CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES 

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU 

MESTRADO EM AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO 

  

 

 

 

INFERÊNCIAS PALEOCLIMÁTICAS BASEADAS EM ANÁLISES DE 

CRESCIMENTO LENHOSO DE GIMNOSPERMAS DA FLORESTA 

PETRIFICADA DO TOCANTINS SETENTRIONAL, PERMIANO DA 

BACIA DO PARNAÍBA 

 

 

 

José Rafael Wanderley Benício  

 

 

 

Lajeado, Janeiro de 2015 



2 

 

 

José Rafael Wanderley Benício  

 

 

 

 

INFERÊNCIAS PALEOCLIMÁTICAS BASEADAS EM ANÁLISES DE 

CRESCIMENTO LENHOSO DE GIMNOSPERMAS DA FLORESTA 

PETRIFICADA DO TOCANTINS SETENTRIONAL, PERMIANO DA 

BACIA DO PARNAÍBA  

 

 

 

 

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ambiente e Desenvolvimento, 
do Centro Universitário UNIVATES, como parte 
das exigências para obtenção do grau de 
Mestre em Ambiente e Desenvolvimento, Área 
de Concentração Espaço, Ambiente e 
Sociedade, Linha de Pesquisa Ecologia.  

 

Orientador: Prof. Dr. André Jasper  

Coorientadora: Profª. Drª. Etiene Fabbrin Pires 

 

 

 

 

 

 

Lajeado, Janeiro 2015



3 

 

 

AGRADECIMENTOS 

 

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS) 
pela bolsa de estudos concedida.  
 
À coordenação de pós-graduação (PPGAD), sem esquecer da Ana Coutinho 
sempre muito prestativa.  
 
Ao meu orientador Dr. André Jasper, 

Pela confiança, contribuições e sugestões para este Trabalho. Agradeço 

imensamente.  

Á minha orientadora, Drª. Etiene Fabbrin Pires, 

Pela oportunidade proporcionada para inserção na pesquisa desde o período da 

graduação e por ter me impulsionado o caminho do mestrado, meu eterno 

reconhecimento. 

Aos meus pais, Raquel Wanderley e Faquinha, 

Por me apoiarem nas minhas decisões e acreditar em mim mesmo quando parecia 

impossível de vencer, pelo incentivo, amor e dedicação e palavras de carinho nos 

momentos Trash. Amo vocês! 

Aos meus irmãos, Silmara e Ediel, 

Mesmo com a distância impedindo de sermos mais presentes, sei que poderei 

contar sempre com vocês.  

Aos amigos de TO, 

Claudisson, Leandro, Edinardo, Yuri, Wagner, Milton, Henrrique, Mateus, Tulio, 

Adriano. 

Aos amigos do RS, 

Rafael Spiekermann, Daniel Silveira, Ricieli Moraes, Maicon Toldi, Cristiano 

Rocha, Alcemar Martello, Jonas Bica, Everton Gullar, Guilherme Consatti, 

Cleberton Blanchini, Norton Dametto, Luiz Scherer, Joseline Manfroi, Talyssa 



4 

 

 

Valerius, Rosane Pereira, Taís Laux, Fernanda Schneider. 

Aos colegas do SBP, 

Marjorie Kauffmann, Isa Carla, Mariela Secchi, Jéssica Meneghini, Angélica 

Sulzbach, que de alguma forma contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho 

e uma boa estádia. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



5 

 

 

RESUMO 

 

A Floresta Petrificada de Tocantins Setentrional (FPTS) é citada na literatura 
científica como uma das mais importantes associações lignoflorísticas de 
paleobioma temperado quente do Permiano no hemisfério sul. Parte desta floresta 
encontra-se situada no Monumento Natural das Árvores Fossilizadas do Tocantins 
(MNAFTO), uma unidade de preservação integral localizada a nordeste do Estado 
do Tocantins. Geologicamente, o MNAFTO encontra-se inserido na Bacia do 
Parnaíba, sendo que os lenhos aqui estudados são associados à Formação Motuca, 
Permiano Superior. O presente trabalho possui como objetivo estabelecer a 
influência dos processos climáticos ocorridos durante o Permiano Superior com a 
utilização de dados proxy obtidos através da análise de elementos vegetais 
preservados na FPTS. O material analisado corresponde a 32 fragmentos de lenhos 
gimnospérmicos provenientes de nove pontos de coleta localizados dentro e no 
entorno da área do parque. A fim de determinar padrões climáticos com base em 
crescimento lenhoso, foram feitas seções planas e lâminas petrográficas. Um total 
de 682 incrementos de crescimento em sessões planas foram verificados por meio 
de análises de sensibilidade média e anual. Em relação aos dados dendrológicos 
obtidos, os espécimes demostraram valores considerados sensitivos que indicam a 
vigência de um clima semiárido com precipitações aperiódicas. 
 
Palavras chave: Zonas de crescimento, Permiano Superior, Inferências 
Paleoclimáticas, Gondwana  

 

 

ABSTRACT 
 
 

The Northern Tocantins Petrified Forest (NTPF) is mentioned in the scientific 
literature as one of the most important Permian lignofloristic assemblage of warm 
temperate paleobiome in the South Hemisphere. Part of this forest is situated in the 
Tocantins Fossil Trees Natural Monument (TFTNM), which is an integral protection 
unit located in the northeast of the Tocantins state. Geologically, the TFTNM is 
inserted in the Parnaiba Basin, and the stems studied are associated to the Late 
Permian Motuca Formation. The aim of the present work is to establish the influence 
of the climatic process that occurred during the Late Permian with the use of proxy 
data obtained by the analysis of the floristics elements preserved in the (NTPF). The 
analyzed material corresponds to 32 gymnospermic fossil wood fragments derived 
from nine sampling points located inside and in the surroundings of the park area. In 
order to determine climatic patterns based on woody growth, plane sections cuts and 
petrographic plates were made. A total number of 682 growth increments in plane 
sections cuts were verified using average sensibility and annual sensibility analyses. 
With regard to the dendrological data obtained, the specimens show considerable 
sensitive values that indicate a semi arid clima with aperiodic rainfall. 
 
Key words: Growth Zones, Late Permian, Paleoclimatic Inferences, Gondwana. 
 



6 

 

 

 
LISTA DE FIGURAS 

 

Figura 1. A) Mapa de localização da área do Monumento Natural das Árvores Fos-
silizadas de Tocantins (MNAFTO – retângulo verde escuro no nordeste do TO) no 
contexto do Estado do Tocantins, Brasil. B) Detalhamento da delimitação do 
MNAFTO com a localização dos pontos de coleta do material utilizado neste estudo ...... 32 

Figura 2. Detalhe da coluna estratigráfica da Bacia do Parnaíba com ênfase no in-
tervalo Pensilvaniano Eotriássico ...................................................................................... 37 

Figura 3. Pontos de coleta: A e B) Fazenda Pequizeiro, A) vista geral do afloramento 
com os fósseis aparentes em meio a vegetação; B) destaque para parte basal de 
uma pteridófita e alguns fragmentos de gimnospermas; (C, D e E) Fazenda 
Buritirana, C) detalhe de um lenho de gimnosperma com excelente grau 
preservação; D) vista geral do ponto 4, com fragmentos de lenhos aparentes e ao 
fundo as mesetas típicas da região; E) lenhos gimnospérmicos fragmentados ................ 40 

Figura 4.  A) Fazenda Curicaca, pilha de fósseis coletados pela população local para 
venda, atividade ilegal que ocorria na região; B) Fazenda São Benedito, vista geral 
do ponto de coleta com alta concentração de lenhos fossilizados; C) vista geral do 
ponto 8; D) coleta de lenhos gimnospérmicos rolados ...................................................... 41 

Figura 5. Desenho esquemático de lenho gimnospérmico evidenciando os diferentes 
cortes possíveis ................................................................................................................. 43 

Figura 6. Demonstração do processo de medição dos incrementos de crescimento ....... 45 

Figura 7. Superfícies transversais dos lenhos, A) PB1041 e B) PB1040 demonstran-
do a coloração esbranquiçado-avermelhada, superfície interna com fraturas e 
medula parcialmente presente .......................................................................................... 48 

Figura 8. A) PB996 seção transversal, coloração avermelhada-esbranquiçada, de-
mostrando desgastes e rachaduras; B) PB1001 seção transversal demostrando   o 
limite dos incrementos evidenciados por bandas claras e escuras; C) PB870 
espécime bastante fragmentado, evidenciando o limite dos incrementos, com 
pequenas aberturas elípticas na superfície externa; D) PB941 limites dos 
incrementos bem nítidos; E) PB978 medula parcialmente preservada, apresentando 
fraturas internas; F) PB947 traqueidóxilo evidenciando a alternância de bandas de 
incrementos cíclicos de crescimento ................................................................................. 49 

Figura 9. Seções transversais: A) e B) PB974. A) incrementos de crescimento vi-
síveis; B) seção polida evidenciando o padrão dos incrementos; C) PB976 limite dos 
incrementos, parte da medula presente; D) PB668 fragmento com medula presente ...... 50 

Figura 10.  A) e B) PB925. A) medula presente com rachaduras aparentes e aspecto 
achatado pela compressão lateral do processo de fossilização; B) vista lateral 
demostrando ausência de arredondamento e casca ......................................................... 51 

Figura 11. Lâminas delgadas A) PB974 seção radial - raios evidenciados (seta) B) 



7 

 

 

PB1001 traqueídeos evidenciandos (seta inferior), conteúdo escuro (seta superior), 
que pode ser atribuído à presença de resina (?) ............................................................... 52 

Figura 12. Seçôes transversais A) PB976 e B) PB947 evidenciando o padrão das 
zonas de crescimento (setas). C e D) PB 1001 vista geral do xilema secundário em 
diferentes escalas demostrando às zonas de crescimentos (setas) ................................. 53 

 

 

 

LISTA DE GRÁFICOS  

Gráfico 1. Sensibilidade anual, média e altura dos incrementos de crescimento dos 
espécimes analisados no afloramento Ponto 1 (espécimes UFT 946, 947, 954, 955-
1, 979-1, 981-1, 984-4 e 985) ............................................................................................ 92 

Gráfico 2. Sensibilidade anual, média e altura dos incrementos de crescimento dos 
espécimes analisados no afloramento Ponto 2 (espécimes UFT 996, 1001 e 1013) ........ 95 

Gráfico 3. Sensibilidade anual, média e altura dos incrementos de crescimento dos 
espécimes analisados no Afloramento Ponto 3, (espécimes UFT 851-9, 854-10, 855-
3 e 860, 861, 867, 880, 870-3, 882, 883 e 848) ................................................................ 95 

Gráfico 4. Sensibilidade anual, média e altura dos incrementos de crescimento dos 
espécimes analisados no Afloramento Ponto 6, (espécimes UFT 978-1, 1040 e 1041) ... 98 

Gráfico 5. Sensibilidade anual, média e altura dos incrementos de crescimento dos 
espécimes analisados no Afloramento Ponto 8, (espécimes UFT 974-1, 975 e 976). ...... 99 

Gráfico 6. Sensibilidade anual, média e altura dos incrementos de crescimento dos 
espécimes analisados no Afloramento Ponto 7, (espécime UFT 668) ............................ 100 

Gráfico 7. Sensibilidade anual, média e altura dos incrementos de crescimento dos 
espécimes analisados no Afloramento Ponto 9, (espécimes UFT 928-1, 941 e 925) ..... 101 

 
 

 

LISTA DE TABELAS 

Tabela 1. Principais florestas petrificadas descritas para o mundo ................................... 13 

Tabela 2. Compilação dos trabalhos publicados entre 1930 e 2001 acerca da geo-
logia e paleontologia da Bacia do Parnaíba. Os temas gerais elencados foram 
organizados com base na forma de divulgação e assunto abordado ................................ 24 

Tabela 3. Descrição e localização dos pontos de coleta dos 32 espécimes ana-
lisados ............................................................................................................................... 38 



8 

 

 

Tabela 4. Resultados das análises de crescimento lenhoso. Números em Negrito: 
valores maiores e menores ............................................................................................... 54 

Tabela 5. Descrição do crescimento efetuado por diferentes autores em lenhos fós-
seis gimnospérmicos descritos para o Permiano da Bacia do Parnaíba ........................... 58 

 

 

 
LISTA DE SIGLAS 

 

FPTS- Floresta Petrificada de Tocantins Setentrional ........................................................ 11 

MNAFTO- Monumento Natural das Árvores Fossilizadas do Tocantins ............................. 11 

 
 
 
 

LISTA DE APÊNDICES 
APÊNDICE A 

Listagem do material coletado, proveniente de afloramentos da Formação Motuca 
(Bacia do Parnaíba) registrados na coleção do Laboratório de Paleobiologia da 
(UFT) Universidade Federal do Tocantins. (*) espécimes marcados com asteriscos 
foram utilizados em análises de crescimento .................................................................... 86 

APÊNDICE B 

Gráficos de sensibilidade anual ......................................................................................... 92 

APÊNDICE C 

Imagens de satélite da localização das fazendas e seus respectivos pontos de coleta .. 102 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 



9 

 

 

 
SUMARIO 

 

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 10 

2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................ 12 

2.1 Florestas petrificadas do mundo ............................................................................. 12 

2.2 Análises de anéis de crescimento em lenhos atuais ............................................. 15 

2.3 Análises de anéis de crescimento em lenhos fósseis ........................................... 18 

    2.3.1 Carbonífero ......................................................................................................... 18 

    2.3.2 Permiano ............................................................................................................. 19 

    2.3.3 Triássico .............................................................................................................. 20 

    2.3.4 Jurássico ............................................................................................................. 21 

    2.3.5 Cretáceo .............................................................................................................. 21 

    2.3.6 Paleógeno ........................................................................................................... 23 

2.4 Paleontologia da Bacia do Parnaíba ........................................................................ 23 

3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO E CONTEXTO...................................... 30 

3.1 Caracterização da área de estudo ........................................................................... 30 

3.2 Contexto estratigráfico ............................................................................................. 33 

4. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................................. 38 

4.1 Material ....................................................................................................................... 38 

4.2 Procedimentos de laboratório .................................................................................. 41 

    4.2.1 Laminação ........................................................................................................... 42 

    4.2.2 Seções planas .................................................................................................... 43 

    4.2.3 Registro fotográfico ........................................................................................... 44 

4.3 Técnicas de estudo ................................................................................................... 44 

5. RESULTADOS .............................................................................................................. 47 

5.1 Pontos de coleta inéditos ......................................................................................... 47 

5.2 Descrição macroscópica .......................................................................................... 47 

5.3 Descrição microscópica ........................................................................................... 52 

5.4 Descrição dos parâmetros de sensibilidade média e anual .................................. 54 

6. DISCUSSÃO ................................................................................................................. 57 

7. CONCLUSÃO ............................................................................................................... 65 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 66 

APÊNDICES ..................................................................................................................... 87 

 

 

 



10 

 

 

 

 

1- INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
  
 

 
Fonte: Do Autor (2013). 

