UNIVERSIDADE DO VALE DO TAQUARI 

PÓS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA D TRABALHO 

 

 

 

 

 

 

 

 

RISCOS ERGONÔMICOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL 

 UM ESTUDO DE CASO 

 

 

Gustavo Bresolin 

 

 

 

 

 

 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 

Lajeado, abril de 2019



Gustavo Bresolin 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

RISCOS ERGONÔMICOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL  

UM ESTUDO DE CASO 

 

 

 

 

Trabalho de Conclusão de Curso de Pós-

Graduação apresentado na Universidade do 

Vale do Taquari, como parte dos requisitos 

para a obtenção do título de Bacharel em 

Engenharia de Segurança do Trabalho. 

Área de concentração: Ergonomia 

 

Orientador: Prof. Me. Eduardo Becker 

Delwing 

 
 
 
 

Lajeado, abril de 2019



DEDICATÓRIA 

Dedico este trabalho a minha família, em especial aos meus pais Adilar e 

Ivone e meu irmão Augusto, que sempre me deram apoio em todos os momentos e 

são a base do meu ser. 



AGRADECIMENTOS 

Agradeço a minha namorada Tais pela compreensão e entendimento a 

respeito de minha ausência nesse período de Pós-Graduação e realização do 

trabalho de conclusão. 

Agradeço também a todos os professores pelos ensinamentos passados e a 

todos os colegas pelos momentos compartilhados, alguns alegres e outros sofridos, 

mas todos inesquecíveis.  



RESUMO 

A Construção Civil é um setor que se destaca no cenário nacional no que diz 
respeito à número de afastamentos devido a doenças ocupacionais ou acidentes de 
trabalho. As obras de pequeno porte hoje, dependem ainda da força dos homens, os 
quais apresentam baixo grau de instrução, trabalhando normalmente ao ar livre com 
condições de segurança precárias e materiais e ferramentas inadequadas no que se 
refere a ergonomia. Foi realizada uma pesquisa qualitativa, classificada como um 
estudo de caso de caráter exploratório, descritivo e explicativo em um obra de 
pequeno porte na cidade de São Valentim do Sul, Rio Grande do Sul. Foi realizado 
um levantamento dos riscos ergonômicos observados in loco e realizado a análise 
de cada tarefa utilizando o método REBA, obtendo assim o risco associado a cada 
atividade. A partir dos resultados obtidos, verificou-se a importância da aplicação da 
ergonomia no setor da construção devido ao alto número de tarefas com risco 
ergonômico elevado. Para isso, apresentou-se uma proposta de intervenções em 
todos os níveis organizacionais e com foco na conscientização tanto de empregados 
quanto de empregadores. 
 
Palavras-chave: Ergonomia. Ergonomia na construção. REBA. Riscos 
ergonômicos. 



ABSTRACT 

Civil Construction is a sector that stands out in the national scenery regarding to the 
number of absences due to occupational diseases or work-related accidents. The 
small-scale civil works today still depend on the strength of men, who have low 
education, working normally outdoors with poor safety conditions and inadequate 
materials and tools, when referring to ergonomics. A qualitative research was carried 
out, classified as an exploratory, descriptive and explanatory case study in a small-
scale civil work in the city of São Valentim do Sul, Rio Grande do Sul. The ergonomic 
risks observed on-site were mapped and each task was analised using the REBA 
method, obtaining the risk associated for each activity. From the results, the 
importance of applying ergonomics in the construction sector were verified, due to 
the high number of tasks with high ergonomic risk. To this end, a proposal for 
interventions at all organizational levels was presented, focusing on the awareness of 
both employers and employees. 
 
Keywords: Ergonomics. Ergonomics in construction. REBA. Ergonomic risks. 
 



LISTA DE FIGURAS 

Figura 1 – Lesões dos trabalhadores da construção civil ......................................... 22 

Figura 2 – Gabarito de locação ................................................................................ 27 

Figura 3 – Execução de sapata ................................................................................ 29 

Figura 4 – Formas de madeira para pilares .............................................................. 30 

Figura 5 – Formas de madeira para vigas ................................................................ 31 

Figura 6 – Execução de alvenaria ............................................................................ 32 

Figura 7 – Chapisco, emboço e reboco .................................................................... 36 

Figura 8 – Execução de acabamento ....................................................................... 36 

Figura 9 – Pintura .................................................................................................... 38 

Figura 10 – Posições do tronco ................................................................................ 42 

Figura 11 – Flexão e torção do tronco ...................................................................... 43 

Figura 12 – Posições do pescoço ............................................................................ 43 

Figura 13 – Flexão e torção do pescoço .................................................................. 44 

Figura 14 – Posição das pernas ............................................................................... 44 

Figura 15 – Flexão dos joelhos ................................................................................ 45 

Figura 16 – Posição dos braços ............................................................................... 45 

Figura 17 – Abdução, elevação de ombro e apoio dos braços ................................. 46 

Figura 18 – Posições do antebraço .......................................................................... 46 

Figura 19 – Posição dos pulsos ............................................................................... 47 

Figura 20 – Rotação de desvio lateral dos pulsos .................................................... 47 



 

Figura 21 – Carga ou força ...................................................................................... 48 

Figura 22 – Qualidade da pega ................................................................................ 49 

Figura 23 – Atividade muscular ................................................................................ 50 

Figura 24 – Classificação final do método REBA ..................................................... 50 

Figura 25 – Software Ergolândia 7.0 ........................................................................ 51 

Figura 26 – Ergolândia – pescoço, tronco e pernas ................................................. 52 

Figura 27 – Ergolândia – carga ................................................................................ 53 

Figura 28 – Ergolândia – braço, antebraço e punho ................................................. 53 

Figura 29 – Ergolândia – pega ................................................................................. 54 

Figura 30 – Ergolândia – atividade ........................................................................... 54 

Figura 31 – Fluxograma ........................................................................................... 59 

Figura 32 – Localização da obra .............................................................................. 60 

Figura 33 – Pedreiro – Rebocar paredes baixas ...................................................... 65 

Figura 34 – REBA – Rebocar paredes baixas .......................................................... 66 

Figura 35 – Pedreiro – Rebocar paredes altas ......................................................... 67 

Figura 36 – REBA – Rebocar paredes altas ............................................................. 68 

Figura 37 – Pedreiro – Assentar tijolos .................................................................... 69 

Figura 38 – REBA – Assentar tijolos ........................................................................ 70 

Figura 39 – Pedreiro – Concretagem através de caminhão-bomba.......................... 72 

Figura 40 – REBA – Concretagem através de caminhão-bomba ............................. 73 

Figura 41 – Pedreiro – Sarrafeamento do concreto .................................................. 74 

Figura 42 – REBA – Sarrafeamento do concreto ..................................................... 76 

Figura 43 – Pedreiro – Colocação de azulejos ......................................................... 77 

Figura 44 – REBA – Colocação de azulejos ............................................................. 78 

Figura 45 – Pedreiro – Colocação de piso laminado ................................................ 79 

Figura 46 – REBA – Colocação de piso laminado .................................................... 80 

Figura 47 – Servente – Carregar tijolos .................................................................... 82 

Figura 48 – Servente – Descarregar tijolos .............................................................. 82 

Figura 49 – REBA – Carregar e descarregar tijolos ................................................. 83 

Figura 50 – Servente – Transportar tijolos ............................................................... 84 



 

Figura 51 – REBA – Transportar tijolos .................................................................... 85 

Figura 52 – Eletricista / Encanador – Romper parede para passagem de tubulação 87 

Figura 53 – REBA – Romper parede para passagem de tubulação sanitária/pluvial 88 

Figura 54 – Eletricista / Encanador – Abrir canaletas com auxílio de martelete 

rompedor ................................................................................................................. 89 

Figura 55 – REBA – Abrir canaletas com auxílio de martelete rompedor ................. 90 

Figura 56 – Gesseiro – Colocação dos apoios das placas de gesso na laje ............ 92 

Figura 57 – REBA – Colocação dos apoios das placas de gesso na laje ................. 93 

Figura 58 – Gesseiro – Colocação das placas de gesso nos apoios ........................ 94 

Figura 59 – REBA – Colocação das placas de gesso nos apoios ............................ 95 

Figura 60 – Carpinteiro – Montar formas de madeira ............................................... 97 

Figura 61 – REBA – Montar formas de madeira ....................................................... 98 

Figura 62 – Ferreiro – Amarrar ferros ..................................................................... 100 

Figura 63 – REBA – Amarrar ferros ....................................................................... 101 

Figura 64 – Pintor – Fazer acabamentos com pincel ............................................. 103 

Figura 65 – REBA – Fazer acabamentos com pincel ............................................. 104 



LISTA DE TABELAS 

Tabela 01 – Pontuação do Grupo A ......................................................................... 48 

Tabela 02 – Pontuação do Grupo B ......................................................................... 48 

Tabela 03 – Pontuação do Grupo C ......................................................................... 49 

Tabela 04 – Resultado do Software Ergolândia ....................................................... 55 

Tabela 05 – Riscos ergonômicos por função ........................................................... 62 

Tabela 06 – Resumo das Avaliações ..................................................................... 106



LISTA DE ABREVIATURAS 

ABNT  Associação Brasileira de Normas Técnicas 

AET  Análise Ergonômica do Trabalho 

NBR  Norma Brasileira 

NR  Norma Regulamentadora 

REBA  Rapid Entire Body Assesment 

UNIVATES Universidade do Vale do Taquari  

 

 

 



11 

SUMÁRIO 

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 14 

1.1 Definição do objeto de estudo ........................................................................ 15 

1.2 Delimitação do problema ................................................................................. 15 

1.3 Objetivos ........................................................................................................... 15 

1.3.1 Objetivo geral ................................................................................................ 15 

1.3.2 Objetivos específicos ................................................................................... 16 

1.4 Justificativa ...................................................................................................... 16 

1.5 Estrutura ........................................................................................................... 17 

 

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 19 

2.1 Acidente de Trabalho ....................................................................................... 19 

2.1.1 Doenças Ocupacionais ................................................................................. 21 

2.2 Legislação ........................................................................................................ 22 

2.3 Construção Civil ............................................................................................... 23 

2.3.1 História........................................................................................................... 23 

2.3.2 Atual cenário ................................................................................................. 24 

2.3.3 Perfil do operário da construção ................................................................. 25 

2.3.4 Processos construtivos ................................................................................ 26 

2.3.4.1 Locação da obra ......................................................................................... 26 

2.3.4.2 Fundações .................................................................................................. 27 

2.3.4.3 Formas de madeira para estruturas de concreto armado ....................... 30 

2.3.4.4 Alvenaria ..................................................................................................... 32 



12 

2.3.4.5 Instalações Hidrossanitárias ..................................................................... 33 

2.3.4.6 Instalações Elétricas .................................................................................. 33 

2.3.4.7 Acabamento ................................................................................................ 34 

2.3.4.8 Revestimentos ............................................................................................ 37 

2.3.4.9 Pintura ......................................................................................................... 38 

2.4 Ergonomia ........................................................................................................ 39 

2.4.1 Análise Ergonômica do Trabalho - AET ...................................................... 39 

2.4.2 Método REBA (Rapid Entire Body Assesment) .......................................... 41 

2.4.3 Software Ergolândia ...................................................................................... 51 

2.5 Ergonomia e a Construção civil ...................................................................... 55 

2.5.1 Prevenção ...................................................................................................... 55 

2.5.1.1 Ginástica Laboral ....................................................................................... 57 

2.5.1.2 Escola de Posturas .................................................................................... 57 

 

3 METODOLOGIA ................................................................................................... 58 

3.1 Classificação da pesquisa ............................................................................... 58 

3.1.1 Caracterização da obra ................................................................................. 59 

3.1.2 Classificação dos trabalhadores.................................................................. 61 

 

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 62 

4.1 Riscos ergonômicos ........................................................................................ 62 

4.2 Pedreiro ............................................................................................................ 65 

4.2.1 Tarefa 1 – Rebocar paredes baixas .............................................................. 65 

4.2.2 Tarefa 2 – Rebocar paredes altas................................................................. 67 

4.2.3 Tarefa 3 – Assentar tijolos ............................................................................ 69 

4.2.4 Tarefa 4 – Concretagem através de caminhão-bomba ............................... 71 

4.2.5 Tarefa 5 – Sarrafeamento do concreto ........................................................ 74 

4.2.6 Tarefa 6 – Colocação de azulejos ................................................................ 77 

4.2.7 Tarefa 7 – Colocação de piso laminado ....................................................... 79 

4.3 Servente ............................................................................................................ 81 

