UNIVERSIDADE DO VALE DO TAQUARI - UNIVATES 

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU 

MESTRADO EM ENSINO 

 

 

 

 

 

 

 

 

ESPELHO, ESPELHO MEU:  

GESTOR ESCOLAR EMPREENDEDOR, EU? 

 

 

 

Tatiane Reginatto Vier 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Lajeado, dezembro de 2019.  



 

Tatiane Reginatto Vier 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ESPELHO, ESPELHO MEU:  

GESTOR ESCOLAR EMPREENDEDOR, EU? 

 

 

 

 

Dissertação apresentada ao Programa de 
Pós-Graduação em Ensino, da 
Universidade do Vale do Taquari - 
Univates, como parte da exigência para a 
obtenção do grau de Mestre em Ensino. 
 

Orientadora: Profa. Dra. Silvana Neumann 
Martins. 
Coorientadora: Profa. Dra. Jacqueline Silva 
da Silva. 

 

 

 

 

 

Lajeado, dezembro de 2019.



 

AGRADECIMENTOS 

 

 

Ao final de mais uma etapa de minha vida, creio que ela não teria se 

concretizado se não fossem algumas pessoas que me acompanharam durante todo 

esse processo. Inicialmente minha família e colegas de trabalho que me apoiaram 

a participar do processo de seleção deste programa. 

Já estando no programa não posso deixar de agradecer minha orientadora 

Silvana Neumann Martins que, além de me apresentar o empreendedorismo, 

acolheu meus anseios e compartilhou minhas expectativas desde o princípio. Já 

minha coorientadora, que além de somar como professora do curso, veio a agregar 

nesta etapa da pesquisa, sempre com um olhar atento sobre o ensino na educação 

infantil. Muitas foram as disciplinas, vários os debates, as leituras, as trocas de 

experiências e certamente inúmeras foram as aprendizagens. No desemaranhar 

destas aprendizagens, destaco os professores do Curso, que com dedicação e 

entusiasmo oportunizaram-me ótimas construções. Os colegas também tiveram 

grande importância nesta caminhada, destaco, em especial as colegas Jordana e 

Denise, agradecendo o apoio nos momentos de dúvidas e o compartilhamento das 

informações. 

Faz-se necessário um agradecimento aos sujeitos investigados que 

oportunizaram minha pesquisa. Faz-se necessário citar a Coordenação de 

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) que me possibilitou a 

realização deste curso, que certamente tem e virá a agregar muito em minha 

caminhada na ceara do ensino e da educação. 

À minha família, em especial meu marido Gabriel e meus pais Claudio e 

Beatriz, com carinho, agradeço pela compreensão, pois foram muitos os momentos 

em que estive dedicada a este projeto que vem a tornar-se a realização de mais um 

sonho. E certamente ao meu pequeno Théo que acompanhou em meu ventre a 

conclusão desta etapa. 



 

 

EPÍGRAFE 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A poesia guardada na gaveta não produz emoções, 
nem provoca revoluções, a não ser, talvez, para quem 

a criou (o que pode ser muito). O empreender do poeta 
significaria abrir a gaveta, publicar, comunicar a poesia 

e conseguir que ela transporte corações e mentes. 
 

Fernando Dolabela 



 

RESUMO 

 

Liderar? Gerir? Independente da interrogativa, torna-se latente pensar na figura do 
gestor, em especial do gestor escolar empreendedor (CAMPOS, 2017). A presente 
investigação, surge com o intuito de averiguar quais reflexos repercutem no 
desenvolvimento do ensino de uma escola de Educação Infantil a partir das ações 
de gestores empreendedores. Os dados foram obtidos através de entrevistas 
semiestruturadas norteadas pela análise de imagens com uma gestora e duas 
professoras da instituição e dos registros do Diário de Itinerância. A análise dos 
dados aproximou-se da análise de conteúdo (BARDIN, 2011). Após a análise dos 
dados, evidenciou-se que a gestora possui características de um gestor escolar 
empreendedor, mesmo que ainda esteja desenvolvendo algumas. Foi possível 
também, identificar a relação do exercício destas características da gestão 
empreendedora com os processos de ensino da escola, evidenciados desde a 
organização e manutenção do espaço, a compra de materiais, as intervenções 
didáticas, até mesmo a aproximação com as crianças e com as famílias. 
 

PALAVRAS-CHAVE: Educação Empreendedora. Gestão Escolar. Educação 

Infantil.   

 

 

 

 

 

 

 

 

 



 

ABSTRACT 

 

Lead? To manage? Regardless of the interrogative, it becomes latent to think of the 
figure of the manager, especially the entrepreneurial school manager (CAMPOS, 
2017). This research aims to find out which reflexes have repercussions on the 
development of the teaching of a preschool based on the actions of entrepreneurial 
managers. Data were obtained through semi-structured interviews guided by image 
analysis with a manager and two teachers of the institution and the records of the 
Itinerancy Diary. Data analysis approached content analysis (BARDIN, 2011). After 
data analysis, it became evident that the manager has characteristics of an 
entrepreneurial school manager, even though she is still developing some. It was 
also possible to identify the relationship between the exercise of these 
characteristics of entrepreneurial management and the teaching processes of the 
school, evidenced from the organization and maintenance of the space, the 
purchase of materials, the didactic interventions, even the approach with the children 
and the children. families. 
 

KEYWORDS: Entrepreneurial Education. School management. Child Education. 

 



 

LISTA DE ILUSTRAÇÕES 

LISTA DE FIGURAS 

 

Figura 1 - Olhar-me no espelho ............................................................................. 12 

Figura 2 - Caminhada teórica ................................................................................ 18 

Figura 3 - A gestora e a Educação Infantil ............................................................ 19 

Figura 4 - A gestão escolar ................................................................................... 23 

Figura 5 - A figura do diretor escolar ..................................................................... 26 

Figura 6 - A lâmpada, o empreendedorismo e a educação empreendedora ........ 30 

Figura 7 - As Características de um Gestor Escolar Empreendedor ..................... 34 

Figura 8 - O gestor escolar empreendedor ........................................................... 39 

Figura 9 - A caminhada metodológica ................................................................... 42 

Figura 10 - Minha cidade cercada de montanhas ................................................. 43 

Figura 11 - Os sujeitos da caminhada ................................................................... 45 

Figura 12 - Diário de Itinerância recorte 1 ............................................................. 47 

Figura 13 - As imagens ......................................................................................... 48 

Figura 14 - Diretor de Escola 1 .............................................................................. 50 

Figura 15 - Diretor de Escola 2 .............................................................................. 51 

Figura 16 -  Diretor de Escola 3 ............................................................................. 51 

Figura 17 - Diretor de Escola 4 .............................................................................. 52 

Figura 18 - Diretor de Escola 5 .............................................................................. 53 



 

Figura 19 - Diretor de Escola 6 .............................................................................. 53 

Figura 20 - Análise de Conteúdo ........................................................................... 55 

Figura 21 - As imagens, o diário e a análise ......................................................... 57 

Figura 22 - As características no espelho  ............................................................ 58 

Figura 23 - Diretor de Escola – 1 ........................................................................... 59 

Figura 24 - Diretor de Escola – 2 ........................................................................... 60 

Figura 25 - Diretor de Escola – 3 ........................................................................... 60 

Figura 26 - Gestão e ensino não se fazem sozinhos ............................................ 66 

Figura 27 - Os sonhos de cada um ....................................................................... 69 

Figura 28 - Sonho meu .......................................................................................... 72 

Figura 29 - Diário de Itinerância Recorte 2 ............................................................ 73 

 



 

LISTA DE QUADROS 

Quadro 1 -  Direitos de aprendizagem e desenvolvimento na Educação Infantil .. 21 

Quadro 2 -  Características do empreendedor, segundo Dolabela (2003) ............ 35 

Quadro 3 - Características do Empreendedor segundo Dornelas (2012) ............. 35 

Quadro 4 – Características do Empreendedor segundo o SEBRAE ..................... 37 

Quadro 5 – Gestor Empreendedor segundo Campos (2017) ................................ 38 

Quadro 6 - As dez características do Gestor Escolar Empreendedor ................... 40 

Quadro 7 -  Resumo da Abordagem metodológica da investigação ..................... 56 

 

 



 

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 

 

BNCC  Base Nacional Comum Curricular 

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior 

CCE  Características Comportamentais do Empreendedor 

CNE  Conselho Nacional de Educação 

CNP  Círculo de Pais e Mestres 

CTG  Centro de Tradições Gauchescas 

DCNEI Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil 

ECA  Estatuto da Criança e do Adolescente 

G  Gestora 

IBGE  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 

LDB  Lei de Diretrizes e Bases da Educação 

P1  Professora 1 

P2  Professora 2 

PDDE  Programa dinheiro direto na escola 

PIBID  Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência 

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas 

 

 



 

SUMÁRIO 

1 OLHAR-ME NO ESPELHO ................................................................................ 12 

 

2 A CAMINHADA TEÓRICA ................................................................................. 18 

2.1 A educação infantil novos contornos.......................................................... 19 

2.2 A Gestão Escolar ........................................................................................... 23 

2.3 A figura do diretor escolar e seu papel no ensino ..................................... 26 

2.4 A lâmpada, o empreendedorismo e a educação empreendedora ............. 30 

2.5 As Características de um gestor escolar empreendedor .......................... 34 

 

3 A CAMINHADA METODOLÓGICA ................................................................... 42 

3.1 Minha cidade cercada de montanhas e a escola do morro ....................... 43 

3.2 Os sujeitos da caminhada ............................................................................ 45 

3.3 As imagens .................................................................................................... 48 

 

4 AS IMAGENS, AS ENTREVISTAS, O DIÁRIO E A ANÁLISE .......................... 57 

4.1 Primeira categoria: “Já estamos na oitava” ............................................... 58 

4.2 Segunda categoria: “Impossível pensar o ensino sem a gestão” ............ 66 

4.3 Terceira categoria: “Esses sonhos movem a gente” ................................. 69 

 

5 SONHO MEU ..................................................................................................... 72 

 

REFERÊNCIAS ................................................................................................... 776 

 

APÊNDICES ......................................................................................................... 81 

APÊNDICE A - Termo de anuência .................................................................... 82 



 

APÊNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ........................ 84 

APÊNDICE C - Roteiro da entrevista semiestruturada com professores ....... 86 

APÊNDICE D - Roteiro da entrevista semiestruturada com diretor/a ............. 87 

 

 



12 

 

 

1 OLHAR-ME NO ESPELHO 

Figura 1 - Olhar-me no espelho 

    

Fonte: Da autora, 2019. 

 

“Nunca tenha vergonha de perguntar, de se posicionar! ” Mal sabia a minha 

querida mãe o quanto suas palavras se tornaram combustível em minha vida. A 

profissional que me tornei e que se constitui diariamente, carrega consigo as 

palavras sábias de sua família, bem como de marcantes professores com os quais 

tive a honra de conviver e aprender. A menina do interior, primeira graduada da 

família, tornou-se professora, em seguida coordenadora pedagógica (FIGURA 1) e 

vem percebendo, a cada novo desafio com que se depara, o quanto mais de 

conhecimento necessita para que se tornem efetivas suas conquistas. 

A filha única que no ano de 2005, aos quatorze anos de idade, ingressou em 

um colégio interno, acreditando no diferencial que o mesmo poderia trazer a sua 

carreira, que trabalhou desde os dezessete anos em escolas e que a certa altura, 

no ano de 2011, enxergou nas bolsas de Iniciação Científica da Universidade 



13 

 

 

(FIGURA 1) e  do Programa de Iniciação à Docência (PIBID) um expoente para sua 

formação como Pedagoga, é a mesma que vislumbrou o Mestrado Acadêmico em 

Ensino como uma possibilidade de repensar e, por que não, qualificar o contexto 

que a circunda. Aprofundar questões mais pontuais da formação de 

professores/gestores, debater junto de colegas engajados nos mesmos ideais, em 

repensar e qualificar a escola, certamente são os propulsores que motivaram minha 

trajetória no curso. Observar, desacomodar, intervir, descobrir e refletir sobre a 

escola, são caminhos necessários para a qualificação do ensino brasileiro.  