 
 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
 



11 

 

 

A Floresta Petrificada de Tocantins Setentrional (FPTS) é citada na literatura 

científica como uma das mais importantes associações lignoflorísticas permianas de 

bioma Temperado Quente no Hemisfério Sul, sendo que Dernbach (1996) a 

referencia como uma das mais belas florestas fossilizadas do mundo. Estes registros 

estão, em parte, preservados pelo Monumento Natural das Árvores Fossilizadas do 

Tocantins (MNAFTO), uma unidade de preservação do tipo integral (DIAS-BRITO et 

al. 2007). 

A associação fitofossilífera preservada na área é composta por pteridófitas, 

esfenófitas e gimnospermas, sendo que a maioria dos fósseis encontrados são de 

pteridófitas arborescentes. Contudo, o estudo aqui apresentado se concentra em 

gimnospermas, as quais representam cerca de 1% da associação (DIAS-BRITO et 

al. 2007). Tal escolha se deve ao fato de que a metodologia utilizada visa à obtenção 

de dados quantitativos em relação aos anéis de crescimento, passíveis de 

tratamento estatístico, aplicável apenas a este grupo.   

As análises foram realizadas com o intuito de traçar inferências a respeito do 

paleoclima vigente durante o crescimento das árvores (Permiano) em comparação a 

dados prévios de outras naturezas (geológica, paleontológica). Os dados obtidos 

foram utilizados como proxy para o entendimento do clima no passado.  

Neste sentido, o objetivo do trabalho foi inferir sobre o paleoclima vigente no 

período Permiano na área do que hoje se conhece como FPTS, utilizando como 

base os padrões do crescimento de lenhos fósseis de gimnospermas encontrados 

na área do MNAFTO e na sua zona de amortecimento.  

Para tanto, a presente dissertação está estruturada em: 1) Introdução; 2) 

Referencial Teórico; 3) Caracterização da Área de Estudo e Contexto 

Estratigráfico; 4) Material e Métodos; 5) Resultados; 6) Discussão 7) 

Conclusão; e, por último, os Apêndices. 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 



12 

 

 

2 - REFERENCIAL TEÓRICO 

 

 

Para que o tema de estudo tenha uma base teórica consistente, apresentam-se 

aqui os seguintes itens: 2.1. Florestas Petrificadas do Mundo; 2.2. Análises do 

crescimento em lenhos atuais; 2.3. Análises de crescimento em lenhos fósseis 

2.4. Paleontologia da Bacia do Parnaíba– Síntese histórica. 

 

2.1. FLORESTAS PETRIFICADAS DO MUNDO 

Dezenas de florestas petrificadas têm sido registradas em todos os continentes 

ao longo de todo o Fanerozoico, a começar no Devoniano. 

Por beleza e significado científico, algumas florestas fossilizadas têm sido 

convertidas em áreas de proteção ou unidades de conservação. Monumentos 

estaduais e nacionais, além de parques nacionais, vêm sendo criados em diversos 

países, especialmente nos Estados Unidos e na Europa, o que reflete o nível de 

importância que as diferentes sociedades dão a estas ocorrências (DIAS-BRITO et 

al. 2007). 

A designação de “florestas petrificadas” é amplamente utilizada no meio 

científico. Inúmeros artigos examinados utilizam a expressão, ainda que raros sejam 

os casos em que os processos diagenéticos e tafonômicos sejam elucidados. 

Citações de florestas petrificadas são comuns desde meados do Século XIX. Um 

dos primeiros trabalhos científicos sobre “madeiras petrificadas” é o de Crossman 

(1831), no Arizona (CAPRETZ, 2010). 

A interpretação literal para o termo petrification seria espécime submetido à 

progressiva ação de litificação (MUSSA, 2004). Desta forma, a “petrificação” sensu 

stricto seria a total substituição da matéria orgânica por minerais (BUURMAN, 1972). 

Para Carson (1991) a silicificação é um processo que se dá por meio do 

aumento da concentração de sílica com o tempo, após o sepultamento dos vegetais. 

Esse processo seria concomitante à perda progressiva de água. Sendo que em 

alguns casos mais avançados, a sílica pode preservar microestruturas celulares. 

Para o autor, a silicificação não é uma substituição, mas uma permineralização de 

fato, na qual a estrutura orgânica age como uma “fôrma” para a deposição da sílica. 

Röβler (2006) caracteriza o processo de silicificação dos fósseis encontrados 



13 

 

 

em Chemnitz (Alemanha) como a ação de fluídos ricos em sílica, originários dos 

sedimentos vulcânicos, que preencheram células de fragmentos de caules e troncos, 

com a consequente geração de formas de polimorfos de quartzo densos, 

preservando sua estrutura anatômica. 

Capretz (2010) realizou uma compilação sobre as principais ocorrências de 

florestas petrificadas no mundo de acordo com os períodos geológicos (TABELA 1). 

O autor apresenta a definição do termo “floresta petrificada”, discutindo que esta 

denominação é amplamente utilizada mesmo que em pesquisas mais apuradas, 

realizadas em fontes bibliográficas. Para o autor, a utilização da expressão “floresta 

petrificada” latu sensu é utilizada para denominar a assembleia fossilífera quando 

seus fósseis vegetais são preservados tridimensionalmente. 

 

Tabela 1. Principais florestas petrificadas descritas para o mundo. 

     

Associação Idade Local Principais ocorrências Referências 
 
Flora de Rhynie  
 

 
Devoniano  

 
Escócia 

 
Flora petrificada 

 
Dernbach (1996), 
Dernbach; Tidwell 
(2002) 
 

Enjihoul Carbonífero Enjihoul, Bélgica  Dubiocarpon, 
Lepidophloios, Arthropitys 
e Psaronius 
 

Gerrienne et al. 
(1999) 

Lewis Creek Carbonífero Kentucky, Estados 
Unidos  
 

Ledidostrobus schopfii Brack (1970) 

Graissessac-Lòdeve Carbonífero Graissessac-Lòdeve, 
França 
 

Sigillaria brardii, Psaronius, 
Pecopteris, Calamites, 
Sphenophyllum e 
Cordaites 
 

Martín-Closas; 
Galtier (2005) 

MNAFTO Permiano Tocantins, Brasil  Pteridófitas arborescentes, 
Gimnospermas, 
Esfenófitas 
 

Dias Brito (2007) 

Bacia do Paraná Permiano Brasil Glossopteris, 
Pteridospermas 
 

Mussa et al. (1978), 
Mussa (1980), 
Mussa (1989), 
Merlotti (2000), 
Alves; Guerra-
Sommer (2000), 
Tavares et al. (2006), 
Tavares; Rohn 
(2009), Faria et al. 
(2009) 
 

Texas Permiano  EUA Walchia sp. 
Ulmannia, Pseudovoltzia, 
Podozamites sp. 
 

DiMichele et al. 
(2001) 

Montanhas 
Transantárcticas 

Permiano Antártica Flora Glossopteris Taylor et al. (1992), 
Pigg; Taylor (1993), 
MacManus (2002) 
 

Bacia de Karoo Permiano África do Sul Flora Glossopteris Adendorff et al. 
(2003), Bamford 
(2004) 



14 

 

 

 

Bowen 
 
 
Queensland 
 
 
Flora Unayzah 
 
 
 
Flora Hazro 

Permiano 
 
 
Permiano 
 
 
Permiano 
 
 
 
Permiano 
 
 
 

Australia 
 
 
Austrália 
 
 
Arábia Saudita 
 
 
 
Turquia 
 
 

Flora Glossopteris 
 
 
Flora Glossopteris 
 
 
Dadoxylon, Pecopteris, 
Cordaites, Neuropteridium, 
Fascipteris e Marattiopsis 
 
Flora semelhante à flora 
de Unayzah 

Pigg; McLoughlin 
(1997) 
 
Pigg; McLoughlin 
(1997) 
 
Lemoigne (1981) 
 
 
 
Lemoigne (1981) 
 
 

Sidney Permiano Austrália Flora Glossopteris Pigg; McLoughlin 
(1997) 

Bacia Saharjuri Permiano Índia Flora Glossopteris Banerjee (2005) 

Floresta Petrificada 
de Chemnitz 

Permiano Alemanha Pteridófitas 
Esfenófitas 
Gimnospermas 

Röβler; Noll (2002), 
Röβler; Galtier 
(2002,2003), Röβler 
(2006) 
 

Unayzah Permiano Sudeste asiático Dadoxylon Pecopteris Lemoigne (1981) 

Fm. Tayuan Permiano China Pecopteris, Psaronius, 
Botryopteris 

Hilton et al. (2001) 

Ghizhou  Permiano China Gigantonoclea 
ghizhouensis 
 

Li et al. (1994) 

Mata e São Pedro 
do Sul 

Triássico  Brasil Coniferophyta, 
Araucarioxylon, 
Rhexoxylon 

Minello (1994a, 
1994b, 1994c), 
Guerra-Sommer; 
Scherer (2000) 

Bacia de Karoo Triássico África do Sul Fitofósseis Bamford (2004) 

Arizona Triássico Estados Unidos Araucarioxylon Therrien; Fastovsky 
(2000), Dubiel et al. 
(1991) 
 

Gobi Jurássico  Mongólia Troncos silicificados Keller; Hendrix 
(1997) 
 

Xinjiang  Jurássico China Troncos silicificados McKnight et al. 
(1990) 
 

Cerro Cuadrado Jurássico Argentina Caules 
Silicificados (Pararaucaria 
patagonica), cones, 
plântulas e lenhos de 
Araucaria 
Mirabilis 
 

Stockey (1977), 
Hernandez-Castillho; 
Stockey (2002) 

Rio Negro Cretáceo Argentina Cycadales Artabe et al. (2004) 

Chubut Paleogeno Argentina Gimnospermas Brea et al. (2005) 

Piedra Chamana Paleogeno Peru  Angiospermas 
 

Woodcock; Meier 
(2003) 
 

Fm. Unga Paleogeno (Oligoceno) Estados Unidos  Troncos silicificados  Wilson et al. 
(1999) 
 

Lesvos 
 
            

Mioceno  Grécia Angiospermas, 
Gimnospermas e 
Pteridófitas 

Koufos et al. (2003) 

Fonte: Compilado de Capretz (2010). 

 



15 

 

 

No Brasil, merecem especial atenção (devido à quantidade e a qualidade de 

preservação dos fósseis) dois registros de florestas petrificadas: a Floresta 

Petrificada de Mata, localizada no Rio Grande do Sul, e a Floresta Petrificada do 

Tocantins Setentrional, localizada no estado do Tocantins. 

A Floresta Petrificada de Mata aflora principalmente nos municípios de São 

Pedro do Sul e Mata, ao sul da Bacia do Paraná. Estas florestas contêm alguns dos 

mais importantes registros de lenhos fósseis silicificados do planeta. Os fósseis 

ocorrem inclusos no Arenito Mata, relacionado a um sistema fluvial entrelaçado, ou 

encontram-se rolados sobre sedimentos de diferentes idades, na forma de 

fragmentos de pequeno e grande porte (GUERRA-SOMMER; SCHERER, 2002). Os 

lenhos fósseis consistem em formas gimnospérmicas, relacionadas a coníferas 

representando provavelmente uma flora mesofítica, originada por mudanças 

climáticas iniciadas na passagem Meso-Neotriássico (GUERRA-SOMMER; 

SCHERER, 2002). São conhecidos lenhos fósseis de coníferas (MINELLO, 1994a) 

de idade neotriássica (GUERRA-SOMMER et al., 1999; GUERRA-SOMMER; 

SCHERER, 2002; PIRES et al., 2005).  

A Floresta Petrificada do Tocantins Setentrional possui uma singular 

assembleia fossilífera permiana, com espécies comuns a diferentes províncias 

paleofitogeográficas, como a Flora Euroamericana e Gondwânica (RÖβLER; 

GALTIER 2002, 2003, RÖβLER; NOLL 2002, RÖβLER 2006), em especial a Flora 

Glossopteris, na Bacia do Paraná (ROHN; RÖβLER 1986, ROHN; RÖβLER 2000, 

TAVARES et al., 2006). 

