CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES 

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS 

  

 

 

 

 

 

 

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS SISTEMAS DE INSPEÇÃO 

ESTADUAL E FEDERAL EM UMA AGROINDÚSTRIA FAMILIAR DO 

INTERIOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 

 

Taís Moretto 

 

 

 

 

 

 

 

Lajeado, junho de 2017 



 

Taís Moretto 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS SISTEMAS DE INSPEÇÃO 

ESTADUAL E FEDERAL EM UMA AGROINDÚSTRIA FAMILIAR DO 

INTERIOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 

 

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 

na disciplina de Trabalho de Curso II, do curso 

de Administração, do Centro Universitário 

Univates, como requisito para a obtenção do 

título de bacharela em Administração. 

Orientador: Me. Gabriel Machado Braido 

 

 

 

Lajeado, junho de 2017 



 

 

AGRADECIMENTOS 

A Deus pela vida, por amparar-me nos momentos difíceis, me dar força para 

superar as dificuldades, mostrar os caminhos certos e suprir todas as minhas 

necessidades.  

À minha família, a qual amo muito, pelo carinho, paciência e incentivo.  

Aos amigos que fizeram parte desses momentos sempre me auxiliando e 

incentivando a continuar. 

Aos professores das disciplinas que foram cursadas durante a gradução na 

Univates, agradeço pelos ensinamentos valiosos que muito contribuíram para a minha 

formação.  

A todos os colegas do curso de Administração pela troca de conhecimentos e 

novas amizades conquistadas.  

Aos colaboradores da Univates, pela dedicação e empenho e me atender 

sempre que precisei.  

À Univates por proporcionar conhecimento a esta pesquisadora, contribuindo 

pelo crescimento pessoal e profissional. 

Ao orientador Prof. Me. Gabriel Machado Braido, pela contribuição ao 

aprendizado proporcionado por este estudo e pela paciência em me orientar. 



 

À empresa Taica, por ter contribuído para que este estudo fosse concretizado, 

abrindo suas portas para entender processos e operações. 

Aos fiscais que muito contribuíram para que esta pesquisa chegasse aos 

objetivos propostos e se dispuseram prontamente a colaborar. 

 

  



 

 

RESUMO 

Este estudo objetivou identificar entre os sistemas/serviços de inspeção Cispoa, Sisbi-
POA e SIF o que melhor se adequa para um matadouro e frigorífico de suínos no 
interior do estado Rio Grande do Sul (RS). Tendo como objetivos específicos: Analisar 
as vantagens e desvantagens de cada sistema/serviço de inspeção para um frigorífico 
e matadouro do interior do RS; Compreender o fluxo das operações de um matadouro 
e frigorífico sob a análise da legislação dos sistemas/serviços de inspeção; Definir a 
melhor sistema/serviço de inspeção para um matadouro e frigorífico. Foi realizado um 
estudo exploratório e qualitativo, com análise documental e bibliográfica, realizadas 
observações in loco na sede da Agroindústria Taica – Matadouro Frigorífico e 
entrevistas com fiscais de cada sistema/serviço. Para os resultados, analisou-se o 
processo de recepção dos suínos, insensibilização, abate, separação da matéria 
prima e descarte dos produtos não comestíveis, fabricação dos produtos e expedição; 
comparou-se as legislações e as diferenças destas sobre cada sistema/serviço; 
apresentou-se a visão dos fiscais que atuam cada sistema, garantindo que a opinião 
dos mesmos favorecesse a tomada de decisão da empresa; construiu-se o quadro 
das vantagens e desvantagens de cada sistema, analisado sob a ótica da empresa 
alvo deste estudo. Definiu-se o SIF como o sistema que melhor atende as 
necessidades atuais e futuras da empresa e desenvolveu-se a Matriz 5W2H para 
auxiliar na transição ao sistema. 

Palavras-Chaves: Cispoa. Sisbi-POA. SIF. Suínos. Matadouro e frigorífico. 

  



 

 

LISTA DE QUADROS 

Quadro 1 – Legislações do Sisbi-POA ...................................................................... 21 

Quadro 2 – Legislações do SIF ................................................................................. 24 

Quadro 3 – Legenda do fluxograma de operações ................................................... 46 

Quadro 4 – Comparativo entre os sistemas/serviços e a empresa ........................... 64 

Quadro 5 – Vantagens e desvantagens dos sistemas/serviços ................................ 73 

Quadro 6 – Matriz 5W2H ........................................................................................... 76 

  

 

  



 

 

LISTA DE FIGURAS 

Figura 1 – Símbolos básicos de fluxogramas ............................................................ 27 

Figura 2 – Etapas da pesquisa .................................................................................. 35 

Figura 3 – Imagem da empresa ................................................................................ 39 

Figura 4 – Fluxo de macroprocessos ........................................................................ 46 

Figura 5 – Sessão de recebimento e insensibilização ............................................... 48 

Figura 6 – Sessão de abate ...................................................................................... 50 

Figura 7 – Sessão de pré-fabricação ........................................................................ 52 

Figura 8 – Sessão de fabricação da carcaça ............................................................ 54 

Figura 9  – Sessão de fabricação de embutidos ....................................................... 56 

Figura 10 – Sessão de expedição ............................................................................. 57 

 

  



 

 

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 

%  Por cento 

§ Parágrafo 

ABPA Associação Brasileira de Proteína Animal 

art. Artigo 

BPF Boas Práticas de Fabricação 

Cispoa  Coordenadoria de Inspeção de Produtos de Origem Animal 

DIPOA  Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal 

kg/h Kilogramas por hora 

kg/vez Kilogramas por vez 

l/h/m2  Litros por hora por metro quadrado 

lux/m²  Lux por metro quadrado 

m Metros 

MAPA  Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 

MERCOSUL Mercado Comum do Sul 



 

mm Milímetros 

nº Número 

º Graus 

ºC Graus célsius 

OMC Organização Mundial do Comércio  

OMS Organização Mundial da Saúde 

POP Procedimentos Operacionais Padronizados  

PPHO Procedimentos Padrão de Higiene Operacional 

RS Rio Grande do Sul 

SDA  Secretaria de Defesa Agropecuária  

SIF Sistema de Inspeção Federal 

SIM  Sistema de Inspeção Municipal 

SISBI-IA  Sistema Brasileiro de Inspeção de Insumos Agrícolas 

SISBIP Sistema Brasileiro de Inspeção de Insumos Pecuários 

Sisbi-POA Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal  

SISBI-POV  Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal  

SISCOMEX Sistema Integrado de Comércio Exterior 

SPS Comitê de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias  

SUASA  Sistema Unificado de Atenção a Sanidade Agropecuária 

vol/h Volumes por hora 

  



 

 

SUMÁRIO 

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11 

1.1 Tema ................................................................................................................... 13 
1.2 Problema ............................................................................................................ 14 

1.3 Objetivos ............................................................................................................ 14 
1.3.1 Objetivos geral ............................................................................................... 14 

1.3.2  Objetivos específicos .................................................................................... 14 
1.4 Justificativa ........................................................................................................ 15 

2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 16 

2.1 Conceitos de matadouros e frigoríficos de suínos ........................................ 16 
2.2 Sistemas, serviços e formas de inspeção ....................................................... 17 

2.2.1 Cispoa ............................................................................................................. 18 
2.2.2 Sisbi-POA ........................................................................................................ 20 
2.2.3 SIF .................................................................................................................... 22 
2.3 Layout de fábrica ............................................................................................... 25 

2.4 Fluxograma de operações ................................................................................ 26 

2.5 Plano de ação – 5W2H ...................................................................................... 28 

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................... 30 
3.1 Classificação da pesquisa quanto à abordagem ............................................ 30 
3.2 Classificação da pesquisa quanto aos objetivos ........................................... 31 
3.3 Classificação da pesquisa quanto aos procedimentos técnicos .................. 31 
3.4 Unidade de análise e sujeitos da pesquisa ..................................................... 32 

3.5 Coleta de dados ................................................................................................. 33 
3.6 Análise de dados ............................................................................................... 35 
3.7 Limitações do método ...................................................................................... 36 

4 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ..................................................................... 37 

5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................... 40 
5.1 A operacionalização da empresa ..................................................................... 40 
5.1.1 Processo atual ................................................................................................ 40 

5.1.1.1 Recepção ..................................................................................................... 41 



 

5.1.1.2 Abate ............................................................................................................ 41 

5.1.1.3 Industrialização e venda ............................................................................. 43 
5.1.2 Os processos: comunicação e operações ................................................... 44 
5.2 Comparativo entre processo atual e sistemas/serviços ................................ 62 
5.3 Vantagens e desvantagens dos sistemas/serviços ....................................... 73 
5.3 Matriz 5W2H ....................................................................................................... 75 

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 78 

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 80 

 
APÊNDICE A – Termo de consentimento livre e esclarecido .............................. 87 
 
APÊNDICE B – Roteiro de entrevista semiestruturada para os fiscais .............. 88 

 

 



11 

 

1 INTRODUÇÃO 

As indústrias brasileiras que operam legalmente no país precisam seguir 

normas rígidas sobre os processos de fabricação, os quais são padronizados e 

inspecionados por sistemas/serviços públicos de inspeção que podem ser realizados 

pelos municípios, estados e até mesmo pela federação.  

É ponderável observar que a não observância de legislações pode acarretar 

investigações por parte do Ministério Público e Polícia Federal, órgãos que atuam na 

defesa da ordem jurídica. Em 17 de março de 2017, a notícia da “operação carne 

fraca” surpreendeu o mundo, ação que investiga a venda de alimentos adulterados, 

tendo a atuação de 1.100 agentes federais e o cumprimento de 309 mandatos judiciais 

(27 prisões preventivas e 11 prisões temporárias, 77 conduções coercitivas e 194 

mandatos de busca e apreensão em casas e locais de trabalho) nos estados de São 

Paulo, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e 

Goiás. A operação envolveu empresas renomadas e exportadoras de produtos de 

origem animal (JBS – Friboi, Seara, Swift – e BRF – Sadia e Perdigão) e empresas 

com atuação nacional e estadual (Frigorífico Oregan, Frango Dm Indústria e Comércio 

de Alimentos, Peccin Agro Industrial, Frigorífico Argus, Frigomax Frigorífico e 

Comércio de Carnes, Indústria e Comércio de Carnes Frigosantos, JJZ Alimentos,  

Balsa Comércio de Alimentos, Madero Indústria e Comércio, Frigorífico Rainha da 

Paz, Indústria de Laticínios SSPMA, Breyer e Companhia, Frigorífico Larissa, Central 

de Carnes Paranaense, Frigorífico Souza Ramos, E H Constantino e Constantino, 



12 

Fábrica de Farinha de Carnes Castro, Transmeat Logística Transportes e Serviços) 

(UOL, 2017; R7, 2017; G1, 2017).  

A operação culmimou em processo cascata de impedimento de exportação dos 

nossos produtos afetando a economia do setor em nosso país, revertido com atuação 

conjunta entre entidades governamentais e empresas para minimizar os impactos do 

embaraço internacional. As empresas de exportação voltaram a atuar no exterior, mas 

algumas empresas foram interditadas: Peccin Agro Industrial, Frigorífico Rainha da 

Paz, Transmeat Logística Transportes e Serviços, Frigorífico Larissa, Indústria e 

Comércio de Carnes Frigosantos, Frigorífico Argus, Madero Indústria e Comércio, 

Breyer e Companhia e Central de Carnes Paranaense. A operação coloca em 

discussão também a atuação de funcionários do Ministério da Agricultura acusados 

de envolvimento em corrupção e favorecimento de empresas em troca de valores em 

dinheiro, colocando em risco a saúde da população  (UOL, 2017; R7, 2017; G1, 2017). 

Atuar no ramo de alimentos exige conhecimento sobre diversas, diferentes e, 

por vezes, divergentes legislações, tendo em vista a promulgação destas por órgãos 

que muitas vezes não se comunicam, e, além disso, ocasionam gastos financeiros 

frequentes decorrentes de mudanças destas leis e adequações às novas exigências. 

Estes fatores podem acarretar o fechamento de empresas, haja vista que a produção 

de alimentos é um dos setores que a atuação da inspetoria sanitária/veterinária é 

bastante rígida, já que os alimentos disponibilizados para a população não podem 

apresentar riscos à saúde.  

