CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES 

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS 

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL 

  

 

  

 

 

 

 

 

 

A INFLUÊNCIA DO FENÔMENO EL NIÑO OSCILAÇÃO SUL – ENOS 

(LA NIÑA E EL NIÑO) NA OCORRÊNCIA DE INUNDAÇÕES NO VALE 

DO TAQUARI - RS 

 

 

 

 

Micheline Finatto Salini 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Lajeado, junho de 2011 



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Micheline Finatto Salini 

 

 

 

 

 

 

A INFLUÊNCIA DO FENÔMENO EL NIÑO OSCILAÇÃO SUL – ENOS 

(LA NIÑA E EL NIÑO) NA OCORRÊNCIA DE INUNDAÇÕES NO VALE 

DO TAQUARI – RS  

 

 

Monografia apresentada na disciplina de 
Trabalho de Conclusão de Curso, do 
Curso de Engenharia Ambiental, do 
Centro Universitário UNIVATES, como 
parte da     exigência para a obtenção do 
título de Bacharel em Engenharia 
Ambiental. 
 
Orientador: Everaldo Rigelo Ferreira 
Co-Orientadora: Grasiela Cristina Both 

 

 

 

 

 

Lajeado, junho de 2011 



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AGRADECIMENTOS 

 

 

Agradeço antes de tudo a Deus Pai, Filho e Espírito Santo, pois em todos os 

momentos tive a certeza da Sua presença, podendo sempre confiar em Sua 

provisão e aprendendo a viver na Sua dependência.  

Aos meus familiares, tios Paulo e Marcia, primos Carol, Amanda, João Pedro 

e Isadora, avós, em especial meus pais e irmão, Valdir, Ana e Pedro Henrique, os 

quais entenderam a ausência, auxiliaram com sua presença e intercederam por mim 

em suas orações. 

Aos meus queridos pastores Simone e Armando Castoldi, e todos os irmãos 

em Cristo pelo carinho e inúmeras orações.  

Aos professores desta universidade, em especial aos professores Everaldo R. 

Ferreira, Grasiela C. Both e Rafael R. Echkardt, pelas sempre bem-vindas 

sugestões,  correções, revisões  e pelo grande auxílio na realização deste trabalho 

de conclusão de curso.  

 

 

 

 

 

 

 



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RESUMO 

 

 

A região do Vale do Taquari é fortemente atingida por inundações decorrentes de 
enchentes que vem causando prejuízos a diversos segmentos da economia, 
afetando diretamente a sociedade. Esta situação leva a necessidade de se encontrar 
indicadores para tais eventos, permitindo um maior preparo das autoridades diante a 
possível ocorrência de um novo evento.  Buscou-se com o estudo, realizar o 
levantamento de dados de precipitação pluviométrica, períodos de atuação do 
fenômeno climático ENOS e eventos de inundações ocorridas na região. 
A proposta deste trabalho é de verificar se existe uma correlação entre os dados 
estudados, sendo o fenômeno ENOS o possível influenciador dos eventos de 
inundações sofridos na Bacia Hidrográfica do Rio Taquari-Antas. 
 
Palavras-Chave: Inundações. Enchentes. Fenômenos Climáticos. El Niño. La Niña. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



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ABSTRACT 

 

 

The region of Taquari Valley/RS region is seriously affected by floods caused by 
overflowing that has caused damage to several segments of the economy, directly 
affecting the company. This situation needs to find indicators for such events, 
allowing a greater preparedness of authorities on the possible occurrence of new 
event. We sought to study, conduct the survey data of rainfall, periods of operation of 
the climate phenomenon ENSO events and floods in the region.  
The purpose of this study is to determine whether a correlation exists between the 
data studied, the ENSO events influencing the possible flooding suffered in River 
Basin Taquari-Antas.  
 
Keywords: Floods. Floods. Climatic events. El Niño. La Niña. 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 



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LISTA DE FIGURAS 

 

 

Figura 1 – Fases do fenômeno ENOS, El Niño (fase quente) e La Niña (fase fria), 
onde as setas indicam a direção dosventos...........................................................................16 

Figura 2 – Padrão de circulação observada em anos de El Niño na região equatorial 
do Oceano Pacífico........................................................................................................................19 

Figura 3 – Comportamento da Célula de Walker em condições normais (A), em 
condições de El Niño (B) e condições de La Niña (C).........................................................20 

Figura 4 – Esquema das condições da atmosfera em anos de ocorrência de La 
Niña.....................................................................................................................................................22 

Figura 5 – Esquema das condições normais de circulação dos ventos.........................25 

Figura 6 – Desastres naturais na América do Sul entre os anos de 1975 e 
1999....................................................................................................................................................28 

Figura 7 – Panorama dos desastres naturais no Brasil entre 2000 e 2007..................28 

Figura 8 – Situação e localização do Vale do Taquari...............................................29 

Figura 9 – Regiões do Oceano Pacífico onde é feito o monitoramento da 
temperatura da superfície do mar (TSM) ..................................................................36  

 

 

 

 

 

 

 

 



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LISTA DE GRÁFICOS 

 

 

Gráfico 1 – Fenômeno, intensidade período de ocorrência ......................................39 

Gráfico 2 – Média mensal da precipitação ocorrida em períodos de Neutralidade 
Climática.....................................................................................................................40  

Gráfico 3 – Média mensal da precipitação ocorrida em períodos de La Niña ...........40  

Gráfico 4 – Média mensal da precipitação ocorrida em períodos de El Niño............41 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



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LISTA DE TABELAS 

 

 

Tabela 1 - Classificação do fenômeno ENOS nos últimos 32 anos usados no estudo.
 .................................................................................................................................. 37 

Tabela 2 – Ocorrência temporal dos fenômenos climáticos ...................................... 38 

Tabela 3 – Critérios para classificar a intensidade do fenômeno ENOS no estudo. . 38 

Tabela 4– Registro dos fenômenos, intensidade e ocorrência .................................. 39 

Tabela 5 – Relação entre fenômeno, intensidade e inundações ocorridas ............... 44 

Tabela 6 – Magnitude de Inundações ....................................................................... 45 

Tabela 7 – Magnitude das inundações para os fenômenos de ENOS ...................... 45 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 

 

 

ANA: Agencia Nacional de Água 

ENOS: El Niño Oscilação Sul 

TSM: Temperatura da Superfície do Mar 

EUA: Estados Unidos da América 

%: por cento 

OS: Oscilação Sul 

RS: Rio Grande do Sul 

IOS: Índice de Oscilação Sul 

CPTEC: Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos 

ZCIT: Zona de Convergência Intertropical 
0C: Graus Celsius 

m: metros  

mm: milímetros 

Km: Quilometro 

Km2: Quilometro quadrado 

Hab: Habitante 

ISDR: International Strategy for Disaster Reduction 

UNESP: Universidade Estadual Paulista 

DGA: Departamento de Geologia Aplicada 

L: Litro 

s: Segundos 

DRH: Departamento de Recursos Hídricos 



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SEMA: Secretaria do Meio Ambiente do Estado 

m3: Metros Cúbicos 

SEMC: Secretaria de Energia, Minas e Comunicação do Estado do Rio 

Grande do Sul 

FEPAGRO:  

CIH: Centro de Informações Hidrometeorológicas  

NOAA: National Oceanic and Atmospheric Administration 

SPAE: Sistema de Previsão e Alerta de Enchentes 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



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SUMÁRIO 

 

 

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10 
1.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 13 
1.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 14 
 
2 REVISÃO LITERARIA ........................................................................................... 15 
2.1 El Niño Oscilação Sul (ENOS) .......................................................................... 15 
2.1.1 El Niño ............................................................................................................. 18 
2.1.2 La Niña ............................................................................................................ 21 
2.1.3 Neutralidade Climática ................................................................................... 23 
2.2 ENOS e os efeitos nos Recursos Hídricos ...................................................... 25 
2.2.1 Enchentes e inundações ............................................................................... 27 
2.3 Vale do Taquari .................................................................................................. 29 
2.4 Enchentes no Vale do Taquari ......................................................................... 31 
 
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 33 
3.1 Procedimentos metodológicos ........................................................................ 33 
3.2 Coleta de Dados ................................................................................................ 33 
3.3 Tratamento de Dados ........................................................................................ 35 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 36 
4.1 Análise dos Fenômenos Climáticos.................................................................36 
4.1.1 Ocorrência do Fenômeno ENOS....................................................................36 
4.1.2. Intensidade do Fenômeno ENOS..................................................................38 
4.1.3. Análise da Variabilidade Pluviométrica........................................................39 

4.1.4. Inundações versus ENOS..............................................................................44 

4.1.4.1 Análise dos Eventos mais significativos...................................................46 
 
CONCLUSÃO............................................................................................................48 
 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 49 
ANEXO.......................................................................................................................56 

 



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1 INTRODUÇÃO 

 

 

Os desastres naturais que ocorrem no Brasil são, na sua maioria, de origem 

atmosférica. A precipitação, seja em excesso ou em escassez, é o elemento 

atmosférico que mais contribui para a ocorrência de desastres na região Sul do 

Brasil. Uma das consequências mais drásticas da ocorrência de chuvas intensas 

sobre uma determinada região são as inundações que ainda podem ser agravadas 

por outros fenômenos como ventos fortes, granizo, entre outros (TEIXEIRA; 

SATYAMURTY, 2004).  

Segundo informações obtidas na Agência Nacional das Águas (ANA, 2010), 

as enchentes são o tipo de desastre natural que ocorre com maior freqüência e que 

causa os maiores prejuízos, sejam materiais ou de vidas humanas. Estas absorvem 

1/3 de todos os recursos referentes à relocação humana e para a recuperação de 

infraestruturas destruídas.  

Na década de 1990, entre as pessoas atingidas por algum tipo de desastre 

natural no mundo, 75% foram vítimas de inundações decorrentes de enchentes. 

