1 

 

 

 

 

UNIVERSIDADE DO VALE DO TAQUARI – UNIVATES 

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO STRICTO SENSU 

MESTRADO EM ENSINO 

 

 

 

 

 

 

 

 

O ENSINO NA CLASSE HOSPITALAR: PRÁTICAS 

PEDAGÓGICAS NO HOSPITAL DA CRIANÇA SANTO 

ANTÔNIO EM BOA VISTA (RORAIMA) 

 

 

Elizene Aparecida Rodrigues da Luz 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Lajeado/RS, 17 de dezembro de 2020 



 2 

Elizene Aparecida Rodrigues da Luz 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O ENSINO NA CLASSE HOSPITALAR: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS 

NO HOSPITAL DA CRIANÇA SANTO ANTÔNIO EM BOA VISTA 

(RORAIMA) 

 

 

Dissertação apresentada ao Programa de 
Pós-Graduação em Ensino da 
Universidade do Vale do Taquari – 
Univates, como parte da exigência para a 
obtenção do título de Mestre em Ensino, 
na linha de pesquisa Formação de 
Professores, Estudo do Currículo e 
Avaliação. 
 
Orientadora: Profa. Dra. Suzana Feldens 
Schwertner 

 

 

 

 

Lajeado/RS, 17 de dezembro de 2020 

 



 3 

Elizene Aparecida Rodrigues da Luz 

 

 

 

 

 

 

 

 

O ENSINO NA CLASSE HOSPITALAR: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS 

NO HOSPITAL DA CRIANÇA SANTO ANTÔNIO EM BOA VISTA 

(RORAIMA) 

 

 

A Banca examinadora abaixo aprova a dissertação apresentada ao Programa de 

Pós-Graduação de Mestrado em Ensino da Universidade do Vale do Taquari – 

Univates, como parte da exigência para a obtenção do título de Mestre em Ensino 

na linha de pesquisa Formação de Professores, Estudo do Currículo e Avaliação: 

 

  

Profa. Dra. Suzana Feldens Schwertner – orientadora 
Universidade do Vale do Taquari – Univates 
 
Profa. Dra. Joelma Fernandes de Oliveira 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia 
de Roraima – IFRR 
 
Profa. Dra. Leuda Evangelista de Oliveira 
Universidade Federal de Roraima – UFRR  
 
Profa. Dra. Morgana Domênica Hattge 
Universidade do Vale do Taquari – Univates 

 

 

Lajeado/RS, 17 de dezembro de 2020 

  



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
Dedico este trabalho a todos os alunos 

por mim atendidos na Classe Hospitalar – 

HCSA, que foram minha grande 

inspiração para o desenvolvimento deste 

estudo. 



 

AGRADECIMENTOS 

 

Agradeço a Deus que me concedeu durante todo esse período saúde e 

perseverança para o desenvolvimento deste trabalho. 

Em especial ao meu esposo, Gedeson Cruz, que acreditou em minha escolha 

e esteve presente nesta caminhada sendo amigo e companheiro, incentivando em 

todas as etapas e principalmente nos momentos mais difíceis deste estudo.  

Aos professores, a orientadora e amigos que proporcionaram momentos de 

alegria e troca de conhecimento. 

À colega Lígia Cavalcante que o mestrado me apresentou. Reconheço a 

interferência de suas contribuições deixando sua marca inscrita para minha essência 

profissional e pessoal. 

A todos manifesto minha eterna gratidão.  



 

RESUMO 
Com esta dissertação objetivou-se compreender a relevância do atendimento 
pedagógico da classe hospitalar. A pesquisa teve como aporte teórico autores como: 
Adriana Loss (2014), Elizete Matos e Maria Mugiatti (2014), Eneida Fonseca (2008), 
José Carlos Libâneo (2002), Maurice Tardif (2007) e outros que contribuíram sobre o 
conhecimento do objeto de estudo. Apoiado na abordagem qualitativa do tipo 
descritiva, o trabalho teve como foco de discussão os saberes necessários ao 
trabalho docente na Classe Hospitalar e a relevância do mesmo na continuidade dos 
estudos para os alunos hospitalizados. Assim, surgem os objetivos específicos: 
analisar a interação entre Educação e Saúde e sua importância no contexto 
pedagógico na classe hospitalar; verificar se o atendimento pedagógico na classe 
hospitalar condiz com as legislações vigentes no país acerca das políticas públicas 
educativas; compreender a atuação e perfil do professor da Classe do HCSA; 
analisar os fatores relevantes que precisam ser levados em consideração diante do 
atendimento pedagógico hospitalar. As participantes foram duas profissionais da 
rede municipal de educação que atuam na classe hospitalar do Hospital da Criança 
Santo Antônio (HCSA), na cidade de Boa Vista, do Estado de Roraima. A produção 
de dados aconteceu por meio de entrevista semiestruturada com essas profissionais 
do ambiente hospitalar, interpretadas a partir da Análise Textual Discursiva 
(MORAES; GALIAZZI, 2013). Os resultados foram agrupados em categorias: O 
professor no ambiente hospitalar – práticas pedagógicas: nessa categoria destaca-
se o professor e suas práticas pedagógicas como parte essencial para o 
atendimento ao aluno hospitalizado; Aluno hospitalizado – um direto à escolarização: 
o aluno hospitalizado está afastado da escola em uma condição de fragilidade com 
algumas limitações impostas por questões de saúde, porém não incapacitado e 
assim realiza atividades pedagógicas de acordo com suas especificidades; Espaços 
e rotinas: os espaços de atendimento pedagógico podem ser na sala da classe 
hospitalar ou no leito de internação, onde a rotina das professoras é organizada de 
forma que contribui na organização do trabalho pedagógico; Planejamento flexível – 
atendendo as particularidades: o planejamento é flexível atendendo a parte 
curricular e as especificidades do aluno de acordo com sua enfermidade; Formação 
inicial e continuada: por formação continuada compreende-se o constante 
aperfeiçoamento necessário aos saberes profissionais. O aperfeiçoamento para as 
profissionais da classe hospitalar se deu pela prática diária. Foi possível 
compreender que o trabalho da classe hospitalar está associado aos conteúdos da 
escola regular, porém, com adaptações e adequações necessárias. Assim, o 
professor contribui para o crescimento pedagógico, social, emocional e intelectual da 
criança. 
 
Palavras-chaves: Classe Hospitalar. Prática pedagógica. Pedagogia hospitalar. 
Roraima.

 



 

RESUMEN 
Com esta disertación tuvo como objetivo comprender la relevancia de la asistencia 
pedagógica de la clase hospitalaria. La investigación tuvo como contribución teórico 
autores como: Adriana Loss (2014), Elizete Matos e Maria Mugiatti (2014), Eneida 
Fonseca (2008), José Carlos Libâneo (2002), Maurice Tardif (2007) y otros que 
contribuyeron al conocimiento del objeto de estúdio. Apoyado en el enfoque 
cualitativo del tipo descriptivo, el estudio tuvo como foco de discusión los 
conocimientos necesarios para la labor docente en el aula hospitalaria y su 
relevancia para continuidad de los estúdios de los estudiantes hospitalizados. Así, 
surgen los objetivos específicos: analizar la interaccíon entre Educación y  Salud y 
su importancia em el contexto pedagógico em la clase hospitalaria; verificar si la 
asistencia pedagógica en el aula hospitalaria cumple con la legislación vigente en el 
país en materia de políticas educativas públicas; comprender el papel y el perfil del 
maestro de clase de HCSA; analizar los factores relevantes que deben tenerse en 
cuenta al considerar la atención pedagógica hospitalaria. Los participantes fueron 
dos profesionales de la educación municipal que trabajan en la clase hospitalaria del 
Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA), en la ciudad de Boa Vista, Estado de 
Roraima. La producción de datos se realizó a través de uma entrevista 
semiestructurada con estos profesionales del ámbito hospitalario, interpretada a 
partir del análisis textual discursivo (MORAES; GALIAZZI, 2013). Los resultados se 
agruparon en categorias: El docente en el ámbito hospitalario – prácticas 
pedagógicas: en esta categoria, el docente y sus prácticas pedagógicas se destacan 
como parte esencial de la atención al alumno hospitalizado; Alumno hospitalizado – 
un derecho  a la educación: el estudiante hospitalizado está fuera de la escuela en 
una condición frágil con algunas limitaciones impuestas por la enfermedad, pero no 
discapacitado y por lo tanto realiza actividades pedagógicas de acuerdo con sus 
especificidades; Espacios y rutinas: los espacios de servicio pedagógico pueden ser 
en el aula del hospital o en la cama del hospital, donde la rutina del docente, 
contribuyendo a la organización del trabajo pedagógico; Planificación flexible – 
teniendo en cuenta las particularidades: la planificación es flexible teniendo la 
planificación en cuenta el plan de estudios y las especificidades del alumno ante su 
enfermedad; Formación inicial y continua: la formación continua significa la mejora 
constante necesaria para el conocimiento profesional. La mejora para los profesores 
de la clase del hospital se debió a la práctica diara. Se pudo entender que el trabajo 
de la clase del hospital esta asociado con los contenidos de la escuela regular, sin 
embargo, con las adaptaciones y ajustes necesarios. Así, el maestro contribuye al 
crecimiento educativo, social, emocional e intelectual del niño. 
 
Palavras-chaves: Clase de hospital. Práctica pedagógica. Pedagogía hospitalaria. 

Roraima



 

LISTA DE ILUSTRAÇÕES 

LISTA DE FIGURAS 

Figura 1 – Localização do HCSA ........................................................................... 41 

Figura 2 – Placa de inauguração do HCSA ............................................................ 42 

Figura 3 – Fachada principal HCSA ....................................................................... 43 

Figura 4 – Fachada Urgência e Emergência HCSA ............................................... 43 

Figura 5 – Corredor do Bloco B .............................................................................. 45 

Figura 6 – Placa de reinauguração do HCSA ......................................................... 46  

Figura 7 – Painel .................................................................................................... 46 

Figura 8 – Porta de entrada da Classe Hospitalar/HCSA ....................................... 48 

Figura 9 – Parte interna da Classe Hospitalar/HCSA ............................................. 48  

Figura 10 – Professora pesquisadora .................................................................... 69 

Figura 11 – Professora pesquisadora com aluna indígena ..................................... 75 

Figura 12 – Parte da enfermaria indígena .............................................................. 76 

Figura 13 – Enfermaria indígena com leito/rede ..................................................... 76 

Figura 14 – Indígenas sentados no corredor .......................................................... 77 

 

LISTA DE GRÁFICOS 

Gráfico 1 – Distribuição regional das pesquisas do estudo de caso ....................... 38 

 

LISTA DE QUADROS 

Quadro 1 – Lista final dos estudos encontrados na BDTD ..................................... 29 

Quadro 2 – Tempo de docência na Classe Hospitalar do HCSA ............................ 49 

Quadro 3 – Normas para transcrição de entrevista gravada .................................. 55 



 

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 

 

AEE 

APAE 

Atendimento Educacional Especializado 

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais 

BDTD 

CEP 

Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações 

Comitê de Ética e Pesquisa 

CF Constituição Federal  

CNE Conselho Nacional de Educação 

CNS Conselho Nacional de Saúde 

CONANDA Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente 

ECA Estatuto da Criança e do Adolescente 

EJA Educação de Jovens e Adultos 

HCSA 

IBGE 

IFRR 

Hospital da Criança Santo Antônio  

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas 

Instituto Federal de Roraima 

LDB Lei de Diretrizes e Bases 

MEC 

ONGS 

Ministério da Educação e Cultura 

Organizações Não Governamentais 

PNHAH 

PUC 

Política Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar 

Pontifícia Universidade Católica 

SEMSA Secretaria Municipal de Saúde 

SUS 

TAI 

Sistema Único de Saúde 

Termo de Anuência Institucional 

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 

TFD Tratamento Fora do Domicílio 

NEP Núcleo de Educação Permanente e Qualidade no Serviço de Saúde 

    



 

UCP Unidade de Cuidados Permanentes 

UEFS Universidade Estadual de Feira de Santana 

UERR Universidade Estadual de Roraima 

UFG Universidade Federal de Goiás 

UFMT Universidade Federal do Mato Grosso 

UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte 

UFSC Universidade Federal de São Carlos 

UFSM Universidade Federal de Santa Maria 

UnB Universidade de Brasília 

UNIVATES Universidade do Vale do Taquari 

UTI Unidade de Tratamento Intensivo 



 