Enfatiza-se que os gastos decorrentes de adequações às leis são altos, 

podendo alcançar dispêndios de milhões de reais para atender às exigências e a não 

adequação gera multas que podem ser recorrentes e não são baixas (normalmente 

de dezenas de milhares), ocasionando falência de empresas despreparadas 

financeiramente para seguir normas e regras que alteram-se anualmente ou 

mensalmente. Geralmente os prazos de adequação, em caso de autuação, são curtos 

o que gera, além do dispêndio financeiro, dispensa de funcionários para fins de 

adequação, acarretando perdas de faturamento para as empresas. 

Os órgãos de inspeção têm o dever de orientar, cadastrar, inspecionar, 

investigar, notificar, controlar e monitorar empresas e seus produtos para que tenham 



13 

sanidade para o consumo, sem apresentar riscos à saúde individual e coletiva 

(ANVISA, 2007). Assim, é fundamental compreender se todos os deveres são 

cumpridos pelos órgãos de fiscalização, se a atuação destes órgãos auxilia na 

melhoria de processos e na segurança dos alimentos que chegam aos consumidores, 

além de auxiliar na orientação do cumprimento das normas para que as empresas 

tenham capacidade produtiva e, consequentemente, sobrevivam no mercado 

concorrencial e globalizado.  

Atuar no setor de matadouros de suínos e frigorífico requer dos administradores 

das empresas capacidade para tomar decisões sobre a melhor forma de gerir o 

negócio, inclui-se nesta situação a escolha do sistema/serviço de fiscalização que 

atende as necessidades da empresa. Assim, a tomada de decisão sobre qual sistema 

melhor se adequa a uma indústria precisa ser minuciosamente estudada, verificando 

os contrapontos de cada sistema ou serviço, os processos determinados pelos 

órgãos, o capital financeiro exigido em cada caso e a forma de inspeção. 

1.1 Tema 

Conhecer os sistemas e serviços de inspeção é a melhor forma de tomar a 

decisão sobre qual deles melhor se adequa a uma determinada indústria. No setor de 

frigorífico e matadouro é preciso seguir regras rígidas de autocontrole e boas práticas 

de fabricação que são ditadas pelos sistemas/serviços de inspeção, as quais têm o 

“intuito de garantir ao consumidor um produto inócuo e com garantias de qualidade” 

(FACIN, 2011, p. 2). Os institutos de inspeção de indústrias de matadouro e frigorífico 

no estado do Rio Grande do Sul são: Coordenadoria de Inspeção de Produtos de 

Origem Animal (Cispoa), Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem 

Animal (Sisbi-POA), Sistema de Inspeção Federal (SIF). Há também o Sistema de 

Inspeção Municipal (SIM), mas este não será foco deste estudo, visto que a 

comercialização da empresa alvo desta pesquisa ocorre em todo o Rio Grande do Sul 

e este sistema é restrito a comercialização municipal. 



14 

Desta forma, realizar um estudo comparativo entre o serviço estadual e os 

sistemas federais para um matadouro e frigorífico de suínos contribui para a tomada 

de decisão mais assertiva aos proprietários da empresa. 

1.2 Problema 

A tomada de decisão envolve escolhas que orientam para o alcance de 

objetivos, além disso, é imprescindível que dirigentes tenham as informações corretas 

e precisas para decidir e sobreviver no mercado que atuam. Diante deste contexto, 

buscar-se-á responder ao seguinte problema: Qual sistema ou serviço de inspeção – 

entre Cispoa, Sisbi-POA e SIF – melhor se adequa em um matadouro e frigorífico de 

suínos do interior do estado  Rio Grande do Sul? 

1.3 Objetivos 

Os objetivos desse estudo dividem-se em geral e específicos. 

1.3.1 Objetivos geral 

Para responder a questão deste estudo, foi proposto como objetivo geral 

identificar entre os sistemas/serviços de inspeção Cispoa, Sisbi-POA e SIF, o que 

melhor se adequa para um matadouro e frigorífico de suínos no interior do estado Rio 

Grande do Sul (RS).  

1.3.2  Objetivos específicos 

Os objetivos específicos foram: 

- Compreender o fluxo das operações de um matadouro e frigorífico sob a 

análise da legislação dos sistemas/serviços de inspeção; 



15 

- Analisar as vantagens e desvantagens de cada sistema/serviço de inspeção 

para um frigorífico e matadouro do interior do RS;  

- Sugerir um plano de ação para a implantação do sistema que melhor se 

adequa a necessidade da empresa. 

1.4 Justificativa 

Este estudo justificou-se pela importância da tomada de decisões na 

sobrevivência de uma empresa, no setor específico que trata esta pesquisa – 

matadouro de suínos e frigorífico –um dos pontos cruciais para atuar no mercado 

concorrencial é a escolha do sistema/serviço de inspeção que melhor se adapta a 

empresa, analisando principalmente a forma de atuação dos órgãos e suas 

legislações. 

Para a empresa, esta pesquisa justificou-se pelo fato dela estar buscando 

explicações, justificativas e argumentos para tomar a decisão mais assertiva sobre o 

sistema/serviço que deve atuar, visto que no presente momento está em processo de 

ampliação de seu parque fabril. 

Além disso, esta estudante percebendo a necessidade da empresa e diante de 

suas próprias inquietações sobre o tema considera uma área de estudo de grande 

interesse e valia profissional, buscando contribuir para que a teoria em sala de aula 

colabore para a sua atuação junto à empresa. 

Para a Univates torna-se uma fonte de pesquisa. Ressalta-se, ainda, que há 

pouca exploração no mundo científico sobre o tema e é relevante a importância que 

trará para outras empresas e outros administradores que precisam gerir negócios em 

seu setor. Pode também contribuir para que outras pesquisas na área sejam iniciadas, 

contribuindo para a inserção de material bibliográfico suficiente para outros estudos. 

  



16 

 

2 REFERENCIAL TEÓRICO 

Este capítulo traz o embasamento teórico para a realização deste estudo, 

contextualizando sobre matadouros e frigoríficos, os sistemas/serviços de fiscalização 

de interesse do estudo: Cispoa, Sisbi-POA e SIF, além de desenvolver sobre layout 

de fábrica, fluxograma de operações e plano de ação.  

2.1 Conceitos de matadouros e frigoríficos de suínos 

Desde os primórdios o ser humano consome carne para saciar sua fome. Com 

a evolução humana surge a necessidade de operacionalização dos processos que 

visam disponibilizar carne e derivados para o consumo, o que gera o desenvolvimento 

de indústrias e processos de controle sanitários para esta produção. Destaca-se que, 

historicamente, “os primeiros relatos do aparecimento dos suínos na terra datam de 

40 milhões de anos e sua domesticação é creditada aos chineses” (ROPPA, 2002, p. 

1). Gervásio (2012) relata que na América a introdução deste animal foi realizada por 

Cistóvão Colombo em 1942, e no Brasil por Martin Afonso de Souza em 1532 ao 

fundar no litoral paulista a capitania de São Vicente. Suíno é relativo a porcos, que por 

sua vez é um “quadrúpede mamífero doméstico da família dos suídeos, ordem dos 

artiodáctilos” (DICIONÁRIO ONLINE, 2016, texto digital). 

De acordo com a ABPA (2015), a estimativa de produção de carne suína era 

de 3.524 mil toneladas para o ano de 2015, observando que há uma disponibilidade 

de produzir 3.004 mil toneladas,  ou seja, a procura era maior que a demanda, sendo 



17 

um mercado promissor. Além disso, de acordo com Pacheco (2006) há a expectativa 

da produção de carne suína crescer em torno de 4,5%, atingindo 2.830 mil toneladas 

no ano de 2016. Outrossim, o “Brasil é o 4º produtor mundial de carne suína, atrás 

apenas de China, União Européia e Estados Unidos [...]. Também é o 4º exportador 

mundial deste produto” (PACHECO, 2006, p. 22).  

Na produção de carne suína e seus derivados há diversos contextos industriais, 

difinidos de forma a enquadrar cada situação, cada forma de produzir. Segundo 

Pacheco (2006, p. 26): 

- Abatedouros (ou Matadouros): realizam o abate dos animais, produzindo 
carcaças (carne com ossos) e vísceras comestíveis. Algumas unidades 
também fazem a desossa das carcaças e produzem os chamados ‘cortes de 
açougue’, porém não industrializam a carne;  
- Frigoríficos: podem ser divididos em dois tipos: os que abatem os animais, 
separam sua carne, suas vísceras e as industrializam, gerando seus 
derivados e subprodutos, ou seja, fazem todo o processo dos 
abatedouros/matadouros e também industrializam a carne; e aqueles que não 
abatem os animais - compram a carne em carcaças ou cortes, bem como 
vísceras, dos matadouros ou de outros frigoríficos para seu processamento e 
geração de seus derivados e subprodutos – ou seja, somente industrializam 
a carne; 

Destaca-se que os dois processos tipificados acima podem ser realizados pela 

mesma empresa, desde que tenham a estrutura adequada que atenda as exigências 

para operacionalizar os dois processos. Porém para qualquer tipo de produção de 

carne suína e seus derivados deve-se seguir sistemas/serviços que fiscalizam e 

inspecionam o processo, garantindo que sejam cumpridas todas as exigências 

sanitárias para que o consumo humano destes produtos não ofereça riscos à saúde, 

na seção seguinte apresenta-se os sistemas/serviços e formas de inspeção. 

2.2 Sistemas, serviços e formas de inspeção 

No Brasil há quatro sistemas/serviços de inspeção distintos, considerou-se o 

Estado do Rio Grande do Sul para uso das nomenclaturas: Sistema de Inspeção 

Municipal (SIM), Coordenadoria de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Cispoa), 

Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA) e Serviço 

de Inspeção Federal (SIF).  



18 

O SIM é normatizado e fiscalizado pelo município, sendo que a comercialização 

é autorizada somente dentro da área geográfica em que a empresa está instalada, 

mas em casos específicos, em que o SIM é constituído por um consórcio de 

municípios pode ser comercializado dentro da área geográfica deste aglomerado de 

municípios (PREZOTTO, 2013). Normalmente este sistema é aderido por 

agroindústria familiares que estão iniciando suas operações, portanto este sistema 

não será considerado na análise deste estudo, visto não ser o objetivo do estudo pelo 

fato da empresa em questão já atuar no estado do Rio Grande do Sul. 

Os sistemas/serviços Cispoa, Sisbi-POA e SIF são alvo deste estudo, por isso 

são detalhados nos subcapítulos subsequentes, buscando compreender sua 

aplicação e legislação pertinentes a produção de carne suína. 

2.2.1 Cispoa 

Segundo a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (2016, texto 

digital, grifo do autor):  

A Coordenadoria de Inspeção de Produtos de Origem Animal-Cispoa é o 
órgão da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Rio Grande 
do Sul responsável pela inspeção de produtos de origem animal que são 
comercializados dentro do estado. 
A Cispoa atua em estabelecimentos de abate de bovinos, bubalinos, ovinos, 
suínos, javalis, aves, pescado e coelhos. Seus fiscais também trabalham 
junto a entrepostos de carnes, pescado, laticínios, mel, ovos e 
na industrialização de seus derivados. 

O Cispoa tem sua sede em Porto Alegre, além disso, dispõe de supervisões 

regionais localizadas nos municípios de Alegrete, Bagé, Caxias do Sul, Cruz Alta, 

Erechim, Estrela, Ijuí, Lagoa Vermelha, Osório, Palmeira das Missões, Paso Fundo, 

Pelotas, Porto Alegre, Rio Pardo, Santa Maria, Santa Rosa, São Luiz Gonzaga, 

Soledade e Uruguaiana (SECRETARIA DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E 

AGRONEGÓCIO, 2016). 

A adoção do serviço de inspeção através do Cispoa autoriza a empresa a atuar 

apenas no âmbito territorial do estado do Rio Grande do Sul, ou seja, a 

comercialização dos produtos só poderá ser realizada no Estado, não podendo 



19 

comercializar em outros estados e nem internacionalmente (SECRETARIA DA 

AGRICULTURA, PECUÁRIA E AGRONEGÓCIO, 2016). 

Salienta-se que as legislações que reguem este órgão de fiscalização são 

editadas e promulgadas pelo próprio, porém, como toda legislação brasileira, é 

fundamental que estas não infrinjam as legislações federais e muito menos a nossa 

Constituição. Assim sendo, pode-se inferir que muitas legalidades promulgadas neste 

órgão estão baseados nas leis, decretos, portarias e outros redigidas pelo sistema 

federal de inspeção, ou seja, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 

(MAPA). 

