1 
 

 

 

 

 

UNIVERSIDADE DO VALE DO TAQUARI-UNIVATES 

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU 

MESTRADO EM ENSINO 

 

 

 

 

 

 

 

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES NO CURSO 

 SUPERIOR NA MODALIDADE EaD: (RE) SIGNIFICAÇÃO DA  

PRÁTICA PEDAGÓGICA 

 

 

 

Sandra Regina Costa dos Santos 

 

 

 

 

 

 

 

Lajeado, outubro de 2018. 

 

 



2 
 

Sandra Regina Costa dos Santos 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES NO CURSO 

SUPERIOR NA MODALIDADE EaD: (RE) SIGNIFICAÇÃO DA 

PRÁTICA PEDAGÓGICA  

 

 

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ensino, da Universidade do Vale 

do Taquari - UNIVATES, como parte da 

exigência para obtenção do grau de Mestre em 

Ensino, na linha de Pesquisa em Formação de 

Professores. 

 

Orientadora: Profa. Dra. Andreia Aparecida 

Guimarães Strohschoen 

 

 

 

Lajeado, outubro de 2018  



3 
 

 

 

Sandra Regina Costa dos Santos 

 

 

 

 

 

 

 

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES NO CURSO SUPERIOR NA 

MODALIDADE EaD: (RE) SIGNIFICAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA 

 

 

A banca examinadora abaixo aprova a Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ensino, da Universidade do Vale do Taquari - Univates, como parte da 

exigência para a obtenção do grau de Mestre em Ensino.  

  

 

Dra. Andreia Aparecida Guimarães Strohschoen - Orientadora   

  

Dra. Ilka Márcia Ribeiro de Souza Serra - Examinadora  

UEMA  

 

Dra. Jacqueline Silva da Silva - Examinadora Univates 

 

Dra. Suzana Feldens Schwertner  - Examinadora Univates  

  

  

 

Lajeado, outubro de 2018 

 



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À minha mãe Raimunda Francisca pela sua garra, olhar 

visionário e pelo incentivo aos estudos. 

 

 

  



5 
 

 

 

 

 

 

 

 

AGRADECIMENTOS 

 

 

A partir do trecho da composição “O que é, o que é?”, de Gonzaguinha, que 

diz: “Viver e não ter vergonha de ser feliz, cantar, a beleza de ser um eterno 

aprendiz(...)” inicio os agradecimentos a todas as pessoas que contribuíram de modo 

significativo para a concretização deste trabalho, ajudando-me, incentivando-me e 

proporcionando o meu crescimento pessoal e profissional. 

Primeiramente, agradeço a Deus, pelo dom da vida e por colocar no meu 

caminho pessoas muito especiais, que contribuem continuamente na minha 

caminhada. Gratidão por tudo que tens me proporcionado! 

Com o mesmo sentimento de gratidão pulsando no meu peito, agradeço aos 

meus pais Raimunda Francisca e Walter dos Santos, pelo investimento na minha 

educação e por sonharem junto comigo, fazendo todas as economias possíveis para 

que eu pudesse continuar estudando e concretizando as minhas aspirações 

profissionais e acadêmicas. 

A todos os meus familiares, em especial aos meus onze irmãos: Inaldo, 

Everaldo, Eraldo, Erenilde, Eunice, Elionoura, Elizabeth, Eredilson, Enilde, Walter e 

Ivanildo, aos meus (as) sobrinhos (as) e a minha cunhada Maria Amélia por me 

apoiarem quando eu mais precisei e me darem força, acreditando no meu potencial. 

Não poderia deixar de prestar o meu reconhecimento às amigas e irmãs do 

coração Aline Diesel e Shirley Carvalho, pois foram essas as grandes incentivadoras 

e mobilizadoras que alçaram voos comigo. Agradeço pela amizade edificada e pelo 



6 
 

elo que construímos, perpassando desde a vida acadêmica do mestrado até as 

nossas histórias de vida, lutas e conquistas.  

Costumo brincar que sou muito privilegiada por ter tantas pessoas do bem 

próximas a mim. Dessa forma, destaco ainda as minhas professoras queridas, 

companheiras de trabalho e de sonhos: Eliza Flora, Francisca Barros e Zélia Varela, 

pelo incentivo à pesquisa e aos estudos. 

Obrigada também a todos e todos docentes do Mestrado em Ensino da 

Universidade Vale do Taquari, pelas experiências e aprendizagens significativas, pela 

construção e mediação do conhecimento científico e por nos proporcionar momentos 

frutíferos, despertando nosso olhar para a pesquisa e a leitura. 

Agradeço as amizades realizadas no mestrado em ensino, pela diversidade 

cultural e troca de saberes evidenciados nos nossos encontros presenciais e/ou nas 

interações, mesmo a distância. Como aprendemos e exercemos o respeito às 

diferentes culturas! 

Agradeço a coordenadora geral do Núcleo de Tecnologias para Educação 

(UEMANET), professora Ilka Serra, por acreditar no meu trabalho, por apoiar esta 

pesquisa e lutar pela modalidade EaD, realizando com afinco muitas conquistas. 

Assim, por meio do trabalho desenvolvido no Núcleo de Tecnologias para Educação 

da UEMA, ajudamos o Maranhão a democratizar a educação de qualidade. Estendo 

meus agradecimentos ao coordenador adjunto dos cursos técnicos e tecnólogos 

Mivaldo Alvares, às colaboradoras e companheiras de trabalho Graziela Gonçalves, 

Maria Aparecida e Ilma Pinheiro, bem como a toda equipe de Design Educacional da 

UEMA, por possibilitarem e contribuírem com a execução desta pesquisa. 

Reconheço também a contribuição de todos os docentes envolvidos nessa 

investigação, que não mediram esforços para a participação nos momentos 

essenciais da pesquisa, na realização do questionário, na entrevista coletiva e nas 

oficinas pedagógicas propostas. 

De modo especial, agradeço a minha orientadora Andreia Aparecida 

Guimarães Strohschoen, pelos ensinamentos, direcionamentos, pela objetividade na 

comunicação e pela organização na condução deste trabalho. Sempre falo para as 



7 
 

pessoas o quanto admiro a sua forma de conduzir um trabalho, sinalizando as etapas 

e esquematizando os prazos. Obrigada pela atenção e orientação! 

Agradeço à Univates pela oferta do mestrado modular, que viabiliza a busca 

por formação permanente em uma instituição séria e comprometida. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  



8 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O senhor mire, veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as 

pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que 

elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam, verdade maior. É o que a 

vida me ensinou. Isso que me alegra montão. (Guimarães Rosa, 2013, 

Grande Sertão Veredas). 

  



9 
 

 

 

 

 

 

 

RESUMO 

O presente estudo aborda a temática da formação continuada de professores e suas 

nuances no meio globalizado e tecnológico. Este trabalho objetivou investigar as 

contribuições do ensino realizado nas oficinas pedagógicas direcionadas aos 

docentes que atuam no Curso Superior de Tecnologia em Segurança do Trabalho na 

modalidade Ensino a Distância (EaD), ofertado pela Universidade Estadual do 

Maranhão. Desse modo, por meio da interação e mediação entre o professor e os 

diferentes profissionais que atuam na modalidade supracitada, destaca-se a oferta de 

oficinas pedagógicas, propiciando ambientar os docentes acerca das ferramentas 

tecnológicas e a troca de experiências que favoreçam o processo reflexivo da ação 

docente. O caminho metodológico da pesquisa, que possui abordagem qualitativa, 

caracterizou-se como exploratória e descritiva, estando intrinsecamente associada ao 

estudo de caso e à pesquisa documental e bibliográfica. O embasamento teórico está 

pautado em autores como: Demo (1997), Ghedin (2009), Nóvoa (2009), Perrenoud 

(2002), Schon (1995), Tardif (2000), Veiga e Silva (2010), Levy (1999), Moran (2015), 

Kenski (2015). Os instrumentos de coleta de dados usados foram: questionário, 

observações das oficinas pedagógicas, entrevista coletiva com docentes e diário de 

campo. O tratamento realizado nos dados obtidos seguiu a técnica de Análise de 

Conteúdo (BARDIN, 2015). Os resultados do estudo apontam as significativas 

contribuições das oficinas pedagógicas para a melhoria das ações educativas dos 

docentes que atuam na modalidade EaD, bem como para repensar a função deste 

sujeito no processo de ensino, objetivando a melhor forma de interação e promoção 

de aprendizagem ao estudante por meio dos materiais e recursos disponibilizados no 

Ambiente Virtual de Aprendizagem. Observa-se, portanto, a melhoria da prática 

pedagógica dos professores, à medida que a atuação nesta modalidade de ensino 

decorre do processo de criação e autoria a partir da utilização das Tecnologias de 

Informação e Comunicação (TICs). Assim, os conhecimentos apreendidos pelos 

docentes a partir das oficinas pedagógicas possibilitam o (re)pensar do papel desse 

sujeito em meio a educação mediada por TICs, bem como a construção de 

competências, habilidades e atitudes essenciais para atuação docente no cenário 

atual. 

Palavras-chave: Formação Continuada. Docentes. Prática Pedagógica. Ensino 

Superior. Modalidade EaD. 



10 
 

 

 

 

 

 

 

 

ABSTRACT 

The present study addresses the subject of continuous formation of teachers and its 
nuances in the globalized and technological environment. This work aimed to 
investigate the contributions of teaching in pedagogical workshops directed at teachers 
who work in the Course of Work Safety Technology in Distance Education (EaD), 
offered by the State University of Maranhão. Thus, through interaction and mediation 
between the teacher and the different professionals who work in the above-mentioned 
modality, we highlight the offer of pedagogical workshops, adjusting teachers to the 
technological tools and the exchange of experiences that promote reflective process 
of action. The methodological path of the research, which has a qualitative approach, 
was characterized as exploratory and descriptive, being intrinsically associated with 
the case study and the documentary research and bibliography. The theoretical basis 
is based on authors such as: Demo (1997), Ghedin (2009), Nóvoa (2009), Perrenoud 
(2002), Schon (1995), Tardif (2000), Veiga e Silva (2010), Levy (1999), Moran (2015), 
Kenski (2015). The data collection instruments used were: questionnaire, observations 
of pedagogical workshops, collective interviews with professors and field journal. The 
treatment carried out on data obtained followed the technique of Content Analysis 
(BARDIN, 2015). The results of the study point to the significant contributions of 
pedagogical workshops for the improvement of educational activities of teachers 
working in the Distance Education modality, as well as to rethink the function of this 
subject in the teaching process, aiming at the best way of interaction and promotion of 
student learning through the materials and resources available in the Virtual Learning 
Environment. It is noted, therefore, the improvement of pedagogical practice of 
teachers, as the acting in this teaching modality stems from the process of creation 
and authorship from the use of Information and Communication Technologies (ICTs). 
Thus, the knowledge seized by teachers from the pedagogical workshops make it 
possible to (re) thinking this person's role in education mediated by ICTs, as well as 
the building of competences, skills and attitudes essential for teacher performance in 
the current scenario. 

Keywords: Continuing Education. Teachers. Pedagogical Practice. Higher Education. 
E-Learning Mode. 