 Por anos as palavras de minha mãe incentivaram minhas ações. Quase que 

naturalmente as lideranças frente a alguns projetos, desde apresentações de 

trabalhos, lideranças de turma, mobilizações na formação de grupos de jovens da 

igreja ou de grêmios estudantis, tornaram-se comuns em minhas vivências. O 

“peso” de certas lideranças exigiu de mim, por vezes, reflexões e também a busca 

de informações. Este conhecimento acerca da atuação na liderança encontrei em 

cursos desde muito jovem e também na escolha da minha especialização em 

Supervisão e Orientação Educacional, em 2015. 

Já no final da graduação, em 2014 (FIGURA 1), o meu interesse pelo 

diferencial que os gestores escolares possuem, na potencialidade de inovação e 

qualificação de suas instituições, motivou-me na pesquisa e consequentemente na 

escrita de meu Trabalho de Conclusão de Curso. Iniciei ali uma investigação sobre 

gestão escolar empreendedora, que não se findou e ao mesmo tempo requeria a 

experiência na área da gestão escolar, algo que ainda julgava importante e almejava 

vivenciar, não apenas estudar ou pesquisar. 

Em 2015 veio o convite: assumir a Coordenação Pedagógica do Ensino 

Médio e Educação de Jovens e Adultos de uma escola pública (FIGURA 1). 

Confesso que foi desafiador para a professora de Educação Infantil e Anos Iniciais 

do Ensino Fundamental da época. Os estudos adicionais, o apoio de colegas da 

equipe diretiva e as “horas extras” foram constantes, mas as recompensas que 

foram colhidas tornaram-se animadoras e, certamente, confirmam minha ideia 

inicial de que o gestor tem um grande potencial de mudança em suas mãos.  



14 

 

 

Já no Mestrado em Ensino, em 2018, algumas inquietações continuaram a 

permear meus pensamentos. Quem são nossos gestores? Percebem o “poder” que 

possuem? Eles possuem características de um gestor empreendedor? É possível 

reconhecer o quanto suas ações implicam nos processos de ensino das escolas 

que gerem? 

 Para o pesquisador, a motivação da investigação costuma perpassar o que 

realmente lhe afeta, a pesquisa seria como um espelho dos nossos desejos, 

refletindo nossos gostos e concepções (YIN, 2015). Ao ingressar no mestrado iniciei 

também outra caminhada docente, em um novo município. Deparei-me com novas 

instituições, novos colegas, novos alunos, novos gestores, novos jeitos de fazer 

escola. Estes novos encontros, seja na academia ou na trilha profissional 

confirmaram meu tema de interesse de investigação: a gestão escolar 

empreendedora. 

Liderança? Gestão? Gestão e suas implicâncias no cotidiano das pessoas. 

Questionamentos e afirmativa um tanto atuais eu diria, ou não?  Refletir sobre a 

gestão empreendedora após um ano eleitoral seja, talvez, a primeira prerrogativa 

de que as próximas páginas serão válidas, ou pelo menos instigantes, ao 

leitor.  Espera-se que elas possam propiciar novas reflexões e permitam costurar 

diretamente as ações de um gestor com o contexto no qual encontra-se inserido.  

Quando me refiro, aqui, ao gestor, é possível reconhecê-lo em uma série de 

instituições, sejam públicas, privadas, empresariais e escolares, onde podemos 

encontrá-lo. Neste trabalho a gestão de interesse é a escolar, por isso, inicialmente 

é necessário conceber a escola como uma espécie de organização sistêmica 

aberta, ou seja, um conjunto de elementos, de pessoas com diferentes papéis e 

estruturas de relacionamento, que interagem e se influenciam mutuamente (LÜCK, 

2009). Pensarmos educação como um ato político e não neutro (FREIRE, 1999), 

torna-se outro ponto de partida significativo. Nos estudos de Paro (2010), a 

concepção de política como convivência entre sujeitos, envolvidos numa relação de 

poder, torna-se a premissa da possibilidade do caráter democrático da educação. 

O fato é que gestão pressupõe convivência, tomada de decisão e gera 

reflexos cotidianos aos envolvidos nesse processo (PARO,2010). Torna-se 



15 

 

 

inevitável, assim, nos remetermos às nossas “experiências gestoras”. Certamente, 

já nos experimentamos como “geridos” e, em alguns momentos, remetemo-nos aos 

nossos gestores, refletindo sobre suas diferenças, atitudes, posturas, sejam 

positivas ou negativas, e o notório impacto destas ações em nossas vidas. Agora 

pergunto: e os gestores, sejam suas experiências passadas ou atuais, percebem o 

quanto suas atitudes e decisões refletem nas pessoas e nas instituições em que 

trabalham? Conhecem suas características pessoais e profissionais? Seus pontos 

fortes, aqueles que estão sendo desenvolvidos e outros que ainda precisam ser 

revistos? 

Aos sermos convidados a refletir sobre os referidos questionamentos, 

percebemos as deficiências atuais do próprio ato de reflexão. As questões 

compreendidas como suscetíveis a análises, acabam por serem priorizadas ao 

emergirem no dia a dia, sofrendo influência direta do meio que nos constituem. Faz-

se necessário assim, delimitar estas questões, formando um conjunto que possa 

auxiliar-nos neste processo de “olhar-se no espelho” e verificar quais são os nossos 

pontos fortes em relação à gestão, quais os que estão sendo desenvolvidos e os 

que precisam se desenvolver. 

Para auxiliar nas reflexões sobre a temática gestão escolar voltei-me aos 

pressupostos da educação empreendedora que visa a formação de indivíduos com 

atitudes empreendedoras e protagonistas, que possuem mentes sedentas por 

sonhar, planejar e inovar (MARTINS, 2010). A educação empreendedora emergiu 

dos pressupostos do empreendedorismo e ao atrelar os estudos de diferentes 

autores proponho, nesta dissertação, refletir sobre as características do Gestor 

Escolar Empreendedor. O gestor escolar empreendedor tem a capacidade de 

motivar professores e alunos, tornando-os mais proativos, inovadores e até mesmo 

empreendedores.  

Urge, assim, uma gestão escolar empreendedora norteada pela educação 
empreendedora e atrelada a uma gestão participativa e democrática, que 
torna-se sim um desafio aos pedagogos e aos demais educadores. E 
certamente este desafio alimenta a fome de mudanças e transformações, 
que por décadas permeia muitas escolas. Assim, se uma gestão escolar 
empreendedora pode modificar uma escola, o que não poderia modificar 
professores e alunos que vivenciam a educação empreendedora 
cotidianamente? (REGINATTO et.al., 2015, p. 85). 

 



16 

 

 

 Nessa perspectiva, apresento o problema que alicerçou esta investigação e 

o meu pensamento enquanto pesquisadora: Quais reflexos repercutem, no 

desenvolvimento do ensino em uma escola de Educação Infantil, a partir das ações 

de um gestor escolar empreendedor? 

  Para que o leitor compreenda melhor o desenrolar desta proposta de 

investigação, apresento como objetivo geral desta pesquisa: Investigar quais 

reflexos repercutem no desenvolvimento do ensino de uma escola de Educação 

Infantil a partir das ações de um gestor escolar empreendedor. 

 Atrelados ao objetivo geral e problema apresentado, relaciono os seguintes 

objetivos específicos, nos quais me apoiei para buscar responder à questão de 

pesquisa: 

- Socializar e refletir sobre as características do gestor escolar empreendedor 

com a diretora de uma escola de Educação Infantil; 

 - Identificar as características empreendedoras já desenvolvidas, as que que 

estão sendo desenvolvidas e as que poderiam ser desenvolvidas por uma gestora 

escolar; 

 - Analisar as percepções de duas professoras acerca da repercussão de 

possíveis reflexos nos processos de ensino, a partir da atuação de uma gestora 

empreendedora, na Escola de Educação Infantil;  

Para confirmar este desejo de investigação, apresento o restante da 

pesquisa, na qual o leitor continuará sua caminhada conhecendo alguns preceitos 

da Gestão Escolar e problematizando comigo a figura do diretor. Nas próximas 

curvas encontrará a história da lâmpada e seu entrelace com o Empreendedorismo 

e a Educação Empreendedora. Refletiremos juntos, o leitor e eu, sobre as 

características do empreendedor e construiremos as dez características do Gestor 

Escolar Empreendedor.  

Em outro momento da caminhada, o leitor percorrerá as trilhas teóricas da 

metodologia, que darão chão firme aos pés flutuantes. Conhecerá a cidade cercada 

de montanhas, os outros companheiros de viagem e descobrirá a beleza das 



17 

 

 

imagens. Aliás, as imagens abrirão todas as leituras, pois compuseram-se 

entrelaçadas à construção destas linhas. Por fim, o leitor descobrirá como se deu a 

análise de toda a caminhada, encontrando em Bardin (2011) parceria para esta 

tarefa, buscando encontrar considerações acerca das inquietações que motivaram 

esta pesquisa.  

Por fim, destaco a escolha do título desta dissertação, “Espelho, espelho 

meu: gestor escolar empreendedor eu? ”, penso que como as imagens sempre 

foram essenciais dentro de meu aprendizado, a imagem que procuramos pela 

manhã em frente ao espelho é a nossa. Durante o dia nos deparamos pouco com a 

nossa imagem, mas tudo que com ela realizamos, impacta na vida de outras 

pessoas, quiçá o diretor de uma escola. A conhecida questão do universo infantil, 

em que a madrasta questiona o espelho sobre quem seria mais bela do que ela, 

reflete a simbologia, nesta dissertação, de nos observarmos frente às nossas 

incertezas, questionando nossas ações, desejos e visualizando seus reflexos ao 

que nos cerca. Que a gestora, sujeito desta investigação, tenha visualizado suas 

ações e refletido sobre elas, que eu, como coordenadora pedagógica, possa refletir 

sobre as características do gestor escolar empreendedor e enxergar meus passos 

como gestora, e que para você leitor, esse movimento de olhar-se no espelho e 

refletir sobre suas incertezas e seus desejos também possa ser possível. 

 

Boa viagem! 



18 

 

 

2 A CAMINHADA TEÓRICA 

Figura 2 - Caminhada teórica 

 

Fonte: Da autora, 2019. 

 

 Apoiar-me em referenciais válidos acerca da Educação Infantil, Gestão 

Escolar, Educação Empreendedora e do Perfil do Empreendedor, tornou-se passo 

primordial da caminhada. Revisitei leituras, encontrei e fui apresentada pela minha 

orientadora e meus professores a novas produções. Inicio, abordando a Gestão 

Escolar, retomando quem a integra, suas proposições e implicações no cotidiano 

das instituições. Dou um destaque à figura do diretor, que tanto me intriga e, por 

isso, torna-se sujeito desta investigação. Não esqueço, porém, do 

empreendedorismo, desbravo seu surgimento, bem como seu entrelace misterioso, 

porém esclarecedor como uma lâmpada. Reafirmo os entrecruzamentos do 

empreendedorismo com a educação, através da Pedagogia Empreendedora 



19 

 

 

(DOLABELA, 2003) e, finalmente, concentro-me na compilação das características 

do Gestor Escolar Empreendedor. 

 

2.1 A educação infantil novos contornos 

Figura 3 - A gestora e a Educação Infantil 

 

Fonte: G1, 2019. 

 

A Educação Infantil, hoje compreendida como primeira etapa da Educação 

Básica, é a entrada da criança na creche ou na pré-escola, a expressão “pré-

escola”, no entanto, preconiza seu passado, compreendido como algo que 

antecedia o período escolar e apenas preparava para o Ensino Fundamental 

(BRASIL, 2018). A imagem acima (FIGURA 3) mostra crianças de uma escola de 

Educação Infantil, interagindo com a gestora da instituição e esta relação que busco 

ressaltar neste trabalho.   

Inicialmente encontro que a partir da Constituição Federal de 1988, tornou-

se o dever do Estado o atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a 

6 anos de idade e, somente, a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) 

de 1996, é que a Educação Infantil passa a ser parte integrante da Educação 

Básica. Já na LDB de 2006 crianças com seis anos de idade completos até a data 

corte (31 de março) passar a ser do Ensino Fundamental e a Educação Infantil 

passa a atender crianças de zero a 5 anos. A partir da Emenda Constitucional nº 

59/2009, é determinada a obrigatoriedade da Educação Básica dos 4 aos 17 anos, 

                                                 
1 G, refere-se à gestora, um dos sujeitos desta investigação, que serão posteriormente apresentados. 



20 

 

 

isto faz com que todas as crianças de 4 e 5 anos sejam matriculadas em instituições 

de Educação Infantil. 