 

2.2. ANÁLISES DE CRESCIMENTO EM LENHOS ATUAIS  

O crescimento das árvores, incluindo o crescimento radial, é controlado por 

uma combinação complexa de fatores relacionados com o clima. Análises 

quantitativas e qualitativas do crescimento arbóreo são informações de alta 

resolução de ambientes antigos, que facilitam os estudos de climas passados 

(GERARDS et al., 2007). 

  Segundo Vaartaja (1959) e Larson (1969) os anéis de crescimento em 

madeiras geram-se no xilema secundário, através da regulação da atividade 

cambial, após um período de dormência relacionada a ritmos endógenos associados 

a respostas ao foto-período. A presença desses anéis constitui um padrão constante 

em zonas temperadas durante amplos ciclos globais icehouse, quando os pólos 



16 

 

 

estão recobertos por calotas polares. 

  São vários os fatores que influenciam na geração dos anéis de crescimento, 

embora não esteja esclarecida a importância relativa de cada um destes elementos 

(KUMAGAI; MATSUNASA, 1995). Falcon-Lang (2000) estabelece relações entre 

anéis de crescimento em lenhos e longevidade foliar, concluindo que a simples 

observação direta de padrões xilemáticos pode prejudicar conclusões 

paleoclimáticas. 

 Já Schweingruber (1996) e Brison et al. (2001) consideram que o crescimento 

das plantas é influenciado por fatores genéticos, bióticos (envelhecimento, 

sensibilidade dos anéis de crescimento) e abióticos. Schweingruber (2007) refere 

que nos trópicos, apenas determinadas plantas consideradas sensitivas 

desenvolvem anéis de crescimento evidentes, quando adaptadas a solos bem 

drenados. 

Segundo Schweingruber (1992, 1996) anéis de crescimento podem ser 

registrados em todos os climas, sendo que a frequência de espécimes que os 

apresentam nas diferentes latitudes está relacionada à sazonalidade. Schweingruber 

(1996) relaciona tipos de climas e a formação de anéis de crescimento ou zonas de 

crescimento através de estudos com lenhos atuais da Europa, África, Austrália e 

América do Norte. Com base nestas análises, Schweingruber (1996) estabelece 

uma relação entre algumas condições climáticas e as características do crescimento 

arbóreo, onde:  

* nos trópicos, onde a sazonalidade é limitada e não há invernos frios mas há 

ocorrência de períodos de seca com ocasional precipitação, o período de 

crescimento das plantas varia de acordo com a espécie; 

* nas latitudes, onde ocorrem ciclos climáticos com invernos rigorosos a 

presença de anéis de crescimento constitui-se em padrão constante; 

* nos climas caracterizados por invernos com temperaturas médias e muitas 

chuvas originam-se nos lenhos dominantemente zonas de crescimento, sendo raras 

as plantas que constroem verdadeiros anéis; 

* em desertos e em regiões áridas as plantas exibem sempre zonas de 

crescimento. 

Schweingruber (1996) define zonas de crescimento como incrementos “fracos” 

que podem não ocorrer em toda a circunferência do caule. Nestas zonas, não há 



17 

 

 

uma clara delimitação da passagem de lenho tardio para lenho inicial, comum nos 

anéis de crescimento. 

Nos climas semiáridos, alguns autores efetuaram estudos sobre o crescimento 

arbóreo. Fritts (1969) e La Marche (1974) traçaram as seguintes postulações para 

climas semi-áridos: em um verão úmido de temperaturas amenas, os anéis de 

crescimento de plantas de terras baixas são largos pois as árvores beneficiam-se 

com a alta precipitação, e nas terras altas, os anéis são estreitos pois o crescimento 

arbóreo é limitado pelas baixas temperaturas; em verões quentes e secos, a relação 

é inversa, em altas elevações os anéis são largos e em terras baixas são estreitos. 

Já em regiões semiáridas com chuvas monçonais a atividade cambial começa no 

início do verão, mas é reprimida pelas secas de verão. As chuvas que começam no 

meio do verão estimulam a atividade cambial, que entra novamente em dormência 

no início do inverno. Em coníferas essas características causam padrões de 

densidade interanual variáveis, ou seja, grande variação na altura dos anéis de 

crescimento. 

Liphschitz (1986), estudando espécies arbóreas de Israel,  demonstrou que 

muitas espécies de desertos ou regiões semi-áridas seguem um ritmo de 

crescimento semelhante às árvores de clima temperado, isto é, com crescimento 

intermitente durante o inverno, gerando anéis de crescimento no lenho. Os padrões 

extremos dos anéis de crescimento nesses climas semiáridos e mediterrâneos estão 

relacionados de acordo com Fisher (1993) a ciclos anuais de precipitação. 

Em zonas temperadas com invernos moderados de clima boreal a subártico, as 

espécies com poucas exceções constroem anéis de crescimento. A atividade 

cambial é interrompida no outono e retomada na primavera. A formação de anéis de 

crescimento é reportada por Coster (1927, 1928) em espécies da  Indonésia, 

Mariaux (1967, 1969, 1970) em espécies do oeste da África e em espécies da 

América do Sul por Worbes (1994). Enquanto que em climas secos o crescimento é 

controlado por precipitações, em climas temperados a temperatura constitui-se no 

fator regulador (SCHULMANN, 1956). 

  Neste contexto, os métodos quantitativos que utilizam incrementos de 

crescimento como dados proxy são constantemente testados. Falcon-Lang (2005) 

realizou uma análise global da relação entre clima e parâmetros de anéis de 

crescimento em lenhos atuais. O autor conclui que há uma enorme variabilidade na 



18 

 

 

resposta do lenho ao clima indicando que o crescimento arbóreo é influenciado por 

fatores distintos, tais como taxonomia, ontogenia, ecologia e meio ambiente. A 

validade da utilização de parâmetros quantitativos de anéis de crescimento como 

indicadores de clima pré-quaternários é, portanto, questionável. Falcon-Lang (2005) 

sugere a aplicação de metodologias relacionadas a anéis de crescimento apenas em 

estudos bem delimitados onde os fatores como paleoclimas, ontogenia e fontes 

taxonômicas podem ser controlados, e com conjuntos de dados maiores. 

  As análises quantitativas e qualitativas de crescimento arbóreo como 

ferramentas para inferências paleoclimáticas têm sido largamente utilizadas em 

lenhos fósseis, gerando importantes contribuições em distintas paleoprovíncias 

florísticas com diferentes idades.  

 

2.3 ANÁLISES DE CRESCIMENTO EM LENHOS FÓSSEIS  

 A seguir, são compilados trabalhos nos quais se utilizou métodos quantitativos 

e qualitativos de análise de anéis de crescimento, sendo que estes estudos são 

apresentados por períodos geológicos, visando dessa forma facilitar o entendimento 

do tema. 

2.3.1 Carbonífero 

Creber e Chaloner (1984) relatam que lenhos fósseis abrangendo os últimos 

370 milhões anos representam um conjunto de armazenamento de dados 

paleoambientais, sob a ação de fatores internos e externos. Os dados relativos a 

fatores externos consistem da presença ou ausência dos anéis de crescimento, 

larguras dos anéis, proporções relativas de lenho inicial e lenho tardio e a natureza 

da transição entre estes tipos de lenho, falsos anéis e evidências de danos por 

animais ou incêndio, e ainda a ocorrência de lenho de reação. Embora os autores 

considerem os fatores internos, como por exemplo, a variação genética que irá 

conduzir a diferenças no lenho, postula-se que os fatores externos exercem uma 

influência maior do que os internos. Os autores propuseram uma classificação dos 

lenhos em seis tipo (A, B, C, D, E e O) utilizando o limite entre lenho inicial-lenho 

tardio como base diferencial. O limite é estabelecido pelas somas algébricas 

cumulativas dos desvios de cada célula com relação à média do diâmetro radial. As 

curvas das somas cumulativas tendem a zero, e os pontos onde estas curvas 

começam tender a zero são usados para determinar os limites entre lenho inicial e 



19 

 

 

tardio. Estes padrões de crescimento lenhoso são relacionados a condições 

ambientais específicas, a saber: A - transição abrupta lenho inicial/lenho tardio, anéis 

com pouco lenho tardio - deficiência hídrica ocorre abruptamente na estação de 

crescimento; B - transição gradual entre lenho inicial-lenho tardio, com uma larga 

banda de lenho tardio - longa estação de crescimento com suprimento hídrico 

adequado; C - menos comumente encontrado, indica crescimento em um ambiente 

com mudança gradual durante a estação de crescimento; D - indica crescimento em 

um ambiente relativamente uniforme com um evento terminal/cessação ou 

retardamento da atividade cambial; E - similar ao tipo D, representando o mesmo 

tipo de ambiente, contudo com o limite entre lenho inicial-lenho tardio menos 

marcado; O - sem anéis de crescimento, resulta de uma situação onde todos 

requerimentos para o crescimento em espessura estão constantemente presentes.  

Falcon-Lang (1999) examinou lenhos gimnospérmicos fósseis de dez 

localidades na Irlanda ocidental e sul da Escócia, datados no Carbonífero Inferior. 

Das 77 amostras de lenhos estudadas, 52% apresentaram anéis de crescimento 

com sutis limites de anéis descontínuos, e incrementos de largura estreita, mas 

variável. Esses anéis de crescimento foram qualitativamente e quantitativamente 

analisados e demonstram uma estreita semelhança com anéis de crescimento em 

lenhos atuais de floresta de Araucária. Os resultados apoiam interpretações 

paleoclimáticas anteriores, com base em evidências sedimentológicas, sugerindo 

que as ilhas britânicas experimentaram climas de monções durante o Carbonífero 

Inferior. 

Falcon-Lang et al. (2011)  relatam a ocorrência de vegetação seca sazonal, 

preservadas em posição de crescimento, numa extensão de 5 km, no Pensilvaniano 

(Kasimoviano Inferior) Novo México, Estados Unidos.  As análises da anatomia da 

madeira, diâmetro e densidade, juntamente com observações de traços vasculares e 

megaflora associada, demonstram que essa floresta era composta por coníferas 

decíduas (~ 100 árvores por hectare) com dossel aberto. Os anéis de destes lenhos 

mostram crescimento sobre condições sazonalmente secas.  

 
2.3.2 Permiano  

Na Formação Rio Bonito, no Estado de Santa Catarina, Permiano da Bacia do 

Paraná, Mayer (1989) analisou os aspectos anatômicos de lenhos gimnospérmicos 

gondwânicos com base no desenvolvimento lenhoso e em parâmetros de 



20 

 

 

"sensibilidade anual" e "sensibilidade média". Foram estudados 5 espécimes da 

localidade Rio Bonito e 5 espécimes do afloramento situado ao norte de Selete. O 

autor verificou as condições paleoclimáticas predominantes, levando-se em conta 

posicionamento amplo das associações estudadas, dentro das gimnospermas, sem 

a necessidade de classificação específica.  

Taylor e Ryberg (2007) descreveram lenhos permineralizados com anéis de 

crescimento bem preservados para o Permiano Superior e Triássico Médio das 

montanhas centrais Transantarticas.  A estrutura dos anéis dos lenhos, incluindo um 

grande número de traqueideos do lenho inicial e um baixo número de células de 

lenho tardio, fornecem evidências de que o crescimento nestas latitudes polares foi 

limitado por níveis de luz ao invés de fatores como disponibilidade de água e 

temperatura, como ocorre em florestas atuais de altas latitudes. Esses anéis de 

lenhos fósseis têm implicações importantes para a compreensão do crescimento 

lenhoso da parte aérea e da função do câmbio em grandes altitudes durante os 

períodos de calor global.  

Pires et al. (2011b) analisaram padrões de crescimento em lenhos 

gimnospérmicos procedentes da Floresta Petrificada do Tocantins Setentrional 

(FPTS), Filadélfia, Tocantins. Foram estudados 38 fragmentos de lenho 

gimnospérmicos parautóctones. A classificação parataxonomica baseada em 

xilotipos foi adotada neste estudo, que delimitou a presença de dois xilotipos. Pode-

se inferir para a época da deposição desta associação lignoflorística, com base na 

dominância do padrão de crescimento parcialmente interrompido, a vigência de 

fases de incrementos cíclicos muito frágeis no crescimento, originados em períodos 

de precipitações aperiódicas, intercalados com períodos de restrição hídrica, e 

apontam, portanto, uma estreita vinculação entre determinados padrões e nichos 

específicos dentro de um amplo paleoambiente fluvial.  

Wan et al. (2014) descreveram uma nova espécie de gimnosperma para a 

Formação Wuchiapingian (Permiano Superior), Noroeste da China.  Através das 

analises anatômicas os autores observaram a ocorrência de inúmeras interrupções 

de crescimento e ausência de anéis de crescimento verdadeiros dentro do caule, e 

sugerem uma sazonalidade fraca com pouca precipitação anual. As interrupções 

sugerem um clima úmido de curto prazo e secas não periódicas. 

2.3.3 Triássico 



21 

 

 

Pires et al. (2005) através de métodos dendrológicos proposto por Douglas, 

1928, estudaram uma associação de lenhos descritos como Sommerxylon 

spiralosus Pires et Guerra-Sommer, provenientes de um afloramento composto por 

depósitos arenosos fluviais do Triássico Superior da porção sul da Bacia do Paraná. 

