ASSISTÊNCIA MULTIPROFISSIONAL AO IDOSO 

INSTITUCIONALIZADO COM DOENÇA DE ALZHEIMER 

 

Multiprofessional assistance to the elderly institutionalized with alzheimer's 

disease 

 

Asistencia multiprofesional al anciano institucionalizado con la enfermedad de 

alzheimer 
 

ZATT, Rafaela1 

COSTA, Arlete Eli Kunz da2  
 

RESUMO 

 

Este estudo possui como objetivo conhecer a percepção da equipe multiprofissional sobre a 

assistência prestada a idosos institucionalizados com Doença de Alzheimer. Trata-se de um 

estudo descritivo, exploratório com abordagem qualitativa. A coleta de dados foi realizada no 

período de julho a setembro de 2017, através de entrevista semiestruturada aplicada à oito 

profissionais da equipe multiprofissional que exercem suas atividades em uma Instituição de 

Longa Permanência. Da análise das entrevistas, emergiram três categorias: a caracterização 

dos principais cuidados dos idosos com Alzheimer, sentido/significado deste cuidado e a 

percepção das dificuldades/facilidades nas formas de cuidado enquanto família e cuidador. 

Observou-se que a equipe multiprofissional possui seu cuidado limitado sobre o idoso, 

focando em ações de tratamento pautado principalmente em fármacos. Para tanto, percebe-se 

as dificuldades encontradas pela equipe e pelos familiares ao cuidado desse idoso, sendo 

necessário buscar alternativas de apoio assistencial. 

 

Descritores: Equipe de Assistência ao Paciente; Envelhecimento: População; Doença de 

Alzheimer. 

 
ABSTRACT 

 

This study aims to know the perception of the multiprofessional team about the care provided 

to elderly institutionalized with Alzheimer's Disease. This is a descriptive, exploratory study 

with a qualitative approach. The data collection was carried out from July to September 2017, 

through a semi-structured interview applied to eight professionals from the multiprofessional 

team that carry out their activities in a Long Stay Institution. From the analysis of the 

interviews, three categories emerged: the characterization of the main care of the elderly with 

Alzheimer's, the meaning / meaning of this care and the perception of the difficulties / 

facilities in the care forms as family and caregiver. It was observed that the multiprofessional 
 

1 
Acadêmica de Enfermagem. Universidade do Vale do Taquari – UNIVATES, RS, Brasil. E-mail: 

lpissaia@universo.univates.br. 
2 
Enfermeira. Doutora em Ambiente e Desenvolvimento. Universidade do Vale do Taquari – UNIVATES, RS, 

Brasil. E-mail: lpissaia@universo.univates.br. 

mailto:lpissaia@universo.univates.br
mailto:lpissaia@universo.univates.br


 

 

 

 

team has limited care about the elderly, focusing on treatment actions based mainly on drugs. 

In order to do so, one can perceive the difficulties encountered by the staff and their relatives 

in the care of this elderly person, and it is necessary to seek alternative care assistance. 

 
Descriptors: Patient Care Team; Aging: Population; Alzheimer's disease. 

 
RESUMEN 

 

Este estudio tiene como objetivo conocer la percepción del equipo multiprofesional sobre la 

asistencia dada a ancianos institucionalizados con la Enfermedad de Alzheimer. Es un estudio 

descriptivo, exploratorio y con enfoque cualitativo. La recolección de datos fue hecha en el 

período de julio a septiembre de 2017, a través de entrevista semiestructurada aplicada a ocho 

profesionales del equipo multiprofesional que ejercen sus actividades en una Institución de 

Larga Permanencia. A partir del análisis de las entrevistas surgieron tres categorías: la 

caracterización de los principales cuidados de los ancianos con Alzheimer, 

sentido/significación de este cuidado y la percepción de las dificultades/facilidades en los 

modos de cuidado como familia y cuidador. Se observó que el equipo multiprofesional tiene 

su cuidado limitado sobre el anciano, enfocándose en acciones de tratamiento pautado 

básicamente en fármacos. Por lo tanto, se perciben las dificultades encontradas por el equipo  

y por los familiares al cuidado del anciano, haciéndose necesaria la búsqueda de alternativas 

de apoyo asistencial. 