 

  



11 
 

 

 

 

 

 

 

 

LISTA DE ILUSTRAÇÕES 

 

LISTA DE FIGURAS 

Figura 1 – Localização da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA)..................59 

Figura 2 – Fachada do Núcleo de Tecnologias para Educação- UEMANET...............61 

Figura 3 – Fluxograma que demonstra atendimento dos docentes do Curso Superior 

de Tecnologia em Segurança do Trabalho..................................................................82 

 

LISTA DE GRÁFICOS 

Gráfico 1 - Frequência e Utilização das TICs pelos Docentes...................................74 

Gráfico 2 - Ferramentas Tecnológicas usadas pelos docentes do Curso Superior de 

Tecnologia em Segurança do Trabalho......................................................................75 

 

 

LISTA DE QUADROS 

Quadro 1 – Resumo da Abordagem Metodológica da Pesquisa Científica................56 

Quadro 2 – Titulação dos professores atuantes no Curso Superior de Tecnologia em 

Segurança do Trabalho..............................................................................................65 

Quadro 3 – Oficinas Pedagógicas ofertadas aos Docentes que atuam na Modalidade 

EaD.............................................................................................................................82 

Quadro 4 –  Formato das Avaliações aplicadas no Curso Superior de Tecnologia em 

Segurança do Trabalho..............................................................................................84 



12 
 

 

 

 

 

 

 

SUMÁRIO 

 

 

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................14 

 

2 APORTE TEÓRICO................................................................................................21 

2.1 Formação continuada de professores.............................................................21 

2.2. Concepção de prática pedagógica..................................................................26 

2.3. Formação Continuada enquanto processo de (re) significação da prática 

pedagógica de professores no Ensino Superior...................................................31 

2.4 A formação continuada de professores e as particularidades do ensino na 

modalidade de educação a distância (EaD) ..........................................................43 

 

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...............................................................52 

3.1 Caracterização do campo de estudo e dos sujeitos da pesquisa.................59 

 

4 RESULTADOS E CONSTATAÇÕES.....................................................................63 

4.1 Análise das unidades de registro......................................................................64 

 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................99 

 

REFERÊNCIAS........................................................................................................106 

 

APÊNDICES.............................................................................................................113 

  



13 
 

 

 

 

 

 

 

 

1 INTRODUÇÃO 

 

 

O mundo globalizado vem passando por inúmeras transformações 

decorrentes tanto de influências sociais, ideológicas, culturais, políticas, econômicas 

quanto do desenvolvimento científico, principalmente na dimensão tecnológica. Desse 

modo, evidencia-se o quanto é necessário buscar de forma contínua atender as 

demandas e as modificações refletidas no âmbito educacional, construindo e 

reconstruindo paradigmas e concepções para a formação e atuação do professor. 

É importante enfatizar, portanto, os processos e espaços de formação de 

professores, tendo em vista a ênfase desse profissional no desenvolvimento de uma 

prática pedagógica que promova aprendizagens significativas de ensino pelos 

docentes. Nessa perspectiva, a formação continuada ofertada aos docentes é de 

suma relevância, pois funciona como processo de conhecimento e reflexão, 

valorizando os professores e a construção dos seus saberes (MARIN, 1995). 

Desse modo, evidencia-se a necessidade de estudo sobre o processo de 

formação continuada dos docentes, haja vista a influência das Tecnologias de 

Informação e Comunicação (TICs) na educação, trazendo à tona novas formas de 

ensinar e aprender, desafiando o sujeito professor a repensar seu processo de 

formação e atuação, tendo como norte a perspectiva de formação continuada 

enquanto processo formativo que propicia a reflexão e pesquisa para a melhoria da 

prática pedagógica, estando coerente com o atual cenário informatizado e globalizado. 



14 
 

Diante desse contexto, busca-se problematizar a formação continuada de 

docentes que atuam na modalidade EaD, haja vista o interesse da pesquisadora por 

essa temática. O foco deste trabalho surge a partir da própria experiência da 

pesquisadora, tendo em vista que durante toda a sua jornada estudantil, 

especificamente no Ensino Médio, tal tema despertou-lhe grande interesse.  

A partir do momento em que a pesquisadora ingressou no curso normal em 

Nível Médio, o interesse pelo assunto ascendeu. Posteriormente, com a entrada no 

Ensino Superior, principalmente ao longo do estágio supervisionado, seu interesse 

pela formação continuada dos docentes voltou-se principalmente para os que 

atuavam nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Nota-se que, nessa época, a 

formação de professores já era concebida como espaço de suma relevância para a 

valorização da carreira do professor, por reconhecer-se que tal formação é totalmente 

necessária tanto para o docente enquanto sujeito em permanente formação, como 

também para a promoção de espaços de aprendizagem mais significativos para os 

estudantes. 

As experiências profissionais da pesquisadora também contribuíram para a 

escolha do tema desta dissertação. A experiência como articuladora pedagógica na 

Educação Infantil e a atual função de coordenação pedagógica nos cursos técnicos 

na modalidade EaD de uma instituição de ensino superior levaram a uma reflexão 

profunda sobre o processo de formação continuada dos professores. Tais 

experiências contribuem para o entendimento de que tal processo só será profícuo a 

medida que leva em consideração a história de vida do professor e suas construções 

efetivadas no exercício da profissão (TARDIF, 2000). 

Sendo assim, diante das intensas mudanças no contexto educacional, da 

inserção das TICs na educação e do aumento pela procura de cursos superiores 

ofertados em EaD, torna-se essencial repensar o processo de formação continuada 

de professores atuantes nessa modalidade, especialmente no que concerne às 

políticas, ao currículo e ao exercício profissional. 

Dentro desse panorama, levando em conta os conhecimentos mediados no 

Mestrado em Ensino da Universidade do Vale do Taquari (UNIVATES), na linha de 

pesquisa Formação de Professores, Estudo do Currículo e Avaliação, houve o 

avivamento sobre a formação continuada de professores que atuam em cursos 



15 
 

superiores na modalidade a distância, objetivando a compreensão acerca dos 

elementos principais desse processo e a sua contribuição para a prática pedagógica 

dos docentes.  

Nesse panorama, convém referir que o processo de formação continuada de 

professores tem sido alvo de inúmeros contrapontos e questionamentos, haja vista a 

desarticulação da teoria com a prática e a fragmentação dos conteúdos, ocasionando 

um estudo e compreensão superficial das questões inerentes ao fazer docente. Outro 

contraponto diz respeito à preparação do professor ser reduzida apenas ao aspecto 

metodológico ou seja, a reprodução de técnicas de ensino com finalidade estritamente 

mecânica, sem levar em consideração as construções e o papel ativo desempenhado 

por este profissional. 

Desse modo, justifica-se a realização de um estudo voltado para a formação 

continuada enquanto processo de aprendizagem dos docentes, sendo baseado em 

referenciais teóricos que fundamentam as concepções e conceitos em articulação 

com a prática educativa. Além disso, é imprescindível que o estudo valorize os 

conhecimentos potencializadores de ações pedagógicas efetivas, capazes de 

solucionar problemas da prática pedagógica desses sujeitos (TARDIF, 2002).  

Diante desse panorama, surge o seguinte problema: Quais as contribuições 

do ensino ofertado nas oficinas pedagógicas direcionadas aos docentes que 

atuam em cursos na modalidade EaD para a promoção da formação continuada 

destes professores e para a (re) significação das práticas pedagógicas? 

Tal indagação suscitou o objetivo geral da pesquisa, que foi: investigar as 

contribuições do ensino ofertado em oficinas pedagógicas direcionadas a docentes 

que atuam em cursos na modalidade EaD para a promoção da formação continuada 

destes professores e para a (re) significação das práticas pedagógicas.  

A partir desse âmago, foram delimitados os seguintes objetivos específicos: 

- Problematizar as atribuições dos professores em cursos na modalidade EaD, 

tal objetivo traduz a inquietação em compreender qual (is) a função do professor na 

modalidade EaD? Qual (is) competências básicas e/ ou saberes este profissional 

precisa desenvolver para concretizar a ação pedagógica? 



16 
 

- Conhecer as concepções dos docentes quanto às práticas pedagógicas 

desenvolvidas no processo de ensino na modalidade a distância; O segundo objetivo, 

revela o interesse em pesquisar sobre o processo constitutivo do ser professor. 

Qual(is) concepções trazidas pelos docentes permeiam as ações evidenciadas no 

contexto sistematizado do ensino? Que aspectos das histórias de vida refletem no ser 

professor? Como os docentes concebem o processo de constituição da docência no 

contexto permeado por TICs?  

- Analisar a execução das oficinas pedagógicas e suas contribuições para a 

prática pedagógica dos professores, sugerindo implementações que favoreçam a 

melhoria do ensino desta formação continuada. No último objetivo elencado pretende-

se descobrir sobre a execução das oficinas pedagógicas propostas aos docentes na 

modalidade EaD. Como ocorre as oficinas pedagógicas? Que sujeitos estão 

envolvidos no processo de ensino e troca com os professores? Por que os 

conhecimentos decorrentes das oficinas são necessários a atuação profissional dos 

docentes na modalidade EaD? 

Os objetivos apontam para o delineamento das funções realizadas pelos 

docentes, partindo do pressuposto de que o professor traz consigo uma gama de 

saberes que o constituem e o caracterizam enquanto ser professor. Desse modo, 

corroborando com Tardif (2000), a formação continuada deve priorizar, portanto, os 

saberes da docência, pois são estes os elementos principais do professor na sua 

tomada de decisão e na condução do seu fazer pedagógico junto aos pares. 

Considerando os aspectos apresentados, este trabalho justifica-se pela 

necessidade de investigar as contribuições do ensino ofertado nas oficinas 

pedagógicas direcionadas aos docentes que atuam no curso na modalidade EaD, 

tendo em vista a promoção da formação continuada de professores e (re) significação 

de suas práticas pedagógicas. Desse processo contínuo emerge um profissional cujas 

características decorrem da articulação dos conhecimentos teóricos à vivência prática. 

Com isso, prima-se pelo desenvolvimento de sujeitos com capacidade de buscar 

continuamente conhecimentos, habilidades e atitudes de forma a (re) construir e (re) 

pensar continuamente o seu fazer pedagógico por meio da investigação e da 

pesquisa. 



17 
 

É fundamental, portanto, rever as formas como as instituições de nível 

superior estão concebendo e executando o processo de formação continuada dos 

professores, tendo em vista os desafios postos frente a um contexto de permanente 

metamorfose. Em outras palavras, é necessário que a formação esteja cada vez mais 

articulada ao sujeito professor. 

Nessa perspectiva, professores que atuam na modalidade EaD, no nível 

superior, devem desenvolver saberes específicos, competências e habilidades para 

uso das TICs nos processos de ensino. Tais saberes de cunho didático-pedagógico 

podem ser desenvolvidos a partir das concepções e vivências dos docentes, de suas 

expectativas e de suas experiências enquanto professores do ensino superior, usando 

as TICs como ferramentas tecnológicas para a promoção de conhecimentos aos 

alunos. 

Nesse sentido, levando em conta os objetivos propostos na pesquisa, esta se 

caracteriza como qualitativa, exploratória, descritiva e está associada intrinsecamente 

ao estudo de caso (GIL, 2012), tendo como objetivo principal o estudo, descrição e 

aprofundamento de uma realidade específica onde acontece o processo de formação 

continuada de docentes que atuam em cursos na modalidade EaD. A investigação 

também é considerada exploratória, por envolver a análise da proposta pedagógica 

do curso superior de Tecnologia em Segurança do Trabalho, compreendendo a 

aplicação de questionário aos docentes, a realização de entrevista coletiva, 

observações in loco e o registro e sistematização dos dados coletados por meio do 

diário de campo utilizado pela pesquisadora durante as observações das oficinas 

pedagógicas propostas aos docentes.  

A partir desses instrumentos, acredita-se ter condições de explorar sobre o 

contexto em que se situam os professores do curso superior na modalidade EaD, 

possibilitando maior aprofundamento e compreensão do problema da pesquisa. 

Dessa forma, no momento da observação participante, da análise das anotações do 

diário de campo e das exposições feitas pelos participantes da pesquisa, foi possível 

conhecer as especificações e peculiaridades do coletivo de docentes, bem como suas 

concepções, princípios e ações refletidas na prática pedagógica. 

Nessa perspectiva, o estudo sobre a formação continuada torna-se essencial, 

possibilitando a construção e reconstrução de saberes pedagógicos e da experiência. 



18 
 

Tal posicionamento corrobora com as ideias de Nóvoa (2009), segundo o qual o 

professor busca o aperfeiçoamento e a educação permanente a partir da reflexão da 

prática e da avaliação crítica do trabalho desenvolvido com vistas à oferta de um 

ensino inovador e de qualidade. 

Na sequência deste estudo, apresenta-se, no próximo item, o aporte teórico, 

sendo dividido em temáticas como: formação continuada, concepção de prática 

pedagógica, inovação na prática pedagógica de professores do Ensino Superior, 

inserção das TICs no processo de ensino, formação continuada dos professores no 

contexto geral e formação continuada de professores e particularidades do ensino na 

modalidade EaD. 

