0 UNIVERSIDADE DO VALE DO TAQUARI CURSO DE ENGENHARIA CIVIL PROPOSTA DE GESTÃO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA EM EDIFICAÇÕES Luiz Henrique Lazzaron Lajeado, novembro de 2022 1 Luiz Henrique Lazzaron PROPOSTA DE GESTÃO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA EM EDIFICAÇÕES Monografia apresentada na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, do curso de Engenharia Civil, da Universidade do Vale do Taquari- Univates, como parte da exigência para obtenção do título de Bacharel(a) em Engenharia Civil. Orientadora: Profa Dra. Betina Hansen Lajeado, novembro de 2022 2 Luiz Henrique Lazzaron PROPOSTA DE GESTÃO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA EM EDIFICAÇÕES A Banca examinadora abaixo aprova a Monografia apresentada na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, do curso de Engenharia Civil, da Universidade do Vale do Taquari- Univates, como parte da exigência para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Profa Dra. Betina Hansen Universidade do Vale do Taquari- Univates Profa Ma. Carolina Becker Pôrto Fransozi Universidade do Vale do Taquari- Univates Profa Ma. Rebeca Jéssica Schmitz Universidade do Vale do Taquari- Univates Lajeado, novembro de 2022 3 RESUMO Atualmente no Brasil, a maioria dos imóveis não possui uma prática sistemática de manutenção adequada, que garanta segurança e qualidade de vida a todas as pessoas envolvidas (CASTRO, 2007). Desta forma, este trabalho tem como principal objetivo buscar, através de vistorias de manutenção preventiva, uma eficiente gestão de manutenção predial, para que uma determinada edificação garanta seu desempenho e segurança ao qual foi destinada, a fim de atingir sua vida útil de projeto. Esta pesquisa utilizou como modelo o prédio 1 da Universidade do Vale do Taquari - Univates, para o qual foi elaborado um modelo de gestão feito através de vistorias registradas em documentos do Google, por meio de QR- CODES, que garanta análises quantitativas e programadas, e que mantenha registrado todo e qualquer tipo de atividade desempenhada, de maneira prática, ágil e eficaz. Para isso, foram aplicados diversos QR-CODES em salas e sanitários de todo o prédio, inclusive na sua área externa, os quais destinavam para um formulário composto por dados de preenchimento para escolha da equipe para realização do serviço, tipos de sistemas e campo para identificação do problema. O tempo de aplicação do formulário foi de 27 dias. Por meio dos registros foram identificados cerca de 49 defeitos na infraestrutura do prédio. Por fim, a aplicação do novo modelo de gestão mostrou-se útil para a identificação dos problemas na edificação e diminuição no tempo gasto para a realização das verificações e solicitações no sistema. Palavras-chave: Manutenção preventiva. Gestão de manutenção predial. Vida útil de projeto. 4 ABSTRACT Currently in Brazil, most properties do not have a systematic practice of adequate maintenance, which guarantees safety and quality of life for all the people involved (CASTRO, 2007). In this way, the main objective of this work is to seek, through preventive maintenance inspections, an efficient management of building maintenance, so that a given building guarantees its performance and safety to which it was intended, in order to reach its design useful life. This research used Building 1 of the University of Vale do Taquari - Univates as a model, for which a management model was elaborated through surveys recorded in Google documents, through QR-CODES, which guarantees quantitative and programmed analyses, and that it keeps records of all and any type of activity performed, in a practical, agile and efficient manner. For this, several QR-CODES were applied in rooms and restrooms throughout the building, including in its external area, which were destined for a form composed of filling data for choosing the team to carry out the service, types of systems and field for problem identification. The form application time was 27 days. Through the records, around 49 defects were identified in the building's infrastructure. Finally, the application of the new management model proved to be useful for identifying problems in the building and reducing the time spent carrying out checks and requests in the system. Keywords: Preventive maintenance. Predictive maintenance management. Design lifetime. 5 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 6 1.1 Problema de pesquisa 7 1.2 Objetivos 8 1.2.1 Objetivo geral 8 1.2.2 Objetivos específicos 8 1.3 Justificativa da pesquisa 8 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 10 2.1 Histórico da manutenção industrial e predial 10 2.2 Manutenção predial 12 2.2.1 Classificação da manutenção 15 2.3 Desempenho de edificações e a NBR 15575 18 2.4 Inspeção predial 22 2.5 Gestão da manutenção predial 23 2.6 Ferramentas para gestão da manutenção predial 24 3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO 30 3.1 Dados do local de estudo 31 3.2 Estudo da atual gestão da manutenção predial 38 3.3 Criação do banco de dados 44 3.4 Proposta de ferramenta para gestão da manutenção 46 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 50 4.1 Gestão de manutenção atual 50 4.1.1 Problemas da atual gestão de manutenção 55 4.3 Levantamento do banco de dados 56 4.4 Proposta de uma nova gestão de manutenção 64 4.5 Comparativo dos resultados obtidos antes e depois da nova gestão 70 5 CONCLUSÃO 75 5.1 Sugestões para trabalhos futuros 76 REFERÊNCIAS 78 6 1 INTRODUÇÃO Atualmente, a prática de manutenção preventiva em edificações ainda não é realizada de forma rotineira no Brasil. Na maioria dos imóveis existentes, são raros aqueles que possuem uma prática sistemática de manutenção adequada (CASTRO, 2007). Segundo a NBR 5674 (ABNT, 2012), uma edificação é a base para se realizar todas as atividades produtivas para a qual é destinada, e por isso tem valor fundamental. Devido a isso, a necessidade de elaboração de uma boa prática de manutenção preventiva e corretiva é de extrema importância para garantir que a edificação exerça o papel a que foi destinada, além de garantir qualidade de vida e segurança a todas as pessoas envolvidas. Essa prática pode reduzir eventuais custos que, muitas vezes, poderiam ser evitados ou amenizados caso houvessem as devidas verificações, as quais, de fato, aumentam o desempenho para o qual a edificação foi projetada, garantindo assim a segurança e o conforto a todos os usuários. 7 Toda a manutenção preventiva, para ser eficaz, deve ser feita de forma planejada por um responsável técnico, e não simplesmente improvisada. Segundo a NBR 5462: Confiabilidade e Mantenabilidade (ABNT, 1994), a manutenção predial envolve ações administrativas e técnicas que, juntas, mantêm ou devolvem a capacidade de um item desempenhar sua função. A ausência de uma manutenção adequada pode gerar anomalias, que com o tempo só aumentam o custo para sua correção e, além dos danos materiais, podem causar também danos pessoais, dependendo da gravidade da anomalia. Conforme Thomaz (1989), a ausência de registros de dados patológicos de uma edificação retarda o desenvolvimento de técnicas de projeto e construção, impossibilitando os novos profissionais da área de evitarem erros que já foram cometidos anteriormente. As patologias são parte da engenharia que estuda as causas, sintomas, mecanismos e origem dos defeitos de uma edificação, podendo, muitas vezes, ser feito o diagnóstico apenas por meio de visualização. Em outros casos deve-se analisar o projeto, investigar as cargas que foram submetidas e analisar o modo construtivo em que foi executada a obra; somente assim é possível identificar a causa destes problemas, e corrigi-los para que não aconteçam novamente em futuras construções (TRINDADE, 2015). Segundo Verçosa (1991), a chance de cometer erros reduz muito quando se conhece os defeitos e problemas que uma construção pode apresentar. Desta forma, o presente trabalho busca implementar uma gestão de serviços de manutenção corretiva e preventiva em edificações, com o intuito de reduzir gastos desnecessários e garantir um bom nível de qualidade no desempenho dos serviços. 1.1 Problema de pesquisa A realização dos apontamentos, solicitações de conserto e registros das verificações prediais de manutenção preventiva e corretiva, que se tornam necessárias para se manter a vida útil de uma edificação ao longo do tempo, são atividades que demandam muito tempo. Além disso, é importante que se mantenha um registro de tudo que foi feito e de tudo que é programado para se fazer ao longo dos anos de uso da 8 edificação. Desta forma, como é possível garantir uma análise programada e quantitativa de manutenção predial e registrar estas atividades de forma ágil, prática e organizada? 1.2 Objetivos Nos itens a seguir são apresentados os objetivos geral e específicos. 1.2.1 Objetivo geral Este trabalho tem como objetivo geral propor uma ferramenta para realização de uma eficiente gestão de manutenção predial, garantindo uma análise programada e quantitativa, além do registro destas atividades de forma prática e eficiente em edificações. 1.2.2 Objetivos específicos São objetivos específicos desta pesquisa: a. Analisar como é realizada hoje a manutenção predial e os seus devidos registros em uma edificação já existente, que será objeto de estudo desta pesquisa; b. Elaborar um modelo de plano de manutenção predial que possa ser gerenciado de forma simples e rápida; c. Testar e avaliar uma solução utilizando documentos do Google registrados por meio de um QR-CODE, para auxiliar na organização e registro do plano de manutenção predial. 1.3 Justificativa da pesquisa Conforme o crescimento das áreas prediais, se percebe a importância da elaboração de um plano de gestão de manutenção predial, que utilize informações das normas técnicas relacionadas a esta temática. De acordo com a NBR 5674 (ABNT, 2012), na fase de uso de uma edificação, a manutenção predial significa custo, não podendo ser feita de modo casual ou improvisado, mas sim de uma forma programada e prática. Além de garantir a segurança, a elaboração e implantação das técnicas de 9 manutenção preventiva e corretiva garantem qualidade de vida, e são indispensáveis para que se mantenha os níveis de desempenho da vida útil de uma edificação. Kalil e Pujadas (2011) afirmam, através de um estudo realizado pela Câmara de Inspeção Predial do Ibape/SP, que em edificações com idade acima de 10 anos de uso, 66% das causas e origens de acidentes são relacionados com a deficiência de manutenção, deterioração acentuada e perda do desempenho. Não adianta a indústria da construção investir em projetos de qualidade, sistemas executivos e tecnologia se o proprietário ou responsável pelo empreendimento não exercer o seu papel sobre a performance do desempenho da obra. Desta forma, este trabalho busca apresentar uma alternativa para organização e registro das atividades de manutenção predial, através da elaboração de um formulário que agiliza e registra as verificações prediais, como metodologia para implementar um sistema adequado e prático de gestão de manutenção predial. 