No regulamentar do Cispoa encontra-se a Lei nº 10.691/1996, que dispõe sobre 

a inspeção e fiscalização dos produtos de origem animal no Estado, por sua vez, 

regulamentada pelo Decreto nº 39.688/1999. O Decreto esclarece que os produtos de 

origem animal constam os de carnes e seus derivados, estabelece em seu art. 16, §1º 

que: 

Entende-se por ‘matadouro-frigorífico’ o estabelecimento dotado de 
instalações completas e equipamento adequado para o abate, manipulação, 
elaboração, preparo e conservação das espécies de animais sob variadas 
formas, com aproveitamento completo, racional e perfeito de subprodutos não 
comestíveis, devendo possuir instalações de frio industrial. 

E no mesmo artigo em seu §3º: 

Entende-se por ’fábrica de produtos suínos’ o estabelecimento que dispõe de 
sala de matança e demais dependências, industrializa animais da espécie 
suína e, em escala estritamente necessária aos seus trabalhos, animais de 
outras espécies, dispondo de instalações de frio industrial e aparelhagem 
adequada para o seu funcionamento. 

Este mesmo decreto traz em seu texto informações técnicas exigidas para a 

legalização e autorização de funcionamento de um matadouro de suínos e frigorífico, 

incluindo algumas sobre o layout exigido para o funcionamento do mesmo. Destaca-

se ainda outras legislações pertinentes ao Cispoa: “Norma Técnica de Instalações e 

Equipamentos para Funcionamento de Matadouros-Frigoríficos de Suínos (e Javalis)”; 

e “Procedimentos Operacionais Padronizados (POP)” que devem estar descritos no 

“Manual de Boas Práticas de Fabricação (BPF)” que está sujeito à auditoria desde 

2008. 



20 

Nas legislações encontram-se tanto divergências como similaridades textuais 

ao analisar o conteúdo da legislação estadual com a norma federativa sobre o mesmo 

setor, produção de suínos. Destaca-se, por exemplo, que enquanto a Norma Técnica 

do Cispoa infere que “o piso será liso, resistente, impermeável e de fácil higienização, 

com declive mínimo de 1,0% em direção às canaletas, para uma perfeita drenagem”. 

A Portaria 711/95 do MAPA estabelece no item “4.1.3 – Piso: a) construído de material 

impermeável, antiderrapante e resistente a choques e ataque de ácidos; b) declive de 

1,5 a 3,0% [...] em direção às canaletas coletoras [...]”. Logo, observa-se que parte da 

exigência técnica é a mesma, porém os percentuais de declive exigidos pelo Cispoa 

são inferiores aos exigidos pela legislação que rege o SIF. 

Compreendendo-se a conceituação de matadouro-frigorífico na ótica do Cispoa 

e contrapondo algumas divergências existentes sobre os dois órgãos reguladores 

(Cispoa e SIF) é possível entender que é fundamental analisar a legislação de ambos 

os órgãos de forma minuciosa, a fim de poder trazer informações claras e precisas 

para a tomada de decisões da empresa. Dando continuidade ao estudo é importante 

entender os outros sistemas pertinentes a este estudo, como o Sisbi-POA que 

atualmente, considerando o Rio Grande do Sul, é regido pelas legislações do MAPA, 

apresentado no próximo subcapítulo. 

2.2.2 Sisbi-POA 

De acordo com o Ministério da Agricultura (2016b, texto digital): 

O Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-
POA), que faz parte do Sistema Unificado de Atenção a Sanidade 
Agropecuária (SUASA), padroniza e harmoniza os procedimentos de 
inspeção de produtos de origem animal para garantir a inocuidade e 
segurança alimentar. 
Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem solicitar a equivalência 
dos seus Serviços de Inspeção com o Serviço Coordenador do SISBI. Para 
obtê-la, é necessário comprovar que têm condições de avaliar a qualidade e 
a inocuidade dos produtos de origem animal com a mesma eficiência do 
Ministério da Agricultura. 
Os requisitos e demais procedimentos necessários para a adesão ao SISBI-
POA já foram definidos pelo Departamento de Inspeção de Produtos de 
Origem Animal (DIPOA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento (MAPA). 



21 

O processo de unificação proposto teve início com a publicação do Decreto 

5.741, em 30 de março de 2006, que teve por finalidade regulamentar os artigos 27-

A, 28-A e 29-A da Lei nº 8.171/96. É relevante esclarecer que o Sisbi-POA integra o 

sistema Sistema Unificado de Atenção a Sanidade Agropecuária (SUASA), os outros 

três sistemas desta unificação são Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de 

Origem Vegetal (Sisbi-POV), Sistema Brasileiro de Inspeção de Insumos Agrícolas 

(Sisbi-IA) e Sistema Brasileiro de Inspeção de Insumos Pecuários (SISBIP). De acordo 

com a SUASA (2006), este sistema unifica os diferentes órgãos públicos nas diversas 

instâncias federativas para o controle das atividades relacionadas à saúde, sanidade, 

inspeção, fiscalização, educação e vigilância de animais, vegetais, insumos, produtos 

e subprodutos de origem animal e vegetal.  

A coordenação deste sistema é realizada pelo MAPA, por intermédio do SIF, a 

legislação a ser seguida no Rio Grando do Sul pela empresa que decidir ser regida 

pelo Sisbi-POA é a federal, ou seja, seguirá as mesmas normas que reguem o SIF. 

Ainda, destaca-se que a fiscalização junto a empresa ocorre pelo Município ou pelo 

estado, já a auditoria é realizada pelo MAPA (SUASA, 2006). 

É relevante compreender que a adesão ao Sisbi-POA é opcional para os 

estados e municípios, destacando-se que o Rio Grande do Sul já aderiu ao sistema e 

conta com empresas atuantes nele. Outrossim, a adesão a este sistema não extingue 

os outros sistemas e serviços, assim Cispoa, SIF e SIM continuam existindo.  

Há leis, decretos, instruções normativas e portarias que regem o Sisbi-POA, 

“Eles têm a finalidade de instruir e legitimar os produtores pecuários, assim como os 

reprodutores e trabalhadores da cadeia animal, sobre a atividade que exercem” 

(MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, 2016b, texto digital). As principais legislações que 

regulamentam o Sisbi-POA são:  

Quadro 1 – Legislações do Sisbi-POA 

Legislação Data Preceitos 

Lei nº 7.889 
23 de Novembro de 
1989 

Dispõe sobre a inspeção sanitária e industrial dos 
produtos de origem animal, e dá outras 
providências. 

Lei nº 9.712 
20 de Novembro de 
1998 

Altera a Lei nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991, 
acrescentando-lhe dispositivos referentes à 
defesa agropecuária. 

Continua... 
  



22 

(Continuação) 

Legislação Data Preceitos 

Decreto nº 5.741 30 de Março de 2006 
Aprova o Regulamento dos arts. 27-A, 28-A e 29-
A da Lei no 8.171. 

Instrução Normativa 
nº 19 

24 de Julho de 2006 

Estabelece os requisitos para adesão dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
individualmente ou por meio de consórcios, ao 
Sistema Unificado de Atenção à Sanidade 
Agropecuária, integrado pelo Sistema Brasileiro 
de Inspeção de Produtos de Origem Animal, 
Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de 
Origem Vegetal, Sistema Brasileiro de Inspeção 
de Insumos Agrícolas e Sistema Brasileiro de 
Inspeção de Insumos Pecuários, na forma dos 
Anexos I, II, III e IV.  

Circular nº 52 
20 de Dezembro de 
2006 

Padronização de procedimentos para análise de 
processos para adesão ao Sistema Brasileiro de 
Inspeção de Produtos de Origem Animal / 
SUASA. 

Decreto nº 6.348 08 de Janeiro de 2008 

Altera os Anexos I e II ao Decreto nº 5.351, de 21 
de janeiro de 2005, que aprova a Estrutura 
Regimental e o Quadro Demonstrativo dos 
Cargos em Comissão e das Funções 
Gratificadas do Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento, e o art. 2º do Decreto 
nº 5.741, de 30 de março de 2006, que 
regulamenta os arts. 27-A, 28-A e 29-A da Lei 
nº 8.171. 

Fonte: Elaborado pela autora. 

Porém não pode-se deixar de conferir as legislações elencadas no próximo 

subcapítulo para informações sobre este sistema. O Sisbi-POA é um sistema 

regulamentado pelo MAPA, ou seja, segue as mesmas normatizações dos SIF, mas 

conta com algumas regulamentações específicas do próprio sistema (Sisbi-POA), 

como relatado anteriormente. Com isso, é fundamental compreender as principais 

legislações que regem o SIF, que segue, para poder compreender todos os sistemas 

relevantes a esta pesquisa. 

2.2.3 SIF 

Conforme o Ministério da Agricultura (2016a, texto digital): 

O Serviço de Inspeção Federal, conhecido mundialmente pela sigla S.I.F. e 
vinculado ao Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal – 
DIPOA, é o responsável por assegurar a qualidade de produtos de origem 
animal comestíveis e não comestíveis destinados ao mercado interno e 
externo, bem como de produtos importados. Atualmente, o S.I.F. tem atuação 
em mais de 4 mil estabelecimentos brasileiros, sendo 3.244 que recebem o 



23 

selo do S.I.F e 1.705 estabelecimentos relacionados, todos sob a supervisão 
do DIPOA. 
O selo surgiu quando foi editado o primeiro regulamento para a criação do 
serviço de inspeção dentro dos estabelecimentos processadores. Até receber 
o carimbo do SIF, o produto atravessa diversas etapas de fiscalização e 
inspeção, cujas ações são orientadas e coordenadas pelo Departamento de 
Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), da Secretaria de Defesa 
Agropecuária (SDA/Mapa). 

O SIF está vinculado ao DIPOA e este, por sua vez, vincula-se ao MAPA, assim, 

pode-se inferir que há dois sistemas que seguem praticamente a mesma 

regulamentação técnica, considerando o estado do Rio Grande do Sul: o SIF e o Sisbi-

POA. Como já destacado no subcapítulo anterior, o SIF tem papel junto ao Sisbi-POA 

como coordenador do sistema.  

Cabe entender o conceito de DIPOA sobre o SIF: 

[...] é a instância central e competente pela inspeção de produtos de origem 
animal no país, sendo subordinado administrativamente à Secretaria de 
Defesa Agropecuária (SDA). O Departamento de Inspeção de Produtos de 
Origem Animal (DIPOA) é responsável pela elaboração das diretrizes de ação 
governamental para a inspeção e fiscalização de produtos de origem animal, 
contribuindo assim com a formulação da política agrícola do Brasil. Visando 
a promoção do agronegócio brasileiro, o DIPOA promove articulações com 
as unidades organizacionais do órgão competente do MAPA, para elaboração 
de propostas para subsidiar a posição brasileira nos fóruns do MERCOSUL, 
no Comitê de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias (SPS) da Organização 
Mundial do Comércio (OMC) e no Codex Alimentarius da FAO junto à 
Organização Mundial da Saúde (OMS) (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, 
2006a).  

Especificamente acerca da conceituação sobre matadouro e frigorífico, o 

Decreto nº 30.691/52 define: 

Art. 21 [...] 
§ 1º Entende-se por ‘matadouros-frigorificos’ o estabelecimento dotado de 
instalações completas e equipamento adequado para o abate, manipulação 
elaboração, preparo e conservação das espécies de açougue sob variadas 
formas, com aproveitamento completo, racional e perfeito de subprodutos não 
comestíveis; possuirá, instalações de frio industrial. 
[...] 
§ 5º Entende-se por ‘fábrica de produtos suínos’ o estabelecimento que 
dispõe de sala de matança e demais dependências, industrialize animais da 
espécie suína e, em escala estritamente necessária aos seus trabalhos, 
animais de outras espécies; disponha de instalações de frio industrial e 
aparelhagem adequada ao aproveitamento completo de subprodutos não 
comestíveis. 

A partir desta apresentação, percebe-se que as leis dos estados e municípios 

sobre a produtos de origem animal seguem a apresentação dos conceitos do 



24 

Ministério da Agricultura, as principais divergências ocorrem nas especificações 

técnicas das plantas de produção, itens exigidos e construção dos setores. As 

legislações que imperam na fiscalização do SIF, no âmbito do setor de suínos, são:  

Quadro 2 – Legislações do SIF 

Legislação Data Preceitos 

Portaria nº 711 1º de novembro de 1995 
Aprova as normas técnicas de instalações e 
equipamentos para abate e industrialização de 
suínos. 