Assim, a primeira seção do item 2 deste trabalho apresenta a concepção da 

formação continuada enquanto processo formativo, sendo de suma relevância para 

os docentes que atuam no Ensino Superior, pois leva à reflexão e articulação dos 

saberes docentes.  

Dando continuidade, a segunda seção do referido item aborda o entendimento 

sobre a prática pedagógica do professor, destacando a intencionalidade presente na 

ação docente. Assim sendo, teóricos como Freire (1996), Franco (2016), Tardif (2009), 

Libâneo (1998), dentre outros, abordam a concepção de prática pedagógica, 

ressaltando que a ação docente decorre das concepções teóricas e das vivências 

desenvolvidas e praticadas no seu cotidiano. 

Na terceira seção do mesmo item, faz-se uma abordagem a respeito da 

complexidade e das lacunas percebidas na formação continuada de professores. 

Nessa etapa são expostos aspectos acerca da dicotomia ainda existente entre a teoria 

e prática desse profissional. Portanto, são apresentados autores como Brito (2006), 

Nóvoa (2009) e Perrenoud (2002), segundo os quais a formação continuada deve 

propiciar a aproximação com o fazer diário do professor, enfatizando a reflexão e 

pesquisa como dimensões essenciais para o exercício da docência. 

A quarta seção trata sobre a formação continuada e a particularidade do 

ensino na modalidade EaD, frisando as implicações para o repensar da função 

docente no cenário vigente, permeado pelos avanços científicos e tecnológicos. 

Apresenta-se, portanto, como referencial teórico o processo de formação continuada 



19 
 

de docentes e as particularidades da modalidade EaD, destacando outros espaços de 

aprendizagem, como o AVA. Sendo assim, a utilização das TICs na promoção de um 

ensino inovador deve ser uma das competências do docente, tendo em vista que ele 

é o gerenciador de aprendizagens e/ou o mediador pedagógico. 

No terceiro item, aludem-se os procedimentos metodológicos sob os quais a 

pesquisa foi desenvolvida. Assim, apresentam-se o campo de investigação do 

trabalho, os participantes envolvidos, os instrumentos de coleta de dados e a técnica 

aplicada para a interpretação das informações e dados obtidos. Dessa maneira, 

visando esclarecer os passos metodológicos do estudo, apresentam-se os objetivos, 

os instrumentos e as ações que possibilitaram o cumprimento dos objetivos propostos 

na investigação. 

No quarto item, por sua vez, são apresentados e analisados os resultados e 

as constatações no decorrer da pesquisa. Desse modo, apresenta-se a unidade de 

registro Polidocência na modalidade EaD, em que é problematizado o papel do 

professor no contexto do curso na modalidade supracitada, sob o enfoque teórico da 

proposta pedagógica do curso superior de Tecnologia em Segurança do Trabalho. 

Nessa seção são apresentadas as funções tanto do docente quanto da equipe 

multidisciplinar de designer, no que tange à produção de recursos e materiais 

pedagógicos para o AVA.  

Na seção dois do quarto item, destaca-se a unidade de registro Prática 

Pedagógica na modalidade EaD com ênfase nas fases de atuação do professor em 

meio à construção dos recursos pedagógicos. Sendo assim, envolve a fase de 

planejamento, uso das TICs pelos docentes e a articulação com o designer 

pedagógico. 

A última unidade de registro, denominada Formação Continuada de 

professores na modalidade EaD, descreve, inicialmente, a sequência didática das 

oficinas pedagógicas ofertadas aos docentes, abarcando as especificidades 

abordadas nas oficinas: cifragem linguística, e-book, câmera em ação, planejamento, 

fórum e avaliação. Posteriormente, apresentam-se os resultados decorrentes da 

exposição das percepções docentes no questionário e entrevista coletiva, acentuando 

as unidades de análise destacadas na pesquisa, o que demonstra os olhares e os 



20 
 

discursos dos professores sobre a contribuição do ensino ofertado nessas oficinas 

para a melhoria da prática pedagógica. 

O item final deste estudo retoma os pontos principais do ponto de vista da 

pesquisadora, visando a apresentação de ações no intuito de promover melhorias na 

oferta das oficinas pedagógicas e, consequentemente, elevando a qualidade da 

formação continuada dos docentes na instituição mencionada. Portanto, sem a 

pretensão de apresentar verdades absolutas, nesse capítulo, publicam-se as 

considerações finais e algumas ações de melhorias para tal processo formativo dos 

docentes. Assim, pretende-se, com a exposição realizada, fomentar novas reflexões 

e discussões sobre o objeto de estudo, promovendo novos olhares, ações, 

interpretações e práticas comprometidas com o sujeito docente e os seus saberes. 

 

 

  



21 
 

 

 

 

 

 

 

2 APORTE TEÓRICO 

 

 

2.1 Formação continuada de professores 

Os estudos sobre a formação continuada de professores têm suscitado 

complexas discussões acerca das limitações, análises, reflexões e possibilidades do 

processo formativo dos docentes que atuam na modalidade EaD, principalmente em 

se tratando dos que atuam no Nível Superior. Assim sendo, em meio às mudanças da 

cultura escolar e das novas posturas a serem adotadas pelos professores e alunos, 

surge uma necessidade eminente de repensar o ofício do professor e seu processo 

formativo (TARDIF, 2000). Desse modo, o referido autor expõe sobre os saberes 

profissionais: 

[...] os saberes profissionais são saberes trabalhados, saberes laborados, 
incorporados no processo de trabalho docente, que só têm sentido em 
relação às situações de trabalho e que é nessas situações que são 
construídos, modelados e utilizados de maneira significativa pelos 
trabalhadores (TARDIF, 2000, p.11). 

A reflexão proposta por Tardif (2000) evidencia a necessidade de 

conhecermos o processo através do qual se efetiva a prática pedagógica do professor, 

objetivando repensar a formação continuada em consonância às ações desse 

profissional. Dessa forma, o autor aborda a necessidade de reflexão sobre quais 

competências e quais saberes os docentes devem possuir, a fim de propiciar 

aprendizagens aos discentes e a construção de uma cultura profissional dos 

professores (TARDIF, 2002). 



22 
 

É importante destacar também a articulação do exercício profissional docente 

com suas experiências pessoais, conhecimentos e bagagens, objetivando o 

desenvolvimento da prática pedagógica que aborde as dimensões humana e 

profissional, bem como de um ensino que atenda as demandas da atual conjuntura 

(NÓVOA, 2009). 

Historicamente, o processo de formação continuada de professores tem 

apresentado diversas concepções, tendo em vista o período histórico e o contexto 

ideológico em que se processa o desenvolvimento de ações, que visam 

profissionalizar os docentes e definir suas formas de intervenção e trabalho. Conforme 

exposição de Lopes (2006, p. 140), ao abordar o processo formativo de professores: 

[...] denominamos formação contínua o processo dinâmico pelo qual os 
professores, no exercício de sua prática profissional, através de palestras, 
seminários, cursos, oficinas ou outras propostas, vão adequando sua 
formação às exigências do ato de ensinar [...]. A formação contínua 
possibilita, portanto, o reapetrechamento dos professores, reestruturando e 
aprofundando conhecimentos adquiridos na formação inicial bem como a 
produção de novos conhecimentos. 

Corroborando com a ideia dessa autora, Rodrigues e Esteves (1993) definem 

a formação continuada como atividades formativas que ocorrem após a certificação 

inicial, que visam à melhoria dos “conhecimentos, habilidades práticas e as atitudes 

dos professores na busca de maior eficácia na educação dos alunos” (RODRIGUES; 

ESTEVES, 1993, p. 44). 

Fernandes (2010, p. 90) ressalta que a educação continuada de professores 

acontece por meio do “[...] contato de professores com outros professores e 

estudiosos por meio de cursos, palestras, seminário [...]”. A autora menciona também 

o ambiente da escola, a prática pedagógica e os saberes da docência, como 

“possibilidade de problematização do e no contexto vivido” (FERNANDES, 2010, p. 

90). 

Veiga e Viana (2010, p. 19-20) evidenciam o significado da palavra formação, 

destacando a origem etimológica do termo: “[...] a palavra formação vem do latim 

formare, que, como verbo transitivo, significa dar forma; como verbo intransitivo, 

significa colocar-se em formação e, como verbo pronominal, significa ir-se 

desenvolvendo uma pessoa”. 



23 
 

A partir das concepções apresentadas, torna-se fundamental comentar sobre 

a formação continuada de professores no que tange à possibilidade de construção e 

reflexão da prática pedagógica do professor em prol da oferta de um ensino de 

qualidade, e uma atuação profissional que corresponda aos anseios e às realidades 

vigentes, pois este processo é de total importância para o aperfeiçoamento e o 

(re)alinhamento da epistemologia da prática profissional do professor (TARDIF, 2000).  

Entretanto, no percurso histórico desse processo, observam-se diferentes 

perspectivas e emaranhamento de como se processa tal formação. Assim, é 

importante evidenciar esses desdobramentos em relação à concepção da formação 

continuada dos professores, pois, segundo Marin (1995), “[...] é com base nos 

conceitos subjacentes aos termos que são tomadas as decisões e as ações são 

propostas, justificadas e realizadas” (MARIN, 1995, p.13). 

Tendo em vista essas considerações, destaca-se o estudo realizado por Marin 

(1995), que aborda das denominações da formação continuada. Ao se reportar à 

educação continuada dos professores, relacionando-a ao termo aperfeiçoamento, 

enfatiza o sentido de “[...] aproximação com a perfeição, como se o docente tivesse 

capacidade de atingir esse atributo divinal” (MARIN, 1995, p. 15). Outras autoras 

fazem referência à terminologia treinamento, trazendo à tona a noção de instrução, 

destacando a formação individual e aos esforços de cada professor no desempenho 

das suas tarefas isoladas (RODRIGUES; ESTEVES, 1993). 

O termo “treinamento” traduz uma forte carga de condicionamentos, como os 
exercícios físicos, na área da educação física, por exemplo, e pode ser aceito 
para algumas atividades formativas. (...) o termo “aperfeiçoamento” denota 
uma ideia de perfeição, de acabamento. É possível aceitar o aperfeiçoamento 
como correção de alguns “defeitos” do professor e não como busca da 
perfeição, pois algumas práticas pedagógicas necessitam de reflexão e 
superação (MARIN, 1995, p. 19). 

Diante do exposto pelas autoras, torna-se evidente que o processo de 

formação continuada não pode ser restrito às perspectivas postas em discussão, já 

que transcende a noção de ação mecanizada e ou instrumental do professor. Nessa 

lógica, a análise realizada a seguir por Tardif (2000) concebe o processo formativo do 

professor enquanto espaço de articulação entre teoria e prática, em que o discurso e 

a ação devem ser indissociáveis. 

A finalidade de uma epistemologia da prática profissional é revelar esses 
saberes, compreender como são integrados concretamente nas tarefas dos 
profissionais e como estes os incorporam, produzem, utilizam, aplicam e 



24 
 

transformam em função dos limites e dos recursos inerentes às suas 
atividades de trabalho (TARDIF, 2000, p.11). 

Considerando que a intenção nesta seção é explanar as concepções de 

formação continuada dos docentes, cabe mencionar outro termo comumente utilizado 

para representar tal processo: a capacitação. O significado desse termo representa 

“[...] tornar capaz, habilitar” (MARIN, 1995, p. 14). Tal terminologia é concebida pela 

autora como apropriada, por defender o “desenvolvimento da profissionalidade do 

professor”; todavia, em meio às estruturas do capitalismo neoliberal, o conceito reduz-

se a pacotes fechados que não possibilitam o desenvolvimento do senso crítico e 

reflexivo do professor (MARIN, 1995, p. 16). 

Isso fica mais claro na medida em que se pensa em outra terminologia da 

formação docente, entendida como formação/educação continuada. Tais 

terminologias refletem o ciclo contínuo do processo de formação de professor, pois as 

exigências do contexto contemporâneo de aprender a aprender revelam uma 

concepção de educação permanente. Além disso, ao referido processo de formação 

estão também ligados os quatro pilares referidos por Delors (1999): aprender a 

conviver, aprender a conhecer, aprender a fazer e a ser.  