 

Descriptores: Equipo de Asistencia al Paciente; Envejecimiento; Población; Enfermedad de 

Alzheimer. 

 
1 INTRODUÇÃO 

 
 

O envelhecimento humano tem seu início no momento da concepção e representa a 

passagem do tempo e não uma patologia em seu sentido literário, que conforme Kauffman 

(2011) trata-se de uma experiência singular e maravilhosa que possui notário e extraordinário 

valor no ciclo vital. Conforme Silva (2012), o processo de envelhecimento da humanidade é 

visto como um fenômeno complexo e vivenciado de diferentes maneiras pelas pessoas, de 

acordo, com as condições intrínsecas, individuais e do ambiente onde estão inseridos. 

No Brasil as taxas de envelhecimento populacional vem crescendo nas últimas 

décadas, estima-se entre 2045 e 2050 a expectativa de vida do brasileiro seja de 76,9 anos de 

idade, ou seja uma população idosa crescente conforme comenta Kauffman (2012). No 

avançar da idade é comum o surgimento de algumas doenças como Hipertensão Arterial 

Sistêmica (HAS) e Diabetes Mellitus (DM), dentre as quais se destaca a Doença de Alzheimer 

(DA) (SILVA, 2012). 



 

 

 

 

Sendo assim, o envelhecer para Caldas (2002) significa ter um equilíbrio orgânico, 

psicológico e social, as pessoas vão adquirindo esse status desde o nascimento, se tornando 

cada vez mais independentes e autônomas, ou seja, desenvolvem habilidades que as tornam 

suficientes para o autocuidado e para gerir a própria vida. Com o passar dos anos o organismo 

vai diminuindo sua capacidade funcional, demostrando que esse processo de envelhecer 

abrange uma dependência ainda maior da família e dos cuidadores (CASSIANO et al., 2008). 

Neste sentido, trata-se de uma fase que exige muito cuidado, paciência, amor, apoio, 

respeito e que se faz necessário um conjunto de ações e serviços contínuos para a prevenção, 

promoção, proteção e recuperação da saúde (CRUZ et al., 2015). Sendo assim, este estudo 

justifica-se pela curiosidade de saber como é ser idoso, como é viver nesta fase onde, na 

maioria das vezes, as vivências são substituídas pelas histórias, sempre me instigou a saber 

como o cuidado deve ser direcionado a este público e como os profissionais se sentem 

cuidando deles. 

Tudo isso, seguido pela curiosidade durante a realização de estágio curricular 

supervisionado de enfermagem, realizado em um hospital de pequeno porte, localizado em 

um município do Vale do Taquari. Durante este período foi realizada uma visita ao Centro de 

Cuidados Especiais (CCE), Instituição de Longa Permanência (ILP) localizada próximo ao 

hospital, o mesmo foi fundado no dia 08/10/2008, a partir da necessidade regional de 

cuidadores para as pessoas idosas. 

Neste contexto, o estudo possui como objetivo conhecer a percepção da equipe 

multiprofissional sobre a assistência prestada aos idosos institucionalizados com Doença de 

Alzheimer. 

 
2 MATERIAIS E MÉTODOS 

 
 

A pesquisa caracteriza-se por uma abordagem qualitativa, cuja análise auxilia no 

entendimento de como é a percepção da equipe multiprofissional frente ao cuidado do idoso 

com DA. Com base no seu objetivo, optou-se por um estudo descritivo, exploratório, que 

partiu da necessidade de explorar uma situação não conhecida a partir da percepção e vivência 

dos sujeitos do estudo, expondo e explicando fenômenos e permitindo levantar possíveis 

problemas para futuras pesquisas. 