4.3.1 Tarefa 1 – Carregar e descarregar tijolos .................................................... 81 

4.3.2 Tarefa 2 – Transportar tijolos ....................................................................... 84 



13 

4.4 Eletricista / Encanador ..................................................................................... 86 

4.4.1 Tarefa 1 – Romper parede para passagem de tubulação ........................... 86 

4.4.2 Tarefa 2 – Abrir canaletas com auxílio de martelete rompedor ................. 89 

4.5 Gesseiro............................................................................................................ 91 

4.5.1 Tarefa 1 – Colocação dos apoios das placas de gesso na laje ................. 92 

4.5.2 Tarefa 2 – Colocação das placas de gesso nos apoios ............................. 94 

4.6 Carpinteiro ........................................................................................................ 96 

4.6.1 Tarefa 1 – Montar formas de madeira .......................................................... 96 

4.7 Ferreiro ............................................................................................................. 99 

4.7.1 Tarefa 1 – Amarrar ferros............................................................................ 100 

4.8 Pintor .............................................................................................................. 102 

4.8.1 Tarefa 1 – Fazer acabamentos com pincel ................................................ 102 

4.9 Resumo das avaliações ................................................................................. 105 

 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 113 

5.1 Conclusões ..................................................................................................... 113 

5.2 Sugestões para trabalhos futuros ................................................................ 114 

 

REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 116 

 

ANEXOS ................................................................................................................ 125 



14 

1 INTRODUÇÃO 

No mundo todo tem-se observado, principalmente na indústria da construção 

civil, que novos métodos, controles e planejamentos inseridos na execução das 

obras, não acompanham o ritmo, por exemplo, de teorias aplicadas a projetos ou 

tecnologias inseridas em outros setores da indústria (GEHBAUER, 2002). 

Gehbauer (2002) reforça ainda que, a integração entre projeto e execução 

está longe do ideal, sendo assim, no que diz respeito ao planejamento de uma obra, 

há um grande potencial de melhoria nos processos. Para Ferreira (2001), a questão 

ergonômica passou a ser um ponto de preocupação para construtoras a partir do 

momento em que se começou a relacioná-la com os afastamentos de seus 

funcionários, pois é de conhecimento geral que os postos de trabalho da construção 

civil impõem ritmos repetitivos, emprego de força, posturas inadequadas, entre 

outros riscos potenciais. 

Com os passar dos anos, houve um aperfeiçoamento da legislação que trata 

dessa questão, inclusive percebeu-se um avanço na atuação dos sindicatos e do 

Ministério Público em fiscalizar estes postos de trabalho. Para Ferreira (2001), as 

informações relacionadas à ergonomia e construção civil são dispersas em uma 

enormidade de publicações, devido ao fato da construção civil ser uma área de 

estudo muito ampla e diversificada, dificultando a adequação das empresas a esse 

novo momento e a termos uma visão dos problemas como um todo. 

Nesse contexto, este trabalho tem como finalidade colaborar para que essas 

informações sejam mais difundidas e aplicáveis ao setor, abordando as mais 



15 

diversas etapas de uma obra da construção civil afim de estampar os problemas 

vivenciados pelos trabalhadores do setor e levar estudantes, profissionais e 

empresas relacionadas, a compreenderem melhor a situação atual e o que podemos 

fazer para melhor a qualidade de vida de tantos trabalhadores que atuam dentro de 

um canteiro de obras. 

Na sequência, serão apresentados itens como o objeto de estudo, delimitação 

do tema, objetivos gerais e específicos, justificativa do presente estudo e a estrutura 

geral do trabalho 

 

1.1 Definição do objeto de estudo 

Riscos ergonômicos a que estão sujeitos os operários da construção civil 

(pedreiros, serventes, carpinteiros, ferreiros, eletricistas, encanadores, gesseiros e 

pintores) de uma obra de pequeno porte na cidade de São Valentim do Sul, Rio 

Grande do Sul. 

 

1.2 Delimitação do problema 

Quais as atividades, na construção de uma obra de pequeno porte na cidade 

de São Valentim do Sul, Rio Grande do Sul, apresentam riscos ergonômicos aos 

trabalhadores? Por consequência, quais as intervenções necessárias para reduzir os 

riscos laborais e a integridade física destes? 

 

1.3 Objetivos 

1.3.1 Objetivo geral 

O estudo tem como principal objetivo analisar os riscos ergonômicos a que 

estão sujeitos os operários da construção civil e com isso, levantar uma 

preocupação quanto à saúde ocupacional dentro do setor, propondo intervenções 

em vista de uma melhora ergonômica nas atividades relacionadas. 



16 

1.3.2  Objetivos específicos 

a) Identificar através de pesquisa bibliográfica, os riscos ergonômicos 

associados à construção civil; 

b) Identificar, através de pesquisa in loco, os riscos ergonômicos 

observados durante a realização das tarefas no posto de trabalho; 

c) Aplicar a metodologia REBA nas atividades identificadas como de 

maior impacto ergonômico no trabalhadores, afim de identificar o risco 

e a necessidade de intervenção; 

d) Avaliar a forma como os operários trabalham, demonstrando os riscos 

que estes profissionais estão submetidos e a relação com possíveis 

doenças ocupacionais; 

e) Propor intervenções pontuais para minimizar riscos laborais e a 

integridade física do trabalhador, aumentando sua qualidade de vida; 

 

1.4 Justificativa 

Conforme Silva (2014), o ramo da construção civil é destaque em 

afastamentos e acidentes de trabalho no Brasil, pois trata-se de um trabalho árduo e 

de intenso esforço físico. Reforça ainda, que a ergonomia deve ser um fator de 

preocupação, pois através de boas práticas podemos minimizar riscos laborais e 

proteger a integridade física dos trabalhadores do setor. 

Segundo o MPT (Ministério Público do Trabalho, 2018), num intervalo de 

tempo de apenas cinco anos, entre 2012 a 2017, a construção civil apresentou uma 

taxa de afastamentos de 2,4% do total de ocorrências no país, o que corresponde a 

7,5 milhões de dias de trabalho perdidos. Já o Observatório Digital de Saúde e 

Segurança do Trabalho (2018) mostra números ainda maiores, onde os 

afastamentos envolvendo exclusivamente a construção de edifícios atingem a marca 

de 49.294 casos, representando 3,30% do total no mesmo período. 



17 

Ainda segundo o MPT (2018), trabalhadores com menor remuneração são os 

que mais apresentam lesões incapacitantes, e autores como Medeiros (2013) e 

Cantisiani e Castelo (2015) destacam que a baixa remuneração é um dos diversos 

problemas que acometem o trabalhador da construção, apresentando rendimentos 

médios entre 9 e 10% inferiores aos demais trabalhadores brasileiros.  

Reforçando, dados do IBGE (2016) mostram que a indústria da construção 

apresentou a maior queda no salário dos trabalhadores, girando em torno de 10% de 

2015 para 2016, o que agrava ainda mais a situação. 

No que tange à pesquisas publicadas na área da ergonomia e construção 

civil, podemos citar estudos como os de Nóbrega, Cartaxo e Mesquita (1997), 

Michaloski, Xavier e Saad (2006), Alcântara (2009), Onuka (2011), Medeiros (2013), 

Borba e Soares (2013), Silva (2014) e Netto (2015), o que as torna importantes para 

o aumento da qualidade de vida do trabalhador, porém ainda há muita carência de 

material nessa área de conhecimento. 

Busca-se portanto, através desse estudo, uma forma de demonstrar os 

perigos associados à atividade, a forma como o operário trabalha e se submete a 

riscos por ele não identificados e que são costumeiros. Espera-se também retorno 

positivo à empregadora por consequência da melhoria da qualidade de vida de seus 

funcionários. 

Fatores estes, que conforme citado anteriormente, colocam a informação ao 

alcance de quem realmente precisa e que também contribuem para a viabilização do 

estudo. 

 

1.5  Estrutura 

O presente trabalho é composto por 5 capítulos discriminados a seguir. 

Capítulo 1 – Engloba a apresentação do trabalho, contendo a introdução, o 

objeto de estudo, a delimitação, os objetivos gerais e específicos e a justificativa da 

escolha do tema, visando um breve apanhado do conteúdo trabalhado. 



18 

Capítulo 2 – Este capítulo é composto pelo referencial teórico, o qual fornece 

o embasamento necessário para o andamento do trabalho, contendo abordagens 

sobre acidentes de trabalho, legislação pertinente, a indústria da construção civil e 

seu atual cenário, a ergonomia e a NR 17, metodologias de análise ergonômica e o 

vínculo entre a ergonomia e a construção civil contendo os pontos de conflito e 

formas de intervenção. 

Capítulo 3 - Apresenta a metodologia de elaboração da pesquisa, incluindo 

sua classificação e o planejamento utilizado. 

Capítulo 4 - Mostra os resultados obtidos juntamente com a discussão e 

análise destes, a fim de atender os objetivos traçados. 

Capítulo 5 - Por fim, o último capítulo apresenta as considerações finais deste 

estudo, destacando-se as conclusões obtidas e as sugestões para trabalhos 

complementares. 

. 



19 

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 

Sabendo-se que o presente estudo busca avaliar riscos e adequar as práticas 

incorretas visando um maior bem-estar ao trabalhador da construção, deve-se seguir 

diretivas presentes em Normas Regulamentadoras para a correta fundamentação 

teórica e legal da pesquisa. 

Com isso, o estudo baseia-se principalmente na NR 17 (Norma 

Regulamentadora 17) que se refere à ergonomia, a qual estabelece parâmetros que 

possibilitem a adequação das condições e do ambiente de trabalho, garantindo além 

de tudo, saúde e segurança do trabalhador juntamente com a eficácia do processo. 

 

2.1  Acidente de Trabalho 

Conforme Vieira (2010), a indústria da construção civil gira em torno de 

investimentos que possibilitem a produtividade esperada, porém, tal produtividade só 

acontece com o envolvimento do trabalhador. Para isso, é de suma importância 

cuidarmos da saúde e segurança desse trabalhador, o qual impacta diretamente em 

perdas e qualidade de produção no setor (NETTO, 2015).  

Wachowicz (2013), destaca que a ergonomia, independente da situação, visa 

sempre adaptar o trabalho ao homem e para tal, a NR 17 (Norma Regulamentadora 

17) estabelece que as condições de trabalho levem em consideração as 

características psicofisiológicas dos operários juntamente com a natureza da obra 

executada, tais condições incluem manuseio de materiais, utilização de 



20 

equipamentos, condições ambientais e a própria organização das tarefas. Ou seja, 

cabe à chefia e aos profissionais habilitados, adequar o volume de trabalho 

físico/mental que o operário poderá realizar a fim de protege-lo de acidentes e 

doenças ocupacionais (WACHOWICZ, 2013). 

Sabe-se que o setor da construção civil, em se tratando de acidentes de 

trabalho, apresenta taxas significativas conforme dados do MPT (2018) e 

Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho (2018) apresentados no 

capítulo 2.4 deste trabalho. Devem-se principalmente, ao fato de o trabalhador 

coexistir com os mais diversos riscos, associados ao grande número de tarefas 

executadas e as deficiências ergonômicas encontrada dentro de um canteiro de obra 

(CASTRO, 2001; NETTO, 2015). 

Vieira (2010) destaca o elevado custo que os afastamentos decorrentes de 

acidentes de trabalho no brasil geram e, conforme dados do Observatório Digital de 

Saúde e Segurança do Trabalho (2018), percebemos que o custo previdenciário de 

2012 até a data da presente pesquisa gira em torno de 27 bilhões de reais somados 

a 315 milhões de dias de trabalho perdidos, comprovando o impacto negativo na 

economia do país. Destaca-se que os números considerados são apenas do 

trabalho formal, onde muito ainda se omite atualmente. 

A Lei 8.213/91 (Plano de Benefícios da Previdência Social), em seu artigo 19, 

define acidente de trabalho como da seguinte forma: 

 

Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho 

a serviço da empresa, ou pelo exercício do trabalho dos segurados 

referidos no inciso VII do artigo 11 desta lei, provocando lesão 

corporal ou perturbação funcional que cause a morte, ou a perda ou 

redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho. 