As análises dos anéis de crescimento complementadas pelos dados geológicos 

forneceram informações sobre a periodicidade do crescimento relacionado aos 

ciclos sazonais. A fase de crescimento em cada ciclo se desenvolveu lentamente, e 

o período de crescimento foi relativamente uniforme. Em contraste, as fases 

periódicas com restrição de crescimento não foram extensas. Estes ciclos sazonais 

foram interrompidos por secas ocasionais durante a estação de crescimento, o que é 

indicado pela presença de falsos anéis de crescimento. Estes dados corroboram 

com estudos para ao clima do Triássico Superior.  

 

2.3.4 Jurássico 

Francis (1984), em estudo na porção basal da Formação Purbeck, ao sul da 

Inglaterra, identificou a presença de uma floresta fóssil, representada por 

gimnospermas bem desenvolvidas pertencentes ao Jurássico Superior. Os autores 

realizaram análises de anéis de crescimento de 20 sequencias transversais de 

lenhos. Os anéis de crescimento estreitos e variáveis indicam condições ripárias 

para o crescimento lenhoso, com condições altamente irregulares de ano para ano. 

A comparação com os dados de anéis de crescimento atuais sugere que o clima 

inferido para a Formação era do tipo mediterrâneo, com invernos úmidos e quentes, 

quando as árvores foram capazes de crescer, mas com verões quentes e áridos 

adequados para a formação de evaporitos. A sazonalidade deste clima fornece 

modelos paleoclimáticos recentes que propõem que tal clima prevaleceu ao longo de 

latitudes médias nas margens continentais durante o Mesozóico. 

Brison et al. (2001) propôs uma nova abordagem, com base no estudo da 

distribuição de tipos de anéis de crescimento proposto por Creber e Chaloner 

(1984). Estes autores analisaram dados de  643 amostras do intervalo Jurássico-

Cretáceo. Os autores concluem que o tipo de anel de crescimento em lenhos do 

Mesozoico não é determinado apenas por fatores climáticos, visto que são 

encontrados padrões semelhantes em lenhos de mesma classificação sistemática 

em diferentes latitudes. Bem como, concluem que análises paleoclimatológicas que 



22 

 

 

utilizam a classificação de anéis de crescimento em lenhos fósseis devem ser 

realizadas em assembleias grandes e taxonomicamente diversa. 

2.3.5 Cretáceo  

Lenhos de coníferas da Formação Prince Creek (Campanian-Maastrichtian), no 

centro da Encosta Norte, no Alasca (EUA) estudado por Spicer e Parrish (1990), 

possuem anéis de crescimento estreitos, falsos anéis abundantes, e altos índices de 

classificação de lenho tardio para inicial. Estas características são as mesmas em 

vários táxons, e sugerem que os verões eram amenos e com condições de 

crescimento variável.  

Francis e Poole (2002) ao analisar os anéis de crescimento nas florestas de 

coníferas da Península Antartica forneceram um registro de tendências climáticas 

para o Cretáceo. A estreita semelhança entre as curvas do anéis de crescimento e 

os dados de geoquímica sedimentar indica que, apesar dos controles internos e 

taxonômicos na formação de um anel de crescimento, um forte sinal externo pode 

ser detectado, o que corresponde aos padrões climáticos globais. 

Gerards et al. (2007) aplicaram métodos quantitativos de análise de anéis de 

crescimento em amostras de  coníferas do Cretáceo Inferior aflorantes na  Bacia 

Mons, Bélgica. Os resultados preliminares confirmaram que durante o início do 

Cretáceo, nesta Bacia predominava um clima tropical, com uma sucessão de 

estações seca e chuvosas bem marcadas (tipo de clima Aw de Koeppen). O 

coeficiente de sensibilidade média foi elevado (acima de 0,4) e indicou condições 

paleoambientais instáveis. 

Pires e Guerra-Sommer (2011), a partir da análise de anéis de crescimento em 

lenhos de coníferas silicificadas provenientes da Formação Missão Velha (Bacia do 

Araripe, Brasil), obtiveram importantes informações a respeito da periodicidade de 

produção lenhosa durante o início do Cretáceo, na região do Equador. Apesar das 

estimativas de temperatura em elevadas, os dados dendrológicos indicaram que o 

clima foi caracterizado pela alternância cíclica de períodos secos e chuvosos, 

influenciado por precipitações periódicas, típico das condições atuais de clima 

tropical úmido e seco ou savana.  A abundância de falsos anéis de crescimento pode 

ser atribuída tanto a secas ocasionais quanto a danos causados por artrópodes. Os 

dados paleoclimáticos obtidos nesse estudo corroboram com modelos que inferem a 



23 

 

 

ocorrência de um bioma de verões úmidos para o limite Jurássico Superior/Cretáceo 

Inferior ao sul do Equador. 

Pires et al. (2011a) relatam a ocorrência de um conjunto de coníferas 

silicificadas em arenitos eólicos da Formação Botucatu, Cretáceo Inferior, um 

paleoerg ao longo das margens da Bacia do Paraná (Brasil).  As características 

desta assembleia monotípica indicam a ocorrência de alguns períodos mais úmidos 

durante o clima árido predominante de um bioma semi-desértico. As condições de 

crescimento foram sazonais e com estresse durante o ciclo de vida. Parâmetros 

quantitativos que controlam o desenvolvimento dos anéis de crescimento podem 

estar intimamente relacionados com as condições ambientais locais, e não apenas a 

uma única consequência climática.  

Yang et al. (2013), analisando 49 espécies de Coniferales descobertas nas 

duas províncias florísticas do norte e do sul da China, utilizaram análises de anéis de 

crescimento de lenhos fósseis, que indicaram condições climáticas com variação 

sazonal em ambas as províncias florísticas do Norte e do Sul durante o Cretáceo 

Inferior. 

 
2.3.6 Paleógeno  

Kumagai e Matsunaga (1995) analisaram anéis de crescimento de lenhos 

fossilizados de duas áreas de florestas fósseis, de idade Paleoceno e outra para o 

final do Eoceno, no Canadá). Os lenhos mais abundantes foram Metasequoia e cf. 

Glyptostrobus sugerindo que estas florestas cresciam em ambientes de climas 

quentes a frios temperados. Foram encontradas diferenças significativas na largura 

do anel entre as duas florestas. Através de comparações com lenhos atuais 

constatou-se que essa diferença pode ser atribuída entre as características 

específicas das florestas e não às mudanças climáticas.  

 

Brea (1998) em análise dos anéis de crescimento de coníferas fósseis da 

Formação Meseta, Eoceno-Oligoceno, na ilha Seymour (Marambio), Antártica, 

utilizou métodos de dendrocronologia para estudar fósseis de Cupressinoxylon 

seymourense e Podocarpus sp. A. Os padrões de crescimento bem preservados 

forneceram informações importantes sobre a periodicidade de crescimento, que se 

assemelham a algumas espécies de árvores atuais que crescem em áreas com 

estações frias e quentes bem marcadas. 



24 

 

 

 

2.4 PALEONTOLOGIA DA BACIA DO PARNAÍBA– SÍNTESE HISTÓRICA  

 
A Bacia do Parnaíba é conhecida como sítio fossilífero desde o final do século 

XIX. Muitos são os pesquisadores que publicaram trabalhos de cunho geológico 

e/ou paleontológico. Santos e Carvalho (2009) apresentam um detalhado histórico 

sobre as pesquisas geológicas e paleontológicas realizadas na Bacia do Parnaíba 

até o ano de 2009 (TABELA 2). A denominação da Bacia foi proposta por Derby 

(1884, apud SANTOS; CARVALHO, 2009). 

Brongniart (1872) descreveu Psaronius brasiliensis como o primeiro fóssil 

vegetal do Brasil a ser mencionado na literatura (DOLIANITI, 1948). O lenho foi 

atribuído a camadas de arenito, ricas em sílex e madeiras silicificadas da Formação 

Pedra de Fogo, cujo nome foi proposto por Plummer et al. (1948). 

Posteriormente, foi realizada pesquisa geológica na área da Bacia, com o 

objetivo de verificar a ocorrência dos lenhos silicificados atribuídos a Psaronius, 

trabalho realizado por pesquisadores do Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil, 

(BRASIL, 1909). Já as formações geológicas da Bacia foram definidas por Lisboa 

(1914), enquanto Campos (1925) distinguiu os sedimentos portadores de Psaronius 

e os sedimentos do Cretáceo analisando localidades fossilíferas do Maranhão.  

 

Tabela 2. Compilação dos trabalhos publicados entre 1930 e 2001 acerca da 

geologia e paleontologia da Bacia do Parnaíba. Os temas gerais elencados foram 

organizados com base na forma de divulgação e assunto abordado. 

Tema geral dos trabalhos publicados Trabalhos 

 
Reconhecimento geológico 

 
MORAES REGO (1931,1933); LOEFGREN (1936); PAIVA; 
MIRANDA, (1937); KEGEL; COSTA (1951); BARBOSA; 
GOMES, (1957); KEGEL (1951, 1952, 1954, 1955, 1956, 
1957, 1961, 1965, 1966). 

  

Relatórios internos da Petrobrás BLANKNNAGEL (1952 1954); KREMER; CAMPOS (1955); 
ANDERSON; MENDONÇA (1960); AGUIAR (1961, 1964, 
1969, 1971); NORTHFLEET (1965); MELO; PORTO (1965); 
CUNHA (1964 1966); OJED AY OJEDA; BEMBOM (1966); 
MOLNAR; URDINEIA (1966); NORTHFLEET; NEVES 
(1967); NORTHFLEET; MELO (1967); OJEDA Y OJEDA; 
PERILLO (1967); DELLA PIAZZA; SANTOS (1967); 
ANDRADE (1968); CARNEIRO; PERILLO (1968); PERILLO; 
NAHASS (1968). MELO (1965 1968); MELO; PRADE 
(1968); PERILLO; NAHASS (1968); DELLA PIAZZA; 
ANDRADE (1969); CUNHA; CARNEIRO (1972); CARNEIRO 
(1974). 

  

Geologia PLUMMER et al. (1948); CASTER (1948); MÜLLER; 



25 

 

 

CAMPBELL (1949,1950); CAMPBELL et al. 
(1948,1949,1962); MESNER; WOLDRIDGE (1964); 
AGUIAR; NAHASS (1969); AGUIAR (1971); ALMEIDA et al. 
(1995); LOVATO et al. (1995). 

  

  

Relatórios de curso de graduação MABESOONE (1965, 1970, 1975, 1977); REZENDE; 
PAMPLONA (1970); BEÜRLEN (1965,1971a,b); REZENDE 
(1971); MIURA; BARBOSA (1972); COSTA et al. (1973); 
CRUZ et al. (1973a, 1973b); LEITE et al. (1975); OLIVEIRA; 
BARROS (1976); LIMA; LEITE (1978).  
CALDASSO (1978); SILVA; SOARES FILHO (1979); SILVA 
(1979); ARAÚJO; MIRANDA (1979); ARAÚJO (1979); 
SOARES FILHO (1979); MIRANDDE (1979); DELLA 
FAVERÁ (1990); COLARES; ARAÚJO (1990); COLARES et 
al. (1990); SOUZA et al. (1990); FIGUEIREDO et al. (1994); 
LOVATO et al. (1994); RODRIGUES et al. (1994a,b); 
ALMEIDA et al. (1995); LOVATO et al.(1995); GÓES (1995); 
GÓES; COIMBRA (1996); GÓES; ROSSETTI (2001); 
ROSSETTI  et al. (2001). 

Fonte: Compilado de Santos; Carvalho (2009). 

 

Com base nos dados avaliados, observa-se que o conhecimento 

paleontológico acerca da Bacia do Parnaíba no Estado do Tocantins foi gerado 

principalmente a partir de estudos realizados em rochas fossilíferas das formações 

Pimenteiras e Pedra de Fogo. Estas unidades geológicas possuem uma expressiva 

riqueza fossilífera representada por peixes ósseos, tubarões, anfíbios basais, 

invertebrados, coprólitos, estromatólitos e plantas (SANTOS; CARVALHO, 2009).  

Considerando a ordem cronológica dos trabalhos publicados, os vertebrados 

foram os primeiros a despertarem o interesse dos pesquisadores na área da Bacia 

do Parnaíba. Silva-Santos (1946) descreveu fragmentos de peixes encontrados em 

extratos do Paleozoico, Mesozoico e Cenozoico. Price (1948) descreveu o primeiro 

anfíbio fóssil do Brasil, descoberto em sedimentos da Formação Pedra de Fogo 

aflorantes no Estado do Maranhão, o qual denominou Prionosuchus plummeri. 

Peixes paleoniscídeos dos gêneros Palaeoniscus e Elonichthys e gastrópodes do 

gênero Pleurotomaria foram citados para a Formação Pedra de Fogo por Petri e 

Fulfaro (1983a). 

Santos (1990) descreveu o condrictes Itapyrodus punctatus a partir de dentes 

encontrados na Formação Pedra de Fogo, região de Pastos Bons, Maranhão. O 

mesmo autor descreveu dentes para o mesmo lugar atribuídos por ele à 

Anisopleurodontis price (SANTOS, 1994). 

Cox e Hutchinson (1991) descreveram um novo gênero de actinopterígeo o 

qual denominaram Brazilichthys, macrognathus pertencente à Formação Pedra de 

Fogo, também na região de Pastos Bons, Maranhão. Os autores descreveram 



26 

 

 

também restos de um anfíbio, Anisopleurodontis pricei. 