Decreto nº 30.691 29 de março de 1952 
Aprova o novo Regulamento da Inspeção 
Industrial e Sanitária de Produtos de Origem 
Animal. 

Decreto nº 5.053 22 de abril de 2004 

Aprova o Regulamento de Fiscalização de 
Produtos de Uso Veterinário e dos 
Estabelecimentos que os Fabriquem ou 
Comerciem, e dá outras providências. 

Decreto nº 5.741 30 de março de 2006 
Aprova o Regulamento dos arts. 27-A, 28-A e 29-
A da Lei no 8.171, de 17 de janeiro de 1991.  

Instrução Normativa 
MAPA n° 40 

30 de junho de 2008 

Dispõe sobre a importação de animais, vegetais, 
seus produtos, derivados e partes, subprodutos, 
resíduos de valor econômico e dos insumos 
agropecuários constantes do Anexo desta 
Instrução Normativa, que atenderá aos critérios 
regulamentares e aos procedimentos de 
fiscalização, inspeção, controle de qualidade e 
sistemas de análise de risco, fixados pelos 
setores competentes do Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA e 
observarão as normas para registro no 
SISCOMEX. 

Instrução Normativa 
nº 3 

17 de janeiro de 2000 
Aprova o regulamento técnico de métodos de 
insensibilização para abate humanitário de 
animais de açougue. 

Instrução Normativa 
nº 53 

16 de novembro de 
2009 

Alterar a Seção I do Capítulo IV, a Seção I do 
Capítulo VI e o Formulário XXIX  Requerimento 
para Fiscalização de Animais de Companhia, do 
Manual de Procedimentos Operacionais da 
Vigilância Agropecuária Internacional. 

Lei nº 7.889 
23 de novembro de 
1989 

Dispõe sobre a inspeção sanitária e industrial dos 
produtos de origem animal, e dá outras 
providências. 

Decreto nº 9.013 29 de março de 2017 

Regulamenta a Lei nº 1.283, de 18 de dezembro 
de 1950, e a Lei nº 7.889, de 23 de novembro de 
1989, que dispõem sobre a inspeção industrial e 
sanitária de produtos de origem animal. 

Fonte: Elaborado pela autora. 

O SIF é o sistema que serve de base para todas as regulamentações dos 

sistemas de inspeção e comercialização de produtos de origem animal (ou produtos 

advindos da agricultura), foco deste estudo. Assim sendo, o entendimento de suas 

leis, regras e setores que englobam o sistema é imprescindível para a continuidade 

desta pesquisa, outrossim é relevante compreender conceitos que envolvem layout 



25 

de fábrica, floxogramas e plano de ação que são conceituações chaves para a 

construção dinâmica e entendível do estudo sobre o frigorífico e matadouro, que 

apresenta-se a seguir. 

2.3 Layout de fábrica 

A disposição dos equipamentos e as especificidades dos espaços físicos são 

os pontos principais que diferenciam-se nos sistemas de inspeção, por isso o 

entendimento sobre layout de fábricas é fundamental para analisar as diferenças entre 

as legislações. O planejamento do layout constitui-se de planejar a localização de 

cada máquinas, cada estação de trabalho, cada área útil, cada espaço, cada setor, 

entre outros (GAITHER; FRAZIER, 2002).  

Sabe-se que os recursos de muitas organizações são destinados 
primeiramente a equipamentos e instalações físicas, e que grande parte dos 
custos de produção estão relacionados a material, pessoas ou fluxo de 
trabalho. A importância da distribuição física de uma empresa é reforçada 
pelas conseqüências em longo prazo das decisões e do custo de re-projetar 
a planta (TORTORELLA; FOGLIATTO, 2008, p. 610). 

Desta forma, o planejamento de qualquer adequação no layout do parque fabril 

garante a eficácia e eficiência da empresa, bem como deve seguir as normas técnicas 

exigidas pelos órgãos de fiscalização. No entendimento de Davis, Aquilano e Chase 

(1999), a forma que os diferentes setores/departamentos são organizados em uma 

instalação é determinada pelo fluxo do trabalho, neste contexto, os equipamentos e 

as funções similares devem ser agrupados.  

Além disso, há duas classificações ao analisar o layout de fábrica: melhoria do 

layout ou construção do layout, porém em ambos o intuito é definir o arranjo físico 

mais eficiente e eficaz para o departamento em estudo (TORTORELLA; FOGLIATTO, 

2008). Outrossim, segundo Martins e Laugeni (2003), um layout eficiente e eficaz é 

aquele que racionaliza o espaço, concede identificação rápida dos 

materiais/equipamentos, tem um adequado armazenamento, reduz os custos e torna 

a gestão mais focada, o que facilita o trabalho, porém para ter-se um bom layout o 

processo deve iniciar no planejamanto da capacidade produtiva a ser atingida e 

prospectar os turnos de trabalho. Assim, “A avaliação de uma alternativa de layout 



26 

consiste em investigar suas características sob condições reais de tempo, espaço e 

informação”, mensurando-se as características necessárias que tornam objetiva a 

avaliação do layout, visando selecionar a melhor alternativa para tal (TORTORELLA; 

FOGLIATTO, 2008, p. 612).  

Martins e Laugeni (2003) completam que as áreas produtivas devem ser 

divididas visando o fluxo contínuo de processos e não devem ter acúmulo de produtos 

acabados ou matéria prima. Assim, entende-se que o planejamento adequado é 

fundamental para tomada de decisão, e ele inicia na compreensão do processo 

produtivo, uma das formas de gerir este conhecimento é com o desenvolvimento do 

fluxograma de operações, apresentados no subcapítulo subsequente. 

2.4 Fluxograma de operações 

Para compreender as operações que envolvem um frigorífico e matadouro de 

suínos o uso de fluxogramas pode esclarecer diferenças nos processos entre os 

sistemas/serviços de fiscalização. De acordo com Lins (1993) um fluxograma define 

como ocorre um processo, combinando equipamentos, pessoas, métodos, 

ferramentas, matéria prima e produtos. O autor também destaca que o uso do 

fluxograma identifica com clareza os passos para a execução do processo, além de 

identificar falhas quando há pessoas diferentes executando o mesmo processo, por 

exemplo. Ainda, o “fluxograma é demonstrado através de gráfico da operação, 

mostrando a sequência do processo e definindo a ordem do trabalho” (ROCHA, 2008, 

p. 299). 

O objetivo principal do fluxograma é descrever o fluxo, seja manual ou 
mecanizado, especificando os suportes (documento, papel, disco, formulário 
ou qualquer outro) que sejam usados para os dados e as informações. Em 
sua confecção, são usados símbolos convencionados que permitem poucas 
variações. Apresenta como principal característica ser claro e objetivo, sendo 
o mais utilizado de todos os instrumentos e ferramentas (BALLESTERO-
ALVAREZ, 2011, p. 228). 

Na compreensão de Corrêa e Corrêa (2011) fluxograma objetiva definir ou 

melhorar os processos, sendo uma ferramenta que visa avaliar uma operação de 

forma sequenciada, passo a passo desde a entrada até a saída. Como qualquer outra 

ferramenta, o fluxograma envolve etapas desde o levantamento das operações no 



27 

início da cadeia até o final do processo, evidenciando decisões, processos e 

execuções. É preciso compreender as etapas que envolvem a construção de um 

fluxograma, que segundo Batista et al. (2006, p. 3) são: 

[..] definir o objeto de estudo; escolher os pontos de início e fim de cada 
atividade que está sendo realizada; fazer o levantamento do fluxo verificando 
as etapas do processo e a sequência da execução; levantar os dados 
suplementares; e por último elaborar o quadro de resumo do processo que 
está sendo realizado. 

Uma das formas de entender as operações através de fluxogramas é utilizando 

o software Bizagi, que é uma ferramenta gratuita. Segundo Flores e Amaral (2014, p. 

326, grifo dos autores): 

[...] o Software Bizagi que é uma ferramenta livre, específica para o 
mapeamento de processos e que utiliza como base a notação BPMN, 
possibilitando que o analista desenvolva o desenho do processo e detalhe 
todas as tarefas pertencentes aos processos, podendo inclusive gerar a partir 
dela relatórios [...]. 

Para montar um fluxograma utiliza-se simbologias, como as seguintes: 

Figura 1 – Símbolos básicos de fluxogramas 

 

Fonte: Bizagi (2016, software). 

O fluxograma permite um entendimento global a respeito dos processos, por 

meio dele descreve-se todas as atividades do procedimento a fim de facilitar o 

entendimento e aplicação de melhorias. Mas não basta compreender o fluxo de 

operações e não colocá-lo em prática efetivamente, assim, para que o planejamente 



28 

não fique no papel é possível contar com planos de ação, como o 5W2H, que tratar-

se-á no subcapítulo que segue, para facilitar e controlar o processo de implantação 

sobre um projeto ou uma decisão tomada. 

2.5 Plano de ação – 5W2H 

Aguiar (2002) define que a ferramenta 5W2H é um método em que faz-se 

perguntas para respondê-las obtendo informações indispensáveis para desenvolver 

um plano de ação, o qual chama-se 5W2H, a sigla vem da construção de palavras em 

inglês que começam com W (cinco questões) e H (duas questões).  

O 5W2H é uma lista de verificação utilizada para informar e assegurar o 
cumprimento de um conjunto de planos de ação, diagnosticar um problema 
e/ou planejar soluções. Na medida em que os processos se tornam cada vez 
mais complexos e menos definidos, fica mais difícil identificar sua função, 
bem como os problemas, as oportunidades que surgem e as causas que dão 
origem aos efeitos sentidos. Esta técnica consiste em equacionar o problema, 
descrevendo-o por escrito, da forma como é sentido naquele momento 
particular: como afeta o processo, as pessoas e que situação desagradável o 
problema causa (PINTO, 2006, p. 8). 

Através do 5W2H são definidas etapas em que se constroem e se definem 

metas a serem atingidas, com prazos, pessoas e processos, visando atingir um 

determinado objetivo (CAMPOS, 2004). Descritas da seguinte forma por Campos 

(2004, p. 66, grifo nosso): 

What? (O quê?): Definição da tarefa a ser realizada;  
When? (Quando?): Elaboração de um cronograma para a realização das 
atividades;  
Who? (Quem?): Definição dos responsáveis pela execução;  
Where? (Onde?): Definição do local (local físico, setor, etc) de realização da 
tarefa;  
Why? (Por quê?): Justificativa para a execução das tarefas;  
How? (Como?): Determinação da forma de desenvolvimento das atividades;  
How Much? (Quanto custa?): Define o valor a ser gasto para a execusão da 
tarefa. 

Enfatiza-se que o plano de ação é construído na forma de um quadro em que 

cada etapa é respondida. No entendimento de Aguiar (2002), o plano de ação é uma 

espécie de cronograma de execução de tarefas planejadas visando acompanhar sua 

execusão, a colocação de perguntas postas na forma de tabela cria um formulário que 



29 

auxlia na decisão de ações, além disso, a tabela responde aos questionamentos de 

cada ação previamente definida no planejamento da empresa. 

Neste estudo, o plano de ação é fundamental para garantir a implantação do 

sistema/serviço de inspeção que melhor se adequa a empresa, visto que um processo 

de transição pode levar um tempo considerável (seis meses/um ano) e necessita de 

um controle para que efetivamente seja implantado. A seguir, apresenta-se os 

procedimentos metodológicos que nortearam esta pesquisa. 

  



30 

 

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 

No entendimento de Kauark, Manhães e Medeiros (2010, p. 24) “pesquisa é [...] 

o caminho para se chegar à ciência, ao conhecimento”. No entendimento de Gerhardt 

e Silveira (2009, p. 13) “a metodologia se interessa pela validade do caminho 

escolhido para se chegar ao fim proposto pela pesquisa”. Diante deste contexto, este 

capítulo aborda a metodologia que embasou a aplicação deste estudo. 

3.1 Classificação da pesquisa quanto à abordagem 

Este estudo teve abordagem qualitativa, Kauark, Manhães e Medeiros (2010, 

p. 26) enfatizam que a pesquisa qualitativa “considera que há uma relação dinâmica 

entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo 

e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números”.  