 

A mesma Lei 8.213/91 em seu artigo 20, mostra que as doenças ocupacionais 

têm equiparação ao acidente de trabalho, e segundo o artigo 118 geram os mesmos 

benefícios e direitos. 



21 

 

2.1.1 Doenças Ocupacionais 

Conforme a Lei 8.213/91 e a NBR 14280/2001, doenças ocupacionais 

dividem-se em doenças profissionais, sendo aquelas adquiridas em função do 

exercício de determinado trabalho, e doenças do trabalho, aquelas desencadeadas 

por condições especiais do trabalho, como exercício repetitivo de atividade laboral 

que provoque lesão. 

Tais doenças, segundo Alcântara (2009), não estão ligadas a apenas um 

setor da economia, sendo adquiridas pelas tarefas diárias a que somos submetidos. 

Reforça que, devido a construção civil fazer parte deste cenário, acaba produzindo 

as mais diversas doenças advindas de movimentos repetitivos, esforços físicos 

intensos ou bruscos e posturas inadequadas ou instáveis. 

Dentre as principais doenças que acometem o trabalhador, faz-se destaque 

para a LER (Lesões por Esforços Repetitivos) e a DORT (Distúrbios 

Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), sendo atualmente as mais conhecidas 

e que atingem principalmente a coluna vertebral e os membros superiores (JUNIOR, 

2005). 

Conforme Netto (2015) apud Guimarães (2009), a LER e a DORT são 

decorrentes de diversas atividades praticadas pelo trabalhador, as quais 

manifestam-se em músculos, articulações, tendões, ligamentos, nervos e vasos e, a 

dor provocada por tais lesões, são as causas principais dos afastamentos devido a 

incapacidade laborativa gerada por ela. 

Netto (2015) destaca ainda, que o trabalhador da construção civil é 

normalmente acometido por problemas osteomusculares que atingem 

principalmente a região lombar, concordando com o que diz Junior (2005). Em 

contrapartida, um estudo realizado em Santa Maria/RS por Diesel, Fleig e Godoy 

(2001), mostrado na Figura 1, destaca que as principais lesões envolvem contusões, 

entorses e ferimentos perfurantes, seguidos de tendinites. Inúmeras tarefas dentro 

do canteiro de obras, somadas, agravam o aparecimento de tais problemas, o que 



22 

nos leva a perceber problemas no ambiente e na organização do trabalho 

(MICHALOSKI, XAVIER E SAAD, 2006). 

Figura 1 – Lesões dos trabalhadores da construção civil 

 

Fonte: adaptado de Diesel, Fleig e Godoy (2001) 

    

2.2  Legislação 

A legislação trabalhista no Brasil teve seu início a partir da revolução 

constitucionalista de 1932 que exigia normatização de legislações e também do 

processo eleitoral. Tal revolução culminou na Constituição de 1934, considerada a 

primeira lei trabalhista brasileira, a qual segundo Vieira (2010), instituiu uma 

legislação um tanto quanto ampla no que se refere à acidentes de trabalho. 



23 

Em 1972, conforme Bitencourt e Quelhas (1998), o Governo Federal, através 

da Portaria 3.237, tornou obrigatório os serviços de segurança do trabalho nas 

empresas. Em 1978, através da Portaria 3.214, foram criadas as primeiras 28 

Normas Regulamentadoras do trabalho as quais hoje, pertencem a um total de 36 

normas e seus respectivos anexos (BITENCOURT E QUELHAS, 1998; PEREIRA, 

2001). 

Dentre as 36 normas, encontra-se a NR 17 que trata de Ergonomia, a qual 

conforme citado no capítulo 2.1 deste trabalho, estabelece parâmetros para adequar 

o trabalho ao homem, visando maior conforto, segurança e desempenho. A primeira 

redação da NR 17 foi em 1990 através da Portaria 3.751 e em 2007 sofreu uma 

revisão que à complementou com mais dois anexos nas áreas de Checkout e 

Telemarketing. 

Bitencourt e Quelhas (1998) destacam que as Normas Regulamentadoras, 

como a NR 17, já descrevem procedimentos necessários para combater as 

chamadas “doenças modernas”, dentre elas LER e DORT mencionadas no capítulo 

2.1.1 deste trabalho, e que possuem relação direta com as tarefas que exigem 

esforço físico e a incorreta organização do trabalho, como a construção civil. 

 

2.3  Construção Civil 

2.3.1  História 

Conforme Bazzo e Pereira (2006), a construção civil começou efetivamente 

no Brasil, com as primeiras casas construídas pelos colonizadores, seguidas por 

muros e fortins para a defesa do território. O autor ainda destaca que a construção 

civil permaneceu por muito tempo estagnada no país durante o período conhecido 

pela escravidão, devido a utilização de mão de obra barata e pouco interesse da 

monarquia na instalação de indústrias. 

Santos (2010) reforça que a construção civil começou efetivamente no Brasil 

entre os séculos XIX e XX, com mais de 400 anos de construções utilizando as 

técnicas de taipa de mão e taipa de pilão (socada) utilizando a mão de obra escrava 

da época. Ainda conforme Santos (2010), o auge da construção no país só foi 



24 

atingido nos anos 40 sob o comando do presidente Getúlio Vargas, devido ao Brasil 

dominar a tecnologia do concreto armado que vem sendo utilizada até hoje. 

Durante o regime militar na década de 70, Santos (2010) destaca o intenso 

investimento no setor para disponibilizar moradia a todos os necessitados, neste 

ponto iniciou-se a construção de prédios e infraestrutura como viadutos, metrôs e 

saneamento básico. 

Já nos anos 2000, Vieira (2006) relata o aparecimento da preocupação das 

construtoras com a qualidade final do produto, diretamente ligada à aspectos 

econômicos, sociais e ambientais. Tal preocupação resultou em maior qualificação 

da mão de obra, através de treinamentos e maior organização. 

 

2.3.2  Atual cenário 

Conforme Vieira (2006), o setor da construção civil é de extrema importância 

para a economia brasileira. Em concordância a isso, dados divulgados pela CBIC 

(Câmara Brasileira da Indústria da Construção) mostram que o setor entre os anos 

2000 e 2017 representou um percentual médio de 5,6% no PIB total do país.  

De acordo com os dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada 

(IPEA), no último trimestre de 2017, a indústria da construção civil apresentou 

crescimento de 1%, o melhor dentre todos os setores da indústria. Além disso, 

dados do IPEA mostram que referente aos postos de trabalho na indústria de 

transformação, a construção civil equivale a 40% do total da mão de obra 

empregada. 

Já a Pesquisa Anual da Indústria da Construção (2005) realizada pelo IBGE, 

sinaliza mais de 100.000 empresas de construção civil com aproximadamente 

1.600.000 trabalhadores, sendo que 73% desta empresas estão voltadas ao 

segmento de edificações. 

Sendo este segmento o que mais emprega na indústria da construção civil, é 

nele que o presente trabalho direciona seu maior foco, destacando a ergonomia 

como forma de qualificação do profissional. Nesse sentido, a NBR ISO 9000, define 



25 

qualificação como o grau no qual certo conjunto satisfaz a requisitos inerentes ao 

objetivo, ou seja, podemos inferir que a inserção dos preceitos ergonômicos na 

construção civil também é uma forma de qualificação do operário. 

Sendo assim, conforme Franco (1999), desempenho e produtividade estão 

diretamente ligados a qualidade de vida do profissional. 

 

2.3.3  Perfil do operário da construção 

Conforme Dal Bello (2015), a indústria da construção civil tem um caráter 

provisório e de certa forma nômade. Complementando, Meseguer (1991) nos mostra 

que a mecanização na construção civil ainda é muito pequena, fazendo com que 

exista um uso acentuado de mão de obra. 

Cardoso (2013) destaca que a indústria da construção apresenta tantas 

peculiaridades que acaba tornando o setor um tanto quanto diferente dos demais 

setores da indústria nacional. Concordando com Dal Bello (2015), afirma que a 

transitoriedade e o processo por etapas do projeto são particulares ao setor, porém, 

destaca que tais fatores não são levados em consideração na área trabalhista. 

Para entender um pouco do perfil do trabalhador da construção, temos 

estudos como o de Barbosa e Lima (2007) que nos mostram a baixa escolaridade 

dos trabalhadores do setor, sendo 33% com primeiro grau incompleto, e que 12% do 

total do trabalhadores concentra-se na função de pedreiro. Outro estudo de 

Cantisani e Castelo (2015) reafirmam o baixo grau de instrução no setor, destacando 

que a média de anos de estudo dos trabalhadores é 2 anos inferior à média nacional 

dos trabalhadores.  

Em contrapartida a isso, um estudo realizado por Garcia e Dias (2011) 

demonstra aumento da escolaridade dos trabalhadores da construção e que a mão 

de obra envelheceu cerca de quatro anos. Cantisani e Castelo (2015) reforçam 

Garcia e Dias (2011) no que diz respeito ao envelhecimento da mão de obra do 

setor, mas destacam que tal fator segue de mãos dadas com o aumento do número 

de trabalhadores com carteira assinada, alcançando 3,2 milhões em 2013. Porém, 

ao autores alertam para o grande número de trabalhadores informais, representando 



26 

o maior grupo dentro do setor, com 3,6 milhões dos 8,5 milhões de trabalhadores da 

construção. 

Com isso, Cordeiro e Machado (2002) reforçam a necessidade de 

investimento no setor, no que diz respeito ao treinamento e capacitação dos 

trabalhadores, os quais estão intimamente ligados ao resultado final do produto, 

trazendo além de maior qualidade, maior segurança e um menor número de 

acidentes. 

 

2.3.4  Processos construtivos 

O processo produtivo da construção civil, segundo Nóbrega, Cartaxo e 

Mesquita (1997), é bastante diversificado, envolvendo diversas etapas, das quais 

pode-se destacar locação da obra, fundações, estrutura, alvenaria de fechamento, 

instalações e reboco ou revestimento. No estudo realizado por Santiago (2008), 

mesmo com toda a tecnologia inserida no setor, fica evidente que ainda existe muita 

utilização de processos construtivos inteiramente artesanais em todas as etapas 

mencionadas por Nóbrega, Cartaxo e Mesquita (1997), realizados de forma 

improvisada conforme a cultura do local, a qual é passada de pai para filho. 

No capítulo atual, serão descritos alguns dos principais processos 

construtivos em obras de pequeno porte, como a tratada neste trabalho, são eles: 

 

2.3.4.1 Locação da obra 

Conforme Calçada (2014), a locação da obra é parte dos serviços iniciais de 

uma construção, sendo considerada por muitos a mais importante, pois é a partir 

dela que temos a certeza que as medidas de projeto irão ser atendidas no decorrer 

da execução. 

Calçada (2014) descreve as etapas de execução de um gabarito de locação 

como sendo: 



27 

 Crava-se pontaletes de pinho no solo a uma profundidade de 50cm, 

com uma distância de 1,50m entre eles; 

 Nos pontaletes, são fixadas tábuas de 20cm em todo entorno da obra, 

ficando normalmente a 1,00m do chão; 

 Nas tábuas, são colocados pregos representando os eixos da 

edificação, conforme o projeto; 

 Nos pregos, são fixadas linhas interligadas a face oposta de mesmo 

eixo, estas linhas representam os eixos de projeto e são através delas 

que distâncias e prumos são verificados; 

Para um melhor entendimento, a Figura 2 a seguir nos mostra um gabarito 

montado com todos os itens acima listados. 

Figura 2 – Gabarito de locação 

 

 

Fonte: Paz (2015) 

 

2.3.4.2 Fundações 

Conforme Gehbauer (2002), as fundações podem sem classificadas em duas 

grandes classes, as fundações rasas e as profundas. Ainda segundo o autor, estas 



28 

classes podem se dividir em fundações diretas ou indiretas, sendo que as diretas 

descarregam o peso diretamente no solo (fundações rasas) e as indiretas 

normalmente associam-se a estacas, a qual utiliza atrito lateral e resistência de 

ponta para descarregar o peso suportado (fundações profundas). 

Neste trabalho, será enquadrada apenas as fundações rasas ou superficiais, 

especificamente sapatas, as quais normalmente são encontradas em obras de 

pequeno porte onde a carga atuante da estrutura é pequena. 