Também, segundo relatório da Universidade das Nações Unidas, divulgado em 

2004, o Brasil ocupa a sétima colocação no ranking mundial em número anual de 

pessoas atingidas por enchentes. Mais de 29 milhões de brasileiros correm o risco 

de serem vítimas de enchentes, sendo que, em média, cerca de 100 pessoas 

morrem anualmente vítimas de enchentes no Brasil (FERREIRA et al., 2008). 

A região do Vale do Rio Taquari, situada na Bacia Hidrográfica do rio Taquari-

Antas, no Rio Grande do Sul, sofre frequentemente com o fenômeno das enchentes 

em resposta às precipitações intensas, causando um impacto socioeconômico e 

ambiental nos municípios localizados às margens do Rio Taquari. A cada ocorrência 



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de um evento, a população ribeirinha precisa ser removida destas áreas inundáveis, 

onerando o poder público e retratando, assim, um problema histórico de uso 

inadequado do solo (FERREIRA et al., 2008). 

A possibilidade dos rios serem utilizados como fontes de água para o 

consumo humano, agricultura, vias de transporte de cargas, fonte de energia e lazer, 

estimulou a instalação de aglomerados humanos fazendo com que a maioria das 

cidades do RS crescesse de forma espontânea a margem do rio Taquari, 

enfrentando assim inundações e passivos ambientais decorrentes destas. 

(ECKHARDT, 2008). A ocupação inadequada do solo em áreas inundáveis provoca 

inúmeros efeitos negativos para a população ribeirinha a cada evento de enchente. 

Entende-se por inundações aquelas áreas atingidas pelo extravasamento de água 

do leito dos cursos hídricos, em épocas de alta precipitação pluviométrica, em locais 

habitualmente não submersos. 

Os principais impactos sobre a população consistem nos prejuízos com as 

perdas materiais e humanas, interrupção da atividade econômica das áreas 

inundadas, contaminação por doenças de veiculação hídrica e a contaminação da 

água pela inundação de depósito de material tóxico, estações de tratamento, entre 

outros (TUCCI; BERTONI, 2003). 

Com referência à precipitação, vários fatores afetam a variabilidade deste 

fenômeno na região Sul do Brasil, entre os quais destacam-se o El Niño e a La Niña 

que causam impactos na circulação atmosférica regional e global. Na região Sul do 

Brasil, Berlato et al. (2005) ressaltam que esses fenômenos geram precipitação 

pluvial superior e inferior à média climatológica, respectivamente. 

O fenômeno El Niño Oscilação Sul (ENOS) tem sido observado no mundão 

todo como possível influenciador no aumento da ocorrência de enchentes. Este é 

um fenômeno de grande escala, o qual afeta o tempo e o clima de diferentes locais 

na superfície terrestre e que tem sido bastante estudado nas últimas três décadas 

(PAULA, 2009). 

O ENOS se caracteriza por alterações ou anomalias da temperatura da 

superfície do mar (TSM) na região do Pacífico Equatorial, próximo à Costa Oeste da 

América do Sul. A condição normal de TSM na região Central da bacia do Oceano 



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Pacífico é a concentração de águas quentes na parte oeste e de águas frias na 

região leste. A essa condição normal das águas do Oceano Pacífico denomina-se de 

ano Neutro ou Neutralidade Climática. Quando as águas quentes migram para a 

região leste da bacia do Pacífico equatorial, define-se o El Niño, onde a anomalia de 

TSM é positiva, enquanto a La Niña é caracterizada quando a anomalia de TSM na 

região é negativa (GRIMM et al., 1998; BERLATO; FONTANA, 2003). 

As anomalias climáticas relacionadas ao fenômeno ENOS são persistentes e 

duram vários meses, principalmente na atmosfera tropical (ARAGÃO, 1986). Alguns 

exemplos são as secas na Indonésia, Austrália e norte do Nordeste do Brasil, e o 

contrário, como chuvas acima da normal ocorrendo no Peru, Equador e Ilhas do 

Pacífico central e leste. Existem também anomalias em latitudes extra-tropicais, 

como as temperaturas acima da normal no Alasca, Sudeste da Ásia, Sul e Sudeste 

do Brasil e chuvas acima da normal no Sudeste e Sul do Brasil, Uruguai e Norte da 

Argentina (CPTEC-2010, texto digital). 

Em vista desta situação torna-se necessário verificar qual a influencia do 

fenômeno ENOS sobre os eventos de enchentes na Bacia do rio Taquari-Antas. 

Verificada esta relação, a população ribeirinha poderá ser alertada quanto ao 

período de ocorrência do ENOS e consequentemente de eventos de inundações 

decorrentes das enchentes no Vale do Taquari-Antas. Muitos estudos já foram 

realizados visando o mapeamento e previsão de inundações no Vale do Taquari, 

mas nenhum trabalho buscou relacionar estes eventos com fenômenos climáticos, 

justificando-se assim o presente trabalho. 

 

1.1 Objetivo Geral 

O objetivo principal deste trabalho é avaliar a influência do fenômeno ENOS 

na ocorrência de inundações na bacia hidrográfica do Rio Taquari-Antas. 

 



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1.2 Objetivos Específicos  

- Levantar os anos de ocorrência de El Niño, La Niña e neutralidade climática, 

e suas respectivas intensidades; 

- Avaliar a precipitação pluviométrica nos ano de ENOS; 

- Avaliar a ocorrência de inundações e sua intensidade em anos de ENOS, La 

Niña e neutralidade climática; 

- Correlacionar os eventos de ENOS, precipitação e inundações mediante 

análise estatística de significância. 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



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2 REVISÃO LITERARIA 

 

 

2.1 El Niño Oscilação Sul (ENOS) 

O El Niño Oscilação Sul é um fenômeno que ocorre na região do Oceano 

Pacífico Equatorial e que afeta o tempo e o clima em diversos locais do Globo 

Terrestre (CANE, 2001, texto digital). O ENOS é constituído de dois componentes, 

um oceânico e outro atmosférico. O componente oceânico é caracterizado por 

anomalias da temperatura das águas da superfície do Oceano Pacífico Equatorial 

junto a costa oeste da América do Sul e é atualmente monitorado através da 

Temperatura da Superfície do Mar (TSM). O componente atmosférico também 

conhecido como Oscilação Sul (OS) foi registrado na década de 20, pelo matemático 

Sir Walker, que expressa a correlação inversa existente entre a pressão atmosférica 

nos extremos leste e oeste do Oceano Pacífico. Quando a pressão é alta a leste 

usualmente é baixa a oeste e vice e versa. O Índice de Oscilação Sul (IOS) é 

utilizado no monitoramento do componente atmosférico e é caracterizado por 

anomalias de pressão atmosférica na região de Darwin, norte da Austrália e do Taiti, 

na Polinésia Francesa (PHILANDER, 1990; GLANTZ, 2001).   

O fenômeno ENOS tem como região de origem o Oceano Pacífico Equatorial. 

Nesta região do Pacífico, em função dos ventos alísios, que sopram 

predominantemente de sudeste no Hemisfério Sul, há um padrão de circulação 

oceânica tal que, na costa da América do Sul, as águas são normalmente frias 

(ressurgência de águas profundas) e, no extremo oposto, região da Indonésia e 

costa Norte da Austrália, as águas são, em geral, quentes. Essas diferenças de 



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temperatura das águas entre o lado leste e o oeste do Oceano Pacífico, resultam em 

diferenças de pressão atmosférica na superfície e em uma circulação secundária da 

atmosfera nesta região conhecida como célula de Walker no sentido leste-oeste, 

com ascensão de ar na parte oeste do Pacífico Tropical e correntes descendentes 

do ar. Essa circulação atmosférica faz com que a parte oeste do Oceano Pacífico 

seja uma região de chuvas freqüentes e, de forma oposta, a parte leste, junto à 

costa na costa da América do Sul, seja uma região de chuvas escassas (CUNHA, 

1999). 

O fenômeno ENOS também apresenta duas fases (FIGURA 1), a fase 

quente/positiva e a fase fria/negativa. A fase quente ou fase positiva do ENOS é 

chamada de El Niño que se caracteriza por um aquecimento das águas 

simultaneamente com a diminuição da pressão atmosférica no Pacífico leste. A fase 

fria ou fase negativa, chamada de La Niña, é quando ocorre um resfriamento das 

águas e um aumento na pressão atmosférica na região leste do Pacífico (BERLATO; 

FONTANA, 2003; GRIMM et al., 1998). 

 
Figura 1 - Atuação do El Niño (fase quente) e La Niña (fase fria),com indicação da temperatura da 
superfície do mar.  
Fonte: Tiberiogeo (2008, texto digital).  

Em anos de El Niño, verifica-se, um enfraquecimento dos ventos alísios na 

região do Pacífico Equatorial. Com isso, há o deslocamento do ramo ascendente da 

célula de Walker para a parte central do Oceano Pacífico e as águas anomalamente 



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quentes do Oceano Pacífico Tropical chegam a atingir a costa da América do Sul, na 

altura do Peru e do Equador. Assim, passa a ocorrer ascensão de ar nessa região, 

fazendo com que a costa da América do Sul experimente chuvas acima da 

normalidade. Em condições de La Niña, há uma intensificação nas condições 

normais do oceano e da atmosfera na região tropical do Oceano Pacífico, a célula 

de Walker se intensifica, os ventos alísios sopram com mais intensidade, causando 

um aumento no carregamento das águas quentes para oeste, resultando em chuvas 

abaixo da normal na costa da América do Sul (BERLATO; FONTANA, 2003). 

Vários trabalhos mostram que na Região Sudeste da América do Sul que 

compõe Sul do Brasil, Nordeste da Argentina, Uruguai e Sul do Paraguai o 

fenômeno ENOS apresenta forte sinal, especialmente em relação à precipitação 

pluviométrica (RAO; HADA, 1990; STUDZINSKI, 1995; DIAZ et al., 1998; GRIMM et 

al., 1998). 