 

 

 

SUMÁRIO 
 

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11 
 
2 PEDAGOGIA E PEDAGOGIA HOSPITALAR ...................................................... 19 
2.1 Pedagogia ......................................................................................................... 19 
2. 2 Pedagogia Hospitalar – Classe Hospitalar/Atendimento pedagógico 
hospitalar e sua legislação .................................................................................... 22 
2.3 Estado da arte .................................................................................................. 28 
2.3.1 Descrevendo as pesquisas .......................................................................... 30 
 
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................. 39 
3.1 Local da pesquisa ............................................................................................ 40 
3.2 Histórico do Hospital da Crinaça Santo Antônio ........................................... 42 
3.3 Surgimento da classe hospitalar HCSA ......................................................... 47 
3.4 Participantes da pesquisa ............................................................................... 48 
3.5 Experiência de trabalho ................................................................................... 49 
3.6 Intrumentos de pesquisa ................................................................................. 52 
3.7Procedimentos metodológicos de autorização .............................................. 53 
3.8 Entrevista semiestruturada e a transcrição ................................................... 54 
3.9 Análise dos dados ........................................................................................... 58 
 
4 CLASSE HOSPITALAR: ENTRE MEDICAÇÕES E ESTUDOS ........................... 60 
4.1 O professor no ambiente hospitalar – práticas pedagógicas ....................... 61 
4.2 O alunos hospitalizado – um direito à escolarização .................................... 65 
4.3 Espaços e rotinas ............................................................................................ 67 
4.4 Planejamento flexível – atendendo às particularidades ................................ 78 
4.5 Formação inicial e continuada ........................................................................ 82 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 86 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 889 
 
APÊNDICES ............................................................................................................ 93 
 
ANEXOS .................................................................................................................. 98  

 

 

 



 11 

1 INTRODUÇÃO 

 

 

O trabalho do professor no contexto escolar, especificamente na sala de aula, 

é mediar o ensino oportunizando diferentes estratégias para que o aluno consiga 

aprender de forma significativa o que lhe foi ensinado. O papel do professor na 

modalidade da classe hospitalar não difere do trabalho da sala de aula da escola 

comum, o que muda é o ambiente e adaptação de alguns recursos para que o aluno 

realize a atividade atendendo suas especificidades. 

A Educação é um processo importante e necessário na vida do ser humano, 

pois busca formar indivíduos críticos e atuantes na sociedade. No Brasil, o sistema 

educacional tem como norte e legalidade a Constituição Federal – CF, de 1988 e a 

Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB, Lei nº 9.394 de 1996. O Ministério da 

Educação – MEC e o Conselho Nacional de Educação – CNE são órgãos Federais 

responsáveis pelo sistema educacional brasileiro.  

A Educação Brasileira é dividida em dois níveis, o nível básico e o nível 

superior. Quanto ao ensino básico, este é estruturado em etapas de ensino, cada 

qual composta de objetivos que visam o desenvolvimento integral de um indivíduo, 

permitindo-lhe alcançar o nível superior. As etapas de ensino são assim 

denominadas: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.  

A Educação Infantil é a etapa de ensino que atende as crianças até cinco 

anos de idade. Na sequência vem a etapa do Ensino Fundamental que tem a 

duração de nove anos com a seguinte subdivisão: anos iniciais (1° ao 5º ano) e anos 

finais (6º ao 9º ano). Em seguida, o Ensino Médio é composto do 1º ao 3º ano.



 12 

Além das etapas de ensino, existem também diferentes modalidades como: 

Educação de Jovens e Adultos – EJA, Educação do Campo, Educação Indígena, 

Educação Profissional e Tecnológica, Educação Quilombola e Educação Especial. A 

modalidade da Educação Especial, que perpassa por todos os níveis de ensino, será 

abordada com maior ênfase no decorrer deste projeto de pesquisa.  

A educação formal, como um processo contínuo de ensino e de 

aprendizagem, faz parte de um currículo escolar que, no geral, é desenvolvido 

dentro de um ambiente convencional de ensino. Entretanto, o estudo em ambiente 

não formal, complementar ao Ensino formal, é garantido por Lei e viabilizado através 

das políticas públicas educacionais.  

 Toda criança tem direito adquirido à Educação por meio do Art. nº 205 da 

Constituição Federal de 1988, sendo-lhe garantido direito à matrícula, ingresso e 

permanência na escola. Desta forma, é obrigatório o assegurar esse direito, seja no 

ambiente escolar ou fora dele. Conforme a LDB 9.394/96, a Educação Especial é 

compreendida na perspectiva de um atendimento complementar aos alunos com 

algum tipo de necessidade específica. Nessa visão, os alunos da classe hospitalar 

estão englobados nesta modalidade, uma vez que estes, temporariamente, estão 

numa condição específica devido à sua enfermidade. 

No tocante à aproximação com o tema estudado, durante o transcorrer de 

minha vida, presenciei e convivi por dois momentos em que foi necessária a atuação 

dos profissionais da educação fora do ambiente escolar. 

A primeira ocorreu em 1982, quando, na aula de Educação Física, uma 

colega de sala fraturou sua perna em um acidente na quadra esportiva. Desde o 

momento do acidente, a aluna recebeu todo o apoio dos profissionais da escola, 

sendo que uma professora foi orientada para fazer o acompanhamento escolar no 

domicílio da referida discente para que a mesma pudesse dar continuidade aos seus 

estudos. 

Já a segunda situação ocorreu anos mais tarde, quando eu já era adulta e 

lecionava aulas na Educação Básica. Tenho um filho com transtorno psicológico de 

comportamento obsessivo em arrancar seus próprios cabelos (tricotilomania CID -10 

F63.3), o qual fazia acompanhamento clínico no Hospital da Criança Santo Antônio – 

HCSA. Devido à rotina frequente de levá-lo ao supracitado hospital para a realização 

de suas consultas, o que fazia com que me ausentasse bastante de meu trabalho, 

acabei conhecendo e descobrindo que no hospital é fornecido o acompanhamento 



 13 

pedagógico. Foi então que percebi a possibilidade em trabalhar atendendo outros 

alunos e acompanhar meu filho no mesmo ambiente. 

Diante dessa vivência, levantei alguns questionamentos sobre a atribuição 

docente: é possível o professor exercer sua função principal fora do ambiente 

educacional formal? Qual é a importância do processo de ensino e aprendizagem 

formal estando o educando afastado do ambiente escolar? Qual é o amparo legal e 

como é desenvolvido o processo de ensino e aprendizagem formal fora do ambiente 

escolar, como em hospitais ou em domicílio? O professor exerce sua função fora do 

espaço escolar por dedicação ou dever? 

Todas essas questões me mobilizaram, pois no meu entendimento o docente 

era um profissional que lecionava somente na escola. Hoje percebo que aquele 

momento que fez parte de minha infância, mesmo sem que eu tivesse consciência, 

foi meu primeiro contato com a classe hospitalar e o atendimento domiciliar. 

Concluí o magistério do nível médio no ano de 2000 e sem experiência 

profissional para trabalhar nessa área, foi relevante eu aceitar um convite para atuar 

na docência numa escola do interior, num município vizinho da capital. A partir deste 

convite, iniciei minha carreira de docente no ano de 2001, na rede municipal de 

Mucajaí–RR, que fica aproximadamente 50Km da capital Boa Vista, onde resido 

desde então. Mesmo sem experiência, fui bem aceita pela comunidade escolar e 

consequentemente elogiada pelo trabalho que ali desenvolvi. 

Em seguida, no segundo semestre do mesmo ano, participei e passei em um 

processo seletivo para professores na escola do SESC, na capital roraimense. Desta 

forma, retornei para Boa Vista conseguindo conciliar o trabalho com estudos da 

faculdade (Pedagogia) e com a família. 

Minha formação acadêmica foi em Pedagogia cursada na Universidade 

Estadual de Roraima – UERR, em 2007. Em seguida ingressei na carreira docente 

por meio de concurso público e atuei no ensino regular por mais de uma década e 

neste período conheci uma pessoa que trabalha na classe hospitalar.  A princípio fui 

tomada pela curiosidade em saber como poderia um professor realizar seu trabalho 

no ambiente hospitalar.  

Logo imaginei que para mim seria impossível trabalhar neste ambiente não 

escolar por falta de afinidade. Nunca gostei de ver ferimentos, principalmente com 

sangramentos. Sempre tive medo de injeções e até hoje lembro que na época das 

vacinas em pistolas eu desmaiava quando recebia uma aplicação. Contudo, minha 



 14 

história de vida e construção de identidade como profissional da pedagogia na 

classe hospitalar se deu por meio da necessidade em ter que trabalhar neste 

ambiente. 

Com o passar do tempo e por questão familiar, percebi que trabalhar na 

classe hospitalar seria a alternativa mais coerente para que eu pudesse cuidar da 

saúde de meu filho e desenvolver meu trabalho em um único ambiente sem 

prejuízos para ambas as partes. Desta forma, mesmo sabendo que eu não me 

identificava com o trabalho da saúde, especificamente no ambiente hospitalar, 

compreendi que era necessário pedir minha transferência da escola para o hospital 

e vencer essa barreira. 

Não foi fácil entrar para o quadro de profissionais da classe hospitalar. Foi um 

processo que durou em média dois meses, pois foi solicitada a apresentação dos 

laudos de acompanhamentos que meu filho fazia naquele hospital para eu receber 

da Secretaria de Educação a autorização da minha transferência. 

Nos primeiros meses foi tranquilo: eu realizava atendimento recreativo na 

parte ambulatorial dos retornos aos especialistas, como: ortopedia, fonoaudiologia, 

psicologia, cardiologia, neurologia entre outros. Neste caso, meu contato maior era 

somente com as crianças pós-internação nas consultas de acompanhamento, por 

um período determinado até a alta definitiva. Desta forma não tinha muito contato 

com crianças feridas e debilitadas. 

Após uns seis meses, a aflição e a angústia tomaram conta de mim. Fui 

redirecionada para atender as crianças internadas nos blocos com as mais 

diferentes patologias. Encontrar com crianças acidentadas, feridas e 

ensanguentadas começou a fazer parte da minha rotina. Foi desafiador, pois quando 

procurei a docência como profissionalização não imaginava ter que passar por esse 

tipo de situação. Eu desconhecia totalmente as leis que amparam o estudo dentro 

do hospital e a importância do processo de ensino e aprendizagem formal estando o 

educando afastado do ambiente escolar. 

No início, se por acaso estivesse atendendo uma criança no leito e chegasse 

um técnico de enfermagem para fazer o curativo eu imediatamente me retirava do 

leito e aguardava na recepção da enfermaria até que terminasse o procedimento. 

Em 2012, vivi uma situação inesquecível: atendi uma criança diagnosticada 

com câncer no fígado que aguardava tratamento fora do domicílio – TFD. Ele 

gostava de pintar desenhos de super-heróis. Tinha dias em que ele gritava de dor, 



 15 

mas não perdia a esperança de se tratar e conseguir vencer a doença. Certo dia, 

quando fui atendê-lo, percebi que estava muito debilitado e que possivelmente sem 

o TFD teria pouco tempo de vida. Enquanto fazia o atendimento pedagógico, tentei 

passar o máximo de confiança para ele, porém quando saí da enfermaria, não 

suportei tamanha dor e as lágrimas desceram em meu rosto. 

Para minha surpresa, uma psicóloga entrou na minha sala e me encontrou 

com os olhos cheios de lágrimas. Esta profissional conversou comigo dizendo que 

eu não podia deixar meu emocional ultrapassar o lado profissional. Foi difícil, pois 

como pode um ser humano com sentimentos e emoções não se comover diante de 

tanto sofrimento de uma criança que luta pela vida? 

Num processo constante de transformação, aos poucos fui superando as 

barreiras e construindo minha identidade profissional diante do pedagógico no 

ambiente hospitalar. Aprendi a lidar com as situações terminais sabendo equilibrar o 

emocional com o sentimento de compaixão. 

Angustiada pela incerteza em como trabalhar na classe hospitalar, aos 

poucos fui me adaptando à nova realidade e, quando dei por mim, já estava 

apaixonada por este trabalho. Fui em busca de aprofundamentos sobre as 

legislações que amparam a pedagogia hospitalar e o papel do professor diante do 

processo de ensino e aprendizagem formal no ambiente hospitalar. No decorrer do 

tempo os ferimentos passaram a ser um motivo de aproximação com o aluno, pois 

sempre conversamos sobre a evolução do tratamento. 