O estudo foi realizado com profissionais oriundos da equipe multiprofissional atuante 

na ILP, selecionados de forma aleatória. Inicialmente foi realizado contato pessoalmente, 



 

 

 

 

convidando-os para participarem do estudo. Adotaram-se como critérios de inclusão estar 

trabalhando há no mínimo um ano no local. No primeiro contato foram explicados os 

objetivos do estudo, bem como foi lido e assinado o Termo de Consentimento Livre e 

Esclarecido (TCLE) em duas vias. A equipe entrevistada foi composta por enfermeiros, 

cuidadores de idosos, técnicos em enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas e médicos. 

A coleta de dados aconteceu entre os meses de julho e setembro de 2017, por meio de 

entrevista semiestruturada, realizada na própria estrutura da ILP, garantindo a privacidade, 

sendo que os momentos tiveram seus áudios gravados e posteriormente transcritos. Alguns 

aspectos envolvidos na entrevista com a equipe multiprofissional foram: os principais 

cuidados, sentido e significado deste cuidado em relação com o idoso, as formas de cuidado 

direcionadas ao idoso com DA e como percebe dificuldades/ facilidades enquanto cuidador e 

enquanto família. 

A análise do conteúdo seguiu os pressupostos de Minayo (2008). Os nomes dos 

participantes foram substituídos por codinomes de pedras preciosas respeitando os critérios 

éticos envolvidos. A presente pesquisa segue as recomendações descritas na Resolução n° 

466, de 12 de dezembro de 2012, garantindo sigilo das informações, e teve início após 

aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa (COEP), sob o número do parecer 

077691/2015. 

 
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 

 
 

Foram entrevistados oito profissionais da área da saúde que trabalham na ILP: dois 

enfermeiros, um técnico em enfermagem, um cuidador de idosos, um fisioterapeuta, um 

nutricionista e dois médicos. O tempo de atuação destes profissionais no local variou entre um 

a oito anos. 

Em relação à percepção da equipe multiprofissional frente ao cuidado do idoso com 

DA, foi possível identificar que suas necessidades são de cuidados básicos, principalmente, 

avaliar a condição nutricional, adequando a alimentação saudável, higiene corporal, sempre 

procurar estimular o autocuidado, verificar as condições de cada indivíduo, buscando 

incentivar a realização de atividades físicas sem auxílio e a necessidade de uma atenção 

especial em amor, carinho e paciência. 

Observou-se que a equipe multiprofissional possui seu cuidado limitado sobre a DA, 

focando ações de tratamento pautadas em fármacos que têm como propósito retardar os 



 

 

 

 

sintomas, diminuindo assim, os sinais da doença. Dessa forma, acabam esquecendo o uso de 

alternativas de tratamento como, por exemplo: terapia de orientação à realidade, através de 

uso de jornais, estimulação cognitiva, oficinas terapêuticas, vídeos, fotografias de familiares, 

verificando a necessidade de um apoio psicológico, tanto para a equipe quanto para a família. 

Portanto o estudo evidenciou um cuidado contínuo, garantindo conforto, melhor 

qualidade de vida e manutenção de um estado de saúde condizente com a realidade. Mas, se 

faz necessário um cuidado mais global, uma abrangência na sua integridade física, na 

integridade psíquica, desse paciente e até na vida social dele, porque cuidar do idoso extrapola 

os cuidados terapêuticos e seus significados estritos, interessa também a qualidade de vida, 

nível de dependência, a sua autonomia, bem como a sua sociabilidade, visa prevenir 

enfermidades e tratar as situações vigentes. 

Contudo, verificamos as dificuldades, em que sua maioria foi em relação a familiares 

que não conseguem compreender a doença. A família possui muita dificuldade quando o idoso 

passa a não reconhecer a si próprio, e os familiares, é um processo doloroso, angustiante e 

muito triste, é uma questão psicológica que necessita de profissionais para auxiliar nesse 

processo. 

A partir das informações coletadas nas entrevistas com a equipe multiprofissional, foi 

realizada a análise de conteúdo, na qual se agruparam as respostas com relação entre si e 

conforme unidade de significado, resultando em três categorias: a caracterização dos 

principais cuidados dos idosos com Alzheimer, sentido/significado deste cuidado e a 

percepção das dificuldades/facilidades nas formas de cuidado enquanto família e cuidador. 