10 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Histórico da manutenção industrial e predial Conforme Kardec e Nascif (2013), a manutenção de máquinas e equipamentos evoluiu em paralelo ao desenvolvimento tecnológico, econômico e social, podendo esse progresso ser dividido em cinco gerações: -1° geração: anterior ao ano de 1939, o qual foi o ano de início da Segunda Guerra Mundial, a produtividade não era prioridade já que a mecanização era muito escassa nas indústrias, sendo assim a manutenção era somente corretiva não planejada; -2° geração: após a Segunda Guerra Mundial, nos anos 50 e 70, a demanda de produtos aumenta e a mão de obra industrial diminui. Com o aumento da mecanização e a dificuldade que as indústrias apresentavam na época, buscou-se, com a manutenção preventiva, reduzir falhas para se ter uma maior produtividade; -3° geração: na década de 70 até 90, as indústrias começaram a utilizar sistemas just-in-time, cujo objetivo é de uma produção exata de um determinado produto, e que se caso acontecesse uma paralisação, ocasionaria aumento de custos e demora na entrega. O conceito Total Productive Maintenance (TPM) teve início no Japão e significa Manutenção Produtiva Total, que é uma metodologia aplicada em grandes empresas para zerar falhas e aumentar o lucro. Muitos setores começaram a utilizar o conceito de manutenção, como 11 telecomunicações, saúde e gerenciamento de obras, dando início ao conceito de manutenção preditiva. -4° geração: nos anos 2000 a 2005 iniciou-se uma visão pensada não somente na manutenção das máquinas e equipamentos, mas também no custo de vida de edificações, integrando as áreas de engenharia, manutenção e operação, garantindo disponibilidade, confiabilidade e mantenabilidade. -5° geração: a partir do ano de 2005, o foco da manutenção é a gestão de ativos, com participação efetiva no projeto, manutenção, comissionamento, aquisição, instalação e operação, buscando um melhor retorno nos investimentos, produzindo na capacidade máxima e sem falhas previstas. No ano de 1984, foi fundada no Brasil a Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos (ABRAMAN), uma entidade dedicada especificamente ao desenvolvimento da função de gestão e manutenção de ativos. A cada dois anos a entidade publica um documento que mostra como está a situação da manutenção no Brasil, a partir de uma pesquisa realizada com empresas representantes dos principais setores de economia do país (ABRAMAN, 2019). Conforme Castro (2007), o interesse pela manutenção no âmbito da construção civil, em se tratando de manifestações patológicas, suas origens e causas, teve início no final da década de 80, com os trabalhos de Lichtenstein (1986), Ioshimoto (1988), Helene (1988), Dal Molin (1988) e Cremonini (1989). Segundo Lopes (1993), no ano de 1980 começou a ser discutido sobre a manutenção em edificações, com a criação da NBR 5674: Manutenção de Edificações - Procedimentos, sendo que a primeira edição da norma fornecia informações imprecisas sobre a implantação de uma gestão de manutenção, e que foi primeiramente atualizada em 1999, e atualmente em 2012. Após isso, foram criadas novas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), como a NBR 14037 (ABNT, 2014), que foi criada em 1998 e que teve um novo texto criado pelo Comitê Brasileiro da Construção Civil e pela Comissão de Estudos de Manutenção de Edificações, em 2011. A norma estabelece os requisitos mínimos para 12 elaboração e apresentação de conteúdos presentes no manual de uso, operação e manutenção das edificações, o qual deve ser entregue pelo construtor ao proprietário (ABNT, 2014). A NBR 15575-1, legalizada no ano de 2013, que encontra-se na sua 4° edição, estabelece requisitos e critérios de desempenho aplicáveis às edificações habitacionais, e é complementada com outros cinco requisitos, sobre: sistemas estruturais, coberturas, pisos internos, vedações verticais internas e externas e sistemas hidrossanitários (ABNT, 2013b). Também no ano de 2013, a NBR 16280, atualizada em sua 2° edição, com a emenda 1 incorporada em 2015, trata de como estabelecer os requisitos para gestão de controle de projetos, segurança, processos e execução, principalmente quando se trata de reformas em edificações (ABNT, 2015). 2.2 Manutenção predial Conforme a NBR 15575-1 (2013), pode-se dizer que a vida útil de uma edificação possui relativa diferença em relação a outros bens ou equipamentos, já que é elevada, em torno de 50 anos, quando é feita uma manutenção preventiva adequada, e que somente dessa forma se atinge seu desempenho e durabilidade. Caso a manutenção não seja realizada de maneira correta e programada, a edificação ou estrutura chegará apenas aos 20 anos de vida, dependendo da situação e de sua localização. No entanto, se essa edificação receber uma adequada manutenção preventiva, sua vida útil ainda pode aumentar. Segundo a NBR 5674 (ABNT, 2012), a manutenção predial é composta de atividades para a realização da conservação ou recuperação de capacidades de funcionamento de uma edificação e de seus componentes, a fim de atender as demandas e segurança de seus usuários. Segundo Castro (2007), a manutenção começou a ter crédito no Brasil somente a partir de 1980, enquanto que em outros países da Europa e nos Estados Unidos já existia desde 1960. Kardec e Nasfic (2013) afirmam que a manutenção deve garantir confiabilidade de todas as instalações, garantindo a segurança, reduzindo custos e preservando o meio ambiente. 13 A ausência de manutenção é responsável por manifestações patológicas das mais variadas, que causam danos materiais e pessoais aos proprietários e também à sociedade, que ao longo dos anos causa a deterioração urbana, favorecendo a criminalidade e afastando o turismo do local (IBAPE/SP, 2009). Littlewood e Munro (1996) puderam identificar inúmeros fatores para a tomada de decisões na realização de trabalhos de reparos e melhorias. Após analisarem a falta de manutenção em moradias da Escócia, disseram que a idade de uso das edificações exerce forte influência nas suas circunstâncias, pois a falta de manutenção diminui ainda mais as condições de uso de uma edificação e que esta condição só aumenta com o passar da idade. Segundo Gomide et al. (2006), para que se atenda às necessidades dos usuários com menor custo, e também com confiabilidade e disponibilidade, a manutenção predial deve possuir um conjunto de recursos e atividades que garanta o melhor desempenho da construção verificada. Bonin (1988) considera que a manutenção predial é uma forma de reconstrução de níveis qualitativos e ambientais, trazendo como resultado o prolongamento da Vida Útil (VU) da edificação em função do tipo de manutenção utilizado. O valor final da VU é composto pelo valor calculado da Vida Útil de Projeto (VUP), e de acordo com a NBR 15575-1 (ABNT, 2013), a VUP depende da situação financeira do usuário, que tem relação com o custo global da edificação. Também é influenciada por intempéries, ações de manutenção e outros fatores de controle internos e externos. A NBR 15575-1 (ABNT, 2013) estabelece VUP mínima em anos de projeto para cada tipo de sistema, conforme Figura 1. 14 Figura 1 - VUP mínima para os sistemas da edificação Fonte: NBR 15575 (ABNT, 2013b). Conforme a NBR 15575 (ABNT, 2013b), para que se garanta os mínimos requisitos estabelecidos, a VU pode ser prolongada através de ações determinadas junto com a VUP, apresentados na Figura 2. Figura 2 - Prolongamento da VU com ações de manutenção Fonte: ABNT (2013b). 15 2.2.1 Classificação da manutenção Existem diferentes formas de classificar os tipos de manutenção. Neste trabalho será adotada a classificação em manutenção rotineira ou preditiva, manutenção corretiva e manutenção preventiva. Conforme a NBR 5674 (ABNT, 2012), a manutenção rotineira ou preditiva é uma manutenção definida por um fluxo constante de serviços, padronizados e alternados, como por exemplo: limpeza geral e lavagem de áreas comuns, vigilância, portaria, etc. Segundo a NBR 5462 (ABNT, 1994), a manutenção corretiva é caracterizada por serviços que necessitam de ação imediata, com o objetivo de que se mantenha a continuidade do uso dos elementos, componentes e sistemas das edificações, evitando riscos e prejuízos pessoais e patrimoniais aos usuários. Segundo Pinto e Xavier (2001), quando um sistema ou equipamento começa a ter um desempenho diferente do esperado e com muitas falhas, são condições que levam à manutenção corretiva. A NBR 5462 (ABNT, 1994), no seu subitem 2.8.8, define manutenção corretiva como sendo aquela que é realizada após a ocorrência de uma falha, e que deve ser consertada para que se recoloque o sistema ou equipamento em funcionamento novamente. Conforme Gomide et al. (2006), independente de ser uma atividade planejada ou não, a manutenção corretiva busca a reparação ou restauração da anomalia ou falha, implicando na parada parcial ou total de um sistema, por isso é aquela que apresenta os maiores custos. Em relação à manutenção preventiva, pode-se dizer que é o tipo de manutenção onde os serviços são programados com antecedência, com prioridade para as estimativas de durabilidade de cada sistema, elementos e componentes, solicitações dos usuários, gravidade e urgência e relatórios das verificações (ABNT, 2012). Ainda, segundo outra normativa, a NBR 5462 (ABNT, 1994), no seu subitem 2.8.7, a manutenção preventiva é aquela que é realizada em determinados intervalos, e é destinada a alguma possível falha ou deterioração de funcionamento de certo item. 16 Segundo Gomide et al. (2006), a manutenção preventiva é a que precede o reparo antes da falha acontecer, para isso, é necessário que haja uma programação, obedecendo critérios técnicos do fabricante ou fornecedor do produto, com datas preestabelecidas e registro das atividades realizadas. Gomide et al. (2006) afirmam também que os custos em relação à manutenção preventiva devem ser encarados como um investimento para o bem patrimonial, sendo os gestores os responsáveis por administrar esses gastos com a atividade de manutenção, podendo ser justificados como: a) Aumento da vida útil, diminuição dos desgastes naturais e recuperação do nível de desempenho, considerando os níveis de confiabilidade, conforto e segurança; b) Evita as deteriorações precoces se a prática da manutenção for feita corretamente, quando ainda não foi definida pelo plano da gerência; c) Redução de custos e despesas em geral. Segundo a NBR 5462 (ABNT, 1994), ao tratar sobre manutenção preventiva, pode-se afirmar que esse tipo de manutenção é aquela na qual os custos não são tão elevados, com relação aos custos da manutenção corretiva. Simplesmente, os custos da manutenção preventiva vão garantir uma maior vida útil ao ímóvel ou equipamento, que passará a ter uma maior durabilidade, a fim de evitar custos excessivos no futuro. O gráfico da Figura 3 representa a chamada Lei de Sitter ou Lei dos Cinco, que mostra a evolução progressiva de custos de manutenção conforme o período de tempo. 