No Brasil, o impacto da fase quente e da fase fria do ENOS se dá 

principalmente sobre a precipitação pluviométrica das Regiões Sul e Nordeste, onde 

em anos de El Niño, a precipitação pluviométrica fica acima da normal climatológica 

na Região Sul, enquanto que na Região Nordeste é abaixo da normal, já para anos 

de La Niña, é o contrário (GRIMM et al., 1996; OLIVEIRA e SATYAMURTY, 1998; 

MARENGO; OLIVEIRA, 1998; DIAZ et al., 1998; BERLATO; FONTANA, 2003). 

Os resultados da análise de impactos do ENOS para várias regiões do Globo, 

embora com poucos dados observados no Sul do Brasil, sugerem que em anos de 

El Niño ocorre um excesso de precipitação em relação à normal climatológica. 

Resultados mostraram que em anos de La Niña, tendem a apresentar uma queda na 

quantidade de precipitação, sendo esta em geral inferior à normal climatológica 

(ROPELEWSKI; HALPERT, 1989). 

Estudos de GRIMM et al. (1996) são similares àqueles de Ropelewski e 

Halpert (1987, 1989), porém usando um conjunto de dados de precipitação bastante 

denso (250 estações) sobre a Região Sul do Brasil. Esse estudo reforçou a 

evidência da relação do excesso de precipitação nessa região com o fenômeno El 

Niño. Em várias localidades do Sul do Brasil os efeitos devido ao fenômeno El Niño 

já começam a ser notados em várias subregiões a partir da primavera do ano do 



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fenômeno e que, em geral, o Sul do Brasil apresenta um forte e consistente padrão 

de anomalias de precipitação associados aos extremos de ENOS, mais forte que na 

Argentina e Uruguai. 

 

2.1.1 El Niño 

O aquecimento ocasional das águas superficiais no Oceano Pacífico central e 

oriental é chamado de El Niño. Em condições normais, os ventos alísios sopram de 

Leste para Oeste ao longo do Equador, acumulando água quente na camada 

superior do Oceano Pacífico tropical perto da Austrália e da Indonésia. Nessa região 

de águas superficiais quentes, a atmosfera é aquecida criando condições favoráveis 

para a convecção e precipitação. Nos níveis superiores da atmosfera os ventos 

sopram de Oeste para Leste, completando a circulação atmosférica de grande 

escala chamada Circulação de Walker (CPTEC, 2010). 

Muitas vezes o princípio de um episódio do El Niño é anunciado alguns 

meses antes do Natal pelo aparecimento de águas mais quentes do que o normal 

perto da costa do Peru e Equador (FERREIRA, 2005). 

O nome “El Niño”, que vem do espanhol “o menino Jesus”, foi dado a esse 

fenômeno por pescadores peruanos, que observaram os aumentos sazonais da 

temperatura das águas superficiais do oceano na época de Natal. Em intervalos 

irregulares, tipicamente de 03 a 05 anos, a intensidade dos ventos alísios diminui 

permitindo que a camada de águas superficiais quentes do Pacífico se desloque ao 

longo do equador em direção à América do Sul. Como é de se esperar esse 

deslocamento de águas quentes tem importantes repercussões na atmosfera.  

A convecção a precipitação que normalmente ocorrem no Oceano Pacífico 

ocidental acompanham as águas superficiais quentes em seu deslocamento em 

direção ao continente sul americano, causando chuvas mais abundantes do que o 

normal no Norte do Peru, Equador, e outras regiões tropicais da América do Sul. 

Enquanto isso, na parte Oeste do Oceano Pacífico o mecanismo de produção de 

precipitação cessa, causando secas na Austrália e Indonésia (FERREIRA, 2005). 



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Figura 2 – Padrão de circulação observada em anos de El Niño na região equatorial do Oceano 
Pacífico.  
Fonte: Pacific Marine Environmental Laboratory (PMEL/NOAA). 

Observa-se que os ventos em superfície, em alguns casos, chegam a mudar 

de sentido, ou seja, assumem a direção de oeste para leste. Há um deslocamento 

da região com maior formação de nuvens e a célula de Walker fica bipartida. No 

Oceano Pacifico Equatorial podem ser observadas águas quentes em praticamente 

toda a sua extensão. A termoclina fica mais aprofundada junto à costa oeste da 

América do Sul, principalmente devido ao enfraquecimento dos ventos alísios.  

A Figura 3 mostra a diferença entre os perfis de temperatura ao longo do 

Equador durante o verão de um ano normal, 1996, e o verão de 1997, um ano de 

ocorrência forte do fenômeno El Niño. Em 1996 as águas superficiais mais quentes, 

em torno dos 30 ʹC, localizavam-se no Pacífico Ocidental. Já no Pacífico Oriental, a 

temperatura das águas chegava a 20 graus. Durante o El Niño de 97, as águas 

superficiais mais quentes foram deslocadas para a parte central do Oceano Pacífico 

ao passo que as águas superficiais da parte Leste do Pacífico foram aquecidas 

atingindo temperaturas acima de 25 graus. Uma diferença menor na inclinação 

vertical das isotermas é observada durante o episodio de El Niño do que a inclinação 

vertical das isotermas durante o ano normal.  



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Figura 3 – Comportamento da Célula de Walker em condições normais (A), em condições de El Niño 
(B) e condições de La Niña (C).  
Fonte: Ambiente Brasil. 

Estudo da Nasa garante que o episódio do El Niño esta ocorrendo mais cedo 

no ano do que outros episódios do El Niño. Exemplo disso é o El Niño do Século 20, 

em 1982/83 ocorreu mais tarde no ano com as maiores anomalias de temperaturas 

em fevereiro.   

Durante um El Niño, as águas equatoriais quentes aquecem a atmosfera 

durante vários meses. A atmosfera responde a este aquecimento produzindo um 

padrão alternado de sistemas de baixa e alta pressão, os quais por sua vez afetam 

profundamente a direção do vento local e inclusive as condições de tempo longe do 

Pacífico equatorial. Na América do Norte, os centros de baixa pressão localizados 

ao Sudoeste do Alasca e no Sudeste dos Estados Unidos afetam o tempo no Oeste 



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do Canadá, e nas planícies setentrionais e região Sudeste dos EUA (FERREIRA, 

2005). 

Também podem ser observados diferentes impactos na América do Sul e no 

Brasil, causados pelo fenômeno El Niño. Na Colômbia e noroeste do Peru e Equador 

nota-se um aumento das chuvas e vazões dos rios. Já o anti-planalto do Peru-

Bolívia é atingido por períodos de secas. Na região Sul do Brasil ocorrem 

precipitações abundantes principalmente na primavera e chuvas intensas de maio a 

junho, juntamente com o aumento da temperatura média.  Nas regiões Norte e 

Nordeste há diminuição da precipitação e secas, aumentando o risco de incêndios 

florestais. Já nas regiões Sudeste e Centro-Oeste ocorrem um moderado aumento 

das temperaturas médias, porém não há padrão característico de mudanças de 

chuvas (FERREIRA, 2005). 

 

2.1.2 La Niña 

O uso do termo La Niña, também de origem espanhola, que significa “a 

menina”, pois este fenômeno caracteriza-se por ser o oposto do El Niño. Isso porque 

enquanto o El Niño é devido ao aumento da temperatura do oceano pacífico, a La 

Niña ocorre devido a diminuição da temperatura ocasionada pelo aumento da força 

dos ventos alísios. Podendo ainda ser chamado de episódio Frio, ou El Viejo (“o 

velho”, em espanhol).  

Ao aumentar a intensidade dos ventos alísios, o fenômeno de ressurgência 

(afloramento das águas profundas do oceano – mais frias e com mais nutrientes) 

das águas do Pacífico tende a se intensificar e ocorre a diminuição da temperatura 

da superfície oceânica.  

Além disso, a corrente atmosférica tende a “empurrar” as águas mais quentes 

com maior força, fazendo com que ela se acumule mais a oeste do que ocorreria 

normalmente.  

Ao contrário do que seria de se esperar pela afirmativa de La Niña ser o 

oposto do El Niño, os efeitos causados nas correntes atmosféricas são praticamente 

os mesmos: a maior concentração de águas quentes a oeste do Pacífico gera uma 



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área onde a evaporação também é maior. Intensificando o processo da célula de 

circulação de Walker (o ar quente sobe na região de águas mais quentes, ao mesmo 

tempo em que o ar mais frio desce na região oposta, gerando um ciclo). 

 
Figura 4 – Esquema das condições da atmosfera em anos de ocorrência de La Niña. 
Fonte: CPTEC (2010, texto digital). 

Outro ponto interessante é que os valores das anomalias de temperatura da 

superfície do mar (TSM) em anos de La Niña têm desvios menores que em anos de 

El Niño, ou seja, enquanto observam-se anomalias de até 4,5ºC acima da média em 

alguns anos de El Niño, em anos de La Niña as maiores anomalias observadas não 

chegam a 4ºC abaixo da média. Em geral, episódios La Niña também têm freqüência 

de 02 a 07 anos, todavia tem ocorrido em menor quantidade que o El Niño durante 

as últimas décadas. Além do mais, os episódios La Niña têm períodos de 

aproximadamente 09 a 12 meses, e somente alguns episódios persistem por mais 

que 02 anos (CPTEC, 2010, texto digital). 

Na América do Sul os impactos da La Niña também podem ser percebidos. 

Na Colômbia costumam ocorrer chuvas abundantes e enchentes. No oeste do Chile 

e da Argentina ocorre diminuição da precipitação de outubro a dezembro, e no 

Uruguai e no Peru a tendência é de diminuição das chuvas, ocasionando secas 

intensas (CPTEC, 2010, texto digital). 

Seus efeitos sobre o Brasil divergem daqueles causados pelo El Niño. Na 

região Norte e Nordeste ocorrem chuvas mais abundantes e aumento da vazão dos 

rios, enquanto que na região Sul ocorre secas prolongadas.  Nas regiões Centro-



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oeste e Sudeste os efeitos são pouco previsíveis podendo variar de ocorrência para 

ocorrência. 