 
3.1 A caracterização dos principais cuidados dos idosos com Alzheimer 

 
 

De acordo com os relatos da equipe multiprofissional, ao serem questionados sobre os 

principais cuidados, eles destacaram alimentação, estimulação, mudança de decúbito, higiene 

corporal e bucal, cuidado nas alterações, auxílio para deambular e amor, paciência e carinho, 

dentre eles se destaca a fala de Rubi: 

 
“[...] Verificar, avaliar as condições de cada paciente e adequar e receber 

essa alimentação correta”. (Rubi) 



 

 

 

 

A equipe relatou a necessidade de orientação na alimentação, pois há idosos que tem 

fome exagerada e alguns apresentam dificuldade de deglutição. Para estes, são necessários 

estímulos e alimentação adequada, pois há casos em que eles não reconhecem os alimentos 

que estão no prato e nem o que devem fazer, como citado pela participante Jade no trecho a 

seguir: 

 
[...] eles sabem o que tem no prato, na verdade, muitas vezes tem que 

estimular. Tu tem que dizer a eles: come, aqui tá comendo um arroz, aqui tá 

comendo um feijão. Eles não sabem o que tem no prato, tem alguns botam 

até a mão, porque não sabem o que é. (Jade) 

 

De acordo com os relatos citados acima, nas entrevistas, a equipe está bem ciente dos 

cuidados a esses idosos, pois relatam sempre estar em busca de informações para aperfeiçoar 

o cuidado, buscam uma qualidade de vida para as pessoas e estimulando a prevenção e 

promoção da saúde. Como observamos, a alimentação é essencial para manutenção da saúde, 

assim, se faz necessário um aprimoramento das situações vigentes, nesse caso 

complementamos com dados e orientações para capacitar a equipe no cuidado do idoso com 

DA. 

Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAZ, 1991), os idosos com DA 

apresentam perda de peso, alterações no apetite, o paciente pode se esquecer de comer por um 

problema de memória ou orientação no tempo, engasgos, perda da habilidade para cozinhar, 

mastigação/deglutição essa dificuldade costuma surgir nas fases mais avançadas da doença e 

fome exagerada. 

Os cuidados que a equipe multiprofissional deverá realizar parte principalmente ao 

estimular a mastigação lenta, procurar adaptar os horários e as quantidades para o consumo 

adequado, se houver necessidade, acompanhar o idosos durante as refeições, ficar atento as 

engasgos e examinar a boca (se há queimaduras ou machucados), caso haja necessidade fazer 

uma adaptação na dieta visando à substituição dos alimentos sólidos pelos pastosos 

(KAUFFMAN, 2011). Além disso, devem-se monitorar os riscos e planejar as alternativas que 

garantam sua participação com o acompanhamento de outra pessoa quando for cozinhar, em 

caso de insistência exagerada de comer, procure distraí-lo com tema de interesse, com a 

finalidade de adiar a próxima refeição, caso o intervalo esteja muito curto (SILVA, 2012). 

Embora não exista uma dieta determinada, é preciso ter cuidado com a alimentação, 

para que não haja excesso ou carência de algum nutriente, deve sempre monitorar o estado 



 

 

 

 

nutricional e observar a ingestão de vitaminas, verificar o consumo adequado a cada idoso e 

sempre orientar os familiares que o acompanham, sobre os sinais e os sintomas de cada fase 

da DA (CALDAS, 2002). 

Além desse cuidado abordado devemos lembrar que estudos recomendam a 

estimulação cognitiva, que visa atividades voltadas para a memória e o exercício das funções 

cognitivas, permitindo um retardo no desenvolvimento da doença e/ou a produção de formas 

de adaptação às novas situações vivenciadas, que têm como objetivo o desenvolvimento de 

atividades preservadas, otimização e reabilitação, minimização dos problemas de 

comportamento e melhoria na função global (CASSIANO et al., 2008). 

