidade Federal do 

Paraná (DEPARTAMENTO DE TRANSPORTES DA UFPR, 2009), o pavimento 

rígido distribui a carga em uma área maior do subleito, em virtude do alto Módulo de 

Elasticidade do CCP (FIGURA 2). A própria placa de concreto disponibiliza grande 

parte da capacidade estrutural do pavimento rígido. É usual designar a subcamada 

desse pavimento como sub-base, uma vez que a qualidade do material dessa 

camada equivale à sub-base de pavimentos asfálticos (BERNUCCI et al., 2006).  

Já o pavimento flexível utiliza um maior número de camadas e distribui as 

cargas para uma seção mais concentrada do subleito, conforme Figura 2 

(DEPARTAMENTO DE TRANSPORTES DA UFPR, 2009). Bernucci et al. (2006) 

ressaltam que os pavimentos asfálticos são aqueles em que o revestimento é 

composto por uma mistura constituída de agregados e ligantes asfálticos, 

basicamente.  

Figura 2 - Distribuição de cargas nos pavimentos rígido e flexível  

 

Fonte: Departamento de Transportes da UFPR (2009). 

 Segundo Pereira (2010), engenheiros encarregados da pavimentação de 

ruas, avenidas ou rodovias escolherão o tipo de pavimento mais adequado para 

determinada situação por aspectos técnicos e econômicos. No Brasil, os pavimentos 

flexíveis necessitam de alguma medida de manutenção a cada 3 a 5 anos. Em 

contra partida, os pavimentos rígidos alcançam uma durabilidade de 20 a 40 anos. A 

utilização de cada um dos tipos de pavimento varia de acordo com uma série de 

fatores. Os pavimentos rígidos são mais apropriados para áreas de tráfego urbano e 

de maior intensidade, mas os pavimentos flexíveis possuem menor custo de 

construção e os prazos de execução são bem mais rápidos (DEPARTAMENTO DE 



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TRANSPORTES DA UFPR, 2009). 

 

2.2.4 Misturas asfálticas 

Bernucci et al. (2006) comentam que: 

Na maioria dos pavimentos brasileiros usa-se como revestimento uma 
mistura de agregados minerais, de vários tamanhos, podendo também 
variar quanto à fonte, com ligantes asfálticos que, de forma adequadamente 
proporcionada e processada, garanta ao serviço executado os requisitos de 
impermeabilidade, flexibilidade, estabilidade, durabilidade, resistência à 
derrapagem, resistência à fadiga e ao trincamento de acordo com o clima e 
o tráfego previstos no local. 

Ceratti e Núñez, (2011) afirmam que as misturas asfálticas são materiais 

viscoelásticos e sob carregamento repetido podem romper por trincamento, fadiga 

ou deformação permanente ou por uma combinação desses mecanismos de 

degradação. 

 A mistura mais utilizada no Brasil é o Concreto Asfáltico (CA), também 

conhecido como Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ). Esta mistura é 

composta por agregados de diversos tamanhos e cimento asfáltico dosados e 

aquecidos em função da viscosidade desejada (BERNUCCI et al., 2006).  

 De acordo com Senço (1997), a granulometria do agregado pode ser 

classificada em três frações: agregado graúdo, agregado fino e filler. O agregado 

graúdo, normalmente, é constituído de pedra britada ou seixo rolado, com uma 

superfície rugosa e forma angular. Já o agregado miúdo pode ser composto de 

areia, pó de pedra ou mistura de ambos. Quanto ao filler pode ser constituído de 

cimento, pó de pedra, pó de calcário e similares. 

 Para Senço (1997), o CBUQ é preferido para vias expressas pois: 

É o mais nobre dos revestimentos flexíveis. Consiste na mistura íntima de 
agregado, satisfazendo rigorosas especificações, e betume devidamente 
dosado. A mistura é feita em usina, com rigoroso controle de granulometria, 
teor de betume, temperaturas do agregado e do betume, transporte, 
aplicação e compressão [...]. 

 

2.2.5 Danos aos pavimentos 

 Nas rodovias circulam veículos de passeio e comerciais. Os veículos 



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comerciais são os ônibus e os caminhões, cujo efeito sobre os pavimentos é mais 

acentuado devido ao maior efeito das cargas deslocadas. Estas cargas, de acordo 

com Albano (2005), são transmitidas aos pavimentos por rodas pneumáticas simples 

ou duplas dispostas em eixos simples e tandem, duplos ou triplos. A ação do tráfego, 

não só pelo peso transportado e pela frequência com que solicita o pavimento, 

provoca a deterioração e o consumo da estrutura (ALBANO, 2005).  

 No decorrer da vida útil dos pavimentos, estas estruturas podem apresentar 

defeitos causados por diversos motivos. Segundo Link (2009), as patologias estão 

ligadas aos materiais empregados e ao comportamento mecânico que é particular de 

cada estrutura. Desta forma, o conhecimento destas causas constitui: “[...] 

informações muito úteis ao engenheiro na tentativa de entender os problemas que 

se manifestam em pavimentos e terão bastante influência nas técnicas que serão 

empregadas para serviços de manutenção.” (BALBO, 1997). 

 Com relação aos tipos de defeitos que ocorrem nos pavimentos flexíveis, o 

Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT, 2003) traz uma 

listagem com a nomenclatura dos defeitos, empregada em métodos de avaliação de 

qualidade de pavimentos no Brasil. Reproduz-se na Tabela 2, a relação dos defeitos 

e o código utilizado pelo DNIT.  

Tabela 2 (continua) - Defeitos nos pavimentos e códigos nas Normas do DNIT 

Tipo de defeito Código DNIT 

Fissura 

Fendas 

FI 

Trinca isolada transversal curta TTC 

Trinca isolada transversal longa TTL 

Trinca isolada longitudinal curta TLC 

Trinca isolada longitudinal longa TLL 

Trinca de retração TRR 

Trinca interligada “couro de jacaré” sem erosão J 

Trinca interligada “couro de jacaré” com erosão JE 

Trinca interligada de bloco sem erosão TB 

Trinca interligada de bloco com erosão TBE 

Afundamento plástico local 

Afundamentos 

ALP 

Afundamento de consolidação local ALC 

Afundamento plástico em trilha de roda ATP 

Afundamento de consolidação em trilha de roda ATC 



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Tabela 2 (conclusão) - Defeitos nos pavimentos e códigos nas Normas do DNIT 

Tipo de defeito Código DNIT 

Corrugação ou ondulação Corrugação O 

Desgaste  Desgaste D 

Escorregamento Escorregamento E 

Exsudação Exsudação EX 

Panela 

Panelas 

P 

Remendo superficial RS 

Remendo profundo RP 

Fonte: Adaptada pela autora com base em DNIT 005/2003 – TER. 

 Na Figura 3 é possível ver uma representação esquemática dos defeitos 

ocorrentes na superfície dos pavimentos flexíveis. 

Figura 3 – Representação esquemática dos defeitos em pavimentos flexíveis 

 

 

Fonte: DNIT 005/2003 – TER. 