17 Figura 3 - Regra de Sitter ou “Lei dos cinco” Fonte: Cardoso (2015). Conforme Castro (2007), a lei de Sitter mostra que, quando se adianta uma intervenção de manutenção, se aumenta o custo direto em uma razão de progressão exponencial de base cinco. Como mostra o gráfico, se em t2 o custo de intervenção é igual a $5,00, em t3 será de $25,00, em t4 será $125,00, e assim por diante conforme a equação tx = 5(x-1). Segundo Gomide et al. (2006), custos relacionados com a manutenção preventiva de uma edificação devem ser encarados como investimento de seu patrimônio. Deve-se haver um acompanhamento pelos responsáveis, para que os valores gastos sejam justificados a fim de garantir uma viabilidade financeira quando se investe na manutenção preventiva. Essa viabilidade diminui desgastes naturais, aumentando a vida útil de uma edificação ou equipamento, garantindo assim uma melhor segurança e conforto aos usuários. Também reduz custos futuros, pois evita antecipadamente as deteriorações que podem ocorrer quando não se executa essa manutenção preventiva. Há outras formas de classificação da manutenção. Gomide et al. (2006), sugere as seguintes classificações: conforme as anomalias existentes, estratégias de manutenção https://monografias.brasilescola.uol.com.br/engenharia/inspecao-de-procedencia-predial.htm 18 adotadas, viabilidade dos serviços referentes a técnica adotada, ao uso, operacionalidade, tipo de intervenção e a periodicidade com que as realizações das atividades serão realizadas. Segundo John (1989), a manutenção preditiva ou rotineira pode ser classificada de diversos modos: conforme o tipo de manutenção a ser realizada, a origem do problema, o tipo de estratégia adotada, sendo ela preventiva ou corretiva, e a periodicidade com que as realizações das atividades serão realizadas. A manutenção também deve possuir orientações para que se preserve o desempenho da edificação previsto em projeto, minimizando a depreciação e que se estabeleça informações pertinentes, fluxo da comunicação, incunbências e autonomia nas decisões e informações (ABNT, 2012). 2.3 Desempenho de edificações e a NBR 15575 De acordo com Mitidieri Filho (2010), desempenho significa as propriedades que um produto deve possuir para cumprir sua função que foi determinada por projeto, sendo este sujeito a diversas ações em sua vida útil. Já Souza et al. (1995) dizem que o conceito de desempenho se cumpre por meio das satisfações dos usuários e que as edificações, junto com seus componentes, objetivam a segurança, habitabilidade, durabilidade e economia de manutenções. A norma de desempenho é dividida em seis partes: a. Requisitos gerais; b. Requisitos para os sistemas estruturais; c. Requisitos para os sistemas de piso; d. Requisitos para os sistemas de vedações verticais externas e internas; e. Requisitos para os sistemas de coberturas; f. Requisitos para os sistemas hidrossanitários. Conforme a NBR 15575-1 (ABNT, 2013), a norma de desempenho é uma norma bem detalhada e para que se cumpra todos os requisitos, foi dividida em seis partes. Essa norma representa o conjunto de critérios e requisitos de segurança, sustentabilidade e habitabilidade, 19 que são estabelecidos para um edifício habitacional de até 5 pavimentos, independente de sua forma ou tipo de material empregado, mas que atenda às exigências dos usuários. Segundo a NBR 15575-1 (ABNT, 2013), as normas de desempenho buscam atender às exigências dos usuários de forma qualitativa, quantitativa e avaliativa, e que fiquem esclarecidas para a definição do seu cumprimento. Segundo Santos Filho (2010), às exigências que devem ser satisfeitas por uma edificação, também devem satisfazer as necessidades dos usuários de caráter fisiológico, psicológico, sociológico e econômico. A NBR 15575-1 (ABNT, 2013) lista as seguintes exigências dos usuários: a. Com relação à habitabilidade: desempenho térmico, conforto tátil e antropodinâmico, saúde, higiene e qualidade do ar, lumínico e acústico, funcionalidade e acessibilidade, estanqueidade, . b. Com relação à segurança: estrutural, contra fogo e segurança no uso e na operação. c. Com relação à sustentabilidade: mantenabilidade, durabilidade e impacto ambiental. A NBR 15575 (ABNT, 2013) conceitua também a mantenabilidade e a durabilidade das edificações como sendo a condição de manter a qualidade de uma edificação e seus sistemas, permitindo inspeções prediais e intervenções de manutenção. Também fala sobre a importância da construtora fornecer o manual de uso, operação e manutenção que atenda a NBR 14037 (ABNT, 2014). Para preservar as características originais de uma edificação e minimizar a perda de desempenho de seus sistemas, a gestão da manutenção fica a cargo do usuário e deve atender aos procedimentos de manutenção das edificações segundo a NBR 5674 (ABNT, 2012). Conforme Gomide et al. (2006), os motivos que influenciam a mantenabilidade são as características físicas da edificação, devido às dificuldades encontradas para a realização dos serviços, a fim de que a obra possa ser segura ao que foi designada a atender. A mantenabilidade só é significativa nas fases de concepção e de projeto, pois somente nessas 20 etapas é que se pode alterar alguma coisa para se ter uma mantenabilidade adequada. Também pode ser entendida como uma manutenção passiva, pois a edificação ainda não é existente, podendo ser de certa forma alterada. No diagrama da Figura 4 é possível observar os fatores que irão influenciar na mantenabilidade e na manutenção da edificação, conforme a etapa em que a mesma se encontra. Figura 4 – Diagrama de manutenção de um edifício relacionado com a mantenabilidade Fonte: Ferreira (2010). Conforme Ferreira (2010), as decisões e as atitudes que são tomadas nas fases de concepção e de projeto influenciam a mantenabilidade da edificação, mas não exigem manutenção, porque ainda não existe nada construído. A fase de concepção é aquela onde são definidos as características gerais como: quantidade de pavimentos, público alvo, número de dormitórios, padrões de construção, padrões de acabamentos, tipos de equipamentos, sistemas construtivos, etc. Na fase de projetos, após a definição dos materiais ser feita com relação às condições locais e ao uso ao qual foram destinados é de muita importância, porque os materiais empregados que são bem especificados diminuem a frequência das manutenções. As etapas de execução e de pós ocupação, ao contrário das duas anteriores, exigem manutenção, pois a edificação já existe, sendo assim, a manutenção passa a ser ativa. Na fase de execução, as manutenções devem ser feitas conforme as corretas técnicas de aplicação e 21 armazenamento dos materiais, assim como no treinamento da mão de obra. Além disso, a produção do as-built é importante para que se tenha uma memória de tudo que realmente foi executado, para que no futuro possa-se fazer uma manutenção eficaz em todas as instalações. A última fase, é a fase de pós-ocupação que concentra o maior número de manutenções de todos os tipos: preditiva, preventiva e corretiva. Para que isso ocorra de forma eficaz, é necessário que o proprietário possua as informações das datas das manutenções e dos riscos existentes (FERREIRA, 2010). Outra definição apresentada na NBR 15575-1 (ABNT, 2013) é que a construtora ou incorporadora do imóvel fica responsável por elaborar e fornecer, ao proprietário e ao condomínio na entrega da edificação, o manual de uso e operação, que atenda à ABNT NBR 14037:2011 e à ABNT NBR 5674:2012. O manual tem como finalidade informar aos usuários as características técnicas de como foi construída a edificação e quais os procedimentos que são recomendáveis para as manutenções que serão realizadas para a conservação da edificação, e que atenda às condições de saúde, segurança e salubridade do usuário (ABNT, 2011). O proprietário ou responsável de uma edificação deve atender às normas técnicas aplicáveis e ao manual, podendo também delegar a responsabilidade de gestão da manutenção a uma empresa contratada, ficando a gestão por sua responsabilidade e assumindo o comprometimento por (ABNT, 2012): a. Assessorar o proprietário e sugerir adaptações no sistema de manutenção e planejamento das atividades; b. Manter os documentos e registros das edificações atualizados; c. Realizar e implementar as inspeções de manutenção preventiva previstas no manual; d. Elaborar previsões de orçamentos; e. Supervisionar a realização dos serviços; f. Orçar os serviços; g. Assessorar o proprietário quando houver necessidade de contratação de serviços de terceiros; 22 h. Estabelecer e implementar uma gestão nos serviços de manutenção; i. Orientar os usuários à respeito do uso adequado da edificação; j. Orientar a todos os envolvidos sobre as situações de emergência. 2.4 Inspeção predial A NBR 5674 (ABNT, 2012), no seu item 4.2.3, define que os relatórios de inspeção predial devem descrever as degradações de todos os componentes do sistema ou equipamento de uma edificação, apontando e estimando as perdas de desempenho e recomendando ações para minimizarem os problemas. A norma do Instituto Brasileiro de Avaliação e Perícias de Engenharia de São Paulo (IBAPE/SP) fala que a inspeção predial é uma avaliação com combinações das condições técnicas, de uso e manutenção da edificação. A NBR 15575 (ABNT, 2013) recomenda que a inspeção predial seja realizada por meio de metodologias técnicas e pelas condições de uso e de manutenção preventiva e corretiva. Gomide, Gullo e Neto (2011) recomendam o uso da dinâmica tríplice, também chamada de Visão Sistemática Tridimensional (VST), como sendo uma metodologia de modelagem que avalia os elementos de desempenho de uma edificação, possibilitando o ajuste e introdução de técnicas para alcançar a qualidade total predial. Conforme a NBR 5674 (ABNT, 2012), as inspeções devem atender aos intervalos constantes do manual elaborado conforme a NBR 14037, devendo ser levado em consideração um roteiro de inspeções de todos os sistemas e componentes, formas de degradação dos sistemas e reclamações dos usuários. Segundo Pujadas (2011), o relatório de inspeção predial deve ser elaborado por profissionais habilitados, classificando as anomalias encontradas e os graus de risco. Todas essas informações devem constar no relatório, a fim de atestar as condições da estrutura, segurança e conservação da edificação. 23 2.5 Gestão da manutenção predial A NBR 5674 (ABNT, 2012), afirma que, para atender a todos os tipos de manutenção (rotineira, preventiva e corretiva), uma organização de gestão do sistema de manutenção deve ter uma previsão de infraestrutura técnica, material, recursos humanos e financeira. Também conforme a NBR 5674 (ABNT, 2012), a gestão de manutenção deve levar em consideração diversas características das edificações como: tamanho e complexidade da edificação e seus sistemas, localização, tipologia, uso efetivo e implicações do entorno da edificação. Bonin e John (1998) definem que, quando existe um sistema de manutenção predial, com controle dos trabalhos realizados, se obtém um menor custo global da edificação. Sendo assim, deve constar um cadastro que descreva o histórico e avaliação das condições de edifícios, planejamento e controle das atividades conforme as normas, e também o treinamento dos profissionais envolvidos. Dardengo (2010) relata que, para haver um plano de manutenção preventiva eficiente, deve-se analisar as características específicas da tipologia de cada edificação, delimitando diretrizes quanto ao tipo e o uso de cada uma delas. A manutenção estratégica inicia com o planejamento e a tipologia da edificação, com as atividades de vistoria e planejamento das atividades, que envolvem periodicidades diferentes conforme cada item e profissionais habilitados para realizar o serviço no planejamento e execução das tarefas (DARDENGO, 2010). Também deve ser previsto para os diferentes tipos de manutenção na organização da gestão: infraestrutura material, financeira e recursos humanos (ABNT, 2012). Conforme Serra (2011), no caso do Brasil, geralmente as manutenções são feitas somente quando existem reclamações dos usuários, optando pela manutenção corretiva ou emergencial, desta forma, afirma também que os serviços de manutenção chegam sempre atrasados, após as edificações já estarem sendo habitadas. Nesta situação, ocorre a falta de provisão de recursos no orçamento e falta de materiais de qualidade e em quantidade adequada. 