Sendo assim verificamos que outros cuidados são essenciais para o idoso, conforme o 

comentado por Safira no trecho: 

 
[...] troca de decúbito né, troca de fraldas, higiene corporal, higiene bucal, 

alimentação, ajudar caminhar, deambular e cuidados como dar amor, dar 

carinho, paciência, prestar atenção em qualquer alteração do idoso, se tem 

febre, se tá “amoadinho”, porque nessa idade, qualquer alteração pode ser 

sinal de alguma coisa né, alguma doença, alguma coisa, alguma infecção. 

(Safira) 

 

Na ILP o cuidado é prestado por uma equipe multiprofissional, onde todas ações são 

planejadas e executadas, nas condições de cada idoso. A higiene segue uma rotina com 

horário fixo, ao percebermos que o idoso evita ou recusa, auxiliamos apenas no que for 

necessário, possibilitando maior autonomia ao paciente, caso haja necessidade, auxiliamos na 

retirada de prótese e higiene bucal ao final das refeições. As vestimentas ficam à escolha do 

paciente, caso ele não seja capaz de se vestir ou escolher as roupas, se auxilia dando 

instruções por etapa (peça a peça), sempre estão vestidos com roupas agradáveis e calçados 

presos nos pés, com solado antiderrapante, para ter maior segurança e conforto. 

Os profissionais de saúde relatam que cuidar de uma pessoa com demência é uma 

árdua tarefa, que exige muito energia e que deve ser utilizada de maneira eficiente, 

identificando as situações que devem interferir nas escolhas dos idosos e assumir poder na 

tomada de decisão, visando, com estratégias criativas, ajudar a oferecer um ambiente seguro e 

que proporcione a maior autonomia possível, sempre procurando manter a paciência e a 

perseverança, sem desistir de tentar e encontrar boas soluções. 



 

 

 

 

3.2 Sentido/significado deste cuidado 

 
 

Em relação ao sentido e o significado do cuidar do idoso, alguns dos principais relatos 

foram encontrados na visão singular de cada profissional. O mais recorrente foi o fato de 

manter a sobrevivência, cuidado contínuo, integral, sempre oferecer melhor qualidade de vida 

e conforto, compreender que nos tornamos uma família com um laço afetivo que se enraíza 

pela convivência, amor e carinho que compartilhamos, conforme o relato de Diamante: 

 
[...] o paciente de Alzheimer tem duas coisas que eu sempre destaco: nunca 

eles perdem à afetividade e a espiritualidade. O afeto mesmo que dão um 

tapa, quando chega para dar um abraço eles gostam de se sentir acolhidos, 

amparados, de ser ajudados de ser amados. Sentem esse afeto e eles 

retribuem, a espiritualidade é outra coisa bem importante, não esquecem de 

rezar, cantar, podem não saber Ave- Maria de cor, eles sabem rezar, sabem 

cantar, falar de missa eles sabem, o terço sabem, isso nunca esquecem, não 

sabem o que é filho, não sabem nome de netos, mas sabe o que é uma Ave- 

Maria , sabem o que é Jesus Cristo, isso é profundamente importante e eles 

sempre lembram. (Diamante) 

 
A condição religiosa da instituição é muito valorizada, pois nela existe uma 

Congregação das Irmãs Servas da Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria, que são 

irmãs religiosas que auxiliam nos cuidados. Existe uma capela onde são realizadas missas 

uma vez por semana, tornando o contato com a fé muito importante, relata Opala: “A fé 

sustenta a todos aqui!”. Pois faz com que o idoso relembre vivências passadas e recorde as 

lembranças. 

Segundo Vizzachi et al. (2015) a espiritualidade e a fé foram identificadas como 

facilitadoras no processo de cura, sendo vistas nos momentos de crise, no descobrimento da 

doença e na morte, estando associada à esperança e a existência superior/divina, que dá força 

e realimenta diariamente o desejo da melhora e da cura, e sendo vista por famílias como uma 

formação cultural. 