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A norma DNIT 005/2003 – TER também fornece definições para estas 

patologias encontradas em revestimentos asfálticos, que seguem abaixo (BRASIL, 

2003): 

a) fenda: qualquer descontinuidade na superfície do pavimento, que 

conduza a aberturas de menor ou maior porte, apresentando-se sob 

diversas formas. Subdivide-se em fissura e trinca: 

- fissura: fenda de largura capilar existente no revestimento, 

posicionada longitudinal, transversal ou obliquamente ao eixo da via, 

somente perceptível à vista desarmada de uma distância inferior a 1,50 

m; 

- trinca: fenda existente no revestimento, facilmente visível à vista 

desarmada, com abertura superior à da fissura, podendo apresentar-se 

sob a forma de trinca isolada ou trinca interligada. As trincas ditas 

interligadas são divididas em duas categorias: trinca couro de jacaré, 

com contornos erráticos, e trinca de bloco, com lados bem definidos 

aparentando blocos. Enquanto que as trincas “couro de jacaré” estão 

associadas à repetição das cargas de tráfego (concentram-se nas 

trilhas de roda), as de bloco não estão relacionadas com tráfego; logo, 

elas aparecem em qualquer lugar, até em locais de pouco tráfego. As 

trincas no revestimento podem ser devido à fadiga ou não. A fadiga 

está relacionada com a repetição da passagem de carga de veículo 

comercial; 

b) afundamento: deformação permanente caracterizada por depressão 

da superfície do pavimento podendo apresentar-se sob a forma de 

afundamento plástico ou de consolidação, 

- afundamento plástico: afundamento causado pela fluência plástica 

de uma ou mais camadas do pavimento ou do subleito; 

- afundamento de consolidação: é causado pela consolidação 

diferencial de uma ou mais camadas do pavimento ou subleito; 

c) corrugação ou ondulação: deformação caracterizada por ondulações 

ou corrugações transversais na superfície do pavimento; 

d) escorregamento: deslocamento do revestimento em relação à 

camada subjacente do pavimento, com aparecimento de fendas em 



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forma de meia-lua. Ocorre principalmente em áreas de frenagem e de 

interseções, quando o veiculo causa o deslizamento da massa asfáltica 

(baixa aderência) ou sua deformação (baixa resistência); 

e) exsudação: excesso de ligante betuminoso na superfície do 

pavimento, causado pela migração do ligante através do revestimento; 

f) desgaste: efeito de arrancamento progressivo do agregado do 

pavimento, caracterizado por aspereza superficial do revestimento e 

provocado por esforços tangenciais causados pelo tráfego; 

g) panela ou buraco: cavidade que se forma no revestimento por 

diversas causas (inclusive por falta de aderência entre camadas 

superpostas, causando o desplacamento das camadas), podendo 

alcançar as camadas inferiores do pavimento, provocando a 

desagregação dessas camadas; 

h) remendo: panela preenchida com uma ou mais camadas de pavimento 

na operação denominada de “tapa-buraco”. 

Outros defeitos, que não constam na Norma DNIT 005/2003 – TER, são 

importantes e também devem ser considerados para uma análise da solução de 

restauração: segregação, bombeamento de finos, falha de bico em tratamentos 

superficiais, entre outros (BERNUCCI et al., 2006). 

São ilustrados nas Figuras 4 a 19 alguns tipos dos defeitos de superfície de 

pavimentos flexíveis citados, além de exemplos de defeitos não considerados pela 

especificação brasileira, mas que a observação de sua ocorrência auxiliará na 

solução ou minimização de problemas futuros. A cada tipo de defeito são associadas 

algumas causas prováveis para seu aparecimento na superfície. Segundo Bernucci 

et al. (2006):  

O importante a ser ressaltado é que o diagnóstico da situação geral, 
envolvendo a compreensão das causas dos defeitos é a etapa mais 
importante do levantamento da condição funcional para fins de projeto de 
restauração ou de gerência de manutenção. 

 

 

 

 



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Figura 4 – Trinca isolada longitudinal curta  

 

Fonte: Bernucci et al. (2006). 

Causas prováveis: falha na execução, na temperatura de compactação ou 

mesmo na dosagem da mistura asfáltica. Envelhecimento de ligante asfáltico. 

Figura 5 – Trinca isolada longitudinal longa 

 

Fonte: DNIT 005/2003 – TER. 

Causas prováveis: falhas executivas, recalques diferenciais. Podem também 

aparecer junto à trilha de roda ou como falha de juntas longitudinais de diferentes 

frentes de compactação. Envelhecimento do ligante asfáltico. 

 

 

 



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Figura 6 – Trinca de retração 

 

FONTE: Bernucci et al. (2006). 

Causas prováveis: trincas decorrentes da reflexão de trincas de placas de 

concreto de cimento Portland ou de trincas pré-existentes. 

Figura 7 – Trinca interligada “couro de jacaré” 

 

Fonte: DNIT 005/2003 – TER. 

 Causas prováveis: várias causas podem gerar o trincamento jacaré, entre 

elas: ação da repetição de cargas do tráfego; ação climática – gradientes térmicos; 

envelhecimento do ligante e perda de flexibilidade seja pelo tempo de exposição 

seja pelo excesso de temperatura na usinagem; compactação deficiente do 

revestimento; deficiência no teor de ligante asfáltico; sub-dimensionamento; rigidez 

excessiva do revestimento em estrutura com elevada deflexão; reflexão de trincas de 



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mesma natureza; recalques diferenciais; entre outros. As trincas “couro de jacaré” 

representam o estágio atual avançado de fadiga. 

Figura 8 – Trinca de bloco 

 

Fonte: DNIT 005/2003 – TER. 

 Causas prováveis: decorrentes da retração do revestimento asfáltico e por 

variações diárias de temperatura (que resultam em ciclos diários de tensões e 

deformações). As trincas de bloco indicam que o asfalto sofreu endurecimento 

significativo, tornando-o menos flexível. As trincas de bloco caracterizam-se por ter 

uma configuração aproximada de um retângulo, com áreas variando de 0,1 m² a 10 

m². 

Figura 9 – Afundamento de trilha de roda 

 

Fonte: DNIT 005/2003 – TER. 



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 Causas prováveis: falha na dosagem de mistura asfáltica – excesso de 

ligante asfáltico; falha na seleção de tipo de revestimento asfáltico para a carga 

solicitante; em geral com solevamento lateral. 

Figura 10 – Afundamento local 

 

Fonte: DNIT 005/2003 – TER. 

Causas prováveis: problemas ou deficiências construtivas, falhas de 

compactação, presença de solo “borrachudo”; problemas de drenagem; rupturas por 

cisalhamento localizadas. 

Figura 11 – Ondulação ou Corrugação 

 

Fonte: DNIT 005/2003 – TER. 



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Causas prováveis: as corrugações são ondulações transversais ao eixo da 

via, devido à má execução (base instável), excesso de asfalto (baixa resistência da 

massa asfáltica) ou finos. As corrugações estão associadas às tensões cisalhantes 

horizontais geradas pelos veículos em áreas submetidas à aceleração ou frenagem. 

São comuns em subidas, rampas, curvas e interseções.  

Figura 12 – Escorregamento 

 

Fonte: DNIT 005/2003 – TER. 

 Causas prováveis: escorregamento do revestimento asfáltico por falhas 

construtivas e de pintura de ligação.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



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Figura 13 – Exsudação 

 

Fonte: DNIT 005/2003 – TER. 

 Causas prováveis: falhas de dosagem provocando excesso de ligante em 

alguns pontos ou de maneira generalizada; pode ocorrer por segregação de massa, 

com concentração de ligante em alguns pontos e falta em outros; ou ainda por 

cravamento de agregados em base e ascensão de ligante à superfície. 

Figura 14 – Desgaste 

 

Fonte: DNIT 005/2003 – TER. 

 Causas prováveis: falhas de adesividade ligante-agregado; presença de 



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água aprisionada e sobre pressão em vazios da camada de revestimento gerando 

descolamento de ligante; problemas de dosagem – deficiência no teor de ligante; 

falhas de bico em tratamentos superficiais; problemas executivos ou de projeto de 

misturas – segregação de massa asfáltica. 