Ainda, segundo Malhotra (2008), a pesquisa qualitativa não busca a aplicação 

de métodos estatísticos, ela objetiva alcançar um entendimento qualitativa das razões. 

Geralmente é utilizada para número restritos de casos não representativos, ou seja, 

sua amostragem é composta de um número pequeno, sua coleta de dados ocorre de 

forma não estruturada, sua análise de dados fundamenta-se por não utilizar estatística 

e os seus resultados desenvolvem uma compreensão primitiva do problema estudado. 



31 

Esta pesquisa envolveu a compreensão do sistema/serviço que melhor se 

adequa a empresa, comparando legislações, layout dos processos produtivos e fluxo 

das operações de cada sistema e serviço alvo deste estudo.  

A definição da classificação da pesquisa quanto à abordagem é ponto de 

partido para prosseguir com a classificação quanto aos objetivos, que apresenta-se a 

seguir. 

3.2 Classificação da pesquisa quanto aos objetivos 

Toda pesquisa busca chegar a uma resposta por meio de diferentes 

instrumentos, conforme revelam Kauark, Manhães e Medeiros (2010). Desta forma, 

este estudo foi exploratório, que: 

[...] são investigações de pesquisa empírica cujo objetivo é a formulação de 
questões ou de um problema, com tripla finalidade: desenvolver hipóteses, 
aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou 
fenômeno, para a realização de uma pesquisa futura mais precisa ou 
modificar e clarificar conceitos (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 187). 

Segundo Gil (2008) a pesquisa exploratória envolve a realização de entrevistas 

com indivíduos com experiências práticas sobre o foco de estudo, formulação de 

sugestões de melhorias, além de um planejamento flexível e não estruturado, e 

envolve informações com pouca ou nenhuma informação científica divulgada. Este 

estudo levantou informações desconhecidas, análises que até o presente momento 

nunca foram publicadas e disponibilizadas em meio científico, por este motivo tornou-

se exploratório. Compreendendo a pesquisa como exploratória ao relacioná-la aos 

objetivos é fundamental classificá-la quanto aos procedimentos técnicos, conforme 

apresenta-se no próximo subcapítulo. 

3.3 Classificação da pesquisa quanto aos procedimentos técnicos 

Esta pesquisa teve análise documental, pesquisa bibliográfica, observações in 

loco e entrevistas em seus procedimentos técnicos, sendo cada procedimento 

detalhado a seguir: 



32 

O estudo teve fonte de coletas de dados documental, em que “[...] a fonte de 

coleta de dados está restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que se 

denomina de fontes primárias. Estas podem ser feitas no momento em que o fato ou 

fenômeno ocorre, ou depois” (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 174). A pesquisa 

também foi bibliográfica, pois: 

[...] abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de 
estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, 
pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc., até meios de 
comunicação orais: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes 
e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com 
tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive 
conferências seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma 
forma, quer publicadas, quer gravadas (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 183). 

Além disso, foram realizadas entrevistas e observações in loco, que Gil (2008) 

enfatiza ser uma técnica na qual o entrevistador e o entrevistado encontram-se e o 

primeiro realiza formulação de questões visando obter dados de interesse ao seu 

estudo investigativo. A observação in loco “nada mais é que o uso dos sentidos com 

vistas a adquirir os conhecimentos necessários para o cotidiano” (GIL, 2008, p. 100). 

Para a revisão de literatura deste estudo e contraponto com as entrevistas foi 

utilizado a pesquisa bibliográfica, visando embasar o estudo, considerando-se 

legislações, livros, artigos, teses e outros mateiriais publicados considerados 

relevantes ao estudo. E a fonte documental foram as vias de comunicação com os 

órgãos e outros documentos relevantes à esta pesquisa que estão de posse da 

empresa que não passaram por análise científica visando os objetivos aqui propostos. 

Nas observações in loco foram analisadas as estruturas, os  processos e os 

procedimentos atuais do parque fabril, buscando perceber as divergências e 

necessidades de readequação do local às legislações de cada sistema/serviço de 

inspeção. Além disso, é fundamental caracterizar a unidade de análise e sujeitos da 

pesquisa. 

3.4 Unidade de análise e sujeitos da pesquisa 

A unidade de análise foi uma empresa familiar que atua no ramo frigorífico e 

matadouro de suínos, a qual encontra-se em um momento decisivo em sua história, 



33 

precisando compreender qual o melhor sistema/serviço de inspeção que se adequa 

as necessidades da organização.  

Para que seja possível analisar e tomar uma decisão coerente, foram 

realizadas entrevistas com fiscais que atuam em cada um dos sistemas/serviços, 

assim foi possível compreender a melhor perspectiva da empresa foco deste estudo. 

Após identificar a unidade de análise e os sujeitos da pesquisa, é fundamental 

compreender como foi realizada a coleta e análise de dados. 

3.5 Coleta de dados 

Este estudo teve etapas distintas que visam compreender os processos como 

um todo. Desta forma, a primeira etapa consistiu no desenvolvimento de fluxogramas 

que demonstrem as diferenças que os três sistemas/serviços podem ter. Para isso foi 

utilizada a observação in loco, Marconi e Lakatos (2003, p. 191) esclarece que a 

observação: 

[...] ajuda o pesquisador a identificar e a obter provas a respeito de objetivos 
sobre os quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seu 
comportamento. Desempenha papel importante nos processos 
observacionais, no contexto da descoberta, e obriga o investigador a um 
contato mais direto com a realidade. 

Assim, inicialmente a pesquisadora acompanhou os processos de produção no 

frigorífico e matadouro em estudo no mês de março de 2017, anotando todo o 

processo e detalhes necessários para montar o fluxograma das operações para 

análise. Também, através das observações foram realizados o comparativo do atual 

fluxo operacional com as exigências em cada legislação do sistema/serviço de 

inspeção visando, futuramente, orçar com empresas prestadoras de serviços e de 

maquinário industrial os valores para adequação do parque fabril ao Cispoa, Sisbi-

POA ou SIF. 

Em um segundo momento, foram realizadas entrevistas semiestruturadas um 

fiscal do Cispoa, um fiscal do Sisbi-POA e um fiscal do SIF. Os fiscais contatados que 

aceitarem se submeter à entrevista assinarão o Termo de consentimento Livre  e 

Esclarecido (TCLE), respeitando a orientação da Carta Circular n. 



34 

003/2011/CONEP/CNS de 21 de março de 2011, permitindo que se esclarecessem 

formalmente detalhes da pesquisa aos envolvidos, conforme Apêndice A. O TCLE foi 

entregue em duas vias, uma ficou com o entrevistado e outra ficará arquivada pelo 

pesquisador por cinco anos.  

Para garantir o anonimato e integridade dos entrevistados neste estudo utilizou-

se as seguintes siglas: F-CISPOA, F-SISBI e F-SIF. Para as entrevistas foi realizado 

contato telefônico com os entrevistados explicando sobre o estudo e agendada data, 

horário e local que melhor se adeque ao mesmo, sendo realizada no mês de abril de 

2017. Marconi e Lakatos (2011, p. 273) afirmam que a entrevista deve acontecer em 

“um ambiente de confiança e também evitar elementos que prejudiquem a conversa, 

ou seja, interrupções, ruídos, conversas, músicas, telefonemas, etc.”.  

As entrevistas com os fiscais seguiram o roteiro de questionário do Apêndice 

B.  No entendimento de Gil (2008, p. 109) a “entrevista é bastante adequada para a 

obtenção de informações acerca do que as pessoas sabem, crêem, esperam, sentem 

ou desejam, pretendem fazer, fazem ou fizeram, [...] suas explicações ou razões a 

respeito das coisas precedentes”. O objetivo das entrevistas é compreender as 

diferenças entre os sitemas de inspeção, agregando a prática, o conhecimento, o 

entendimento e a técnica de cada um dos processos de inspeção. As entrevistas 

foram gravadas e posteriormente transcritas na íntegra, a fim de serem analisadas. 

Em uma terceira etapa e com as etapas acima concluídas, visando demonstrar 

a melhor estratégia de decisão para os gestores da empresa foco deste estudo, foi 

desenvolvido um plano de ação (5W2H) com a proposta de implantação do 

sistema/serviço de inspeção de melhor se adequa a empresa. A partir da estruturação 

do plano de coleta de dados é fundamental caracterizar o processo de análise dos 

dados coletos, como segue. 



35 

Figura 2 – Etapas da pesquisa 

 

Fonte: Elaborado pela autora. 

3.6 Análise de dados  

Segundoo Gil (2008), após a coleta de dados, conforme etapas descritas na 

Figura 2, foi realizada a análise e interpretação de dados, ainda, “a análise dos dados 

na pesquisa qualitativa passa a depender muito da capacidade e do estilo do 

pesquisador” (GIL, 2008, p. 175). 

Na Figura 2 apresentou-se o desenvolvimento das etapas deste estudo visando 

a compreensão eficaz e eficiente do processo, desta forma, para a descrição da 

análise de dados utilizou-se as mesmas etapas descritas nela. 

Na primeira etapa do desenvolvimento do fluxograma, após analisar o fluxo de 

operações da empresa à luz da legislação de cada sistema/serviço de inspeção, foram 

feitos os apontamentos sobre as diferenças dos mesmos, para isso utilizar-se-á o 

software Bizagi. 

Para a segunda etapa, as entrevistas gravadas foram transcritas, realizada a 

leitura destas e interpretadas, visando aprofundar o conhecimento. Segundo Grillo e 

Medeiros (1998)  as entrevistas em profundidade garante que todos os participantes 

produzam dados que atinjam os objetivos do estudo, levando a aprofundar leituras e 

discutir sobre o assunto. 

Primeira 
Etapa

•Observações
•Fluxograma

Segunda 
Etapa

•Entrevistas com os fiscais 

Terceira 
Etapa

•Desenvolvimento do plano de ação



36 

Na última etapa, utilizou-se o plano de ação (5W2H) para propor a implantação 

do sistema/serviço mais adequado para a empresa, para isso foram analisados o 

fluxograma e as entrevistas, buscando compreender a melhor estratégia para a 

empresa. 

Por fim, é importante apresentar as limitações dos métodos que foram 

aplicados neste estudo, considerando-se possíveis circunstâncias encontradas no 

decorrer da pesquisa. 

3.7 Limitações do método 

Este estudo encontrou limitações quanto ao número de entrevistados, visto que 

o tempo de levantamento de dados é restrito, optou-se por entrevistar três sujeitos: 

um fiscal do Cispoa, um fiscal do Sisbi-POA e um fiscal do SIF. Salienta-se que outros 

estudos poderiam considerar a opinião dos gestores de empresas que trabalham com 

estes serviços/sistemas. 

Outra limitação envolve a pouca, quase nenhuma, bibliografia que analisa as 

legislações dos três sistemas/serviços foco deste estudo, assim, pondera-se que 

tornou-se um estudo inédito. Outrossim, é relevante considerar a “Operação Carne 

Fraca” para a realização deste estudo, visto que a operação foi deflagrada quando o 

fluxo das operações da empresa estudada já estava concluído e uma das entrevistas 

já havia sido realizada, por esta circunstância, pondera-se que a referida operação 

poderá interferir ou não nos resultados desta pesquisa. 

Além disso, delimita-se por ser uma pesquisa que analisou apenas uma 

empresa, quanto aos processos a serem desenvolvidos em fluxograma, assim não há 

uma análise considerando-se e contrapondo-se diferentes empresas do setor e os 

resultados obtidos não podem ser generalizados, sendo válidos apenas para a 

empresa em análise. A fim de atingir os objetivos propostos neste estudo, a seguir 

apresenta-se a caracterização da empresa. 

  



37 

 

 

4 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA 

A empresa surgiu da criação de suínos em uma propriedade rural no interior do 

Vale do Taquari, no decorrer dos anos e diante de uma crise no setor que dificultava 

a comercialização e provocou a oferta de preços baixos para os suinocultores, surgiu 

a ideia de industrializar os suínos produzidos na propriedade, visando agregar valor 

ao produto.  