Os dias foram passando e compreendi que, além de contribuir para a 

continuidade da vida escolar desses alunos, eu também fazia parte do momento 

histórico de recuperação da saúde, momento em que cada um apresenta suas 

particularidades. É uma vivência única na qual muito se aprende ao ensinar a essas 

crianças hospitalizadas, pois é uma troca de saberes e energia entre saúde e a 

aprendizagem.  

É gratificante ser professor no ambiente hospitalar, pois mesmo diante das 

diferentes patologias, as crianças nos recebem com um sorriso no rosto para realizar 

as atividades propostas. Isso foi me fortalecendo para que eu superasse o medo e a 

angústia que sentia. Em diversas oportunidades, tive o prazer de ser bem recebida 

pelas crianças que aguardavam ansiosas para o momento escolar. 

Acredito que, por meio da classe hospitalar, estamos contribuindo para que 

não haja interrupção no processo escolar de ensino e de aprendizagem, de maneira 



 16 

que a criança possa retornar para a escola sem prejuízo nos conteúdos curriculares. 

Desta forma, ao retornar à escola, após a alta médica, conseguirá acompanhar o 

andamento dos estudos. 

São muitas histórias vividas que nos afetam: crianças que acidentalmente 

acabam ficando deficientes; crianças que perdem seus pais em acidentes de 

trânsito; pais angustiados pela espera de diagnósticos demorados; crianças com 

patologia renal que mais residem no hospital do que em seu próprio ambiente 

familiar. 

Entre o trabalho pedagógico e o trabalho humano social estão: a possibilidade 

de ajudar o próximo; desenvolver a escuta sensível, seja com o aluno ou com seus 

familiares; lidar com diferentes sentimentos, entre eles: dor, raiva, angústia, gratidão; 

fazer novas amizades. Neste contexto, o professor atua em seu trabalho com 

dedicação e empatia.  

Uma das desvantagens em trabalhar no hospital é que estamos em um 

ambiente com as mais diversas patologias e assim ficamos vulneráveis aos 

diferentes agentes transmissores das doenças. Como prevenção, é necessário 

buscar a imunização por meio das vacinas que devem estar sempre em dia e usar 

os paramentos descartáveis de proteção (luva, máscara, touca e avental). Esses 

acessórios devem ser utilizados corretamente e descartados em lugares apropriados 

para que não sirvam de fontes e veículos de transmissão de microrganismos.  

Atualmente, a aflição que sinto está relacionada com o desconhecimento 

relacionado à preparação profissional, um dos motivos que me levou a desenvolver 

esta pesquisa de mestrado. Sei que quanto mais aprofundar meus conhecimentos, 

estarei melhor preparada para a atuação profissional pedagógica com meus alunos 

no ambiente hospitalar. 

Apesar de não ter tido nenhum preparo para lidar com situações terminais do 

paciente e com o sofrimento das famílias, é evidente que a rotina diária hospitalar 

ainda me comove, mas não me amedronta mais. A cada paciente-aluno atendido é 

uma renovação de energia para enfrentar os obstáculos da vida. A formação 

acadêmica me capacitou para a competência do ensinar enquanto que o ambiente 

hospitalar me fortaleceu para conviver com situações emocionais.  Com esse 

amadurecimento houve um aprimoramento na capacidade de lidar com as situações 

rotineiras hospitalares dentro da ética profissional. 



 17 

Com a classe hospitalar, o aluno estando enfermo e fora do ambiente escolar 

tem a oportunidade de continuar estudando os conteúdos do ensino regular 

obrigatório normalmente. Este campo de atendimento educacional tem 

características próprias, com fatores que interferem e contribuem para o 

desenvolvimento cognitivo do aluno. 

Nesse contexto, algumas questões norteadoras guiaram essa investigação: 

 Como acontece o processo de ensino e aprendizagem no contexto 

hospitalar? 

 Qual a importância do professor no processo de escolarização no ambiente 

hospitalar? 

 O que torna a Classe Hospitalar uma modalidade da Educação Especial? 

 Quais os fatores relevantes que precisam ser levados em consideração 

diante do atendimento pedagógico hospitalar? 

Ao refletir sobre o hospital como campo de atuação pedagógica, busco com 

esta pesquisa a compreensão de algumas angústias profissionais relacionadas à 

escolarização das crianças enfermas e internadas em unidades hospitalares. Neste 

contexto, busco abordar a temática: O Ensino na Classe Hospitalar: Práticas 

Pedagógicas no Hospital da Criança Santo Antônio em Boa Vista (Roraima). Para 

tanto, é importante compreender o surgimento do acompanhamento pedagógico 

dentro dos hospitais, bem como seu funcionamento legal. Sendo assim, delimito a 

pesquisa ao trabalho docente, às adaptações necessárias e às legislações 

específicas dentro deste processo de escolarização e aos aspectos importantes que 

devem ser levados em consideração para este tipo de atendimento. 

A problemática central que embasa este projeto é: quais as contribuições do 

ensino e das práticas pedagógicas no ambiente hospitalar, levando em consideração 

as Políticas Inclusivas? 

Como forma de responder às inquietudes profissionais e à problemática 

central, foi eleito como objetivo geral: investigar as contribuições e a importância do 

atendimento pedagógico no processo contínuo de escolarização na classe 

hospitalar. 

Seguindo ao objetivo geral, para que se alcance as respostas referentes à 

problemática da pesquisa, surgiram os objetivos específicos: 



 18 

 Analisar a interação entre Educação e Saúde e sua importância no contexto 

pedagógico na classe hospitalar; 

 Verificar se o atendimento pedagógico na classe hospitalar condiz com as 

legislações vigentes no país acerca das políticas públicas educativas; 

 Compreender a atuação e perfil do professor da Classe do HCSA; 

 Analisar os fatores relevantes que precisam ser levados em consideração 

diante do atendimento pedagógico hospitalar. 

Apresento a dissertação organizada em capítulos. O primeiro capítulo foi 

composto pela introdução, no qual se realiza uma breve discussão sobre as ideias 

principais do trabalho, abrangendo o motivo pela busca desta pesquisa, 

perpassando pela justificativa, problemática, questões norteadoras, objetivo geral e 

os objetivos específicos. 

No segundo capítulo, apresento o aporte teórico com a abordagem sobre 

Pedagogia e a Classe Hospitalar na modalidade de Educação Especial, políticas 

públicas. No terceiro capítulo, estão os procedimentos metodológicos, exibindo o 

caminho percorrido para o desenvolvimento da pesquisa. Enquanto que, no quarto 

capítulo, apresento a análise dos dados produzidos durante a pesquisa. E, por fim, 

seguem as considerações finais. 



 19 

2 PEDAGOGIA E PEDAGOGIA HOSPITALAR 

 

 

Ensinar, orientar e educar são ofícios da pedagogia que é entendida como a 

parte da ciência que se preocupa com a melhoria no processo educacional de 

aprendizagem dos sujeitos podendo ser desenvolvida no campo docente ou no 

administrativo, auxiliando-os de forma mais sistematizada para enfrentar os 

diferentes desafios. 

 

2.1 Pedagogia 

 

Quando se fala em Pedagogia, logo vem à mente a imagem de um professor 

que realiza seus trabalhos com crianças nos anos iniciais da educação básica; 

contudo, os pedagogos têm uma área de atuação que vai além da tradicional sala de 

aula. O pedagogo é um profissional formado com saberes que o torna capaz de 

desenvolver atividades escolares com alunos da Educação Infantil e do Ensino 

Fundamental I, na educação Inclusiva, pedagogia empresarial, presídios, 

organizações não governamentais como também desenvolver trabalhos na área da 

gestão, coordenação e/ou orientação pedagógica e atuação junto a disciplinas 

pedagógicas do curso Normal Superior e Educação de Jovens e Adultos. Desta 

forma, seus conhecimentos não se limitam somente à área escolar. Neste contexto, 

conforme Almeida e Soares (2010): 

 

A pedagogia, portanto, é a ciência que tem como preocupação a mediação 
entre o senso comum e o conhecimento elaborado/científico. Ressaltamos, 
porém, que o conhecimento não é o fim nele mesmo, mas sim o meio para 
a humanização. Ao pedagogo, em seus diversos campos de atuação 
(empresas, órgãos públicos, sindicatos, escolas, organizações não



 20 

governamentais – ONGs, movimentos sociais, hospitais, etc.), cabe discutir 
os conhecimentos necessários à formação humana em cada determinado 
momento histórico, bem como as formas metodológicas para a sua 
socialização. Ou seja, ele se preocupa com as relações indissociáveis – 
conteúdo/forma, conhecimento/metodologia, as quais estão sempre 
presentes no processo de ensino-aprendizagem e são indispensáveis para 
a sua efetivação (ALMEIDA; SOARES, 2010, p.16).  
 

A pedagogia ganhou diferentes espaços ganhando mais foco e ênfase neste 

novo século, no qual o pedagogo também pode desenvolver atividades relacionadas 

a atendimentos socioeducativos em diferentes ambientes não escolares, com 

atividades preventivas e educativas, ultrapassando o ensino formal. Como, por 

exemplo, atividades de planejamento, formação pessoal, orientação, coordenação e 

criação de projetos educacionais, sociais e culturais para empresas, em 

departamento de trânsito, tribunais de justiça, sistema penitenciário, na área 

empresarial, incentivando as pessoas a desenvolver seu potencial criador e a troca 

de conhecimentos em grupos. No ambiente hospitalar, o professor é de suma 

importância para incentivar os alunos a continuarem seus estudos interrompidos 

pela enfermidade. Seja na escola ou fora dela, o professor desenvolve seu saber 

pedagógico. No contexto da atuação do professor nesse espaço, Rodrigues (2012) 

descreve: 

 

O professor da escola que tenha como norte a diversidade, em uma sala de 
aula em um hospital, reconhece seu fazer e saber pedagógico, assumindo, 
explorando e estimulando as potencialidades dos seus alunos. Valoriza a 
identidade sociocultural e étnica, atende aos desafios de reunir alunos 
diferentes, tornando-se aquele mediador, que garante espaços de ensino e 
de aprendizagem para todos (RODRIGUES, 2012, p. 21). 

 

Por meio de sua formação e conhecimentos, o campo profissional do 

pedagogo está cada vez mais diversificado. Seu trabalho visa o desenvolvimento da 

aprendizagem e está ligado a projetos podendo, assim, ensinar, ministrar formações 

continuadas, intermediar conflitos ou até mesmo gerir e administrar certos setores 

com dinamismo e um olhar distinto de outros profissionais, desenvolvendo seu 

trabalho com eficácia. 

Em relação à formação e atuação do pedagogo, Libâneo (2002), afirma: 

 

Que o curso de Pedagogia se destina a formar o pedagogo especialista, isto 
é, um profissional qualificado para atuar em vários campos educativos, para 
atender demandas socioeducativas (de tipo formal, não formal e informal) 
decorrentes de novas realidades [...]. A caracterização de pedagogo-



 21 

especialista é necessária para distingui-lo do profissional docente. Importa 
formalizar uma distinção entre trabalho pedagógico (atuação profissional em 
um amplo leque de práticas educativas) e o trabalho docente (forma 
peculiar que o trabalho pedagógico assume na escola). Caberia, também, 
entender que todo trabalho docente é pedagógico, mas nem todo trabalho 
pedagógico é docente. Há uma diversidade de práticas educativas na 
sociedade, assim, podemos definir para o pedagogo duas esferas de ação 
educativa; escolar e extra-escolar (LIBÂNEO, 2002, p.58). 

 

As atividades pedagógicas desenvolvidas dentro de espaços escolares são 

conhecidas como atividades em espaços formais, enquanto que as atividades 

pedagógicas desenvolvidas em ambiente não escolar, fora dela, são conhecidas 

como atividades em espaços não formais. O fato de o processo ensino e 

aprendizagem acontecer fora do espaço formal não o diminui e nem retira a 

importância do processo feito em um espaço não formal, posto que ambos 

possibilitam o aprendizado. Conforme Gastal e Oliveira (2009): 

 

Uma distinção possível diz respeito aos espaços onde se dá o processo 
educativo. Fala-se de espaços ou ambientes formais de educação como 
sendo aqueles vinculados à escola, instituição mais conhecida pelo seu 
papel social de prestar educação básica em nossa sociedade. Por outro 
lado, locais que não são sedes destinadas especificamente para o 
funcionamento da instituição escolar são denominadas espaços ou 
ambientes não-formais de educação. Assim, podemos considerar como 
espaços não-formais todos aqueles situados fora dos limites geográficos da 
escola, tais como uma praça, uma avenida, uma quadra comercial e/ou 
residencial, centros comerciais, uma indústria, centros de pesquisa, 
reservas naturais, museus, centros de ciências, feiras, parques, entre outros 
ambientes urbanos, rurais e naturais (GASTAL; OLIVEIRA, 2009, p. 02). 
 