Vallejos (2013) descreve alguns procedimentos importantes na execução de 

fundações diretas por sapatas, sendo eles: 

 Escavação da vala para instalação da sapata, altura mínima de 70cm, 

devendo atingir solo resistente ou que suporte a carga de projeto; 

 Compactação da vala e regularização de nível e taludes, adicionando 

uma camada de brita no fundo; 

 Molhar a vala para o solo não “roubar” a água do concreto durante a 

execução; 

 Execução de camada de 5cm de concreto simples para apoio da 

sapata; 

 Execução das formas da sapata, normalmente executadas somente 

nas laterais, ficando a sapata com formato de bloco; 

 Colocação da armadura da sapata; 

 Colocação da armadura de arranque do pilar; 

 Concretagem da sapata; 

  Como pode-se ver, existe uma diversidade grande de tarefas 

durante a execução de uma fundação, sendo importante destacar os riscos 

associados, os quais segundo Vallejos (2013), dividem-se em riscos de acidentes e 

riscos à saúde, conforme segue: 



29 

 Riscos de acidentes: soterramento e queda de pessoas e materiais; 

 Riscos à saúde: exposição a luz solar, poeiras, químicos e água ou 

solo contaminado; 

Tendo em vista os riscos, podemos associá-los a alguns danos conhecidos 

como, no caso dos acidentes, traumatismos, ferimentos e contusões, e no caso dos 

riscos à saúde, fadiga, desidratação, câncer e problemas respiratórios (VALLEJOS, 

2013). 

A Figura 3 a seguir, mostra a execução de fundação direta por sapata. 

Figura 3 – Execução de sapata 

 

Fonte: do Autor (2019) 

 



30 

2.3.4.3 Formas de madeira para estruturas de concreto armado 

Formas de madeira são elementos transitórios dentro de um canteiro, 

normalmente reutilizáveis. Servem apenas para dar forma e suporte a elementos de 

concreto armado até que sua cura seja alcançada ao ponto de retirar as formas sem 

danificar a estrutura (UEPG, 2014). 

Calçada (2014), mostra que primeiramente marcações de madeira são 

fixadas na laje ou nas sapatas, para o correto encaixe das formas, as quais são 

previamente montadas por marceneiro qualificado dentro do canteiro. Após o painel 

é colocado dentro das marcações previamente fixadas deixando uma face aberta 

para a inserção da armadura, após isso o painel é fechado, nivelado e aprumado, 

com fixações e contraventamentos, garantindo a correta concretagem do elemento. 

A Figura 4 a seguir, mostra a execução das formas de um pilar, com os 

elementos mencionados. 

Figura 4 – Formas de madeira para pilares 

 

Fonte: do Autor (2019) 



31 

Calçada (2014) ainda faz destaque para as formas de vigas a lajes, porém 

ambas dependem dos pilares concretados para a correta fixação das mesmas, com 

a inclusão de escoras de madeira ou metálicas no meio dos vãos para a correta 

sustentação, impedindo deformações inesperadas. 

A Figura 5 mostra a execução de formas de madeira para vigas, nesse caso 

vigas de baldrame apoiadas no solo, sem a necessidade de escoras adicionais. 

Figura 5 – Formas de madeira para vigas 

 

Fonte: do Autor (2019) 

O processo é extremamente artesanal, com o recorte das tábuas feita in loco, 

conforme necessidade. Problemas também podem ocorrer devido à falta de pregos 

para fixação das tábuas, ou falta de gravatas de travamento da parte superior, 

ocasionando a abertura das tábuas e o embarrigamento lateral da viga. 

Calçada (2014) faz duras críticas ao sistema artesanal adotado na grande 

maioria das obras de pequeno porte frente a alta tecnologia empregada na 

construção civil atualmente, relacionando isso a resistência cultural que existe no 

nosso país. 



32 

2.3.4.4 Alvenaria 

Valle (2008) define alvenaria como um elemento com propriedades únicas 

capaz de constituir elementos estruturais ou de vedação. Obras de pequeno porte 

normalmente utilizam estruturas de concreto juntamente com alvenaria portante, ou 

seja, a própria alvenaria tem função estrutural de suportar elementos sobre ela. 

Dentre os processos necessários para a execução de uma parede de 

alvenaria, temos primeiramente a execução da primeira fiada, ou seja, a marcação 

da primeira linha de tijolos com as devidas medidas e alinhamentos respeitados. 

Calçada (2014) destaca que tal processo deve ser feito por profissional qualificado 

pois irá acarretar no correta esquadro da obra. 

Posteriormente, Calçada (2014) mostra que o assentamento das fiadas 

seguintes é feito com argamassa, porém faz destaque para que os blocos utilizados 

sejam colocados de tal forma que uma fiada não fique alinhada com a fiada seguinte 

superior, conforme Figura 6 a seguir. 

Figura 6 – Execução de alvenaria 

 

Fonte: Campos (2019) 

É importante destacar que a partir do momento que a alvenaria chegar a uma 

altura tal que seja necessário o uso de andaimes, escadas ou banquetas, é 

necessário a adequação destes, conforme a NR-18. 



33 

2.3.4.5 Instalações Hidrossanitárias 

Temos por instalação hidrossanitária, dentro de uma residência, a tubulação 

que conduz tanto o esgoto como a água potável e pluvial. O processo de execução 

consiste em deixar esperas de tubulação na estrutura ou então romper a alvenaria 

existente para o encaixe de canos e mangotes. 

Em reforço ao citado, Calçada (2014) destaca que o processo de execução 

de instalações hidrossanitárias sofre grande interferência de outros sistemas, como 

alvenaria, ar condicionado, instalações elétricas e até a própria estrutura, resultando 

em um quebra-quebra desnecessário dentro do canteiro. Outro ponto de conflito é a 

execução em desconformidade ao projeto, resultando em retrabalho e mais tempo 

desperdiçado. 

Os processos necessários para a execução de instalações sanitárias e 

hidráulicas são basicamente os seguintes: 

 Deixar esperas de tubulação dentro da estrutura a ser concretada ou 

alvenaria a ser assentada; 

 Fazer a colagem das conexões, evitando vazamentos; 

 Romper alvenaria para a instalação da tubulação hidráulica;  

 Correta fixação dos elementos, com argamassa ou arames, este último 

devendo ser retirado ao final da obra, pois pode sofrer corrosão e 

danificar a tubulação; 

 Ligação das tubulações hidráulicas ao registro de passeio e das 

tubulações sanitárias ao sistema de fossa-filtro e por fim sumidouro, ou 

rede de esgoto existente no logradouro. 

 

2.3.4.6 Instalações Elétricas 

É uma etapa da obra que necessita de mão-de-obra especializada, pois tanto 

os processos quantos os projetos são de maior complexidade se comparados a 



34 

outras etapas da obra. Porém, Calçada (2014) destaca a falta dessa mão-de-

obra qualificada, onde construtoras detém apenas funcionários com experiência 

prática, o que pode acarretar em problemas futuros dentro de edificação. 

Quantos aos processos de execução, Calçada (2014) faz destaque aos 

seguintes:  

 Esperas de tubulação seca dentro da estrutura; 

 Passagem de eletrodutos na alvenaria, gerando rasgos na parede 

pronta, consequentemente ocasionando um grande desperdício de 

material; 

 Esperas de caixas de interruptor, tomadas e centros de distribuição; 

 Enfiação dos cabos através dos eletrodutos; 

 Instalação de tomadas, interruptores e espelhos; 

 Instalação de disjuntores junto ao centro de distribuição e ligação da 

rede junto a concessionária; 

Conforme a NR-10, toda equipe que trabalhe com instalação elétrica deve 

conter alguém treinado e em condições de supervisionar os trabalhos a serem 

executados, portanto é de bom grado que os processos sejam feitos por pelo menos 

dois trabalhadores ao mesmo tempo. 

Ainda conforme a NR-10, é necessário utilizar dispositivos de segurança em 

painéis e caixas, sendo recomendável o trabalho em rede desenergizada, que 

normalmente é o que acontece em obras desse porte. 

 

2.3.4.7 Acabamento 

Após o levantamento das alvenarias e a conclusão dos serviços iniciais de 

instalações elétricas e hidrossanitárias, o processo de acabamento tem início, o qual 



35 

divide-se em chapisco, emboço e reboco. Estes processos, segundo Vallejos (2013), 

são conhecidos por revestimentos de argamassas. 

Conforme Gehbauer (2002), o chapisco antecede o emboço, sendo uma 

massa de cimento e areia lançada sobre a alvenaria, que para Vallejos (2013) tem a 

finalidade de proporcionar aderência sobre os elementos para receber a próxima 

camada. O chapisco pode ser lançado utilizando colher de pedreiro ou rolo de 

textura, sendo o primeiro o mais comum (GEHBAUER, 2002). 

Após a superfície chapiscada, inicia-se o emboço que serve como base 

preparatória de paredes e tetos para posteriormente receber o reboco ou algum 

outro revestimento. Para Vallejos (2013), o emboço tem a função de regularizar a 

superfície, deixando-a plana e aprumada, sendo uma camada de 2,5cm 

normalmente. Na execução dessa etapa, Gehbauer (2002) faz destaque para a 

preparação artesanal e sem controle de qualidade da argamassa utilizada, 

normalmente feita em betoneira ou até em caixas de madeira com utilização de 

enxadas para a mistura. 

Posteriormente ao emboço, executa-se o reboco que para Gehbauer (2002), 

tem função principal de preparar a superfície para receber pintura, já para Vallejos 

(2013) sua função é dar acabamento em emboço. Os materiais empregados na 

composição da massa são extremamente importantes, como cal fino e areia seca 

peneirada. O autor ainda faz destaque para a aplicação, quando se faz uso de 

desempenadeira de aço ou feltro e necessita-se de duas de mãos para um bom 

resultado (GEHBAUER, 2002). Na Figura 7, é apresentada uma ilustração das três 

etapas, chapisco, emboço e reboco, executadas sobre alvenaria de blocos de 

concreto. 

 

 

 

 

 



36 

Figura 7 – Chapisco, emboço e reboco 

 

Fonte: Vallejos (2013) 

Vallejos (2013) destaca que nem sempre o acabamento é composto das três 

etapas mencionadas (chapisco, emboço e reboco), porque quando o acabamento 

final for, por exemplo, por placas cerâmicas (conforme capítulo a seguir), executa-se 

apenas o chapisco e o emboço, sendo posteriormente executado o revestimento 

diretamente na superfície do emboço. 

Na Figura 8 a seguir, podemos ver uma residência com o processo de 

acabamento finalizado, tendo sido executado chapisco, emboço e reboco para 

receber pintura, como também chapisco e emboço para receber revestimento de 

pedra em seu volume central (já executado). 

Figura 8 – Execução de acabamento 

 

Fonte: do Autor (2018) 



37 

2.3.4.8 Revestimentos 

Os revestimentos cerâmicos previamente mencionados, segundo Vallejos 

(2013), são comumente utilizados em duas situações, conforme segue: 

 Áreas molhadas: áreas de serviço, cozinhas e banheiros; 

 Estética: fachadas ou volumes em destaque; 

Gehbauer (2002) destaca sua utilização em paredes e pisos, proporcionando 

ao local, condições adequadas de uso. Para sua execução, a ABNT (Associação 

Brasileira de Normas Técnicas) fixa algumas normas que devemos ter como 

parâmetro, segue alguns exemplos: 

 Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas – 

Procedimento. NBR 13755 / 1996. 

 Revestimento de paredes internas e fachadas com placas cerâmicas – 

Procedimento. NBR 13754 / 1996. 

 Execução de piso com revestimento cerâmico. NBR 9817 / 1987 

 Pisos para revestimento de pavimentos. NBR 6137 / 1980 

Existem ainda os revestimentos com pedras, largamente utilizados para fins 

estéticos. Porém para Vallejos (2013), tais revestimentos tem funções importantes 

quando aplicados em elementos estruturais ou de vedação, como por exemplo, 

proteger o elemento do intemperismo além de proporcionar estanqueidade. 

Assim como outras etapas de uma obra, Vallejos (2013) mostra que a etapa 

de revestimentos também proporciona alguns riscos, sendo eles: 

 Riscos de acidentes: projeção de partículas, choque elétrico, contato 

com ferramentas cortantes; 

 Riscos à saúde: ruído, poeiras e químicos; 

Tendo em vista os riscos, podemos associá-los a alguns danos conhecidos 

como, no caso dos acidentes, lesões oculares, ferimentos, contusões e paradas 



38 

cardiorrespiratórias e no caso dos riscos à saúde, perda auditiva, problemas 

respiratórios e queimaduras químicas (VALLEJOS, 2013). 