24 A importância na elaboração de um plano de manutenção é de extrema necessidade para não haver impactos negativos. A NBR 5674 (ABNT, 2012) determina as atividades essenciais de edificações, assim como a periodicidade, responsáveis pela execução, documentos e referências normativas, projetos memoriais, orientação de fornecedores e manual de uso e operação e manutenção, e características específicas que juntos garantem um bom desempenho da edificação. A estrutura de um plano de manutenção deve ter os seguintes aspectos (ABNT, 2012): a. Designação do sistema; b. Descrição das atividades realizadas; c. Periodicidade de revisão de cada sistema, conforme as especificações técnicas; d. Identificação dos responsáveis; e. Documentos e comprovantes referentes; f. Modo de verificação do sistema; g. Custo. Segundo Klein (2007), quando um plano de manutenção é bem elaborado, torna-se de grande importância para o planejamento da gestão introduzida em programas informatizados, que contribuem para o aumento e melhoria do controle das instalações, equipamentos e sistemas, qualidade de serviços, custos, estoques, otimização de tarefas e controle de mão de obra. Também indica que o sistema assistido de computador tem interligação de quatro módulos: equipamentos, recursos, ordens de trabalho e estatística. 2.6 Ferramentas para gestão da manutenção predial Conforme Timafejn (2021), atualmente estamos vivendo muitas mudanças com relação à demanda de soluções para que as empresas não percam a qualidade dos seus serviços e mantenham sua competitividade no setor em que atuam. Nos dias atuais, o gerenciamento da manutenção predial é, geralmente, feito de forma informal e, desta forma, gera divergências internas, atrasos e prejuízos. A utilização de uma ferramenta ou de um software de gestão da manutenção ajuda os gestores a sanar ou evitar muitos problemas, além de manter um controle de tudo que está 25 acontecendo, como o registro dos materiais empregados, datas das vistorias e dos serviços realizados, custos de cada serviço, desempenho dos profissionais que realizam as tarefas, etc. Também existem softwares que são indicadores de desempenho ou performance, como o Tempo Médio Entre Falhas (TMEF), do inglês Mean Time Between Failures (MTBF) e como os KPIs que são Indicadores-Chave de Performance, do inglês Key Performance Indicator (TIMAFEJN, 2021). Roscoff, Costella e Pilz (2020) desenvolveram uma pesquisa para encontrar ferramentas e softwares de gestão de manutenção no Brasil, por meio de palavras-chave do tipo: “manutenção preventiva”, “manutenção predial” e “manutenção predial preventiva”. Dentre os 57 programas encontrados, foram selecionados apenas cinco programas destinados ao gerenciamento da manutenção preventiva: Engeman, SSA/EXXPE, Leankeep, Sispred e YouBIM. Conforme a necessidade do público alvo a ser atingido, como por exemplo síndicos de edifícios, a análise foi feita levando-se em consideração os seguintes requisitos: possuir acesso via web, adequar-se às telas de smartphones, possuir escopo voltado para a manutenção predial e possuir versão em português. A Figura 5 mostra as principais características e deficiências dos softwares selecionados para a análise. 26 Figura 5- Análise de softwares comerciais existentes Fonte: Roscoff, Costella e Pilz (2020) Timafejn (2021) relata que deve-se ter alguns cuidados na hora da escolha por sistemas informatizados que se encaixam no tipo de sistema de gestão. Também é preciso pensar sobre os custos e prazos de implantação que um software precisa para atender as demandas; é preciso também pensar no treinamento das pessoas que vão utilizar a ferramenta. No Brasil, um dos principais softwares de manutenção predial que existe é o Leankeep, que possibilita a realização de planos de gestão de manutenção de forma específica e simplificada, reduzindo custos desnecessários e riscos aos usuários. Ao lado do software Leankeep, também existem outros que possuem características parecidas, como o Sigma e o Engeman. Klink (2016) confirma que os três softwares mais distintos existentes no Brasil são o Leankeep, o Engeman e o Sigma. A partir desses três softwares, a autora fez uma pesquisa comparativa buscando apresentar as suas principais características, com base nos seguintes critérios: funcionamento, área de aplicação, custo, fácil manuseio, relatórios, funções e abrangência de sistemas, conforme apresentado na Figura 6. 27 Figura 6 - Comparativo de características dos softwares analisados Continua 28 Fonte: Klink (2010). Conforme Klink (2010), o programa Leankeep é o que melhor se encaixa nos conceitos relacionados à manutenção predial, por causa da sua complexidade na emissão de relatórios, custo de manutenção, interfaces variadas, que engloba a todos os envolvidos, e particularidades nas especificações de equipamentos. Segundo Timafejn (2021), existem softwares que contam com serviços de elaboração de planos de manutenção específicos para cada tipo de necessidade, tipo de sistema e equipamentos existentes. Além disso, possuem capacidade para armazenamento de relatórios sobre tudo que foi ou que ainda deve ser realizado conforme as periodicidades de verificação que cada item ou equipamento possui, conforme previsto na NBR 5674 (ABNT, 2012). 29 Conforme a NBR 5674 (ABNT, 2012), para uma gestão de manutenção de qualidade, o sistema de gestão deve possuir uma estrutura interna capaz de elaborar procedimentos de manutenção com documentações técnicas para a execução de serviços, supervisionar a qualidade das atividades com registros, coletar informações para previsões orçamentárias, atender aos devidos planejamentos, projetos e programações. Conforme Timafejn (2021), a pessoa ou gestor é responsável por alimentar, através de levantamentos próprios, as informações no software, além disso deve cadastrar algumas categorias como: CNPJ, endereços, E-mail, telefones, cadastro de áreas mantidas e fiscalizadas, metragens quadradas, cadastros de sistemas, cadastro de equipamentos, cadastro de materiais utilizados ou de materiais que serão utilizados, cadastro de usuários envolvidos, cadastro das equipes contratadas para serviços de manutenção, tanto terceirizadas quanto da própria empresa, e outras coisas mais. O gestor ainda pode, por meio do programa, controlar os prazos, o controle dos materiais, o controle da mão de obra, pois depois de feito todo o cadastramento, o upload dos documentos é feito no sistema, para que outras pessoas acessem via web ou via mobile, facilitando os procedimentos, e no caso do registro das ocorrências, o gestor poderá acompanhar o processo de correção. A partir desses trabalhos analisados percebe-se, cada vez mais, a necessidade que uma pessoa responsável por um imóvel deve ter por garantir que a manutenção predial preventiva e corretiva seja feita a fim de garantir o desempenho ao qual a edificação foi destinada. Por isso, o desenvolvimento de um software que atenda as necessidades dos usuários é de muita importância para garantir a qualidade e segurança dos usuários, além de evitar custos maiores. Contudo, ainda observa-se a necessidade de incorporação de custos para a implantação de um programa, que muitas vezes não são levadas em consideração pelos responsáveis ou pelos moradores de prédios, devido a esse ponto de vista, a criação de uma ferramenta que atenda de certa forma a necessidade das revisões de manutenção seria mais viável, pois não teria muito custo para sua implementação. Atualmente, percebe-se que muitas empresas estão buscando se informatizar para garantir a qualidade e segurança dos usuários, e para isso precisam estar sempre atualizadas com relação às novas possibilidades e opções na área de gestão e gerenciamento da manutenção predial (ROSCOFF; COSTELLA; PILZ, 2020). 30 3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO Neste capítulo serão apresentados os dados do local onde foram feitos os estudos com relação à implantação da proposta de gestão da manutenção. A Figura 7 mostra as etapas desta pesquisa. Figura 7 - Etapas de desenvolvimento da pesquisa Fonte: Do autor (2022). 31 3.1 Dados do local de estudo Esta pesquisa utilizou como modelo o prédio 1 da Universidade do Vale do Taquari - Univates. A Univates é uma universidade comunitária, cujo campus situa-se na Avenida Avelino Tallini, 171, no Bairro Universitário, na cidade de Lajeado no estado do Rio Grande do Sul. O campus possui, atualmente, uma área de 553.173,41 m², na qual existem 26 prédios com área construída de 81.463,78 m², e mais um que está sendo construído, que será o novo prédio do Laboratório Unianálises. Segundo Faleiro (2019), o prédio 1 foi o primeiro prédio da instituição, inaugurado em 23 de janeiro de 1973, sendo que seu terceiro pavimento foi ampliado em 1998 com recursos próprios da instituição e que, via de regra, não tiveram manutenção preventiva programada e periódica, estando com sua vida útil bastante reduzida. Em homenagem aos seus 50 anos de existência, o prédio 1 passou por fase de reforma recente, sendo reinaugurado no dia 17 de março de 2020, recebendo um mural do artista Eduardo Kobra na parede da fachada, com o retrato de três personalidades da educação: Clarice Lispector, Darcy Ribeiro e Paulo Freire (UNIVATES, 2020). O prédio 1 possui três pavimentos e uma área total de 3173,35 m², com cerca de 34 salas de aula, totalizando uma área de 1578,90 m², com capacidade para 1133 pessoas. Também possui laboratórios, salas administrativas, sala de professores, 6 banheiros sanitários, sendo estes 2 por andar, corredores, um elevador e escadarias metálicas de emergência nas duas laterais externas. Possui elementos estruturais de concreto armado in loco constituído por estacas, pilares, vigas e lajes maciças, já os elementos de vedação utilizados na época foram executados com tijolos maciços e com revestimento nas fachadas de emboço em argamassa mista, produzida na própria obra, com acabamento final em pintura. As Figuras 8 e 9 mostram, respectivamente, o mapa e a foto aérea dos setores A e B do campus da Univates, em Lajeado, para um melhor entendimento e localização de prédios e áreas existentes. 32 Figura 8 – Mapa do campus de Lajeado- Setor A e Setor B Fonte: Setor de planejamento- Univates (2021). Figura 9 – Foto aérea do campus de Lajeado- Setor A e Setor B, com destaque para o prédio 1, circulado em vermelho na imagem Fonte: Faleiro (2019). A Figura 10 mostra a fachada do prédio 1 e a Figura 11 mostra a foto atual do hall de entrada do prédio, que foi todo reformado e modificado no ano de 2019, recebendo reforço 33 estrutural com estruturas metálicas. Também houve mudança no revestimento do piso e retirada de paredes para se obter uma nova saída para os fundos do prédio. Figura 10 – Foto da fachada do Prédio 1 Fonte: Do autor (2022). Figura 11 – Foto do hall de entrada do prédio 1 Fonte: Do autor (2022). 