Figura 15 – Panela ou Buraco 

 

Fonte: DNIT 005/2003 – TER. 

 Causas prováveis: local onde havia trincas interligadas e com a ação do 

tráfego e intempéries houve remoção do revestimento ou mesmo de parte da base; 

falha construtiva – deficiência na compactação, umidade excessiva em camadas de 

solo, falha na imprimação; desagregação por falha na dosagem ou ainda 

segregação.  

Figura 16 – Remendo mal executado 

 

Fonte: Bernucci et al. (2006). 



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Causas prováveis: preenchimento de depressões ou panelas com massa 

asfáltica; apesar de ser uma atividade de conservação é considerado um defeito por 

apontar um local de fragilidade do revestimento e por provocar danos ao conforto ao 

rolamento. 

Figura 17 – Segregação 

 

Fonte: Bernucci et al. (2006). 

Causas prováveis: concentração de agregados em uma área e de mástique 

em outras, resultado da deficiência de ligante em alguns locais e excesso em outros; 

problemas na definição de faixa granulométrica da mistura, problemas de usinagem, 

problemas diferenciais de temperatura de distribuição e compactação. 

Figura 18 – Bombeamento de finos 

 

Fonte: Bernucci et al. (2006). 



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 Causas prováveis: subida à superfície por meio de fendas de material fino 

devido à presença de água sob pressão causada pela ação do tráfego e 

rapidamente aliviada após solicitação provocando a ascensão dos finos. 

Figura 19 – Falha de bico espargidor 

 

Fonte: Bernucci et al. (2006). 

Causas prováveis: falha nos bicos espargidores em tratamentos superficiais, 

em geral com falta de ligante asfáltico provocando deficiência de cobertura e 

envolvimento dos agregados e seu consequente desprendimento pela ação do 

tráfego. 

Ainda em relação às patologias que podem ocorrer em pavimentos, Albano 

(2005) escreve que o desgaste e as panelas ocasionam incômodos aos usuários, 

contudo, por estarem localizados na superfície, são facilmente diagnosticados e 

recuperados e com custos relativamente baixos. Já os defeitos internos necessitam 

de mais atenção, pois são mais difíceis de serem detectados e são mais 

abrangentes em termos de efeito por afetarem a estrutura do pavimento. Ambos, o 

trincamento da superfície de Concreto Asfáltico, provocado pela fadiga do material e 

o afundamento da trilha de roda que, além da irregularidade superficial, possibilitam 

a infiltração e o acúmulo de água da chuva, exigem ações mais radicais e de maior 

custo para correção. Estes defeitos, ocasionados por veículos pesados, ocorrem 



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muitas vezes prematuramente devido ao excesso de peso destes veículos 

(ALBANO, 2005). 

A deterioração de um pavimento por fadiga caracteriza-se pelo rompimento 

da camada de Concreto Asfáltico quando esta é solicitada continuamente por cargas 

que provocam tensões menores do que a resistência à tração do revestimento. As 

trincas surgem, inicialmente, na fibra inferior da camada de CA e propagam-se 

progressivamente para a superfície, dando a impressão, em um estágio final de 

evolução, semelhantes ao couro de crocodilo (ALBANO, 2005). 

 A publicação Truck Weight Limits, da National Research Council (1990), traz 

uma análise do efeito de veículos pesados sobre a durabilidade dos pavimentos. 

Esse trabalho destaca que as condições e o desempenho dos pavimentos não 

dependem unicamente do número de veículos pesados e da carga por eixo que os 

pavimentos estão sujeitos. Outros fatores também devem ser considerados: 

 adequação das espessuras das camadas que compõem o pavimento; 

 qualidade dos materiais empregados na construção; 

 procedimentos construtivos adotados; 

 condições de manutenção da rodovia; 

 propriedades do subleito existente e, 

 condições ambientais (precipitação, umidade do ar e valor e variação 

da temperatura). 

 

2.2.6 Dimensionamento de pavimentos 

O dimensionamento de um pavimento, basicamente, consiste em determinar 

as espessuras de cada camada do pavimento de modo a resistir e transmitir ao 

subleito às cargas aplicadas pelo tráfego, sem que ocorra a ruptura da estrutura ou 

deformações plásticas (afundamentos em trilhas de roda) e deterioração excessiva 

do revestimento (trincamentos). Entretanto, o método brasileiro em vigor para 



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dimensionar pavimentos está ultrapassado e, sabidamente, não contempla os 

conhecimentos modernos da mecânica dos pavimentos. 

O Método de Projeto de Pavimentos Flexíveis, desenvolvido em 1966 pelo 

extinto Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), consiste em uma 

abordagem empírica, com base em dois parâmetros de entrada: o Índice de Suporte 

Califórnia (CBR) e o volume de tráfego, representado pelo número equivalente de 

eixos padrão durante o período de projeto (Número N = 8,2 tf). Este método foi 

concebido para garantir a proteção do subleito e pode ser considerado a favor da 

segurança em termos de acúmulo de deformações permanentes. 

No entanto, a fragilidade deste método está nas espessuras mínimas 

recomendadas para o revestimento asfáltico apenas em função do Número N, sem 

levar em consideração aspectos do material constituinte do revestimento e a sua 

interação com as demais camadas. Portanto, a metodologia empregada atualmente 

em projetos brasileiros seguindo a norma em vigor desconsidera as deformações 

elásticas que podem ocorrer no pavimento, e, por consequência, o fenômeno da 

fadiga do revestimento asfáltico. 

Devido ao demasiado período sem importantes projetos de obras rodoviárias, 

apesar do nível brasileiro de pesquisa em pavimentação ser avançado, as normas 

não acompanharam as pesquisas e muitas delas foram publicadas entre as décadas 

de 1960 à de 1980 e não sofreram revisões significativas. Com o novo cenário 

nacional em termos de obras de infraestrutura, devem-se rever alguns métodos de 

dimensionamento de pavimentos de tal modo a incluir os conhecimentos atuais 

nessa área, inclusive a experiência internacional. 

 

2.2.7 Manutenção de pavimentos 

Segundo Silva (2008), a regra básica da manutenção de um pavimento 

consiste em, primeiramente, determinar a causa do defeito. A manutenção de 

pavimentos é um trabalho rotineiro efetuado com o objetivo de manter o pavimento 

próximo de sua condição original, quando da construção, sob condições normais de 

tráfego e temperatura. 



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No caso de um pavimento flexível há dois tipos de manutenção, de acordo 

com Silva (2008): 

 Manutenção preventiva – como exemplo de manutenção preventiva 

pode-se citar a Selagem de Trinca, Manutenção da Drenagem e 

Camadas de Selamento (Micro revestimento a Frio, Lama Asfáltica, 

Tratamentos Superficiais, Selamento com areia ou com emulsão); 

 Manutenção corretiva – como exemplo de manutenção corretiva 

pode-se citar o Remendo e os Tratamentos Superficiais.  

A presença anormal de água na superfície do pavimento pode indicar 

problema com a drenagem (quer seja drenagem mal projetada, locada ou com sua 

superfície bloqueada). 

 Na Figura 20 é possível ver o desempenho dos pavimentos em termos de 

serventia ao longo do tempo. Quando um pavimento atinge um valor mínimo de 

qualidade é necessário realizar uma atividade de manutenção preventiva e corretiva 

para desta forma, aumentar o Valor de Serventia Atual (VSA). Assim, o pavimento 

terá um prolongamento na sua vida útil. 