Diante desta trajetória legal há também uma trajetória histórica, pedagógica 

e um processo de transformação da educação infantil, este caminho já era 

evidenciado, em 2010, por Barbosa (2010, p. 1) 

Nos vinte anos transcorridos desde então, a visão constitucional do direito 
a vaga nas creches e pré-escolas para pais que trabalham vem sendo 
substituída pela ideia do direito de toda criança a frequentar uma escola 
de educação infantil. Isso evidencia uma significativa mudança na 
compreensão dos direitos das crianças e também uma importante aposta 
na contribuição que a escola de educação infantil pode oferecer às 
crianças pequenas e suas famílias. 

Dentro dessa mudança na compreensão do papel da Educação Infantil, o 

cuidar e o ensinar, que vem se consolidando na Educação Infantil é entendido como 

um processo indissociável nesta etapa (BRASIL, 2018), permanece edificado e vem 

agregando novos conceitos e valores. Caberia assim a Educação Infantil ampliar o 

universo de experiências e habilidades das crianças a partir da acolhida de suas 

“vivências e seus conhecimentos construídos no ambiente da família e no contexto 

de sua comunidade, e articulá-los em suas propostas pedagógicas” (BRASIL, 2018, 

p. 36). 

O Artigo 4º das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil 

(BRASIL, 2009), definem a criança como um sujeito histórico e de direitos, que 

constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, 

aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a 

natureza e a sociedade, produzindo cultura, a partir das interações, relações e 

práticas cotidianas que vivencia (BRASIL, 2009). 

O brincar e as interações por ele desencadeadas, acabam por caracterizar o 

cotidiano infantil e promover o relacionamento dela com outras crianças, com 

adultos, com seus medos, frustrações, regulando suas emoções e estimulando 

afeto (BRASIL, 2009). Baseado no brincar e em demais eixos estruturantes que 

gerem as práticas pedagógicas na educação infantil e edificam as competências 

gerais objetivadas, a BNCC (BRASIL, 2018) elenca seis direitos de aprendizagem 

e desenvolvimento:   



21 

 

 

Quadro 1 -  Direitos de aprendizagem e desenvolvimento na Educação Infantil  

DIREITOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO 

NA EDUCAÇÃO INFANTIL 

 • Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes 

linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às 

diferenças entre as pessoas. 

• Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes 

parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus 

conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, 

sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais. 

• Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola 

e das atividades propostas pelo educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, 

tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes 

linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando. 

• Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, 

relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus 

saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a 

tecnologia. 

• Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, 

sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de diferentes 

linguagens. 

• Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem 

positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, 

interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar 

e comunitário. 

 Fonte: Da autora, baseado na BNCC (BRASIL, 2018), 2019. 

Diante destes direitos que se espera que possam ser criadas condições para 

que as crianças aprendam, mobilizando situações onde elas possam desempenhar 

um papel ativo, onde vivenciem desafios e sintam-se provocadas a resolvê-los, 

criando significados sobre si, os outros e o mundo social e natural (BRASIL, 2018). 



22 

 

 

Segundo Vygotsky (2001, p. 324) ensino e a aprendizagem são “fonte de 

desenvolvimento [...] estes processos de desenvolvimento não poderiam produzir-

se por si mesmos sem a aprendizagem”. Assim “o bom ensino é aquele que conduz 

o desenvolvimento, atuando sobre aquilo que ainda não está formado na criança: o 

ensino deve fazer o desenvolvimento avançar” (VYGOTSKY, 2001, p. 333). 

Conota-se, a partir do documento e das contribuições de Vygotsky (1896 – 

1934), a necessidade da intencionalidade educativa diante das práticas 

pedagógicas na Educação Infantil. Esta intencionalidade tende a ser garantida nas 

escolas, mediante a prática de docentes preocupados com o desenvolvimento 

destes direitos e cientes de seu papel na formação das crianças. Nesse sentido, 

Elkonin (1960) já afirmava que a intervenção do professor no jogo não suprime a 

criatividade da atividade lúdica, uma vez que na Educação Infantil, é preciso ensinar 

na e pela brincadeira. Para garantir o desenvolvimento do ensino Elkonin (1960, p. 

499) acreditava tornar-se indispensável a organização da Educação Infantil, para 

que ela possibilitasse melhores resultados e tivesse a maior influência na formação 

integral das crianças. 

Outro grande responsável pela efetividade destas práticas e desta 

organização é o gestor escolar infantil, que tem em suas mãos a tarefa de gerenciar 

estes processos, uma vez que 

Gerenciar uma escola infantil supõe organizar e dar vida a esse 
ecossistema privilegiado que deve ser a escola. Gestores e educadores 
infantis, como profissionais do desenvolvimento infantil, são os principais 
promotores da potencialidade formativa dos contextos. Devemos exercer 
essa tarefa tanto de forma direta quanto por meio do apoio dos pais, de 
outros profissionais e membros da comunidade local. (ZABALZA; 
CERDEIRINÃ, 2015, p. 14).  

E buscando conhecer um pouco mais sobre o papel do gestor escolar, seja 

ele da educação infantil ou dos demais níveis de ensino, que traço as linhas da 

próxima seção, que situa a origem desse profissional e busca pontuar seus desafios 

atuais nos processos de ensino. 

  



23 

 

 

2.2 A Gestão Escolar  

 

Figura 4 - A gestão escolar 

 

Fonte: Da autora, 2019. 

 

Gerir, administrar, governar, dirigir, do latim gestio (FIGURA 5), gestativo, 

gestatório, gestação, nascimento? Manutenção da vida? Assim, procederam-se 

minhas primeiras reflexões e revisitações ao termo gestão. Desde o resgate do 

significado no dicionário online2, até a reflexão acerca de sua etimologia o termo me 

remete, quase que inconscientemente, à manutenção da própria vida.  

Quando me refiro à vida, é possível pensar na vida que pulsa no ambiente 

escolar. Vida de estudante, de funcionário, de professor, de coordenador, de gestor. 

Relações diárias, entrelaçadas na escola que “como um sistema social, se compõe 

de um conjunto de funções, todas elas mais ou menos inter-relacionadas e todas 

interinfluentes, de sorte que a maneira como são conduzidas as ações em uma 

determinada área afetam, de alguma forma, as ações de outra área” (LÜCK, 2009, 

p.7). 

Todo sistema, mesmo que constituído por diferentes sujeitos, possui um 

administrador, um gestor. Paro (2010, p. 765) destaca que, os termos administração 

                                                 
2 Site: https://www.dicio.com.br/gestao/ Acesso em: 20 ago. 2018. 

 



24 

 

 

e gestão, são sinônimos, classificando em sua essência este ato de gerir como a 

“utilização racional de recursos para a realização de fins determinados”. Ao longo 

da caminhada acadêmica, no programa de mestrado em ensino, encontrei colegas 

que julgavam, e manifestavam-se através de discursos variados, que o gestor 

eficiente seria aquele que melhor gerenciasse os recursos disponíveis em prol da 

comunidade que se insere. 

Prefiro partilhar e trilhar as construções do presente projeto de dissertação 

orientada pelo preceito de que o gestor esteja imbricado de demais necessidades 

que talvez possamos julgar superiores ao gerenciamento de recursos, pautando-

me, em especial, nas afirmativas de Cury (2005) que conclui que a gestão “implica 

o diálogo como forma superior de encontro das pessoas e solução dos conflitos”. 

Ao gestor caberia assim, uma forma diferenciada de gerir, que estaria pautada no 

diálogo e constituída por diferentes habilidades. 

Mas quais seriam estas habilidades? Inicialmente trago, a partir das reflexões 

de Harari (2018), em seu livro titulado “21 lições para o século 21”, uma série de 

reconstruções e reinvenções sobre nossa maneira de pensar e agir que serão, e 

estão sendo, necessárias dentro deste século. Segundo Harari (2018, p. 319) “o 

gênero humano está enfrentando revoluções sem precedentes, todas as nossas 

antigas narrativas estão ruindo e nenhuma narrativa nova surgiu até agora para 

substituí-las”. Assim, me parece, que ocorre na gestão escolar, as narrativas acerca 

de um diretor que saiba destinar recursos e promova uma gestão participativa e 

democrática (PARO, 2003) vem sendo perpetuadas ao longo dos anos como 

chaves para uma gestão de qualidade. 

Sem a pretensão de desqualificar estes pontos da gestão escolar, porém 

inquietando o leitor sobre a necessidade de repensarmos essa figura do gestor 

diante da sociedade que vem se constituindo, busco encontrar a partir deste projeto 

de dissertação características que possam nortear um gestor escolar do século 21 

em uma escola do século 21. Não são apenas os alunos que mudaram, os 

professores também, as relações humanas por si só exigem do profissional que 

trabalha na escola contemporânea uma postura diferenciada. Harari ínsita a 

necessidade persistente das escolas atuais proverem aos seus alunos habilidades 

predeterminadas, como fórmulas variadas, diferentes línguas e programações, 



25 

 

 

esquecendo das prováveis habilidades essenciais. Estas habilidades segundo 

Harari (2018, p. 323) estariam pautadas nos  

...quatro Cs- pensamento crítico, comunicação, colaboração e criatividade. 
Num sentido mais amplo, as escolas deveriam minimizar habilidades 
técnicas e enfatizar habilidades para propósitos genéricos na vida. O mais 
importante de tudo será a habilidade para lidar com mudanças, aprender 
coisas novas e preservar seu equilíbrio mental em situações que não lhe 
são familiares. 

 

As mudanças então, são constantes, cotidianas e não me caberia aqui 

ignorá-las, ou acreditar que a escola possa estar alheia às mesmas. Vislumbrar uma 

escola que carregue em sua filosofia habilidades capazes de edificar uma sociedade 

melhor, deveria ser o centro neste processo de construção de uma sociedade que 

vislumbra o futuro, “na realidade, uma organização que criasse o futuro. Nem 

sempre é assim. A escola está firmemente fincada em conceitos do século XVII, 

pouco avançou no aspecto estrutural do poder” (CAMPOS, 2017, p. 124). 

Esta estrutura perpetuada do poder é retratada por Paro (2007, p. 84) onde 

afirma que  

... as escolas dos vários sistemas de ensino do país se organizam de modo 
bastante semelhante, no formato piramidal, em que, no topo, fica a direção 
escolar; logo abaixo hierarquicamente os profissionais que prestam 
assistência e supervisão aos professores; a seguir, encontra-se o corpo 
docente e, logo abaixo, os alunos. 

 

 O autor trilha seus estudos questionando esta estrutura e potencializando a 

necessidade de uma gestão democrática, ou ainda, como encontro nos estudos de 

Lück (2009) uma gestão participativa, que propicie a participação dos diferentes 

componentes da dita “pirâmide”. Esta busca por melhorias na gestão torna-se 

visível, em especial quando apontadas por dispositivos de avaliação externa, 

buscando o que Hernandez (2009) define como buena gestión, ou boa gestão. 

Infelizmente, segundo Hernandez (2009), o foco fica muitas vezes no local físico e 

não nos recursos humanos, o que não implica, diretamente, na capacidade de 

tomada de decisão dos gestores. 

Por mais que em muitas instituições de Ensino percebamos a existência de 

uma Equipe Gestora, que pode ser composta por orientador, supervisor 



26 

 

 

educacional, vice-diretores, membros da diretoria do Círculo de Pais e Mestres 

(CPM) e membros da secretaria, busco nos apontamentos latentes que centralizam 

na figura do diretor a responsabilidade última destas equipes. Paro (2007, p. 104), 

potencializa na figura do diretor a importância da tomada de decisão de toda a 

equipe, onde ele afirma que “queira-se ou não, a figura do diretor de escola ainda é 

um dos determinantes mais importantes da qualidade dos serviços desenvolvidos 

pela instituição escolar”. Sendo assim, me cabe aqui refletir sobre a constituição 

deste papel, em especial, e as possíveis características que o mesmo evidencia na 

sua prática. Busco assim, nas próximas linhas, reconhecer e situar o papel do diretor 

escolar. 

 

2.3 A figura do diretor escolar e seu papel no ensino 

Figura 5 - A figura do diretor escolar 

 

Fonte: Da autora, 2019.  



