CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES 

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ADOÇÃO DAS NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE 

PELAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS DO VALE DO TAQUARI 

 

 

Edemar Silveira de Avila 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Lajeado, outubro de 2016



 

Edemar Silveira de Avila 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ADOÇÃO DAS NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE 

PELAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS DO VALE DO TAQUARI 

 

 

 

 

Monografia apresentada na disciplina de 
Estágio Supervisionado em Contabilidade, 
do Curso de Ciências Contábeis do 
Centro Universitário UNIVATES, como 
parte de exigência para obtenção do título 
de Bacharel em Ciências Contábeis. 
 

Orientador: Prof. Me. Adriano José de 

Azeredo 

 

 

 

 

 

 

Lajeado, outubro de 2016



 

AGRADECIMENTOS 

Primeiramente, gostaria de agradecer ao meu pai Edeal, que sempre me 

incentivou a buscar o conhecimento através dos estudos, e a minha mãe Neusa (in 

memorian), de onde quer que esteja, sei que está me guiando e iluminando. 

Aos meus irmãos, Nessana e Edenilson, por me apoiarem nas dificuldades e 

por estarem ao meu lado nos momentos de alegria.  

Um agradecimento especial a meu filho Caetano, pelo apoio e compressão, 

quando não pude estar com ele, sem dúvida a sua existência é o combustível para 

seguir em frente todos os dias. 

A minha namorada Kátia, por me instigar a estar sempre buscando novos 

desafios. 

Aos professores da UNIVATES que sempre estavam à disposição para nos 

transmitir os seus conhecimentos sem medir esforços, em especial ao professor 

Adriano José de Azeredo, pela paciência, confiança e dedicação ao longo dessa 

pesquisa. 

Da mesma forma, agradeço ao contador do escritório de contabilidade, por ter 

proporcionado as informações necessárias para a elaboração do presente trabalho. 

Por fim, a meus amigos e familiares que, de alguma forma, contribuíram para 

a conclusão desse trabalho. 



 

RESUMO 

O processo de convergência das Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS) 
para Pequenas e Médias Empresas (PMEs) foi regulamentado pela NBC TG 1000. 
Assim, essa monografia tem como objetivo identificar as organizações e seu porte 
segundo as normas de contabilidade, verificar e analisar o índice de adequação as 
normas IFRS e identificar os benefícios que as empresas possuem em adotar as 
normas, bem como os desafios encontrados. A metodologia deste estudo qualitativo 
e quantitativo procurou elucidar assuntos em relação ao tema e coletar os dados dos 
demonstrativos contábeis das empresas para análise. A população-alvo incluía as 
empresas que possuem escrituração contábil em escritórios de contabilidade. Foi 
aplicado um checklist adaptado do Conselho Regional de Contabilidade/RS nas 
demonstrações contábeis das 150 (cento e cinquenta) empresas pertencentes à 
carteira de clientes de um escritório de contabilidade localizado na cidade de 
Estrela/RS. Para confrontar os dados da verificação do checklist, foram selecionadas 
10 empresas para aplicação das entrevistas junto a seus gestores. A pesquisa 
revelou que as demonstrações contábeis das empresas não estão condizendo com 
os fatos que elas praticam. Foi constatado que 75% das respostas apresentaram 
divergência nos dados fornecidos pelas empresas ao escritório de contabilidade. 
Conclui-se que se as empresas não estão sendo transparentes quanto às 
informações necessárias para a elaboração das demonstrações contábeis, 
consequentemente o escritório de contabilidade não terá condições de fazê-lo de 
forma precisa. 
 
Palavra-chave: IFRS. PMEs. Benefícios.



 

LISTA DE ILUSTRAÇÕES 

LISTA DE FIGURAS 

Figura 1 – Adoção das IFRS pelo mundo ................................................................. 16 

Figura 2 – Adoção das IFRS PMEs pelo mundo ....................................................... 19 

Figura 3 – Tipos de informação e suas demonstrações financeiras .......................... 26 

Figura 4 – Mensuração do valor contábil .................................................................. 31 

Figura 5 – Processo de contabilização dos tributos sobre o lucro ............................. 33 

 

LISTA DE GRÁFICOS 

Gráfico 1 – Grau de divergência nas respostas ........................................................ 59 

 

LISTA DE QUADROS 

Quadro 1 – Checklist de fiscalização do CRCRS ...................................................... 35 

Quadro 2 – Verificação da Estrutura Conceitual Básica ............................................ 48 