 

2.3.4.9 Pintura 

Segundo Gehbauer (2002), a pintura serve para proteger, colorir e facilitar a 

limpeza, e são aplicadas em duas etapas, a pintura base e a pintura com tinta. A 

primeira serve como base, proporcionando aderência e estanqueidade entre reboco 

e tinta, e a segunda é o acabamento final, gerando a estética esperada e a proteção 

da superfície, ambas podendo ser aplicadas com utilização de pincel ou rolo. O autor 

ainda faz destaque para a escolha correta da tinta a ser utilizada, pois para 

ambientes molhados, a tinta deve apresentar resistência a umidade e para áreas 

comuns, a tinta necessita apresentar resistência a choques e abrasão.  

Nóbrega, Cartaxo e Mesquita (1997) reiteram a importância da pintura ser 

bem executada, pois, reforçando que diz Gehbauer (2002), é responsável pelo 

acabamento final de paredes, esquadrais e forros, gerando a proteção da superfície 

dos elementos e habilitando a obra a ser entregue para seu uso fim. 

Na Figura 9 a seguir, é mostrado a mesma residência da Figura 8 do capítulo 

2.3.4.7, porém com a pintura finalizada, proporcionando a ela, uma aspecto visual 

mais atraente e limpo. 

Figura 9 – Pintura 

 

Fonte: do Autor (2018) 



39 

2.4 Ergonomia 

O termo ergonomia vem do grego, sendo “ergon” referente ao trabalho e 

“nomos” referente a regras. Sendo assim, para Dul e Weerdmeester (2012) a 

ergonomia é a ciência que estuda adaptações e melhorias nos projetos, nas 

máquinas, nos equipamentos e nos processos, visando o bem-estar, a segurança, o 

conforto e a eficácia nas tarefas ou processos executados.  

Já para Couto (1995) e Iida (2005), a ergonomia basicamente é a adequação 

do trabalho ao homem, envolvendo o ambiente em que o trabalho é realizado e a 

organização implantada para que este seja executado com eficácia e segurança. 

Reforçando, Mali (2015) descreve a ergonomia como a ciência que busca uma 

harmonia entre a exigência das tarefas e a condição dos trabalhadores envolvidos, 

com isso proporcionando segurança tanto para o trabalhador quanto para a própria 

empresa. 

 

2.4.1 Análise Ergonômica do Trabalho - AET 

Conforme Guimarães (2009), o primeiro passo da análise ergonômica recai 

sobre um estudo exploratório dos problemas entre o homem e o trabalho, sendo 

nessa fase a identificação das causas dos problemas a serem avaliados. Nesse 

sentido, Silva (2010) destaca que a aplicação de métodos de análise teve como 

consequência um grande avanço no diagnóstico prévio de problemas posturais dos 

trabalhadores, permitindo propor intervenções as quais buscam melhorias no 

ambiente de trabalho. 

Primeiramente, Ligeiro e Paschoarelli (2009) relatam que a AET (análise 

ergonômica do trabalho) era apenas realizada em trabalhos que continham 

atividades que desprendiam movimentos repetitivos. Seguidamente, o autor mostra 

que surgiram necessidades que fizeram com que a AET fosse aplicada em outros 

setores da indústria, surgindo assim adaptações referentes a diminuição da carga de 

trabalho, rodízio de tarefas, pausas, escola de posturas ou ginásticas laborais. 



40 

Sendo assim, é indispensável a utilização de métodos de análise ergonômica 

para se entender as características de cada atividade realizada, onde Borba e 

Soares (2013) destacam os principais: 

 Método OWAS: Sistema de análise de postura de trabalho Ovako, do   

inglês Ovako Working Posture Analysis System; 

 Método RULA: Avaliação rápida de membro superior, do inglês Rapid 

Upper Limb Assesment; 

 Método REBA: Avaliação rápida do corpo inteiro, do inglês Rapid Entire 

Body Assesment; 

 Método IS: Índice de deformação, do inglês Strain Index; 

 Método OCRA: Ações repetitivas ocupacionais, do inglês Occupational 

Repetitive Action; 

Na execução deste trabalho, foi adotada a metodologia REBA, pois conforme 

os autores do método Sue Hignett e Lynn McAtmney (1999), este foi desenvolvido 

com base nos métodos RULA, OWAS e NIOSH para avaliar posturas imprevisíveis, 

se enquadrando no que acontece dentro do setor da construção civil, sendo 

baseado nas metodologias até então utilizadas.  

Ainda conforme os autores, seu diferencial é que permite avaliar posturas 

estáticas e dinâmicas, analisando as posturas adotadas em cada tarefa 

individualmente, as forças aplicadas, os tipos de movimentos, a atividade muscular, 

os movimentos repetitivos e a pega utilizada pelo trabalhador ao realizar sua 

atividade diária. Conforme Stall (2014), da mesma forma que o método RULA, o 

método REBA por tratar tanto de membros inferiores quanto superiores, orienta o 

avaliador sobre a necessidade de propor intervenções no que diz respeito às 

posturas adotadas, instrumentos utilizados, manuseio de cargas e organização do 

trabalho, baseadas na pontuação gerada pelo método. 

Portanto, pelo entendimento de ser um método completo para a devida 

aplicação e por ser baseado em metodologias consagradas, no decorrer deste 



41 

capítulo são apresentados comentários a respeito apenas do método REBA, 

incluindo o passo a passo de sua aplicação. 

 

2.4.2 Método REBA (Rapid Entire Body Assesment) 

Conforme Almeida (2007), o método REBA, que em português significa 

avaliação rápida do corpo inteiro, foi proposto por Sue Hignett e Lynn McAtamney, 

sendo publicado na revista Applied Ergonomics, em 1999. 

Ainda segundo Almeida (2007), o método em questão é resultado de um 

extenso trabalho envolvendo os mais diversos profissionais, como ergonomistas, 

fisioterapeutas, enfermeiros e terapeutas, tendo sido feita a avaliação de mais de 

600 posturas para sua elaboração. Trata-se de um método de análise postural, 

ferramenta útil para prevenir riscos e que é capaz de identificar condições de 

trabalho inadequadas (ALMEIDA, 2007). 

Para Pavani e Quelhas (2006), o método REBA é uma ferramenta para 

avaliar posturas forçadas adotadas em tarefas com qualquer carga animada, sendo 

similar ao método RULA, sendo a todos os membros do corpo e a trabalhos que 

envolvam movimentos repetitivos, sendo assim, uma ferramenta útil para avaliação 

geral, incluindo o setor da construção civil. 

No que tange a aplicação do método, o estudo original publicado por Hignett e 

McAtamney (1999), nos mostra a necessidade de informações prévias para sua 

utilização, sendo elas: 

 Os ângulos formados pelos diferentes partes do corpo (tronco, 

pescoço, perna, braço, antebraço, pulso). Tais medidas podem ser 

feitas através de fotografias. 

 A carga ou força utilizada pelo trabalhador, ou que seja de 

conhecimento prévio do observador. 

 O tipo de aderência ou pega, das ferramentas ou materiais utilizados. 



42 

 As características da atividade muscular do trabalhador (estático, 

dinâmico ou sujeitos a possíveis mudanças bruscas). 

Após, o método começa pela avaliação do Grupo A, o qual segundo Hignett e 

McAtamney (1999), engloba tronco, pescoço e pernas, começando pelo tronco 

conforme Figura 10 e 11 a seguir. 

Figura 10 – Posições do tronco 

 

 

Pontos Posição 

 

1 O tronco é reto. 

2 O tronco é entre 0 e 20 graus de flexão ou 0 e 20 graus de extensão. 

3 O tronco é entre 20 e 60 graus de flexão ou mais de 20 graus de extensão. 

4 O tronco é dobrado 60 graus. 

 

Fonte: adaptado de Hignett e McAtamney (1999) 

Tal pontuação do tronco pode variar devido a efeitos de torção ou flexão do 

tronco, conforme Figura 11. 

 

 

 



43 

Figura 11 – Flexão e torção do tronco 

 

Pontos Posição 

 

+1 Há torção ou flexão lateral do tronco. 

 

Fonte: adaptado de Hignett e McAtamney (1999) 

Após isso, a pontuação do pescoço deve ser avaliada, o método prevê duas 

posições de pescoço conforme a Figura 12. 

Figura 12 – Posições do pescoço 

 

Pontos Posição 

 

1 O pescoço é entre 0 e 20 graus de flexão. 

2 O pescoço é dobrado mais do que 20 graus ou estendida. 

 

Fonte: adaptado de Hignett e McAtamney (1999) 



44 

Assim como o tronco, a pontuação do pescoço pode ser acrescida se houver 

torção ou flexão lateral, conforme Figura 13. 

Figura 13 – Flexão e torção do pescoço 

 

Pontos Posição 

 

+1 Há torção e / ou flexão lateral do pescoço. 

 

Fonte: adaptado de Hignett e McAtamney (1999) 

 

Para finalizar a avaliação do Grupo A, deve-se avaliar as pernas com duas 

posições possíveis, conforme Figura 14. 

Figura 14 – Posição das pernas 

 

Pontos Posição 

 

1 Bilateral, a pé ou sentado. 

2 Posição unilateral, apoiado ou posição instável. 

 

Fonte: adaptado de Hignett e McAtamney (19999) 



45 

Para as perna, a pontuação pode aumentar devido a flexão de um ou dos dois 

joelhos, conforme a Figura 15. 

Figura 15 – Flexão dos joelhos 

 

Pontos Posição 

 

+1 Há uma dobra ou ambos os joelhos entre 30 e 60 °. 

2 Não dobrar um ou ambos os joelhos acima de 60 ° (exceto postura sentada). 

 

Fonte: adaptado de Hignett e McAtamney (1999) 

A seguir, o método parte para a avaliação do Grupo B, o qual segundo Hignett 

e McAtamney (1999), engloba braço, antebraço e punho, começando pelo braço 

conforme Figura 16 e 17 a seguir. 

Figura 16 – Posição dos braços 

 

 

Pontos Posição 

 

1 O braço é entre 0 e 20 graus de flexão ou 0 e 20 graus de extensão. 

2 O braço é entre 21 e 45 graus de flexão ou mais de 20 graus de extensão. 

3 O braço é entre 46 e 90 graus de flexão. 

4 Braço é dobrado mais do que 90 graus. 

 

Fonte: adaptado de Hignett e McAtamney (1999) 



46 

No caso dos braços, a pontuação pode ser acrescida devido a abdução e 

elevação dos ombros, porém também pode ser atenuada devido ao apoio dos 

braços, conforme Figura 17 a seguir. 

Figura 17 – Abdução, elevação de ombro e apoio dos braços 

 

Pontos Posição 

 

+1 O braço é abduzido ou girado. 

+1 Ombro elevado 

-1 Braço apoiado. 

 

Fonte: adaptado de Hignett e McAtamney (1999) 

Posteriormente, deve-se fazer a avaliação do antebraço considerando seus 

ângulos de flexão, conforme Figura 18. 

Figura 18 – Posições do antebraço 

 

Pontos Posição 

 

1 O antebraço é entre 60 e 100 graus de flexão. 

2 O antebraço é flexionado abaixo de 60 graus ou acima de 100 graus. 

 

Fonte: adaptado de Hignett e McAtamney (1999) 



47 

Para finalizar a avaliação dos membros superiores, o que resta avaliar é o 

pulso, sendo novamente avaliado devido a dois quesitos de flexão, conforme Figura 

19. 

Figura 19 – Posição dos pulsos 

 

Pontos Posição 

 

1 O pulso é entre 0 e 15 graus de flexão ou extensão. 

2 O pulso é flexionado ou estendido ao longo de 15 graus. 

 

Fonte: adaptado de Hignett e McAtamney (1999) 

Tal valor, pode ser acrescido devido a rotação do pulso ou desvio lateral, 

conforme Figura 20. 

Figura 20 – Rotação de desvio lateral dos pulsos 

 

Pontos Posição 

 

+1 Há torção ou desvio lateral do punho. 

 

Fonte: adaptado de Hignett e McAtamney (1999) 

Concluídas as avaliações dos Grupo A e B, Sue Hignett e Lynn McAtamney 

(1999) apresentam duas tabelas das quais obtemos a pontuação individual para 

cada grupo, conforme Tabelas 01 e 02. 