27 

 

 

 

“Se não se comportar irá até a sala da diretora (FIGURA 5)! Atenção todos, 

pois, o diretor irá falar! Colega, o diretor marcou uma reunião comigo será que algum 

pai de aluno veio reclamar? O diretor precisa ver isso logo, mandar arrumar essa 

porta antes que emperre de vez! ” (AUTORA, 2019). Poderia aqui, estender-me com 

diferentes exclamativas voltadas ao cotidiano do diretor escolar, que certamente 

preencheriam diversas páginas. Ciente da relevância do papel do diretor em 

diferentes recortes da escola, vale ressaltar que “as reflexões acerca da temática 

de administração escolar são preocupações desde os anos 1940” (ROSA, 2016, p. 

21). Não posso classificar assim, meu sujeito de interesse de pesquisa como inédito, 

mas posso acreditar e defender suas “mutações” ao longo das décadas. 

 Desde os estudos de Antônio Carneiro Leão (1939), até as obras de 

Lourenço Filho (1972) sobre a educação escolar e a ênfase na importância da 

organização escolar (REGINATTO et al., 2015), situam-se os entrelaces de tal 

organização com a esfera legal. Encontro assim, na Lei de Diretrizes e Bases (LDB), 

mais especificamente no artigo 12, as incumbências dos estabelecimentos de 

Ensino: 

I - elaborar e executar sua proposta pedagógica; 

II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; 

III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas; 

IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente; 

V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento; 

VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de 
integração da sociedade com a escola; 

VII - informar os pais e responsáveis sobre a frequência e o rendimento 
dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica. 

VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o 
caso, os responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos alunos, 
bem como sobre a execução da proposta pedagógica da escola; (Redação 
dada pela Lei nº 12.013, de 2009) 

VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz competente da 
Comarca e ao respectivo representante do Ministério Público a relação dos 
alunos que apresentem quantidade de faltas acima de cinquenta por cento 
do percentual permitido em lei. (Incluído pela Lei nº 10.287, de 2001) 



28 

 

 

VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município a relação dos alunos que 
apresentem quantidade de faltas acima de 30% (trinta por cento) do 
percentual permitido em lei; (Redação dada pela Lei nº 13.803, de 2019) 

IX - promover medidas de conscientização, de prevenção e de combate a 
todos os tipos de violência, especialmente a intimidação sistemática 
(bullying), no âmbito das escolas; (Incluído pela Lei nº 13.663, de 2018) 

X - estabelecer ações destinadas a promover a cultura de paz nas escolas. 
(Incluído pela Lei nº 13.663, de 2018) 

 

 Transfigura-se como tarefa inconcebível, desvincular o diretor escolar de 

qualquer uma destas incumbências, uma vez que o mesmo tem “a responsabilidade 

quanto à execução eficaz da política educacional do sistema e desenvolvimento 

pleno dos objetivos educacionais” (LÜCK, 2009, p. 16). Não há a pretensão de que, 

ele sozinho, estejam atendendo todas elas, sua figura, porém, responde em primeira 

instância o cumprimento das mesmas, pois, segundo estatutos vigentes, é “aquele 

que ocupa o cargo hierarquicamente mais elevado no interior de uma unidade de 

ensino” (PARO, 2010, p. 769). 

 Ainda devido a sua posição central na escola, o “desempenho de seu papel 

exerce grande influência (tanto positiva, como negativa) sobre todos os setores e 

pessoas da escola” (LÜCK, 2009, p. 16). O diretor vai influenciando o ambiente que 

atua, e diante desta seu desempenho e influência, que depende, a qualidade do 

ambiente escolar, o desempenho do quadro pessoal e os próprios processos de 

ensino (LÜCK, 2009). 

Nessa direção é importante refletir aqui, sobre o significado de ensino, que 

segundo Anastasiou (1997) deriva do latim in signare e significa marcar com um 

sinal da vida, sinal de busca por conhecimento. Ensinar, torna-se, “uma tarefa que 

inclui um uso intencional (algo ou alguém se destina a fazer, portanto, com meta 

explícita) e um uso de êxito (resultado bem-sucedido de ação). Inclui, assim, “um 

conjunto de esforços e decisões práticas que se refletem em caminhos propostos. ” 

(ANASTASIOU,1997, p. 95). O diretor não fica isolado deste processo de ensino, 

faz parte dele, seu trabalho se estende em tamanha amplitude, pois atende desde 

o aluno, às famílias, à comunidade e, consequentemente, a sociedade (SENA, 

2014).  



29 

 

 

Torna-se pertinente, ressaltar que a partir das definições de Anastasiou 

(1997) sobre ensino e das proposições de Sena (2014) acerca do papel do gestor 

neste processo, reforça-se a implicação expoente desta pesquisa, o envolvimento 

do gestor no ensino. Sua intencionalidade no processo é definida seja de forma 

direta, no cotidiano, ao entrar nas salas, ao repreender um aluno por uma postura 

incorreta, ao receber as famílias, acolher as crianças, ou indireta quando busca 

melhorias para o ambiente físico, ou estimula a formação pedagógica de seus 

professores. Lück (2009) afirma que é responsabilidade do gestor a tarefa de 

promover na escola este ambiente de aprendizagem para comunidade e que a 

“ação do diretor escolar será tão limitada quão limitada for sua concepção sobre a 

educação, a gestão escolar e o seu papel profissional na liderança e organização 

da escola” (LÜCK, 2009, p. 15).  

 É possível compreender assim, que o papel do diretor não é simples, pois 

quanto “maior for a escola e mais complexo seu ambiente, mais árdua se torna a 

tarefa do diretor para desincumbir-se do seu papel” (LÜCK, 2009, p. 18). Esta árdua 

tarefa exige preparo, maleabilidade aos diferentes acontecimentos, ponderação nas 

decisões, pois “cada vez mais os espaços escolares estão se sofisticando [...] diretor 

e equipe gestora devem ser qualificados, para tanto é importante a preparação dos 

gestores para assumirem estas tarefas” (CAMPOS, 2017, p. 174). 

 Esta preparação pode ser encontrada em cursos de formação específicos 

para atuação na gestão escolar, porém, eles não serão a única garantia de sucesso 

nesta tarefa. Afirmar que o gestor precisa estar imbuído de diferentes características 

e atravessado por diferentes práticas, torna-se outro ponto relevante. Proponho 

assim, pensarmos sobre empreendedorismo e posteriormente atrelá-lo às práticas 

de gestores escolares. 

 

 

  



30 

 

 

2.4 A lâmpada, o empreendedorismo e a educação empreendedora 

Figura 6 - A lâmpada, o empreendedorismo e a educação empreendedora 

 

Fonte: Da autora, 2019. 

 

 Empreendedorismo? O que lhe parece leitor? Palavra em voga na mídia? 

Palavra que lhe remete a implementação de novos negócios? Inicialmente, talvez, 

eu possa corroborar com as afirmativas acima, uma vez que a palavra 

empreendedorismo é constantemente evidenciada e veiculada em nosso cotidiano, 

porém, torna-se necessário refletir tamanha evidência. 

 Trata-se de uma palavra que carrega consigo diferentes contextualizações, 

mas acima de tudo forte potencialidade. Mas pouco sabia eu, sobre 

empreendedorismo em meados de 2011, quando a coordenadora da pesquisa em 

que eu atuava, e hoje minha orientadora de mestrado, falou-me sobre a lâmpada 

(FIGURA 6). 

Não é a lâmpada das ideias, nem a lâmpada mágica do Aladim3, mas a 

lâmpada que, naquela época, estava no teto sobre nossas cabeças. Se esta 

lâmpada, que estava ao lado de tantas outras naquela sala, parasse de funcionar, 

                                                 
3 Aladim é um personagem fictício do conto de origem árabe conhecido como Aladim e a Lâmpada 
Maravilhosa. O conto de Aladim é um dos mais famosos da coletânea árabe As Mil e Uma Noites. 



31 

 

 

quais seriam os movimentos necessários dentro de uma instituição para substituí-

la? Em instituições maiores, como era o caso da universidade em que estávamos, 

existe um setor responsável por estes reparos, no entanto, este setor precisa ser 

informado sobre a lâmpada queimada para que ocorra a substituição. Uma sala 

utilizada por diferentes professores e bolsistas, limpa por diferentes equipes de 

limpeza, que possui uma única, dentre várias outras, lâmpada queimada. Mas saiba 

leitor, o indivíduo que entrar naquela sala, observar a lâmpada queimada e informar 

o setor de manutenção, está tendo um ato empreendedor, assim, está sendo 

empreendedor. Empreendedor porque conseguiu enxergar além de suas 

atribuições, conseguiu melhorar um local comum, fez além do que lhe competia, 

tomou iniciativa, pois, “Iniciativa é uma das características mais poderosas que você 

pode ter” (PESCE, 2012, p. 147). 

 Ao realizar uma busca, referente ao verbo “empreender”, em dicionários de 

Língua Portuguesa, encontro como ato de decidir realizar ou apenas, realizar. O 

empreendedorismo está assim, “relacionado à resolução de problemas do dia-a-dia, 

de forma ágil e inovadora, e ao desenvolvimento de novas oportunidades de 

crescimento profissional e social” (AUDY; MOROSINI, 2006, p. 61). Mas o termo 

não foi sempre assim reconhecido, em minhas diferentes pesquisas encontro o 

surgimento do empreendedorismo atrelado ao século 18, no contexto da Revolução 

Industrial. Afirma-se ainda que o termo teria sido utilizado pela primeira vez pelo 

economista irlandês Richard Cantillon (1680 – 1734), buscando nomear o ato de 

correr riscos (REGINATTO et al., 2015).  

 Conhecido em francês como entrepreneur e em inglês como 

entrepreneurship, o empreendedorismo ganhou contornos atrelados à inovação por 

Schumpeter (1992), no século 20 (REGINATTO, et al., 2015).  Gosto, porém, de 

pensar que “o próprio homem primitivo, por exemplo, já possuía uma veia 

empreendedora. Para sobreviver naqueles tempos remotos era necessário construir 

diversas ferramentas de sobrevivência” (REGINATTO, 2014, p. 15).  

 Independente a quem atrelarmos a origem do empreendedorismo, torna-se 

evidente sua validade ao longo dos séculos, bem como na sociedade atual. Diante 

desta afirmativa Dornelas (2012, p. 20) reflete, se o “papel do empreendedor foi 

sempre fundamental na sociedade. Então por que o ensino do empreendedorismo 



32 

 

 

está se intensificando agora? ”. Dornelas segue buscando responder a própria 

indagação e evidencia que com o avanço tecnológico atual a urgência de novos 

empreendedores torna-se bem maior que no passado, haveria assim, uma 

necessidade de “formalizar conhecimentos, que eram apenas obtidos 

empiricamente no passado” (DORNELAS, 2012, p. 20). 

 Dolabela acredita que eis aí um dos propósitos da educação empreendedora, 

buscar novas realizações, mas também romper obstáculos e derrubar mitos, como 

“o mito de que empreender é coisa para poucos, um saber impossível de ser 

ensinado” (DOLABELA, 2003, p. 30). Gostaria assim, de um mundo com mais 

pessoas capazes de identificar a lâmpada queimada, responsabilizar-se por ela, 

trocá-la, mas também, talvez, projetar uma nova, mais econômica e com maior 

luminosidade. Estaria aí o desafio da educação empreendedora de “construir novos 

valores em uma sociedade heterogênea” (DOLABELA, 2003, p. 33), onde os 

diferentes, mesmo pensando diferente, seriam capazes de agir pelo bem comum. 

 A necessidade de indivíduos proativos e aptos a empreender reforçam a 

edificação de uma educação empreendedora que “deve desenvolver a autoestima 

e valorizar o potencial de persistência dos alunos diante de resultados não 

esperados, diante do erro e do que os outros consideram fracasso” (DOLABELA, 

2003, p. 30). Ainda segundo Dolabela, pensarmos em uma educação 

empreendedora, em uma pedagogia empreendedora, seria potencializar uma 

estratégia didática que desenvolvesse a capacidade empreendedora dos alunos, 

isto desde a educação infantil. Esta estratégia é norteada pela denominada “Teoria 

Empreendedora dos Sonhos”, em que “em um primeiro momento o aluno 

desenvolve um sonho, um futuro onde deseja chegar, estar ou ser” (DOLABELA, 

2003, p. 55). 