Figura 20 – Período recomendável para a manutenção dos pavimentos 

 

Fonte: Bernucci et al. (2006).  



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O guia de dimensionamento de pavimentos norte-americano da AASHTO 

introduziu, pioneiramente, além do critério de resistência, também o critério de 

serventia do pavimento. Atribui-se como limite da aceitabilidade a nota 2,5 para vias 

de alto volume de tráfego e 2,0 para as demais. Na prática, sempre que o Valor de 

Serventia Atual atinge este patamar, uma intervenção de manutenção corretiva deve 

ser realizada de modo a repor o índice a um valor superior. No período em que o 

pavimento apresenta VSA acima deste valor, deve-se realizar manutenção 

preventiva periódica de modo a prolongar o tempo em que ele permanece em 

condição aceitável quanto ao rolamento (BERNUCCI et al., 2006). Caso não haja 

manutenção ou esta seja inadequada, o pavimento pode atingir o limite de 

trafegabilidade, situação na qual se torna necessária sua reconstrução. Após a 

manutenção corretiva, o valor de serventia eleva-se novamente podendo atingir 

valores menores, iguais ou maiores à serventia inicial do pavimento (BERNUCCI et 

al., 2006). 



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3 MATERIAIS E MÉTODO 

 

 

3.1 Materiais 

 

3.1.1 Localização e características da rodovia ERS-421 

A ERS-421 é uma rodovia de pista simples e de Classe IV-B do Estado do Rio 

Grande do Sul. Pela sua localização geográfica e funcionalidade é considerada uma 

rodovia de ligação da BR-386 (Lajeado até Boqueirão do Leão, passando por 

Forquetinha) que atinge uma extensão aproximada de 57 km. É uma rodovia 

recente, executada pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER), 

que em sua totalidade, ainda não foi concluída. Ela é dividida da seguinte forma: 

 BR-386 – Forquetinha 

Extensão: aproximadamente, 12 km 

Pavimentação 100% concluída 

 Forquetinha – Sério 

Extensão: aproximadamente, 23 km 

Pavimentação, aproximadamente, 70% concluída 

 Sério – Boqueirão do Leão 

Extensão: aproximadamente, 22 km 

Pavimentação, aproximadamente, 70% concluída 



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No mapa rodoviário abaixo (FIGURA 21) é possível ver a abrangência da 

ERS-421. O tracejado representa o trecho em pavimentação. 

Figura 21 – Mapa rodoviário  

 

Fonte: Adaptada pela autora com base em Mapa Rodoviário – DAER (2013). 

A estrutura do pavimento da ERS-421 foi feita com 5 cm de CBUQ, com uma 

base e sub-base de 20 cm de brita graduada e o CBR do subleito é de 9%, segundo 

Projeto Básico de Recuperação do Pavimento (2009), realizado pelo DAER. Esta 

estrutura pode ser vista na Figura 22. Os dados de tráfego, conforme o Projeto Final 

de Engenharia do DAER, mostravam para o ano de 1998 um N = 3,4x105 (N é o 

número de repetições da carga do eixo padrão de 8,2 t por ano considerado 

equivalente aos eixos dos veículos comerciais da frota circulante.). Da análise dos 

valores obtidos em 2002 e a redução do tráfego visto, comparativamente, projetou-

se, a partir do ano de 2009, para o período de projeto de 10 anos um N = 1,3x106, 

sendo este o valor de referência estimado para o projeto proposto. 

 

 

 

 



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Figura 22 – Estrutura do pavimento da ERS-421  

 

Fonte: Autora (2013). 

Segundo Projeto Básico de Recuperação do Pavimento realizado em março 

de 2009, para uma extensão de 4,50 km (entre o quilômetro 1 e 5) da ERS-421 entre 

a BR-386 (Lajeado) e Forquetinha, o pavimento apresentava inúmeros defeitos, 

como afundamentos localizados, afundamento de trilha de roda, panelas e 

problemas de drenagem. Além disto, constatou-se que não houve 

recuperação/restauração no período de projeto (10 anos), o que indicava que o 

revestimento já se encontrava no limite de trincamentos por fadiga tendendo a 

desagregação. De acordo com a Secretaria dos Transportes do DAER, a situação do 

pavimento deste trecho de 4,50 km, em 2009, foi assim descrita: 

O estágio mais avançado das trincas, a idade do pavimento e a ação 
continuada do tráfego e do clima sobre o revestimento asfáltico, impedem 
que o pavimento apresente uma resposta mecânica adequada, além de 
permitir infiltração de água para camadas inferiores, quando a perda de 
resistência das mesmas se combina com os efeitos do revestimento entre 
as trincas.  

A partir destas constatações, além de pedidos de moradores para a melhoria 

da rodovia, foram realizados, neste mesmo ano, reparos profundos localizados e até 

mesmo remoção do pavimento para posterior colocação de lama asfáltica. 

 

Estabelecimento do critério de restrição  

Para este trabalho será considerado apenas um trecho de 300 metros da 

rodovia ERS-421, localizado no bairro Conventos, entre os quilômetros 3+800 e 



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4+100. O mesmo foi escolhido devido a grande ocorrência de defeitos no pavimento, 

onde se verificou o grau de trincamento e deformações, em uma pequena extensão 

da rodovia.  

Na Figura 23, é possível ver o trecho avaliado com extensão total de 300 

metros demarcado numa imagem aérea do local. 

Figura 23 – Trecho avaliado da ERS-421  

 

Fonte: Adaptada pela autora com base em Google Maps (2013). 

 

3.1.2 Caracterização e descrição do subleito 

O município de Lajeado situa-se na Encosta Inferior do Nordeste, parte 

centro-leste do estado do Rio Grande do Sul. Está inserido na região geográfica do 

Vale do Taquari, conforme divisão geográfica regionalizada pelo Decreto Estadual nº 

40.349, de 11 Outubro de 2000 (LAJEADO, 2013). 

 Em termos geomorfológicos, conforme as definições estabelecidas pelo 

RADAMBRASIL (1996), o município de Lajeado apresenta-se inserido na Região 

Geomorfológica Planalto das Araucárias (unidade de relevo Serra Geral e unidade 

de relevo Patamares da Serra Geral). O Planalto das Araucárias e a Depressão 

Central Gaúcha compõe o Domínio Morfoestrutural das Bacias e Coberturas 

Sedimentares abrangendo rochas da Bacia do Paraná, da fase efusiva. Na Figura 

24, é possível ver as províncias geomorfológicas do estado do Rio Grande do Sul. 

Lajeado 

Forquetinha 



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Figura 24 – Províncias geomorfológicas do Rio Grande do Sul 

 

Fonte: Atlas Socioeconômico do Estado do Rio Grande do Sul, Secretaria da Coordenação e 

Planejamento – 2ªedição 2006. 

A Bacia do Paraná, em toda sua extensão, é representada por sedimentos e 

rochas vulcânicas. Um terço da área aflorante desta Bacia é composta por rochas 

sedimentares enquanto que dois terços é coberta por fluxos de lava. 

Os Patamares da Serra Geral correspondem aos terminais rebaixados em 

continuidade à unidade geomorfológica Serra Geral e Área Serrana, que avançam 

sobre as áreas referentes e à Unidade Geomorfológica Depressão do Rio Jacuí ao 

sul. Representa testemunhos do recuo da linha da escarpa a qual se desenvolveu 

nas sequências vulcânicas e sedimentos de cobertura da Província Paraná. Essa 

Unidade caracteriza-se no Município, por apresentar relevo heterogêneo, composto 

em toda a sua extensão por rochas básicas (basalto) englobando formas em colinas 

com pequeno aprofundamento dos vales fluviais, formas de relevo que apresentam 

forte controle estrutural e formas planares. 