48 

Tabela 01 – Pontuação do Grupo A 

TABELA 01 
 

Tronco 

Pescoço 

1 2 3 

Pernas Pernas Pernas 

1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 

1 1 2 3 4 1 2 3 4 3 3 5 6 

2 2 3 4 5 3 4 5 6 4 5 6 7 

3 2 4 5 6 4 5 6 7 5 6 7 8 

4 3 5 6 7 5 6 7 8 6 7 8 9 

5 4 6 7 8 6 7 8 9 7 8 9 9 
 

Fonte: adaptado de Hignett e McAtamney (1999) 

Tabela 02 – Pontuação do Grupo B 

QUADRO B 

 

Braço 

Antebraço 

1 2 

Pulso Pulso 

1 2 3 1 2 3 

1 1 2 2 1 2 3 

2 1 2 3 2 3 4 

3 3 4 5 4 5 5 

4 4 5 5 5 6 7 

5 6 7 8 7 8 8 

6 7 8 8 8 9 9 
 

Fonte: adaptado de Hignett e McAtamney (19999) 

A partir da pontuação dos Grupos A e B, é necessário a avaliação da carga 

ou força aplicada no trabalho, a qual se existir ou for aplicada de forma brusca, pode 

alterar a pontuação do Grupo A, como mostra a Figura 21. 

Figura 21 – Carga ou força 

Pontos Posição 

 

0 A carga ou a força é inferior a 5 kg. 

+1 A carga ou força é entre 5 e 10 Kg. 

+2 A carga ou a força é maior do que 10 kg. 

 

+1 A força é aplicada bruscamente. 

 

Fonte: adaptado de Hignett e McAtamney (1999) 



49 

Para o Grupo B, o qualidade da pega ou aperto, considerando uma boa 

aderência, pode alterar sua pontuação conforme Figura 22. 

Figura 22 – Qualidade da pega 

Pontos Posição 

 

0 
Boa aderência.  

A aderência é boa possibilitando boa pressão. 

+1 
Aperto regular.  

O aperto de mão é aceitável, mas não com aderência ideal. 

2 
Aperto pobre.  

O aperto é possível, mas não é aceitável. 

3 
Aperto inaceitável.  

A aderência é desajeitada e insegura, não é possível o aperto da mão. 

 

Fonte: adaptado de Hignett e McAtamney (1999) 

Com as pontuações dos Grupos A e B atualizadas, deve-se consultar a 

Tabela 03, a qual nos dará uma pontuação considerando ambos os grupos como um 

só, chamado de Grupo C. 

Tabela 03 – Pontuação do Grupo C 

TABELA C 
 

A pontuação Score B 

 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 

1 1 1 1 2 3 3 4 5 6 7 7 7 

2 1 2 2 3 4 4 5 6 6 7 7 8 

3 2 3 3 3 4 5 6 7 7 8 8 8 

4 3 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 

5 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 9 

6 6 6 6 7 8 8 9 9 10 10 10 10 

7 7 7 7 8 9 9 9 10 10 11 11 11 

8 8 8 8 9 10 10 10 10 10 11 11 11 

9 9 9 9 10 10 10 11 11 11 12 12 12 

10 10 10 10 11 11 11 11 12 12 12 12 12 

11 11 11 11 11 12 12 12 12 12 12 12 12 

12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
 

Fonte: adaptado de Hignett e McAtamney (1999) 



50 

Com a pontuação do Grupo C, deve-se avaliar a atividade muscular, 

consultando a Figura 23 e com ela, pode haver acréscimo de até 3 pontos devido ao 

corpo permanecer estático, existir movimentos repetitivos e posturas instáveis. 

Figura 23 – Atividade muscular 

Pontos Atividade 

 

+1 
Uma ou mais partes do corpo permanecem estáticos, por exemplo suportado 

por mais de 1 minuto. 

+1 
Movimentos repetitivos, por exemplo repetido mais de 4 vezes por minuto 

(excluindo distâncias a pé). 

+1 Importantes mudanças ocorrem ou posturas instáveis são adotadas. 

 

Fonte: adaptado de Hignett e McAtamney (1999) 

A pontuação final do método é classificada em cinco intervalos, cada intervalo 

corresponde a um nível de ação, cada nível de ação corresponde a um risco e cada 

risco indica a necessidade de intervenção, conforme Figura 24. 

Figura 24 – Classificação final do método REBA 

Pontuação 

Final 

Nível de 

ação 
Nível de Risco Atuação 

1 0 Impagável Nenhuma ação é necessária 

2. 3 1 Baixo A ação pode ser necessária. 

4-7 2 Meio É necessário tomar medidas. 

8-10 3 Alto É necessário agir logo. 

11-15 4 Muito alto É necessária uma ação imediata. 

Fonte: adaptado de Hignett e McAtamney (1999) 

Conforme os autores Hignett e McAtamney (1999), o método deve ser 

aplicado para uma única postura, sendo que para uma análise de trabalho, deve-se 

considerar as posturas consideradas de maior representatividade. 

 



51 

2.4.3 Software Ergolândia 

O software Ergolândia 7.0 foi desenvolvido para auxiliar profissionais na área 

ergonômica e pode ser utilizado tanto por ergonomistas como por estudantes (REIS, 

2013). Apresenta interface em português a qual facilita seu uso e também 

disponibiliza um banco de dados no qual são armazenadas as informações e 

análises utilizadas. 

O software contém diversos métodos de diagnóstico ergonômico, dentre eles 

o método REBA. O “menu” inicial apresenta as opções de método de análise 

(FIGURA 25) e após a escolha, uma nova janela é aberta, específica ao uso do 

método selecionado. 

Figura 25 – Software Ergolândia 7.0 

 

Fonte: do Autor (2019). 



52 

Após a seleção, a janela do método REBA é aberta (FIGURA 26), solicitando 

a inserção de dados referentes a pescoço, tronco e pernas, carga (FIGURA 27), 

braço, antebraço e punho (FIGURA 28), pega (FIGURA 29) e atividade (FIGURA 

30). 

Figura 26 – Ergolândia – pescoço, tronco e pernas 

 

Fonte: do Autor (2019). 

 

 

 

 

 

 

 



53 

Figura 27 – Ergolândia – carga 

 

Fonte: do Autor (2019). 

Figura 28 – Ergolândia – braço, antebraço e punho 

 

Fonte: do Autor (2019). 



54 

Figura 29 – Ergolândia – pega 

 

Fonte: do Autor (2019). 

Figura 30 – Ergolândia – atividade 

 

Fonte: do Autor (2019). 

Com os dados inseridos, acessa-se o botão “resultado”, o qual apresenta uma 

tabela com a classificação da atividade, contendo pontuação, significado da 

pontuação, e se existe necessidade de intervenção ou não, conforme Tabela 04. 



55 

Tabela 04 – Resultado do Software Ergolândia 

 

Fonte: do Autor (2019). 

Por fim, o programa possibilita o salvamento das informações em seu banco 

de dados, possibilitando seu gerenciamento e seu acesso em momentos futuros, 

além de fornecer a possibilidade de exportar e imprimir os resultados. 

 

2.5  Ergonomia e a Construção civil 

Portanto, a Ergonomia aliada ao setor de construção civil, tende a 

proporcionar uma maior segurança e consequentemente maior satisfação a seus 

trabalhadores, agregando qualidade ao produto final. 

 

2.5.1  Prevenção 

Medeiros (2013) afirma que a prevenção é uma forma de atuação que 

acontece antes que o problema ocorra ou se instale, com o objetivo de impedir sua 

ocorrência e suas consequências. O autor reforça a eficácia de treinamentos de 

correção postural, de grupos de relaxamento, palestras, questionários e folhetos 

explicativos dentro do setor da construção civil, pois a informação é de difícil acesso 

ou não é buscada pelo público alvo. 

Tais ações podem ser divididas em cinco níveis (MEDEIROS, 2013), sendo 

eles: 

 Nível 1 – Promoção da saúde. 

 Nível 2 – Proteção específica. 



56 

 Nível 3 – Diagnóstico e tratamento. 

 Nível 4 – Limitação do dano. 

 Nível 5 – Reabilitação. 

Atualmente, Medeiros (2013) destaca a vantagem de se investir em 

prevenção, pois trata-se de uma diretriz do sistema de saúde atual, ou seja, investir 

preventivamente desprende menor custo do que de forma curativa ou reabilitadora. 

Para tal, medidas de controle são importantes para modificar as condições 

prejudiciais, as quais Medeiros (2013) mostra que resumidamente são as seguintes: 

 Físicas: posto de trabalho, mobiliário e equipamentos. 

 Biomecânicas: alterações posturais e planejamento do trabalho. 

 Ambientais: conforto térmico, visual e auditivo. 

Diante do exposto, verifica-se que na construção civil, detentora de uma 

diversidade enorme de riscos, existe a real necessidade de uma planejamento em 

Segurança do Trabalho. 

Para tal, Camargo (1990) elenca uma série de itens que atenuam o serviço 

pesado da construção civil, como por exemplo a redução da jornada de trabalho, 

rodízio de trabalhadores em tarefas diferentes e intervalos para repouso. O rodízio 

acima comentado, consiste na variação de atividades que possibilitam a diminuição 

dos efeitos de um trabalho repetitivo ou estático, pois nesse caso, entram em ação 

diferentes grupos musculares, favorecendo a circulação sanguínea. 

Reforçando o que diz Camargo (1990), um estudo feito por Deliberato (2002) 

confirma que intervalos para repouso dentro do setor da construção civil, ao 

contrário do que se acha, aumenta a produtividade, pois reduz a incidência de 

disfunções musculoesqueléticas. 

Nesse contexto, existem recomendações ergonômicas conhecidas e 

atualmente aplicas na indústria em geral, conforme comentado nos capítulos 2.5.1.1 

e 2.5.1.2 a seguir. 



57 

2.5.1.1 Ginástica Laboral 

Sempre um tema controverso, a Ginástica Laboral é alvo de constantes 

reclamações dentro da indústria. Trata-se, segundo Fernandez (1989), de exercícios 

físicos que trabalham as musculaturas pouco solicitadas e relaxam aquelas que 

trabalham com maior intensidade. O autor reforça a necessidade da análise do local 

de trabalho para aplicação de tal recomendação ergonômica, tal como 

constrangimentos e alterações do ambiente de trabalho, ou seja, deve ser 

compatibilizado com as exigências do setor envolvido. 

 

2.5.1.2 Escola de Posturas 

Conforme Santos (2001), a Escola de Posturas é uma intervenção preventiva 

adotada com o objetivo de capacitar os trabalhadores para que assumam atitudes 

de autocuidado, por meio de orientações de um profissional capacitado. 

Os postos da construção civil não são fixos, se alternam em pouco espaço de 

tempo, sendo uma prática difícil por necessitar constante aplicação. Para Silva 

(2001), no setor da construção, a adequação correta dos postos de trabalho são a 

melhor alternativa para prevenir doenças ocupacionais, sendo realizada 

individualmente de obra em obra. 



58 

3 METODOLOGIA 

3.1  Classificação da pesquisa 

A presente pesquisa utiliza o método dedutivo, no qual, segundo Mezzaroba e 

Monteiro (2006), se parte do conhecimento geral para aplicar no particular. Pode ser 

enquadrada em pesquisa qualitativa quanto à abordagem e classificada como um 

estudo de caso, assumindo caráter exploratório, descritivo e explicativo, que 

segundo Gil (2002) e Bogdan e Biklen (2003) busca nos familiarizar com o problema, 

descrever e explicar as práticas observadas e sugerir possíveis intervenções.  

Considerando a pesquisa como uma geradora de conhecimento na área da 

ergonomia, classifica-se como uma amostra simples e não-probabilística por ser 

tratar de uma obra de pequeno porte na cidade de São Valentim do Sul / RS, 

assumindo assim, conforme Bogdan e Biklen (2003), a forma de um estudo de caso 

único e de natureza aplicada. 

Quanto aos procedimentos técnicos, se fez uso de pesquisa bibliográfica para 

alavancar informações acerca da ergonomia e da construção civil, posteriormente 

realizou-se um levantamento fotográfico que identificasse a postura dos 

trabalhadores em suas tarefas diárias dentro do setor da construção. A seguir, foi 

desenvolvido uma sistemática de avaliação das posturas incorretas, separadas por 

função e posteriormente avaliadas através da metodologia REBA, adotada conforme 

capítulo 2.4.1, para por fim, associá-las às principais doenças e propor intervenções 

de adequação. O fluxograma de desenvolvimento das atividades é mostrado na 

Figura 31 a seguir. 