34 A Figura 12 mostra a foto atual do corredor do prédio 1, que foi todo reformado também no ano de 2019, sendo realizada a mudança de piso vinílico por piso cerâmico. Já nos outros dois pavimentos acima, o piso dos corredores e das salas continuam sendo de piso vinílico e parquet. Figura 12 – Foto do corredor do primeiro andar do prédio 1 Fonte: Do autor (2022). A Figura 13 mostra como é o gabinete da sala de professores (sala 109 do prédio 1), que segue nas condições originais com piso do tipo parquet, sendo apenas feito a modificação realizada na troca das esquadrias, que antes eram janelas de ferro de correr e agora são do tipo “Maxim-ar” de alumínio. Foi escolhida essa foto para mostrar a quantidade de materiais e mobiliários existentes em uma sala específica, diferente de uma sala de aula, possuindo outros tipos de materiais e equipamentos que também são levados em consideração na hora da verificação de manutenção predial. 35 Figura 13 – Foto do gabinete da sala de professores- sala 109 do prédio 1 Fonte: Do autor (2022). A Figura 14 mostra a sala de aula de número 322, localizada no 3° pavimento. Essa sala recebeu, no ano de 2019, a substituição somente das janelas que antes eram janelas de ferro de correr e agora são do tipo “Maxim-ar” de alumínio. Também possui capacidade para 26 alunos e o professor, sendo constituída por piso vinílico; possui um rebaixo na forração da laje maciça com forro de PVC em forma de placas, possui também um televisor, um aparelho de ar condicionado, vinte e seis tomadas e luminárias que também são inclusas na verificação predial. 36 Figura 14 – Foto da sala de aula- sala 322 do prédio 1 Fonte: Do autor (2022). A Figura 15 mostra a foto de modelo de um dos banheiros no 3° pavimento, o qual possui pisos e azulejos cerâmicos, divisórias de madeira com perfis de alumínio, possui forro PVC abaixo da laje. Além disso, também possui outros tipos de materiais nos quais são feitas as devidas verificações de manutenção predial como: pias, torneiras, mictórios, vasos sanitários, válvulas, dispensers de papel e sabonete e outros. Figura 15 – Foto do banheiro masculino- sala 311 do prédio 1 Fonte: Do autor (2022). 37 A Figura 16 mostra a foto da escadaria principal, que não passou por nenhuma reforma recentemente; a única modificação feita foi a regularização das questões de acessibilidade com alturas de corrimãos, instalação de um novo corrimão central e colagem de fitas antiderrapantes e refletivas nos degraus. Figura 16 – Foto da escadaria interna do prédio 1 Fonte: Do autor (2022). A Figura 17 mostra um modelo de escadaria metálica que passou por reforma em 2019, apenas na parte de pintura. Esse modelo de escada existe nas duas partes laterais do prédio 1. 38 Figura 17 – Foto da escadaria metálica de emergência externa- lado esquerdo do prédio 1 Fonte: Do autor (2022). 3.2 Estudo da atual gestão da manutenção predial O Setor de Engenharia e Manutenção é o setor responsável pela manutenção do campus e também de outras instalações interligadas à Fundação Vale do Taquari de Educação e Desenvolvimento Social (FUVATES). Por meio de conversas realizadas com o coordenador e os supervisores do setor, foi possível obter as informações necessárias de como o Setor de Engenharia e Manutenção está estruturado para atender as demandas. A Figura 18 mostra o organograma de como o setor está organizado atualmente. 39 Figura 18 - Organograma do Setor de Engenharia e Manutenção Fonte: Do autor (2022). Atualmente, o setor de Engenharia e Manutenção possui um gestor que recebe apoio de um coordenador e de seus supervisores que, juntamente com a equipe de arquitetura, que possui três funcionários e um estagiário, atendem e direcionam as diversas demandas que chegam todos os dias através de solicitações de serviços internas e externas, telefonemas, e-mails e, também, muitas vezes, de forma verbal. O supervisor da equipe de obras é o responsável por receber todas as demandas relacionadas com serviços de obras, pinturas e de serralheria. Para os serviços de obras, existem dois funcionários, um pedreiro e um servente, que atendem às demandas de menor âmbito para serem realizadas. Já para a realização de serviços de maior complexidade e de menor prazo para serem concluídos, como em um período de férias de inverno, por exemplo, são geralmente feitas contratações de empresas terceirizadas. 40 Os serviços de pintura são todos terceirizados, conforme dito pelo atual supervisor, antigamente existia uma equipe interna de pintura com dois pintores, mas que se tornou desnecessária, pois a contratação de equipes terceirizadas valia mais a pena, por causa da dimensão dos trabalhos e pelo efetivo disponível de pessoas conforme a necessidade. Ainda existem serviços de serralheria pelo campus, e para isso existe apenas um profissional que executa os pedidos. O supervisor da equipe de manutenção, elétrica e mudanças também recebe as demandas como os outros supervisores e direciona a execução para suas equipes internas. Conforme o supervisor, a equipe de manutenção executa todos os serviços de manutenção hidráulica de todos os prédios e acessos do campus. Mas quando exige uma manutenção mais complexa ou algum serviço de desentupimento ou limpeza de fossas, é feita a contratação de empresas especializadas para executar este serviço. A equipe de manutenção também cuida de toda a parte de telhados dos prédios, contando com seis funcionários, que também atendem às solicitações de mudança. A equipe de mudanças faz a execução de todos os chamados de mudança interna, mas, às vezes, este serviço é terceirizado, devido à quantidade de materiais e tempo de execução da tarefa. Já a equipe elétrica atende todas as demandas relacionadas com a parte elétrica e também relacionada com a climatização das salas e ambientes. O supervisor da equipe de apoio, juntamente com seus dois colaboradores administrativos, ajuda a receber e direcionar as diversas demandas de serviços e reclamações que chegam ao setor, para os supervisores das outras equipes. Existe um motorista responsável pelo serviço de postagem, bancário e controle de veículos internos (abastecimento e manutenção). Serviços de limpeza, jardinagem, portaria, recepção e vigilância são todos terceirizados com a empresa Star Service, que conta atualmente com 74 pessoas para a realização das tarefas nos seus quatro turnos de trabalho. Outros serviços referentes à poda de árvores, controle dos resíduos gerados, manutenção e substituição de lixeiras, controle de animais e infestação de insetos, são executados por equipe interna da Ecovates que conta com quatro funcionários. Serviços de 41 manutenção de elevadores e limpezas de caixas d'água são todos feitos por equipes terceirizadas e especializadas para executarem o serviço. Atualmente, a única maneira que o setor têm de conhecer os dados e ter controle da execução de serviços solicitados, é fazendo uma busca no sistema de solicitações internas por meio do programa interno da instituição, chamado Intranet, que contém somente o número de solicitações geradas e as datas em que foram solicitadas. Na Figura 19 pode-se observar a quantidade de serviços que foram solicitados e executados por todas as equipes entre os anos de 2014 a 2020 em todos os prédios do campus. Figura 19 - Gráfico com a quantidade de solicitações executadas anualmente por todas as equipes em conjunto entre os anos de 2014 e 2020 Fonte: Do autor (2022). Conforme pode-se ver no gráfico da Figura 19, o número de solicitações teve um aumento conforme o passar dos anos, até o ano de 2019. Após este ano, devido à pandemia da Covid-19, o número de pessoas que utilizava as instalações de todo o campus reduziu e os alunos não tiveram mais aulas presenciais, sendo assim, o gráfico apresenta a queda de solicitações devido à redução do número de pessoas circulando pelo campus. Todos os 42 docentes e funcionários têm acesso ao sistema da Intranet, e são eles que fazem as solicitações para execução dos serviços que necessitam. Semestralmente, é feita uma reunião com os líderes e vice-líderes de todas as turmas de alunos, que trazem as reclamações das turmas, que são expostas aos supervisores do setor que estão presentes no dia, para que então as falhas sejam corrigidas o mais breve possível, e para isso também são geradas solicitações de serviço. A Figura 20 mostra a quantidade de alunos, professores e técnicos administrativos que tiveram acesso ao campus nos anos de 2014 até 2020 apenas, pois os dados de 2021 e 2022 não estão disponíveis no site da Instituição. Figura 20 - Gráfico com a quantidade de alunos, docentes e funcionários que tiveram acesso ao campus entre os anos de 2014 a 2020 Fonte: Do autor (2022). Conforme pode-se observar no gráfico da Figura 20, assim como no gráfico da Figura 19, que trata sobre o número de solicitações, a quantidade de pessoas que tinham acesso ao 43 campus diminuiu bastante no ano de 2020, estando no seu auge no ano de 2016, decaindo também por causa da pandemia que iniciou no ano de 2019. Contudo, nota-se que, com o aumento de pessoas circulando nas edificações, aumenta também a quantidade de solicitações de serviço, devido ao maior uso dos ambientes. Além dos dados levantados através de pesquisa feita no site da instituição e através de conversas realizadas com o coordenador e os supervisores dos setores de Engenharia e Manutenção e Setor de Planejamento, não é possível encontrar de uma forma rápida e prática os dados de quantos serviços foram feitos em uma determinada edificação e nem quantas solicitações cada equipe realizou, pois o sistema atual não faz esse controle de uma forma específica. Devido a isso, a utilização de uma ferramenta específica para cada edificação existente no campus seria muito eficiente, pois além de identificar de uma maneira mais fácil e ágil os problemas, também faria a solicitação dos serviços e registraria tudo para que os dados não fossem perdidos. Atualmente, as solicitações que chegam até o setor são encaminhadas para os supervisores de cada equipe, que fazem suas programações para que sejam executadas por suas equipes conforme a data de necessidade descrita na solicitação, lembrando que tudo que gera uma nova obra, exige um parecer técnico além de um projeto para que possa ser executado. Outras solicitações mais complexas ou que exijam maior potencial físico para sua execução, são terceirizadas. O controle das solicitações e registros das mesmas, muitas vezes não são feitas corretamente e se perdem com o tempo, não se mantendo assim um histórico de tudo que foi feito na edificação, o que gera muitos transtornos e gastos desnecessários no futuro. A partir do panorama do setor apresentado até então, é possível perceber a necessidade de um sistema que integre e facilite o registro e controle das atividades do setor de manutenção. A fim de compreender e avaliar como hoje são feitos todos os registros e rotinas da manutenção predial da Univates, em especial do prédio 1. Foi observada a rotina deste setor e do seu supervisor, autor deste trabalho, que irá relatar e apresentar as ferramentas que hoje são utilizadas para o registro da manutenção predial, bem como discutir sobre suas fragilidades e dificuldades, as quais potencializam e motivam a próxima etapa desta pesquisa, 44 que é a proposição de um plano de manutenção predial, seguido da proposição de uma ferramenta para auxiliar na gestão da manutenção. 