Segundo Roisenberg et al. (2008), o basalto é amplamente utilizado nas 



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indústrias de construção civil, para confeccionar estradas, pisos, revestimentos e 

paredes. Pode ser utilizado como pedra de talhe, para calçamento de ruas, saibro 

(quando alterado) e brita. Além das aplicações para a construção, o basalto é 

utilizado também para finalidades artísticas. 

A região do Vale do Taquari é classificada como termicamente subtropical, 

pois nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, a temperatura média mensal é 

superior a 22°C. Já nos meses de inverno, junho a agosto, o valor médio das 

temperaturas mínimas encontra-se na faixa de 8 a 10°C. Destaca-se ainda que é 

comum a ocorrência de períodos frios, de uma ou duas semanas, alternados com a 

ocorrência de períodos com temperaturas elevadas, pois no Rio Grande do Sul é 

normal a ocorrência de massas quentes e frias de ar ao longo de todo ano. 

Com relação à precipitação, verifica-se que não existe uma estação seca bem 

definida. No entanto, constata-se que, em um a cada cinco anos, ocorrem 

deficiências hídricas significativas de até 40 mm nos meses de dezembro, janeiro e 

fevereiro, considerando-se uma capacidade máxima de armazenamento de água no 

solo de 100 mm. 

 

3.1.3 Programa SisPav 

 As análises de previsão de desempenho para o pavimento estudado e das 

possíveis soluções propostas de restauração foram embasadas nos resultados do 

programa SisPav. O uso dessa ferramenta computacional é de grande valia para 

entender o comportamento de pavimentos flexíveis, pois emprega conceitos 

mecanísticos nas análises. 

Conforme Fonseca (2013), a atuação da mecânica dos pavimentos está na 

análise de tensões, deformações e deslocamentos na estrutura do pavimento, sendo 

estes conhecidos como parâmetros de deformabilidade. As análises destes 

parâmetros são, geralmente, realizadas através de programas computacionais, 

como é o caso do programa SisPav de Franco (2007). 

 O SisPav possibilita o dimensionamento de pavimentos com base nos dados 

da estrutura, que realiza a análise por meio de algoritmos, calculando a espessura 



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da camada necessária para atender aos requisitos de projeto. Além disto, o SisPav 

permite analisar a vida útil de projeto de estruturas informadas ao programa. 

Em ambas as análises, o programa verifica os danos acumulados por fadiga 

no revestimento asfáltico ou, se for o caso, na base das camadas cimentadas. 

Opcionalmente, o projetista pode solicitar as estimativas de afundamento de trilha de 

roda e dos danos relativos à deflexão máxima na superfície do pavimento e à tensão 

limite no topo do subleito (FRANCO, 2007). 

De acordo com este mesmo autor, o SisPav foi dividido em cinco abas ou 

janelas principais, para melhor visualização e controle das informações. Com isso, 

os dados podem ser inseridos, alterados ou removidos de forma simples e prática 

(FRANCO, 2007).  

O Menu principal do programa possui as opções Projeto; Editar; Resultados; 

Ferramentas; e Ajuda, conforme detalhe apresentado na Figura 25. 

Figura 25 – Menu principal do programa SisPav 

 

Fonte: Adaptada pela autora (2014). 

A tela de abertura do programa (FIGURA 26) se refere à entrada de dados 

referentes à estrutura do pavimento a ser analisada. É possível indicar cada camada 

como mistura asfáltica, solo melhorado com cimento, solo cimento, brita graduada 

com cimento, concreto compactado a rolo, material granular, solo laterítico, solos 

finos, siltosos e argilosos. 

A cada camada inserida, para cada material constituinte, o programa sugere 

valores dos principais parâmetros como Módulo de Resiliência, coeficiente de 

Poisson e o modelo constituinte da equação do Módulo de Resiliência em função do 

tipo de material. Além dos parâmetros mencionados, o programa também permite 

informar outros parâmetros de caracterização dos materiais selecionados com base 

nas normas de especificação de materiais e serviços previstos no DNIT. 



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O programa permite a entrada de até 8 camadas e limita suas espessuras 

durante o dimensionamento entre 10 cm e 60 cm para todas as camadas, com 

exceção do revestimento que varia de 5 cm a 20 cm, por questões práticas. Quando, 

durante o dimensionamento, o programa atingir o limite inferior da espessura 

significa que a estrutura suporta as condições do carregamento e do clima impostos. 

Porém, se atingir o limite superior é por que a estrutura não atende as exigências do 

projeto. Nos dois casos, segundo Franco (2007), sugere-se rever manualmente a 

estrutura, alterando as propriedades dos materiais, adicionando ou removendo 

camadas de forma a adequar a nova estrutura aos requisitos de projeto. 

Figura 26 - Tela de entrada de dados de caracterização da estrutura (SisPav) 

 

Fonte: Adaptada pela autora (2014). 

O passo seguinte é a configuração da composição do tráfego. Nesta etapa 

informa-se o tipo de eixo, o volume para o primeiro ano obtido através de contagens, 

pesquisas em estudos existentes ou valores estimados, taxa de crescimento do 

tráfego ao ano, carga, pressão do pneu, vida de projeto informada em anos, 

percentual de veículos na faixa de projeto, variação lateral do tráfego, alinhamento 

crítico e variação sazonal ao longo do ano (FIGURA 27). À medida que os eixos são 

inseridos, o programa calcula automaticamente o Número N equivalente de 

repetições do eixo padrão, conforme o método do DNIT (2006). Este valor é 

atualizado quando qualquer informação relativa ao peso, volume de tráfego, taxa de 

crescimento, número de anos etc. é alterado pelo projetista (FRANCO, 2007). 

 

 



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Figura 27 - Tela de entrada de dados de caracterização do tráfego (SisPav) 

 

Fonte: Adaptada pela autora (2014). 

Informações quanto à temperatura do ar ao longo do ano configurando a 

influência do clima da região são informados na aba Clima do SisPav, sendo 

necessário somente escolher a capital e o mês, para que o Programa carregue os 

dados de seu banco de dados (FIGURA 28). Também é possível informar dados 

específicos do local da obra. As últimas linhas da tabela descrita na janela Clima 

(Média e Erro padrão) são calculadas automaticamente. Da mesma forma, o gráfico 

é atualizado quando qualquer informação na tabela for alterada. 

O programa não avalia o efeito da variação da umidade sobre os materiais de 

pavimentação e o subleito por considerar que a umidade de equilíbrio é alcançada. 

Portanto, o SisPav não apresenta ao projetista opções para entrada de parâmetros 

relacionados a variabilidade de umidade dos materiais (FRANCO, 2007). 

 

 

 

 



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Figura 28 - Tela clima do programa SisPav 

 

Fonte: Adaptada pela autora (2014). 

 Na aba seguinte têm-se os modelos de danos que podem ocorrer na estrutura 

de um pavimento. Ao selecionar na lista o modelo desejado, o Programa apresenta o 

nome do modelo de comportamento; a sua expressão de regressão matemática; os 

parâmetros da regressão; o fator campo-laboratório; e informações diversas como a 

fonte de referência, de onde se obteve o modelo e os parâmetros. A tela modelos é 

apresentada na Figura 29 a seguri. 

 

 

 

 

 

 

 



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Figura 29 – Tela modelos do SisPav 

 

Fonte: Adaptada pela autora (2014). 