 A região com grande quantidade de chuvas é o nordeste do Oceano Índico à 

oeste do Oceano Pacífico passando pela Indonésia, e a região com movimentos 

descendentes da célula de Walker é no Pacífico Equatorial Central e Oriental. É 

importante ressaltar que tais movimentos descendentes da célula de Walker no 

Pacífico Equatorial Oriental ficam mais intensos que o normal o que inibe, e muito, a 

formação de nuvens de chuva (CPTEC, 2010, texto digital) 

Segundo Reckziegel (2007), entre os anos de 1980 e 2005, foram registradas 

2.836 ocorrências de desastres desencadeados por estiagens. Os anos de 2004 e 

de 2005 foram os que registraram os maiores números de municípios atingidos por 

estiagens, com 458 e 406 ocorrências, respectivamente. Para Santa Catarina, no 

período de 1980 a 2003 ocorrem 492 estiagens (HERRMANN, 2006). Percebe-se 

que os eventos de estiagens são concomitantes aos períodos de ocorrência de 

ENOS e a influencia que este apresenta no clima do Planeta.  

De acordo com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Paraná (2008), 

para o período de 1980 a 2006, no Estado foram observadas 327 ocorrências de 

desastres desencadeados por estiagens. O maior número de ocorrências foi 

observado nos anos de 1984, 2005 e 2006. O período de 1988-1989 classificou-se 

como de forte atuação da fase negativa (La Niña) da oscilação Sul no Pacífico e 

assim, apresentou desvios negativos de precipitação na região Sul, ou seja, 

períodos de baixa precipitação. As anomalias negativas de precipitação foram 

identificadas no inverno e primavera de 1988 (CPTEC, 2010, texto digital). 

 

2.1.3 Neutralidade Climática 

A Neutralidade Climática, também chamada de Anos Neutros representam 

períodos de tempo, onde não há ocorrência de nenhum fenômeno climático, ou seja, 

nestes anos não há influencia de fenômenos como El Niño e La Niña 

(CPTEC/INPE,2010, texto digital).  



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Nos anos neutros o padrão de circulação dos ventos alísios atua nos baixos 

níveis da atmosfera e sopram na faixa equatorial no sentido leste-oeste.  Estes 

ventos sopram de nordeste no Hemisfério Norte e de sudeste no Hemisfério Sul. Os 

alísios contribuem para a formação de uma extensa banda de nebulosidade 

conhecida por Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). No Pacífico Equatorial, os 

ventos alísios também favorecem o acúmulo de águas mais quentes próximo à 

Austrália e Indonésia, causando, um pequeno aumento do nível médio do mar neste 

setor do Pacífico (CPTEC/INPE, 2010, texto digital). 

Em condições normais, no Oceano Pacífico, a Temperatura da Superfície do 

Mar (TSM) é mais baixa no setor leste, próximo à costa oeste da América do Sul, e 

mais elevada desde a parte central até o setor oeste, próximo ao continente 

australiano e a região da Indonésia. Por isso é comum o uso da expressão águas 

mais frias no Pacífico Equatorial Leste e águas mais quentes no Pacífico Equatorial 

Oeste (CPTEC/INPE, 2010, texto digital). 

Já nas camadas sub-superficiais do Oceano Pacífico, forma-se uma zona de 

transição entre as águas superficiais, mais quentes, e as águas profundas, mais 

frias. Nesta zona, conhecida por termoclina, a temperatura é constante e igual a 

20ºC. Ao longo da bacia, do Oceano Pacífico Equatorial, há um aprofundamento da 

termoclina, cuja altura pode variar desde 50 m, próximo à costa sulamericana, até 

níveis da ordem de 200 m na porção ocidental desta bacia. A inclinação da 

termoclina pode ser explicada pela atuação dos ventos alísios que "empurram" as 

águas mais quentes para oeste, fazendo com que as águas mais frias aflorem 

próximo à costa oeste da América do Sul. Este mecanismo denomina-se 

ressurgência pelos oceanógrafos (CPTEC/INPE, 2010, texto digital). 

Em condições normais, as águas mais quentes sobre o setor oeste do 

Oceano Pacífico Equatorial induz uma circulação conhecida por Célula de Walker.  

Esta circulação é constituída por um ramo de ar que ascende sobre a Austrália e 

região da Indonésia, onde ocorre a formação de nuvens de grande desenvolvimento 

vertical, fluindo de oeste para leste nos altos níveis da troposfera e descendo 

próximo à costa da América do Sul (FIGURA 5). 

 



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Figura 5 – Esquema das condições normais de circulação dos ventos. 
Fonte: CPTEC (2010, texto digital). 

O fenômeno de ressurgência, citado acima, garante o afloramento das águas 

mais profundas do oceano. Estas águas mais frias possuem mais oxigênio 

dissolvido e estão carregadas de nutrientes e micro-organismos vindos de maiores 

profundidades do mar, que vão servir de alimento para os peixes daquela região. 

Não é por acaso que a costa oeste da América do Sul é uma das regiões mais 

piscosas do mundo. O que surge também é uma cadeia alimentar, pois os pássaros 

que vivem naquela região se alimentam dos peixes, que por sua vez se alimentam 

dos microorganismos e nutrientes daquela região (CPTEC/INPE, 2010, texto digital). 

 

2.2 ENOS e os efeitos nos Recursos Hídricos 

A água, hoje já reconhecida pela humanidade como um bem limitado e tão 

disputado em períodos de estiagem, está merecendo a atenção de todos e em todos 

os aspectos. “A disponibilidade dos recursos hídricos é fator fundamental para o 

desenvolvimento da humanidade. Hoje se sabe que estes recursos são limitados e 

tem um papel significativo no desenvolvimento econômico e social” (AGUIAR, 2005). 

A superabundância de água, em períodos de enchentes, ou a sua escassez, 

em períodos de seca, trazem preocupações e grandes prejuízos à população 

atingida. Alguns estudos apresentam as alterações climáticas como influenciadores 



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dos regimes de chuva, assim como a alteração do ciclo hidrológico. A pesquisa de 

MELO (1999) diz ser possível identificar, com o avanço da tecnologia, que a 

ocorrência de secas está ligada a fenômenos como o El Niño e o Dipolo do Atlântico 

(aquecimento/esfriamento do Atlântico Norte/ Sul).  

O El Niño por ser um fenômeno meteorológico de escala global, resultante do 

aquecimento diferenciado do Oceano Pacífico, vem provocando alterações no 

regime de precipitações atmosféricas em várias partes da terra. No Brasil, ocorre 

uma redução de chuvas nas regiões Norte e Nordeste, e um aumento na região Sul, 

como a grande seca no Nordeste e as enchentes em Santa Catarina, em 1983. Em 

geral, o El Niño, embora fraco, em 1992-93 afetou a vida de 8 milhões e 500 mil 

pessoas, numa área de 800 mil quilômetros quadrados (MELO, 1999).   

Alguns detalhes que formam o evento El Niño já haviam sido estudados 

desde a década de 1920, mas foi no final da década de 1960 que Jacob Bjerknes, 

da Universidade de Califórnia, observou uma conexão entre temperaturas quentes 

na superfície do mar, os fracos ventos de leste para oeste e as condições de alta 

precipitação. A teoria de Bjerknes associada aos estudos de Walker eram partes do 

mesmo fenômeno, conhecido pelo nome de ENOS (El Niño Oscilação Sul). Assim, 

este fenômeno de aquecimento das águas do Pacífico, termina por impedir que a 

chuva caia sobre o Nordeste (MELO, 1999). 

Santos e Silva et al. no estudo de Avaliação mensal do regime térmico e 

hídrico do solo na região Amazônica, em anos de eventos extremos, garante que a 

temperatura e umidade do solo apresentaram variabilidades bem distintas em anos 

de ocorrência dos fenômenos El Niño/ Neutro/ La Niña.   

Nos períodos chuvosos e menos chuvosos o comportamento destas variáveis 

também apresentaram comportamentos diferentes, mostrando a influência destes 

eventos na região Amazônica. Em geral, as temperaturas diminuem no sítio do 

referido estudo durante a estação chuvosa e em anos de La Niña. Por outro lado os 

valores da umidade do solo aumentam nesta mesma estação, enquanto que, nos 

anos de El Niño, estes valores apresentaram-se e menores. Desta forma, percebeu-

se ainda que no ano, considerado como neutro, as médias mensais de umidade e 

temperatura do solo são maiores e menores, respectivamente, quando comparadas 



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com o ano de ocorrência de El Niño, em que este comportamento se apresenta de 

forma inversa quando comparado com o ano de La Niña. 

Desta mesma forma, Barbieri et al (2005) estudam os fatores que alteram a 

variabilidade da precipitação pluviométrica no Sul do País, entre eles estão o El Niño 

e La Niña. Para Barbieri as enchentes bruscas e graduais registradas nos estados 

da região sul no período de 1997- 1998 foram causadas principalmente pelo 

incremento de precipitação gerado pela influência do El Niño.  

Conforme já apresentado no trabalho de FERREIRA et al. (2007), as 

enchentes da Bacia Taquari-Antas são um grande problema a ser identificando e 

previsto. No entanto como existem confusões no emprego da terminologia, estas 

serão discutidas no item a seguir. 

 

2.2.1 Enchentes e inundações 

Inundações e enchentes são problemas geoambientais derivados de 

fenômenos ou perigos naturais de caráter hidrometeorológico ou hidrológico, 

aqueles de natureza atmosférica, hidrológica ou oceanográfica (ISDR, 2002). 

Porém há uma grande confusão no emprego e caracterização dos termos 

traduzidos do inglês. Por isso este trabalho adotará os conceitos da UNESP – DGA, 

Departamento de Geologia Aplicada. 

- Enchente (ou cheia) - temporária elevação do nível d’água normal da 

drenagem, devido a acréscimo de descarga. 

- Inundação - tipo particular de enchente, onde a elevação do nível d’água 

normal atinge tal magnitude que as águas não se limitam à calha principal do rio, 

extravasando para áreas marginais, habitualmente não ocupadas pelas águas.  

As enchentes causadoras de inundações tem sido um dos principais 

desastres naturais que ocorrem na América do Sul.  Observando a distribuição dos 

principais desastres naturais que ocorreram entre 1975 - 1999, nota-se que as 



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inundações correspondem a cerca de 50% do total de desastres na maioria dos 

países (FIGURA 6). O Brasil apresenta 101 eventos de inundações neste período. 