3.3 Criação do banco de dados Inicialmente, definiu-se a edificação objeto do plano de manutenção, que no caso deste trabalho foi o prédio 1 da Univates. Na sequência, foi necessário fazer um levantamento de todos os sistemas constituintes da edificação em estudo como, por exemplo: alvenarias, instalações elétricas, instalações hidráulicas, sistema estrutural, pintura, pisos, etc. Além disso, também foi determinado, para cada serviço, uma equipe para resolução dos problemas. A partir deste levantamento, foi elaborada uma planilha composta por todos os dados dos locais, com seus respectivos equipamentos e elementos estruturais dos sistemas. Além disso, foi preciso definir a periodicidade da manutenção destes sistemas, conforme consta na NBR 5674 (ABNT, 2012). Como exemplo desta organização, a Figura 21 ilustra uma forma de registrar e estabelecer as periodicidades, cujo modelo inspirou a construção do banco de dados desta pesquisa. Figura 21 - Exemplo de registro de sistemas e sua periodicidade de manutenção Fonte: Campos e Vargas (2014) 45 A próxima etapa da criação do banco de dados envolveu a definição de rotinas e procedimentos para cada um dos sistemas. As rotinas envolvem a avaliação dos projetos, inspeções visuais das anomalias, correções e contratações de profissionais habilitados. Já os procedimentos envolvem o acompanhamento dos serviços e os registros dos serviços executados e os que ainda precisam ser resolvidos, caso o procedimento não tenha sido o adequado. Conforme comentado no item 3.2 deste trabalho, os serviços que envolvem situações de parte elétrica e hidráulica, assim como pequenas obras e limpeza dos ambientes são executados pela própria equipe de manutenção da Univates, junto com a empresa contratada de limpeza. Já os serviços mais específicos, como limpeza de reservatórios, sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA), manutenção de portões, instalações diversas como por exemplo, cortinas e persianas, divisórias, esquadrias de madeira e alumínio, manutenção de elevadores ou máquinas que exijam uma manutenção mais complexa, são todos executados por equipes contratadas que prestam o serviço conforme a necessidade. A Figura 22 ilustra o modelo de rotina e procedimentos proposto por Campos e Vargas (2014), o qual serviu como inspiração para a execução deste trabalho. Figura 22 - Modelo de organização da rotina e dos procedimentos para cada sistema constituinte da edificação. Fonte: Campos e Vargas (2014) 46 A etapa final do plano de manutenção aqui proposto e apresentado na Figura 22 refere-se à sistemática de controle das manutenções. É nesta etapa final, de controle e registro das manutenções, que esta pesquisa visa trazer a sua maior contribuição no futuro, propondo um sistema de registros por formulários do Google. 3.4 Proposta de ferramenta para gestão da manutenção A partir do banco de dados criado para as instalações do prédio 1, foi elaborado um formulário do Google capaz de auxiliar de forma técnica e prática as diversas demandas, além de manter um registro de tudo que já foi realizado e avisos sobre o que deve ser realizado futuramente. O primeiro passo para iniciar os estudos e a proposição de uma ferramenta foi a realização da revisão bibliográfica apresentada no capítulo 2 deste trabalho, fundamental para estudar a gestão da manutenção predial e os softwares já existentes no mercado. Foi proposta uma ferramenta na qual os ambientes e sistemas da edificação sejam acessados por meio de um código QR exposto em diversos ambientes, conforme ilustrado na Figura 23, podendo ser facilmente escaneado por uma grande parte de telefones que possuem câmera. 47 Figura 23 - Imagem do QR-CODE respectivo a sanitários Fonte: Do autor (2022). Além disso, cada local do prédio como, por exemplo, banheiros, salas de aula, corredores e outros locais existentes, possui um QR-CODE próprio, a fim de que sejam cadastrados todos os sistemas, componentes e equipamentos presentes no ambiente, conforme ilustrado na Figura 24. Figura 24 - Imagem do local de implantação do QR-CODE na entrada de um sanitário Fonte: Do autor (2022). 48 A partir do registro e caracterização de todos estes ambientes e sistemas, foi proposto um formulário do Google, que possui informações de tudo aquilo que possa gerar falha ou degradação em relação a cada item existente na edificação. A ideia de operação deste modelo de gestão é que, conforme o tipo de problema encontrado durante um procedimento de manutenção, o próprio documento proponha uma destinação para equipes de trabalho internas ou externas, por meio de uma solicitação de serviço que poderá, ainda, ter um campo onde seja possível anexar imagens para melhor visualização do problema, por exemplo. Tudo será feito uma única vez no programa, que vai gerar uma solicitação a qual ficará registrada em uma base de dados, a fim de se manter o controle de tudo que está sendo realizado. O modelo de ferramenta proposto neste trabalho se mostrará eficiente no momento que as demandas mais críticas ou que necessitam de urgência para serem resolvidas, sejam atendidas de maneira mais rápida, além de manter os registros históricos das manutenções já realizadas naquele ambiente, otimizando os serviços prestados. Para o meio acadêmico, a proposta de ferramenta para a gestão de manutenção se torna importante pois possui caráter inovador no local onde servirá de exemplo. Futuramente, o aprofundamento do planejamento de ações relativas à proposta atual sugerida na gestão da manutenção, poderá melhorar conforme a diversidade das demandas recebidas, e através do diagnóstico dos relatórios gerados pela ferramenta poderão ser feitas as modificações necessárias para a adequação do documento. 49 50 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Neste capítulo será apresentado, inicialmente, como é feita a atual gestão de manutenção. Na sequência, será apresentada a proposta de uma nova gestão, seguido de um comparativo com a relação de resultados obtidos antes e após a nova proposta de gestão. 4.1 Gestão de manutenção atual Atualmente, como explicado no capítulo 3 deste trabalho, o setor de Engenharia é o responsável pela manutenção de todo o campus, tanto em áreas internas de prédios, quanto em áreas externas, incluindo as avenidas e ruas existentes em frente às edificações. Segundo Gomide (2006), todas as verificações devem ser realizadas conforme a periodicidade e tipo de local, como, por exemplo, os banheiros, que são locais bastante usados e, portanto, possuem uma periodicidade mensal de verificação. Em se tratando das salas de aula e locais como escadarias e corredores, a periodicidade de verificação é trimestral. Outros locais como estacionamentos e áreas externas de prédios, ou também locais de menos uso, são verificados semestralmente. No sistema atual de gestão da manutenção, após feito a verificação, são geradas no sistema interno da Univates (Intranet), as solicitações de serviço, que entram na programação sempre na semana seguinte para as equipes internas executarem. Todo o serviço de maior urgência é repassado para o responsável da equipe organizar a realização com seus trabalhadores, o mais breve possível, evitando maiores problemas. Muitos dos serviços, dependendo da sua complexidade, não podem ser realizados internamente, e sim terceirizados com empresas especializadas. Serviços de limpeza e 51 jardinagem são todos realizados pela empresa terceirizada Star Service, conforme solicitações de serviço geradas por pessoas do campus e também conforme programação. As Figuras 25 a 28 apresentam modelos das planilhas onde são registrados, atualmente, os serviços que são encontrados. Nesse exemplo utilizou-se as planilhas do prédio 1 e áreas de 1 e 2, ilustradas do mapa, próximo ao prédio 1, incluindo também a Av. Senador Alberto Pasqualini. Sendo assim, cada prédio e cada área possui a sua planilha de verificação específica. Figura 25 - Checklist de manutenção preventiva e corretiva de sanitários do prédio 1 Fonte: Do autor (2022). 52 Figura 26 - Checklist de manutenção preventiva e corretiva de salas do prédio 1 - salas 101 a 105 Fonte: Do autor (2022). Figura 27 - Checklist de manutenção preventiva e corretiva de corredores, escadarias e áreas externas do prédio 1 Fonte: Do autor (2022). 53 Figura 28- Modelo de Checklist de manutenção preventiva e corretiva de estacionamentos, avenidas e outras áreas do mapa Fonte: Do autor (2022). Após feito as anotações das verificações nas devidas planilhas, as demandas são lançadas no sistema para cada uma das equipes internas executar. E quanto àqueles serviços mais específicos ou complexos, são abertas solicitações para o Setor de Compras entrar em contato com empresas terceirizadas, a fim de resolver o problema da melhor forma possível e com agilidade. A Figura 29 apresenta uma planilha onde são registrados todo e qualquer serviço encontrado, separado por cada equipe interna e por cada local do campus, a fim de se manter um controle total das manutenções preventivas e corretivas. Para o exemplo foi utilizado a planilha do mês de novembro de 2021. 54 Figura 29 - Modelo de planilha da relação quantitativa de serviços internos Fonte: Do autor (2022). Além dessa planilha, também existe outra, mostrada na Figura 30, onde são registradas todas as datas das verificações de manutenção preventiva que foram realizadas, a fim de se ter um registro de tudo que foi verificado e mandado para o sistema de solicitações, facilitando, assim, na resolução de questões relacionadas ao cumprimento ou não dos serviços que foram designados para cada equipe executar. Essa planilha também é importante para análise da periodicidade das verificações que foram realizadas. 55 Figura 30 - Modelo de planilha das datas das vistorias realizadas pelo campus - prédios 1 ao 12 Fonte: Do autor (2022). 