Com base em Marin (1995), é possível constatar que a concepção de 

formação/educação continuada dos docentes deve propiciar a promoção de práticas 

pedagógicas que promovam “[...] realizar e usar pesquisas que valorizem o 

conhecimento dos profissionais da educação e tudo aquilo que eles podem auxiliar e 

construir” (MARIN, 1995, p. 16) 

As concepções de Tardif (2000) e Nóvoa (2009) também se agregam às 

referidas ideias. Tais autores conceberam a necessidade de articulação da formação 

continuada dos professores com rotinas, saberes e culturas da profissão docente, 

trazendo para o campo da reflexão e reconstrução desse processo possibilidades 

tangíveis de serem alcançadas. Além disso, esse processo de formação contínua 

deve basear-se na perspectiva do crescimento profissional, no paradigma da 

mudança e na resolução de problemas (RODRIGUES; ESTEVES, 1993). 

Nóvoa (2009) destaca os elementos a serem evidenciados na formação 

continuada dos docentes: 

Assumir uma forte componente prática, centrada na aprendizagem dos 
alunos e no estudo de casos concretos, tendo como referência o trabalho 



25 
 

escolar; Passar para «dentro» da profissão, baseando-se na aquisição de 
uma cultura profissional e concedendo aos professores mais experientes um 
papel central na formação dos mais jovens; Dedicar uma atenção especial às 
dimensões pessoais da profissão docente, trabalhando essa capacidade de 
relação e de comunicação que define o tacto pedagógico; Valorizar o trabalho 
em equipe e o exercício colectivo da profissão, reforçando a importância dos 
projectos educativos de escola; Caracterizar-se por um princípio de 
responsabilidade social, favorecendo a comunicação pública e a participação 
profissional no espaço público da educação (NÓVOA, 2009, texto digital). 

As abordagens aqui apresentadas não demonstram a amplitude de 

terminologias e concepções decorrentes das perspectivas de conceituação da 

formação continuada de professores. Entretanto, a partir das exposições dos autores 

acima citados, percebe-se que a terminologia “formação continuada” concebe uma 

possibilidade de formação construída dentro da profissão, de modo a possibilitar a 

amplitude do processo formativo, à medida que engloba as dimensões humanas, 

políticas e epistemologia do ofício de ser docente (NÓVOA, 2009; TARDIF, 2000).  

Assim, é crucial refletir e discutir sobre a formação continuada dos 

professores, evidenciando a profissionalização e a formação em exercício para 

obtenção de vivências frutíferas e experiências enriquecedoras que decorrem da 

experiência profissional. Conforme expõe Larrosa (2005), “[...] a experiência é o que 

nos passa e o modo como nos colocamos em jogo nós mesmos, no que se passa 

conosco. A experiência é um passo, uma passagem” (LARROSA, 2005, p. 66-67). 

Pimenta (1996) complementa a ideia anterior, mencionando que o saber da 

experiência enquanto vivência social acumulada é constituída no processo de 

interação humana. Nessa perspectiva, a construção da identidade docente decorre 

das suas relações com o outro, do convívio com professores e com colegas de 

profissão que, de forma significativa, contribuem para a construção da identidade 

profissional, dos princípios e valores constituídos pelo sujeito professor. 

Pimenta (1996) trata, ainda, sobre o saber da experiência e sua importância 

para a constituição do sujeito professor: 

Constrói-se também pelo significado que cada professor enquanto autor e 
ator, confere à atividade docente no seu cotidiano, a partir de seus valores, 
de seu modo de situa-se no mundo, de sua história de vida, de suas 
representações, de seus saberes, de suas angústias e anseios, no sentido 
que tem em sua vida o ser professor (PIMENTA, 1996, p. 76). 

Assim, tendo em vista que é inverossímil separar o profissional do ser social, 

político e cultural, as experiências acumuladas e vivenciadas pelos professores o 

constituem, além de serem essenciais para o desenvolvimento de sua prática 



26 
 

pedagógica. É nesse ponto que a formação continuada possibilitará a reflexão e 

oportunizará, por meio da pesquisa, a busca por melhorias e valorização do seu fazer 

pedagógico. 

Nesse sentido, segundo Pretto e Riccio (2010), a concepção de formação 

docente deve ser compreendida “[...] numa perspectiva de formação para a autonomia 

e isso demanda pensá-la de forma ampla, onde se busque a identificação do potencial 

de cada um com a valorização e intensificação deste potencial” (PRETTO; RICCIO, 

2010, p. 163). Acredita-se, portanto, na formação continuada de docentes como um 

processo contínuo do professor, cuja concepção deve estar atrelada à inovação e à 

significação desse processo, possibilitando melhorias para a prática pedagógica e 

para a valorização profissional do professor, inclusive no nível superior. 

Convém fazer referência às terminologias historicamente usadas para a 

formação contínua de professores. Conforme Tardif (2002), as representações 

pensadas e praticadas pelos professores trazem sentido e significações, dando 

intencionalidade e sentido à prática pedagógica desenvolvida por este profissional. 

Nesse sentido, a terminologia formação continuada ou contínua será adotada nesta 

pesquisa, por conceber o significado do processo como ação formadora do docente 

que busca permanentemente refletir para e sobre sua ação pedagógica. 

 

2.2. Concepção de prática pedagógica 

O desenvolvimento da prática pedagógica do professor reflete uma série de 

elementos, pois a ação pedagógica deste sujeito é permeada de intenções, teorias, 

vivências e saberes, construídos desde o processo de formação inicial até o exercício 

da profissão. Assim, vem à tona a dimensão humana do trabalho docente, que Paulo 

Freire (1996, p.94) refere como essencial para a “[...] reinvenção do ser humano no 

aprendizado de sua autonomia”. Dessa forma, o professor não pode desvincular a sua 

ação dos princípios e saberes apreendidos e construídos no decorrer da sua formação 

e atuação, logo esta prática pedagógica é também social por favorecer a reflexão do 

papel docente a partir dos efeitos da interação humana. 

Atrelada a essa ideia, Freire (1996, p. 22) destaca que “A reflexão crítica sobre 

a prática se torna exigência da relação teoria/prática sem a qual a teoria pode ir 



27 
 

virando blá blá bla e a prática, ativismo”. Assim, segundo Franco (2016, p. 536), a 

concepção de prática pedagógica só será concebida quando possibilitar a reflexão 

contínua e coletiva, sendo que esta última tem como objetivo a “[...] construção de 

práticas que garantam que os encaminhamentos propostos pelas intencionalidades 

possam ser realizados”. 

Tardif (2002) também evidencia a prática do professor em sua totalidade, 

expondo o conjunto de representações que se justificam nos discursos e nas práticas 

docentes. Desse modo, o professor configura-se como um sujeito social e humano, 

que influencia e é influenciado pelo contexto, princípios, teorias e tradições educativas 

e culturais do mundo que o rodeia. 

Destaca, portanto, a interação humana como objeto essencial dos modelos 

de trabalho desenvolvidos pelos docentes revelando que “ensinar é trabalhar com 

seres humanos, sobre seres humanos, para seres humanos” (TARDIF, 2009, p. 31). 

Desse modo, o autor traz uma dimensão importante para o entendimento da prática 

pedagógica desenvolvida por estes profissionais com foco na “[...] totalidade dos 

componentes desse trabalho” (TARDIF, 2009, p. 39). 

Freire (1996) também trata da dimensão humana na ação pedagógica do 

professor, evidenciando o papel docente enquanto profissional capaz de desenvolver 

a sua ação com base em fins significativos. Isso não se restringe a um executar 

mecânico, mas sim ao exercício de conscientização e ética, em que o professor é 

um sujeito atuante, que reflete e dá significado à ação pedagógica com e para os 

outros (humanos). 

(...) é exatamente neste sentido que ensinar não se esgota no “tratamento” 
do objeto ou do conteúdo, superficialmente feito, mas se alonga à produção 
das condições em que aprender criticamente é possível. E essas condições 
implicam ou exigem a presença de educadores e de educandos criadores, 
instigadores, inquietos, rigorosamente curiosos, humildes e persistentes. 
(FREIRE, 1996, p. 26). 

Assim, Tardif (2009) e Freire (1996) concebem a prática docente como uma 

ação intencional e reflexiva, pois os professores dão sentido e significados ao seu 

saber fazer, uma vez que vivenciam experiências pessoais e diversificadas. Dessa 

forma, segundo os autores, refletem sobre o seu fazer pedagógico, construindo, 

assim, a “[...] cultura própria da profissão” (TARDIF, 2009, p. 38). Tomando desse 

ângulo, Tardif (2009, p. 39)) expõe sobre a docência no espaço formal e organizado: 



28 
 

Como todos os trabalhos da sociedade atual, a docência se desenvolve em 
um espaço já organizado que é preciso avaliar; ela também visa a objetivos 
particulares e põe em ação conhecimentos e tecnologias de trabalho próprias; 
ela se encaminha a um objeto de trabalho cuja natureza é, como veremos, 
cheia de consequências para os trabalhadores; enfim a docência se realiza 
segundo um certo processo do qual provém determinados resultados. 

Franco (2016) enfatiza a prática educativa e sua articulação mútua com a 

prática pedagógica. Todavia, o autor faz uma diferenciação no foco e na abrangência 

das terminologias usadas: a prática educativa diz respeito aos processos 

educacionais, ao passo que a prática pedagógica refere-se às práticas sociais que 

atinjam os objetivos pedagógicos.  

Os apontamentos e discussões propostos por Tardif (2002) também trazem, 

de forma não tão específica, essa articulação entre as terminologias supracitadas, 

uma vez que visualiza a atividade docente relacionada ao trabalho de identificação da 

atividade educativa, cuja intenção é a interação social através da ordem pedagógica. 

Nesse sentido, a “[...] heterogeneidade da atividade dos professores, no que se refere 

aos tipos de ação concretamente mobilizados, permite compreender, por que a 

literatura sobre o ensino propõe visões diferenciadas da profissão” (TARDIF, 2002, p. 

175). 

Franco (2016) declara que, para a definição de um conceito de prática 

pedagógica, torna-se essencial a discussão sobre a pedagogia e as concepções 

imbuídas do próprio sentido de prática e papel do docente, item que se discutirá no 

decorrer desta escrita. Nessa perspectiva, o entendimento sobre prática pedagógica 

fica mais claro a medida que evidencia a práxis pedagógica como ação reflexiva, 

consciente e participava do professor (FRANCO, 2016). Assim, Franco (2016) 

conceitua a prática pedagógica conforme exposto a seguir: 

Quando se fala em prática pedagógica, refere-se a algo além da prática 
didática, envolvendo: as circunstâncias da formação, os espaços-tempos 
escolares, as opções da organização do trabalho docente, as parcerias e 
expectativas do docente. Ou seja, na prática docente estão presentes não só 
as técnicas didáticas utilizadas, mas, também, as perspectivas e expectativas 
profissionais, além dos processos de formação e dos impactos sociais e 
culturais do espaço ensinante, entre outros aspectos que conferem uma 
enorme complexidade a este momento da docência (FRANCO, 2016, p. 542). 

Tendo em vista essas considerações, Campos (2007) menciona que, para o 

professor assumir a docência, ele traz condicionantes que interferem 

significativamente na sua prática pedagógica: a) os modelos que são baseados em 

princípios tidos como referência; b) e as experiências e contatos com outros 



29 
 

professores. Ele entende que esses condicionantes são internalizados pelo professor 

ainda no seu processo de formação, constituindo assim, as crenças. 

Freire (1996) também destaca que a ação pedagógica do professor é 

composta de escolhas, portanto não há neutralidade nessa mediação, logo, todas as 

ações são consubstanciadas e consubstanciam teorias, princípios e práticas, 

interferindo na forma de pensamento e condução do processo de ensinar o ser 

humano. Assim, o autor expõe que “Não posso ser professor se não percebo cada 

vez melhor que, por não poder ser neutra, minha prática exige de mim uma definição. 