A religiosidade e a espiritualidade atuam como mediadoras na percepção de ônus ou 

benefícios decorrentes da tarefa do cuidar, amenizando o impacto negativo da DA. Os 

ensinamentos espirituais apreendidos proporcionam fé para que os momentos futuros sejam, 

então, vivenciados com mais tranquilidade e serenidade, possibilitando melhor aceitação da 

realidade e oferecendo respostas àquilo que o homem não consegue explicar (SILVA, 2012). É 

por isso que, comumente, muitos indivíduos buscam apoio na religião e no sagrado, que 

passam a ocupar um espaço importante em suas vidas, ajudando-os a encontrar respostas para 



 

 

 

 

os enfrentamentos necessários (VIZZACHI et al., 2015). 

Além da espiritualidade ser um ponto muito importante e significativo para a 

instituição, eles prezam pela música, por estar ligada a algum fato que aconteceu no passado. 

Para Moreira et al. (2014) a música nos leva à entrar em contato com lembranças, emoções, 

nos faz perceber as manifestações dentro da possibilidade motora e cognitiva atual. A música 

promove melhora na memória autobiográfica, recuperação da memória, retardar a progressão 

do declínio cognitivo, auxilia no desempenho cognitivo e melhora e reduz o nível de 

ansiedade. 

Outra relato citado se refere a deambulação do idoso, a equipe relata auxiliar nos 

momentos em que mais necessita, mas procurar deixar que eles se esforcem para caminhar 

sozinhos, procuram deixar a autonomia preservada do idoso. Verificamos isso na fala de 

Turmalina: 

 
[...] o idoso, a maioria e nesta instituição principalmente a gente não visa 

voltar a caminhar, voltar à trabalhar, não é isso. É dar conforto e qualidade 

de vida neste período, nesta fase da vida que surgem mais dores, mais 

incômodos, até escaras [...].(Turmalina) 

 
A Abraz (1991) sugere que, para o idoso a prática de atividades físicas e de fisioterapia 

oferece benefícios neurológicos e melhora na coordenação, força muscular, equilíbrio e 

flexibilidade. Sendo assim, contribui para o ganho de independência, favorece a percepção 

sensorial, além de retardar o declínio funcional nas atividades de vida diária. Além de 

alongamentos, podem ser indicados exercícios para fortalecimento muscular e aeróbicos 

moderados, sob orientação e com acompanhamento dirigido. 

Nesse sentido, verificamos que o cuidado deve ser realizado com um profissional 

capacitado. Na instituição, vimos que a equipe conta com apoio de um fisioterapeuta que 

auxilia nesse processo, buscando sempre auxiliar o idoso caso ele não consiga, seguindo o 

cuidado de uma forma confortável e buscando uma melhor qualidade de vida. Sendo assim, 

Diamante comenta: 

 
[...] no sentido/significado desse cuidado com o idoso, significa, com o 

tempo, cria laço afetivo com eles, significa como se fosse da família, como 

se fosse uma mãe e um pai que está ali, isto é bem importante: sempre olhar 

para o idoso com Alzheimer, eles não sabem quem eles são, o que eles estão 

fazendo aqui, mas a gente sabe, quem eles são, e o porquê eles estão aqui, 

isso é bem importante [...].(Diamante) 



 

 

 

 

 

Na instituição verificamos que, quanto maior o tempo de trabalho no local, maior 

vínculo e afeto se criam com o idoso. Contudo, tendo uma relação recíproca entre a equipe e o 

idoso, o trabalho em equipe é distribuído em várias atividades que não sobrecarregam os 

profissionais, diferente do que poderia acontecer com familiares no domicilio, onde o cuidado 

fica normalmente centrado somente em um indivíduo. 

Mendes e Santos (2016) demostram que não é simples cuidar de outra pessoa, pois 

existem atividades que demandam esforço físico e habilidades emocionais de quem cuida. O 

cuidador deve ter sempre paciência e disponibilidade para o cuidado, deve convencê-lo de que 

o banho do dia ainda não foi tomado, de que ele já comeu, de que ele tem que fazer exercício 

e atividades para preservar a capacidade funcional, deve ser compreensivo com a 

agressividade e com a perda de memória do idoso, deve buscar ser empático aos sentimentos  

e tentar diminuir a ansiedade, o medo, a aflição (KAUFFMAN, 2011). 