O trabalho que enfocamos aqui se direciona para as práticas pedagógicas 

desenvolvidas no hospital. Para melhor compreender o trabalho pedagógico no 

ambiente hospitalar, vale lembrar que a pedagogia é compreendida como a área de 

estudo que tem como objeto a educação e o processo de ensino e aprendizagem do 

ser humano de forma sistematizada.  

Conforme Ghiraldelli (2006), o termo pedagogia tem sua origem no grego: 

 

Paidagogia designava, na Grécia antiga, o acompanhamento e a vigilância 
do jovem. O paidagogo (o condutor da criança) era o escravo cuja atividade 
específica consistia em guiar as crianças à escola, seja a didascaléia, onde 
recebiam as primeiras letras, seja o gymnásion, local de cultivo do corpo 
(GHIRALDELLI, 2006, p. 8).  
 

Buscando o significado etimológico da palavra ―pedagogia‖, vê-se que a 

mesma era inicialmente composta pelas palavras ―paidos‖ (criança) e ―gogía‖ 



 22 

(conduzir ou acompanhar). O conceito fazia, portanto, referência ao escravo que 

levava os meninos à escola. Era um acompanhamento à escola, diferenciando da 

atualidade, na qual o pedagogo é o docente que media o processo de ensino e 

aprendizagem. 

Na atualidade, a pedagogia é compreendida como ciência da educação na 

qual o ser humano percorre um caminho de ensino que o conduz para o 

conhecimento, aprendizagem e habilidades. A sua formação integral é visada para 

competências além dos muros da escola. 

A esse respeito, Loss (2014, p. 25) afirma: ―A Pedagogia é a ciência da 

educação que investiga a prática educativa e tem condições de contribuir 

epistemológica e pedagogicamente para o desenvolvimento da educação no que se 

refere à práxis pedagógica‖. 

Sendo assim, nesse sentido, o pedagogo deve trabalhar a prática na sala de 

aula com metodologias de ensino visando estratégias de aprendizagem, interligando 

teoria e prática.  

 

2. 2 Pedagogia hospitalar – classe hospitalar/atendimento pedagógico 

hospitalar e sua legislação 

 

A pedagogia hospitalar é um ramo da educação que faz parte da educação 

inclusiva e ocorre em ambientes da saúde para atender pedagogicamente aos 

alunos que estão afastados da escola devido a uma enfermidade ou tratamento de 

saúde. Teve seu início marcado desde quando professores ajudaram no 

atendimento a crianças vítimas da Segunda Guerra Mundial (ESTEVES, 2008). 

Posteriormente, foram adotadas formas de adaptação do espaço e proposta de 

estudos teóricos.  

A primeira intervenção pedagógica em ambiente hospitalar tem seu registro 

datado em 1935, quando Henri Sellier inaugurou a primeira escola em Paris, para 

atender crianças e jovens tuberculosos e com problemas de doenças respiratórias. 

Os primeiros registros de atendimento pedagógico têm marco histórico mundial 

associado à Segunda Guerra Mundial, quando muitas crianças e adolescentes foram 

vítimas desse grande conflito, ficando impossibilitados de ir à escola, devido aos 

ferimentos e mutilações.  



 23 

Após a Segunda Guerra Mundial, houve uma preocupação maior em relação 

às crianças mutiladas e com as mais diversas doenças, vítimas desse fato histórico, 

surgindo assim, uma continuidade ao trabalho de Sellier. Nesse sentido, o início da 

classe hospitalar é retratado por Esteves (2008): 

 

A Classe Hospitalar tem seu início em 1935, quando Henri Sellier inaugura 
a primeira escola para crianças inadaptadas, nos arredores de Paris. Seu 
exemplo foi seguido na Alemanha, em toda a França, na Europa e nos 
Estados Unidos, com o objetivo de suprir as dificuldades escolares de 
crianças tuberculosas (ESTEVES, 2008, p. 02). 
 

A partir desse registro, cada país foi organizando seu atendimento e suas 

legislações de acordo com a demanda e assim, professores foram contratados para 

realizar atendimentos pedagógicos em hospitais específicos. 

No que tange ao Brasil, registros apontam o início da classe hospitalar em 14 

de agosto de 1950, quando foi implantada no Hospital Jesus, que fica localizado no 

Rio de Janeiro. O trabalho do profissional de pedagogia nos hospitais é um desafio e 

vem sendo difundido aos poucos dentro dos hospitais brasileiros: 

 

[...] a presença de professores em hospitais para a escolarização das 
crianças e jovens internados segundo os moldes da escola regular, 
contribuindo para a diminuição do fracasso escolar e dos elevados índices 
de evasão e repetência que acometem freqüentemente essa clientela em 
nosso país. Esse atendimento tem sido o modelo adotado desde 1950 pela 
primeira classe hospitalar do Brasil, a Classe Hospitalar Jesus, vinculada ao 
Hospital Municipal Jesus, no Rio de Janeiro, que foi uma das oitenta classes 
representadas no 1º Encontro Nacional sobre Atendimento Escolar 
Hospitalar, acontecido em 2000 na Universidade do Estado do Rio de 
Janeiro, sob a coordenação geral da professora Dra. Eneida Simões da 
Fonseca (FONTES, 2005, p. 121). 

  

A pedagogia hospitalar faz parte da educação como uma forma de auxiliar o 

aluno em seu desenvolvimento com atividades pedagógicas e recreativas, com o 

intuito de prevenir que não haja atrasos ou ocorra a evasão escolar. Ainda, favorece 

o acompanhamento dos conteúdos escolares, assim como auxilia nas relações 

interpessoais dos discentes, reforçando os laços afetivos e sociais, além de 

corroborar para um bom desenvolvimento cognitivo ao se organizar um ambiente 

acolhedor e mais humanizado no ambiente hospitalar durante o período em que o 

aluno esteja distante de sua rotina escolar formal.  

Em relação a este espaço, Matos e Mugiatti (2014, p. 41) afirmam: ―[...] todas 

as crianças têm direito ao ensino escolar; mas para isso é necessário criar espaço 



 24 

de ensino nos hospitais pediátricos, ou correlatos, onde estejam hospitalizados 

crianças ou adolescentes em idade de escolarização‖. 

O atendimento pedagógico hospitalar, também denominado de classe 

hospitalar, assegura à criança em condição de hospitalização o direito da 

continuidade aos estudos dentro do hospital. A pedagogia hospitalar é amparada 

diante de algumas bases legais brasileiras que trazem o direito à educação com 

igualdade de condições de acesso e permanência na escola.  

A Lei de Diretrizes e Bases da educação brasileira – LDB (Lei n°9394 de 

20/12/1996), que estabelece em seu artigo 2° a educação como dever da família e 

do Estado com finalidade ao pleno desenvolvimento do educando.  E pela Lei nº 

13.716, de setembro de 2018, que assegura o atendimento educacional ao aluno da 

Educação Básica para alunos que fiquem ou estejam internados por um longo 

período, seja em sua casa ou em uma rede hospitalar: 

 

Art. 1º A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional), passa a vigorar acrescida do seguinte Art. 
4º-A: 
Art. 4º- A. Assegurado atendimento educacional, durante o período de 
internação, ao aluno da educação básica internado para tratamento de 
saúde em regime hospitalar ou domiciliar por tempo prolongado, conforme 
dispuser o Poder Público em regulamento, na esfera de sua competência 
federativa (BRASIL, 2018). 
 

Conforme definição constante no texto ―Classe Hospitalar e Atendimento 

Pedagógico Domiciliar: Estratégias e orientações‖, disponibilizado pelo Ministério da 

Educação – MEC (2002, p. 13), fica então determinado o atual conceito de Classe 

Hospitalar: 

 

Denomina-se classe hospitalar o atendimento pedagógico educacional que 
ocorre em ambientes de tratamento de saúde, seja na circunstância de 
internação, como tradicionalmente conhecida, seja na circunstância do 
atendimento em hospital-dia e hospital-semana ou em serviços de atenção 
integral à saúde mental. Atendimento pedagógico domiciliar é o atendimento 
educacional que ocorre em ambiente domiciliar decorrente de problema de 
saúde que impossibilite o educando de frequentar a escola ou esteja ele em 
casas de apoio da sociedade (BRASIL, 2002, p. 13). 

 

Na Constituição Federal Brasileira de 1988 estão expressas as leis que regem 

nosso país, servindo como garantia dos direitos e deveres dos cidadãos brasileiros. 

A garantia da educação a todos está resguardada no Artigo nº 205 da supracitada 

Constituição Federal: 



 25 

 

Art. 205 – A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será 

promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e 
sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988, p.123). 

 

A Constituição Federal de 1988 criar um Art. específico da garantia da 

Educação a todos os cidadãos brasileiros, em 1990, no ECA, novamente é dado 

ênfase ao asseguramento do acesso e permanência à educação de crianças e 

adolescentes. Em seu Capítulo IV, que trata do direito à educação, à cultura, ao 

esporte e ao lazer, especificamente no Artigo nº 53, deixa claro que: 

 

Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno 
desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e 
qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: 
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II - direito de ser respeitado por seus educadores; 
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias 
escolares superiores; 
IV - direito de organização e participação em entidades estudantis; 
V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, 
garantindo-se vagas no mesmo estabelecimento a irmãos que frequentem a 
mesma etapa ou ciclo de ensino da educação básica. 
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo 
pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais 
(BRASIL, 1990, p.27). 
 

O ECA/1990 é um importante instrumento muito relevante para o Estado 

Brasileiro, uma vez que visa transformar a realidade da criança e do adolescente, no 

decorrer do seu desenvolvimento e na garantia de seus direitos. 

Em 12 de outubro de 1991 foi instituída a Lei nº 8.242, que cria e regulamenta 

o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente – CONANDA. Em 

1995 houve uma preocupação com as crianças em idade escolar que se 

encontravam hospitalizadas, e assim criou-se a Resolução nº 41, de 13 de outubro 

do referido ano, no qual é aprovado na íntegra o texto provindo da Sociedade 

Brasileira de Pediatria, que destaca entre os direitos das crianças e adolescentes 

internados e amparos específicos como: 

 

8. Direito a ter conhecimento adequado de sua enfermidade, dos cuidados 
terapêuticos e diagnósticos a serem utilizados, do prognóstico, respeitando 
sua fase cognitiva, além de receber amparo psicológico, quando se fizer 
necessário.  



 26 

9. Direito a desfrutar de alguma forma de recreação, programas de 
educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar, durante sua 
permanência hospitalar (BRASIL, 1995, 01). 

 

É visível a quantidade de aparatos legais existentes no Brasil que visam 

assegurar o pleno desenvolvimento das crianças e dos adolescentes. É de 

responsabilidade de toda a sociedade e do poder público fazer com que estes 

direitos sejam cumpridos. 

Para que seja respeitado o direito à escolarização de crianças e adolescentes 

afastados da escola por problemas de saúde, é necessário que se tenha 

conhecimento de alguns aspectos relevantes e que sejam feitas adaptações das 

atividades conforme a enfermidade do aluno para conduzir a aplicação e realização 

dos conteúdos escolares.  

Como exemplo, podemos citar uma criança com os membros superiores 

engessados que neste caso precisará de apoio da pedagoga para fazer a 

transcrição da atividade. Compreender esses aspectos torna o trabalho pedagógico 

mais significativo e prazeroso. 

Nessa circunstância, o aluno enquanto paciente hospitalar pode ter na própria 

enfermaria onde está internado o desenvolvimento de atividades pedagógicas e 

recreativas que permitem de forma mais dinamizada à criança ou adolescente 

enfermo o seu integral desenvolvimento, além de contribuir de certa forma para 

amenizar seu sofrimento. 