 
Figura 6 - Desastres naturais na América do Sul entre os anos de 1975 e 1999.  
Fonte: Eckhardt (2008, texto digital). 

Para os anos de 2000 a 2007 apresenta-se um gráfico onde as inundações 

compreendem a 58% dos desastres naturais ocorridos no Brasil (FIGURA 7). Neste 

período, 1,5 milhões de pessoas foram afetadas por algum tipo de desastre natural, 

com prejuízos da ordem de US$ 2,5 bilhões (SANTOS, 2007).  

 
Figura 7 - Panorama dos desastres naturais no Brasil entre 2000 e 2007. 
Fonte: Santos (2007). 
 
 
 
 



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2.3 Vale do Taquari 

O local de estudo é o Vale do Taquari, localizado na região central do Rio 

Grande do Sul. A região do Vale do Taquari é formada por 36 municípios, que 

totalizam uma área de 4.821,1 Km² (1,71% do Estado). Em 2010, conforme o Censo 

Demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a 

Região contava com mais de 327.822 habitantes (3,07% da população gaúcha), a 

densidade demográfica era de 68 hab/km² (UNIVATES, 2011).  

 

Figura 8 - Situação e localização do Vale do Taquari. Fonte: Univates (2011, texto digital). 

 

Os dados que serão levantados abrangem na sua totalidade o Vale do 

Taquari, dando enfoque ao município de Estrela/RS, que sofre freqüentemente com 

o fenômeno das inundações decorrentes de enchentes em resposta as precipitações 

intensas, passando o rio Taquari a ocupar seu leito maior, o qual sofre intervenção 

antrópica por meio dos mais diferentes usos (cultivo, moradia, instalações 

industriais, etc) (BOTH et al, 2008). 

 



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O Rio Taquari nasce no extremo leste do Planalto dos Campos Gerais, com a 

denominação de rio das Antas, até a confluência com o Rio Carreiro, nas 

imediações do município de São Valentim do Sul. A partir daí passa a denominar-se 

Taquari, desembocando no rio Jacuí, junto à cidade de Triunfo. Seus principais 

afluentes pela margem esquerda são os rios Camisas, Tainhas e Lajeado Grande e 

São Marcos, e pela margem direita, os rios Quebra-Dentes, da Prata, Carreiro, 

Guaporé, Forqueta e Taquari-Mirim (FEPAM, 2010, texto digital).  

A vazão média do Rio Taquari, medida em Muçum (município a 52km de 

Estrela), durante o período de 1940 a 1982, foi de 321 m3/s. As descargas máximas 

observadas atingiram valores na ordem de 10.300 m3/s, enquanto as mínimas 

estiveram entre 10 e 20 m3/s(FEPAM, 2010, texto digital). 

As grandes flutuações de vazão são subseqüentes à ocorrência de chuvas 

contínuas, distribuídas em áreas extensas da bacia, concentrando rapidamente 

grandes volumes de água, que se propagam com velocidade rio abaixo. Durante as 

cheias de setembro de 1967, por exemplo, os picos de inundações em dois postos 

distantes 380 Km um do outro, ocorreram com intervalo inferior a 24 horas (FEPAM, 

2010, texto digital). 

Sob o aspecto climático, a região do Vale do Taquari divide-se em duas sub-

regiões climáticas que correspondem às suas grandes unidades geomorfológicas: a 

Depressão Central e o Planalto Basáltico Meridional. Essa correspondência pode ser 

explicada pelo efeito que o relevo, atuando sobre o movimento das massas de ar, 

desempenha na definição climática da região. A região Vale do Taquari apresenta 

temperaturas médias anuais, que variam de 19,5°C e 16,5°C. Os meses mais 

quentes são janeiro e fevereiro e os mais frios são junho e julho. As estações do ano 

são bem caracterizadas: verão quente, inverno frio e outono e primavera com 

padrões térmicos equivalentes, porém com médias mais elevadas no outono 

(SEMC, 2005, texto digital). 

Os invernos são chuvosos, frios e com geadas intensas, em média de 05 a 10 

dias por ano, e também prolongadas estiagens no verão influem nas condições das 

atividades agrícolas, com reflexos nas produções, principalmente na atividade 

leiteira. Ocorre deficiência hídrica nos meses de janeiro e fevereiro, eventualmente a 



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cada 02 a 03 anos. A umidade relativa do ar é considerada elevada, em torno de 70 

a 80%. A concentração de chuvas ocorre nos meses de inverno e da primavera, 

provocando pequenas enchentes nas áreas mais baixas (SEMC, 2005, texto digital). 

 

2.4 Enchentes no Vale do Taquari 

As enchentes no Vale do Taquari vêm acontecendo com freqüência e na 

grande maioria das vezes causando grandes impactos ao meio ambiente como um 

todo. A exemplo disto alguns trabalhos foram desenvolvidos com o intuito de 

identificar, prever e mapear a ocorrência destes eventos na região. 

Em 22 de julho e 03 de outubro de 2001, o Vale do Taquari foi atingido por 

duas enchentes de grande magnitude. Segundo as estatísticas obtidas junto às 

Defesas Civis Municipais, nos 10 municípios do Vale do Taquari localizados às 

margens do Rio Taquari, 4.680 famílias foram atingidas por estes dois eventos, 

correspondendo a 16.796 pessoas que precisaram ser desalojadas. Os prejuízos 

ditos em função dos danos somaram um valor aproximado de R$ 18 milhões (CIH, 

2007, texto digital). 

Segundo Ferreira e Both (2001) as inundações que ocorrem no Vale do 

Taquari são decorrência de fatores naturais existentes na Bacia do rio Taquari-

Antas, tais como hidrografia, pedologia, geomorfologia, clima, vegetação, entre 

outros. A intensidade da água precipitada nas cabeceiras da Bacia tem contribuição 

fundamental para a ocorrência de inundações na região do Vale do Taquari.  

Ao contrário do que se poderia pensar, as inundações que ocorrem ao longo 

do Rio Taquari não são geradas pelas ações antrópicas, como o desmatamento, a 

impermeabilização do solo, as obras do canal fluvial, entre outros, porém estas 

ações tendem a intensificar o alcance da cota de inundação, agravando o problema 

causado pelas enchentes (FERREIRA; BOTH, 2001). 

Pensando nisto, Eckhardt (2008) elaborou um estudo a fim de prever e 

mapear as áreas atingidas pelas inundações na cidade de Estrela, situada no Vale 

do Taquari. O modelo matemático de previsão de cota de inundação para a cidade 

possibilita a implantação de um sistema de alerta. Este, por sua vez, constitui-se em 



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uma das principais medidas para minimizar os efeitos negativos das inundações 

sobre a sociedade.   

No mesmo caminho Ferreira et al. (2007), apresentam o Sistema de Previsão 

e Alerta de Enchentes (SPAE) implantado na região do Vale do Taquari. O SPAE, 

em linhas gerais, avalia a quantidade de água precipitada na Bacia Hidrográfica do 

Rio Taquari-Antas, o nível da água do Rio, projetando a possibilidade e o alcance de 

uma determinada enchente, simulando as áreas potencialmente inundáveis e 

acionando os Conselhos Municipais de Defesa Civil.  

A previsão e controle de eventos extremos, como as enchentes, é 

imprescindível, principalmente em regiões urbanas, devido a quantidade de vidas 

envolvidas, edificações, bens materiais, saneamento e infraestrutura. (FERREIRA et 

al.,  2007) 

O uso da modelagem matemática também foi um instrumento utilizado por 

Both et al. (2008) para a previsão das enchentes no Vale do Taquari. Este trabalho 

aborda uma das etapas deste sistema, que consiste na previsão hidrológica (método 

de previsão das cotas máximas de enchentes). O método de previsão foi 

desenvolvido através de uma série cronológica de dados de cotas máximas de 

enchentes, coletados e adquiridos em vários órgãos e entidades regionais e 

estaduais, a partir dos quais foi elaborado um modelo matemático correlacionando 

pontos à montante à jusante do Rio Taquari. Este modelo matemático apresentou 

resultados satisfatórios para a previsão de enchentes do Vale do Taquari.   

Como visto, existem trabalhos focados na previsão e o mapeamento de 

enchentes na região do Vale do Taquari, mas nada no que se refere a relação 

destes eventos com o fenômeno climático ENOS, o que se pretende estudar neste 

trabalho. 

 

 

 

 



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3 METODOLOGIA 

 

 

3.1 Procedimentos metodológicos  

Para a elaboração deste estudo uma vasta quantidade de dados 

meteorológicos e hidrológicos foram levantados e avaliados. A partir destes, 

realizou-se uma correlação entre os dados de ocorrência de ENOS (El Niño, La Niña 

e Anos de Neutralidade) com a precipitação ocorrida durante cada fenômeno e a 

incidência de inundações nestes mesmos períodos. A seguir, encontra-se um maior 

detalhamento de cada etapa do trabalho: 

 

 

3.2 Coleta de Dados 

Os dados coletados para a realização deste trabalho foram:  

a) Dados da ocorrência do fenômeno climático ENOS; 

A coleta de dados referente ao fenômeno ENOS (El Niño, La Niña e Anos de 

Neutralidade) foi realizada junto ao Centro de Previsão de Tempo e Estudos 

Climáticos, através do site do CPTEC www.cptec.inpe.br, e através do National 

Weather Service pelo site www.nws.noaa.gov. Os meios de busca foram 

selecionados devido à confiabilidade de informações que disponibilizam em meio 

digital. Levantaram-se os anos de ocorrência dos eventos, sua intensidade e 

duração, desde 1950 até 2010. 

 b) Dados da ocorrência das inundações e respectivas cotas no Vale do 

Taquari;  

Os dados de inundações foram levantados junto ao Centro de Informações 

Hidrometeorológicas – CIH, localizado no Campus do Centro Universitário 



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UNIVATES, na cidade de Lajeado - RS. A cota de referência do Rio Taquari na 

cidade de Estrela- RS é de 13 metros. A partir da cota de 19 metros, em Lajeado 

(município vizinho de Estrela) começa a ocorrer o transbordamento das águas do 

canal, gerando os primeiros impactos e prejuízos em decorrências das inundações 

(ECKHARDT, 2008). Por este motivo, entre outros, foram considerados os eventos 

de inundações com cota superior a 19 metros. Como amostragens utilizaram-se as 

cotas de enchentes ocorridas no município de Estrela, localizado no Vale do 

Taquari, desde 1950 até 2010. 