Com relação aos invertebrados descritos para a Bacia do Parnaíba, os 

principais resultados estão restritos ao Estado do Tocantins E Piauí. Gama-Junior 

(2008) analisou seções expostas no município de Palmas, onde identificou seis 

espécies de braquiópodes na Formação Pimenteira (Devoniano Médio). De acordo 

com o autor, a fauna identificada indica ambiente deposicional marinho em 

plataforma interna distal durante esse período na região.  

Ponciano et al. (2010),  através de uma revisão bibliográfica, descreve 

braquiópodes, biválvios, gastrópodes, tentaculitídeos, trilobitas, crinoides e 

fragmentos de plantas continentais para a Formação Cabeças na região de Oiti, 

Piauí. Os táxons ali presentes são do Devoniano Médio e de acordo com os autores, 

representam a transgressão marinha que inundou as bacias Paleozoicas brasileiras. 

Além disso, Ponciano et al. (2010) ressaltam a importância da preservação deste 

local para fins científicos e educação patrimonial na região.  

Scheffler et al. (2011) apresentam a primeira descrição de crinóides para a 

margem ocidental da Formação Pimenteira, Bacia do Parnaíba (Devoniano). Os 

autores identificaram três espécies novas deste grupo para a ciência, ressaltando 

que os dados gerados fornecem argumentos importantes para interpretações 

paleogeográficas em relação ao padrão de distribuição dos invertebrados nesta 

região de Gondwana. Além disso, os autores sugerem possíveis rotas de migração 

que teriam existido durante o Devoniano entre a área de estudos e o norte do 

Gondwana. 

Queiroz et al. (2013) registraram os primeiros afloramentos fossilíferos no 

entorno do Rio Balsas, Município de Santa Teresa, Estado do Tocantins em estratos 

da Formação Pimenteira, Devoniano da Bacia do Parnaíba com ocorrência de 

braquiópodes fósseis e fauna associada. Os autores identificaram três espécies já 

descritas anteriormente para a associação, Australocoleia palmata (MORRIS; 

SHARPE, 1846), Australospirifer iheringi (KAYSER, 1900) e Tropidoleptus carinatus 

(CONRAD, 1839). Para Queiroz et al. (2013), a presença dessa associação de 

braquiópodes caracteriza uma zona de mistura de águas frias, mornas e quentes 

durante o Devoniano na Bacia do Parnaíba demonstrando a capacidade de 

migração e tolerância desses indivíduos indicando assim uma possível conexão 

marinha entre as bacias do Amazonas, Paraná e Parnaíba. 

Schwanke e Souto (2007) realizaram um estudo com coprólitos permianos 



27 

 

 

coletados nos níveis aflorantes da Formação Pedra de Fogo no estado do 

Maranhão, atribuindo os condrictes como possíveis animais produtores.  

O registro de estromatólitos para Bacia do Parnaíba é efetuado por Faria-Jr e 

Truckenbrodt (1980).  Os autores descrevem estromatólitos para a Formação Pedra 

de Fogo, aflorante na região sul da cidade de Balsas, Maranhão. 

Com relação aos fitofósseis, os trabalhos realizados na Bacia do Parnaíba 

após os anos 80 abordam diferentes aspectos principalmente relacionados a 

descrições anatômicas, classificações sistemáticas e análises de crescimento 

arbóreo além de estudos bioestratigráficos, análises sobre a gestão do Monumento 

e sugestão de novas técnicas de coleta de dados paleobotânicos. Os achados 

paleobotânicos são em sua maioria registrados para a área do MNAFTO, com 

algumas exceções (Piauí, Maranhão). Também são em sua maioria de idade 

permiana, com exceção de carófitas cretácicas descritas por Vicalvi e Carvalho 

(2002). Nestes trabalhos os materiais paleobotânicos estudados são referentes a 

lenhos de gimnospermas, caules de pteridófitas e esfenófitas, folhas de pteridófitas e 

material palinológico.  

Vicalvi e Carvalho (2002) descrevem 18 exemplares de carófitas encontradas 

na localidade de Pirapemas, município de Cantanhede (Maranhão), atribuídas aos 

depósitos da Formação Itapecuru (Cretáceo). 

Com relação às gimnospermas, os trabalhos versam principalmente sobre 

classificações sistemáticas. Coimbra e Mussa (1984,1987) descreveram 

gimnospermas procedentes do Arenito Cacunda da Formação Motuca (Maranhão), 

através dos táxons Amyelon beloi e Carolinapitys maranhensis. Os autores também 

descreveram em arenitos subjacentes ao arenito Cacunda formas gimnospérmicas 

registradas como Cyclomedulloxylon parnaibensis e Cycadoylon brasiliensis.  Os 

registros mostram que além dos critérios climáticos demostrados pela dominância de 

formas pteridofíticas, outros parâmetros de natureza dendrológica em gimnospermas 

podem ser obtidos, tendo em vista a caracterização climática do intervalo estudado.   

Caldas et al. (1989) descreveram 33 lenhos gimnospérmicos fósseis para as 

margens do Rio Poti em Teresina, Piauí, como sendo pertencentes à Formação 

Pedra de Fogo. Dos exemplares descritos, 29 estavam em posição de vida, ou seja, 

posicionados verticalmente ou ligeiramente inclinados inseridos em camadas de 

arenito. 

Kurzawe et al. (2013a, 2013b) sugeriram novos gêneros e novas espécies de 



28 

 

 

gimnospermas para a área do MNAFTO. Kurzawe et al. (2013a) descreveram 

Damudoxylon buritiranaense, Damudoxylon humile, Damudoxylon roessleri, 

Kaokoxylon punctatum, Taenioptys tocantinensis e uma nova forma de Taeniopitys 

sp. Segundo os autores, essas espécies são provenientes exclusivamente de 

depósitos sedimentares da Formação Motuca. Kurzawe et al. (2013b) apresenta 

quatro novos táxons de gimnospemas para a Formação Motuca, a saber: 

Ductoabietoxylon solis, Scleroabietoxylon chordas, Parnaiboxylon rohnae e 

Parnaiboxylon sp. A presença de vários novos gêneros e espécies para Formação 

Motuca revelam a riqueza e a importância desta área para estudos paleobotânicos. 

Pires et al. (2011b) analisaram padrões de crescimento lenhoso em 

gimnospermas procedentes da Floresta Petrificada do Tocantins Setentrional. Neste 

trabalho, os autores analisaram 38 fragmentos de lenho gimnospérmicos 

parautóctones. Foi adotada a classificação parataxônomica neste estudo, que 

delimitou a presença de dois xilotipos. Pode-se inferir para essa associação 

lignoflorística com base na dominância do padrão de crescimento parcialmente 

interrompido, a vigência de fases de incrementos cíclicos muito frágeis, originados 

em períodos de precipitações aperiódicas, intercalados com períodos de restrição 

hídrica, que apontam uma estreita vinculação entre determinados padrões e nichos 

específicos dentro de um amplo paleoambiente fluvial.  

Com relação aos fósseis de pteridófitas (lenhos e folhas) e esfenófitas, citam-

se os trabalhos abaixo listados. 

Herbst (1992) descreveu Tietea derby para sedimentos permianos aflorantes 

na cidade de Carolina, Maranhão, enquadrados na Formação Pedra de Fogo. 

Posteriormente, na cidade de Araguaína a cerca de 60 quilômetros do local da 

pesquisa anterior, o mesmo autor descreveu uma nova espécie do gênero a qual 

denominou Psaronius sinuosus (HERBST, 1999). 

Iannuzzi e Scherer (2001), às margens do rio Manoel Alves, município de 

Carolina, Maranhão, assinalaram a presença de compressões e impressões de 

vegetais fósseis em depósitos da Formação Pedra de fogo, Bacia do Parnaíba, os 

quais foram definidos como Cyclostigma brasiliensis, Pecopteris sp. e 

Paracalamites? sp. 

Röβler e Noll (2002) descreveram lenhos de esfenófitas para a Formação 

Pedra de Fogo. Os fósseis foram descritos como Arthropitys sp., caules herbáceos 

de Sphenophyllum sp., além de caules gimnospérmicos arborescentes Dadoxylon 



29 

 

 

sp., todos encontrados na área do MNAFTO. 

Proveniente de uma localidade entre as cidades de Araguaína e Filadélfia, 

Formação Pedra de Fogo, a espécie Grammatopteris freitasii considerada a única do 

gênero para o Gondwana, foi descrita por Röβler e Galtier (2002a,b). Em outro 

trabalho dos mesmos autores são descritos caules de pteridófitas, também 

coletadas na área do MNAFTO como sendo do gênero Dernbachia, espécie-tipo D. 

brasiliensis (RÖβLER; GALTIER, 2003). 

Neregato (2012) descreveu em detalhe caules de esfenófitas encontrados na 

área do MNAFTO. Com base nas características anatômicas e morfológicas, o autor 

propôs cinco novas espécies: Arthropitys isoramis, Arthropitys tabebuiensis, 

Arthropitys buritiranensis, Arthropitys tocantinenses e Arthropitys barthelli. A espécie 

Arthropitys tabebuiensis assemelha-se significativamente a Arthropitys bistriata do 

Asseliano-Sakmariano de Chemnitz, Alemanha, o que corrobora com outras 

evidências paleobotânicas desta idade para a Formação Motuca e que sugere algum 

intercâmbio florístico entre a região da Bacia do Parnaíba e a Província 

Euramericana. 

Tavares (2012) realizou descrições morfo-anatômicas de samambaias 

arborescentes permianas (Marattiales), permineralizadas por sílica da Formação 

Motuca. Estes fósseis compreendem caules, folhas férteis, estéreis e raques. Duas 

formas já haviam sido registradas anteriormente, representadas por caules 

permineralizados, Tietia singularis e Psaronius arrojadoi. Outras quatro formas 

inéditas foram descritas, duas atribuídas em novos gêneros, representadas por uma 

folha fértil e por uma raque, e outras duas incluídas ao gênero Pecopteris, 

representadas por folhas estéreis.  

Tavares et al. (2014) descrevem pinas férteis de pecopterídeas provenientes 

da área do MNAFTO, atribuídas à Formação Motuca. Os autores indicam a presença 

de características xeromórficas, postulando que as plantas faziam parte de 

vegetação riparia em rios efêmeros e estavam adaptadas a longas secas sazonais e 

irradiação solar direta. 

O único trabalho palinológico realizado na região é o de Dino et al. (2002), 

onde foram identificados palinomorfos em testemunhos no membro Trisidela da 

parte superior da Formação Pedra de Fogo. Os autores descreveram grãos de 

pólens, acritarcos e algas Botrycoccus, que permitiram fazer correlações 

palinológicas com o topo da Formação Andirá, Bacia do Amazonas, e com a 



30 

 

 

Formação Oklahoma (EUA). Para os autores este paleoambiente poderia ser 

caracterizado como marinho costeiro sob condições de clima quente, podendo variar 

de árido a semiárido. A análise Palinológica apontou grande frequência de esporos 

de pteridófitas, o que sugere uma flora de baixa diversidade e alta dominância.  

Mais recentemente, artigos que discutem questões relacionadas à conservação 

do Monumento enquanto unidade de conservação vem sendo publicados. Nesse 

sentido, Kauffmann et al. (2013a) realizaram estudo de caso da atual situação do 

MNAFTO. Os autores consideram que este tipo de estudo pode ser caracterizado 

como uma ferramenta para a futura construção de diretrizes a serem assumidas 

pelos gestores para a transformação desse monumento em um geoparque. Mesmo 

protegido por lei, o MNAFTO sofreu com ações de depredação e tráfico ilegal, o que 

pode estar relacionado à fragilidade dos sistemas de proteção hoje existentes.  

Em outro trabalho, Kaufmann et al. (2013b) apresentaram um método de coleta 

de fitofósseis no MNAFTO com o objetivo de tradução da riqueza das lignoespécies. 

Metodologicamente, avaliaram cinco tipos de relevo pré-determinados pelo CPRM e 

três subclasses de localização de pontos de coleta. Os autores concluíram que 

existem diferenças na distribuição dos fitofósseis com relação a tamanho dos 

fragmentos e o tipo de relevo onde os depósitos se encontram, visto que os fósseis 

maiores ocorrem em subclasse de localização denominada “baixadas”, enquanto 

que nos topos de morro permanecem os fragmentos menores. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



31 

 

 

3 – CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO E CONTEXTO 

ESTRATIGRÁFICO 

 

3.1. Caracterização da área de estudo 

 A Bacia Sedimentar do Parnaíba ocupa uma área de 600 mil km2 da porção 

noroeste do Nordeste brasileiro. Esta bacia se desenvolveu sobre um embasamento 

continental durante o estágio de estabilização da Plataforma Sul-Americana 

(ALMEIDA; CARNEIRO, 2004). 

Dentro do contexto da Bacia, aflora uma das maiores florestas petrificadas do 

mundo, a FPTS, delimitada estratigraficamente por Dias-Brito et al. (2007) ao 

Neopermiano e a latitudes entre 23° e 28° Sul, de acordo com modelo proposto por 

Scotese (2002). 

A importância dessa associação lignoflorística levou à criação do Monumento 

Natural das Árvores Fossilizadas do Tocantins – MNAFTO (FIGURA 1A), uma 

unidade de conservação de proteção integral criada pelo Estado do Tocantins por 

meio da Lei Estadual nº. 1.179, de outubro de 2000 (D.O.E. 981). O MNAFTO situa-

se na Amazônia legal, no NNE do Estado de Tocantins, no município de Filadélfia, 

próximo à fronteira com o estado do Maranhão (FIGURA 1B). Outras manchas da 

FPTS ocorrem em Goiatins, Colinas do Tocantins e na região de Carolina, 

Maranhão.  