Inicialmente o processo era informal e as vendas ocorriam apenas para 

parentes, vizinhos e amigos, incentivadores de Roberto e Ivete. Com o surgimento do 

programa Agroindústria Familiar do Governo do Estado os empreendedores puderam 

adequar-se às exigências legais, após intensa busca por incentivos financeiros e 

fiscais junto aos órgãos e instituições que fomentam a agroindústria, em 01 de março 

de 2002, a empresa teve a aprovação do projeto para a construção da fábrica de 

embutidos junto ao Cispoa. Em 19 de agosto do mesmo ano, a Agroindústria de 

Embutidos Taica oficializava-se sob o registro Cispoa nº 745. A empresa identifica-se 

sob a razão social R. Moretto Frigorífico Ltda. EPP, utilizando o nome fantasia 

Agroindústria Taica – Matadouro Frigorífico, com CNPJ: 07.699.315/0001-18 e 

Inscrição Estadual 166/0007906, localizada no Endereço Linha Santos Filhos, s/nº – 

Arossi – Anta Gorda – RS, CEP: 95980-000. Tem como responsável técnica a Médica 

Vetirinária Daniela Busatto (CRMV-RS 12085 VP), e diretores/proprietários o sr. 

Roberto Morreto e sra. Ivete Fiorese Moretto. A nomenclatura Taica decorre da junção 



38 

dos nomes das filhas do casal, Taís e Carla, sendo uma homenagem as mesmas que 

atualmente contribuem para a continuidade do sonho de seus pais.  

No início do processo fabril, a empresa operava somente com a fabricação de 

embutidos e o processo de matança era terceirizado em um matadouro da região. A 

produção nesta época era de 3.000kg de embutidos e 400kg de banha mensalmente. 

Em pouco tempo, sugiu a necessidade de ter o próprio abatedouro, devido ao 

alto custo do abate e transporte da matéria prima, os produtos acabados deixavam 

pouca margem de contribuição e tornavam-se pouco competitivos no mercado 

concorrencial no quisito preço. Desta forma, o casal buscou aprimorar seus serviços 

e em 14 de março de 2003 teve junto ao Cispoa a aprovação para a construção do 

matadouro. Em 27 de agosto de 2004, a empresa iniciou o processo de abate de 

suínos, tornando-se uma empresa de matança e frigorífica. 

Em 2004 a operação iniciou com capacidade de matança de 100 suínos/mês. 

Hoje opera com 187 suínos/dia, produzindo mensalmente 87.000kg de carcaça suína, 

78.000kg de corte suínos, 30.000kg de embutidos, 3.000kg de banha. Ofertando ao 

mercado os seguintes produtos: salame tipo italiano defumado, linguiça de carne 

suína defumada, copa defumada, banha, carne resfriada de suíno com osso, cabeça 

resfriada de suíno, carne resfriada de suíno sem osso, costela defumada de suíno, 

linguiça de carne suína (salsichão), miúdos resfriados de suínos, torresmo, toucinho 

resfriado de suíno (sem pele), espinhaço resfriado de suíno, papada resfriada de 

suíno, pele resfriada de suíno, linguiça calabresa fraca, linguiça calabresa forte, leitão 

resfriado, linguiça colonial e salame tipo colonial defumado. Atendendo o estado do 

Rio Grande do Sul, principalmente o mercado das regiões do Vale do Taquari e 

Metropolitana. 

Atualmente a organização conta com 44 colaboradores, divididos nas áreas de 

administração, controle de qualidade, produção, limpeza, carregamento e transporte. 

O horário de funcionamento é compreendido entre 7h e 19h, a carga horária de 30h 

ou 44h semanais dos colaboradores atende a necessidade de produção da empresa 

entre o horário normal de expediente, o horário de processamente e o horário de 

limpeza. A empresa procura constante melhoramento de suas condições estruturais, 

procura atender seus clientes com dedicação e respeito oferecendo sempre o melhor 



39 

produto, seguindo as normatizações, regras e técnicas que garantam condições 

sanitárias adequadas para a credibilidade em seus produtos. 

Figura 3 – Imagem da empresa 

 

Fonte: Agroindústria Taica (2017, [arquivo particular]). 

  



40 

 

5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 

Neste capítulo buscou-se responder aos objetivos deste estudo, avaliando-se 

a operacionalização da empresa, analisando-se as entrevistas com os fiscais e 

apresentando-se a matriz 5W2H. 

5.1 A operacionalização da empresa 

Conhecer o fluxo dos processos de uma organização é fundamental para 

qualquer gestor, isso também contribui para a tomada de decisão. Diante deste 

aspecto, analisou-se os processos do parque fabril da empresa alvo deste estudo e 

realizou-se um estudo comparativo sobre as exigências dos órgãos de inspeção em 

cada procedimento. 

5.1.1 Processo atual 

Atualmente a Agroindústria Taica desenvolve suas atividades sob a inspeção 

do Cispoa, devidamente registrada e segue as normatizações vigentes do referido 

órgão. O processo é divido em etapas de recepção, abate, industrialização e venda. 



41 

5.1.1.1 Recepção 

Na recepção, os suínos provenientes das propriedades criadoras, chegam ao 

matadouro com uma antecedência de 12 a 24 horas e permanecem alojadas nas 

pocilgas em dieta hídrica até o momento do abate. 

5.1.1.2 Abate 

No processo de abate, os suínos são conduzidos por um corredor de alvenaria, 

higienizados através de um chuveiro de aspersão com jatos de água sob pressão 

direcionado de maneira a atingir o corpo do animal por inteiro, tendo por finalidade, 

além da higienização, desestressar o animal. Após, os suínos entram no box de 

atordoamento onde recebem um choque com aparelho de eletro choque regulável, 

com alta voltagem e baixa amperagem, e liberados ao interior do matadouro por meio 

de portão metálico giratório.  

Já no interior do estabelecimento, os suínos são içados por uma das patas por 

meio de guincho elétrico e dependurados na trilhagem aérea de maneira corrente, são 

sangrados no interior do túnel de sangria, permanecendo ali por no mínimo 3 minutos 

a fim de que ocorra o perfeito escoamento do sangue. O sangue é canalizado para 

fora do estabelecimento através de uma tubulação de PVC 150mm e coletado em 

local apropriado até o final da matança, sendo recolhido por empresa terceirizada.  

Ainda no abate e após a sangria, os suínos passam por um chuveiro com jatos 

sob pressão e são conduzidos ao tanque de escalda pela trilhagem aérea 

devidamente equipada com uma descida em que o suíno baixa e cai uma mesa 

gradeada localizada na lateral do tanque de escalda, ali um funcionário retira a maneia 

de corrente, rolando-o para dentro do tanque de escalda, permanecendo imerso em 

água quente a 65°C, por aproximadamente 3 minutos.  

Depois, um garfo hidráulico retira o suíno e o transfere para a depiladeira 

mecânica, equipada com um sistema de rolo rotativo e batentes de borracha que 

efetua a retirada dos pelos do animal. Em seguida, o funcionário aciona um dispositivo 



42 

hidráulico que faz com que a própria depiladeira libere o suíno sobre uma mesa de 

aço inox em forma de grade, localizada em frente a depiladeira, onde é realizada a 

toalete dos animais com a retirada dos pelos que não sairam na depiladeira. Na 

sequência, os animais são levantados por guincho elétrico e dependurados na 

trilhagem aérea, acondicionados em balancins, passam pelo processo de 

chamuscamento usando maçarico a gás e toalete externo com o uso de esguicho. 

No cado dos animais que são coureados, assim que sangrados inicia-se o 

processo de couramento, primeiramente pela esfola das mãos, preparo da cabeça, 

esfola das patas traseiras pelo sistema de troca patas, oclusão e amarração do reto e 

retirada total do couro por meio de rolo elétrico. O couro retirado do animal no interior 

da sala de matança é feito por meio de óculo. Depois de coureados, os suínos seguem 

para as etapas de abertura do peito, amarração do esôfago, retirada e inspeção da 

língua, inspeção dos gânglios pré-escapulares, despanse, serra da carcaça, inspeção. 

No despance, são retiradas e separadas as vísceras, em que as brancas seguem para 

a bucharia suja e são conduzidas por meio de óculo ao local de armazenamento até 

o final da matança sendo recolhidas – juntamente com os demais produtos não 

comestíveis – e condenados para recolhimento por empresa terceirizada; já as 

vísceras vermelhas seguem para a sala de miúdos.   

Os miúdos retirados do animal são inspecionados no interior da sala de 

matança e conduzidos por meio de calha/chute para a sala de miúdos a fim de serem 

preparados para a venda. A cabeça é retirada dos suínos logo após ser inspecionada 

e direcionada ao interior da sala de miúdos para a desossa. Os miúdos externos dos 

suínos depilados (pés e orelhas) são aproveitados para consumo humano, portanto 

assim que retirados dos animais são enviados para a sala de miúdos externos e 

preparados para a venda. Os produtos dos suínos coureados que não são 

aproveitados para o consumo humano são armazenados na sala de resíduos e 

permanecem ali até o recolhimento por empresa terceirizada. Os miúdos prontos são 

carimbados a fogo, armazenados na câmara de resfriamento, acondicionados em 

caixas plásticas brancas sobrepostas em estrados plásticos, à temperatura de 0°C a 

4°C. As carcaças lavadas são carimbadas e transportadas pela trilhagem aérea para 

a câmara de resfriamento com temperatura de 0°C a 4°C, permanecendo ali até o 

momento da venda. 



43 

5.1.1.3 Industrialização e venda 

No processo de industrialização, parte das carcaças é utilizada como matéria 

prima, portanto, assim que está pronta, é levada para a sala de desossa por meio de 

trilhagem aérea. A sala é climatizada entre 14ºC e 16°C e ali é realizado o preparo: 

retirada de sebo, excesso de gordura, nervos e cortes de maneira que possibilitem a 

moagem, de acordo com cada tipo de produto a ser fabricado. Os ossos e resíduos 

oriundos desta etapa são conduzidos ao depósito de resíduos por meio de óculo, 

ficando armazenados ali até o final das atividades quando são recolhidos por empresa 

terceirizada.  

A matéria prima é transferida para a sala de industrialização, climatizada com 

temperatura entre 14ºC e 16°C, por meio de caixas plásticas ou carrinhos de inox do 

tipo caçamba. Na industrialização procede-se a moagem com moedor elétrico 106 que 

tem capacidade para moer 1.200kg/h com disco de 04 a 10mm, a mistura e adição 

dos ingredientes é feita com qualidade e em quantidades adequadas através de 

misturador elétrico com capacidade para 100kg/vez. Após a obtenção da massa, 

efetua-se o embutimento através de ensacadeiras hidráulicas para 120kg/vez, 

utilizando-se tripa bovina ou suína com calibre variável de acordo com o tipo de 

produto a ser embutido.  

Os embutidos frescais são armazenados na câmara de produtos prontos com 

temperatura em torno de 0°C, acondicionados em caixas plásticas brancas 

sobrepostas sobre estrados de plástico, permanecendo ali até o momento da 

expedição, que ocorre de 12 a 24 horas após.  

Os embutidos que necessitam de defumação ou secagem pelo calor, são 

acondicionados em varas e levados aos defumadores, permanecendo permanecem 

pelo período e temperatura necessárias para este processo (de 22 a 36°C e de 12 a 

36 horas, de acodo com cada tipo de produto). Por fim, os mesmos serão retirados 

dos defumadores e acondicionados na sala de cura onde permanecem pelo tempo 

necessário para completar a maturação (30 dias para salames e 60 a 90 dias para 

copas). Os produtos defumados são armazenados na sala para produtos prontos não 

refrigerados localizada próximo a expedição.  



44 

O toucinho retirado das carcaças é transferido para a sala de desossa onde é 

cortado em cubos e transferido para a sala de fuzão de banha, onde efetua-se o 

derretimento em tanque com aquecimento a vapor e mexedor elétrico. A banha pronta 

é transferida para a sala de cristalização de banha através de tubulação em inox e 

acondicionada em tanques de inox para esfriar. Quando a banha estiver praticamente 

fria é embalada em baldes plásticos com 1,5kg, 3kg ou 16kg e direcionadas para 

venda.   

As carcaças que são comercializadas in natura são preparadas na sala de 

desossa de acordo com o tipo de venda efetuado e armazenada na câmara de 

produtos prontos com temperatura de 0°C, acondicionados em caixas plásticas e 

direcionadas para venda.  

Todos os produtos destinados a venda são rotulados com etiqueta em que 

constam todos os dados previstos nas normas legalmente exigidas pelo órgão de 

fiscalização, neste caso, Cispoa. 