Os dados de ocorrência de cheias para a cidade de Estrela foram 

classificados dentro dos períodos de El Niño La Niña e Neutralidade Climatológica. 

c) Dados pluviométricos em períodos de ENOS da Bacia Taquari-Antas. 

A coleta de dados de precipitação foi realizada somente para os anos em que 

ocorreram os fenômenos climáticos e durante o período de duração de cada evento. 

Nesta coleta a análise da ocorrência de chuva foi mensal, verificando-se a normal 

climatológica de cada período para cada estação meteorológica. Para a captação 

destes dados utilizou-se o registro de precipitação de três estações meteorológicas 

pertencentes a Fepagro (Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária), localizadas 

nas cidades de Veranópolis (período de 1979 – 2003) , Farroupilha (1979 – 2003) e 

Caxias do Sul (1986 – 2005), disponibilizadas em meio digital, e também de Lajeado 

(período de 2003 - 2010), vinculada e disponibilizada pelo CIH.  

A escolha das estações meteorológicas se deu em função de que a 

precipitação ocorrida nestas cidades contribui para o aumento do nível de água do 

Rio Taquari.  

Para cada estação meteorológica foi realizado o somatório da precipitação 

ocorrida dentro de cada período (Neutralidade, El Niño, La Niña) e dividindo assim 

pelo número de meses que de duração de cada fenômeno. Com isto, pode-se obter 

a média climatológica mensal para cada estação a partir dos dados de precipitação 

no período de Neutralidade. Podendo assim realizar a comparação da quantidade de 

chuva ocorrida em cada fenômeno. 

 



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3.3 Tratamento de Dados 

Através da coleta dos dados, citados no item 3.1.1, foi traçado um paralelo de 

informações na busca por parâmetros que tragam influência um sobre o outro. 

O tratamento de dados tem a função de cruzar as informações obtidas a fim 

de verificar a possível influência entre os mesmos. Levantando as seguintes 

informações: 

a) Resgatou-se a Série Histórica de inundações; 

b) Enquadrou-se e correlacionou-se os eventos climáticos, sua intensidade e 

duração com a série histórica de inundações; 

c) Buscou-se dados de precipitação nos meses de ocorrência dos eventos 

climáticos analisando sua media climatológica. 

A correlação entre o fenômeno ENOS com o regime hídrico da região de 

estudo e suas conseqüências foram analisados assim como a ocorrência de 

enchentes causadas por esta possível influência.  

Esta etapa do trabalho previu o tratamento dos dados, através da construção 

de tabelas e gráficos que correlacionem as informações obtidas até então. 

 

 

 

 

 

 

 

 



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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 

 

 

4.1 Análise dos Fenômenos Climáticos 

 

4.1.1 Ocorrência do Fenômeno ENOS 

Os anos de ocorrência e duração dos eventos El Niño e La Niña, assim como 

valores do Índice Oceânico do Niño (ION), foram retirados de NOAA (2008). O ION é 

um índice que identifica as anomalias de temperatura da superfície do mar (TSM) 

através de uma média móvel de três meses. A TSM é coleta em quatro regiões do 

Pacífico, onde a região mais usada para a pesquisa e monitoramento das águas do 

oceano, é a região chamada de Niño 3.4 (FIGURA 9).  

 
Figura 9 – Regiões do Oceano Pacífico onde é feito o monitoramento da temperatura da superfície do 
mar (TSM). 
Fonte: Golden Gate Weather Services (2008). 



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As informações sobre o período de atuação de cada fenômeno foram 

definidas a partir dos dados disponibilizados pelo NOOA, o qual utiliza períodos 

trimestrais de início e fim de cada evento, classificados nas cores vermelho, azul e 

preto. Estas representam respectivamente, eventos de El Niño, La Niña e 

Neutralidade Climática (TABELA 1). 

Tabela 1 - Classificação do fenômeno ENOS dos últimos 32 anos usados no estudo. 

Year DJF JFM FMA MAM AMJ MJJ JJA JAS ASO SON OND NDJ 
1979 -0.1 0.0 0.1 0.1 0.1 -0.1 0.0 0.1 0.3 0.4 0.5 0.5 
1980 0.5 0.3 0.2 0.2 0.3 0.3 0.2 0.0 -0.1 -0.1 0.0 -0.1 
1981 -0.3 -0.5 -0.5 -0.4 -0.3 -0.3 -0.4 -0.4 -0.3 -0.2 -0.1 -0.1 
1982 0.0 0.1 0.1 0.3 0.6 0.7 0.7 1.0 1.5 1.9 2.2 2.3 
1983 2.3 2.0 1.5 1.2 1.0 0.6 0.2 -0.2 -0.6 -0.8 -0.9 -0.7 
1984 -0.4 -0.2 -0.2 -0.3 -0.5 -0.4 -0.3 -0.2 -0.3 -0.6 -0.9 -1.1 
1985 -0.9 -0.8 -0.7 -0.7 -0.7 -0.6 -0.5 -0.5 -0.5 -0.4 -0.3 -0.4 
1986 -0.5 -0.4 -0.2 -0.2 -0.1 0.0 0.3 0.5 0.7 0.9 1.1 1.2 
1987 1.2 1.3 1.2 1.1 1.0 1.2 1.4 1.6 1.6 1.5 1.3 1.1 
1988 0.7 0.5 0.1 -0.2 -0.7 -1.2 -1.3 -1.2 -1.3 -1.6 -1.9 -1.9 
1989 -1.7 -1.5 -1.1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.3 -0.3 -0.3 -0.3 -0.2 -0.1 
1990 0.1 0.2 0.2 0.2 0.2 0.2 0.3 0.3 0.3 0.3 0.3 0.4 
1991 0.4 0.3 0.3 0.4 0.6 0.8 1.0 0.9 0.9 1.0 1.4 1.6 
1992 1.8 1.6 1.5 1.4 1.2 0.8 0.5 0.2 0.0 -0.1 0.0 0.2 
1993 0.3 0.4 0.6 0.7 0.8 0.7 0.4 0.4 0.4 0.4 0.3 0.2 
1994 0.2 0.2 0.3 0.4 0.5 0.5 0.6 0.6 0.7 0.9 1.2 1.3 
1995 1.2 0.9 0.7 0.4 0.3 0.2 0.0 -0.2 -0.5 -0.6 -0.7 -0.7 
1996 -0.7 -0.7 -0.5 -0.3 -0.1 -0.1 0.0 -0.1 -0.1 -0.2 -0.3 -0.4 
1997 -0.4 -0.3 0.0 0.4 0.8 1.3 1.7 2.0 2.2 2.4 2.5 2.5 
1998 2.3 1.9 1.5 1.0 0.5 0.0 -0.5 -0.8 -1.0 -1.1 -1.3 -1.4 
1999 -1.4 -1.2 -0.9 -0.8 -0.8 -0.8 -0.9 -0.9 -1.0 -1.1 -1.3 -1.6 
2000 -1.6 -1.4 -1.0 -0.8 -0.6 -0.5 -0.4 -0.4 -0.4 -0.5 -0.6 -0.7 
2001 -0.6 -0.5 -0.4 -0.2 -0.1 0.1 0.2 0.2 0.1 0.0 -0.1 -0.1 
2002 -0.1 0.1 0.2 0.4 0.7 0.8 0.9 1.0 1.1 1.3 1.5 1.4 
2003 1.2 0.9 0.5 0.1 -0.1 0.1 0.4 0.5 0.6 0.5 0.6 0.4 
2004 0.4 0.3 0.2 0.2 0.3 0.5 0.7 0.8 0.9 0.8 0.8 0.8 
2005 0.7  0.5 0.4 0.4 0.4 0.4 0.4 0.3 0.2 -0.1 -0.4 -0.7 
2006 -0.7 -0.6 -0.4 -0.1 0.1 0.2 0.3 0.5 0.6 0.9 1.1 1.1 
2007 0.8 0.4 0.1 -0.1 -0.1 -0.1 -0.1 -0.4 -0.7 -1.0 -1.1 -1.3 
2008 -1.4 -1.4 -1.1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.1 0.0 0.0 0.0 -0.3 -0.6 
2009 -0.8 -0.7 -0.5 -0.1 0.2 0.6 0.7 0.8 0.9 1.2 1.5 1.8 
2010 1.7 1.5 1.2 0.8  0.3 -0.2 -0.6 -1.0 -1.3 -1.4 -1.4 -1.4 

Fonte: NOAA (2010, texto digital). 

Com base nos resultados obtidos nesta análise dos dados de ENOS, durante 

o período de estudo (61 anos) ocorreram 349 meses de Neutralidade Climática, 182 

meses de El Niño e 201 meses de ocorrência de La Niña. Isto representa a 

ocorrência de 15,17 anos de El Niño, 29,08 anos de Neutralidade Climática e 16,75 

anos de La Niña. 

 

 



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Tabela 2 – Ocorrência temporal dos fenômenos climáticos 

EVENTO MESES ANOS  (%) 

El Niño 182 15,17 24,86 
Neutralidade 349 29,08 47,67 

La Niña 201 16,75 27,45 
Total 732 61 100 

 

 

4.1.2. Intensidade do Fenômeno ENOS 

Quanto a intensidade do fenômeno ENOS, esta foi classificada nas classes 

fraca, moderada e forte usando-se a média do ION e de acordo com os critérios de 

classificação (TABELA 2). 