59 

 

Figura 31 – Fluxograma 

 

Fonte: do Autor (2019). 

A metodologia de avaliação se deu de forma descritiva e explicativa, através 

da caracterização das atividades realizadas e a forma como estas são executadas 

pelos trabalhadores. As imagens foram coletadas em visitas técnicas para 

acompanhamento da obra, por Engenheiro Civil, autor deste trabalho, o qual 

certificou-se de captar as posturas adotadas de forma natural e sem interferência 

externa. 

 

3.1.1  Caracterização da obra 

A obra acompanhada situa-se na cidade de São Valentim do Sul/RS, pequena 

cidade da Serra Gaúcha e que conforme senso do IBGE (2010), conta com 2.233 

habitantes. Tem como característica ser uma obra residencial unifamiliar de pequeno 

porte, com 150,00m², localizada próximo ao centro da cidade (Figura 32). 

 

 

 



60 

Figura 32 – Localização da obra 

 

Fonte: Google Earth (2017). 

Obras de pequeno porte em cidade de interior, possuem características 

particulares descritas a seguir. 

 Trabalhadores autônomos. 

 Equipamentos precários. 

 Canteiro de obra em desacordo com a NR-18. 

 Inexistência de EPI`s. 

 Pouca ou nenhuma fiscalização. 

Portanto, são obras que apresentam um ambiente hostil ao trabalhador, o 

qual adota ações irresponsáveis, porém costumeiras. 

 



61 

3.1.2  Classificação dos trabalhadores 

Os trabalhadores presentes na obra acompanhada totalizavam 12 (doze), 

sendo eles: 

 

 03 (três) pedreiros. 

 02 (dois) serventes. 

 02 (dois) eletricistas/encanadores. 

 02 (dois) gesseiros. 

 01 (um) carpinteiro. 

 01 (um) ferreiro. 

 01 (um) pintor. 

Todos os trabalhadores eram autônomos, com idade entre 28 e 58 anos e 

que trabalhavam no setor da construção civil a pelo menos cinco anos, chegando a 

35 anos de atuação. 

Dois pedreiros, com idades de 48 e 57 anos, apresentavam problemas nos 

braços e ombros devido ao exercício da profissão, enquanto um dos 

eletricistas/encanadores já havia sofrido acidente de trabalho, com perda total da 

visão de um dos olhos. 



62 

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 

4.1 Riscos ergonômicos  

No presente capítulo são apresentas as avaliações das posturas identificadas 

durante o acompanhamento da obra, como sendo de maior impacto ergonômico. As 

imagens foram divididas conforme as funções de cada trabalhador para melhor 

descrever como é feito cada etapa, como o trabalhador desempenha suas funções e 

como isso está impactando na sua saúde. 

Primeiramente foi esquematizado através de uma tabela (TABELA 05) os 

riscos ergonômicos detectados em cada função analisada, sendo posteriormente 

analisados os riscos mais presentes ou identificados com maior frequência durante a 

execução das tarefas. 

Tabela 05 – Riscos ergonômicos por função 

FUNÇÃO POSTURA FORÇA CARGA 
MOVIMENTOS 

REPETITIVOS 
VIBRAÇÃO RUÍDO 

PEDREIRO X   X X X 

SERVENTE X X X X X X 

ELETRICISTA/ 

ENCANADOR 
X X  X X X 

GESSEIRO X   X   

CARPINTEIRO X X   X X 

FERREIRO X X  X   

PINTOR X   X   

Fonte: do Autor (2019). 



63 

 Pedreiro: 

o Foram identificas posturas inadequadas em diversas tarefas, 

como reboco e assentamento de tijolos.  

o Movimentos repetitivos existentes em tarefas como rebocar, 

assentar tijolo e nivelar concreto. 

o Exposto a vibração e ruído durante a concretagem de estruturas 

de concreto por fazer uso de vibrador elétrico. 

 Servente: 

o Foram identificas posturas inadequadas em diversas tarefas, 

como carregar e descarregar tijolos e preparar argamassa na 

betoneira. 

o Foi identificado força excessiva ao carregar carrinhos de mão 

cheios de argamassa, tijolo ou concreto. 

o Houve carga excessiva durante o transporte de sacos de 

cimento de 50kg e de formas de madeira 

o Quanto aos movimentos repetitivos foi identificado grande 

repetição ao retirar argamassa do carrinho de mão para 

abastecer a plataforma de trabalho dos pedreiros. 

o Identificado vibração e ruído durante o uso de betoneira e 

misturador de argamassa. 

 Eletricista/Encanador: 

o Posturas inadequadas em diversas situações, rompimento de 

alvenaria, colocação de tubulação e passagem de fiação 

elétrica. 

o Uso de força brusca ao romper paredes, através do uso de 

rompedor. 



64 

o Movimentos repetitivos encontrados em tarefas como amarrar 

fios e colar canos. 

o Vibração e ruído excessivo ao utilizar rompedor elétrico. 

 Gesseiro: 

o Postura inadequada na colocação de suportes no teto, na 

colocação das placas de gesso nos suportes e no acabamento 

final. 

o Movimentos repetitivos ao rotacionar os ganchos no teto para 

sua fixação. 

 Carpinteiro: 

o Postura inadequada ao utilizar a bancada de trabalho. 

o Força ao erguer formas de madeira. 

o Vibração e ruído ao fazer uso de serra circular. 

 Ferreiro: 

o Postura inadequada ao cortar e amarrar barras de aço. 

o Força excessiva cortar barras de aço e ao erguer armaduras de 

sapatas, vigas e pilares acima de 50kg. 

o Movimentos repetitivos de rotação identificados ao amarrar 

barras de aço com uso de alicate e arame. 

 Pintor: 

o Postura inadequada e movimentos repetitivos ao utilizar rolo de 

pintura e ao fazer acabamentos com pincel. 

Portanto, no decorrer do capítulo, serão analisadas as tarefas nas quais os 

riscos ergonômicos foram mais recorrentes.  



65 

4.2 Pedreiro  

O pedreiro é o principal trabalhador dentro de uma obra de pequeno porte, 

pois é ele quem coordena todo o processo, devido à falta de um mestre de obra. O 

pedreiro é responsável pela execução de fundações, estruturas de concreto, 

assentamento da alvenaria, realização de reboco e aplicação de revestimentos em 

paredes, pisos e tetos. 

 

4.2.1 Tarefa 1 – Rebocar paredes baixas  

Na Figura 33, é mostrado a tarefa de rebocar paredes baixas, exigindo uma 

postura agachada do pedreiro, conforme segue. 

Figura 33 – Pedreiro – Rebocar paredes baixas 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: do Autor (2019). 

Na Figura 33, o pedreiro executa o reboco interno da platibanda da residência 

com uso de desempenadeira, a qual apresenta boa pega. O pedreiro apanha a 

argamassa no carrinho de mão atrás dele, girando o tronco diversas vezes, após 



66 

colocar o material na empenadeira, faz movimentos circulares contínuos e por longo 

períodos, afim de regularizar o reboco.  

Sua vestimenta é composta por calça e calçado fechado adequado (botina 

com CA), porém não utiliza capacete nem luvas de proteção contra os produtos 

usados na mistura da argamassa. O trabalho é feito com o tronco inclinado e 

rotacionado, inclusive apresenta movimentos circulares repetitivos com os braços ao 

realizar a atividade. O peso do trabalhador é distribuído em ambas as pernas, que 

ficam estáticas e levemente dobradas durante a atividade. 

Pode-se destacar o ambiente de trabalho como hostil, pois o trabalhador está 

refém dos efeitos do sol sem a utilização de protetor solar, existe muito material 

largado no chão e o carrinho de mão com argamassa foi colocado pelo servente 

atrás do pedreiro, estes dois últimos fatores podem acarretar em um acidente de 

trabalho. 

Na Figura 34, pode-se ver o resultado da aplicação do método REBA para a 

atual postura, os dados utilizados estão descritos no Anexo A. 

Figura 34 – REBA – Rebocar paredes baixas 

 

Fonte: do Autor (2019). 

Percebe-se através do resultado da Figura 34, o risco alto a que o trabalhador 

está exposto, devendo haver intervenção o quanto antes. Tal atividade, realizada da 

forma como foi identificada, poderá resultar em afecções musculoesqueléticas, 

cervicalgias, tendinites, lombalgias (OBERMULLER, 2017). 

 Como forma de intervenção, primeiramente a adequação dos EPI`s é 

necessária, com uso de capacete e luvas de proteção para evitar alguma contusão 

ou acidente. Posteriormente, devido a atividade exigir um trabalho agachado, o 



67 

pedreiro deve flexionar uma das pernas para frente enquanto a outra se mantem 

com o joelho apoiado no chão, o tronco jamais deve ultrapassar o limite do joelho 

projetado a frente (GONÇALVES E DEUS, 2001), ficando de preferência de forma 

ereta.  

No que se refere aos movimentos repetitivos, Nakamura (2011) nos mostra 

que é importante a alternância dos braços na atividade, como também é uma tarefa 

que exige pausas e alongamentos. Outro ponto importante, conforme Gonçalves e 

Deus (2001) é a colocação da argamassa do carrinho ao nível da cintura do 

trabalhador e em local de fácil acesso, para não precisar haver o giro do tronco a 

todo momento. Os autores ainda reforçam a necessidade do abastecimento de 

argamassa contínua para que o pedreiro não exerça esta função, tal tarefa já é 

praticada pelo servente de forma correta. 

 

4.2.2 Tarefa 2 – Rebocar paredes altas  

Na Figura 35, é mostrado a tarefa de rebocar paredes altas, exigindo uma 

postura com pescoço inclinado e braços acima do nível do ombro, conforme segue. 

Figura 35 – Pedreiro – Rebocar paredes altas 

 

Fonte: do Autor (2019). 



68 

 Na Figura 35, o pedreiro executa o reboco interno da residência, próximo do 

teto. A tarefa se assemelha a descrita no capítulo 4.2.1 pois trata-se novamente de 

rebocar paredes, porém nesse caso, a parede a ser rebocada encontra-se a um 

nível acima do ombro do pedreiro, exigindo esforços e posturas diferenciadas. 

Novamente ele utiliza desempenadeira para a execução da atividade a qual 

apresenta boa pega. O pedreiro apanha a argamassa no balde ao lado dele, girando 

o tronco e se agachando diversas vezes, após colocar o material na empenadeira, 

faz movimentos circulares contínuos e por longo períodos, afim de regularizar o 

reboco.  

Sua vestimenta é composta por calça, calçado fechado adequado (botina com 

CA) e luvas de borracha, porém não utiliza capacete. O trabalho é feito com o tronco 

reto, pescoço inclinado para trás, ombro elevado e braço acima do nível do ombro, 

inclusive apresenta movimentos circulares repetitivos com um dos braços ao realizar 

a atividade. O peso do trabalhador é distribuído em ambas as pernas, que ficam 

estáticas e levemente dobradas durante a atividade. 

Pode-se destacar o ambiente de trabalho como adequado, pois o trabalhador 

está protegido de intempéries e da exposição ao sol, não existe material largado no 

chão e o andaime está sobre superfície firme, porém destaca-se a não adequação 

deste último aos padrões da NR-18, podendo provocar algum acidente, como queda 

do trabalhador. 

Na Figura 36, pode-se ver o resultado da aplicação do método REBA para a 

atual postura, os dados utilizados estão descritos no Anexo B. 

Figura 36 – REBA – Rebocar paredes altas 

 

Fonte: do Autor (2019). 



69 

Percebe-se através do resultado da Figura 36, que o trabalhador está exposto 

a um risco médio, havendo a necessidade de intervenção. Tal atividade poderá 

resultar em afecções musculoesqueléticas, cervicalgias e tendinites (OBERMULLER, 

2017). 

Como forma de intervenção, segundo Obermuller (2017), atividades 

realizadas por longos períodos em uma posição estática devem vir acompanhadas 

de pausas para descanso, inclusive por apresentar trabalho com os braços para 

cima que podem provocar dores nos ombros, nesse caso, a adequação da altura do 

andaime é uma solução viável. Quanto aos movimentos repetitivos, Obermuller 

(2017) reforça a necessidade de pausas e menciona a alternância dos braços como 

uma medida preventiva, indo de encontro ao que diz Nakamura (2011), mencionado 

no capítulo 4.2.1. 