Nesse contexto, podemos compreender a necessidade do profissional da 

pedagogia no ambiente hospitalar para dar continuidade aos estudos das crianças 

hospitalizadas. Para Fonseca (2003), a atuação adequada do professor no ambiente 

hospitalar vai além do favorecimento do processo de ensino-aprendizagem: 

 

Na escola hospitalar, cabe ao professor criar estratégias que favoreçam o 
processo de ensino-aprendizagem, contextualizando-o com o 
desenvolvimento e experiências daqueles que o vivenciam. Mas, para uma 
atuação adequada, o professor precisa estar capacitado para lidar com as 
referências subjetivas das crianças, e deve ter destreza e discernimento 
para atuar com planos e programas abertos, móveis, mutuantes, 
constantemente reorientados pela situação especial e individual de cada 
criança, ou seja, o aluno da escola hospitalar (FONSECA, 2003, p.26). 

 

Segundo Thoma e Kraemer (2017) historicamente a educação inclusiva vem 

mudando ao longo do tempo, que inicialmente foi marcado por um período de 

exclusão e abandono. No Rio de Janeiro, em 1854, foi criado o instituto para atender 



 27 

os cegos e três anos depois, em 1857, foi criado o instituto dos surdos mudos para 

atender os deficientes auditivos, porém ainda precisava ser feito algo em prol das 

pessoas deficientes mentais e físicos. 

Em meados do século XX, com a articulação de uma política de educação 

especial, período no qual surgiram as instituições brasileiras da APAE e da 

Pestalozzi. Instituições que foram fundamentais para as pessoas com deficiências. 

Em 1969, já havia mais de 800 escolas especializadas para atender as 

pessoas com deficiências intelectuais. Nos anos 80, a educação especial começa a 

ganhar mais força e espaço. Em 1996 é publicada a Lei n° 9394/96 de Diretrizes e 

Bases da Educação Nacional vem confirmar que a educação deve ser oferecida 

preferencialmente na rede regular de ensino devendo haver serviços de apoio 

especializados.   

No senso comum, muitas pessoas acabam confundindo Educação Inclusiva 

com Educação Especial, porém é importante que se diferencie uma da outra. A 

Educação Inclusiva surge para acolher e promover o desenvolvimento e 

aprendizagem de todos na escola regular, principalmente do seu público alvo que 

são os deficientes, pessoas com transtorno global do desenvolvimento, altas 

habilidades e/ ou superdotação. Por outro lado, a Educação Especial é uma área de 

conhecimento que serve para avaliar, buscar novas ofertas, eliminar barreiras, 

complementar ou suplementar o atendimento com recursos adequados, de forma a 

contribuir para o desenvolvimento deste aluno da escola inclusiva. 

A inclusão pressupõe que todas as crianças possam desfrutar do ambiente 

escolar para lhe proporcionar o desenvolvimento de suas capacidades, o que está 

expresso na Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994). 

 

O princípio fundamental das escolas inclusivas consiste em todos os alunos 
aprenderem juntos, sempre que possível, independentemente das 
dificuldades e das diferenças que apresente. Estas escolas devem 
reconhecer e satisfazer as necessidades diversas dos seus alunos, 
adaptando-se aos vários estilos e ritmos de aprendizagem, de modo a 
garantir um bom nível de educação para todos, através de currículos 
adequados, de uma boa organização escolar, de estratégias pedagógicas, 
de utilização de recursos e de uma cooperação com as respectivas 
comunidades. É preciso, portanto, um conjunto de apoios e de serviços para 
satisfazer o conjunto de necessidades especiais dentro da escola (p. 11-12). 

 

Apesar das mudanças ocorridas no decorrer histórico da Educação Especial, 

ainda não temos o atendimento adequado e necessário a todos. Ainda existem 



 28 

escolas sem estrutura física para atender algumas das pessoas com limitações 

físicas. O ambiente físico, os recursos pedagógicos e os recursos humanos são 

algumas barreiras que encontramos diante do atendimento ao aluno com 

necessidades específicas. 

Novos horizontes da educação nos levam a trabalhar diante das diversidades 

humanas, adaptando e desenvolvendo atividades significativas, rompendo as 

barreiras existentes para caminharmos rumo à escola inclusiva. É nesse sentido que 

visualizo que o atendimento pedagógico hospitalar vai ao encontro daqueles que 

ficam excluídos da sala de aula comum para a inclusão escolar no ambiente 

hospitalar. 

A seguir apresento o Estado da Arte com o qual foi realizada a busca de 

escritos relacionados à minha pesquisa.  

 

2.3 Estado da arte 

 

A fim de se verificar o que já foi produzido sobre o assunto desta pesquisa foi 

realizada uma busca do Estado da Arte. Este estudo, de caráter exploratório, 

contribui para a sistematização e avaliação diante de uma área específica de 

conhecimento e com um período previamente estabelecido. 

De acordo com Ferreira (2002, p.258), a pesquisa estado da arte: ―[...] se 

caracteriza por possuir um levantamento bibliográfico, analítico e crítico da produção 

acadêmica de um determinado tema‖. 

Com o propósito de mapear e compreender o conteúdo da pesquisa foi 

realizado um levantamento de dados investigativos que se deu por meio da 

ferramenta de busca no site da BDTD (Biblioteca Digital Brasileira de Teses e 

Dissertações), por meio das palavras-chave: Classe Hospitalar, Pedagogia e 

Pedagogia Hospitalar. 

Inicialmente, através da busca por assunto com as palavras-chave 

designadas foram encontrados 59 resultados que, quando refinados por período dos 

últimos cinco anos (2014 a 2019), os resultados diminuíram para 24. De acordo com 

os títulos, percebi que alguns não estavam relacionados com a temática do meu 

estudo, portanto os desconsiderei.  

Os trabalhos eliminados traziam em seu contexto: a formação de alguns 

profissionais da saúde (assistente social, enfermeiro); o papel dos periódicos na 



 29 

organização política dos trabalhadores rurais; estomia intestinal; visitas ao setor de 

radiologia hospitalar e o ensino de radiações ionizantes; perfil auditivo de crianças 

atendidas em Serviço de Alta Complexidade na cidade de Aracajú; a formação em 

serviço no Programa Residência Integrada Multiprofissional em Saúde do Hospital 

de Clínicas de Porto Alegre; atitudes e concepções de professores dos anos iniciais 

do ensino fundamental em relação ao ensino de Estatística em escolas públicas e 

privadas em Uberlândia (MG); o trabalho em saúde nos hospitais de gestão 

terceirizada: o caso do estado de Goiás; produzindo uma disciplina de bioquímica 

em uma faculdade de medicina; relação entre as táticas de influência e os resultados 

da liderança na enfermagem. 

Desta forma, restaram onze trabalhos para serem analisados, sendo dez 

dissertações e uma tese, os quais se aproximam da minha pesquisa. Tais trabalhos 

apresentam em seu contexto questões relacionadas com o ensino, recursos 

utilizados no processo pedagógico dos alunos internados, o trabalho docente, a 

relação entre a classe hospitalar e a escola regular, desafios e possibilidades desse 

ensino e as práticas pedagógicas em ambiente hospitalar. 

As pesquisas estão elencadas no quadro a seguir nos permitindo identificar o 

título, autor, instituição, ano e nível acadêmico da pesquisa: 

 

Quadro 1 – Lista final dos estudos encontrados na BDTD: 

N° Título do trabalho Autor Titulação Instituição Ano 

01 

As tecnologias como apoio à mediação 

pedagógica na classe hospitalar: desafios 

e possibilidades no ensino multisseriado 

 Maria das Neves 

Silva 
Dissertação UnB 2014 

02 

O ensino de ciências na classe 

hospitalar: uma reflexão sobre a 

experiência do HUJM-UFMT 

Alessandro 

Rodrigues da 

Silva 

Dissertação UFMT 2014 

03 
O papel do jogo nos processos de 

aprendizagem de crianças hospitalizadas 

Paula Pereira 

Alves 
Dissertação UFMT 2015 

04 

Ensino da linguagem escrita no contexto 

da classe hospitalar: um enfoque 

metalinguístico 

Valéria Batista Tese PUC-SP 2015 

05 
O corpo entre o riso e o choro na classe 

hospitalar 

 Júlio César 

Rodrigues 
Dissertação UFTM 2016 

06 
Classe Hospitalar: Acessibilidade na 

estrutura e organização para o 

Angélica Regina 

Schmengler 
Dissertação 

UFSM-

RS 
2016 

http://bdtd.ibict.br/vufind/Author/Home?author=Silva%2C+Maria+das+Neves
http://bdtd.ibict.br/vufind/Author/Home?author=Batista%2C+Val%C3%A9ria
http://bdtd.ibict.br/vufind/Author/Home?author=RODRIGUES%2C+J%C3%BAlio+C%C3%A9sar


 30 

atendimento público-alvo da Educação 

Especial 

07 

A utilização dos recursos tecnológicos no 

processo pedagógico de crianças e 

adolescentes hospitalizados 

Jaqueline Müller Dissertação 
UFSM-

RS 
2016 

08 
Trabalho docente e identidade nas 

classes hospitalares em Goiás 

Luciana Vaz dos 

Reis 
Dissertação UFG 2017 

09 

Práticas pedagógicas em ambiente 

hospitalar: a contação de histórias na 

perspectiva das crianças de um centro de 

oncologia 

Osdi Barbosa dos 

Santos Ribeiro 
Dissertação UEFS-BA 2018 

10 

Entre a classe hospitalar e a escola 

regular: o que nos contam crianças com 

doenças crônicas 

Senadath 

Barbosa Baracho 

Rodrigues 

Dissertação UFRN 2018 

11 
Olhares e narrativas de crianças 

hospitalizadas sobre a vida escolar 
Ana Maria Lino Dissertação UFSC-SP 2019 

Fonte: Da autora 

 

2.3.1 Descrevendo as pesquisas 

 

A pesquisa intitulada As tecnologias como apoio à mediação pedagógica na 

classe hospitalar: desafios e possibilidades no ensino multisseriado, foi realizada por 

Silva (2014) sendo parte integrante do Mestrado em Educação à Universidade de 

Brasília – UnB, com eixo de pesquisa: Educação especial e inclusiva. Numa 

abordagem qualitativa, se enquadra no nível de pesquisa-ação, tendo por finalidade 

investigar o uso das tecnologias como apoio à mediação pedagógica na classe 

hospitalar do Hospital Ceilândia do Distrito Federal. 

Diante da análise, é possível compreender que a coleta de dados aconteceu 

por meio de observação, diário de bordo e entrevista semiestruturada e foi realizada 

dentro de quatro etapas: levantamento preliminar; planejamento da ação educativa; 

implementação do projeto educativo e avaliação dos resultados da ação. Oito 

professores participaram como sujeitos da pesquisa. 

Como efeito da avaliação educativa proposta, a autora conclui que o uso das 

tecnologias como apoio à mediação pedagógica pode facilitar na individualização 

dos atendimentos educativo no contexto multisseriado e ainda se destacam como 

recursos de acessibilidade diante das barreiras pela mobilidade reduzida dos 

http://bdtd.ibict.br/vufind/Author/Home?author=Lino%2C+Ana+Maria


 31 

estudantes hospitalizados. Além de proporcionar aprendizagem dos conteúdos 

curriculares, os jogos educativos também auxiliam nos processos terapêuticos. 

Silva (2014) realizou a pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso intitulada: 

O ensino de ciências na classe hospitalar: uma reflexão sobre a experiência do 

HUJM-UFMT, apresentada ao Instituto de Educação da Universidade Federal do 

Mato Grosso. 

Seu objetivo foi analisar a prática pedagógica desenvolvida na Classe 

Hospitalar do Hospital Universitário Júlio Muller, buscando compreender o ensino de 

ciências naturais neste lugar. Desta forma, visou analisar aspectos históricos, 

administrativos e pedagógicos. Para a coleta de dados foram realizadas 

observações, entrevistas semiestruturada e questionários. Quatro profissionais da 

Educação participaram como sujeitos da pesquisa. 

Para análise e interpretação dos dados, o autor destacou o ambiente físico; 

rituais e regras presentes; prática pedagógica das professoras; relacionamento 

interpessoal entre alunos, profissionais da saúde e da educação; abordagem dos 

conteúdos voltados ao ensino de ciências.  

O amparo teórico para compreensão dos aspectos históricos e experiências 

relacionadas com a classe hospitalar, está pautado em Goffman (2005), Foucault 

(1982), Fonseca (1999, 2002, 2008) entre outros. 