O MNAFTO é constituído por áreas particulares (conforme autoriza o §1o do 

artigo 12 da Lei 9.985/2000), nos termos que regem seu Plano de Manejo. O 

monumento abriga propriedades rurais, que tem como atividades econômicas a 

criação de bovinos e agricultura de subsistência. Estas atividades são agravantes 

para a preservação da UC, uma vez que a pecuária extensiva ocorre, por exemplo, 

com o emprego de queimadas para a limpeza e renovação dos pastos na estação 

seca, isto sem considerar a extração e comercialização ilegal de fósseis existentes 

no local, prática que era comum na região (MSR/OIKOS, 2005). 

 
        Figura 1. A) Mapa de localização da área do Monumento Natural das Árvores 

Fossilizadas de Tocantins (MNAFTO – retângulo no nordeste do TO) no contexto do 

Estado do Tocantins, Brasil. B) Detalhamento da delimitação do MNAFTO com a 

localização dos pontos de coleta do material utilizado neste estudo. 



32 

 

 

 

     Fonte: A e B, adaptado de Tavares et al. (2014). 

 



33 

 

 

 Atualmente, o Estado do Tocantins está sob o domínio climático tropical 

semiúmido, recebendo a classificação de AW – Tropical de verão úmido e período de 

estiagem no inverno de acordo com a classificação de Köppen (SEAGRO, 2010).  

 A temperatura média anual da região é de 26,3°C, com máximas e mínimas 

de 28°C e 25,3°C, registradas respectivamente nos meses de setembro e junho. O 

índice pluviométrico totaliza 1800 mm/ano, as chuvas concentrando-se de outubro a 

abril (mais de 90% do total médio anual). De janeiro a março as precipitações 

atingem 50% do total médio anual. De junho a agosto ocorre o mínimo das 

precipitações e a umidade relativa do ar fica em torno de 50%. O quadro climático é 

bastante variável, havendo anos em que o índice pluviométrico não atinge 850 mm. 

A dinâmica dos ecossistemas é regida pela forte sazonalidade na disponibilidade 

hídrica (DIAS-BRITO et al., 2007). 

 A vegetação dominante nessa região é a de cerrado (rupestre cerrado típico e 

cerradão). Também ocorrem florestas de galeria com elementos amazônicos, que 

dão lugar a buritizais, e pequenas manchas de florestas semidecíduas. Córregos 

perenes e temporários compõem a rede de drenagem com padrão 

dendrítico/subdentrítico. A área é um ecótono de grande importância biogeográfica 

(DIAS-BRITO et al., 2007). 

 

3.2. Contexto estratigráfico 

 Na paisagem do MNAFTO e da área de amortecimento (entorno) distinguem-

se dois patamares ou superfícies de aplainamentos, cujo contraste se traduz em 

grande beleza cênica. De acordo com Pinto e Sad (1986), o patamar inferior, entre 

200 e 250m, é em parte preservado pela presença de leitos de sílex do topo da 

Formação Pedra de Fogo ou pela silicificação do arenito basal da Formação Motuca. 

Já o superior, com cotas por volta de 500m, refere-se a topos de morros ou mesetas 

de bordas íngremes. Tais corpos, presentes no lado leste do MNAFTO, 

correspondem à Formação Sambaíba e se destacam em imagens de satélite 

CBERS (DIAS-BRITO et al., 2007). 

As rochas aflorantes no MNAFTO pertencem às formações Pedra de Fogo, 

Motuca e Sambaíba, constituintes do Grupo Balsas, com predomínio de 

afloramentos na Formação Motuca (DIAS-BRITO; CASTRO, 2005; DIAS-BRITO et 

al., 2009). 

A Formação Pedra de Fogo é inserida na sequência Neocarbonífera-



34 

 

 

Eotriássica (FIGURA 2), possuindo variada litologia que resultou da sedimentação 

em ambientes marinhos rasos restritos, costeiros e continentais, com planícies de 

sabkha, sobre ocasional influência de tempestades (GOÉS; FEIJÓ, 1994).  

Segundo Faria Jr. e Trukenbrodt (1980), a unidade ocorre em superfície na 

região centro-sul da bacia com espessura média de 100 m, apresentando variações 

laterais de acordo com a área analisada e pode ser dividida em: Membro Sílex 

Basal, Membro Médio e Membro Trisidela. 

Infere-se a predominância de um clima quente, com variações na umidade ao 

longo de sua história; carbonatos e evaporitos acumularam-se quando a bacia 

apresentava balanço hídrico negativo (LIMA; LEITE, 1978; FARIA; 

TRUCKENBRODT, 1980; OLIVEIRA, 1982; COIMBRA, 1983; GÓES; FEIJÓ, 1994; 

DINO et al., 2002).  

Com relação à idade, Price (1948), utilizando o anfíbio Prionosuchus, 

atribuíram idade Eopermiana para Formação Pedra de Fogo. Já Lima e Leite (1978), 

com base em esporomorfos, relacionaram a Formação a idades Eo/Mesopermianas. 

Todavia, no momento da publicação destes estudos, o Permiano ainda não era 

dividido oficialmente em Eo, Meso e Neo, dificultando qualquer correlação mais 

apurada. Dino et al. (2002), atribuíram idade Neopermiana para o Membro Trisidela, 

porém, estes autores sugerem forte correlação com a Formação Flowerpot, 

Oklahoma, EUA, a qual apresenta idade Artinskiana/Kunguriana, portanto 

Eopermiana (LUCAS, 2004). 

A Formação Motuca se originou em domínio continental, sobre variadas 

condições de sedimentação – fluvial lacustre e eólica - com transgressões marinhas 

episódicas na parte intermediária da seção e deposição de gipsita (LIMA; LEITE, 

1978). Segundo Dias-Brito et al. (2007), a base da Formação Motuca é dominada 

por sistemas continentais (fluvial, deltaico e lacustre), em contraposição à natureza 

de mar-restrito da Formação Pedra de Fogo. Arenitos com estratificação cruzada 

provavelmente representante de fácies de canais fluviais indicam paleocorrentes 

para NE (raramente SE).  

Abrantes-Júnior e Nogueira (2013) efetuaram a reconstituição paleoambiental 

das formações Motuca e Sambaíba. A Formação Motuca é constituída 

predominantemente por pelitos vermelhos laminados com lentes de gipsita, calcita e 

marga. Na porção leste da Bacia do Parnaíba, as fácies tornam-se mais arenosas 

com a ocorrência expressiva de arenitos com estratificação cruzada sigmoidal. Os 



35 

 

 

autores identificaram 11 fácies sedimentares para a Formação Motuca, que 

representam um ambiente desértico agrupados em associações de fácies Lacustre 

raso/Mudflat e Saline pan. O início da sedimentação Motuca é marcado pela 

deposição de espessas camadas de pelitos laminados em um extenso ambiente 

lacustre raso de baixa energia (influenciado esporadicamente por influxos de areias 

oriundas de rios efêmeros). Essa sedimentação em clima árido sugere que o nível 

de base estratigráfico (nível freático) encontrava-se relativamente elevado, com a 

predominância de subsidência local. 

Góes e Feijó (1994) sugeriram ambiente desértico com lagos associados e 

eventuais influências marinhas. Segundo Dias-Brito et al. (2007) a base Formação 

Motuca é dominada por sistemas continentais (fluvial, deltaico e lacustre), em 

contraposição à natureza de mar-restrito da Formação Pedra de Fogo. Arenitos com 

estratificação cruzada provavelmente representante de fácies de canais fluviais 

indicam paleocorrentes para NE (raramente SE).  Já Lima e Leite (1978) 

consideraram um clima árido pela predominância de sedimentos vermelhos, 

ferruginosos, e pela presença de evaporitos. 

Com relação à idade da Formação Motuca, a mesma tem sido atribuída a 

diferentes idades, do Mesopermiano ao Triássico (e.g., Mesopermiano: Petri e 

Fúlfaro (1983); Neopermiano: Mesner e Wooldridge (1964); Góes e Feijó (1994); 

Neopermiano-Triássico: Lima e Leite (1978).  Mesner e Wooldridge (1964) e Lima e 

Leite (1978) registraram a presença do gastrópode Pleurotomaria sp. e de peixes 

dos gêneros Paleoniscus e Elonichtys, atribuindo esta formação como sendo de 

idade neopermiana (FIGURA 2). 

A Formação Sambaíba localiza-se no topo do Grupo Balsas, sobrepondo a 

Formação Motuca. Com espessura superior a 400 m, a Formação Sambaíba é 

caracterizada por arenitos róseos avermelhados com abundantes estratificações 

cruzadas e raras intercalações de sílex laminado sendo aparentemente afossilífera 

(PETRI; FÚLFARO, 1983). Petri e Fúlfaro (1983) argumentam não haver razões para 

posicionar a Formação Sambaíba no Triássico. Góes e Feijó (1994), entretanto, 

admitem esta possibilidade. 

Faria Jr. (1984) considerou os arenitos com mega-estratificações cruzadas da 

Formação Sambaíba como característicos de depósitos eólicos, formando 

provavelmente campos de dunas, distribuídos em extensa planície continental. Góes 

e Feijó (1994) admitem ainda certa influência fluvial em cenário desértico. Para Dias-



36 

 

 

Brito e Castro (2005) esta unidade é de provável idade triássica, que recobre a 

seção permocarbonífera, a qual proporciona cenários magníficos de “mesas” na 

porção leste da área do MNAFTO. Já na porção oeste esta formação possui pouca 

espessura sendo essencialmente arenosa. A Formação Sambaíba pode ser 

abruptamente recoberta pelos basaltos da Formação Mosquito de idade triássica.  

A associação lignoflorística presente no MNAFTO tem sido tradicionalmente 

incluída na Formação Pedra de Fogo, de idade permiana segundo Dino et al. (2002), 

e por outro lado interpretações mais recentes têm incluído essa lignoflora na 

Formação Motuca de idade Permiano Superior (DIAS-BRITO et al., 2007; 

KURZAWE et al., 2013 a, b). 

Para Pinto e Sad (1986), que estudaram a estratigrafia na região entre 

Araguaína e Filadélfia (TO), a penúltima camada do terceiro ciclo dentro da 

Formação Pedra de Fogo (Membro Trisidela) é constituída por arenitos finos e 

siltitos carbonáticos e, a última camada por siltitos creme não carbonáticos. O início 

do quarto ciclo dentro do Grupo Balsas, já interpretado como Formação Motuca, 

inicia-se com arenito fino a médio, avermelhado e esbranquiçado com estratificação 

cruzada, onde foram encontradas madeiras silicificadas. Portanto, estes autores 

consideraram que os fósseis na região estudada devem pertencer à Formação 

Motuca. Esta interpretação foi aceita por Dias-Brito e Castro (2005) e Dias-Brito et al. 

(2007), que também realizaram estudos estratigráficos na região. 

Barbosa e Gomes (1957) relataram que não foram encontradas madeiras 

silicificadas em pacotes carbonáticos e enfatizaram que durante cerca de seis anos 

de trabalhos estratigráficos no Maranhão somente encontrou Psaronius in situ em 

folhelhos do topo da coluna paleozoica. É importante ressaltar que o topo desta 

coluna paleozoica se refere à Formação Pedra de Fogo, pois na época deste estudo 

a Formação Motuca era interpretada como sendo Triássica. 

A presente pesquisa, por fim, assume a posição tomada por Pinto e Sad (1986) 

e Dias-Brito et al. (2007), atribuindo os fitofósseis da Floresta Petrificada do 

Tocantins Setentrional à porção basal da Formação Motuca. 

 

 

 

 



37 

 

 

Figura 2. Detalhe da coluna estratigráfica da Bacia do Parnaíba com ênfase no 

intervalo Pensilvaniano Eotriássico. 

Fonte: Adaptado de Góes; Feijó (1994). 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



38 

 

 

4. MATERIAL E MÉTODOS 

 

4.1. Material  

Para o desenvolvimento desta pesquisa, os trabalhos de campo foram 

imprescindíveis, e realizados de forma sistemática com variável duração, visto que 

algumas localidades são de difícil acesso. Foram realizadas três expedições de 

campo no período de seca entre maio a agosto de 2013. Os fragmentos de lenho 

foram coletados de forma aleatória através de procura visual. A coleta foi amostral, 

ou seja, não foram coletados todos os fragmentos visíveis nos pontos de coleta, 

visto que em cada ponto há grande quantidade de fósseis. 

O material coletado corresponde a trezentos e dezessete (317) fragmentos de 

lenhos fósseis gimnospérmicos (APÊNDICE A) provenientes de cinco diferentes 

fazendas e nove pontos de coleta (TABELA 3, FIGURAS 3 e 4), localizados na área 

do Monumento Natural das Árvores Fossilizadas do Tocantins e entorno (FIGURA 1). 

Cabe ressaltar que neste trabalho os afloramentos são tratados como pontos de 

coleta, visto que em toda a área do monumento e entorno, os afloramentos de rocha 

que contêm fósseis ocorrem como manchas esporádicas e são muito abundantes 

em toda a área do MNAFTO e entorno, bem como contém grandes quantidades de 

fósseis. 

Todos os lenhos coletados são procedentes do mesmo nível estratigráfico, 

correspondendo à Formação Motuca, Permiano Superior (sensu DIAS-BRITO et al., 

2007; KURZAWE et al., 2013 a,b).  