Para a definição da intensidade de cada evento do fenômeno ENOS foi 

utilizado o critério de 5 meses de valores de ION dentro da mesma  intensidade.  Ou 

seja, durante um evento é necessário que 5 ou mais meses tenham apresentado 

valores de ION dentro da mesma faixa de intensidade. Quando o índice for maior 

que +0,5 ºC por no mínimo cinco meses consecutivos é caracterizado como um 

evento de El Niño e quando o índice for menor que -0,5 ºC por no mínimo cinco 

meses consecutivos é caracterizado como La Niña. Índices de valores -0,4 ºC a 0,4 

ºC são classificados como eventos de Neutralidade Climática. 

Tabela 3 – Critérios para classificar a intensidade do fenômeno ENOS no estudo. 

EVENTO VALOR DO ION1 INTENSIDADE 

El Niño 0,5 a 0,9 Fraca 
 1,0 a 1,4 Moderada 

 ≥ 1,5 Forte 
La Niña -0,5 a -0,9 Fraca 
 -1,0 a -1,4 Moderada 

 ≤ -1,5 Forte 
Fonte: Golden Gate Weather Service (2008). 

Nota: 1 ION é a média dos Índices Oceânico do Niño. Fonte: Golden Gate Weather Services (2008). 

Incluindo a este levantamento a intensidade de cada evento obteve-se 75 

meses de El Niño Forte, 62 meses de El Niño de intensidade Moderada e 45 meses 

de El Niño Fraco. Já para os meses registrados com o evento de La Niña, ocorreram 

50 meses de Forte intensidade, 117 meses de intensidade Moderada e 34 meses 



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com La Niña de Fraca intensidade. O período de Neutralidade Climática obteve 349 

meses. Totalizando assim os 732 meses de estudo (1950 a 2010).  

 
Gráfico 1 – Intensidade dos fenômenos El Niño e La Niña. 
 

Durante os 732 meses estudados foram registrados a ocorrência 28,3% de 

eventos de El Niño, 51,8% de Neutralidade e 19,7% de La Niña (TABELA 4). 

Tabela 4– Registro dos fenômenos, intensidade e ocorrência 

EVENTO MESES ANOS (%) 

El Niño Forte 75 6,25 10,24 
El Niño Moderada 62 5,17 8,46 

El Niño Fraca 45 3,75 6,14 
Neutralidade 349 29,08 47,67 
La Niña Forte 50 4,17 6,83 

La Niña Moderada 117 9,75 15,98 
La Niña Fraca 34 2,83 4,64 

TOTAL 732 61 100 

 

4.1.3. Análise da Variabilidade Pluviométrica 

Foi analisada a precipitação mensal ocorrida nas estações meterológicas das 

regiões de Veranópolis, Caxias do Sul, Farroupilha e Lajeado durante o período de 

ocorrência de cada evento de ENOS.  As precipitações ocorridas durante o período 

de Neutralidade serviram como base para a identificação da normal climatológica 

para cada estação.  Assim pode se comparar a chuva ocorrida sendo ela a cima ou 

abaixo da normal para cada evento. 



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 A análise dos dados pluviométricos mensais permite observar que há uma 

significativa diferença na distribuição das chuvas nos períodos analisados. Durante 

os meses em que se tem a ocorrência de Neutralidade Climática a precipitação 

mensal média para as estações estudadas é de 134,37 mm para o município de 

Veranópolis, 136,54 mm no município de Farroupilha, 125,06 mm no município de 

Caxias do Sul e 127,99% para o município de Lajeado. Importante considerar que 

cada estação apresenta um período diferente de amostragem, por este motivo 

optou-se por este tipo de analise de dados. 

 
Gráfico 2 – Média mensal da precipitação ocorrida em períodos de Neutralidade Climática.  
 

Utilizando-se da mesma metodologia, foram gerados outros dois gráficos que 

apresentam a precipitação média mensal para os fenômenos El Niño e La Niña. 

 
Gráfico 3 – Média mensal da precipitação ocorrida em períodos de La Niña. 



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Gráfico 4 – Média mensal da precipitação ocorrida em períodos de El Niño. 
 

Com estes resultados podemos observar nas quatro estações analisadas, que 

nos fenômenos de El Niño e La Niña, a precipitação ficou a cima da média 

climatológica - definida a partir da chuva analisada nos períodos de Neutralidade. 

Já, durante a ocorrência do fenômeno La Niña a estação de Veranópolis foi a 

única que apresentou precipitação média mensal abaixo da normal climatológica. As 

demais estações demonstraram chuva acima da normal climatológica tanto em 

períodos de La Niña quanto em períodos de El Niño. Verifica-se em todas as 

estações que a precipitação em períodos de La niña é menor que a precipitação 

ocorrida em períodos de El Niño.   

Vejamos o caso do município de Farroupilha onde foram analisas as chuvas 

de 1979 a 2003. A média mensal climatológica para este município foi de 136,54 

mm. Nos períodos de El Niño a média passou a ser de 176,7 mm e nos eventos de 

La Niña foi de 140,7mm. Um aumento de precipitação de 29,4 % para períodos de El 

Niño e de 3,0% para períodos de La Niña.  

Para a estação de Veranópolis entre os anos de 1979 a 2003, houve um 

aumento de precipitação para os anos de El Niño de 19,6% e um decréscimo de 

18,8% nos anos de La Niña. 

Na estação meteorológica de Caxias do Sul observa-se um acréscimo de 

28,7% para anos de El Niño e 9,2% para anos de La Niña, em comparação a 

precipitação média mensal para anos de Neutralidade Climática. 



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Já na estação de Lajeado nos anos de 2003 a 2010, registrou-se um aumento 

de 65,4% na precipitação para anos de El Niño e 9,1% para anos de La Niña.  

Percebe-se que nos eventos de La Niña ocorre uma distribuição irregular das 

chuvas, podendo gerar em algumas regiões precipitação a cima na média, como foi 

verificado. Os resultados encontrados na elaboração deste trabalho mostram-se em 

parte, contrários ao que tem-se registrado em outros estudos.  

O estudo de DE PAULA (2009) aponta que “O padrão das chuvas é alterado 

em anos de anomalia da TSM no sentido de que nos anos El Niño, há acréscimo 

nas chuvas de padrão avançado e em anos La Niña há um decréscimo nas chuvas 

de padrão atrasado, enquanto que no padrão intermediário, decrescem o número de 

chuvas em anos de El Niño e La Niña comparado com anos Neutros”.   

O LabNet – Laboratório de Meteorologia da USP -  apresenta estudos onde 

em cada episódio do “El Niño” é observado na região sul do país um grande 

aumento no volume de chuvas, principalmente, nos meses de primavera, fim do 

outono e começo de inverno. Pode-se observar acréscimo de até 150% na 

precipitação em relação ao seu índice médio. Para os períodos de La Niña o LabNet 

garante que um dos principais efeitos observados sobre o Brasil é a passagem 

rápida de frentes frias sobre a Região Sul, com tendência de diminuição da 

precipitação nos meses de setembro a fevereiro, principalmente no Rio Grande do 

Sul, além do centro-nordeste da Argentina e Uruguai. 

De acordo com a caracterização encontrada no CPTEC eventos de El Niño 

trariam precipitações abundantes para a região do Sul do Brasil e América do Sul e 

anos de La Niña ocasionariam severas secas para a região Sul do País. A análise 

feita neste trabalho assemelha-se ao DE PAULA, concordando que há aumento de 

precipitação em períodos de El Niño, porém pode-se perceber que em anos de La 

Niña também há aumento da precipitação em relação a média dos anos de 

Neutralidade. 

A afirmação generalizada que eventos El Niño produzem anos chuvosos e La 

Niña anos secos no RS, deve ser tomada com cautela. Preliminarmente, pode-se 

observar neste trabalho que esta tendência não vale para todas as regiões do Rio 

Grande do Sul, como é o caso da Bacia Hidrográfica do Rio Taquari-Antas. Percebe-



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se que nos municípios estudados (Veranópolis, Farroupilha, Caxias do Sul, Lajeado) 

todos apresentaram aumento na precipitação tanto em anos de El Niño, quanto em 

anos de La Niña.  

De acordo com Grimm e Sant’Anna (2000), a primavera é a estação de maior 

impacto médio de eventos El Niño e La Niña sobre a precipitação pluvial no Sul do 

Brasil. Durante eventos de El Niño, tanto o aumento da precipitação pluvial média 

em dias chuvosos quanto o aumento do número de dias chuvosos parece contribuir 

ao aumento da precipitação pluvial sazonal. O primeiro fator parece predominar no 

oeste e o segundo no leste, especialmente no litoral de Santa Catarina e Rio Grande 

do Sul e sobre os planaltos paranaenses e região serrana. Durante eventos La Niña, 

predomina a influencia da diminuição do numero de dias chuvosos, exceto no litoral. 

No verão, a variação da precipitação pluvial durante eventos El Niño e La Niña 

ocorre principalmente no sudoeste do RGS, e deve-se principalmente a variação da 

quantidade de precipitação pluvial media nos dias chuvosos.   

Fontana e Berlato (1997) mostram que no norte e oeste do Rio Grande do 

Sul, durante o El Niño há um aumento de 40 a 70 mm na precipitação pluvial de 

outubro e novembro, sendo que durante a La Niña, a parte oeste do Estado sofre 

uma redução superior a 80mm, em outubro e novembro.  

Existe também influência do fenômeno El Niño/ La Niña no número de dias de 

precipitação pluvial do Estado do Rio Grande do Sul. A influência é maior na região 

nordeste do Estado, onde em anos de El Niño verifica-se um maior número de dias 

precipitação pluvial, enquanto em anos de La Niña o número de dias de precipitação 

pluvial é reduzido (Almeida e Fontana, 2000).  

Pisnitchenko et al. (2000) confirmaram a ligação das anomalias regionais 

pluvial com os padrões sinótico mais ou menos estáveis sobre o Sul do Brasil e 

mostraram que a evolução dos parâmetros (velocidade vertical média, carga de 

vorticidade, divergência dos fluxos de umidade, pressão de superfície média) que 

caracterizam a circulação regional, está ligada firmemente com a precipitação pluvial 

e os coeficientes de correlação entre eles e a precipitação pluvial são sensíveis à 

fase do ciclo El Niño Oscilaçao Sul. Geralmente a precipitação pluvial anômala forte 

durante os anos de El Niño no Sul do Brasil é resultado de interação de ar frio do 



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ciclone no Atlântico Sul com o ar quente e úmido, quando este ciclone atinge a costa 

Sul do Brasil e Uruguai. 