 Motivar os alunos a buscarem seus sonhos, através da capacidade 

empreendedora, torna-se algo possível, valendo-se de pequenas rupturas no 

sistema de ensino e na própria sala de aula. Diante disso é possível afirmar que são 

“empreendedores os profissionais de ensino que estão silenciosamente fazendo a 

revolução na educação, formando empreendedores e tornando-se 

empreendedores” (DOLABELA, 2003, p. 36). Mas quem são estes profissionais? 

Quase que momentaneamente vem à mente a figura do professor e, certamente, é 



33 

 

 

dele grande parte da tarefa, pois a “A educação empreendedora que defendo neste 

trabalho quer oportunizar uma transformação positiva nas instituições de ensino, 

através de professores empreendedores. E essas transformações têm o objetivo de 

ressignificar as dimensões pessoais, pedagógicas e culturais que permeiam o ato 

educativo” (MARTINS, 2010, p. 39). 

 Mas as transformações não ocorrem isoladas, se para que o aluno se torne 

um empreendedor, seu professor precisa estar se tornando empreendedor, como 

acredita Dolabela (2003). Para isso, o professor precisa estar em um ambiente que 

propicie e ampare práticas empreendedoras. Nesse sentido acreditar em uma 

escola empreendedora pode ser uma caminhada longa, porém observar que o 

gestor desta instituição acredite na educação empreendedora e se perceba como 

empreendedor pode ser o primeiro passo, pois “se há uma proposta de ação, então 

deve-se investir em uma gestão escolar empreendedora. A gestão é a chave neste 

processo de mudança e, inaceitavelmente, esta questão não aparece como 

relevante nos fóruns de debate sobre educação” (CAMPOS, 2017, p. 168). 

 Diante deste passo inicial, porém potente, faz-se relevante esta pesquisa que 

buscou averiguar quais são os reflexos que repercutem no ensino de uma escola 

de Educação Infantil a partir das ações de uma gestora empreendedora. No entanto, 

preciso, inicialmente, reconhecer as características de um gestor escolar 

empreendedor e voltando-se a esta busca que se constitui a próxima seção. 

  



34 

 

 

2.5 As Características de um gestor escolar empreendedor 

Figura 7 - As Características de um Gestor Escolar Empreendedor 

 

Fonte: Da autora, 2019. 

 

 O espelho reflete a imagem, reflete o que vemos, mas pode embaralhar as 

letras, tornar o direito esquerdo e o esquerdo direito (FIGURA 7), a propósito, 

lembro-me que quando criança, isto me era um grande atrativo. Há uma 

conformidade com aquilo que vemos diante do espelho, o reflexo diário de uma 

imagem comum, mas em certos dias com olhos mais criteriosos observamos uma 

ruga nova, uma espinha, uma mancha, que, por hora, nos causa espanto. O 

proposto aqui é um olhar para si, reconhecer, inicialmente, as características de um 

gestor escolar empreendedor, mas quais seriam estas características? 

 Para pontuá-las, antes que possam ser utilizadas nesta pesquisa, busquei 

em diferentes autores suas definições sobre as características de um perfil 

empreendedor. Começo meu passeio pelas características apontadas por Dolabela 

(2003): 

  



35 

 

 

Quadro 2 -  Características do empreendedor, segundo Dolabela (2003) 

1. Perseverança 

2. Iniciativa 

3. Criatividade 

4. Protagonismo 

5. Energia 

6. Rebeldia a padrões impostos 

7. Capacidade de diferenciar-se 

8. Comprometimento 

9. Capacidade incomum de trabalho 

10. Liderança 

11. Orientação para o futuro 

12. Imaginação 

13. Proatividade: define o que deve aprender a partir do que deseja fazer 

14. Tolerância a riscos moderados 

15. Alta tolerância a ambiguidades e incertezas 

Fonte: Da autora, adaptado de Dolabela, (2003, p. 58). 

 O autor evidencia, em especial, a capacidade que o empreendedor tem de 

destacar-se, pensando e agindo diferentemente dos demais. Na sequência, revisito 

as características sugeridas por Dornelas (2012), sendo na mesma quantidade das 

estabelecidas por Dolabela (2003), porém, pontuando novas questões. 

Quadro 3 - Características do Empreendedor segundo Dornelas (2012) 

Características dos Empreendedores de Sucesso 

1. São visionários  
 

Eles têm a visão de como será o futuro para seu negócio e sua 
vida e, o mais importante: eles têm a habilidade de implementar 
seus sonhos.  

2. Sabem tomar 
decisões  

 

Eles não se sentem inseguros4, sabem tomar as decisões 
corretas na hora certa, principalmente nos momentos de 
adversidade, sendo isso um fator chave para o seu sucesso. E 
mais: além de tomar decisões, implementam suas ações 
rapidamente.  

3. São indivíduos que 
fazem a diferença  

 

Os empreendedores transformam algo de difícil definição, ou 
seja, uma ideia abstrata, em algo concreto que funciona, 
transformando o que é possível em realidade. Sabem agregar 
valor aos serviços e produtos que colocam no mercado.  

Continua 

                                                 
4 Cabe aqui uma ressalva, o empreendedor de sucesso, segundo Dornelas não se sente 

inseguro, porém, certamente o gestor escolar empreendedor, por atuar em um ambiente coletivo, 
pode sim sentir-se inseguro em alguns momentos e repensar certas decisões. 



36 

 

 

4. Sabem explorar ao 
máximo as 
oportunidades  

 

Para a maioria das pessoas, as boas ideias são daqueles que as 
veem primeiro, por sorte ou acaso. Para os visionários (os 
empreendedores), as boas ideias são geradas a partir daquilo que 
todos conseguem ver, mas não identificaram algo prático para 
transformá-las em oportunidade, por meio de dados e informação. 
Para Schumpeter (1949), o empreendedor é aquele que quebra a 
ordem corrente e inova, criando mercado com uma oportunidade 
identificada. Para Kirzner (1973), o empreendedor é aquele que 
cria um equilíbrio, encontrando uma posição clara e positiva em 
um ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica 
oportunidades na ordem presente. Porém, ambos são enfáticos 
em afirmar que o empreendedor é um exímio identificador de 
oportunidades, sendo um indivíduo curioso e atento a 
informações, pois sabe que suas chances melhoram quando seu 
conhecimento aumenta.  

5. São determinados e 
dinâmicos  

 

Eles implementam suas ações com total comprometimento. 
Atropelam as adversidades, ultrapassando os obstáculos, com 
uma vontade ímpar de “fazer acontecer”. Mantêm-se sempre 
dinâmicos e cultivam um certo inconformismo diante da rotina.  

 
6. São dedicados  

 

 
Dedicam 24h por dia5, 7 dias por semana, ao seu negócio. 
Comprometem o relacionamento com amigos, com a família, e 
até mesmo com a própria saúde. São trabalhadores exemplares, 
encontrando energia para continuar, mesmo quando encontram 
problemas pela frente. São incansáveis e loucos pelo trabalho.  

7. São otimistas e 
apaixonados pelo que 
fazem  

 

Eles adoram o trabalho que realizam. E é esse amor ao que fazem 
o principal combustível que os mantêm cada vez mais animados 
e autodeterminados, tornando-os os melhores vendedores de 
seus produtos e serviços, pois sabem, como ninguém, como fazê-
lo. O otimismo faz com que sempre enxerguem o sucesso, em 
vez de imaginar o fracasso.  

8. São independentes e 
constroem o próprio 
destino  

 

Eles querem estar à frente das mudanças e ser donos do próprio 
destino. Querem ser independentes, em vez de empregados; 
querem criar algo novo e determinar os próprios passos, abrir os 
próprios caminhos, ser o próprio patrão e gerar empregos.  

9. São líderes e 
formadores de equipes  

 

Os empreendedores têm um senso de liderança incomum. São 
respeitados e adorados por seus funcionários, pois sabem 
valorizá-los, estimulá-los e recompensá-los, formando um time 
em torno de si. Sabem que, para obter êxito e sucesso, dependem 
de uma equipe de profissionais competentes. Sabem ainda 
recrutar os melhores para assessorá-los nos campos onde não 
detêm o melhor conhecimento.  

10. São bem relacionados 
(networking)  

 

Os empreendedores sabem construir uma rede de contatos que 
os auxiliam no ambiente externo da empresa, junto a clientes, 
fornecedores e entidades de classe.  
 

11. São organizados  
 

Os empreendedores sabem obter e alocar os recursos materiais, 
humanos, tecnológicos e financeiros, de forma racional, 
procurando o melhor desempenho para o negócio.  

12. Planejam, planejam, 
planejam  

 

Os empreendedores de sucesso planejam cada passo de seu 
negócio, desde o primeiro rascunho do plano de negócios, até a 
apresentação do plano a investidores, a definição das estratégias 
de marketing do negócio, etc.; sempre tendo como base a forte 
visão de negócio que possuem.  

Continua 

                                                 
5 Em contrapartida a ideia de Dornelas (2012), Dolabela (2003) acredita que a própria vida 

social, faz com que o empreendedor possa repensar suas ações em um lócus diferente daquele que 
empreende. 



37 

 

 

13. Possuem 
conhecimento  

 

São sedentos pelo saber e aprendem continuamente, pois sabem 
que quanto maior o domínio sobre um ramo de negócio, maior é 
sua chance de êxito. Esse conhecimento pode vir da experiência 
prática, de informações obtidas em publicações especializadas, 
em cursos ou, mesmo, pode vir de conselhos de pessoas que 
montaram empreendimentos semelhantes.  
 

14. Assumem riscos 
calculados  

 

Talvez essa seja a característica mais conhecida dos 
empreendedores. Mas o verdadeiro empreendedor é aquele que 
assume riscos calculados e sabe gerenciar o risco, avaliando as 
reais chances de sucesso. Assumir riscos tem relação com 
desafios. E para o empreendedor, quanto maior o desafio, mais 
estimulante será a jornada empreendedora.  
 

15. Criam valor para a 
sociedade  

 

Os empreendedores utilizam seu capital intelectual para criar 
valor para a sociedade, com a geração de empregos. Dinamizam 
a economia, inovando, sempre usando sua criatividade em busca 
de soluções para melhorar a vida das pessoas.  
 

Fonte: Dornelas, (2012, p. 5-7). 

 

O autor aqui também ressalta o poder de destaque do empreendedor, mas 

pontua em especial sua capacidade de planejar e qualificar-se, bem como respalda 

possíveis fracassos, uma vez que os mesmos assumam riscos, mesmo que 

calculados. Na sequência trago as dez Características do Comportamento 

Empreendedor desenvolvidas e trabalhadas pelo Serviço Brasileiro de Apoio às 

Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE)6, sendo que, as mesmas são base para o 

ensino do empreendedorismo em muitas regiões (ESCARLATE, 2010), inclusive a 

universidade que estudo utiliza-se destas características nas disciplinas de 

Empreendedorismo. 

Quadro 4 – Características do Empreendedor segundo o SEBRAE 

Características do Comportamento Empreendedor (CCEs) 

1. Estabelecimento de metas; 

2. Busca de Oportunidades e Iniciativa; 

3. Busca de Informações; 

4. Persuasão e Rede de Contatos; 

5. Exigência de Qualidade e Eficiência; 

Continua 

                                                 
6 SEBRAE- Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, trata-se de uma entidade 
privada brasileira de serviço social, sem fins lucrativos, que visa a capacitação e o desenvolvimento 
econômico de micro e pequenas empresas, estimulando o empreendedorismo no país. Disponível 
em:<http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae>. Acesso em: 20 out. 2019. 

 

http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae


38 

 

 

6. Planejamento e Monitoramento Sistemáticos; 

7. Comprometimento; 

8. Persistência; 

9. Disposição para correr riscos calculados; 

10. Independência e Autoconfiança. 

Fonte: Escarlate/SEBRAE (2010, p. 16). 

 Apesar de valer-me constantemente das características do Sebrae no 

desenvolvimento de meus estudos e minhas escritas acerca do perfil 

empreendedor, encontrei no livro de Márcio Campos (2017) alguns pontos julgados 

pelo autor como essenciais na gestão empreendedora das instituições de ensino e 

que, acredito, serem válidos nesta composição.  