O espaço da Classe Hospitalar do Hospital Universitário Júlio Muller está 

integrado à pediatria, não fazendo restrição quanto ao público-alvo. É frequentada 

por alunos hospitalizados que manifestam interesse em dar continuidade aos 

estudos e demais pacientes e acompanhantes que fazem uso do espaço para 

leituras, brincadeiras e uso dos brinquedos disponíveis. Os recursos destinados a 

esta classe hospitalar são viabilizados principalmente por meio de projetos 

desenvolvidos pelos profissionais que ali atuam. 

No tocante ao ensino de ciências naturais são desenvolvidas atividades 

relacionadas com saúde, doença, partes do corpo humano, alimentação, higiene 

entre outras temáticas que fazem parte do currículo de ciências naturais e 

favorecem para que as crianças compreendam a importância dos procedimentos 

médicos a que elas são submetidas. Ou seja, prioriza o ensino da educação à 

saúde.  

Alves (2015) realizou a pesquisa com abordagem qualitativa descritiva, com a 

qual buscou compreender o papel do jogo nos processos de aprendizagem de 



 32 

crianças hospitalizadas analisando a relação do papel do jogo e os processos 

educativos na classe hospitalar. 

Seu amparo teórico para compreensão do contexto da pesquisa está em 

Morgado (2014), que defende as atividades lúdicas; Vygotsky (1998) com o 

desenvolvimento proximal; entre outros. 

Os processos de aprendizagem ocorrem tanto no ambiente da classe 

hospitalar como na brinquedoteca, que se mostrou como um espaço de 

aprendizagem, lazer e desenvolvimento, auxiliando no enfrentamento de situações 

às doenças. Desta forma, estudar no hospital requer alguns cuidados devido à 

condição física e emocional da criança. 

O jogo no hospital permite à criança o mundo da imaginação, da criatividade 

possibilitando a interação com outras crianças e assim, se aproxima do mundo 

externo, ou seja, o jogo é um elemento fundamental nos processos de 

aprendizagem.  

Batista (2015) realizou sua pesquisa qualitativa descritiva, como parte 

integrante do Doutorado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São 

Paulo. A autora teve como foco o ensino da linguagem escrita no contexto do 

atendimento educacional na classe hospitalar, objetivando garantir a autonomia na 

leitura e escrita das crianças atendidas. 

No tocante ao título da pesquisa, é notório que o atendimento pedagógico na 

classe hospitalar, por acontecer de forma individualizada ou em pequenos grupos, 

facilita ao professor contribuir com a superação das dificuldades de aprendizagem, 

tornando o ensino e a aprendizagem mais eficientes. Desta forma, o ensino 

metalinguístico na classe hospitalar contribui para amenizar a defasagem escolar. 

Rodrigues (2016) desenvolveu a pesquisa qualitativa do tipo descritiva em 

nível de Mestrado em Educação Física pela Universidade Federal do Triângulo 

Mineiro, com objetivo de analisar a percepção do professor em relação ao corpo da 

criança hospitalizada, verificando como esse profissional considera o corpo em seu 

trabalho. Para a coleta de dados foi utilizada a entrevista semiestruturada e a 

observação não participante.  

As análises da entrevista foram realizadas a partir da técnica de elaboração e 

análise de unidades de significados, sendo utilizadas duas perguntas geradoras: 

―Como você vê o corpo de seu aluno da classe hospitalar? E Como você trabalha o 

corpo do aluno na classe hospitalar?‖. 



 33 

Diante do resultado da análise foi constatado que 75% dos sujeitos envolvidos 

na pesquisa entendem o corpo do aluno da classe hospitalar como fragilizado e 

dependente dos procedimentos clínicos. E respondendo a segunda pergunta 50% 

discorrem sobre o cuidado, respeito e habilidades cognitivas. 

O autor ainda observa que os profissionais da classe hospitalar entendem a 

fragilidade dos alunos, porém o foco da sua atuação é no desenvolvimento das 

atividades pedagógicas com transmissão dos conteúdos curriculares, mas sempre 

respeitando a enfermidade e a individualidade de cada aluno. Nesse sentido, existe 

um cuidado em relação à fragilidade do aluno, mas o cuidado com a restauração do 

corpo saudável é prioritariamente da equipe da saúde. 

A inserção do profissional de Educação Física no ambiente hospitalar é vista 

pelo autor como uma possibilidade, na qual poderia trabalhar através dos jogos, 

brincadeiras, esportes e danças, sempre respeitando a fragilidade do corpo. Por 

outro lado, o espaço físico e a falta de conhecimento das patologias que acometem 

as crianças são algumas barreiras a serem vencidas por este profissional. 

Schmengler (2016) realizou a pesquisa qualitativa de dissertação apresentada 

ao Curso de Mestrado em Educação da Universidade Federal de Santa Maria, RS, 

intitulada: Classe Hospitalar Acessibilidade na estrutura e organização para o 

atendimento ao público-alvo da Educação Especial. 

Cinco pessoas foram sujeitos da pesquisa, entre elas a coordenadora 

pedagógica do setor educacional do Hospital Universitário de Santa Maria, duas 

bolsistas e dois alunos representados por suas mães. Ressaltando que esses dois 

alunos (um com baixa visão e o outro com altas habilidades/superdotação) foram 

escolhidos por apresentarem características do público alvo da educação especial. 

O suporte legal é no contexto que todo sujeito tem direito à educação. Desta 

forma, o ideal é promover o ensino nos mais diferentes ambientes possíveis, sendo 

necessário fazer adaptações de acessibilidade de acordo com as especificidades da 

demanda.  

O objetivo principal foi verificar a estruturação e organização para o 

atendimento dos alunos. Para alcançar seu objetivo a autora contemplou como 

procedimentos a entrevista semiestruturada e observação no espaço destinado ao 

atendimento pedagógico. 

Ficou constatado que existem alguns aspectos deficitários de acessibilidade 

arquitetônica e de comunicação dentro do espaço hospitalar que precisam ser 



 34 

adequadas, os quais não dependem apenas dos profissionais da educação. Como 

direito a inclusão a autora finaliza sua dissertação fazendo uma observação da 

importância em promover a inclusão sem restrição de espaço específico e assim, 

fazer valer o direito a esse público num contexto social.  

Müller (2016) realizou a pesquisa qualitativa intitulada: ―A utilização dos 

recursos tecnológicos no processo pedagógico de crianças e adolescentes 

hospitalizados‖, em nível de Mestrado em Tecnologias Educacionais em Rede, pela 

Universidade Federal de Santa Maria – RS. 

No que tange aos objetivos, a autora visou analisar as possíveis contribuições 

que os recursos tecnológicos móveis podem proporcionar à prática dos professores 

e aos alunos hospitalizados. Ainda propõe capacitar os professores para o uso dos 

recursos tecnológicos, construindo atividades que contribuam para o ensino e 

aprendizagem dos alunos da ala pediátrica aos do Centro de Tratamento da Criança 

e Adolescente com Câncer. 

Na visão da autora, os diferentes instrumentos tecnológicos servem como 

meio de pesquisa e entretenimento. Desta forma, compreende que com a criação de 

softwares se tem a possibilidade de realizar tarefas, editando textos e imagens, 

criando planilhas, tornando assim a simplificação das tarefas. Neste contexto, pode 

também auxiliar durante as atividades escolares, influenciando na aquisição de 

conhecimento. Apresentou recursos tecnológicos a serem usados no espaço não 

formal de ensino, tornando as atividades cada vez mais interessantes. 

Reis (2016) desenvolveu sua pesquisa de Mestrado em Educação pela 

Universidade Federal de Goiás/Regional Catalão, intitulada: Trabalho Docente e 

Identidade nas Classes Hospitalares em Goiás, com o objetivo de caracterizar o 

trabalho docente e a constituição da identidade do professor da classe hospitalar. 

No decorrer da pesquisa foram observados as rotinas e espaços da Classe 

Hospitalar; foram analisadas as condições físicas e emocionais do aluno; as 

especificidades do atendimento pedagógico. Nesse sentido, os resultados mostram 

que o professor da Classe hospitalar cria sua identidade e toma consciência do seu 

papel, viabilizando no hospital a continuidade dos estudos do aluno, respeitando sua 

rotina dentro do hospital.  

Na escola regular geralmente o planejamento é quinzenal e na Classe 

Hospitalar é feito de forma flexível, de acordo com o tempo de hospitalização do 

aluno. Os professores envolvidos na pesquisa relatam que o planejamento é feito 



 35 

diariamente devido à rotatividade dos alunos atendidos, mas ainda tem o 

planejamento flexível para aqueles alunos com uma previsão média de internação. 

No tocante aos cuidados essenciais entre um atendimento e outro, as 

professoras demonstraram usar os procedimentos adequados: higienização das 

mãos entre um atendimento e outro; ter precaução no contato físico com alunos; a 

utilização de luvas, capote e máscara quando necessário. A formação continuada 

também foi pontuada como uma prática dessas profissionais. 

Ribeiro (2018) desenvolveu sua pesquisa de Mestrado em Educação pela 

Universidade Estadual de Feira de Santana (BA) e objetivou com sua pesquisa de 

abordagem qualitativa compreender o sentido que as crianças do Centro Oncológico 

do Hospital Estadual da Criança dão à contação de histórias, paralelamente às 

práticas pedagógicas já desenvolvidas neste ambiente hospitalar.  

Os estudos tiveram como aporte teórico de referência Matos e Mugiatti (2008, 

2011,2014). Onze crianças participaram da entrevista, relatando que as atividades 

pedagógicas no ambiente hospitalar são relevantes por proporcionar o bem-estar e 

ajudar a lidarem melhor com a situação que estão vivendo. Ainda, solicitaram que 

esse tipo de atividade seja realizado com mais frequência. As crianças se identificam 

com a professora, uma vez que esta desenvolve práticas pedagógicas envolvendo o 

lúdico, a brincadeira e a contação de história, que lhes proporcionam momentos 

alegres diferente dos procedimentos médicos que lhes causam medo e às vezes até 

a dor, porém necessários para o tratamento de sua saúde. Há necessidade da 

implantação de uma classe hospitalar para atender essas crianças de forma mais 

pontual no contexto do estudo curricular, pois são atendidas no espaço da 

brinquedoteca. 

Essa pesquisa difere das demais pela patologia que acomete as crianças, 

ocasionando, assim, um afastamento do seu convívio familiar, escolar e social. 

Independentemente da situação clínica, a criança se sente valorizada ao 

desenvolver suas habilidades.   

Rodrigues (2018) desenvolveu sua pesquisa qualitativa (Dissertação de 

Mestrado), com o título: ‗Entre a Classe hospitalar e a escola regular: o que nos 

contam crianças com doenças crônicas‘, traz uma investigação baseada na narrativa 

autobiográfica de crianças em tratamento de doenças crônicas, com seus modos de 

perceber o processo de afastamento e retorno à escola regular.  



 36 

Para dialogar com as crianças foram utilizadas algumas perguntas pré-

definidas e um boneco com o qual as crianças interagiam contando para ele como 

era e o que gostavam de fazer na escola em que elas estudavam. Por meio da 

interação com o boneco, as crianças tiveram a oportunidade de relatar sua visão 

diante da escola, refletindo e compreendendo os desafios que enfrentam fazendo 

um paralelo com os estudos no ambiente hospitalar, que na visão deles é um 

momento que representa a normalidade da vida fora do hospital. 

Lino (2019) realizou a pesquisa de Dissertação de Mestrado em Educação 

apresentada à Universidade Federal de São Carlos, com abordagem qualitativa 

intitulada: ―Olhares e narrativas de crianças hospitalizadas sobre a vida escolar‖. 

O objetivo do estudo foi analisar e compreender o que as crianças contam 

sobre as práticas escolares. Sob o olhar das crianças, a escola é descrita com 

características conteudistas e espaço de interação entre os amigos. Demonstram 

aceitar estudar no ambiente hospitalar. 

Diante da análise dos trabalhos relacionados, pode se concluir que o 

atendimento pedagógico hospitalar tem o objetivo de assegurar o atendimento 

educacional ao aluno hospitalizado de acordo com a legislação vigente como a LDB 

9394/96, que trata das Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação 

Básica e o documento de estratégias e orientações da Classe hospitalar e 

atendimento pedagógico domiciliar elaborado pelo MEC/2002, onde é assegurado o 

atendimento educacional especializado – AEE, fora do espaço escolar.   