Uma tomada de posição. Decisão, ruptura. Exige de mim que escolha entre isto ou 

aquilo” (FREIRE, 1996, p.102)  

Diante das concepções de prática pedagógica expostas nesta seção, é 

interessante destacar a complexidade do conceito da prática pedagógica do professor, 

pois a ação desse profissional não revela somente uma dimensão ou uma tendência, 

mas diz respeito a uma discussão maior, pautada na concepção de docente, de aluno, 

de educação, de sociedade. Tais atores influenciam diretamente na concepção de 

prática pedagógica a ser desenvolvida e experenciada pelo professor, logo, como 

destaca Franco (2016, p.536), “[...] subjetividades pedagógicas são traços culturais 

compartilhados com os sujeitos, desse modo não pertence por inteiro aos docentes”.    

Sendo assim, pode-se indagar: como os professores articulam os 

conhecimentos, as vivências e as aprendizagens na sua prática pedagógica? A 

indagação remete ao exposto por Libâneo (1998), quando aborda o modo como os 

docentes planejam o seu trabalho, que conteúdos ministram, as estratégias de ensino 

e as formas de avaliação utilizadas na condução da sua prática pedagógica, haja vista 

que tais ações estão estritamente relacionadas aos “[...] pressupostos teóricos-

metodológico, explicita ou implicitamente” (LIBÂNEO, 1998, p. 19). O autor esclarece 

que os pressupostos implícitos decorrem tanto da escola como do contato com outros 

docentes no seu processo de formação, e que esta vivência coletiva interfere na forma 

de condução da prática docente futura, pois os modelos pedagógicos apresentados 

pelos formadores são incorporados pelos docentes mais novos no seu fazer 

pedagógico.  

Por outro lado, o referido autor aborda que alguns docentes rompem com esta 

postura e buscam compreender de forma mais ampla a sua prática. Assim, trazem 



30 
 

suas convicções e princípios, refletem e repensam suas ações, levando em conta a 

sua visão de mundo, de homem e de educação. Revela ainda que um grupo 

expressivo de professores baseiam as suas ações intencionais ao modismo de uma 

época, reproduzindo técnicas e ações, ou seja, tendências usadas em uma 

determinada situação e em um determinado tempo histórico, sem nenhuma reflexão 

e aproximação com o cenário de atuação. 

A partir dessas considerações, Franco (2016) explana sobre o conceito da 

prática pedagógica a partir do entendimento da relação entre Pedagogia, concepções, 

tendências pedagógicas e prática docente. O referido autor afirma: “A prática 

pedagógica é o sustentáculo da prática docente num diálogo contínuo entre sujeito e 

suas circunstâncias e não como armaduras à prática, que fariam com que esta 

perdesse sua capacidade de construção de sujeitos” (FRANCO, 2016, p. 538). 

Corroborando com essas ideias, Freire (1996) ressalta a dimensão do 

comprometimento do docente para com a ação pedagógica desenvolvida pelo 

professor no exercício da sua atividade. O autor aponta questões pertinentes, tais 

como: 

[...] não posso ser professor sem me pôr diante dos alunos, sem revelar com 
facilidade ou relutância minha maneira de ser, de pensar politicamente [...] 
daí, então, que uma de minhas preocupações centrais deva ser a de procurar 
a aproximação cada vez maior entre o que eu digo e o que faço, entre o que 
pareço ser e o que realmente estou sendo (FREIRE, 1996, p. 96). 

Desse modo, o diálogo acerca dos fragmentos sobre prática pedagógica entre 

Freire (1996) e Franco (2016) acentua a relação entre a ação pedagógica intencional 

e o papel do professor, pois tal ação gera resultados a partir das finalidades, do 

planejamento, do senso reflexivo e crítico e do compromisso com o processo de 

ensinar. 

Nesse sentido, atribui-se grande relevância à ação intencional do professor. 

Segundo Silva (2011a, p. 22), “[...] a intencionalidade traduz-se no traçar, no 

programar, no documentar a realização do trabalho”. Tomando desse ângulo, a ação 

intencional do professor é um planejamento, haja vista que é perceptível conjecturar 

sobre as concepções teóricas presentes na prática cotidiana dos docentes que 

revelam a forma de ser e atuar deste profissional (SILVA, 2011a). 

Um ponto comum entre Silva (2011a) e Franco (2016) diz respeito à ação 

planejada com finalidade e propósitos, o que traz à tona a concepção de prática 



31 
 

pedagógica enquanto práxis, ou seja, revelando o compromisso do professor em 

desenvolver uma ação consciente e participativa, longe de ser uma ação regida por 

regras e que não permita o saber reflexivo do professor.  

Os apontamentos de Bossle (2008) coadunam com essas reflexões. O autor 

ressalta que “[...] a prática pedagógica será percebida como o fio condutor desse 

cotidiano, que envolve, neste estudo, as rotinas e os momentos que compõem o fazer 

diário da professora” (BOSSLE, 2008, p. 30). Desse modo, é no fazer diário dos 

docentes que a formação continuada deve traçar e projetar estratégias e ações que 

possibilitem a reflexão, o desenvolvimento crítico e o repensar aos professores. 

Nessa perspectiva, convém referir Silva (2011a), que explana sobre a 

formação continua do professor:  

[...] o professor vai se constituindo como profissional à medida que investe no 
seu campo de trabalho, experenciando suas próprias modificações e 
superações, tanto de modo individual quanto ao estabelecer conexões com 
seu espaço coletivo (SILVA, 2011a, p. 204). 

Assim sendo, o fazer docente e sua ação intencional constituem-se a partir de 

uma dinâmica contínua de ação, reflexão, construção e transformação, em que as 

ações são planejadas e registradas com a finalidade não só de sistematizar os 

caminhos trilhados, como também de possibilitar a reflexão, o repensar e o traçar de 

muitas e diferenciadas práticas que a cada momento histórico trará expressões e 

desafios à atividade pedagógica. É necessário, portanto, levar em conta a totalidade 

de circunstâncias vigentes, a fim de compreender a multiplicidade de ações 

desenvolvidas pelo professor no processo pedagógico, como também os desafios 

eminentes propostos na formação continuada destes sujeitos. 

 

2.3. Formação Continuada enquanto processo de (re) significação da prática 

pedagógica de professores no Ensino Superior 

A urgência por uma formação de professores que corresponda às 

necessidades e demandas de um contexto informatizado se faz presente nas 

discussões e cenários da atualidade, visto que o processo de formação docente, tanto 

em seu estágio inicial como continuado, recebe críticas contundentes por se tratar, 

ainda, de processos de fragmentação dos conteúdos, desarticulação da teoria com a 

prática e mecanização das ações pedagógicas do professor (FERREIRA, 2009). Essa 



32 
 

afirmação é suficientemente sugestiva para trazer uma multiplicidade de reflexões 

sobre como vem acontecendo a formação dos professores atuantes no Ensino 

Superior.  

Freire (2009) destaca, portanto, os discursos e práticas antagônicas no 

processo de formação docente, conforme citação a seguir: 

Na graduação, como alunos questionam as incoerências teóricas- 
metodológicas que percebem [...]. Como profissionais em ação, com 
frequência acomodam-se em um conformismo que os leva a criticar o sistema 
educacional; contudo, exceto no âmbito do discurso e da retórica continuam 
incoerentemente reproduzindo velhas práticas, mesmo quando contam com 
instrumentos como o computador e a internet em suas instituições e têm 
acesso a programas de formação continuada [...] (FREIRE, 1996, p. 17). 

Nessa lógica, é fundamental repensar o processo formativo dos docentes, 

dando ênfase à formação continuada, a fim de romper com o conformismo e a prática 

de ações mecânicas e tradicionais que não atendam às reais demandas da atual 

conjuntura. Corazza (2005) evidencia a contribuição da formação continuada, partindo 

do princípio da desacomodação e do enfrentamento de novos papéis a serem 

assumidos pelo profissional: 

Para isso, é preciso desaprender-perder-esquecer o dado e o feito que nos 
legaram de herança, fazer deles uma coisa-nenhuma ou nenhum-dado, 
nenhum-feito. É preciso desaprender o aprendido para poder ser partícipe 
das forças de transformação, transfiguração, procriação e criação da 
educação. Ser educador não é só acumular, guardar, conservar, usar, mas 
abandonar, largar, gastar e, nesse gasto, readquirir, retomar, para poder se 

revitalizar (CORAZZA, 2005, p. 8). 

Tardif (2000) tece comentários sobre a insatisfação de muitas pessoas em 

relação à formação de professores, enfatizando que esta seja feita fora dos modelos 

dominantes da cultura universitária, pois é a partir da epistemologia da prática 

profissional e dos saberes docentes que se (re) cria e inova o ofício de ser professor. 

Brito (2006, p. 41) também ressalta a importância de discutir a formação 

docente, evidenciando uma reflexão a partir da “[...] complexidade da tarefa de 

ensinar”. Assim, com base nas exposições dos autores supracitados, torna-se 

inevitável escrutinar o processo de formação continuada dos professores na 

perspectiva de possibilitar a “[...] ressignificação da cultura profissional, valorizando, 

práticas docentes participativas, reflexivas e, sobretudo, críticas” (BRITO, 2006, p. 41). 

Importante salientar, ainda, que a concepção de formação continuada de 

professores deve ultrapassar o caráter meramente técnico. Tais princípios são 



33 
 

defendidos por Perrenoud (2002), Tardif (2000), Brito (2006) e Nóvoa (2009), os quais 

entendem que, para que esse processo formativo alcance patamares significativos, 

proporcionando uma mudança paradigmática e de destaque para a profissão docente, 

é fundamental priorizar os saberes dos professores, diminuindo a dicotomia entre a 

formação e a realidade da sua atuação. Com isso, segundo os referidos autores, 

rompe-se com o caráter técnico e mecanicista da docência. 

Para ilustrar esse cenário e potencializar a discussão sobre a necessidade de 

repensar a formação continuada de professores, Perrenoud (2002) cita orientações 

básicas do processo de formação docente. Nesse sentido, o autor evidencia a “[...] 

transposição didática baseada na análise das práticas e em suas transformações; um 

referencial de competências que identifique os saberes e as capacidades necessários 

e um plano de formação organizado em torno das competências” (PERRENOUD, 

2002, p.16). 

Cabe mencionar, também, levando em conta o exposto por Perrenoud (2002) 

sobre a formação continuada dos professores, a aprendizagem do docente baseada 

em situação-problema, possibilitando a articulação da teoria com a prática, haja vista 

a necessidade de trazer para o espaço de formação o desenvolvimento das 

competências do professor a partir da dimensão real da prática pedagógica. Um de 

seus pontos fundamentais de análise sobre a formação docente consiste na “[...] 

avaliação formativa baseada na análise do trabalho; tempos e dispositivos de 

integração e de mobilização das aquisições; uma parceria negociada com os 

profissionais; uma divisão dos saberes favorável à sua mobilização no trabalho” 

(PERRENOUD, 2002, p. 16). 

Entende-se que tais orientações são aplicadas também no contexto 

universitário. As estratégias e possibilidades que desencadeiam um (re) construir da 

formação continuada de professores no Ensino Superior devem perpassar pela 

concepção do docente enquanto ser social e humano, capaz de refletir sobre a sua 

prática e a partir dela buscar superar a separação entre pensamento/ação (NÓVOA, 

2009). 

Sendo assim, Maldaner e Schnetzler (1998) também destacam a formação 

continuada dos docentes como essencial para a superação da dicotomia entre teoria 



34 
 

e prática. Os autores acrescem a ideia da inserção da pesquisa enquanto método 

formativo da profissão docente. Os referidos autores entendem que é preciso 

[...] superar visões simplistas no tratamento da questão da formação e 
atualização dos professores - com o desenvolvimento e implantação de 
processos de formação continuada como atribuição do trabalho profissional... 
Com isso, deixaríamos de pesquisar sobre os processos (equivocados) de 
ensino e outras práticas educativas dos professores e professoras de escolas 
para criamos, de forma conjunta, espaços de debate dos avanços 
conseguidos pelos que fazem educação nessas instituições e das condições 
para separamos entraves que impedem uma ação mais qualificada no 
processo educacional como um todo (MALDANER; SCHNETZLER, 1998, 
p.195-196). 