 Na tela opções apresentada na Figura 30, o projetista pode alterar parâmetros 

para otimizar os cálculos do dimensionamento dos pavimentos. Dependendo da 

análise, o programa pode não convergir para uma espessura ótima que atenda aos 

requisitos de projeto durante o dimensionamento. Assim, foi definido um limite 

máximo para o número de tentativas que o programa irá fazer para realizar o 

dimensionamento. O número padrão escolhido foi de vinte, uma vez que o 

programa, na maioria das vezes, converge ou para espessura ótima ou para os 

valores limites de espessura antes das vinte tentativas. O valor também pode ser 

alterado pelo projetista, caso ache necessário (FRANCO, 2007). 

O nível de confiabilidade utilizado nas análises é de 50% como padrão. Pode-

se alterar a confiabilidade para outra selecionando uma das opções constantes da 

caixa de seleção. Os valores são 50% (parâmetros médios); 75%; 85%; 90% e 95%. 

É dada ao projetista a opção de ativar as considerações no dimensionamento, 

ou análise da vida de projeto, os danos relativos à deflexão máxima admissível na 

superfície do pavimento, ou à tensão máxima no topo do subleito. Estes controles 

são desativados como padrão pelo programa, apenas para tornar a análise mais 



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rápida. Com eles desativados, o controle no dimensionamento é feito apenas pela 

fadiga da camada asfáltica do revestimento ou das camadas cimentadas. 

Figura 30 – Tela opções do SisPav 

 

Fonte: Adaptada pela autora (2014). 

Neste momento, o programa SisPav já está com os dados necessários para 

realizar a análise da estrutura informada, calculando a vida útil do pavimento ou 

dimensionando uma camada da estrutura da proposta pelo usuário (FONSECA, 

2013). O projetista pode ainda verificar os resultados na aba referente, inclusive com 

ilustrações gráficas ou através de planilhas dos resultados (FIGURA 31). Ele pode 

também emitir um relatório contendo os dados de entrada, os modelos utilizados e 

os resultados obtidos. 

Figura 31 – Aba resultados do programa SisPav 

 

Fonte: Adaptada pela autora (2014). 

 



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3.2 Método 

Para obter um parâmetro definidor das condições de superfície do pavimento 

e um inventário de ocorrências e suas prováveis causas, foi realizado um 

levantamento fotográfico dos defeitos existentes no trecho escolhido da ERS-421. 

Estes registros foram feitos antes, durante e após a reconstrução do trecho. A partir 

de então, com o auxílio do programa SisPav, foram desenvolvidos quatro testes 

(cenários diferentes) para avaliar e dimensionar o pavimento. Com o SisPav foi 

possível também, propor soluções ao trecho. 

O Primeiro Teste teve como objetivo avaliar a vida de projeto do pavimento 

antes da sua reconstrução. Os dados de entrada para o programa, de todos os 

testes, teve como base as temperaturas médias mensais do município de Lajeado e 

aqueles disponibilizados pelo DAER, como as espessuras das camadas e o valor do 

Número N. Para este Primeiro Teste, o nível de confiabilidade foi variado para se 

observar o que acontece com a vida de projeto. 

No Segundo Teste foi dimensionada a camada de revestimento asfáltico para 

que ele durasse, aproximadamente, 10 anos. Neste Teste, os níveis de 

confiabilidade também foram variados, para, após rodar o programa, ver o que 

aconteceria com a espessura da camada de revestimento.  

Já o Terceiro Teste objetivou avaliar a espessura do revestimento em função 

da modificação dos valores dos Módulos de Resiliência das camadas de material 

granular (base e sub-base).  

E por fim, o Quarto Teste avaliou a espessura do revestimento em função da 

variação dos valores dos Módulos de Resiliência da camada de material asfáltico. 

Neste e no Terceiro Teste, o nível de confiabilidade permaneceu constante, ou seja, 

95%. Para os quatro testes foram gerados um gráfico ou uma tabela com os valores 

das deflexões ao longo de algumas distâncias do trecho. 



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4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISES DOS RESULTADOS  

 

 

4.1 Primeiros registros fotográficos 

Para uma primeira etapa realizou-se, no dia 11 de outubro de 2013, um 

levantamento visual e fotográfico da situação inicial do trecho avaliado.  

Como pode ser visualizado na Figura 32, o trecho é constituído por pista 

simples, é pouco sinalizado e não possui acostamento. Por estar todo em declive, 

sentido Lajeado - Forquetinha, o trecho favorece a alta velocidade dos veículos e a 

ultrapassagens perigosas.  

Figura 32 – Trecho escolhido 

 

Fonte: Autora (2013).  

Forquetinha 



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Os principais defeitos encontrados neste trecho da ERS-421 ocorriam no 

sentido Forquetinha - Lajeado (rampa em aclive), como podem ser vistos nas 

Figuras 33 a 39.  

Figura 33 - Trinca interligada “couro de jacaré” 

 

Fonte: Autora (2013). 

Figura 34 - Afundamento local, ondulação, panela, trinca interligada “couro de 

jacaré”, escorregamento 

 

Fonte: Autora (2013). 

 



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Figura 35 – Afundamento local, trinca interligada “couro de jacaré”, escorregamento,  

trinca longitudinal longa  

 

Fonte: Autora (2013). 

Figura 36 – Trinca interligada “couro de jacaré”, associada a um afundamento local 
 

 

 

Fonte: Autora (2013). 

 

 

 



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Figura 37 – Afundamento local, trincas 

 

Fonte: Autora (2013). 

Figura 38 – Escorregamento, trincas 

 

Fonte: Autora (2013). 

 

 



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Figura 39 – Afundamento local, trinca interligada “couro de jacaré”, escorregamento, 

trinca longitudinal longa 

 

Fonte: Autora (2013). 

 

 Já as patologias encontradas no sentido Lajeado - Forquetinha podem ser 

visualizadas nas Figuras 40, 41 e 42. 

Figura 40 - Desgaste 

 

Fonte: Autora (2013). 



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Figura 41 – Panela, trinca interligada “couro de jacaré”, remendo mal executado 

 

Fonte: Autora (2013). 

Figura 42 – Remendo mal executado 

 

Fonte: Autora (2013). 

Outra característica importante de ser destacada é que neste trecho, a 

rodovia possui bueiros e sarjeta apenas em um sentido, no sentido Lajeado – 

Forquetinha (em declive). Como pode ser observado nas Figuras anteriores (40 a 

42), este sentido não possuía tantos defeitos, ao contrário do outro sentido (em 

aclive) que era provido de inúmeros problemas. As Figuras 43 e 44 mostram as 



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laterais da rodovia ERS-421. 

Figuras 43 e 44 – Sentido Lajeado - Forquetinha e sentido Forquetinha - Lajeado, 

respectivamente 

      

Fonte: Autora (2013). 

 Como visto nas Figuras, havia um grande número de defeitos neste trecho de 

300 m da rodovia ERS-421. As patologias encontravam-se num estágio bastante 

avançado e medidas reparadoras deviam ser feitas imediatamente. 

A manutenção de um pavimento asfáltico não deve ser realizada tão somente 

como correção funcional ou estrutural. É aconselhável, conforme Bernucci et al. 

(2006), um plano estratégico de intervenções periódicas, envolvendo também 

manutenção preventiva, de modo a garantir um retardamento do decréscimo das 

condições de superfície. Além disto, serviços periódicos de conservação devem ser 

sempre realizados envolvendo técnicas reparadoras em locais específicos, como 

limpeza e preservação do sistema de drenagem, dos acostamentos e das áreas 

lindeiras à estrada. 