O atendimento escolar no ambiente hospitalar tem características diferentes 

da escola regular devido à diferença de série, idade e fragilidade das crianças; desta 

forma, permite um planejamento flexível e/ou individualizado, atendendo às 

especificidades dos alunos internados. 

A análise qualitativa com observações e entrevistas semiestruturadas dos 

sujeitos da pesquisa se fez presente em geral nos trabalhos. Quanto à titulação oito 

das dissertações são de Mestrado em Educação: Silva (2014 a), Silva (2014b), 

Alves (2015), Schmengler (2016), Reis (2017), Ribeiro (2018), Rodrigues (2018), 

Lino (2019); uma em mestrado de Educação Física: Rodrigues (2016); uma de 

Mestrado Profissional em Tecnologias Educacionais em Rede: Müller (2016); e por 

fim uma tese de Doutorado em Educação: Batista (2015). 

Discutindo a inclusão e a humanização em ambiente hospitalar, diversos 

autores dão suas contribuições. Silva (2014 a) e Müller (2016) descrevem sobre o 



 37 

uso das tecnologias como recurso de acessibilidade aos alunos hospitalizados, 

favorecendo a inclusão digital e social. Silva (2014b) busca discutir o ensino de 

ciências na Classe Hospitalar, priorizando o ensino da educação para a saúde.  

Alves (2015) expõe a importância do jogo como um elemento mediador no processo 

de aprendizagem. Ribeiro (2018) expõe a relevância da prática de contação de 

história, defendendo a promoção do entretenimento e aprendizado tornando o 

ambiente mais prazeroso e humanizado.  

Os estudos de Lino (2019) e Rodrigues (2018) se aproximam pelo objetivo da 

pesquisa, pois ambos buscam, de forma mais lúdica, analisar a visão das crianças 

sobre as práticas escolares, nos mostrando que as atividades escolares contribuem 

para que a criança se sinta mais fortalecida para o enfrentamento à sua condição de 

saúde. São diferenciadas pelos recursos utilizados.  

A maioria dos autores aprofundou suas discussões sobre o tema da educação 

hospitalar fundamentados nas concepções de alguns teóricos, mas entrelaçados por 

fundamentação teórica específica em: Fonseca (1999, 2008) Matos e Mugiatti (2008, 

2011, 2014). São eles: Silva (2014 b); Batista (2015), Lino (2019) e Ribeiro (2018). 

Enquanto que os fundamentados em Fonseca (2003) e Matos (2009) são: Silva 

(2014 a); Rodrigues (2016). Já Schmenger (2016) e Reis (2017) fundamentaram-se 

em Fonseca (1999, 2008, 2012, 2015, 2016).  

Encorajada pelos estudos relacionados nessa análise, percebo que foi 

relevante para o desenvolvimento de minha pesquisa no HCSA, pois a parceria 

entre a classe hospitalar e a escola regular é fundamental para a continuidade da 

escolarização, de forma que o aluno se sinta valorizado. Duas das pesquisas 

elencadas trazem os alunos internados como sujeitos da pesquisa, diferentemente 

da minha pesquisa que foca nos docentes da classe hospitalar. Em geral, a 

diferenciação com minha pesquisa está relacionada com a educação inclusiva.  

A busca pela prática pedagógica desenvolvida na classe hospitalar, aspectos 

históricos, administrativos, pedagógicos, o amparo teórico e a abordagem qualitativa 

aproxima minha pesquisa das pesquisas elencadas no estado da arte. 

Em relação às regiões em que os artigos foram publicados, ficam assim 

distribuídos: 03 (três) trabalhos da Região Sul; 02 (dois) da Região Sudeste; 04 

(quatro) da Região Centro Oeste e 02 (dois) da Região Nordeste. Estes dados 

provavelmente se ratificam devido estas três primeiras regiões concentrarem o maior 



 38 

número de universidades brasileiras, tanto em nível público como privado com 

programas de pós-graduação.  

Na Região Nordeste há uma grande preocupação com esse tipo de pesquisa, 

especificamente desenvolvidas pela Universidade Federal da Bahia. Nenhum 

trabalho da Região Norte foi contemplado, o que nos mostra que este tema ainda 

precisa ser mais expandido pelo Brasil, reforçando a importância destes estudos. 

Graficamente ficam assim distribuídas as pesquisas relacionadas no estudo 

de caso: 

 

Gráfico 1 – Distribuição regional das pesquisas do estudo de caso 

 

 

Fonte: Da autora (2020) 

 

Seguindo a escrita da dissertação, apresentamos o capítulo dos 

procedimentos metodológicos, com detalhamento da produção dos dados para 

análises e resultados da pesquisa. 

2 

4 2 

3 

Regiões 

Nordeste

Centro - Oeste

Sudeste

Sul



 39 

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 

 

Os procedimentos metodológicos para concretização desta pesquisa estão 

baseados numa pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso, com abordagem 

qualitativa descritiva. Para tanto, foram necessárias algumas inter-relações com as 

profissionais da Educação, que são sujeitos parte integrante da pesquisa, 

aprofundamento bibliográfico e entrevista semiestruturada relacionada com a prática 

educativa desenvolvida no ambiente hospitalar objetivando a compreensão da 

relevância do atendimento pedagógico e os saberes necessários ao trabalho 

docente na classe hospitalar. 

Desta forma, este estudo aborda a prática pedagógica hospitalar no HCSA, 

sendo esse capítulo composto pela caracterização do local da pesquisa e das 

participantes, apresentação da abordagem metodológica e instrumentos utilizados 

na produção de dados analisados. 

Com o estudo de caso é possível ampliar o conhecimento e a compreensão 

sobre o processo organizacional e questionamentos a serem pesquisados. Nesse 

sentido é investigado o processo de ensino e aprendizagem e a importância do 

professor nesse processo, buscando compreender os fatores que precisam ser 

levados em consideração para esse atendimento e o que torna a classe hospitalar 

uma modalidade da Educação Especial no ambiente hospitalar. Conforme Gil: 

 

O estudo de caso é uma modalidade de pesquisa amplamente utilizada nas 
ciências sociais. Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos 
casos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento; tarefa 
praticamente impossível mediante outros delineamentos já considerados 
(GIL, 2017, p. 34). 

 

Durante a ação de pesquisar foi permitido ampliar o olhar profissional no 

campo não formal de ensino dando ressignificação específica ao trabalho



 40 

pedagógico no ambiente hospitalar. Dessa forma, foi possível a busca de 

informações sobre o histórico e funcionamento da Classe Hospitalar, o que permitiu 

descrever os resultados e melhorar na atuação da prática profissional. Nesse 

contexto, Tardif (2007) afirma que: 

 

Professores são como atores competentes, sujeitos de conhecimento (...) é 
um ator no sentido forte do ermo, isto é, um sujeito que assume sua própria 
prática a partir de significados que ele mesmo lhe dá, um sujeito que possui 
conhecimentos e um saber-fazer provenientes de sua atividade a partir dos 
quais ele a estrutura e orienta (...) a pesquisa sobre o ensino deve se 
basear num diálogo fecundo com os professores sujeitos competentes que 
detêm saberes específicos ao seu trabalho (TARDIF, 2007, p. 230). 

 

Com a pesquisa bibliográfica é possível fazer levantamentos e estudos de 

materiais já publicados, para assim dar embasamento teórico à pesquisa. Conforme 

Gil (2017): 

 

A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado. 
Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material impresso, 
como livros, revistas, jornais, teses, dissertações, anais de eventos 
científicos. Todavia, em virtude da disseminação de novos formatos de 
informação, estas pesquisas passaram a incluir outros tipos de fontes, como 
discos, fitas magnéticas, CDs, bem como o material disponibilizado pela 
Internet (GIL, 2017, p. 28). 

 

Compreendendo que o professor no ambiente hospitalar desenvolve 

atividades escolares com o aluno hospitalizado, buscou-se elementos que integram 

a pesquisa com o relato das professoras, para uma análise do funcionamento da 

Classe Hospitalar da unidade.  

Esta análise aconteceu por meio de leitura de livros e publicações periódicas 

sobre a temática e dos dados coletados por meio da entrevista.   

 

3.1 Local da pesquisa 

 

A pesquisa foi realizada com profissionais da educação que realizam seu 

trabalho no Hospital da Criança Santo Antônio - HCSA, geograficamente localizado 

em Boa Vista, capital roraimense da Região Norte do Brasil. De acordo com dados 

divulgados em 27 de agosto de 2020 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e 

Estatística (IBGE), sua população era de 419 652 habitantes em 2020.  



 41 

Segundo Freitas (2009), Boa Vista é a capital do Estado de Roraima, que está 

localizada a 212 km da fronteira com a Venezuela, à margem direita do Rio Branco. 

Destaca-se pelo traçado urbano em forma de leque planejado pelo engenheiro civil 

Darcy Aleixo Derenusson. Com clima quente e úmido, apresenta apenas duas 

estações climáticas predominantes: inverno e verão. O inverno é o período chuvoso 

que vai de abril a setembro enquanto que o verão entre os meses de outubro a 

março apresenta temperaturas na média dos 38°C. É a única capital totalmente ao 

norte da linha do Equador e a mais distante de Brasília, capital brasileira. Sua 

população é composta por brancos, negros, pardos e indígenas.  

A escolha por este hospital se deu pelo fato de ser o único hospital do Estado 

que oferta esse tipo de atendimento e por eu fazer parte dessa equipe de 

profissionais. 

Com a imagem no mapa do Brasil, podemos nos situar geograficamente 

quanto à localização regional do HCSA. 

 

Figura 1 – Localização do hospital HCSA, onde está localizada a 

Classe Hospitalar 

 

Fonte: Da autora (2019) 

 

Na Figura 1 temos a representação visual do mapa do Brasil no qual o Estado 

de Roraima está destacado ao Norte em vermelho e no seu interior consta um ponto 



 42 

azul indicando a localização da capital e seu mapa urbano. No mapa urbano 

indicado com um ponto alaranjado está a localização do HCSA acompanhado de 

sua vista aérea.  

 

3.2 Histórico do Hospital da Criança Santo Antônio  

 

No final da década dos anos 90, com o aumento significativo da população 

roraimense, as autoridades políticas constataram a necessidade da construção de 

um hospital infantil com médicos especialistas, estrutura e equipamentos adequados 

para atender esta demanda; pois, até então, crianças, adolescentes e adultos eram 

atendidos no único hospital de emergência e urgência do Estado. 

Diante dessa realidade, no ano 2000 foi inaugurado o Hospital da Criança 

Santo Antônio – HCSA. O hospital fica localizado na Avenida das Guianas, nº 1645, 

bairro 13 de Setembro, na área urbana do município de Boa Vista, capital do Estado 

de Roraima.  

 

Figura 2– Placa de Inauguração do HCSA 

 

Fonte: Da autora (2019) 

 

Na Figura 2 consta a representação retangular da placa em bronze com o 

nome do hospital e o nome das autoridades políticas com seus referidos cargos 



 43 

políticos atuantes em 2000, ano no qual foi inaugurado o hospital. Na Presidência da 

República Brasileira: Fernando Henrique Cardoso; Ministro da Saúde: José Serra; 

Prefeito Municipal de Boa Vista: Brigadeiro Ottomar de Sousa Pinto; Secretária 

Municipal de Saúde: Marisa Natália Pinto; Secretária Municipal de Obras: Cel. Aécio 

Medeiros Duarte Ramos. Abaixo dos nomes consta o mês e ano de reinauguração 

(agosto de 2000). 

O HCSA foi inaugurado em 13 de agosto de 2000, pelo então prefeito Ottomar 

de Sousa Pinto. O hospital tem uma área de 2000m2, com 1.400m2 de construção, 

sendo o único hospital infantil de médio porte do Estado. O mesmo fica sob a 

responsabilidade da Prefeitura Municipal de Boa Vista 

No nome do hospital já indica que é um local para atender crianças. De 

acordo com o ECA, Lei 8.069/1990 (BRASIL, 1990), em seu art. 2°, considera-se 

criança, para efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos incompletos, e adolescente 

aquela entre doze e dezoito anos de idade.  

O hospital tem como referência o ECA, porém, de acordo com a política 

interna, os atendimentos na emergência e urgência, são estendidos para atender 

crianças com até treze anos incompletos, com argumentos do período da transição 

de criança para adolescente.  