 

Quadro 5 – Gestor Empreendedor segundo Campos (2017) 

1. Ouse, inove e planeje 

2.  A necessidade da criação de uma fundação para apoio ao ensino 

3. Gestão Participativa 

4.  A valorização dos processos gerenciais 

5.  O uso das técnicas de planejamento estratégico 

Fonte: Da autora, adaptado de Campos (2017). 

  

 Os apontamentos do autor vão sendo descritos mediante a sua experiência 

em uma instituição de ensino, me interessa quando ele aponta, em especial, a 

gestão participativa e a valorização dos processos gerenciais. Os processos 

gerenciais tratam-se, segundo o autor, dos indicativos de avaliações externas que 

são comumente atrelados a questões burocráticas, mas suas regulamentações 

tornam-se imprescindíveis para o repasse de verbas e a valorização da escola. 

Outra necessidade apontada por Campos é de uma fundação de apoio, que em 

uma escola deve ser regulamentada pelo Projeto Político Pedagógico, atual e 

vivenciado na prática. 

 Dentre as características elencadas acima, torna-se possível vislumbrar a 

seleção de algumas características que caracterizem este Gestor Escolar 

Empreendedor. Isto deve-se ao fato de que algumas refletem sinônimos, ou 

repetem-se nos quatro mapeamentos. No entanto, em um último resgate resolvi 



39 

 

 

voltar-me à um mapa conceitual construído em 2014, por mim a partir do meu 

Trabalho de Conclusão de Curso de Pedagogia. Na ocasião, a pesquisa se 

desenvolveu diante da problemática inicial de identificar qual a compreensão que 

os Gestores Escolares dos Municípios de Roca Sales, Encantado, Imigrante e 

Colinas tinham sobre o empreendedorismo na educação. Estas características 

foram organizadas após leituras e análise dos dados obtidos na época. 

Figura 8 – O gestor escolar empreendedor 

 

Fonte: Reginatto, 2014. 

 A presença das expressões gestão democrática e participativa, conotam a 

necessidade de não se fazer gestão sozinho. Já a liderança faz-se necessária, bem 

como o estabelecimento do sonho que seria alcançado mediante planejamento, 

interesse grupal e paixão pelo que se faz.  

Analisando estes quatro levantamentos e buscando compilar as diferentes 

características do empreendedor, formando as dez características do gestor escolar 

empreendedor, estruturei o quadro a seguir: 

  



40 

 

 

Quadro 6 - As dez características do Gestor Escolar Empreendedor 

Características do Gestor Escolar Empreendedor 

1. Sonha e registra os sonhos 

-entrelace entre Dolabela (2003) e Lück (2009)- 

O gestor escolar empreendedor sonha com 

diferentes possibilidades para a educação e, em 

especial, para a escola que atua, mas além de 

sonhas ele registra seus sonhos e estabelece 

metas para realizá-los, sem desistir jamais. 

2. Possui Rede de Contatos 

-baseado em Dornelas (2012) e SEBRAE 

(2010) - 

Como empreendedor o gestor sempre tem, 

mantém e amplia seus contatos. Seja o número 

daquele encanador que faz o serviço logo, ou 

conhecer alguém que possa indicar um bom 

fornecedor de mantimentos, ou manter um bom 

relacionamento com pais de ex-alunos que virão 

dar uma “mãozinha” no que a escola precisar. 

3. Planeja e replaneja  

- baseado em SEBRAE (2010) e Campos (2017)- 

Sim, planejamento. O gestor escolar 

empreendedor planeja os gastos, planeja a 

reunião, planeja o quadro pessoal, planeja como 

vai realizar aquela reforma de que a escola tanto 

necessita, planeja. 

4. Lidera 

- baseado em Dolabela (2003) e Reginatto 

(2014)- 

Liderança é ter respeito perante os colegas, 

conseguir delegar com autoridade, mas sem 

autoritarismo, assumindo uma posição de guia 

do grupo. 

5. Busca conhecimento 

-baseado em Dornelas (2012) e SEBRAE (2010) 

- 

Se o gestor não sabe fazer os slides da reunião 

ele pede auxílio, mas ele busca, acima de tudo 

aprender como fazer, justamente porque o 

conhecimento lhe move. Um aluno novo na 

escola com uma síndrome rara, ele estuda e 

busca compreender melhor. O formulário novo 

enviado pela mantenedora, ele procura 

compreender como preencher e qual a sua 

função. É o primeiro a interessar-se pelas 

formações continuadas. 

Continua 

  



41 

 

 

6. Escuta 

-entrelace entre Lück (2009) e Reginatto 

(2014)- 

O gestor escolar empreendedor promove uma 

gestão participativa, escutando seus 

professores, funcionários, alunos e a 

comunidade escolar. Ele oportuniza estes 

momentos, mostra-se aberto e utiliza o que 

escuta em prol da instituição e dos sujeitos que 

a compõem. 

7. Inova 

- baseado em SEBRAE (2010) e Campos (2017)- 

O gestor escolar empreendedor está sempre 

observando sua realidade e vislumbrando 

maneiras de melhorá-la. As mudanças que 

implementa, por mais pequenas que sejam, 

passam a ser inovações daquilo que era 

constituído. Conformar-se com o que está 

perpetuado não é seu perfil, no entanto rever as 

inovações que não obtiveram êxito torna-se 

fundamental. 

8. Se Compromete 

- baseado em Campos (2017) e Lück (2009)- 

O gestor escolar empreendedor é o responsável 

maior por sua instituição. Mesmo que não seja 

ele que esqueceu o portão aberto, ele questiona 

o responsável, buscando reaver a questão. Ele 

assume a instituição, dedicando-se às suas 

incumbências com afinco, buscando sempre o 

seu melhor. 

9. É organizado 

- baseado em Lück (2009) e Dornelas (2012)- 

Organização é palavra de ordem para que o 

trabalho do gestor ocorra de forma 

empreendedora. Organizar os papéis, as metas, 

o horário da equipe, ou seja manter o equilíbrio 

e o fluxo da instituição, requer registros 

sistêmicos e organizados. 

10. Integra e está integrado 

- baseado em Reginatto (2014) e Dornelas 

(2012)- 

O gestor escolar empreendedor busca promover 

a integração de sua equipe, potencializando um 

trabalho em conjunto. Também reconhece sua 

escola como parte de uma rede maior, que 

também carrega ideais e exigências. 

Fonte: Da autora, 2019. 

  

 A partir desta revisão teórica e da compilação das características, formando 

as dez que foram utilizadas nesta investigação, é o momento de percorrermos a 

caminhada metodológica que deu contornos à esta pesquisa.



42 

 

 

3 A CAMINHADA METODOLÓGICA 

Figura 9 - A caminhada metodológica 

 

Fonte: Da autora, 2019. 

 

Nem sempre encontraremos o pote de ouro no final do arco-íris, nem o arco-

íris no final do caminho, mas quando isso acontece não é sinônimo de mera sorte, 

é sinal de que passamos pela tempestade e podemos contemplar a bonança. A 

fotografia (FIGURA 9) revela isto, uma viagem difícil, a primeira de 2019, com 

tempestade, fluxo intenso de automóveis, mas ao final um destino seguro e um arco-

íris como marco de chegada.  

Nesta investigação me propus a percorrer certos caminhos, que me deram 

maior segurança de trajetória, bem como, me impulsionaram a atingir os objetivos 



43 

 

 

aqui propostos. Busco assim, apresentar na sequência, o conjunto de 

procedimentos que foram utilizados no decorrer desta rota, mesmo que sem a 

garantia de arco-íris no caminho. 

 A presente investigação possui uma abordagem qualitativa, de cunho 

descritivo caracterizada como uma aproximação de um estudo de caso, definido por 

Yin (2010, p. 27) como “uma estratégia escolhida ao se examinarem 

acontecimentos contemporâneos, mas quando não se podem manipular 

comportamentos relevantes”. Buscando elucidar melhor o contexto deste estudo 

apresento, na sequência, o local em que se deu, bem como os sujeitos investigados 

e os instrumentos utilizados. 

 

3.1 Minha cidade cercada de montanhas e a escola do morro 

Figura 10 - Minha cidade cercada de montanhas 

 

Fonte: Zuleica Lutz7, 2017. 

                                                 
7
 Zuleica Lutz é uma fotógrafa local, a imagem encontra-se disponível para o público em sua página 

na rede social. Disponível em:<https://www.facebook.com/zuleicalutzfotografia/>. Acesso em: 21 out. 
2019. 



44 

 

 

Uma cidade “cercada de montanhas”8 que se desenvolveu às margens do 

Rio Taquari e foi colonizada por “povos hoje irmãos”, alemães e italianos, como bem 

menciona seu Hino. Chamada anteriormente de Conventos Vermelhos, graças às 

águas barrentas do Rio Taquari que banham a cidade, Roca Sales foi emancipada 

em 18 de dezembro de 1954. O nome do município deu-se em homenagem ao 

encontro dos Presidentes do Brasil, Campos Sales, e do presidente da Argentina, 

Argentino Roca. 

Roca Sales faz divisa com Encantado, Colinas, Santa Tereza e Arroio do 

Meio. Tem sua economia na agricultura, em empresas calçadistas e de alimentos. 

Possui uma área de 208,630 Km² e tem cerca de 11.300 habitantes (IBGE, 20189). 

Minha cidade natal, sim, cidade de onde saí para estudar, trabalhar e que 

atualmente, retorno como membro do corpo docente municipal e estadual. A cidade 

possui doze escolas, sendo duas de Educação Básica Privadas, uma de Educação 

Básica Estadual e nove Escolas Municipais. O número estimado de alunos na 

Educação Infantil é de 350, já no Ensino Fundamental são cerca de 590 alunos e 

na Educação de Jovens e Adultos, uma base de 70 alunos10. Dentre as nove 

escolas municipais três são de Ensino Fundamental e seis de Educação Infantil.  

A escola escolhida para a realização da investigação foi uma escola 

municipal de educação infantil. Uma escola pequena, da qual já carreguei o logo no 

peito como funcionária. Hoje, em novas dependências localizada em um dos bairros 

mais altos da cidade, no alto de um morro, ela atende crianças de 4 meses até 4 

anos, tendo em torno de 60 crianças, treze professores e monitores, duas 

funcionárias de apoio e uma diretora. 

Fundada em 2 de agosto de 2005 a escola é acolhedora, creio que em 

especial pelo aconchego de seu espaço familiar, por tratar-se de uma casa, que foi 

adaptada para o funcionamento da mesma. Tem um belo jardim, com brinquedos 

                                                 
8 As “aspas” ocorrem devido as expressões serem retiradas do Hino de Roca Sales, sendo a letra 

de Natalina Arcari e Augusto Grün, música de Gilberto Pozzoco e arranjo de Léo Führ, instituído sob 
Lei Municipal de Nº 1.508/15. 
9
 Dados obtidos no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Disponível em: 

<https://ibge.gov.br/>. Acesso em: 22 out. 2019. 
10 Dados obtidos junto à Secretaria Municipal de Educação, após as matrículas no mês de fevereiro 

de 2019. 



45 

 

 

bem conservados, todo seu interior encontra-se bem pintado, limpo, organizado, 

tem trabalhos das crianças espalhados pela escola, mas nada agressivo aos olhos. 

As salas, no entanto, refletem a adaptação, sendo um tanto pequenas, permitindo 

pouca mobilidade das crianças e refletindo a necessidades de móveis sob medida, 

o mesmo pode-se afirmar do refeitório comporta poucas turmas o que reflete a 

necessidade de escala de horários. 

 A escola é conhecida na cidade como a melhor escola de educação infantil 

do município, em especial, pelo trabalho desenvolvido, mas a escolha da instituição 

não se deu pela sua fama e sim pelas características de um de seus sujeitos. 

Descrevo na próxima seção o desenrolar desta escolha e nomeio o sujeito que 

motivou a mesma. 

 

3.2 Os sujeitos da caminhada 

 

Figura 11 - Os sujeitos da caminhada 

 

Fonte: Da autora, 2018. 

 

 A simbologia das mãos sempre me pareceu muito pertinente (FIGURA 11), 

afinal, tudo que realizamos está sendo sustentado por alguém, não é isolado. Minha 

escrita tem um leitor, um orientador e o embasamento de pesquisadores/autores. 