 

 



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4.2 Reconstrução do trecho 

Em março de 2014 iniciou-se o processo de reconstrução de parte do trecho 

escolhido, entre os quilômetros 3+971 e 4+074, uma vez que a equipe técnica do 

DAER constatou que o pavimento se encontrava em um estado avançado de 

degradação. Além disto, as intensas manifestações da população residente próxima 

ao local e de motoristas, fizeram com que providências fossem tomadas. 

Inicialmente, segundo informações dos engenheiros da 11ª Superintendência 

Regional - DAER – Lajeado, foi reconstituída somente a faixa do sentido Forquetinha 

– Lajeado que é a mais crítica. No outro sentido, até o momento, aparentemente não 

foram identificadas novas patologias no pavimento.  

O serviço foi efetuado por uma empresa terceirizada, contratada pelo órgão 

público, e fiscalizada por profissionais da área. Neste local, devido ao grau de 

deterioração do pavimento, teve que ser executado remendo subsuperficial, ou seja, 

a remoção do material deficiente da base, sua substituição por outro em perfeito 

estado e posterior reconstrução dela e da camada betuminosa. 

Como a área era suficientemente grande, foi possível a utilização de 

equipamentos como caminhão basculante para o transporte de material e rolo 

compactador liso. Outros equipamentos como rolo compactador pé-de-carneiro, 

retroescavadeira, máquina com disco de corte também foram usados.  

Inicialmente, marcou-se a área ser recomposta e delimitou-se o contorno com 

o formato de um retângulo, com os cantos no esquadro. O corte e o rompimento das 

camadas de base e revestimento, a partir da área demarcada, foram executados 

com uma máquina com disco de corte. Em seguida, os materiais comprometidos 

destas camadas foram removidos com retroescavadeira formando um buraco em 

corte tipo caixão. As paredes desta cavidade ficaram na vertical, como mostra a 

Figura 45. Além disto, nesta Figura, também é possível visualizar as camadas do 

pavimento no sentido Lajeado – Forquetinha.  

 

 



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Figura 45 – Corte vertical do pavimento 

 

Fonte: Autora (2014). 

Em um determinado ponto deste trecho, foi identificada a existência de 

umidade excessiva na camada de sub-base, conforme Figura 46. O sistema de 

drenagem do pavimento não estava mais em boas condições, pois o dreno 

composto por brita e a manta geotêxtil encontravam-se em mau estado, os drenos 

realizados por canos estavam entupidos e/ou quebrados e as valetas foram 

preenchidas com terra. Existia uma série de problemas relacionados à drenagem e 

que, portanto, colaborou para a deterioração do pavimento.  

A Figura 47 mostra parte do dreno antigo de 50 cm de largura feito com manta 

e brita e a outra parte já sendo preenchida com rachão para posterior compactação. 

Neste local, o pavimento foi aprofundado em 0,60 m. No detalhe desta Figura, as 

más condições da manta. 

 

 

 

 



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Figura 46 – Problema com umidade nas camadas do pavimento 

 

Fonte: Autora (2014). 

Figura 47 – Dreno antigo sendo preenchido com rachão 

         

Fonte: Autora (2014). 

Na Figura 48 que segue, é possível ver o rolo compactador liso compactando 

o rachão utilizado para preencher o dreno. 

 

 



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Figura 48 – Rolo compactador liso na compactação do rachão 

 

Fonte: Autora (2014). 

A dimensão da área reconstruída foi de 489,26 m², sendo 103,00 m de 

comprimento e 4,75 m de largura. As camadas do pavimento removidas foram 

novamente executadas com 20 cm de base e 5 cm de revestimento CBUQ. A base 

foi refeita com brita graduada simples, limpa e compactada. 

 A Figura 49 mostra a camada de revestimento concluída. E nas Figuras 50 (a) 

e (b) pode-se observar o trecho na atual situação. 

Figura 49 – Camada de revestimento betuminoso 

 

Fonte: Autora (2014). 

 



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Figuras 50 (a) e (b) – Trecho na atual situação 

  

Fonte: Autora (2014). 

 

4.3 Testes com o programa SisPav 

 O Primeiro Teste foi realizado para avaliar a vida de projeto do pavimento da 

ERS-421 antes da reconstrução do trecho no sentido Forquetinha – Lajeado. Os 

tipos de eixo selecionados foram o eixo padrão rodoviário, com 8,2 tf; o eixo duplo e 

dois eixos duplos em tandem. O volume de tráfego no primeiro ano de projeto foi, 

respectivamente, 25.000.00, 17.500,00 e 7.500,00. Já a pressão de inflação para as 

três configurações de veículos foi de 0,80 MPa; e a variação lateral de 0,30 m. As 

temperaturas médias mensais para o município de Lajeado seguem na Figura 51. 

Figura 51 – Temperaturas médias mensais de Lajeado 

 

Fonte: Adaptada pela autora com base em Climate-Data.org. 



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A estrutura analisada está descrita na Tabela 3.  

Tabela 3 – Estrutura utilizada no Teste 1 

Material 
Espessura 

(m) 
Coef. 

Poisson 
Módulo Elástico 

Linear (MPa) 

Material asfáltico 0.050 0.300 3000.00 

Material granular 0.200 0.350 250.00 

Material granular 0.200 0.350 250.00 

Solos finos, siltosos ou argilosos 0.000 0.400 60.00 

Fonte: Autora (2014). 

 Neste Teste foram considerados os danos relativos à deflexão máxima 

admissível na superfície do pavimento e à tensão admissível no topo do subleito do 

pavimento. Variou-se o nível de confiabilidade e, consequentemente, a vida de 

projeto, como segue no gráfico da Figura 52. 

Figura 52 – Vida de projeto em função do nível de confiabilidade 

 

Fonte: Autora (2014). 

 Como pode ser visto, e como era de se esperar, quanto maior o nível de 

confiabilidade exigido no projeto menor o tempo previsto de duração do pavimento.  

 A partir do programa SisPav pode-se também obter os valores das deflexões 

ao longo de várias distâncias da aplicação de carga e, assim, determinar a bacia 

defletométrica do pavimento. Estes valores representam a resposta elástica conjunta 

de todas as camadas do pavimento e do subleito aos carregamentos externos 



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(ALBERNAZ, 1997). Ou seja, a bacia de deflexão caracteriza as condições 

estruturais do pavimento. No gráfico da Figura 53 é possível ver os valores das 

deflexões que resultaram do Primeiro Teste. Mesmo variando os níveis de 

confiabilidade, os valores das deflexões permaneceram iguais. 

Figura 53 – Bacia de deflexão para controle no campo – Teste 1 

 

Fonte: Autora (2014). 

 O Segundo Teste teve como objetivo dimensionar a camada de revestimento 

asfáltico para que durasse em torno de 10 anos. Para isto, também foram variados 

os níveis de confiabilidade e os demais valores foram mantidos conforme o Primeiro 

Teste realizado.  

Se o nível de confiabilidade fosse de 95%, o revestimento deveria ter 

aproximadamente 10 cm. Este e os demais resultados podem ser conferidos no 

gráfico da Figura 54. 

 

 

 



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Figura 54 – Variação da espessura da camada de revestimento em função do nível 

de confiabilidade 

 

Fonte: Autora (2014). 

 Para este Teste, os valores das deflexões variaram conforme o nível de 

confiabilidade. Isto acontece devido à mudança na configuração da estrutura do 

pavimento, ou seja, variação na espessura do revestimento asfáltico. Conforme a 

Figura 55 observa-se que com o aumento do nível da confiabilidade e, por 

consequência, aumento da espessura do revestimento, a bacia de deflexões sofre 

uma redução da sua magnitude, especialmente próximo ao D0 (medida de deflexão 

no centro do eixo do caminhão). 