Os fragmentos lenhosos coletados foram encontrados soltos, aflorados sob a 

rocha exposta no solo, visto que esta é a condição da maior parte da associação 

fitofossilífera ocorrente na região estudada, pois são poucas as exposições verticais 

de rochas da Formação Motuca. Os lenhos são encontrados sobre a rocha e não há 

orientação preferencial, sendo que estão paralelos ao acamamento.  

 

 

 

 

 

 

 



39 

 

 

Tabela 3. Descrição e localização dos pontos de coleta dos 32 espécimes 

analisados. 

 

Fonte: Do Autor (2014). 
 
 
 
 
 

 Fazendas Pontos de coleta Coordenadas 
geográficas 

UTM Localização 

 
1 

 
Fazenda 
Pequizeiro 
(Entorno) (Fig. 4) 

 
Afloramento Ponto 1 

 
S 07º19’ 10.0” 

W 047º40’20.4” 

 
-7.31944444444, 
-47.6723333333 

 
31 km a leste de 
Bielândia, TO 222, 
sentido Bielândia 
Filadélfia. Entrada 
para o povoado 
de Canabrava, 
lado esquerdo da 
estrada. 
 

 
Afloramento Ponto 2  

 
S 07º19’ 08.1” 

W 047º40’18.6” 

 
-7.31891666667, 
-47.6718333333 

 
2 

 
Fazenda 
Buritirana 
(MNAFTO) (Fig. 4) 
 
 
 
 

 
Afloramento Ponto 3 

 
S 07º27’ 42.5” 
W 047º42’42.7 

 
-7.46180555556, 
-47.7146388889 

 
19 km a leste de 
Bielândia, TO 222, 
sentido Bielândia 
Filadélfia. Entrada 
para o povoado 
de Inhuma, lado 
direito da estrada. 

 
Afloramento Ponto 4 

 
S 07º27’41.8” 

W 047º42’21.6” 
 

 
-7.46161111111, 
-47.706 

Afloramento ponto 5 
 

S 07º27’45.6” 
W 047º42’24.2” 

 

-7.46266666667, 
-47.7067222222 

 
3 

 
Fazenda Curicaca 
(Fig. 5) 
 

 
Afloramento ponto 6 

 
S 07º29’40.2” 

W 047º50’28.5” 
 

 
-7.4945, 
-47.84125 

 
1 km de Bielândia, 
TO 010, sentido 
Bielândia 
Palmerante. 
Entrada a 
esquerda da 
estrada. 
 

 
4 

 
Fazenda São 
Benedito 
(Entorno) (Fig. 5) 
 

 
Afloramento Ponto 7 

 
S 07º25’28.4” 

W 047º37’49.4” 
 

 
-7.42455555556, 
-47.6303888889 

 
31 km a leste de 
Bielândia, TO 222, 
sentido Bielândia 
Filadélfia. A sede 
da fazenda fica à 
esquerda da TO 
222, mas a 
entrada para os 
afloramentos fica 
à direita da 
estrada. 
 

 
5 

 
Fazenda 
Andradina 
(MNAFTO) (Fig. 5) 
 

 
Afloramento Ponto 8 

 
S 07º27’57.3” 

W 047º50’35.6” 
 

 
-7.46591666667, 
-47.8432222222 

 
3 km a leste de 
Bielândia, TO 222, 
sentido Bielândia 
Filadélfia.  
Entrada lado 
esquerdo da 
estrada. 

Afloramento Ponto 9     S 07º27’47.9” 
W 047º50’31.9” 

 

-7.46330555556, 
-47.8421944444 



40 

 

 

Figura 3. Pontos de coleta: A e B) Fazenda Pequizeiro, A) vista geral do afloramento 

com os fósseis aparentes em meio a vegetação; B) destaque para parte basal de 

uma pteridófita e alguns fragmentos de gimnospermas; (C, D e E) Fazenda 

Buritirana, C) detalhe de um lenho de gimnosperma com excelente grau 

preservação; D) vista geral do ponto 4, com fragmentos de lenhos aparentes e ao 

fundo as mesetas típicas da região; E) lenhos gimnospérmicos fragmentados. 

         
Fonte: Do Autor (2014). 
 



41 

 

 

Figura 4.  A) Fazenda Curicaca, pilha de fósseis coletados pela população local para 

venda, atividade ilegal que ocorria na região; B) Fazenda São Benedito, vista geral 

do ponto de coleta com alta concentração de lenhos fossilizados; C) vista geral do 

ponto 8; D) coleta de lenhos gimnospérmicos rolados. 

 
Fonte: Do Autor (2014). 
 

 

4.2. Procedimentos de laboratório 

A partir da coleta, foram desenvolvidas as atividades de curadoria junto ao 

material. Estas atividades envolveram basicamente o tombamento e a 

informatização do acervo paleontológico. O tombamento da coleção de fósseis 

incluiu procedimentos de lastreamento, registro, catalogação e condicionamento dos 

mesmos em local apropriado. Posteriormente, estas informações foram transferidas 

para o computador, através da utilização de programas específicos de banco de 

dados (ex.: Specify). Estas atividades objetivaram o levantamento preliminar do 

material, seu tratamento, bem como sua identificação e classificação.  



42 

 

 

 Para a realização da análise de crescimento lenhoso foram selecionados 32 

fragmentos (APÊNDICE A). Esta escolha se deu devido a limitações técnicas para a 

confecção de lâminas delgadas e seções planas. Desta forma, foram selecionados 

os lenhos com melhor preservação.  

 
 

4.2.1. Laminação 

Foram confeccionadas lâminas petrográficas no Laboratório de Laminação da 

UFRJ. A preparação foi efetuada de acordo com técnica específica para laminação 

nos três diferentes planos (transversal, longitudinal radial, longitudinal tangencial), 

conforme esquema da Figura 5. 

As lâminas foram caracterizadas quanto ao tipo de crescimento do lenho. Estas 

análises foram efetuadas em microscópio óptico de luz transmitida. As amostras 

fazem parte da coleção do Laboratório de Paleobiologia da Universidade Federal do 

Tocantins, Campus de Porto Nacional. A técnica utilizada para a confecção de 

laminas delgada dos lenhos fósseis utiliza o seguinte protocolo: 

 a) secar as amostras em estufa (30 a 40 °C) por cerca de uma semana;  

 b) cortar os lenhos na seção desejada – transversais, radiais e tangenciais –                            

com máquina com serra diamantada lubrificada com óleo; 

 c) retirar amostras menores dos fragmentos utilizando máquina com serra 

lubrificada com água; 

 d) lixar as amostras com carbeto de silício (320 – 500) e óxido de alumínio 

(1500 – 3000); 

 e) lixar novamente as amostras com carbeto de silício em uma placa de vidro; 

 f) lavar as amostras com sabão e água; 

 g) secar as amostras em estufa (50 por 24 horas); 

 h) colocar as amostras em lâminas de vidro com araldite CY 248 e 

endurecedor HY 95 (6:1); 

 i) secar as amostras em estufa (50 por 24 horas); 

 j) serrar o excedente de rocha das amostras em máquina lubrificada com 

água, deixando por mais ou menos 1 minuto. 

 k) lixar as amostras em máquina politriz até a obtenção da espessura 

desejada, primeiramente com carbeto de silício 320 em placa de vidro e 

posteriormente utilizar o óxido de alumínio 1.500; 



43 

 

 

 l) limpar as lâminas com xilol e etiquetar. 

O grau do polimento foi controlado através da observação em microscópio 

ótico, visto que a espessura da lâmina é diferenciada em relação às lâminas 

petrográficas de rocha.  

 

Figura 5. Desenho esquemático de lenho gimnospérmico evidenciando os diferentes 

cortes possíveis. 

Fonte: Raven et. al. (1996). 

 

4.2.2. Seções planas 

Visando observar e registrar os padrões de desenvolvimento do lenho, foram 

executadas seções planas dos eixos transversais em marmoraria, e posterior análise 

do material em lupa. 

As seções planas foram confeccionadas em marmoraria, seguindo o seguinte 

protocolo:  

a) Cortar as amostras em seção transversal; 

b) Lixar as amostras em máquina politriz com abrasivo Carbeto de silício 

(Csi) em pó diluído em água, seguindo a bateria de granulometria a 

seguir: 120; 220; 320; 500; 800; 1200; 2000; 

c) Lavar as amostras com água corrente.  



44 

 

 

 

4.2.3. Registro fotográfico 

As fotografias do afloramento e dos lenhos foram feitas com máquina Nikon 

D3100 18-55mm. O registro fotomicrográfico das lâminas delgadas dos lenhos 

fósseis foi realizado com sistema automático de fotografia acoplado a microscópio 

ótico de luz transmitida Carl Zeiss - modelo MC80.   

 

4.3. Técnicas de estudo 

As análises dendrológicas dos lenhos foram efetuadas a partir das lâminas 

delgadas e das seções planas transversais dos lenhos. 

As lâminas delgadas foram observadas em microscópico Carl Zeiss-modelo 

MC80 utilizando-se ocular graduada e tabela de conversão, com aumentos de 3,5 – 

10 e 40 X, sendo a observação efetuada nesse último aumento, com óleo de 

imersão. 

Nas análises microscópicas das lâminas delgadas foram analisadas as lâminas 

transversais e longitudinais dos lenhos. Foram elaboradas 19 lâminas transversais e 

20 longitudinais (radiais e tangenciais). Das 19 lâminas transversais elaboradas, 

somente três foram possíveis de análises microscópicas, visto que as demais estão 

em corte enviesado impossibilitando a observação das características de interesse.  

Sendo assim, as análises microscópicas foram realizadas alternativamente nas 

lâminas longitudinais. Os caracteres observados e medidos foram o diâmetro dos 

traqueideos, espessura das paredes e número de células por incremento de 

crescimento, que foram tomados considerando-se os limites entre as bandas claras 

e escuras dos lenhos. Devido à preservação diferencial dos tecidos nas diferentes 

seções, não foi possível realizar o mesmo número de medições em todos os 

caracteres anatômicos de cada espécime.  

Os incrementos de crescimento foram medidos diretamente nas seções planas 

com a utilização de um paquímetro analógico modelo Starrett 799, (FIGURA 6) 

sempre a partir do incremento mais interno (próximo à medula, mesmo quando esta 

não está presente) até o mais externo (próximo à casca). 

 

 

 

 



45 

 

 

Figura 6. Demonstração do processo de medição dos incrementos de crescimento. 

 

Fonte: Do Autor (2014). 

 

Devido a preservação incipiente de alguns espécimes, ocorreram dificuldades 

nas medições para obtenção dos índices propostos.  Para as medições das alturas 

dos incrementos de crescimento o ideal seria efetuar as medições seguindo-se o 

mesmo raio no lenho. Contudo, devido à preservação diferencial dos tecidos nas 

diferentes seções, não foi possível realizar o procedimento de medição da maneira 

ideal. As medições seguiram a mesma linha do raio até quando possível de serem 

observados os incrementos de crescimento. Quando não foi mais possível seguir a 

medição no mesmo raio, optou-se por medir a sequência observável a olho nu mais 

próxima do ponto marcado como limite da observação.  

Os dados observados, tanto macro como microscopicamente foram coletados 

em fichas para cada caractere analisado (macroscópicos - diâmetro maior e menor 

dos lenhos, altura dos lenhos, altura dos incrementos; microscópicos - diâmetro do 

traqueideo e espessura de parede) e posteriormente agrupados em fichas resumo 

(APÊNDICE A).  

Para a determinação do padrão climático com base no crescimento do lenho, 

foram utilizadas as análises baseadas em Sensibilidade Média e Sensibilidade 

Anual.  Estes métodos são usualmente utilizados em lenhos com anéis verdadeiros. 



46 

 

 

Contudo, parte-se do pressuposto que ambos os métodos verificam a variabilidade 

de crescimento arbóreo, comparando ciclos de crescimento e não crescimento (ou 

interrupção).  

 Sensibilidade média: é um método estatístico que verifica a 

variabilidade média na altura dos anéis de crescimento em uma série temporal de 

anéis, através das medidas das diferenças relativas na altura de um anel em relação 

ao próximo. O índice de sensibilidade média foi estabelecido por Douglas (1928), 

com variações de Schulmann (1956) e Fürst (1963). As alturas dos anéis de 

crescimento em sequência são tratadas como pares consecutivos e a diferença 

entre cada par é dividida pela média de altura do par de alturas analisado. Os 

valores obtidos podem variar entre 0,0 (quando não há variação) e 2,0 (quando há o 

máximo de variação). Um valor arbitrário foi estipulado para classificar as árvores em 

complacentes, que crescem em climas favoráveis e uniformes (SM menor que 0,3) e 

sensíveis, que crescem em climas oscilantes (SM maior que 0,3).  

  

=
𝐼

𝑛−𝐼
 ∑ |

2 (𝑥𝑡+1− 𝑥𝑡)

𝑥𝑡+1  + 𝑥𝑡
 

|𝑡=𝑛−1
𝑡=1  

 
 Sensibilidade Anual: é calculada em cada exemplar e representada 

através de histogramas onde se demonstra a variação de espessura dos diferentes 

anéis de crescimento do lenho, permitindo identificar a variabilidade climática ao 

longo da sequência dos anéis (BREA, 1998). 