46 

 

 

Na escola não é diferente, não estamos sozinhos, não agimos sozinhos, não 

ensinamos sem aprender, não aprendemos sem ensinar. Ao ingressar no quadro 

do magistério municipal, mesmo que me sentido inicialmente sozinha, me deparei 

com outras tantas mãos e mentes. 

 Na primeira semana de trabalho iniciei minha participação em um programa 

de formação continuada, instituído pelo município, no qual o público alvo eram os 

professores e gestores que atuam com crianças de 0 a 9 anos. As nove escolas 

municipais, sendo duas comunitárias mantidas pelo poder público municipal, foram 

convidadas. No entanto, apesar da grande participação dos docentes, apenas três 

gestores11, no caso diretores escolares, participaram, sendo um do Ensino 

Fundamental e dois da Educação Infantil. 

Ao definir o problema de pesquisa e com o desejo e a oportunidade de 

realizar a investigação no município em que atuo, precisava definir os sujeitos de 

minha investigação. Optei por uma seleção intencional partindo dos três gestores 

que, ao meu ver, já possuíam um perfil diferenciado, e até mesmo empreendedor, 

por se proporem a participar da formação. Essa atitude dos gestores vai ao encontro 

da definição do SEBRAE (2010) acerca de pessoas com perfil empreendedor serem 

indivíduos que buscam informações, ou conforme as características do gestor 

empreendedor, buscam conhecimento. 

 Dentre os três gestores, tive uma ressalva imediata, por ser diretor da 

instituição que atuo. Restaram assim duas gestoras que atuam em Escolas Públicas 

de Educação Infantil do Município, uma delas, no entanto, era iniciante na escola, 

com tempo inferior a um mês de atuação e afirmava estar se familiarizando com o 

desafio e não saber se permaneceria no cargo, o que também me dava insegurança 

para prosseguir a investigação. Consequentemente restou uma gestora de uma 

escola de educação infantil, em um contato inicial com a secretaria de educação e 

posteriormente com a gestora, tive o aceite da instituição para a investigação.  

                                                 
11

 A escolha dos diretores das escolas municipais de Roca Sales é realizada mediante indicação da 

autoridade competente, que, geralmente, realiza a seleção dentre o quadro de professores do 
município. 



47 

 

 

 Após o aceite da gestora, vislumbrei a necessidade da participação de duas 

docentes da instituição que pudessem auxiliar a responder minhas questões 

norteadoras, em especial, auxiliar na identificação das características, bem como 

na relação com o ensino. A partir de uma visita à escola, tive a oportunidade de 

receber duas voluntárias, como descrevi em meu diário de itinerância. 

Figura 12 - Diário de Itinerância recorte 1 

       

        Fonte: Da autora, Diário de Itinerância, (2019). 

 

 Deste modo, dados os sujeitos e o contexto, faz-se necessário indicar os 

instrumentos que possibilitaram a coleta de dados. 

 

  



48 

 

 

3.3 As imagens  

Figura 13 - As imagens 

 

Fonte: Da autora, 2018. 

 

Os canais de televisão aberta deixaram de ser ponto de minhas atenções há 

algum tempo, porém, não me mantenho alheia aos telejornais, em especial os 

locais, que, por vezes, discutem questões importantes dentro de nossa sociedade. 

Volto-me, em especial, às reportagens que me interessam, dentre elas as que 

abordam o tema educação, mas que nem sempre trazem resultados favoráveis. 

Propagandas governamentais (FIGURA 13) que buscam demonstrar mudanças de 

programas estudantis, estimular o ingresso do jovem na escola, são comuns, como 

bem retrata a imagem que abre esta seção. Mas algo que muito me intriga são os 

diferentes sujeitos que opinam acerca da educação, a forma com que muitas vezes 

as imagens são veiculadas a ponto de fragilizá-la ou expor suas deficiências. 

Comumente observamos, como bem afirma Schwertner (2019, p. 134), que a mídia 

e suas diferentes formas de veiculação, sejam jornais, websites, televisor 

“apresenta cotidianamente reportagens, imagens, entrevistas com especialistas (na 

maioria das vezes, administradores e empresários) que discutem suas opiniões 

acerca dos problemas em torno da educação”. 

O fato é que imagens acerca da educação são produzidas e dissipadas 

rotineiramente. Segundo Manguel (2001), a imagem é um dos poucos meios em 

que todos podem realizar a leitura, mesmo aqueles que não compreendem o código 

escrito.  



49 

 

 

Ainda fazendo referência aos estudos de Manguel (2001), torna-se 

necessário refletir que, segundo o autor, as imagens possuem uma leitura única, 

singular para o sujeito que a faz, pois, a imagem é capaz de despertar a 

sensibilidade. A imagem acaba, assim, por refletir o olhar do outro, mesmo que ao 

analisar a mesma figura cada sujeito aponte sentidos diferentes. Diante do título 

emergente desta investigação, a utilização da simbologia do espelho, ao refletir o 

indivíduo em sua essência, acredito que possa se fazer presente a partir do uso de 

imagens. O uso e a produção de imagem tornam-se assim ponto importante nesta 

constituição. Conforme Fischman e Sales (2014), pesquisas sobre imagens 

possuem grande potencial, em especial diante da cultura midiática atual.  Tomado 

desse ângulo, pensar “sobre imagens fotográficas torna-se um trabalho importante 

para o pesquisador em educação que busca compreender os jogos de verdade de 

uma época” (SCHWERTNER, 2019, p. 134). 

A produção de dez imagens que refletissem o cotidiano do gestor escolar, foi 

um desafio lançado à diretora, bem como, se tornou um dos objetos desta 

investigação. A gestora buscou, a partir das imagens que produziu, elementos que 

refletissem suas percepções acerca das características de um gestor escolar 

empreendedor. Como pesquisadora, apresentei a diretora, a tabela com as dez 

características e a partir de uma entrevista não estruturada, mas com base na 

pergunta norteadora: Observando esta tabela e estas imagens, você consegue 

identificar as características empreendedoras que já desenvolveu, as que que 

acredita estar desenvolvendo e as que pensa que deveriam ser desenvolvidas? 

Neste tipo de entrevista, o entrevistador não age como detentor do conhecimento e 

valoriza a experiência do entrevistado, e como “é conduzida com base numa 

pergunta norteadora, habilita o sujeito a expressar o que está em sua mente e a 

explorar suas experiências da maneira que julgar mais conveniente” (GIL; SILVA, 

2015, p. 105). 

Cabe salientar, que a partir das fotografias o gestor conseguiu “resgatar 

recordações potentes, tensões significativas e contraditórias que só o olhar – 

qualquer olhar – pode tornar visível” (FISCHMAN, 2006, p. 85). A imagem também 

se tornou elemento de análise dos demais sujeitos integrantes desta investigação. 



50 

 

 

As seis imagens a seguir, foram selecionadas intencionalmente por mim, através da 

busca Diretor de escola na página do Google Imagens12.  

  

Figura 14 - Diretor de Escola 1 

 

Fonte: Google imagens. 

 

Na primeira imagem, optei pelo modelo quase que “clássico” de representar 

o diretor, ou diretora escolar, em sua sala organizada com uma mesa, seja cheia de 

papéis ou com um computador, pois imagens neste formato eram as opções mais 

presentes. Esta imagem, porém, não esboça a felicidade da diretora e, pelo menos 

a mim, conota um ar de insegurança, mas a organização da sala, a vestimenta 

impecável, as lixeiras vazias, entre outros elementos, tornaram-se pontos 

propulsores de análise. 

  

                                                 
12

 O Google Imagens é um serviço de busca prestado pela empresa Google. O serviço consiste em 

fazer busca de imagens dos mais diversos tipos. Disponível em: 
<https://www.google.com/imghp?hl=pt-pt>. Acesso em: 12 out.2019. 

 

https://www.google.com/imghp?hl=pt-pt


51 

 

 

Figura 15 - Diretor de Escola 2 

 

Fonte: Google imagens. 

Esta segunda imagem, reflete as múltiplas tarefas do diretor escolar. Seria 

fácil relacioná-la ao gestor escolar empreendedor, atualizado (jornal), rede de 

contatos (celular), dimensão humana/participativa (café), busca por conhecimento 

(ponto de interrogação), inovação/ideias (lâmpada). Mas estas relações fazem-se 

possíveis quando nos colocamos em posição de análise, indo além do olhar, uma 

vez que “a leitura de um texto imagético exige que o espectador não se detenha 

apenas no aparente de uma imagem” (MAGNABOSCO, 2010). A análise de outros 

sujeitos pode implicar em outras observações. 

Figura 16 -  Diretor de Escola 3 

 

Fonte: Google imagens. 



52 

 

 

 

A terceira imagem traz à tona novamente o café e a mesa do diretor, mas, 

diferentemente da primeira imagem, aqui nada encontra-se em ordem. O acúmulo 

de trabalho, a pasta das matrículas, a pasta do PDDE (Programa Dinheiro Direto na 

escola)13, encontram-se em destaque, bem como a expressão do diretor, a qual 

conota, um ar de preocupação.  

 

Figura 17 - Diretor de Escola 4 

 

Fonte: Google imagens. 

 

A quarta imagem e o que ela representa, no caso a presença do diretor em 

sala de aula, ou seu relacionamento com os alunos, foi cena rara na busca. Apesar 

da alegria das crianças, do quadro cheio de corações, flores e notas musicais, o 

jaleco branco do diretor e sua concentração nos registros na prancheta, suscitam 

outros olhares. 

 

  

                                                 
13

 Criado em 1995, o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) tem por finalidade prestar 

assistência financeira para as escolas, em caráter suplementar, a fim de contribuir para manutenção 
e melhoria da infraestrutura física e pedagógica, com consequente elevação do desempenho 
escolar. Também visa fortalecer a participação social e a autogestão escolar. Fonte: Disponível em: 
<https://www.fnde.gov.br/programas/pdde>. Acesso em: 12 nov. 2019. 

 

https://www.fnde.gov.br/programas/pdde


53 

 

 

Figura 18 - Diretor de Escola 5 

 

Fonte: Google Imagens. 

 

A quinta imagem segue a linha de escolha da quarta, o diretor imbricado na 

comunidade escolar. Aqui reflete muito a leitura do sujeito que analisou a imagem 

que pode definir se os adultos da reunião são pais ou professores. O semblante feliz 

da diretora e o ar de aceitação dos participantes, também são pontos destacáveis, 

assim como a posição das cadeiras, o jaleco branco e mulher grávida. 

Figura 19 - Diretor de Escola 6 

 

Fonte: Google imagens. 



54 

 

 

A última imagem, porém, não menos significativa, representaria o 

autoritarismo do diretor escolar, ou pelo menos sua busca pela mesma. Estariam 

contempladas aqui também, em uma leitura da imagem, a pontuação sobre as 

regras, o fardamento e o cassetete, a posição de superioridade da diretora frente 

ao outro sujeito, a mim lido como criança. O ar franzino e a mão aberta, 

simbolizando talvez um movimento, são novos elementos de análise e propensão 

do discurso.  

Ao findar a explanação de minha seleção de imagens, gostaria de ressaltar 

a escolha de imagens desenho e não imagens fotográficas, uma vez que os 

mesmos não carregam tanto as feições de rostos que por vezes nos remetem a 

pessoas conhecidas. É importante ainda salientar que a pesquisa das imagens foi 

realizada no mês de janeiro de 2019, ciente de que o banco de imagens do Google 

é alimentado diariamente, é possível que as mesmas estejam dissipadas em uma 

nova pesquisa. 

A partir desta seleção, elaborei um roteiro prévio (APÊNDICE C) para ter 

como base na entrevista com as professoras da instituição que, além de 

explicitarem um pouco sobre sua trajetória, identificaram imagens que, segundo 

elas, melhor representavam a diretora da sua escola. Assim, para cada indivíduo 

uma mesma imagem pode representar algo diferente, ler imagens é diferente de ler 

palavras, pois 

...em contraste com um texto escrito no qual o significado dos signos deve 
ser estabelecido antes que eles possam ser gravados na argila, ou no 
papel, ou atrás de uma tela eletrônica, o código que nos habilita a ler uma 
imagem, conquanto impregnado por nossos conhecimentos anteriores, é 
criado após a imagem se constituir (MANGUEL, 2001, p. 32-33). 