4.1.1 Problemas da atual gestão de manutenção A partir de uma análise do processo atual de gestão da manutenção, descrito na seção anterior, juntamente com a experiência profissional do autor deste trabalho, que atua há 9 anos no setor de manutenção da Univates, percebe-se alguns pontos a serem melhorados na atual gestão. Inicialmente, é possível citar a falta de capacitação e treinamento dos funcionários responsáveis pela execução e controle dos serviços realizados. Neste sentido, é preciso que se tenha uma melhor organização interna, para que os funcionários mais experientes ou encarregados possam dar esse suporte a pessoa que está iniciando. Outros pontos a destacar é a falta de um registro em banco de dados de todas as modificações e serviços que são realizados em uma determinada edificação, equipamento ou área externa, sendo esse problema suprido pela nova ferramenta proposta neste trabalho, pois todos os registros ficam armazenados. Também existe falta de conferência mais precisa do serviço executado, pois atualmente a execução dos serviços é dada como concluída apenas por meio verbal, sendo assim, muitas vezes o serviço não é realizado, gerando reclamações e falha na qualidade do sistema. Porém, com o relatório final do formulário da proposta da nova gestão, os dados ficam armazenados e possuem data, se caso na próxima vistoria o problema persistir, será visto que não foi executado. Também destaca-se a falta de uma análise mais detalhada dos supervisores na hora das autorizações de execuções dos serviços aos seus subordinados e falta de controle nos 56 trabalhos realizados, não sendo analisados corretamente a produtividade, qualidade e custos das manutenções, pois os usuários que fazem as solicitações no sistema não sabem fazer o direcionamento para a correta equipe que vai executar os serviços, ocasionando muitas confusões internas. Por isso, independente da nova gestão, o responsável por analisar os chamados deve se comprometer a fazer as devidas avaliações e questionamentos pertinentes a cada tipo de problema identificado. E outro tipo de falha que ocorre é a falta de um sistema informatizado capaz de registrar um histórico de tudo que acontece, além de garantir no processo o controle para ver se o serviço foi realmente executado ou não, além de outros recursos que podem ser inseridos no programa, conforme a necessidade de cada demanda ou edificação específica para determinados fins. Esse tipo de falha pode ser corrigida com a utilização do formulário proposto, o qual poderá ser melhorado continuamente. 4.3 Levantamento do banco de dados Após realizadas as vistorias do local da implantação da ferramenta, foi elaborado um banco de dados com diversas informações pertinentes ao plano da nova gestão, contendo os variados tipos de sistemas, as rotinas e procedimentos, a periodicidade e a equipe responsável por resolver o determinado problema. As periodicidades definidas seguem a orientação da NBR 5674 (ABNT, 2012), porém, devido à grande movimentação de pessoas no prédio em análise neste trabalho, considerou-se períodos menores para realização das revisões, ou seja, revisões mais frequentes do que está previsto na norma. Para o sistema de estruturas foram feitas as divisões ilustradas na Figura 31. 57 Figura 31 - Componentes do sistema de estrutura Fonte: Do autor (2022). Para o sistema de cobertura foram feitas as divisões ilustradas na Figura 32. Figura 32 - Componentes do sistema de cobertura Fonte: Do autor (2022). Para o sistema de paredes foram feitas as divisões ilustradas na Figura 33. Figura 33 - Componentes do sistema de paredes Fonte: Do autor (2022). 58 Para o sistema de esquadrias, equipamentos e outros elementos foram feitas as divisões ilustradas na Figura 34. Para estes itens, as rotinas e procedimentos são quase todas de verificação ou de troca de cada item, geralmente executado em periodicidades mensais e trimestrais, sendo executadas na maior parte pela equipe de manutenção. Figura 34 - Componentes do sistema de esquadrias, equipamentos e outros elementos Fonte: Do autor (2022). 59 Para o sistema de hidráulica foram feitas as divisões conforme ilustrado na Figura 35. Figura 35 - Componentes do sistema de hidráulica Fonte: Do autor (2022). 60 Para o sistema de elétrica foram feitas as divisões conforme ilustrado na Figura 36. Figura 36 - Componentes do sistema de elétrica Fonte: Do autor (2022). Para o sistema de pisos foram feitas as divisões conforme ilustrado na Figura 37. Figura 37 - Componentes do sistema de pisos Fonte: Do autor (2022). 61 Para o sistema de revestimentos foram feitas as divisões ilustradas na Figura 38. Figura 38 - Componentes do sistema de revestimentos Fonte: Do autor (2022). Para o sistema de pintura foram feitas as divisões ilustradas na Figura 39. Figura 39 - Componentes do sistema de pintura Fonte: Do autor (2022). 62 Para o sistema de paisagismo foram feitas as divisões ilustradas na Figura 40. Figura 40 - Componentes do sistema de paisagismo Fonte: Do autor (2022). 63 Para o sistema de elementos externos foram feitas as divisões ilustradas na Figura 41. Figura 41 - Componentes do sistema de elementos externos Fonte: Do autor (2022). 64 Para o sistema de limpeza e reposição de materiais foram feitas as divisões ilustradas na Figura 42. Figura 42 - Componentes do sistema de limpeza e reposição de materiais Fonte: Do autor (2022). Para o sistema de “outros” foram feitas as divisões ilustradas na Figura 43. Figura 43 - Componentes do sistema de outros Fonte: Do autor (2022). 65 4.4 Proposta de uma nova gestão de manutenção A partir de estudos realizados com base na NBR 5674 (ABNT, 2012), que instrui sobre os procedimentos para organização de uma boa prática de manutenção preventiva, e na NBR 5462 (ABNT, 1994), que define quanto aos termos de confiabilidade e mantenabilidade, observou-se a importância das duas normas. Elas trazem definições sobre como devem ser feitas as devidas organizações dos sistemas de uma adequada gestão de manutenção, que garanta registros e agilidade na execução dos serviços, assim como a verificação se o serviço foi realmente executado ou não. Atualmente, as únicas pessoas da instituição que conseguem fazer solicitações de serviço são os professores e os funcionários, sendo que as demais pessoas que acessam o campus, como por exemplo alunos, colaboradores terceirizados e visitantes, não possuem acesso ao sistema para identificar problemas, somente conseguem avisar por meio de e-mail ou verbalmente, não mantendo-se nenhum registro no sistema, e que com o tempo se perde. Desta forma, a partir do que foi discutido acima e da criação do banco de dados de cada um dos sistemas que compõem o prédio 1 da Univates, foi criado um checklist através de um formulário do Google, o qual é composto pelos variados tipos de locais, sistemas existentes e equipes responsáveis por executarem os serviços. Cada checklist pode ser acessado por meio de um QR-CODE específico para cada lugar, isto é, cada pavimento possui um tipo de código de acesso diferente, tanto em corredores quanto em salas de aula. Somente nos sanitários existe um código específico, para diminuir o tamanho do formulário. Outra questão referente ao acesso ao formulário, é a disponibilização de uma boa rede Wi-fi em todos os pontos do prédio, pois a falha de conexão gera demora no preenchimento e a pessoa acaba desistindo de comunicar sobre o problema identificado. O checklist tem início com o preenchimento da data, seguido de uma pergunta referente a qual grupo de pessoas que o respondente faz parte: aluno, professor, supervisor, técnico administrativo, colaborador de empresa terceirizada ou visitante. Após, pede-se uma identificação da pessoa; caso possua código de acesso interno, pode digitar seu código, e caso 66 não possua, pode se identificar apenas com seu primeiro nome para diferenciar das respostas das outras pessoas. Feito isso, a próxima pergunta se refere ao local onde a pessoa identificou o problema. Foram criados diversos checklists conforme a especificação do lugar: área externa do prédio 1, corredores e escadarias, salas de aula do pavimento térreo, salas de aula do 1° pavimento, salas de aula do 2° pavimento, sala de professores e sanitários. O formulário é composto por cerca de 42 seções; conforme o usuário seleciona uma opção, automaticamente direciona para a devida seção. Além disso, foram separados somente os itens correspondentes à equipe escolhida, para diminuir a quantidade de itens e não tornar o formulário extenso demais. Identificado o local do problema, passa-se para a próxima etapa, que é a escolha de qual equipe a pessoa deseja que realize o serviço. Atualmente na instituição existem as seguintes equipes para realização dos serviços, conforme a existência de equipamentos e estruturas de cada prédio: arquitetura, manutenção predial/hidráulica/mudança, elétrica/ar condicionado, obras, serralheria, serviço terceirizado de pintura, serviço terceirizado de marcenaria (portas de madeira, móveis, decks), serviço terceirizado externo (elevadores, cortinas, persianas, divisórias, divisórias, forros, tudo aquilo que as equipes internas não conseguem resolver), serviço terceirizado Star Service (limpeza, jardinagem, portaria e vigilância), Ecovates (podas de árvores, avaliação de divisas, recolhimento e separação de resíduos, lixeiras), NTI (Núcleo de Tecnologia da Informação), SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho) e audiovisuais, conforme ilustrado na Figura 44. 67 Figura 44 - Imagem do formulário referente a escolha das equipes para solucionar o problema Fonte: Do autor (2022). Após escolher a equipe, a pessoa deve escolher em qual sistema o serviço se enquadra, conforme ilustra a Figura 45, que por exemplo nesse caso a equipe escolhida foi a de manutenção. Pensando nisso, foi criada essa separação levando-se em conta tudo que existe em um determinado local, sua estrutura e seus equipamentos. Para isso, foi realizada a separação dos seguintes sistemas: estrutura, cobertura, paredes, esquadrias, equipamentos e outros elementos, hidráulica, elétrica, pisos, revestimentos, pintura, paisagismo, elementos externos e limpeza geral. Para cada tipo de sistema foram feitas divisões conforme a existência ou não do item naquele local, para não tornar o formulário muito extenso. 68 Figura 45 - Imagem do formulário referente a escolha do sistema, após ter sido escolhido a equipe de manutenção para realização do serviço Fonte: Do autor (2022). Após realizada a escolha do sistema e seu componente, o próximo passo é descrever o problema encontrado. Devido ao pouco tempo de implantação do novo sistema de gestão (27 dias, conforme explicado anteriormente), ainda não foi possível descrever, por itens, cada tipo de falha existente em cada componente, nem mesmo as suas rotinas e procedimentos. Sendo assim, para que se faça o registro, o problema deve ser digitado pelo usuário do formulário. Devido à grande dimensão de locais existentes, a próxima pergunta não obrigatória refere-se a uma localização mais específica de onde foi identificado o problema, o que ajuda as equipes a identificarem o problema mais rápido. Feito isso, o formulário possui um local onde podem ser anexadas diversas fotos de uma forma rápida e prática, o que ajuda mais ainda as equipes na resolução do problema, pois a foto agiliza o fato de saberem que tipo de material e ferramenta precisam usar para resolver o problema. Para uma primeira parte do desenvolvimento desta nova proposta de gestão da manutenção foi pensado também em questionar se os usuários entendem ou já ouviram falar dos tipos de manutenções que existem. Para isso, foi criada uma pergunta não obrigatória sobre o tipo de manutenção que se deseja realizar, conforme ilustrado na Figura 46. As respostas em relação a essa pergunta foram respondidas da seguinte forma: 31 pessoas responderam manutenção preventiva, 7 pessoas responderam manutenção rotineira, e pela pergunta não ser obrigatória, 11 pessoas não responderam. 69 Figura 46 - Imagem do formulário referente aos tipos de manutenções Fonte: Do autor (2022). Com relação à segurança das edificações e de seus usuários, foi criada uma outra pergunta não obrigatória para a pessoa que está respondendo o formulário, sobre qual o grau de risco daquele problema, na sua opinião, conforme ilustrado na Figura 47. Para esta pergunta, todos os respondentes indicaram que o problema identificado era de baixo risco, o que está em acordo com os problemas identificados através do formulário. 