 
3.3 Percepções das dificuldades/facilidades nas formas de cuidado enquanto família e 

cuidado 

 
Em relação ao cuidado, as dificuldades da família compreender a doença foram a mais 

evidenciadas pelos profissionais. Já nas facilidades, foi citado o trabalho em equipe, tendo 

como base a troca de plantão, sem influenciar na qualidade da assistência oferecida. Há uma 

necessidade de abordagem e orientação diferente, para a equipe e para a família. Conforme o 

relato de Esmeralda: 

 
[...] tem dificuldade de informação correta, não entendem bem a doença, 

não sei em que ponto isso é falho; todos têm acompanhamento médico; eu 

acredito que as pessoas, o profissional de saúde, explica e fala, mas é uma 

questão psicológica, que a família tem dificuldades de entender, aceitar e 

lidar; às vezes é frustrante para ao paciente ter de fazer alguma coisa não 

consegue executar; mesmo caminhando, falando, comendo, é a parte 

psicológica a mais afetada [...].(Esmeralda) 

 
A equipe refere que recebem apoio da assistência social na ILP e identificam a 

necessidade de uma psicóloga ou terapeuta ocupacional, que auxilie no manejo da doença e 

ajude a proporcionar atividades em grupos, atividades recreativas, educativas, orientar o 

cuidador e a família sobre as fases da DA. Ajudar e apoiar o cuidador em situações de 

ansiedade, repetição de palavras e momentos de perdas, buscar compreender episódios em 



 

 

 

 

que o idoso trata a boneca como sua própria filha, nestas diversas dificuldades buscar apoio é 

necessário ao cuidador. Nesse processo, como diz Corrêa e Silva (2009), devemos entender 

que o idoso vivencia transformações biológicas, físicas, psicológicas e sociais, que são 

ocasionadas pelo processo gradual e irreversível, progressivo, inevitável e universal do 

envelhecimento. 

Caldas (2002) afirma que o cuidador passa por um sofrimento por conviver com a 

progressão da demência, e que aos poucos conseguem desenvolver um cuidado enfrentando 

dificuldades, porque não vê saída, muitas vezes apresenta grande cansaço ao cuidar, 

necessitando de muita paciência, sendo assim, reconhece a necessidade de ser cuidado 

também futuramente, pois o envelhecimento é inerente ao ser humano. Com base no descrito, 

segue a fala de Zircônia: 

 
[...] eles têm um sofrimento, por mais que eles saibam, não têm noção de 

hora, tempo, espaço. Eles sofrem muito, porque ás vezes vejo muito na 

questão assim: eu quero ir para casa. Às vezes eles estão no local onde hoje 

é a casa deles, mas, eles não vêem aquele local como a casa deles [...] . 

(Zircônia) 

 

Percebe-se esse sofrimento na fase inicial da DA, dia após dia vai se tendo uma 

aceitação perante os sintomas que vão surgindo. Mas, muitas vezes, o sofrimento percorre até 

o final, pois cada idoso tem sua singularidade, sendo assim, depende da capacidade de cada 

um sua aceitação e superação. 

Como retrata Caldas (2002), o cuidador vivencia uma despedida gradual da vida para a 

morte, muitos têm consciência disso e sofrem. É um sofrimento gerado pela lembrança e pela 

constatação de que a pessoa está se tornando cada vez mais dependente. Nas fases iniciais a 

angústia predomina por ser um diagnóstico irreversível, aos poucos se tem o impacto da 

aceitação, que vem ao assistir as perdas das habilidades cognitivas (SILVA, 2012). Deve se 

buscar deixar de reagir contra a sua realidade e aceitar o sofrimento que ela causa, ao aceitá-lo 

deixa de reagir contra e se prepara ativamente para cuidar melhor. Outras razões são 

destacadas por Esmeralda: 