O cálculo dos índices de sensibilidade média e sensibilidade anual (sensu 

DOUGLAS, 1928) foi realizado com a utilização de planilha do Microsoft Excel.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sensibilidade média: 

Onde, 
x = altura do anel 
t = ano do anel  
n = número de anéis da 
sequência 



47 

 

 

5. RESULTADOS 

 

Visando a organização dos resultados optou-se por separar este tópico em 

subtópicos, a saber: 5.1) Pontos de coleta inéditos; 5.2) Descrição 

macroscópica; 5.3) Descrição microscópica e 5.4) Descrição dos parâmetros 

de sensibilidade média e anual. 

 

5.1. Pontos de coleta inéditos 

Com relação aos pontos de coleta, dos nove pontos visitados, quatro não estão 

descritos até o momento na literatura especializada, e estão localizados na área de 

entorno do monumento.  Abaixo os pontos descritos na Tabela 3. 

- Fazenda Pequizeiro: pontos 1 e 2 onde se coletaram 41 e 39 fragmentos, 

respectivamente.  

- Fazenda Curicaca: ponto 6 com a coleta de 30 espécimes 

gimnospérmicos.  

- Fazenda São Benedito: ponto 7 com a coleta de 39 espécimes 

gimnospérmicos. 

 

5.2. Descrição macroscópica 

O processo de fossilização é o de permineralização celular (SCHOPF, 1975), 

sendo a sílica o componente permineralizante. Neste processo a sílica através de 

soluções saturadas em determinados íons, comumente carbonatos ou silicatos, 

penetram nos espaços intercelulares e no lúmen da célula após o evento de 

deposição do vegetal. Por processos intempéricos e microbiológicos, as células e os 

tecidos vão sendo decompostos, mas antes da decomposição completa das paredes 

das células, ocorre a precipitação de substâncias a partir dos íons em solução 

preservando a estrutura tridimensional do corpo vegetal.  

O diâmetro dos lenhos objeto deste estudo apresenta grandes variações entre 

os espécimes (1 a 25,5 cm), ficando a mediana entre 7 e 8 cm. A superfície externa 

dos espécimes é irregular e rugosa, sendo que muitas vezes apresenta coloração 

acinzentada (FIGURA 7 e 10), enquanto que as porções internas são silicificadas, 

onde se visualizam os incrementos de crescimento, em alternância de bandas claras 

e escuras. A maioria dos exemplares apresenta fraturas, algumas vezes preenchidas 



48 

 

 

por quartzo (FIGURA 9C e D).  

A grande maioria dos exemplares coletados correspondem a traqueidóxilos 

(fragmentos compostos somente de xilema secundário) (FIGURAS 8A, B, C, D e F). 

Em 13 espécimes, a medula encontra-se presente, e caracteriza-se por ser 

pequena, circular de assimétrica a centralizada (sensu MUSSA, 1982), com diâmetro 

médio de 2 cm (3 a 1,53 cm) (FIGURAS 7; 8E; 9C e D). Os detalhes anatômicos das 

medulas não foram observados devido à má preservação das mesmas 

(recristalização). A região periférica correspondente ao floema secundário e córtex 

não se encontra preservada em nenhum dos espécimes. 

As características da disposição dos incrementos de crescimento com seção 

transversal circular permitem inferir que os espécimes correspondiam a eixos 

caulinares (SCHWEINGRUBER, 1996). 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



49 

 

 

Figura 7. Superfícies transversais dos lenhos, A) PB1041 e B) PB1040 

demonstrando a coloração esbranquiçado-avermelhada, superfície interna com 

fraturas e medula parcialmente presente. 

 
Fonte: Do Autor (2014). 
 
 
 
 
 
 
 



50 

 

 

Figura 8. Seções transversais: A) PB996 coloração avermelhada-esbranquiçada, 

demostrando rachaduras; B) PB1001 limite dos incrementos evidenciados por 

bandas claras e escuras; C) PB870 espécime bastante fragmentado, limite dos 

incrementos visíveis, com pequenas aberturas elípticas na superfície externa; D) 

PB941 limites dos incrementos bem nítidos; E) PB978 medula parcialmente 

preservada, apresentando fraturas internas; F) PB947 traqueidóxilo evidenciando a 

alternância de bandas de incrementos cíclicos de crescimento. 

 

              Fonte: Do Autor (2014). 



51 

 

 

Figura 9. Seções transversais: A) e B) PB974. A) incrementos de crescimento 

visíveis; B) seção polida evidenciando o padrão dos incrementos; C) PB976 limite 

dos incrementos, parte da medula presente; D) PB668 fragmento com medula 

presente. 

Fonte: Do Autor (2014). 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 



52 

 

 

Figura 10.  A) e B) PB925. A) medula presente com rachaduras aparentes e aspecto 

achatado pela compressão lateral do processo de fossilização; B) vista lateral 

demostrando ausência de arredondamento e casca. 

 

Fonte: Do Autor (2014). 
 
 

5.3. Descrição microscópica 

O diâmetro radial dos traqueideos que compõem as bandas claras, que 

correspondem ao lenho inicial variou de 40 a 70 µm (média de 52 µm) com paredes 



53 

 

 

que variaram de 2 a 4 µm de espessura. O número de células de um incremento 

para o outro não pode ser definido visto que não há delimitação clara de limite 

(FIGURA 12). O contorno dos traqueideos não pode ser observado, visto que 

alternativamente para as descrições microscópicas utilizaram-se as lâminas 

tangenciais. Em alguns espécimes há conteúdo escuro, que pode ser atribuído a 

presença de resina (FIGURA 11).  

 

Figura 11. Lâminas delgadas A) PB974 seção radial - raios evidenciados (seta) B) 

PB1001 traqueideos evidenciados (seta inferior), conteúdo escuro (seta superior), 

que pode ser atribuído à presença de resina. 

Fonte: Do Autor (2014). 

 

Nas zonas mais escuras de lenho tardio analisadas microscopicamente, 

observou-se uma diminuição do lúmen dos traqueideos (variação de 16 a 28 µm) 

sem que, contudo haja espessamento de parede celular. Esta diminuição do lúmen 

não é cessada de forma abrupta, característica comum em anéis de crescimento 

verdadeiros, ou seja, não há passagem abrupta de lenho tardio para lenho inicial. No 

lenho tardio as células paulatinamente demonstram aumento de lúmen, e dessa 

forma, não é possível delimitar onde termina o lenho tardio e se inicia o lenho inicial. 



54 

 

 

Como não há uma nítida divisão de lenho tardio/lenho inicial, não há delimitação de 

verdadeiros anéis de crescimento (FIGURA 12). 

 

Figura 12. Seções transversais A) PB976 e B) PB947 evidenciando o padrão das 

zonas de crescimento (setas). C e D) PB 1001 vista geral do xilema secundário em 

diferentes escalas demostrando às zonas de crescimentos (setas). 

 

Fonte: Do Autor (2014). 
 

 

5.4. Descrição dos parâmetros de Sensibilidade Média e Anual 

Os incrementos de crescimento podem ser observados macroscopicamente na 

seção transversal de todos os espécimes, sendo evidenciados através da repetição 

de linhas concêntricas (bandas claras e escuras) (FIGURAS 6, 7, 8 e 12). 

 Os dados estatísticos foram obtidos de um total de 682 incrementos de 

crescimento observados nos 32 espécimes. O número mínimo de incrementos 

observado por espécime foi 11 e o máximo foi 37 (TABELA 4). A largura mínima nos 

incrementos de crescimento variou de 0.4 a 1.45 mm (média de 0,4 mm) e a largura 

máxima variou de 3.05 a 18.80 mm (média de 14.66 mm). A média na altura dos 

incrementos variou de 0.558 a 8.436 mm (média de 3.49). 



55 

 

 

A sensibilidade anual e média, bem como a variação na altura dos incrementos 

de crescimento lenhoso são representadas na forma de gráficos (APÊNDICE B). A 

sensibilidade média nos espécimes variou de 0.367 a 1.475 sendo que a média foi 

de 0.778. Todos os espécimes mostram valores considerados sensitivos.  O valor 

mínimo de sensibilidade anual é 0.004 e o máximo é 1.749 (TABELA 4).  

 

Tabela 4. Resultados das análises de crescimento lenhoso. Números em negrito: 

valores maiores e menores.  

 Amostras Número de 
incrementos 

de 
crescimento 

Largura 
mínima do 
incremento 

(mm) 

Largura 
máxima do 
incremento 

(mm) 

Média de 
espessura 

dos 
Incrementos 

Sensibilidade 
média 

MS 

Sensibilida
de anual 
mínima 

Sensibilida
de anual 
máxima 

 
1 

 
UFT 946 
 

 
26 

 

 
0.53 

 
8.25 

 
4.147 

 
0.704 

 
0.050 

 
1.734 

2 UFT 851-9 17 0.49 8.00 
 

2.554 0.705 0.184 1.464 

3 UFT 854-10 
 

26 
 

1.36 
 

8.45 
 

4.058 
 

0.554 
 

0.028 
 

1.117 
 

4 UFT 855-3 
 

20 
 

0.48 
 

9.78 
 

3.686 
 

1.136 
 

0.035 
 

1.642 
 

5 UFT 860 
 

29 
 

0.44 
 

10.25 
 

3.008 
 

1.243 
 

0.072 
 

1.617 
 

6 UFT 861 
 

14 
 

1.90 
 

18.80 
 

8.436 
 

1.013 
 

1.094 
 

1.537 
 

7 UFT 867 
 

21 
 

0.95 
 

6.49 
 

3.540 
 

0.637 
 

0.141 
 

1.363 
 

8 UFT 880 
 

25 
 

1.15 
 

13.24 
 

4.945 
 

0.838 
 

0.156 
 

1.462 
 

9 UFT 870-3 
 

37 
 

0.80 
 

10.20 
 

2.755 
 

0.722 
 

0.075 
 

1.518 
 

10 UFT 928-1 
 

24 
 

0.52 
 

8.15 
 

2.673 
 

0.863 
 

0.050 
 

1.378 
 

11 UFT 941 
 

21 0.81 
 

10.34 
 

4.140 
 

0.943 
 

0.282 
 

1.562 
 

12 UFT 947 
 

17 0.48 
 

3.05 
 

0.558 
 

1.475 
 

0.017 
 

1.496 
 

13 UFT 954 
 

31 0.68 
 

6.51 
 

2.525 
 

0.661 
 

0.081 
 

1.329 
 

14 UFT 955-1 
 

16 
 

1.45 
 

13.73 
 

4.430 
 

0.870 
 

0.163 
 

1.749 
 

15 UFT 974-1 
 

15 0.79 
 

4.60 
 

2.558 
 

0.798 
 

0.063 
 

1.342 
 

16 UFT 975 
 

23 
 

1.08 
 

6.65 
 

0.661 
 

0.671 
 

0.090 
 

1.405 
 

17 UFT 668 
 

21 
 

0.40 
 

7.75 
 

2.829 
 

0.638 
 

0.033 
 

1.690 
 

18 UFT 976 
 

22 
 

1.14 
 

14.66 
 

4.618 
 

1.073 
 

0.055 
 

1.683 
 

19 UFT 978-1 
 

18 
 

0.70 
 

8.89 
 

0.645 
 

0.645 
 

0.147 
 

1.577 
 

20 UFT 979-1 
 

19 
 

0.53 11.81 3.306 
 

0.781 
 

0.004 
 

1.484 
 

21 UFT 981-1 
 

24 
 

0.70 
 

3.90 
 

2.390 
 

0.596 
 

0.060 
 

1.582 
 

22 UFT 984-4 
 

17 
 

0.86 
 

5.44 
 

2.876 
 

0.719 
 

0.133 
 

1.282 
 

23 UFT 996 
 

19 
 

0.72 
 

5.78 
 

3.816 
 

0.595 
 

0.133 
 

1.554 
 

24 UFT 1001 
 

26 
 

0.71 
 

7.95 
 

3.593 
 

0.860 
 

0.045 
 

1.625 
 

25 UFT 1013 
 

12 
 

0.80 
 

4.43 
 

2.314 
 

0.367 
 

0.016 
 

1.366 
 

26 UFT 848 
 

25 
 

1.06 
 

11.11 
 

4.656 
 

0.665 
 

0.284 
 

1.413 
 

27 UFT 1040 
 

27 
 

0.94 
 

6.30 
 

3.433 
 

0.614 
 

0.158 
 

1.116 
 

28 UFT 1041 
 

11 
 

1.39 
 

10.08 
 

6.178 
 

0.713 
 

0.061 
 

1.430 
 

29 UFT 925 
 

25 
 

0.97 
 

7.45 
 

3.505 
 

0.478 
 

0.042 
 

1.275 
 



56 

 

 

30 UFT 882 
 

18 
 

0.41 
 

9.35 
 

4.057 
 

0.646 
 

0.131 
 

1.562 
 

31 UFT 883 
 

15 
 

1.38 
 

10.00 
 

4.885 
 

1.040 
 

0.352 
 

1.419 
 

32 UFT 985 21 0.96 8.15 3.937 0.651 0.077 
 

1.472 

 
 

 
Total/média 

 
682 

 
0.40 

 
14.66 

 
3.49 

 
0.778 

 
0.134 

 
1.529 

Fonte: Do Autor (2014). 
 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



57 

 

 

6. DISCUSSÃO 

 

 
Apesar de ter sido criada para proteger o patrimônio fitofossilífero da FPTS e 

de ter sofrido significativas mudanças em seus limites originais (DIAS BRITO et al., 

2007; CAPRETZ; ROHN, 2013; TAVARES et al., 2014a), os pontos de coleta inéditos 

apresentados neste trabalho demonstram que os afloramentos da FPTS ocorrem 

para além da área demarcada atualmente como MNAFTO.  

Dessa maneira, é possível que h