A pesquisa, sendo a dimensão internalizada no processo formativo e no 

exercício da profissão, favorece a capacidade dos docentes de se conceberem como 

sujeitos capazes de ocupar espaço e produzir ciência, permitindo de forma criativa e 

inovadora a teorização das dimensões pedagógicas sob o seu olhar e vivência 

(GHEDIN, 2009). Dessa forma, aguça-se a capacidade inventiva e transformadora a 

partir do seu cotidiano e realidade, propondo “[...] novas formas de agir e de ser do/no 

mundo” (GHEDIN, 2009, p. 17).  

Tal concepção causa mudanças paradigmáticas que visam recolorir as lentes 

do professor universitário de modo que conceba a sua ação pedagógica não como 

mera instrução, mas sim como fazer conjunto, pois “[...] a habilidade central da 

pesquisa aparece na capacidade de elaboração própria, ou de formulação pessoal, 

que determina, mais que tudo, o sujeito competente [...]” (DEMO, 1997, p 23). 

Tendo por base as discussões levantadas no que concerne ao repensar da 

formação docente, especificamente no Ensino Superior, e tendo-a como um processo 

contínuo e permanente, é relevante destacar que as instituições de ensino devem 

assegurar cada vez mais uma formação pautada na associação e articulação dos 

conhecimentos teóricos à vivência prática.  

Com isso, possibilita-se aos professores em exercício uma qualificação 

coerente e condizente aos seus saberes e anseios. Além disso, tais debates propiciam 

um espaço de ressignificação e construção, em que o professor universitário seja 

capaz de gerar sua própria aprendizagem, tendo atitude, autonomia e compromisso 

em buscar cada vez mais por uma práxis pedagógica reflexiva e transformadora, com 

foco na investigação e na pesquisa (GHEDIN, 2009). 



35 
 

O palco onde se situam as discussões sobre a formação continuada de 

professores envolve o contexto tecnológico e informatizado, em que as TICs exercem 

influências no campo educacional, desafiando os profissionais que nele atuam a 

repensarem novas formas de ensinar e aprender. Assim, é cada vez mais frequente 

as contestações e insatisfação sobre a forma como os professores vêm sendo 

formados e se sua atuação atende a realidade do mundo global e da sociedade de 

informação que se projeta na atualidade. Portanto, é de suma relevância explicitar  a 

formação continuada de professores em meio ao contexto de inserção e utilização das 

TICs. 

As TICs possibilitam transformações estruturais e científicas, influenciando 

também nas relações sociais e educacionais, pois revelam a transição da sociedade 

de informação para a sociedade de conhecimentos (CASTELLS, 2006). Nesse 

sentido, Castells (1996) destaca a mente humana como mola propulsora de um 

espaço cada vez mais tecnológico. 

A difusão da tecnologia amplifica seu poder de forma infinita, à medida que 
os usuários apropriam-se dela e a redefinem. As novas tecnologias da 
informação não são simplesmente ferramentas a serem aplicadas, mas 
processos a serem desenvolvidos. Usuários e criadores podem tornar-se a 
mesma coisa. Dessa forma, os usuários podem assumir o controle das 
tecnologias [...]. Pela primeira vez na história, a mente humana é uma forma 
direta de produção, não apenas um elemento decisivo no sistema produtivo 
(CASTELLS, 1996, p.51). 

Ao fazer referência à citação de Castells (1996), é importante salientar os 

cenários de criação e produção decorrentes dos avanços tecnológicos e da inserção 

das TIC no campo da educação. Tais transformações intercalam o tempo, espaço e 

trabalho e afetam consubstancialmente no nosso modo de ser e estar, “[...] 

demandando rearranjos e criações humanas que nos possibilitam interagir com o 

novo, compreender o desconhecido” (MOROSOV, 2008, p.748).  

Diante desse cenário, evidencia-se a passagem da sociedade industrial para 

a sociedade das informações e do conhecimento. Delors (1999) denomina esta última 

de ‘sociedade educativa’, sendo caracterizada pela busca contínua de aprendizagens 

e de competências oriundas não somente dos espaços formais de ensino, mas 

também dos ambientes não formais, isto é, de espaços que podem promover o 

desenvolvimento de múltiplas possibilidades para aprender. 



36 
 

Desse modo, as TICs, segundo Sancho (2006), apresentam efeitos 

consideráveis que englobam desde a estrutura do que pensamos até a virtualização 

de espaços, o que ocasiona o surgimento de desafios, como a necessidade de 

desenvolver novas formas de ensino e aprendizagem. Com isso, segundo o autor, é 

preciso refletir sobre os processos educacionais, bem como sobre o papel do 

professor frente às novas demandas decorrente da criação do ciberespaço e dos 

processos de virtualização em concordância com o exposto por Lévy (1999) ao 

abordar as transformações decorrentes do surgimento e introdução das TICs na 

realidade vigente. Para o autor, 

[...] a extensão do ciberespaço acompanha e acelera uma virtualização geral 
da economia e da sociedade. Das substâncias e dos objetivos voltamos aos 
processos que o produzem. Dos territórios, pulamos para o nascente, em 
direção às redes móveis que os valorizam e as desenham. Dos processos e 
das redes, passamos às competências e aos cenários que as determinam, 
mais ainda. Os suportes de inteligência coletiva do ciberespaço multiplicam e 
colocam em sinergia as competências. Do design à estratégia, os cenários 
são alimentados pelas simulações e pelos dados colocados à disposição pelo 
universo digital. Ubiquidade da informação, documentos interativos 
interconectados, telecomunicação recíproca e assíncrona em grupo e entre 
grupos: ciberespaço faz dele o vetor de um universo aberto. Simetricamente 
a extensão de um novo espaço universal dilata o campo de ação dos 
processos de virtualização (LÉVY, 1999, p. 49-50). 

Amplia-se, então, a exigência cognitiva e comunicacional das gerações que 

emergem com a cibercultura, isto é, com a ambiência de conhecimento, de crenças, 

de artes, de éticas, de leis, de costumes, de hábitos e de aptidões desenvolvidos pelas 

sociedades na era digital em rede mundial de computadores (LEVY, 1999).  Tomando 

desse ângulo, o entendimento acerca das TICs fundamenta-se na concepção exposta 

por Miranda (2007, p. 41): “[...] o termo Tecnologias da Informação e Comunicação 

(TICs) refere-se à conjugação da tecnologia computacional ou informática com a 

tecnologia das telecomunicações e tem na Internet a sua mais forte expressão”. 

Ponte (2000) também evidencia a proeminência do computador e a invenção 

dos periféricos, como impressoras, scanners, entre outros, que estão associados ao 

desenvolvimento das telecomunicações. Tais recursos, segundo o autor, generalizam-

se com o termo TICs. Com base nas ideias desenvolvidas nesse parágrafo, torna-se 

evidente que a utilização das TICs na educação traz a necessidade também de buscar 

rupturas da visão simplista de que o espaço da escola limite-se a sua estrutura física. 

Logo, em meio à virtualização e à cibercultura, destaca-se o espaço virtual como um 

ambiente potencializador de buscas, trocas, construções e conhecimento. 



37 
 

Sancho (2006) expõe que muitas pessoas consideram que a inserção das 

TICs no contexto escolar pode ser uma oportunidade para se repensar e melhorar a 

educação. De acordo com o autor, “O computador e suas tecnologias associadas, 

sobretudo a internet, tornaram-se mecanismos prodigiosos [...] e são capazes, 

inclusive, de fazer o que é impossível para seus criadores” (SANCHO, 2006, p.17). 

Nesse viés, Behrens (2005) destaca as mudanças paradigmáticas 

decorrentes da inserção das TICs no contexto educacional, enfatizando as 

necessidades de atualização e formação contínua para atuação e participação na 

sociedade do conhecimento: 

O processo de mudança paradigmática atinge todas as instituições, e em 
especial a educação e o ensino nos diversos níveis, inclusive e 
principalmente nas universidades. O advento dessas mudanças exige da 
população uma aprendizagem constante. As pessoas precisam estar 
preparadas para aprender ao longo da vida podendo intervir, adaptar-se e 
criar novos cenários (BEHRENS, 2005, p. 68). 

Assim, mudanças no cenário da escola e da educação como um todo são 

exigidas no processo de inserção das TICs na escola, tendo em vista a educação dos 

sujeitos em meio à sociedade do conhecimento (LÉVY, 1999), de modo a torná-los 

protagonistas do processo de aprendizagem com foco na construção colaborativa 

entre os pares. Desse modo, o professor assume papel essencial, pois, segundo 

Sancho (2006, p. 16) “[...] a principal dificuldade para transformar os contextos de 

ensino com a incorporação de tecnologias (TICs) diversificadas parece se encontrar 

no fato de que a tipologia de ensino na escola é a centrada no professor”. 

A despeito da complexidade que é proferir sobre as transformações 

necessárias rumo a uma educação de qualidade, é necessário frisar a concepção de 

Moran (2015, p. 12): “[...] Não são os recursos que definem a aprendizagem, são as 

pessoas, o projeto pedagógico, as interações, a gestão”. Dessa forma, a inserção das 

TICs na educação propulsiona reflexões e investigações constantes, pois não se trata 

apenas de os professores mudarem sua forma de ensinar e/ou gerenciar o trabalho 

pedagógico, mas a uma mudança paradigmática como expõe Prensky (2010): 

Embora ainda se faça necessário descobrir muita coisa na educação do 
século XXI – do Ensino Fundamental até o Ensino Médio, tais como a criação 
de um currículo com que todos concordem, uma das metas, na minha opinião, 
agora, está clara: a pedagogia com que devemos ensinar nossas crianças. 
Embora possamos afirmar de várias maneiras diferentes, a direção básica 
para isso está longe daquela velha pedagogia em que o papel do professor é 
dizer (ou falar ou palestrar ou agir como se fosse o “Sábio no Palco”) em 
contraste com a nova pedagogia, em que as crianças ensinam a si mesmas 



38 
 

com a orientação do professor (uma combinação de “aprendizagem centrada 
no aluno”, “aprendizagem baseada em problemas a resolver”, “aprendizagem 
baseada em casos” e o professor sendo considerado o “Guia ao Lado”) 
(PRENSKY, 2010, p. 201-202). 

Dando prosseguimento às possibilidades de ruptura com a pedagogia 

centrada apenas do professor, com a inserção das TICs no ensino suscita-se por uma 

educação e escola diferenciada, de qualidade baseada conforme cita Moran (2015) 

em uma “[...] organização inovadora, aberta, dinâmica, com um projeto pedagógico 

coerente, aberto, participativo; com infraestrutura adequada, atualizada, confortável, 

tecnologias acessíveis, rápidas e renovadas” (MORAN, 2015, p. 23).  

Nessa perspectiva, ressalta-se o sujeito professor bem preparado intelectual, 

emocional, comunicacional e eticamente. Portanto, consoante ao que Moran (2015, p. 

25) considera importante acerca da atuação do professor, destaca-se: “[...] 

educadores maduros intelectual e emocionalmente, pessoas curiosas, 

entusiasmadas, abertas, que saibam motivar e dialogar [...]”. Diante das tessituras 

supracitadas acerca do papel do professor, é cada vez mais evidente no cenário global 

e informatizado a precisão do professor em atuar no ensino como gerenciador e 

mediador de aprendizagens, pois conforme Prensky (2010, p. 202), “Nossa tarefa 

hercúlea é a de deslocá-los [os alunos] pelo mundo afora, em direção à nova 

pedagogia, com a maior rapidez possível”. 

Todas essas necessidades e projeções dizem respeito aos desafios 

decorrentes da utilização das TICs no contexto educacional formal e sistematizado. 

Segundo Moran (2015, p. 30), “Com as tecnologias atuais, a escola pode transformar-

se em um conjunto de espaços ricos de aprendizagens significativas, presenciais e 

digitais, que motivem os alunos a aprender [...] a saber tomar iniciativas e interagir”. 