70 Figura 47 - Imagem do formulário referente aos graus de risco Fonte: Do autor (2022). Para encerrar o preenchimento do formulário, foi feito um agradecimento pela participação e uma última pergunta referente à importância de um eficiente plano de manutenção predial, que garanta qualidade de vida e segurança aos seus usuários, conforme ilustrado na Figura 48. Todos os respondentes assinalaram que acham muito importante uma boa prática de manutenção preventiva. 71 Figura 48 - Imagem do formulário referente à importância da manutenção predial Fonte: Do autor (2022). 4.5 Comparativo dos resultados obtidos antes e depois da nova gestão Para entender melhor sobre os resultados obtidos em comparação ao número de dias em que foi disponibilizado o preenchimento do checklist, foram utilizados dados de manutenções preventivas feitas em anos anteriores, em período próximo da data de início da implantação da nova forma de verificação predial, que ocorreu no dia dezenove de outubro de 2022 e finalizou no dia quatorze de novembro de 2022, totalizando cerca de 27 dias para análise dos dados obtidos. Conforme o gráfico da Figura 45, pode-se ver a quantidade de serviços que foram encontrados em épocas semelhantes no período de 2013 a 2021, nos meses de outubro e novembro, conforme ilustrado na Figura 49. 72 Figura 49 - Gráfico da quantidade de serviços de manutenção preventiva encontrados no período de 2013 a 2021 Fonte: Do autor (2022). Durante o período de 27 dias em que o formulário Google aqui proposto ficou disponível para preenchimento, foram recebidos 49 registros de serviços identificados, sendo 8 de alunos, 28 de supervisor, 5 de técnicos administrativos, 7 de colaboradores de empresa terceirizada e 1 de visitante. Salienta-se que não houve divulgação interna sobre a disponibilização dos formulários entre professores, alunos e funcionários. Em comparação aos anos anteriores nota-se um grande número de registros de serviço no mês de novembro do ano de 2014, por causa de uma maior quantidade de pessoas que circulavam pelo campus nessa época. Já no ano de 2021, devido à pandemia, e pelo fato de não existir muitas pessoas acessando o campus, não foi registrada ocorrência. A identificação de problemas depende também da disponibilidade da pessoa responsável pelas revisões em conseguir realizá-las conforme a periodicidade de verificação determinada para cada local. Sendo assim, a nova proposta pode mudar isso, pois todo mundo consegue fazer o preenchimento do formulário e ajudar na identificação de problemas. 73 A Figura 50 ilustra, através de um gráfico, os valores que o documento gera como resultado da quantidade de serviços encontrados para cada uma das equipes. O maior número de registros encontrados foi de manutenção, com 6 registros, relativos a problemas de infiltração, vazamento em válvulas, ajuste de assentos de vasos sanitários, lubrificações em portas e molas hidráulicas. Também houve registros para a equipe de elétrica, relativos a trocas de lâmpadas e mal contato em interruptor. Para a equipe de obras foi registrado 1 serviço para troca de azulejos que estão caindo no banheiro, e demais serviços para outras equipes como problemas relacionados com limpeza, substituição de lixeiras, avisos de segurança e pinturas. Figura 50 - Gráfico da quantidade de serviços identificados para cada uma das equipes no período de 19/10 à 14/11/2022 Fonte: Do autor (2022). 74 Também existem diversos outros tipos de resultados que o documento do Google fornece conforme a necessidade de análise e tipo de pergunta solicitada para o usuário responder, além de uma planilha em Excel com todos os resultados finais para cada um dos documentos criados. Isso facilita muito a organização para a pessoa responsável pelos serviços a serem executados, bem como para a fiscalização, para ver se os serviços seguem sendo solicitados, e assim mantendo um controle mais preciso de tudo que está acontecendo na edificação. Devido ao curto período em que foi feita a implantação, não foi possível implementar mais funcionalidades na ferramenta, mas pretende-se expandir a ideia para outros prédios da instituição, além de ampliar as seções do formulário com os devidos procedimentos e rotinas, tornando o formulário útil também para revisões diárias, que atualmente é feita pelos funcionários da vigilância do turno da noite, e repassado no outro dia por meio escrito em folha de papel. Desta maneira, o uso da ferramenta pode trazer benefícios como a diminuição de gasto de papel, além de se manter registrado na data exata da visualização do problema. Outra vantagem que a nova ferramenta traz é a diminuição do tempo de serviço para se fazer as verificações e depois as solicitações no sistema pela pessoa responsável, bem como a possibilidade de filtrar os diferentes tipos de problemas identificados, para ver se não estão repetidos. É possível também controlar se os serviços foram ou não executados, o que resulta em menor perda de tempo para a pessoa responsável por executar o serviço. Outra questão importante a ser destacada é sobre as periodicidades. A ferramenta ainda não possui um sistema que anuncia o período das revisões, por isso, no momento, fica a cargo do responsável que opera a ferramenta fazer ou direcionar para que sejam feitas as devidas verificações na periodicidade correta, sendo que a ferramenta somente registra a data de verificação, quando o responsável ou usuário preencher o formulário. Uma das maiores vantagens deste sistema em relação ao atual é o fato de que todos que acessam o campus podem auxiliar na identificação dos problemas por meio do código QR, ajudando a evitar que aconteçam acidentes. Analisando os resultados obtidos com outros anos anteriores, a aplicação da nova ferramenta traz resultados positivos e que podem melhorar muito após serem feitas algumas melhorias conforme o tempo de uso e vinculações 75 com outros sistemas, os resultados melhorariam muito mais se fosse ser feito uma divulgação interna, com instruções para as pessoas poderem saber do que se trata e como utilizar a ferramenta. Para finalizar, é importante salientar que, infelizmente, não foi possível encontrar outros trabalhos na literatura que possuíssem esse tipo de análise, para se fazer um comparativo. Desta forma, foi realizada apenas a comparação desta proposta com a forma de registro da manutenção realizada na instituição em anos passados, dos quais não se possui um histórico. Nesse sentido, os resultados desta proposta se mostraram muito semelhantes aos de outros anos, porém o diferencial é que foram respondidos por mais pessoas e não só pelo responsável do setor de engenharia da Univates. A quantidade de serviços depende da quantidade de pessoas que acessam o local, pois quanto mais usuários, mais problemas serão encontrados, e se a verificação for feita nos períodos certos, ajuda para que se consiga fazer uma manutenção programada, antes que aconteça algum dano material ou com a saúde das pessoas. 76 5 CONCLUSÃO Este trabalho teve início em análises realizadas a partir da atual gestão de manutenção que é feita nos prédios e áreas da Universidade do Vale do Taquari - Univates. Atualmente, devido à enorme área que a instituição possui, é necessário que exista uma gestão que se atualize conforme as necessidades, sem perder os registros com o passar dos anos. A partir dessas análises notou-se uma falta de registros mais antigos, referentes à manutenção preventiva e corretiva das edificações. Percebe-se também que devido ao passar dos anos, os registros se perdem, e na hora de realizar alguma manutenção fica difícil saber como proceder de maneira a não deteriorar mais ainda o local da intervenção. Por este motivo, destaca-se a importância da implementação de um adequado sistema de gestão, que abrange tudo que existe nas edificações, desde o sistema construtivo até os equipamentos presentes em cada ambiente. A finalidade não é somente para que se tenha registros das manutenções, mas também que se tenha certeza de que alguém consiga com clareza fazer a gestão, de maneira ágil e fácil. A pesquisa realizada por meio de registros feitos em checklists em um formulário do Google mostrou-se útil em comparação aos dados encontrados de outros anos, pois no final desses relatórios é possível identificar se os problemas se repetem, se os problemas já foram executados, se as pessoas estão com dificuldade ou se interessam pela manutenção preventiva do local que acessam. Para o autor deste trabalho, que atua profissionalmente fazendo essas verificações, o checklist se tornou uma ferramenta útil, pois diminuiu o tempo gasto, já que após a verificação da solicitação, o registro fica gravado, podendo ser copiado facilmente para 77 o sistema de solicitações atual da Intranet, o qual, futuramente, pretende-se vincular a um único sistema, capaz de gerar solicitações após o preenchimento do formulário. Com relação à conectividade das redes Wi-fi, não foi constatado nenhum problema quanto a isso, tornando a verificação mais rápida, esse foi um dos pontos positivos. Um dos pontos negativos foi o período curto de tempo de implantação dos QR-CODE e ausência de divulgação no site da instituição para os usuários com informações de como podem acessar o sistema, já que na proposta aqui apresentada, todas as pessoas que circulam pelo campus podem fazer a sua solicitação, a fim de resolver os problemas com mais agilidade. Acredita-se que a implantação desse modelo de gestão possa fazer com que as pessoas se conscientizem e dêem mais valor para os bens que usufruem, não somente na sua residência, mas também nos lugares em que trabalham ou estudam. Se em todos os ambientes que frequentamos houvesse uma ferramenta de avaliação na qual as pessoas pudessem opinar sobre alguma coisa que viram de errado, no seu entender, e que pudesse ser avaliado o grau de risco pelo responsável de cada edificação, poderiam ser evitados muitos acidentes, além de outros transtornos como, por exemplo, a inexistência ou tipo de acessibilidade inadequada. 5.1 Sugestões para trabalhos futuros A partir do modelo de gestão proposto neste trabalho, é possível sugerir as seguintes propostas para trabalhos futuros: ● Aplicação de QR-CODES para os demais prédios de todo o campus, inclusive em instalações fora da instituição, que atualmente não possuem nenhum tipo de manutenção preventiva; ● Fazer a vinculação dos problemas identificados com o programa interno da Univates, chamado de Intranet, para que quando o preenchimento do checklist for finalizado, já se conclua com uma solicitação de serviço gerada para a equipe escolhida; 78 ● Atualizar e modificar algumas perguntas do formulário, conforme a necessidade ou dificuldade apresentada pelos usuários na hora do preenchimento, assim como ampliar as opções de rotinas, procedimentos e defeitos que cada componente da edificação pode apresentar. ● Aprimorar os estudos em relação à plataforma BIM para uma possível vinculação do banco de dados criado , interligando aos projetos para melhor localização dos problemas; ● Aplicar a ferramenta em outros locais como por exemplo, em empresas e condomínios residenciais. 79 REFERÊNCIAS ABRAMAN – Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos. 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