5.1.2 Os processos: comunicação e operações 

Através das entrevistas pode-se detalhar alguns contextos de cada 

sistema/serviço sob a ótica dos fiscais, envolvendo a maneira que as empresas 

encontram as leis, regulamentos e outros que serão detalhados neste estudo. De 

acordo com o entrevistado F-SISBI, direcionou-se o entendimento do Sisbi-POA:  

[...] os responsáveis técnicos, [...] têm que auxiliar de uma forma direta as 
empresas, como: se houver alguma alteração, norma ou se há alguma 
legislação nova, os fiscais eles podem fornecer as informações diretamente 
através de um ofício. [...] A empresa pode solicitar se há alguma alteração de 
alguma lei, instrução normativa de um decreto e a gente fornecer essa 
informação [...]. 
[...] a partir de uma forma de via formal [...] ela pode solicitar essa informação 
para o fiscal da planta, se houve alguma alteração ou se tem alguma 
normativa nova ou através de um ofício, através da central, em Porto Alegre, 
também solicitando através do e-mail se há alguma alteração como norma 
nova. Isso tudo, são meios de comunicação para se obter esse solicitado, se 
houve alguma alteração de normatização. 

No caso do entrevistado F-CISPOA, relata-se: 



45 

[...] tem o site da secretaria, onde tem ali todas as normatizações da Cispoa 
e qualquer pessoa da empresa, minimamente qualificada, pode acessar esse 
site e verificar as normativas [...]. E tem mais o apoio técnico contratado pela 
empresa, que também tem essa condição e [...] o fiscal, [...]. Quando surge 
uma instrução normativa nova ou uma portaria, essa inspeção local ela leva 
ao conhecimento da empresa e dos diálogos da empresa surgem os prazos 
estabelecidos, para que ela faça os conformes a normativa presente. 
[...] uma é pelo site diretamente, no site da secretaria, diário oficial e diário 
oficial do estado, mas geralmente as portarias, o fiscal local comunica a 
empresa e os responsáveis técnicos [...], eles costumam também estar bem 
informados, sempre em contato com esse site e eles geralmente também 
auxiliam nessa e fazem com que a empresa tenha conhecimento [...]. 

O entrevistado F-SIF informa um único meio de informação: “Por meio do 

sítio: www.agricultura.gov.br/legislacao”. Percebe-se que há nuances que dificultam o 

processo de comunicação da empresa, não existe uma forma definitivamente 

instalada, a responsabilidade passa a ser dos fiscais ou de apoios técnicos, mas cabe 

ressaltar que não é sempre o mesmo fical que está no local, bem como, o apoio 

técnico pode ser uma empresa terceirizada que está semanalmente ou 

quinzenalmente na empresa (principalmente nas empresas de pequeno e médio 

porte), o que sugere que no Cispoa e Sisbi-POA podem ocorrer falhas de 

comunicação. Já no caso do SIF, a forma de informação é única, porém exige 

constante acesso ao site na busca de atualizações das leis. Ainda, pontua-se que na 

publicação oficial de novas normatizações poderia ocorrer o envio por email 

automático e outro meio, comunicando a decisiva destas leis, por um processo único 

e eficiente. 

No caso dos fiscais que atuam no Sisbi-Poa, o processo de informação de 

novas normatizações aos mesmos ocorre de forma mais organizada e planejada, 

inexistindo várias vias de comunicação que podem acarretar falhas, visto que se um 

processo de comunicação espera pelo outro pode acontecer de nenhum deles 

realmente proceder o comunicado: “[...] a gente recebe informações, memorandos 

circulares, do nível central, referentes a alterações com o coordenador de POA, que 

ouve uma alteração de um decreto, a gente recebe isto via e-mail [...]” (F-SISBI). 

Evidencia-se que há falhas no processo de comunicação em todos os 

sistemas/serviços, devido ao fato de não haver uma forma devidamente instalada, 

eficaz e eficiente, preferencialmente única para contemplar a comunicação entre 

órgão e empresa. Mas a comunicação não é único ponto de análise, sendo 

fundamental compreender as operações dentro do parque fabril. 

http://www.agricultura.gov.br/legislacao


46 

A fim de facilitar a visualização e compreensão das operações, elas foram 

detalhadas com o auxílio do software Bizagi e os comparativos ocorreram entre as 

legislações do Cispoa e do SIF, mais especificamente a “Norma Técnica de 

Instalações e Equipamentos para Funcionamento de Matadouros-Frigoríficos de 

Suínos (e Javalis)” do Cispoa e a Portaria nº 711/1995 do SIF com atualizações. 

Observa-se que o Sisbi-POA segue a legislação do SIF. As duas legislações tratam 

das exigências estruturais para o funcionamento de matadouros-frigoríficos de suínos, 

detalhando equipamentos, fluxo de operações, maquinários, procedimentos de 

higiene, estrutura da fábrica, organização de processos, métodos de elaboração de 

produtos, entre outros. Todas as figuras seguem uma legenda para identificar cada 

processo. 

Quadro 4– Legenda do fluxograma de operações 

Identificação Significado 

 

O fluxo das operações, dos processos realizados na fábrica. 

 

As normatizações da legislação do Cispoa. 

 

As normatizações da legislação do SIF, que rege também o Sisbi-POA. 

Fonte: Elaborado pela autora. 

Os processos foram subdivididos em setores para melhor compreensão 

(FIGURA 4), sendo apresentados na forma como devem transcorrer as operações 

legalmente. Salienta-se que no caso das normas do serviço estadual de inspeção, 

Cispoa, não especificar algum detalhe técnico, a norma que vigora sobre o assunto é 

da inspeção federal, SIF. 

Figura 4 – Fluxo de macroprocessos 

 

Fonte: Elaborado pela autora. 



47 

O processo de fiscalização dentro dos matadouros frigoríficos é permanente, 

mas a frequência in loco variável, como destaca-se nas falas dos entrevistados: 

Nos matadouros sob SIF são realizadas diariamente as inspeções ‘ante’ e 
‘post-mortem’. [...] empresas fiscalizadas pelo MAPA se dá por meio da 
avaliação ‘in loco’ e documental: A verificação ‘in loco’ [...] é aplicada na 
frequência quinzenal; A verificação documental [...] é aplicada na frequência 
trimestral (F-SIF). 
[...] fazendo uma fiscalização permanente, enquanto o abate tem que ter um 
fiscal local e [...] com todas as normas, conhecimentos [...] (F-SISBI). 
[...]a presença do fiscal é permanente, [...] em todo o momento do abate, ele 
tem que estar presente (F-CISPOA). 

Pelo SIF a fiscalização in loco é quinzenal, já no Cispoa e Sisbi-POA exige-se 

um fiscal local em todo o processo de abate. No processo de fiscalização regido pelo 

Cispoa e Sisbi-POA, a presença constante dos fiscais no parque fabril pode provocar 

duas reações, as empresas não são confiáveis e podem fazer algo proibido na 

ausência dos fiscais ou passam a ideia de maior segurança com a presença do fiscal 

in loco permanentemente na empresa. Na ótica da indústria, existe outro agravante, a 

exigência da presença in loco do fiscal do órgão público pode diminuir o volume de 

operações da empresa, visto que, o fiscal estará na empresa no horário destinado ao 

abate e se a empresa tem maior capacidade de abate que o número de horas que o 

fiscal fica disponível, automaticamente não poderá abater e não poderá aumentar seu 

faturamento.  

Com relação ao SIF, as prerrogativas são contrárias. Há uma convergência de 

confiança entre órgão de inspeção e empresa, porém pode-se destacar problemáticas 

decorrentes de falhas no processo de fiscalização, por vezes com envolvimento de 

fatores políticos, como a “Operação Carne Fraca”. Também há possibilidade de 

trabalhar o abate de acordo com as possibilidades técnicas viáveis da empresa, 

aumentando a competitividade perante outros órgãos, devido a maior probabilidade 

de aumento de faturamento. 

A Figura 5 apresenta-se os processos desde a chegada dos suínos até a 

insensibilização dos animais. Na análise dos processos no âmbito do recebimento e 

insensibilização dos suínos percebe-se algumas diferenças entre as leis dos órgãos 

que regem o sistema/serviço de inspeção sanitária. No Cispoa, a distância entre as 

pocilgas e o frigorífico é de três metros, enquanto no SIF a exigência são quatro 

metros. A exigência quanto ao corredor para o Cispoa é de 1m, já no SIF é de 1,1m. 



48 

Figura 5 – Sessão de recebimento e insensibilização 

 

Fonte: Elaborado pela autora.



49 

Há detalhes técnicos que não constam nos regulamentos do Cispoa, mas são 

detalhados na normatização do SIF, destacando-se: pressão da água na lavagem dos 

caminhões e altura das paredes da rampa; pressão da água na lavagem os suínos, 

tipo de alavanca de acionamento, altura das paredes, percentuais de declive e 

especificação dos ralos; especificação sobre alta voltagem e baixa amperagem dos 

choques para matança. Ainda, há muitas especificações técnicas que ambas os 

sistemas/serviços sanitários trazem a mesma leitura técnica, ao que relaciona-se as 

situações das pocilgas, dos bebedouros, do corredor de lavagem e do box de 

insensibilização. 

No que tange ao processo de abate, a Normativa n. 03/2000, que trata 

especificamente deste, enfatiza que o abate objetiva aplicar métodos em que a 

insensibilização dos animais seja humanitária, utilizando-se de técnicas que garantam 

o bem-estar dos animais desde a recepção até a sangria. Neste processo humanitário 

os animais não podem ser espancados, agredidos, maltratados, acuados, excitados, 

erguidos por partes de seu corpo de forma a ocasionar dores ou sofrimento. Além 

disso, envolve processos sobre a recepção, o encaminhamento ao abate, o manejo, 

a contenção, o atordoamento ou insensibilização e o abate. 

Além disso, conforme prevê o Decreto 30.691/1952, a empresa de transporte 

não poderá transportar mais que o limite da capacidade do veículo, o desacordo desta 

norma é punível com multas. E, conforme as “Normas Técnicas de Instalação de 

Equipamentos para Funcionamento de Matadouros-Frigoríficos de Suínos (e Javalis)” 

([S.d.], p.17): 

O estabelecimento deve possuir pátios e ruas livres de poeira e barro. A área 
da indústria deve ser delimitada por cerca ou muro e as instalações devem 
ser construídas de forma que permita uma adequada movimentação de 
veículos de transporte para carga e descarga. 

Na  Figura 6, apresenta-se a sessão de abate, ao que destaca-se que o Cispoa 

aceita depilação manual ou chamuscamento, já o SIF apenas depilação mecanizada.  

Entretanto, as especificações sobre as mesas e bandejas, processo de escaldagem 

para depilação são as mesmas em ambos os casos. 

 

 



50 

Figura 6 – Sessão de abate 

 

Fonte: Elaborado pela autora. 



51 

Adentrando no processo de pré-fabricação, é importante destacar que o 

Decreto 30.691/1952 declara o que entende-se por “carnes de açougue”, ou seja, 

produtos fabricados e disponibilizados para o consumo: 

Art. 17 – [...] 
§ 1º - Quando destinada à elaboração de conservas em geral, por ‘carne’ 
(matéria prima) devem-se entender as massas musculares, despojadas da 
gordura aponevroses, vasos, gânglios, tendões e ossos. 
§ 2º - Consideram-se ‘miúdos’ os órgãos e vísceras dos animais de açougue, 
usados na alimentaçãohumana (miolos, língua, coração, fígado, rins, rumem, 
retículo), além dos mocotós e rabada. 
Art. 18 - O animal abatido, formado das massas musculares e ossos, 
desprovido da cabeça, mocotós, cauda, couro, órgãos e vísceras torácicas e 
abdominais, tecnicamente preparado, constitui a ‘carcaça’. 
§ 1º - Nos suínos a ‘carcaça’ pode ou não incluir o couro, cabeça e pés. 
§ 2º - A ‘carcaça’ dividida ao longo da coluna vertebral dá as ‘meias carcaças’ 
que, subdivididos por um corte entre duas costelas, variável segundo hábitos 
regionais, dão os ‘quartos’ anteriores ou dianteiros e posteriores ou traseiros. 

O Decreto 30.691/1952 ainda afirma que os frigoríficos matadouros não 

poderão abater mais que a capacidade técnica instalada para abate, industrialização 

e beneficiamento, o desacordo desta norma é punível com multas.  

É no processo de pré-fabricação que todas as partes dos animais são 

desmembradas e se transformam em partes designadas ao consumo humano, é 

fundamental o entendimento sobre este início de processo, pois a partir dele, a 

empresa designa os produtos e subprodutos que serão fabricados com a autorização 

do órgão de fiscalização a que pertence. 