Tendo em vista a complexidade da discussão acerca da inserção das TICs no 

contexto educacional, bem como o encadeamento dessas transformações para o 

processo de ensinar e aprender, da necessidade de ruptura ao ensino centrado no 

professor, cabe ressaltar a importância da formação de professores nesse contexto, 

haja vista o exposto por Sancho (2006) ao fazer referência ao trabalho docente como 

elemento inicial para as mudanças significativas e efetivas do cenário educacional.  

Nesse sentido, Buarque (2012) também destaca a necessidade de reflexão e 

reinvenção acerca do papel do professor em meio ao contexto global e oceânico de 

informações. Trata-se, portanto, de desafios inerentes à formação de profissionais 



39 
 

com a intenção de proporcionar a sua “[...] reinvenção a fim de servir ao processo de 

aprendizagem do futuro” (BUARQUE, 2012, p, 146). 

Importante salientar, então, conforme Tarcia e Cabral (2012), que o papel do 

professor nesse contexto não deve se restringir apenas à transmissão de conteúdos 

e reprodução de conceitos. De acordo com as autoras, sua atuação deve favorecer o 

desenvolvimento de sujeitos atuantes, críticos e participativos a partir da vivência de 

práticas educativas condizentes às reais demandas do contexto global e mediado por 

tecnologias: 

O então professor, detentor do conhecimento passa a dividir espaço com 
inúmeras fontes e maneiras de veiculação de saberes. Ele deixa de ser o 
único responsável pela transmissão para assumir papel de orientador da 
busca e da construção de conhecimentos por parte dos estudantes que 
efetivamente necessitam de parâmetros e de critérios para lidarem com um 
mundo repleto de estímulos de toda ordem (TARCIA; CABRAL, 2012, p. 148). 

Nessa lógica, a intenção e a ruptura paradigmática decorrente do processo de 

formação continuada de docentes se faz necessária à medida que os professores 

rompam com a função de meros receptores e passem a ocupar a categoria de 

produtores e gerenciadores de aprendizagens e conhecimentos, passando a valer-se 

das TICs no processo de (re) elaboração da sua prática pedagógica. De acordo com 

Pretto e Ricco (2010, p. 156): 

O que queremos aqui destacar é a necessidade de compreendermos a 
formação continuada (ou educação continuada, como prefere Marin) de 
professores como sendo inerente à própria atividade educativa. Atividade 
essa que assume proporções significativas em função da cada vez mais 
generalizada presença das tecnologias digitais de informação e comunicação 
(TIC) em toda a sociedade, mesmo considerando que elas estão acessíveis 
de forma diferenciada para as diversas classes sociais. 

A proposta de formação continuada aliada às mudanças e tendências 

inovadoras não se restringe à mera utilização técnica das TICs, mas sim como 

possibilidade de diversificar as formas de ensinar e de aprender, propiciando ao 

docente a (re) significação da prática pedagógica. Contudo, tal (re) significação só irá 

de fato ocorrer se ele refletir, recriar e reinventar, assumindo seu verdadeiro papel, de 

pesquisador e de construtor do conhecimento. Conforme expõem Veiga e Viana 

(2010, p. 27): 

Nessa perspectiva de produção de dois tipos de conhecimento é que 
podemos alterar a proposta de formação e reverter o papel do “bom 
professor”, ou seja, o de tradutor/ simplificador do conhecimento, a fim de 
torná-lo inteligível aos alunos, para um professor que se revele eficiente, 
claro, interessante e teoricamente  competente para o papel de agente social 



40 
 

interveniente, criador do processo educativo e social, ético no sentido de 
compreender as finalidades sociopolíticas e pedagógicas da educação, 
investigador e construtor do conhecimento. 

 Tori (2016) também ressalta a possibilidade de mudanças significativas, 

ainda que sutis, no contexto escolar a partir da integração, pelos professores, das 

TICs nos processos de ensino. Desse modo, o avanço e a integração das tecnologias 

à educação fomentam a possibilidade de mudanças, portanto, novas formas de 

ensinar e aprender vêm à tona, no sentido de provocar mudanças e reflexões desde 

o projeto pedagógico de um curso, bem como metodologias e estratégias de ensino 

que não centram somente na figura do professor. Isso propicia a flexibilização do 

currículo, a ampliação do espaço escolar físico e tradicional para ambientes virtuais e 

momentos de ensino que combinam as atividades a distância com as presenciais 

(MORAN, 2015). 

Ao fazer referência ao papel do professor no contexto das TICs, torna-se 

essencial enfatizar que todos os recursos tecnológicos, segundo Moran (2015), 

podem contribuir para a construção de uma prática pedagógica inovadora e 

condizente com o cenário de ampliação e amadurecimento das TICs. Nesse sentido, 

o autor destaca a utilização da internet pelo professor como elemento propulsor de 

ações inovadoras à medida que se usa a internet para oportunizar a pesquisa, a 

comunicação e integração entre professores e alunos; alunos e alunos; grupos e 

comunidades de aprendizagem que ultrapassam o espaço físico da sala de aula 

conforme expõe no fragmento a seguir. 

Os professores podem ajudar os alunos incentivando-os a saber perguntar, a 
enfocar questões importantes, a ter critérios na escolha de sites, de avaliação 
de páginas, a comparar textos com visões diferentes. Os professores podem 
focar mais a pesquisa do que dar respostas prontas; podem propor temas 
interessantes e caminhar nos níveis mais simples de investigação aos mais 
complexos [...] (MORAN, 2015, p. 37) 

Diante das modificações potenciais acerca da utilização e integração das TICs 

na prática pedagógica do professor, há que se sublinhar os desafios decorrentes de 

tal mudança, pois conforme ensina Moran (2015), caberá ao professor a construção 

de uma tríade entre tecnologias, metodologias e ensino, objetivando várias formas de 

dar aula, o repensar do processo de avaliação e a reflexão sobre o próprio papel do 

professor em meio ao espaço tecnologizado.  

O mote para a discussão da ação docente em meio a inserção das TICs no 

processo de ensino evidencia o papel da tecnologia enquanto apoio para os alunos 



41 
 

sob a orientação de um professor, visto agora como o mediador de conhecimentos, 

como guia e orientador, como profissional responsável pelo gerenciamento de 

situações que propulsionam aprendizagens significativas aos alunos. Dessa forma, 

segundo demonstra Prensky (2010, p. 203), “[...] O papel do professor não é 

tecnológico, mas intelectual, fornecendo aos alunos contexto, assegurando qualidade 

e ajuda individualizada”. 

O mesmo autor enfatiza que a tecnologia não apoia a velha pedagogia, na 

qual o professor só fala e limita o espaço de ensino, sendo o detentor de todo o saber. 

Na visão do pensador, a tecnologia usada no velho paradigma de exposição se torna 

uma ferramenta sem efeitos, dificultando o envolvimento do aluno por centrar-se 

somente no docente. Em contrapartida, o autor refere-se à nova pedagogia, na qual a 

tecnologia apoia a aprendizagem do aluno, suas descobertas e progressos sob a 

orientação e mediação do professor (PRENSKY, 2010). 

Novas configurações, portanto, são consideradas relevantes no papel do 

professor e da sua prática pedagógica. Silva (2011b) comenta sobre os desafios que 

a cibercultura propicia ao professor e sobre a necessidade de repensar a mediação 

da aprendizagem no contexto do ensino: 

Eles [os professores] precisarão compreender que de meros disparadores de 
lições-padrão deverão se converter em formuladores de interrogações, 
coordenadores de equipes de trabalhos e sistematizadores de experiências 
em interfaces online desenvolvidas para contemplar a interatividade e não a 
unidirecionalidade (SILVA, 2011b, p. 17) 

A partir dessa reflexão, é importante destacar que, na “nova pedagogia”, a 

docência é interativa, o que aponta para uma pedagogia construcionista, cuja base é 

o interacionismo, a colaboração e a interatividade. Evidenciam-se, então, segundo 

Silva (2011b), relações horizontais entre os sujeitos (aluno e professor) com destaque 

para a hibridização e coautoria, assim como múltiplas formas de utilização de mídias 

e ferramentas tecnológicas que provoquem “[...] situações de inquietação criadora, 

(...) e mobilizam a experiência do conhecimento” (SILVA, 2011b, p. 20). 

Importa salientar a perspectiva de ensino construcionista na modalidade de 

educação a distância (EaD), no intuito de primar pelo desenvolvimento das pessoas 

de modo integral. Essa perspectiva, segundo Masseto (2015, p. 156), valoriza a “[...] 

autoaprendizagem, incentivando a formação permanente, a pesquisa de informações 

[...], o exercício da reflexão, o debate, a discussão, o diálogo, a troca de experiências 



42 
 

e ideias”. Tomado desse ângulo, a interaprendizagem (MASSETO, 2015) pode ser 

potencializada com a utilização das TICs, haja vista a promoção das trocas de 

experiências e informações de modo rápido e dinâmico, ultrapassando as barreiras 

geográficas e culturais de forma a aproximar as pessoas e o conhecimento. Isso 

possibilita o desenvolvimento de aprendizagens decorrentes das interações humanas 

mediadas pelas TICs em outros espaços diferenciados do ambiente formal e 

institucionalizado que é a escola (MASSETO, 2015).  

Nessa lógica, é premente a reflexão acerca das abordagens teóricas que 

fundamentam a prática pedagógica dos professores. Defende Libâneo (1998, p. 19) 

que  “[...] o modo como os professores realizam seu trabalho, selecionam e organizam 

o conteúdo das matérias, ou escolhem técnicas de ensino e avaliação tem a ver com 

os pressupostos-metodológicos explícita ou implicitamente”. Sendo assim, ratifica-se, 

mais uma vez, a necessidade de se pensar novas e/ou diferenciadas teorias e 

estratégias pedagógicas que possibilitem um ensino centrado no aluno sob a 

orientação de um professor. Tal perspectiva é exposta por Mattar (2013) ao destacar 

a inevitabilidade de incorporação de teorias, objetivando a inovação da prática 

pedagógica dos docentes. 

Essa é uma discussão essencial na educação porque a incorporação de 
novas tecnologias provoca naturalmente o questionamento das teorias que 
estão por trás de nossas práticas, seja como professores, seja como alunos. 
O já mencionado Proyecto Facebook y la Posuniversidad, por exemplo 
chegou à conclusão de que o desafio está além da incorporação da 
tecnologia em sala de aula, residindo na inovação das práticas pedagógicas 
(MATTAR, 2013, p. 30).  

Atrelado a essas incitações, é primordial a ênfase para o processo contínuo 

de formação docente, haja vista a premência de discussão sobre a qualificação e 

profissionalização desse ator social (TARDIF, 2000). Tal reflexão remete à 

preocupação levantada por Kenski (2015, p. 73) acerca da necessidade de todos 

estarem conscientes e preparados “[...] para assumir novas perspectivas filosóficas, 

que contemplem visões inovadoras de ensino e de escola”.  

A autora chama a atenção para falhas nos programas de formação dos 

professores para o uso das TICs, ressaltando que ainda prevalece a 

instrumentalização para o uso das máquinas (KENSKI, 2015). Todavia, o que se 

propõe com a inserção das TICs baseia-se na mudança paradigmática supracitada 



43 
 

pelos autores Prensky (2010) e Silva (2011b) ao comentarem sobre a nova pedagogia 

e docência on-line. 

Coaduna-se com a concepção apresentada pelos autores mencionados 

acima, ao referirem a necessidade de mudança de filosofia pelo docente acerca da 

utilização das ferramentas tecnológicas não como máquinas que possibilitarão um 

ensino instrucionista, sem interação e baseado no velho paradigma educacional de 

reprodução e memorização dos conteúdos. Ao contrário, como destaca Kenski (2015), 

é preciso revolucionar o ensino por meio da utilização das TICs na educação: 

A filosofia que orienta a preparação docente para o uso das tecnologias 
baseia-se no entendimento de que “preparar para o uso” é preparar para 
trabalhar com a máquina, sem nenhum outro tipo de apoio para que utilizem 
esse novo meio para revolucionar o ensino (KENSKI, 2015, p. 78). 