 

Registrar, assim, as percepções que impregnam o trajeto da pesquisa são 

pontos importantes, escolhi assim o Diário de Itinerância definido como um “bloco 

de apontamentos no qual cada um mostra o que sente, o que pensa, o que medita, 

o que poetiza, o que retém de uma teoria, de uma conversa, o que constrói para dar 

sentido à vida” (BARBIER, 2007, p. 133). O diário de itinerância permite impregnar 

um caráter de intimidade ao expressar nossas reações com relação ao que 

investigamos e o que nos cerca neste contexto (BARBIER, 2007). 



55 

 

 

A partir das imagens produzidas e posteriormente analisadas pela diretora à 

luz das dez Características do Gestor Escolar Empreendedor, as imagens 

escolhidas e argumentadas pelas duas professoras, bem como dos registros do 

Diário de Itinerância dou por tecidos meus instrumentos de coleta de dados.  

A análise dos dados aproximou-se da análise de conteúdo, que, segundo 

Bardin (2011, p.15), é um conjunto de instrumentos de cunho metodológico que se 

aplicam a discursos variados, “método das categorias, espécie de gavetas ou 

rubricas significativas que permitem a classificação dos elementos de significação 

constitutivas, da mensagem” (BARDIN, 2011, p. 37). Estas gavetas são constituídas 

a partir do que o autor denomina como Unidade de Registro, que se torna um 

elemento a ser codificado, podendo ser um tema, frase ou até mesmo palavra. 

 Bardin (2011) propõe as três fases da Análise de Conteúdo explicitadas 

através da imagem abaixo: 

 

Figura 20 - Análise de Conteúdo 

 

Fonte: Da autora, baseada em (BARDIN, 2011), 2019. 

 

A primeira fase, denominada Pré-análise, também é denominada por Câmara 

(2013) como fase da organização, onde os instrumentos de coleta de dados são 

preparados e ocorre a chamada leitura flutuante (BARDIN, 2011), sendo a análise 

prévia dos instrumentos de coleta de dados. Na segunda fase, Exploração do 

Material, é que ocorre a definição das Categorias, possível após a categorização 



56 

 

 

dos dados emergentes. A terceira fase, Tratamento dos resultados – a inferência e 

interpretação, é onde se dá o processo de análise do conteúdo, baseado nos 

resultados obtidos pelo pesquisador, na busca de torná-los significativos e válidos. 

Ao me valer destas três fases creio que busquei aproximar-me dos preceitos 

da Análise de Conteúdo, proposta por Bardin (2011). Inicialmente escutei os áudios 

das entrevistas e com o auxílio de um aplicativo pude transcrevê-las e também 

analisar a fidedignidade das transcrições, caracterizando assim, a primeira fase 

proposta por Bardin (2011). 

Após a leitura flutuante, chegou o momento de explorar o material, buscar 

marcar pontos congruentes e também os convergentes, identificar os que se 

aproximavam dos objetivos traçados nesta investigação. E diante destes lócus, 

destes sujeitos e destes instrumentos, é possível produzir um resumo da 

abordagem com relação aos objetivos elencados primordialmente, que, além de 

conceber maior clareza ao que realizei, também retoma o significado das produções 

imagéticas, quando concebidas e organizadas em um quadro. 

Quadro 7 Resumo da Abordagem metodológica da investigação 

Objetivos Específicos Ações que foram desenvolvidas 

Socializar e refletir sobre as 
características do gestor escolar 
empreendedor com o diretor de uma 
escola de Educação Infantil; 

Pude realizar através da entrevista com a diretora, que, 
posteriormente, solicitou as características por e-mail, 
bem como as referências do livro sobre Pedagogia 
Empreendedora . 

Identificar as características 
empreendedoras já desenvolvidas, as 
que que estão sendo desenvolvidas e 
as que deveriam ser desenvolvidas 
pelos dois gestores escolares;  

Tornou-se possível através da entrevista realizada com 
a diretora diante das dez imagens que ela produziu e 
suas reflexões sobre elas. Pelos apontamentos das 
docentes e também será analisada por mim, enquanto 
pesquisadora, a partir dos registros realizados no diário 
de itinerância e da análise destes dados. 

Verificar possíveis reflexos, 
nos processos de ensino, destas 
características nas escolas de 
educação infantil pesquisadas. 

 

De aporte dos diferentes dados coletados, 
estabelecendo as categorias, e segundo os 
pressupostos da Análise de Conteúdo, pude perceber a 
existência destes reflexos nos processos de ensino da 
escola. 

Fonte: Elaborado pela autora, 2019. 

 

Diante desta tabela é possível verificar que pude atingir meus objetivos, 

porém como estas ações se deram? Como a análise se deu? Quais foram as 

categorias que emergiram? Estas informações são explicitadas no próximo capítulo.



57 

 

 

4 AS IMAGENS, AS ENTREVISTAS, O DIÁRIO E A ANÁLISE 

 

Figura 21 – As imagens, o diário e a análise 

 

Fonte: Da autora, 2019. 

  

 Eis que surge, aqui em minha mesa de escrita, um dos capítulos que mais 

me instigaram na composição, a análise dos dados (Imagem 21). A escolha das 

imagens me pareceu acertada, uma vez que “com destaque para nossa época, a 

imagem foi ganhando preeminência sobre a palavra escrita” (MAGNABOSCO, 

2010, p. 131), mas também reforça a dubiedade de interpretações acerca de uma 

mesma imagem.  



58 

 

 

 Através dos dados coletados, em especial das imagens analisadas nesta 

dissertação, emergiram as Categorias de Análise. Diante destas Categorias foi 

possível iniciar o tratamento das informações, tecendo descobertas e entrelaces 

suscetíveis à inferência e interpretação, pontos estes que explano nos subcapítulos 

seguintes, apresentando as três categorias emergentes, nomeadas a partir das 

expressões dos sujeitos participantes: 1ª “Já estamos na oitava? ”, 2ª “Impossível 

pensar no ensino sem a gestão” e 3ª “Esses sonhos movem a gente”. 

 

4.1 Primeira categoria: “Já estamos na oitava” 

 

Figura 22 - As características no espelho  

 

 

 

Fonte: G, 2019. 

 

 A partir das entrevistas e das imagens analisadas e produzidas foi possível 

identificar algumas características presentes na gestora. Inicialmente, destaco a 

surpresa de ver as dez características do gestor escolar empreendedor aqui 

propostas, a partir de diferentes embasamentos teóricos, sendo visualizadas na 

prática de uma gestora escolar. As relações entre cada característica, efetivadas 

pela gestora em sua prática cotidiana enquanto diretora, edificaram a validade das 

dez características do gestor escolar empreendedor apresentadas nesta 

dissertação. 

A gestora, aqui denominada como G, é pedagoga, pós-graduada em 

alfabetização e letramento, trabalha há 22 anos com educação infantil, sendo que 

destes está em seu terceiro ciclo como gestora, contemplando uma margem de 



59 

 

 

cinco anos como diretora, apenas de escolas de educação infantil. Já as 

professoras, aqui denominadas como P1 (Professora 1) e P2 (Professora 2) 

encontram-se finalizando a graduação. P1 compartilha seus três anos de educadora 

infantil com alegria, pois, após atuar no administrativo de uma empresa e ter tido 

seu próprio negócio, vê na educação seu antigo sonho se realizando. Já P2 trabalha 

cerca de seis anos com educação infantil, jovem, foi a única área em que atuou até 

o momento. 

 Um dos objetivos específicos elencados nesta pesquisa era: Identificar as 

características empreendedoras já desenvolvidas, as que que estão sendo 

desenvolvidas e as que que deveriam ser desenvolvidas por uma gestora escolar. 

As imagens se tornaram cruciais para contemplar este objetivo, funcionaram tanto 

como ponto de partida para as falas quanto para retomadas e até mesmo sínteses 

de pensamento das entrevistadas.  

 Inicialmente trago as imagens escolhidas pelas professoras para se referirem 

a sua gestora, sendo que das seis imagens, três foram selecionadas e justificadas 

por elas com exemplos cotidianos. 

“Eu achei difícil fazer isso, vejo ela com as crianças, mas como fico mais na 

sala com os bebês não é a cena que eu escolheria, vejo ela cheia de tarefas, mas 

acho que a melhor é essa primeira, porque eu vejo ela organizada, centrada no que 

ela faz, ela passa isso para nós” (P1, 2019). 

Figura 23 - Diretor de Escola – 1 

 

Fonte: Google imagens. 

 

“Olha eu pensei e escolhi os que mais vejo ela essa 2, porque ela está 

sempre cheia de coisas, gosta de estar lendo, indo atrás do que precisa e do que 



60 

 

 

não sabe, usa bastante o celular para falar com os pais, vejo que ela tem uma 

relação muito boa com os pais, mas também está sempre vendo as coisas do 

rancho para o lanche se chegaram e se alguma coisa estragou, como é ela sozinha, 

bem dizer, ela faz muitas coisas” (P2, 2019) 

Figura 24 - Diretor de Escola – 2 

 

Fonte: Google imagens. 

 

“(...), mas daí eu também escolho a outra, que é a 3, porque eu sei que ela 

faz a parte de prestação de contas para outras escolas e quando chega esses dias 

ela fica lá com os papéis concentrada, calculando, para fechar tudo direitinho. Mas 

acho sabe, que nisso ela é muito correta e organizada, porque nossa escola tem 

muita coisa que outras escolas não têm, falo coisas assim materiais sabe (P2, 2019) 

”.  

Figura 25 - Diretor de Escola – 3 

 

Fonte: Google imagens.  

 

 A partir das falas das docentes é possível visualizar algumas das 

características do Gestor Escolar Empreendedor, tais como: 2 Possui Rede de 

Contatos, uma vez que pontuam sua relação com os pais e contatos em prol de 

materiais e alimentação (FIGURA 22); 3 - Planeja e replaneja, quando afirmam que 

ela controla os gastos e faz aquisições diferenciadas para a escola; 5 - Busca 



61 

 

 

conhecimento, quando afirma que está sempre lendo e “indo atrás” do que não 

sabe; 8 - Se compromete, ao pontuarem que ela faz a prestação de contas se dedica 

(FIGURA 22) a isso e inclusive faz para outras escolas; 9 - É organizado, ao 

pontuarem que ela passa isso para o grupo, sendo centrada no que faz. Ao trazerem 

suas contribuições as professoras refletiram seus olhares, uma vez que “o que 

vemos é a pintura traduzida nos termos da nossa própria experiência” 

(MANGUEL, 2001, p.27).  

Nesse sentido, parto então, para os apontamentos da própria gestora e de 

como ela se percebe através das características elencadas. Inicialmente a 1 - Sonha 

e registra os sonhos, a gestora pontua:  “... eu digo que sim, porque levando para a 

escola, usando o exemplo dos objetivos com a rifa, a gente traça uma meta e daí tu 

tem que vencer essa meta e nisso os pais também são bem parceiros” (G, 2019). 

Segundo Dolabela (2003, p. 53) “a escola também pode ser vista como um 

instrumento para o desenvolvimento e a perpetuação da capacidade de construir 

sonhos coletivos” e sobre estes sonhos refletirei posteriormente. 

2 - Possui rede de contatos: 

 “... acho que sim, porque em primeiro lugar uma escolha minha disponibilizar 

meu whats e isso facilita minha comunicação com muitas pessoas, desde os pais e 

até com as pessoas que eu preciso, foi uma opção minha que tem consequências 

positivas e outras negativas [...] tenho muitos na minha agenda, na verdade das 

empresas até sei de cor alguns (risos) ” (G, 2019). 

Segundo Dornelas (2012, p. 32) “os empreendedores sabem construir uma 

rede de contatos que os auxiliam no ambiente externo”, e aqui no caso da diretora 

o relacionamento com as famílias, por exemplo, atua de certa forma nos processos 

internos da escola (FIGURA 23). 

3 - Planeja, replaneja: 

 “... não sei se eu planejo muito, eu tenho objetivos e traço metas, mas 

algumas coisas preciso fazer para resolver algo sem planejamento, por exemplo, 

talvez seja algo que eu esteja desenvolvendo” (G, 2019). Ao perceber que algumas 



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de suas características estejam em desenvolvimento, a gestora acaba por 

reconhecer condições que ainda precisa aprimorar, reforçando que “o espírito 

empreendedor é um potencial de qualquer ser humano e necessita de