 

4.1.4. Inundações versus ENOS 

A análise dos eventos de enchentes e sua correlação com os índices 

pluviométricos permitem estabelecer uma discussão sobre o papel do fenômeno 

ENOS – El Niño. Sabe-se que o fenômeno El Niño não possui atuação durante todo 

o decorrer de um ano, mas sim, em alguns meses, que comumente não são os 

mesmos meses a cada manifestação do fenômeno. 

Os dados obtidos com a análise da precipitação nos períodos de ENOS foram 

correlacionados com os eventos de enchentes ocorridas na Bacia Hidrográfica do 

Rio Taquari Antas, mais precisamente no município de Estrela que se localiza no 

centro do Vale do Taquari.  

Tabela 5 – Relação entre fenômeno, intensidade e inundações ocorridas 

 

 

Durante os 61 anos de levantamento estatístico ocorreram 31 inundações – 

cota do nível do rio acima de 19 metros - na cidade de Estrela. Com este 

levantamento pode-se observar, durante período estudado, a ocorrência de 182 

meses do fenômeno El Niño, onde, nestes, ocorreram 10 inundações, o que 

representa 32,25% das inundações ocorridas no município. A maior ocorrência de 

inundações se deu em períodos de El Niño Forte, sendo registradas 9 eventos em 

75 meses. 

Fenômeno Intensidade 
Meses com 

Eventos 
Número de 
Inundações 

 (%) 

El Niño 

Forte 75 9 29,03 

Moderada 62 1 3,22 

Fraca 45 0 0 

Neutralidade - 349 15 48,38 

La Niña 

Forte 50 1 3,22 

Moderada 117 4 12,90 

Fraca 34 1 3,22 

Total - 732 31 100 



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Nos 349 meses de Neutralidade climática registraram-se 15 inundações, 

representando apenas 48,38% do total de eventos.  

Durante o fenômeno La Niña, registram-se 6 inundações, em 201 meses, 

sendo representados por 19,35% da ocorrência de enchentes na região. 

Nota-se que, mesmo o evento de El Niño ter menor duração que os demais o 

índice de ocorrência de inundações é maior que nos eventos de La Niña e 

Neutralidade.    

Também, com relação as  inundações, estas foram classificadas em três 

níveis: alta, média e baixa magnitude. Este critério foi estabelecido com base na cota 

inicial de inundação (19 m) e a mais alta cota já registrada durante inundações 

(28,86m) na cidade de Estrela. 

Tabela 6 – Magnitude de Inundações 

 

Dentro do período analisado, foram registradas 13 inundações de alta 

magnitude, sendo 4 em El Niño, 6 em Neutralidade Climática e 3 em La Niña. 

Também ocorreram 6 inundações de média magnitude, e 12 inundações de baixa 

magnitude.  

  Tabela 7 – Magnitude das inundações para os fenômenos de ENOS 

Magnitude da 
Inundação 

Eventos em El 
Niño 

Eventos em 
Neutralidade 

Eventos em La 
Niña 

Total 

Alta 4 6 3 13 

Média 2 2 2 6 

Baixa 4 7 1 12 

Total 10 15 6 31 

 

O levantamento mostra que das 10 inundações ocorridas durante os 

fenômenos de El Niño, 4 foram de alta magnitude, 2 de magnitude média e 4 de 

baixa magnitude. Para os anos de La Niña registrou-se 3 inundações de alta 

magnitude, 2 de média e 1 de baixa magnitude. Para os anos de Neutralidade, sem 

Inundação Quantidade Valor de Magnitude (m) 

Alta 13 ≥ 25,1 

Média 6 23,1 a 25,0 

Baixa 12 19,0 a 23,0 



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a influência do ENOS, houve 6 inundações de alta magnitude, 2 de média magnitude 

e 7 inundações de magnitude baixa.  

Este levantamento em relação a magnitude de cada  cheia não pode ser 

correlacionado com os fenômenos analisados, pois este índice é definido pela 

disponibilidade de água ocorrida.  Ou seja, em um curto período de tempo pode ter 

havido uma precipitação a cima do normal, ou mesmo chuvas que ficaram pressas 

sobre a bacia ocasionando uma grande elevação do nível do rio. Isto explica o fato 

de que grandes inundações registradas na Bacia Hidrográfica do Rio Taquari-Antas 

tenham ocorrido durante o período de Neutralidade Climática, como pode-se 

verificar logo abaixo. 

 

4.1.4.1 Análise dos Eventos mais significativos 

Os eventos mais significativos, entre os anos de análise, ocorreram em junho 

de 1990, julho e outubro de 2001 e outubro de 2008. 

- Enchente de Junho de 1990: 

Esta enchente ocorreu no dia 2 de junho de 1990 e atingiu fortemente a 

cidade de Estrela e os municípios as margens do rio Taquari. A cota do rio atingiu 

26,64 metros por ocasião das chuvas ocorridas acima da normal climatológica em 

toda a extensão da bacia. A precipitação registrada nas estações de Caxias do Sul, 

Farroupilha, Veranópolis e Soledade no mês de maio foi de 170,10 mm; 181,1 mm; 

201,2 mm e 224,4 mm; respectivamente. Esta inundação se deu em período de 

Neutralidade Climática. 

- Enchentes de Julho e Outubro de 2001: 

Duas grandes enchentes foram registradas no ano de 2001. A primeira 

ocorreu em 22 de julho, com cota de 26,3 m do nível do rio. Em 3 de outubro outra 

grande enchente assustou os moradores do município que alcançou 26,95 m. Estas 

duas enchentes se deram em dentro de um mesmo período de Neutralidade 

Climática. A precipitação registrada para estas enchentes foram acima na normal 

climatológica.  



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- Enchente de Outubro de 2008: 

A enchente de 27 de outubro de 2008 atingiu a cota de 26,65 m do nível do 

rio, sendo considerada de alta magnitude, ocorrida em período de Neutralidade 

Climática. 

Segundo a Defesa Civil de Estrela-RS (2008) o mês de outubro teve a maior 

precipitação pluviométrica dos últimos cinco anos, em um único mês, provocando a 

quinta maior cheia da história desde 1941.  

Os dados obtidos através da estação meteorológica do CIH – UNIVATES 

apresentaram precipitação de 327,7 mm no mês de outubro. Duzentas famílias 

ficaram flageladas, e foram socorridas pela Defesa Civil de Estrela-RS. O mesmo 

ocorreu em outros municípios do Vale do Taquari.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



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CONCLUSÃO 

 

 

Com este trabalho pode-se concluir que na região estudada o fenômeno El 

Niño gerou um aumento na precipitação mensal, sendo que o maior número de 

inundações também foi registrado dentro deste mesmo fenômeno; este comparado 

aos eventos de La Niña. 

  

O fenômeno La Niña também apresentou em 3 das 4 estações analisadas um 

aumento de precipitação acima da normal climatológica mensal - resultado este, 

contrário a vários trabalhos científicos desenvolvidos até o momento. Pode-se inferir 

com isto que em eventos de La Niña há uma distribuição irregular das chuvas 

ocasionando, como verificado, chuvas a cima da normal climatológica para 

determinadas regiões. Uma das hipóteses para o fato é de que as estações 

analisadas se encontram na região centro-norte do estado, região esta onde não 

percebeu-se diminuição da precipitação em eventos de La Niña.  

 

Esta hipótese pôde ser demonstrada no decorrer do ano de 2011, classificado 

como ano de ocorrência do fenômeno La Niña. Neste ano já foram registrados 2 

eventos de enchentes no início do ano  no Vale do Taquari. Apesar de que, no 

município de Bagé, localizado na região sudoeste do Estado, estar registrando um 

período de seca intensa (DIÁRIO POPULAR, 2011).  

   

Analisados os eventos de inundações no Vale do Taquari, concluiu-se que 

nos anos com a influência do Fenômeno ENOS ocorreram 16 enchentes sendo elas 



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10 na fase quente – El Niño – e 6 inundações na fase Fria – La Niña-  do fenômeno, 

já durante a ocorrência de Anos Neutros foram registradas 15 inundações. Inferindo 

com isto que inundações foram registradas tanto em períodos com a influência do 

ENOS, quanto em Anos Neutros. Verificou-se também que as inundações 

registradas no fenômeno El Niño ocorreram na sua grande maioria (9) durante a 

intensidade Forte do fenômeno. Já para o fenômeno La Niña o maior número de 

inundações (4) se deu durante a intensidade Moderada do evento. 

O que podemos avaliar com isto é que a presença do fenômeno climático 

ENOS, apresentou um acréscimo tanto nas precipitações quanto nas inundações 

causadas na região do Vale do Taquari. Um estudo mais abrangente, englobando 

dados de outras estações meteorológicas do estado poderia avaliar se o fenômeno 

ENOS apresenta efeitos diferenciados para cada região do RGS.  

Entender a relação dos fenômenos climáticos e precipitação com os 

desastres naturais é fundamental para auxiliar o poder público, defesa civil e órgãos 

de planejamento na elaboração de medidas preventivas, planejamento de ações 

futuras e gestão dos territórios. 

Dessa maneira, ações preventivas poderiam ser empregadas a fim de 

minimizar os impactos socioeconômicos e ambientais provocados pelos desastres. 

Sugere-se para próximos trabalhos que a análise da precipitação seja feita de 

forma sazonal, podendo avaliar os resultados de maneira mais significativa.  

Recomenda-se também que se amplie esta análise para outras regiões do 

Estado do Rio Grande do Sul, de maneira que se possa observar o comportamento 

da chuva para estes locais. 

 

 

 

 

 



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ANEXO: CD com dados utilizados na execução do trabalho. 

 

 

 



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