As imagens da estrutura física do ambiente hospitalar apresentadas servem 

para ajudar na visualização e construção mental do cenário da pesquisa. 

 

Figura 3 – Fachada principal HCSA 

 

Figura 4 – Fachada Urgência e 

Emergência HCSA 

 

Fonte: Da autora (2019) 

 



 44 

Na Figura 3, podemos observar a fachada da entrada principal localizada no 

Bloco A, na qual fica o serviço de marcação de consultas e a entrada dos 

funcionários, dos visitantes e dos acompanhantes das crianças que estão nos blocos 

de internação.  

Na Figura 4, é possível visualizar a entrada na qual os responsáveis buscam 

o atendimento de urgência e emergência.  Esses dois serviços têm o funcionamento 

de 24 horas diariamente. A entrada da urgência é destinada aos casos mais graves, 

principalmente aqueles que chegam de ambulância. 

O HCSA fica sob a responsabilidade da Prefeitura Municipal de Boa Vista e ali 

se realizam procedimentos de média e alta complexidade em Roraima destinados ao 

público infantil e infanto-juvenil. Atualmente, conta com 51 leitos distribuídos na 

emergência sendo 05 leitos para o Trauma; 15 leitos na Unidade de tratamento 

Intensivo - UTI; 08 leitos na Unidade de Cuidados Permanentes – UCP; 69 leitos 

distribuídos entre os blocos F, G e H. Assim, no total, são disponibilizados 143 leitos 

neste hospital. 

Desde 2016, o HCSA vem passando por reformas. Já foi reformado até o 

momento (Outubro/2020) o bloco A (administrativo), onde fica a direção geral e 

direção administrativa, coordenações, ambulatórios de especialistas, brinquedoteca 

ambulatorial e recepção para entrada aos blocos de internação. Também os blocos 

B, C e D, onde ficam o Laboratório de Análises Clínicas, o Setor de Imagem (Raio X 

e ultrassonografia), Emergência, Trauma e UTI. Os blocos de internação F e H, e o 

bloco E, que comporta a lavanderia, cozinha, refeitório, farmácia, entre outros 

setores, também foram contemplados com a reforma. Por fim, o bloco de internação 

G está sendo contemplado com a reforma e seus pacientes foram realocados para o 

bloco H. 

Com as reformas houve melhoria na estrutura física, ambiente, climatização, 

decoração, equipamentos, mobiliários, hidráulica e elétrica. Nos blocos de 

internação as torneiras são com acionamento automático, o que ajuda na prevenção 

de contato diante da pandemia do Covid-19. As paredes dos corredores são 

decoradas com quadros de desenhos e super-heróis infantis. Para diminuir o intenso 

calor do Norte, a novidade é a nova cobertura termoacústica, que diminui o calor 

reduzindo os custos com climatização.  



 45 

 

Figura 5 – Corredor do Bloco B – HCSA 

 

Fonte: Da autora (2020) 

 

Na figura 5, podemos observar o corredor do bloco B, que recentemente foi 

reformado e decorado com quadros infantis, luminárias ao teto que refletem no chão 

e ao fundo a entrada que dá acesso para a sala do RX e para a sala do laboratório.  

Além de realizar atendimentos de emergência e urgência, oferece também 

atendimento de regime ambulatorial, pronto socorro, internação hospitalar, cirurgias 

eletivas e tratamento clínico geral e especializado. Tais procedimentos são 

garantidos por Lei. Podemos encontrar na Constituição Federal de 1988, em seu 

artigo 196, por meio da Lei nº 8.080/1990, o atendimento gratuito à saúde pelo 

Sistema Único de Saúde – SUS, que foi uma grande conquista do cidadão brasileiro. 

A maioria dos funcionários da saúde são concursados, enquanto que outros 

são do processo seletivo de contratação temporária, com alguns terceirizados para o 

serviço de lavanderia, limpeza, portaria e segurança, e ainda há as professoras 

pertencentes à SMEC, cedidas pela secretaria da Educação para desenvolver seus 

trabalhos no hospital. No total, aproximadamente novecentos servidores, distribuídos 

entre os três turnos (matutino, vespertino e noturno), fazem parte da equipe 

profissional do hospital. 

Na entrada do bloco ‗A‘ está fixada a placa de reinauguração do hospital e um 

painel informativo da unidade contendo a visão, missão e valores do hospital, como 

podemos observar nas figuras a seguir:  



 46 

 

Figura 6 – Placa de Reinauguração 

HCSA 

 

 

Figura 7 – Painel: Visão, Missão e valores 

HCSA 

 

Fonte: Da autora (2020) 

 

A Figura 6 é a representação retangular da placa em aço inox com o símbolo 

da prefeitura, o nome do hospital e o nome das autoridades políticas com seus 

referidos cargos políticos atuantes em 2017, no momento da reforma e 

reinauguração do Bloco A deste hospital. Na Presidência da República Brasileira: 

Michel Temer; Prefeita de Boa Vista: Teresa Surita; Secretário Municipal de Saúde: 

Cláudio Galvão dos Santos; Secretaria Municipal de Obras-interina: Cremildes 

Duarte Ramos.  

Abaixo dos nomes consta um pensamento ―O nosso sucesso é proporcional 

ao tamanho do nosso sonho‖, de autoria desconhecida e/ou não informada e, ainda, 

o mês e ano de reinauguração. 

Na Figura 7 consta a ilustração de quatro hexágonos com cores diferentes: 

alaranjado (visão), verde (missão), azul claro (valores) e o azul escuro com o 

símbolo da prefeitura em forma de leque com o slogan ―Trabalhar e cuidar das 

pessoas‖. 

Segundo esse material, o hospital tem como visão: ―ser uma referência 

médico-assistencial, através da participação dos servidores e da população, visando 

prestar um serviço de excelência e qualidade, pautado na ética, transparência e 



 47 

comunicação‖; e missão: ―prestar atendimento em saúde às crianças e adolescentes 

em nível de média e alta complexidade, abrangendo serviços de urgência e 

emergência, ambulatoriais, internações e cirurgias, incluindo outras variadas 

atividades de suporte terapêutico (farmacêutica, laboratorial, escolar, social, 

psicológica, entre outras)‖; e também como valores: ―Humanização e solidariedade; 

compromisso com o trabalho; resolutividade; colaboração; qualidade na assistência; 

transparência e honestidade‖. 

 

3.3 Surgimento da classe hospitalar no HCSA  

 

O projeto da Classe Hospitalar no HCSA tem seu histórico de criação no ano 

de 2007, quando foi elaborado por três pessoas: uma psicóloga, uma pedagoga e a 

coordenadora do setor de Humanização. Em funcionamento há 13 anos, 

inicialmente a classe hospitalar contava com uma pedagoga que atendia 

pedagogicamente as crianças em seus leitos ou com atividades recreativas no 

espaço da brinquedoteca. O atendimento pedagógico era destinado às crianças de 

escolas municipais da capital Boa Vista-RR. 

O projeto da classe hospitalar, nesta instituição, surgiu a partir de estudos da 

política pública de Humanização e de uma proposta em realizar o atendimento 

pedagógico no HCSA pautado em três conceitos: Pedagogia Hospitalar, Classe 

Hospitalar e Recreação, atendendo ao Programa Nacional de Humanização da 

Assistência Hospitalar – PNHAH (BRASIL, 2001) que: 

 

[...] propõe um conjunto de ações integradas que visam mudar 
substancialmente o padrão de assistência ao usuário nos hospitais públicos 
do Brasil, melhorando a qualidade e a eficácia dos serviços hoje prestados 
por estas instituições (BRASIL, 2001, p.07). 

 

As imagens da classe hospitalar do Hospital da Criança Santo Antônio em 

Boa Vista, Roraima, nos oportunizam a entrada para o mundo visual do espaço 

pedagógico neste hospital, destinado à realização das atividades escolares. 

 



 48 

Figura 8 – Porta de entrada da Classe 

Hospitalar/HCSA 

 

Figura 9 – Parte interna da Classe 

Hospitalar/HCSA 

 

Fonte: Da autora (2019) 

 

A Figura 8 nos apresenta a porta fechada da entrada para a Classe 

Hospitalar, onde se vê um cartaz indicativo com o nome da Sala Pedagógica e um 

desenho de uma criança estudando e sendo medicada num hospital. 

Por outro lado, a Figura 9 nos mostra a parte interna da sala pedagógica, na 

qual é possível visualizar alguns mobiliários da sala: mesas, cadeiras, armários, 

quadro branco melamínico, cartaz com alfabeto, brinquedos, bebedouro e 

impressora. 

 

3.4 Participantes da pesquisa 

 

A pesquisa foi realizada com duas professoras que desenvolvem seu trabalho 

pedagógico no ambiente hospitalar do HCSA. Estas forneceram informações de seu 

campo e atuação profissional que são importantes para compreender suas ações e 

suas atividades neste ambiente.  

A participação de cada profissional estava condicionada à aceitação e 

autorização para a realização da pesquisa, por meio de assinatura do TCLE, que é 

um documento importante e obrigatório quando a pesquisa é realizada diretamente 

com pessoas. Através da resolução do Conselho Nacional de Saúde nº 466/12, o 



 49 

termo é o documento que garante ao sujeito da pesquisa a proteção e o respeito aos 

seus direitos. 

Um critério de inclusão da amostra para a entrevista constitui no tempo 

mínimo de dois anos de docência na Classe Hospitalar, o que foi atendido pelas 

entrevistadas, conforme mostra o quadro 2: 

 

Quadro 2 – Tempo de docência na Classe Hospitalar/ HCSA: 

Tempo de docência Quantidade de pedagogas Porcentagem  

2 a 4 anos 00 0% 

5 a 9 anos 01 50% 

10 ou mais 01 50% 

Total 02 100% 

Fonte: Da autora 

 

3.5 Experiência de trabalho 

 

Ressalto aqui que faço parte desta equipe de trabalho pedagógico, sendo que 

minha atuação no momento é como pesquisadora. Conforme minha experiência de 

trabalho há mais de dez anos no HCSA, destaco que alguns elementos básicos 

foram deixados de ser explorados no ato da entrevista, e assim não pode fazer parte 

do material da análise. Mas, acredito ser relevante para a compreensão do processo 

pedagógico hospitalar, logo aqui deixo registrados: 

 Tempo de permanência na internação para receber o atendimento 

pedagógico: de acordo com o projeto interno da Classe Hospitalar para a criança 

receber o atendimento pedagógico é necessário que ele permaneça internado pelo 

menos por três dias. Esse período serve para que possam ser feitos todos os 

trâmites com a escola de origem. Caso o período de internação seja inferior a três 

dias, a criança é atendida somente com atividades lúdicas, como passatempos, 

jogos, desenho e pintura. 

  Faixa etária para atendimento no HCSA: este hospital oferece atendimento 

de urgência e emergência com internações para pacientes com no mínimo 30 dias 

de vida e no máximo 12 anos e 11 meses e 29 dias, ou seja, 13 anos incompletos. 

No ambulatório são atendidos pacientes com até 16 anos incompletos, ou seja, 15 

anos e 11 meses e 29 dias. No caso, se precisarem de internação para possíveis 



 50 

procedimentos médicos, esses pacientes são encaminhados para o Hospital Coronel 

Mota ou ainda para o Hospital Geral de Roraima - HGR. As crianças com menos de 

30 dias são atendidas no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth em 

Boa Vista/RR - HMINSN. 

 É válido destacar que num caso de emergência ou urgência, num modelo de 

cuidado centrado na saúde da pessoa, independentemente da idade, o paciente que 

adentrar no hospital receberá atendimento médico. Neste caso, os médicos realizam 

os procedimentos necessários estabilizando o paciente e em seguida encaminham 

para o hospital adequado. Como exemplo desse tipo de atendimento, temos a 

realização de dois partos no HCSA: um parto, normal, realizado no ano de 2018 e 

outro cesáreo, em 2019. As gestantes chegaram sentindo fortes contrações e 

imediatamente foram atendidas pelas equipes médica de plantão no trauma (sala 

específica para situações de urgências). Nos dois casos, em seguida as mães com 

seus recém-nascidos foram transferidas ao HMINSN para acolhimento e 

atendimento adequado. As duas gestantes eram de origem venezuelanas residentes 

ao abrigo localizado próximo ao hospital o que justifica a pro