 

4.2.3 Tarefa 3 – Assentar tijolos  

Na Figura 37, é mostrado a tarefa de assentar tijolos ao nível da cintura, 

sendo uma altura pouco exigida a nível postural, mas que mesmo assim geram 

posturas e movimentos indevidos, conforme segue. 

Figura 37 – Pedreiro – Assentar tijolos 

 

Fonte: do Autor (2019). 



70 

Na Figura 37, o pedreiro realiza a tarefa de assentar tijolos a fim de elevar a 

alvenaria onde se encontra a caixa d`água da residência. Durante o período 

observado, os pedreiros realizavam a atividade a nível da cintura, pois estavam 

sobre andaimes, sendo uma prática acertada. Ambos os trabalhadores faziam uso 

de colher de pedreiro, a qual proporciona boa pega, pois se consegue o fechamento 

correto da mão e a aderência esperada. 

No que se refere aos processos, os pedreiros são abastecidos pelos 

serventes, os quais deixam os tijolos e a argamassa de assentamento no andaime 

(nível dos pés). O pedreiro por sua vez, necessita agachamento para apanhar os 

tijolos e a pega deste é indevida, pois a mão fica aberta. Após isso, o assentamento 

é realizado conforme a Figura 37. 

 Sua vestimenta é composta por calça, calçado fechado adequado (botina com 

CA) e luvas de borracha, porém não utiliza capacete, somente chapéu de palha para 

proteção do sol. O trabalho é feito com o tronco levemente torcido, pescoço 

inclinado para baixo e braços dobrados. O peso do trabalhador é distribuído em 

ambas as pernas, que ficam estáticas e levemente dobradas durante a atividade. 

Pode-se destacar o ambiente de trabalho como indevido, pois o trabalhador 

está exposto as intempéries e a exposição ao sol, o andaime em que estão 

suspensos não está em conformidade com a NR-18 e existe muito material largado 

no chão. 

Na Figura 38, pode-se ver o resultado da aplicação do método REBA para a 

atual postura, os dados utilizados estão descritos no Anexo C. 

Figura 38 – REBA – Assentar tijolos 

 

Fonte: do Autor (2019). 



71 

Percebe-se através do resultado da Figura 38, que o trabalhador está exposto 

a um risco alto, havendo a necessidade de intervenção o quanto antes. Nesse caso, 

percebe-se uma avaliação pelo método REBA em conformidade com o apresentado 

no estudo de Michaloski, Xavier e Saad (2006), os quais avaliaram a tarefa 

utilizando o método RULA e alcançaram os mesmos resultados, comprovando a 

relação entre ambos os métodos, conforme cita Cardoso Junior (2006). 

Tal atividade realizada sempre em pé, de forma estática e com inclinação do 

pescoço, acarreta em estresse muscular, gerando dores nas costas e no pescoço e 

também fadiga nas pernas, ambos fatores acarretam em futuras cervicalgias e 

afecções musculoesqueléticas (OBERMULLER, 2017). 

Como forma de intervenção, podemos citar novamente as pausas para 

descanso, ginástica laboral ou alongamentos e variação das posturas adotadas no 

processo. No caso analisado, o ideal é realizar ginástica laboral, pois alonga cabeça, 

tronco, membros inferiores e membros superiores, evitando a fadiga muscular 

(OBERMULLER, 2017). 

Além da ginástica laboral e pausas para descanso, podemos propor 

alterações no ambiente de trabalho para proporcionar maior conforto ao trabalhador. 

Conforme Silva (2014), a colocação dos tijolos e da argamassa deveria ser na frente 

do trabalhador a uma altura que evite que este torça ou incline a coluna para pegar o 

material, sendo necessário uma plataforma adequada para sua colocação. 

 

4.2.4 Tarefa 4 – Concretagem através de caminhão-bomba  

Na Figura 39, é mostrado a tarefa de concretagem da laje da residência, 

nesse caso, é utilizado um caminhão-bomba e o pedreiro apenas faz o manuseio da 

mangueira, conforme segue. 

 

 

 



72 

Figura 39 – Pedreiro – Concretagem através de caminhão-bomba 

 

Fonte: do Autor (2019). 

 

Na Figura 39, o pedreiro realiza a tarefa de concretagem da laje de cobertura 

da residência, tal tarefa hoje em dia, mesmo em obras de pequeno porte, é realizada 

através de caminhão-bomba com lançamento de concreto usinado através de uma 

mangueira adequado ao serviço. O pedreiro realiza a atividade com uma postura 

indevida, inclinando e rotacionando o tronco para manusear a mangueira que 

apresenta carga maior que 10kg, esta por sua vez, apresenta um diâmetro 

considerável, ocasionando também em uma pega desajustada. 

No que se refere aos processos, a postura analisada se restringe ao 

manuseio da mangueira de lançamento do concreto, à qual é realizada até 

preencher por completo as formas de madeira de pilares, vigas e lajes. Durante esse 

processo, outros pedreiros realizam a tarefa de nivelar o concreto em simultâneo a 

esta, tal tarefa é descrita no próximo capítulo 4.2.5. 

Sua vestimenta é composta por calça e botas de borracha, porém não utiliza 

capacete e nem luvas de proteção, acarretando em contato direto do concreto com a 

pele do trabalhador. O trabalho é feito com o tronco inclinado e levemente torcido e 



73 

braços dobrados. O peso do trabalhador é distribuído em ambas as pernas, que 

ficam estáticas e levemente dobradas durante a atividade, a qual durou cerca de três 

horas. O pedreiro se mantia por mais de um minuto na mesma posição e apresentou 

mudanças posturais grandes durante todo o processo. 

Pode-se destacar o ambiente de trabalho como indevido, pois o trabalhador 

está exposto as intempéries e a exposição direta ao sol, é um ambiente úmido que 

apresenta risco de queda em altura devido à falta de proteção nos beirais de laje 

(guarda-corpo) e falta de linha da vida, conforme recomenda a NR-18. 

Na Figura 40, pode-se ver o resultado da aplicação do método REBA para a 

atual postura, os dados utilizados estão descritos no Anexo D. 

Figura 40 – REBA – Concretagem através de caminhão-bomba 

 

Fonte: do Autor (2019). 

 Percebe-se através do resultado da Figura 40, que o trabalhador está exposto 

a um risco alto, havendo a necessidade de intervenção o quanto antes. Tal 

atividade, com posturas similares as das tarefas de rebocar parede e assentar 

tijolos, acarreta em estresse muscular, gerando dores nas costas e fadiga nas 

pernas, podendo provocar, segundo Obermuller (2017), lombalgias e cervicalgias. 

Inclusive, por se tratar de um ambiente sempre úmido aliado a posturas 

desajustadas e esforço físico, a atividade pode vir a provocar artrite e artrose, 

enquanto que a falta da vestimenta adequada pode provocar reações alérgicas e 

inflamatórias devido ao contato direto com o cimento (NAKAMURA, 2011). 

Como forma de intervenção, as pausas para descanso seriam ideais, porém 

devido ao processo de concretagem não poder parar devido a questões estruturais e 

de qualidade do material final, não pode ser enquadrada nesse caso, logo, podemos 

propor o rodízio de trabalhadores na atividade. Claro que antes e após a tarefa, é 

importante realizar alongamentos para evitar algum tipo de contusão advinda dos 



74 

esforços e posturas adotadas. Nakamura (2011) indica o uso de botas de borracha 

(utilizada pelo pedreiro) para evitar o contato direto com a umidade do local, sendo 

uma forma de prevenção para futuros problemas nas articulações. 

Além da vestimenta adequada, podemos propor alterações no ambiente de 

trabalho e nas ferramentas utilizadas para proporcionar maior conforto ao 

trabalhador. Conforme a NR-18, é necessário a instalação de guarda-corpos nas 

periferias da laje e a utilização de linhas de vida para o trabalho próximo as 

beiradas, evitando possíveis quedas em altura. Já quanto as ferramentas utilizadas, 

é possível a utilização de um mecanismo de manuseio da mangueira, a qual deveria 

ser mantida na vertical enquanto dois ou mais trabalhadores a deslocariam pelos 

locais de concretagem, distribuindo os esforços e evitando as posturas identificadas. 

 

4.2.5 Tarefa 5 – Sarrafeamento do concreto  

Na Figura 41, é mostrado a tarefa de nivelar concreto, tarefa realizada em 

simultâneo à descrita no item 4.2.4 anteriormente. No caso de nivelar concreto, 

pedreiros utilizam réguas de madeira com a finalidade de regularizar a espessura do 

concreto prevista em projeto e dar o acabamento final, processo este conhecido 

como “sarrafeamento”. 

Figura 41 – Pedreiro – Sarrafeamento do concreto 

 

Fonte: do Autor (2019). 



75 

Na Figura 41, o pedreiro realiza a tarefa de sarrafeamento do concreto, 

geralmente utilizando uma régua de alumínio ou madeira, sendo a segunda mais 

utilizada em obras de pequeno porte. O pedreiro realiza a atividade com o tronco 

inclinado e rotacionado, pescoço rotacionado para o lado, pernas levemente 

dobradas, além de movimentos repetitivos e permanência na atividade por longos 

períodos. Quanto a régua utilizada, apresenta bom diâmetro e boa aderência, 

proporcionando boa pega do instrumento. 

 No que se refere aos processos, enquanto um pedreiro faz o lançamento do 

concreto através de mangueira, tarefa descrita no item 4.2.4, dois ou mais pedreiros 

fazem o sarrafeamento do concreto, jogando o concreto para frente e para trás afim 

de adensá-lo e regularizá-lo, preenchendo todos os vazios existentes. 

Sua vestimenta é composta por calça e botas de borracha, porém não utiliza 

capacete e nem luvas de proteção, apenas chapéu de palha para proteção do sol. O 

trabalho é feito com o tronco inclinado e durante o movimento com a régua, o 

mesmo também é rotacionado. O peso do trabalhador é distribuído em ambas as 

pernas, que ficam estáticas e levemente dobradas durante a atividade, a qual dura 

cerca de três horas. O pedreiro se mantia por mais de um minuto na mesma posição 

e realiza movimentos repetitivos em ciclos de no máximo cinco segundos cada. 

Pode-se destacar o ambiente de trabalho como agressivo, igualmente ao 

descrito no item 4.2.4, pois o trabalhador está exposto as intempéries e a exposição 

direta ao sol, é um ambiente úmido que apresenta risco de queda em altura devido à 

falta de proteção nos beirais de laje (guarda-corpo) e falta de linha da vida, conforme 

recomenda a NR-18. 

Na Figura 42, pode-se ver o resultado da aplicação do método REBA para a 

atual postura, os dados utilizados estão descritos no Anexo E. 

 

 

 

 



76 

Figura 42 – REBA – Sarrafeamento do concreto 

 

Fonte: do Autor (2019). 

Percebe-se através do resultado da Figura 42, que novamente o trabalhador 

está exposto a um risco alto, assim como na tarefa do item 4.2.4, havendo a 

necessidade de intervenção em ambas as tarefas. Tal atividade, provoca 

consequências similares às descritas anteriormente, como estresse muscular, 

lombalgias e cervicalgias (OBERMULLER, 2017). E novamente, por se tratar de um 

ambiente úmido aliado a posturas incorretas e intenso esforço físico, a atividade 

provoca problemas nas articulações e possíveis reações alérgicas caso haja contato 

direto com o cimento (NAKAMURA, 2011). 

Como forma de intervenção, descarta-se pausas para descanso pelos mesmo 

motivos citados no item 4.2.4, sendo o rodízio de trabalhadores o mais indicado, 

alternando entre sarrafeamento e lançamento do concreto. Assim como no item 

anterior, Nakamura (2011) indica o uso de botas de borracha para evitar a umidade 

presente no processo, à qual é utilizada por todos os trabalhadores. 

Outras intervenções podem ser adotadas nesse processo, além das já citadas 

no item 4.2.4 como guarda-corpo e linha de vida, podemos também eliminar as 

réguas utilizadas pelos pedreiros, pois além dos problemas ergonômicos 

associados, estas não são as mais indicadas para a execução da tarefa. Para 

correção, é necessário a instalação