Na Figura 7 identifica-se o processo de pré-fabricação, nele percebe-se que o 

Cispoa aceita mesas fixas ou rolantes no processo de desossa da cabeça, já o SIF 

autoriza o uso somente de mesas rolantes. No restante do processo evidencia-se uma 

complementação entre as legislações ou mesmo uma convergência entre as 

exigências.  

 



52 

Figura 7 – Sessão de pré-fabricação 

 

Fonte: Elaborado pela autora. 



53 

Conforme a “Norma Técnica de Instalações e Equipamentos para 

Funcionamento de Matadouros-Frigoríficos de Suínos (e Javalis)” ([S.d.], p. 1): 

Entende-se por carcaça de suíno, o animal abatido, sangrado, esfolado ou 
depilado, eviscerado, desprovido ou não de cabeça, patas, rabada, gordura 
perirrenal e inguinal, medula, glândula mamária na fêmea, ou verga, exceto 
suas raízes, e testículos no macho. 

Já o Decreto 30.691/1952, conceitua que:  

Art. 18 - O animal abatido, formado das massas musculares e ossos, 
desprovido da cabeça, mocotós, cauda, couro, órgãos e vísceras torácicas e 
abdominais, tecnicamente preparado, constitui a ‘carcaça’. 
§ 1º - Nos suínos a ‘carcaça’ pode ou não incluir o couro, cabeça e pés. 

No processo de fabricação da carcaça, pode-se trazer os conceitos dispostos 

neste último decreto, que declara: 

Art. 153 - As carcaças julgadas em condições de consumo são assinaladas 
com os carimbos previstos neste Regulamento, [...]. 
Art. 154 - Em hipótese alguma é permitida a remoção, raspagem ou qualquer 
prática que possa mascarar lesões, antes do exame da Inspeção Federal. 
Art. 155 - Depois de aberta a carcação ao meio, serão examinados o esterno, 
costelas, vértebras e a merúla espinhal. 

Outrossim, conforme o mesmo decreto, serão condenadas as carcaças dos 

suínos que apresentam: abcessos e lesões; afecções da pele; cisticercose; enfisema 

cutâneo; estefanurose; hipotricose cística; icterícia; peste suína; porcos asfixiados ou 

escaldados vivos; sarcosporidiose; triquinose; lesões por congestão, infartos, 

degenerescência gordurosa, angiectasia e outras; tuberculose localizada; lesões 

cardíacas e intestinais. 

A Figura 8 expõe o processo de fabricação exclusivamente restrito à carcaça 

do suíno.  O Cispoa especifica que o pé-direito da área de desmanche da carcaça 

deve ter 3m, enquanto o SIF entende que deve ter  3,5m, e as bandejas exigidas no 

Cispoa podem ser de fibra de vidro ou aço inoxidável, já no SIF somente são aceitas 

de aço inoxidável. O restante das especificações técnicas tem o mesmo texto ou na 

ausência de informações na “Norma Técnica de Instalações e Equipamentos para 

Funcionamento de Matadouros-Frigoríficos de Suínos (e Javalis)” do Cispoa 

considera-se as exigências contidas na Portaria nº 711/1995 do SIF.  

 



54 

Figura 8 – Sessão de fabricação da carcaça 

 

Fonte: Elaborado pela autora. 



55 

No processo de rotulagem que ocorre na fabricação dos produtos, destaca-se 

que houve avanços na execução de solicitações junto ao órgão do Cispoa que tornou-

se online: 

Hoje [...], os profissionais que a empresa contrata [...], a empresa [...] torna 
mais ágil, no caso a solicitação de um rótulo, ela acaba com o papel, então 
ela está a disposição da ART1 da empresa, da própria empresa do fiscal local, 
há um monitoramento constante das partes e o andamento na definição do 
rótulo é bem mais rápido, antes disso, eram meses, até anos, para conseguir 
a liberação de determinado rótulo do produto, hoje dependendo da disposição 
da empresa, aí rapidinho já está libelado o produto novo (F-CISPOA). 

Percebe-se que houve grandes avanços que garantem maior agilidade nos 

processos, como o processo de novos produtos, auxiliando o trabalho da empresa, 

dos fiscais e de toda a equipe envolvida no processo através de informatização do 

processo. Ademais é fundamental conceituar o entendimento de embalagem e 

rotulagem dos produtos de origem animal, de acordo com o Decreto 30.691 de 1952: 

Art. 790 - Os produtos de origem animal destinados à alimentação humana 
só podem ser acondicionados ou embalados em recipientes ou continentes 
previstos neste Regulamento ou que venham a ser aprovados pela D.I.P.O.A. 
[...]  
Art. 795. Entende-se por rótulo toda inscrição, legenda, imagem ou toda 
matéria descritiva ou gráfica que esteja escrita, impressa, estampada, 
gravada, gravada em relevo ou litografada ou colada sobre a embalagem[...]. 

O mesmo decreto enfatiza que nos rótulos devem constar: nome verdadeiro do 

produto em destaque obedecendo às discriminações estabelecidas, nome da firma 

responsável, carimbo oficial de Inspeção Federal, natureza do estabelecimento, 

localização do estabelecimento, marca comercial do produto, data de fabricação, 

pesos, fórmula de composição ou outros dizeres, e especificação "Indústria 

Brasileira". 

A Figura 9 detalha o fluxo das operações da fabricação de embutidos, em que 

somente dois dados técnicos são específicos na regulamenteção do Cispoa que 

referem-se à temperatura da câmara de matéria prima e das caixas de transporte da 

matéria prima. Assim sendo, todos os outros contextos técnicos exigidos no 

prosseguimento deste fluxo devem ser realizados respeitando os preceitos da Portaria 

nº 711/1995 do SIF.  

                                            
1 A Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) é o instrumento através do qual o profissional registra 

as atividades técnicas (CREA-SC, 2017, texto digital). 



56 

Figura 9  – Sessão de fabricação de embutidos 

 

Fonte: Elaborado pela autora.



57 

Na sessão destinada à expedição dos produtos (FIGURA 10), os processos 

dispostos pelo Cispoa são pouco objetivos, porém evidencia-se uma diferença sobre 

o material exigido pelo órgão nas caixas de transporte, existindo a opção de caixas de 

fibra de vidro, sendo que no SIF é apenas aceito caixas de aço inoxidável. Enquanto 

o SIF é detalhista no processo, incluindo referências sobre temperatura, forma de 

transporte, instalação da área de lavagem das caixas, o Cispoa segue vários pontos 

da determinação do órgão federal por inexistência de informações precisas nesse 

aspecto. 

Figura 10 – Sessão de expedição 

 

Fonte: Elaborado pela autora. 

O processo operacional tem especificações técnicas que foram detalhadas e 

contrastadas entre os sistemas/serviços vigentes (SIF, Sisbi-POA e Cispoa), de forma 



58 

a garantir o entendimento dos leitores. Porém, algumas especifidades compreendem 

o processo geral e também precisam ser analisadas, envolvendo uniformes, estrutura 

predial geral, lavatórios de higienização dos funcionários, entre outros. 

Nas regras do SIF, que também rege o Sisbi-POA, as pias dos lavatórios 

coletivos devem ter as torneiras acionadas com pedal ou dispositivo que impeça o 

contato com as mãos, ter sabão neutro inodoro, toalhas de papel e lixeiras metálicas 

com tampas articuladas movida a pedal; a instalação dos lavatórios deve estar na 

entrada das salas de matança e nas saídas dos sanitários adjacentes. As pias dos 

lavatórios individuais das salas de matança devem ter sabão liquido e permitir a 

lavagem dos braços e ante-braços. Os lavadores de botas devem estar antes das pias 

coletivas localizados nas entradas das salas de matança e na área de higienização 

do pessoal, ser providos de desinfetante e escovas, com tomadas de água ligadas a 

mangueiras plásticas, ter o acionamento pelos pés para abertura e fechamento de 

água.  

A higienização dos equipamentos deve ocorrer depois que todo o recinto esteja 

livre de produtos comestíveis, utilizando sabão ou detergentes, soluções bactericidas 

autorizadas e com aplicação eficiente da enxaguagem, a limpeza deve ocorrer com 

água quente ou fria, sob pressão, esguichada por mangueiras adequadas que se 

acoplam ao bico misturador de água e vapor. Em todo o processo deve-se evitar água 

concentrada nos pisos e o teto deve ser mantido livre de teias de aranhas ou qualquer 

outra sujidade. Todos os equipamentos, roldanas, ganchos, guinchos, tanques, 

devem ser higienizados após seu uso, diariamente, exigindo produtos próprios para 

cada tipo de maquinário e utensílio e seguir regras de imersão mínima de três minutos 

para os utensílios em esterilizador com temperatura da água superior a 82,2ºC. A água 

de lavagem das dependências deverá ser retirada por meio de rodos. 

Todos os trabalhadores deverão utilizar uniforme azul, capacete e botas pretas 

quando trabalharem com produtos não comestíveis; os trabalhadores de produtos 

comestíveis utilizarão uniforme branco, composto de gorro, calças compridas, camisa 

ou avental e botas de borracha brancas. São proibidos de trabalhar com produtos 

comestíveis operários portadores de feridas purulentas nas mãos ou braços, mesmo 

que protegidos por curativos.  



59 

É permitido o uso de avental plástico, transparente ou branco, sobre o uniforme, 

sendo proibido os de lona ou similares. A troca do uniforme ocorre obrigatoriamente 

diariamente. É proibido o depósito de vestimentas ou aventais no interior das salas de 

produção, devendo ficar em locais apropriados. Tolera-se o uso de "dedeiras" de 

plástico ou borracha para proteção de ferimentos leves e recentes. É proibido durante 

os trabalhos o uso de anéis, brincos, pulseiras, unhas compridas, esmaltes e outros 

adornos, bem como, relógio de pulso, para todos aqueles que manipulam diretamente 

os produtos; pessoal que tenha cabelo comprido deverão obrigatoriamente usar touca 

que propicie a contenção total dos cabelos; as unhas devem estar aparadas e sem  

esmalte ou similares para os funcionários que manipulam produtos comestíveis. 

O porte dos equipamentos de trabalho (facas, ganchos, chairas, etc.) será 

obrigatoriamente feito com a proteção de bainha metálica de aço inoxidável ou 

duralumínio, não é permitido uso de material de couro ou similar, nem cintas de 

sustentação nestes materiais, recomenda-se para esta finalidade, material plástico do 

tipo "nylon".  Não é permitido o uso de cabos de madeira, apenas material plástico 

resistente às higienizações ou fundido em única peça. 

Quanto às instalações, o pé-direito deve ter no mínimo de 4m (quatro metros), 

ter piso de material impermeável, antiderrapante, resistente a choques, atritos e 

ataques de ácidos, com declividade de 1,5% a 3% (um e meio por cento a três por 

cento) em direção a ralos coletores sifonados, serão arredondados os ângulos 

formados pelas junções do piso com as paredes. As paredes devem ser de alvenaria, 

impermeabilizadas com azulejos brancos ou de cor clara, com altura mínima de 2m 

(dois metros), nas salas que servem para acondicionamento, depósito e expedição, o 

uso de azulejos será facultativo. Nas dependências em que seja necessária a 

movimentação de carros, deverão ser colocadas junto às paredes proteções feitas 

com canos galvanizados, cuja finalidade será de protegê-las contra choques diretos. 

Serão arredondados todos os ângulos formados pelas junções das paredes entre si. 

O teto terá forro construído em concreto ou outro material de superfície lisa, resistente 

à umidade e ao calor, sendo proibido o uso de qualquer tipo de pinturas nas 

dependências onde são manipulados produtos comestíveis, que ainda não receberam 

proteção da embalagem, na sala de fusão e tratamento de banha, será dispensado o 



60 

uso de forro quando as coberturas forem feitas com estruturas metálicas, refratárias 

ao calor solar e que sejam vedadas as entradas de insetos, pássaros, etc. 

As portas para o acesso de pessoal e as de circulação interna deverão ser do 

tipo vaivem com largura mínima de 1,20m (um metro e vinte centímetros), com visor 

de vidro ou tela. O material empregado em sua construção deverá ser metálico, 

protegido contra a corrosão ou inoxidável, impermeável e resistente às higienizações. 

As janelas devem ter bom dimensionamento a fim de