 

 

 

 

 

 

 



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Figura 55 – Bacia de deflexão para controle no campo – Teste 2 

 

Fonte: Autora (2014). 

 O Terceiro Teste propôs avaliar a espessura do revestimento em função da 

variação dos valores dos Módulos de Resiliência das camadas de material granular 

(base e sub-base). Os dados foram os mesmos utilizados no Teste 1 e o nível de 

confiabilidade foi de 95%. Pela modelagem do SisPav, as camadas de base e sub-

base possuem grande influência no dimensionamento do pavimento, como pode ser 

observado no gráfico da Figura 56. 

Para as condições determinadas no Teste 1, o programa parou o 

dimensionamento para a condição crítica de fadiga na base e na sub-base do 

revestimento asfáltico (eixo Y), a partir do valor do Módulo de Resiliência igual a 432 

MPa. Isto significa que a espessura da camada selecionada (revestimento) atingiu o 

limite inferior previsto pelo programa, que é de 0.050 m.  

A racionalidade do método, para esse Teste, foi verificada, pois quanto maior 

o Módulo de Resiliência da base e da sub-base, menor será a espessura de 

revestimento requerida. 

 



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Figura 56 - Comportamento da espessura do revestimento com o Módulo de 

Resiliência da camada de base e sub-base 

 

Fonte: Autora (2014). 

 Neste Terceiro Teste, os valores das deflexões variaram conforme os Módulos 

de Resiliência das camadas de base e sub-base. Abaixo, na Tabela 4, se observam 

os valores das deflexões em função das distâncias dos sensores e dos Módulos de 

Resiliência. 

Tabela 4 (continua) - Bacia de deflexão para controle no campo – Teste 3 

MR Base e 

Sub-base 

(MPa) 

Sens. 1 
0.000 m 

Sens. 2 
0.200 m 

Sens. 3 
0.300 m 

Sens. 4 
0.450 m 

Sens. 5 
0.600 m 

Sens. 6 
0.900 m 

Sens. 7 
1.200 m 

Sens. 8 
1.500 m 

250 47.539 41.111 36.499 30.680 26.240 20.018 15.824 12.847 

275 48.025 40.968 36.159 30.362 26.058 20.000 15.848 12.879 

300 47.675 40.373 35.589 29.989 25.866 19.976 15.873 12.916 

325 46.990 39.647 34.986 29.629 25.683 19.947 15.893 12.951 

350 46.701 39.134 34.545 29.399 25.595 19.957 15.927 12.987 

 



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Tabela 4 (conclusão) - Bacia de deflexão para controle no campo – Teste 3 

MR Base e 

Sub-base 

(MPa) 

Sens. 1 
0.000 m 

Sens. 2 
0.200 m 

Sens. 3 
0.300 m 

Sens. 4 
0.450 m 

Sens. 5 
0.600 m 

Sens. 6 
0.900 m 

Sens. 7 
1.200 m 

Sens. 8 
1.500 m 

375 46.266 38.590 34.128 29.205 25.524 19.969 15.960 13.022 

400 46.132 38.212 33.876 29.159 25.561 20.029 16.013 13.060 

425 46.322 38.051 33.895 29.360 25.774 20.175 16.101 13.106 

432 46.016 37.861 33.764 29.281 25.726 20.162 16.103 13.114 

Fonte: Autora (2014). 

Por fim, o Quarto Teste teve como objetivo avaliar a espessura do 

revestimento em função da variação dos valores dos Módulos de Resiliência da 

camada de material asfáltico (revestimento). Os demais valores foram mantidos 

conforme o Primeiro Teste. O nível de confiabilidade utilizado foi 95%.  

Como pode ser visto no gráfico da Figura 57, esta variação não interferiu nos 

resultados, diferentemente do que aconteceu com a variação do Módulo da base, no 

Teste 3. O valor da camada de revestimento manteve-se sempre constante, ou seja, 

de aproximadamente 10 cm.  

 

 

 

 

 

 

 



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Figura 57 - Comportamento da espessura do revestimento com o Módulo de 

Resiliência do revestimento  

 

Fonte: Autora (2014). 

 Mesmo modificando os valores dos Módulos de Resiliência, as deflexões se 

mantiveram. Os valores das deflexões são mostrados na Figura 58. 

Figura 58 – Bacia de deflexão para controle no campo – Teste 4 

 

Fonte: Autora (2014). 

 



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 A partir destes testes pode-se mostrar algumas alternativas para melhorar as 

condições do pavimento da ERS-421. Modificar os níveis de confiabilidade, os 

Módulos de Resiliência das camadas de base e sub-base, por exemplo, são 

algumas delas.   

  



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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 

 

 

 Este trabalho teve como objetivo principal realizar uma análise de um trecho 

crítico da ERS-421, entre os quilômetros 3+800 e 4+100, no bairro Conventos, 

Lajeado. O pavimento deste trecho é composto por uma camada de revestimento de 

5 cm de CBUQ, pela base de 20 cm de brita graduada e pelos 20 cm de sub-base de 

brita graduada também.  

A partir das análises feitas chegou-se a algumas conclusões, que serão 

apresentadas a seguir. Além disto, serão sugeridos aspectos a serem considerados 

em pesquisas futuras. 

 Após atingir os objetivos propostos inicialmente, pode-se concluir que: 

 O trecho escolhido realmente encontrava-se em um estado crítico. As 

patologias eram as mais diversas e podiam ser identificadas facilmente. 

Dentre os defeitos se citam: trinca interligada, panela, escorregamento, 

afundamento local, remendo mal executado;  

 A principal causa que levou à reconstrução do pavimento no sentido 

Forquetinha – Lajeado (trecho em aclive) foi os problemas relacionados com a 

drenagem, devido principalmente às más condições da manta geotêxtil, a 

inexistência de sarjetas e a interrupção de bueiros; 

 Ao avaliar a vida de projeto do pavimento do trecho estudado, antes da 

sua reconstrução, observou-se que quanto menor o nível de confiabilidade, 

maior será a vida de projeto do pavimento. Ou seja, para um nível de 



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confiabilidade de 50%, o pavimento duraria 10 anos. Se fosse aumentado 

este grau de precisão para 90%, a vida do pavimento seria de, 

aproximadamente, 5 anos. E se ainda fosse mais preciso, adotando um nível 

de confiabilidade de 95%, o pavimento duraria em torno de 3,5 anos; 

 Ao dimensionar a camada de revestimento asfáltico para que durasse 

em torno de 10 anos, quanto maior o nível de confiabilidade, mais espessa 

será a camada de material asfáltico. Portanto, para um nível de confiabilidade 

de 95%, o revestimento deveria ter, aproximadamente, 10 cm. No entanto, se 

fosse definida uma confiabilidade menor, de 50%, por exemplo, a camada de 

revestimento de CBUQ poderia ter 5 cm; 

 Quanto maior o Módulo de Resiliência da base e da sub-base do 

pavimento, menor poderá ser a espessura da camada de revestimento. 

Portanto, se o Módulo de Resiliência for igual a 250 MPa, a camada de CBUQ 

deverá ser de, aproximadamente, 10 cm. E se o Módulo for de 425 MPa, por 

exemplo, a camada de revestimento poderá ter 5 cm;  

 Ao avaliar a espessura do revestimento em função da variação dos 

valores dos Módulos de Resiliência da camada de material asfáltico, verificou-