 
[...] ele vai te fazer 500 perguntas num curto espaço de tempo, a mesma 

pergunta, e quando ele decide aquela questão que falei do ir para casa, ele 

quer ir para casa [...]. (Esmeralda) 



 

 

 

 

A equipe refere ainda ter mais um desgaste psicológico do que um desgaste físico, pois 

compreende uma série de mudanças a adaptações a serem feitas nessa trajetória. Eles relatam 

que necessitam de muita paciência, amor e carinho para entender que estão enfrentando 

ritmos diferentes, que exigem muita dedicação total. Destacam que a instituição conta com 

uma equipe multiprofissional no cuidado e que torna menos desgastante que um familiar que 

cuida sozinho. 

Storti et al. (2016) destaca que o desgaste do cuidador relacionado à presença dos 

sintomas neuropsiquiátricos no idoso, o comportamento noturno foi indicado como o que 

desgastava muito os profissionais. Importante ressaltar que a presença dos sintomas 

neuropsiquiátricos no idoso relaciona-se ao maior grau de comprometimento cognitivo e ao 

avanço da demência, reduzindo a qualidade de vida e elevando o estresse do cuidador (CRUZ 

et al., 2015). 

Neste sentido, requer paciência e tem relação com a capacidade de aceitar a doença 

como uma realidade da qual não se pode fugir, por isso se torna fundamental exercitá-la e 

refletir sobre o que se passa e, aos poucos, se adquire flexibilidade. Estas contribuições 

indicam que o cuidado realizado por uma equipe multiprofissional se faz necessária, uma vez 

que garante a análise de erros e acertos, e a partir disso, pode melhorar estratégias que 

asseguram transformar dificuldades de cuidados em facilidades e melhor qualidade de vida. 

 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 

 
 

O estudo contribuirá para acrescentar à literatura, dados referentes ao tema sobre a 

equipe multiprofissional frente ao cuidado do idoso com DA, de forma a subsidiar o 

planejamento de cuidados adequados à esta população alvo. Estes dados serão apresentados e 

discutidos com os profissionais entrevistados, o que indiretamente poderá beneficiar os 

pacientes do serviço. 

Considera-se necessário refletir sobre a importância e os benefícios em aderir a 

tratamentos não farmacológicos, como hábitos saudáveis, como música, estimulação 

cognitiva, estimulação social, religião, atendimento psicológico ao paciente e ao 

cuidador/familiar, prática de atividade física, terapia de orientação à realidade, através do uso 

de jornais, oficinas terapêuticas, vídeos, fotografias de familiares, reminiscência, em que 

utilizam experiências passadas vivenciadas pelos idosos. O uso de apoio externo, que envolve 

o treino e a utilização de instrumentos, aprendizagem sem erros que consiste em levar o idoso 



 

 

 

 

a aprender novas informações sem cometer erros, o que auxilia na execução das tarefas 

diárias, entre outras. 

Conclui-se que é necessário instrumentalizar uma reflexão sobre envelhecimento para 

a equipe multiprofissional como forma de organiza-la em relação aos cuidados e a busca por 

informações. Também devemos divulgar e esclarecer informações sobre DA, pois para 

modificar esta realidade, não bastam medidas individuais, mas também coletivas, incluir 

alternativas de cuidados, sair do comodismo e se envolver num cuidado integral e contínuo 

sempre priorizando o amor, carinho e paciência. 

 
REFERÊNCIAS 

 
 

ABRAZ, Associação Brasileira de Alzheimer, 1991. Disponível em: 

<http://abraz.org.br/node/748>. Acesso em: 04 out. 2017. 

 
 

CALDAS, C. P. O idoso em processo de demência: o impacto na família. In: MINAYO, 

MCS., and COIMBRA JUNIOR, CEA., orgs. Antropologia, saúde e envelhecimento. Rio de 

Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2002. 

 
 

CASSIANO, K. M. et al. Oficinas de Estimulação Cognitiva para Idosos com Demência: uma 

estratégia de cuidado na enfermagem gerontológica. Revista Gaúcha Enfermagem, v. 29, n. 

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