Para tanto, Tori (2016, p. 44) ressalta a proeminência da educação por meio 

das TICs, evidenciando a contínua evolução e as inúmeras possibilidades que podem 

ser criadas para “[...] a efetiva redução das distâncias físicas e estruturais”. Nessa 

lógica, a formação continuada dos docentes que atuam nos cursos superiores na 

modalidade EaD devem propiciar novas experiências pedagógicas, em que as TICs 

sejam usadas de modo que a cooperação, o diálogo e a participação do docente sejam 

ativos nos processos de ensino e de aprendizagem (KENSKI,2015). 

Torna-se relevante, ainda, comentar sobre a educação na modalidade EaD e 

sua intensa relação com as TICs. De acordo com Formiga (2009, p. 43), a EaD é uma 

relação “[...] biunívoca entre conhecimento e mídia, onde estiver um, estará também 

o outro, uma vez que, simultaneamente, se tornam indispensáveis às práticas 

concretas e eficazes de aprendizagem”. Assim, na próxima seção, discutir-se-á a 

formação continuada dos professores em meio ao ensino mediado pelas tecnologias, 

o papel docente nessa modalidade e a contribuição do designer pedagógico para 

atuação do professor na EaD. 

 

2.4 A formação continuada de professores e as particularidades do ensino na 

modalidade de educação a distância (EaD)  

As tecnologias possibilitam o acesso a conhecimentos e informações em 

escala global, revelando “[...] um mundo cada vez mais complexo, mais veloz nas 

mudanças e mais pluralista” (LITTO, 2009 p.14). Assim, evidencia-se a entrada da 



44 
 

modalidade EaD no século XX: “É na década de 1990 que as universidades começam 

a despertar para a EaD, principalmente aproveitando a disseminação das TICs e sua 

aplicação no processo educacional” (LITTO, 2009, p. 210). 

Nesse contexto, a EaD como modalidade de ensino formal foi legalizada com 

a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96), no artigo 80, que 

determina: “O poder público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de 

programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de 

educação continuada (BRASIL, 1996). 

Essa modalidade não se configurou como uma concorrência direta com a 

educação convencional, mas firmou-se como uma “[...] modalidade com 

características peculiares destinadas a um público distinto e com especificidades 

próprias” (SANTAELLA, 2003, p. 33). Dentro desse panorama, foi instituído o Decreto 

9.057, que define os pressupostos metodológicos e os princípios que permeiam tal 

tipo de educação, destacando as TICs e as múltiplas possibilidades e conceitos 

decorrentes da modalidade: 

Art. 1º. Para os fins deste Decreto, considera-se educação a distância a 
modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos 
processos de ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios e 
tecnologias de informação e comunicação, com pessoal qualificado, com 
políticas de acesso, com acompanhamento e avaliação compatíveis, entre 
outros, e desenvolva atividades educativas por estudantes e profissionais da 
educação que estejam em lugares e tempos diversos. (BRASIL, Decreto 
9.057 de 25 de maio de 2017) 

Assim, Santaella (2003) caracteriza os espaços de aprendizagem propostos 

através da modalidade EaD pela interatividade, pela não linearidade, pela 

heterogeneidade no ambiente virtual e nas redes de construção de conhecimentos e 

de trocas de informação (SANTAELLA, 2003). Tori (2016) enfatiza que, no novo 

espaço, os ambientes virtuais podem e devem conviver paralelamente aos ambientes 

concretos. No entanto, o ambiente virtual “[...] se abre para a criação de espaços 

educacionais radicalmente diferentes” (TORI, 2016, p. 94). 

Acerca dessa relação entre as TICs e a modalidade de ensino EaD, Formiga 

(2009) expõe que, a partir da apropriação das tecnologias, aumentou a oferta de 

cursos na modalidade a distância. Além disso, conforme o autor, a internet foi um 

elemento facilitador dessa aproximação, pois possibilitou inovações e mudanças de 

paradigmas no campo da educação.  



45 
 

A EaD está intrinsecamente ligada às TIC por se constituir setor altamente 
dinâmico e pródigo em inovação, que transforma, moderniza e faz caducar 
termos técnicos e expressões linguísticas em velocidade alucinante. A 
sociedade de informação e do conhecimento reflete-se na EaD pela 
apropriação célere dos conceitos e inovações, que moldam a mídia e se 
refletem na própria EaD (FORMIGA, 2009, p, 39). 

A partir dos avanços tecnológicos e da legalização da modalidade a distância, 

Tori (2016, p. 93) estabelece o “[...] redesenho da sala de aula em um novo ambiente 

virtual de aprendizagem”. Nesse sentido, surge o interesse em abordar peculiaridades 

da modalidade a distância, suas implicações para os processos de ensino e de 

aprendizagem, bem como para a configuração do papel exercido pelo docente frente 

a tal contexto.  

Desse modo, Kenski (2015) chama a atenção para que as TICs “[...] não sejam 

vistas como apenas mais um modismo, mas com relevância e o poder educacional 

transformador que elas possuem” (KENSKI, 2015, p. 73). Em outras palavras, é em 

torno da necessidade de reflexão acerca do papel de professores em prol da oferta 

de um ensino voltado à aprendizagem dos alunos que se enfatiza a importância da 

profissionalização docente e da formação contínua desses sujeitos (TARDIF, 2000). 

Nessa mesma linha, Formiga (2009) destaca que o professor deve buscar educação 

continuada e, com isso, “[...] ele passa a ser um eterno aprendiz, ao dividir e 

compartilhar seus conhecimentos, sobretudo as dúvidas, com os pares [...]” 

(FORMIGA, 2009, p.44).  

Somente assim, é possível visualizar uma proposta de ensino diferenciado, 

mediada com a utilização das tecnologias. Kenski (2015) chama a atenção para o 

cuidado de não reproduzir as formas tradicionais de ensino no universo de 

informatização. Além disso, o autor destaca a necessidade de focar na aprendizagem 

por meio de um ensino inovador. 

As novas tecnologias orientam para o uso de uma proposta diferente de 
ensino, com possibilidades que apenas começamos a visualizar. Não trata, 
portanto, de adaptar as formas tradicionais de ensino aos novos 
equipamentos ou vice-versa. Novas tecnologias e velhos hábitos de ensino 
não combinam (KENSKI, 2015, p. 75). 

Nesse viés, a necessidade de desenvolvimento da profissão docente na 

modalidade EaD torna-se relevante, pois é preciso que este profissional desenvolva a 

autonomia e o conhecimento sobre essa modalidade de ensino, enfatizando o 

planejamento e a execução das atividades permeadas pelo uso das TICs. Com isso, 

contribui-se para a oferta de situações de aprendizagem que sejam enriquecedoras e 



46 
 

promovam mudanças significativas aos alunos e para a prática pedagógica deste 

professor (KENSKI, 2015). 

Corroborando com o exposto por Kenski (2015), Moran (2015) aborda as 

possibilidades de transformações decorrentes da educação a distância no que tange 

à modificação das formas de ensinar e aprender, à flexibilidade da presença física no 

ambiente escolar institucionalizado, à utilização e reorganização de diferentes 

espaços e tempos para a promoção do ensino. O autor também refere os recursos 

midiáticos, as linguagens e os processos que podem vir a oportunizar um ensino 

centrado no aluno. O docente, nesse contexto, torna-se autor e produtor dos recursos 

pedagógicos utilizados nessa modalidade de ensino.  

Sobre as possibilidades de mudanças na prática do professor e na postura do 

aluno, Moran (2015, p. 66) expõe: 

Estamos numa área onde conceitos como o de espaço, tempo, presença 
(física/virtual) são muito mais complexos e exigem uma atenção redobrada 
para superar modelos convencionais, que costumam servir como parâmetro 
para avaliar situações novas. 

Desse modo, o autor ratifica o poder transformador da inserção das TICs na 

educação, afirmando que é preciso “[...] reinventar a educação em todos os níveis e 

de todas as formas” (MORAN, 2015, p. 67). Traz, portanto, o retrato do ensino 

baseado em uma aprendizagem tutorial e entre pares, isto é, entre colegas e entre 

professores totalmente conectados, realizando, a partir das tecnologias trocas 

colaborativas a todo instante (MORAN, 2015). 

Com base nessa lógica de atuação, cabe ao docente planejar ações de ensino 

que favoreçam a aprendizagem dos alunos. Arnold (2003) ressalta o planejamento 

como elemento essencial na elaboração do desenho da disciplina no AVA. Além disso, 

a constituição da comunicação dialógica e das formas adequadas para apresentar o 

material pedagógico da disciplina também são fundamentais, visto que promovem a 

aprendizagem colaborativa e a aproximação do conteúdo à necessidade do aluno. O 

autor ainda refere que: 

É fundamental, entretanto, que o planejamento em EaD transcenda o mero 
desenho de um plano sequenciado, coerente, que inclui uma série de fases 
ordenadas e interdependentes. Ele pode e deve constituir uma oportunidade 
para reflexão sobre a nossa prática educativa de forma geral e sobre nossa 
co- responsabilidade no estabelecimento de prioridades político-educacionais 
que incluam todos os cidadãos, independentemente do seu estrato 



47 
 

econômico social, e garantam sua inserção, de forma crítica e permanente, 
na sociedade (ARNOLD, 2003, p. 178). 

Nessa linha, Santaella (2003, p. 31) trata que os materiais utilizados no 

planejamento de aulas na modalidade de EaD são: “[...] materiais impressos, vídeos, 

ambiente virtual de aprendizagem (AVA), webconferências, e-books e outros recursos 

como estratégias educativas”. Vale ratificar que os espaços virtuais de aprendizagem 

devem promover a interação entre os sujeitos por meio das ferramentas síncronas 

(online) e assíncronas (of line), visto que garantem a interatividade, a 

hipertextualidade e a conectividade, o que se configura como o “[...] diferencial dos 

ambientes virtuais para a aprendizagem individual e grupal” (TORI, 2016, p. 95). 

Arnold (2013) ressalta também que, por se tratar de cursos na modalidade a 

distância, o trabalho desenvolvido é compartilhado entre diversos profissionais, entre 

os quais temos: professores, designers gráficos, webdesigners, editores, designer de 

vídeo, designer de AVA, entre outros. Por conseguinte, a ênfase será no designer 

instrucional, por atuar diretamente com o professor mediador, orientando o docente 

no que concerne ao desenho da disciplina no AVA e na produção dos recursos 

pedagógicos e das mídias que serão disponibilizadas no ambiente virtual. 

Enquanto teoria, o design instrucional representa “[...] um corpo de 

conhecimentos voltado à pesquisa e à teorização das estratégias instrucionais” 

(FILATRO, 2008, p. 04). Trata-se, portanto, de fundamentação teórica acerca do 

processo de produção de conhecimentos e a utilização de estratégias e recursos 

tecnológicos que serão usados, objetivando atender aos diferenciados estilos de 

aprendizagem apresentados pelos alunos (FILATRO, 2008). 

Romiszowski (2004, p. 02) aborda as características do design instrucional: 

O design instrucional realiza análise de necessidades, de 
tarefas/competências, de conteúdo, de ensino (instrucionais). Tais análises 
contribuem para: - aproveitar melhor das mídias - atender à diversidade 
cultural - adotar formas mais flexíveis de realizar o design - viabilizar uma 
produção mais rápida, sem perda de qualidade. 

Assim, de acordo com o exposto por Romiszowski (2004) e Filatro (2008), o 

designer instrucional representa o profissional que atua coletivamente com o docente, 

objetivando a “[...] projeção de soluções para os problemas educacionais específicos” 

(FILATRO, 2008, p. 09). Romiszowski (2004) destaca, ainda, a importância de 

conceber a atividade do designer como uma ação criativa e contextualizada. 



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Juntamente com o docente, deve pesquisar e coletar informações sobre como os 

alunos aprendem, utilizando tais informações para a orientação de propostas de 

ensino que promovam a mediação do conhecimento e o desenvolvimento de 

aprendizagens colaborativas entre os alunos e professores: 

A obtenção e utilização de informações em tempo