Quadro 3 – Verificação do Balanço Patrimonial ........................................................ 48 

Quadro 4 – Verificação da Demonstração do Resultado do Exercício ...................... 50 

Quadro 5 – Verificação da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido...... 50 

Quadro 6 – Verificação da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido...... 51 

Quadro 7 – Verificação da Demonstração do Valor Adicionado................................ 51 

Quadro 8 – Verificação da Demonstração de Lucros ou Prejuízos 

Acumulados/Demonstração do Resultado Abrangente ............................................. 52 

Quadro 9 – Verificação das Notas Explicativas ......................................................... 53 

Quadro 10 – Perguntas e respostas dos gestores .................................................... 55 

Quadro 11 – Divergência nas respostas dos entrevistados ...................................... 59 



 

Quadro 12 – Problemas relevantes x Divergência do checklist................................. 60 

 

  



 

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 

ABRASCA – Associação Brasileira de Companhias abertas 

APIMEC NACIONAL – Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do 
Mercado de Capitais 
BCB – Banco Central do Brasil 
BOVESPA – Bolsa de Mercadorias Valores e Futuros 
CFC – Conselho Federal de Contabilidade 
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis 
CVM – Comissão de Valores Mobiliários 
DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa 
DRA – Demonstração do Resultado Abrangente 
DRE – Demonstração do Resultado do Exercício 
DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido 
DLPA – Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados 
FSF – Financial Stability Forum 
FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras 
FMI – Fundo Monetário Internacional 
IASB – International Accounting Standards Board 
IASC – Accounting Standars Committee 
IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil 
IFRS – International Financial Reporting Standards 
IFRS for SME - International Financial Reporting Standards for Small and Medium 
Sized Entities 
IOSCO – Organização Internacional das Comissões de Valores Mobiliários 
ITG – Interpretação Técnica Geral 
MPE – Microempresas e Empresas de Pequeno Porte 
NBC – Normas Brasileiras de Contabilidade 
NBC TG – Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica Geral 
PIB – Produto Interno Bruto 
PMEs – Pequenas e Médias Empresas 
SEBRAE – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas 
SUSEP – Sociedades reguladas pela Superintendência de Seguros Privado



 

SUMÁRIO 

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10 

1.1 Tema ................................................................................................................... 11 

1.1.1 Delimitação do tema....................................................................................... 11 

1.2 Problema da pesquisa ...................................................................................... 12 

1.3 Objetivos ............................................................................................................ 12 

1.3.1 Objetivo geral ................................................................................................. 12 

1.3.2 Objetivos específicos ..................................................................................... 12 

1.4 Justificativa ........................................................................................................ 12 

 

2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 15 

2.1 Harmonização aos padrões internacionais de Contabilidade ....................... 15 

2.1.1 Adoção das normas internacionais de Contabilidade pelas Pequenas e 
Médias Empresas .................................................................................................... 18 

2.1.2 NBC TG 1000 – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas........... 20 

2.1.2.1 Conceito ....................................................................................................... 20 

2.1.2.2 Objetivo ........................................................................................................ 21 

2.1.2.3 Características qualitativas ........................................................................ 21 

2.1.2.4 Regime de competência ............................................................................. 22 

2.1.2.5 Continuidade ............................................................................................... 22 

2.1.2.6 Elementos das demonstrações contábeis ................................................ 23 

2.1.2.6.1 Elementos patrimoniais ........................................................................... 23 

2.1.2.6.2 Elementos de resultados ......................................................................... 24 

2.1.2.7 Mensuração ................................................................................................. 25 

2.1.2.8 Apresentação das demonstrações financeiras ........................................ 26 

2.1.2.9 Instrumentos financeiros básicos ............................................................. 28 

2.1.2.10 Estoques .................................................................................................... 29 

2.1.2.11 Ativo imobilizado ....................................................................................... 30 



 

2.1.2.12 Redução ao valor recuperável de ativos (impairment) .......................... 31 

2.1.2.13 Custos de empréstimos ............................................................................ 32 

2.1.2.14 Tributos sobre o lucro .............................................................................. 32 

2.1.2.15 Notas Explicativas ..................................................................................... 34 

2.1.2.16 Adoção inicial ............................................................................................ 35 

2.1.3 ITG 1000 – Modelo Contábil para Microempresa e Empresa de Pequeno 
Porte ......................................................................................................................... 37 

 

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................... 39 

3.1 Tipos de pesquisa ............................................................................................. 39 

3.1.1 Caracterização quanto ao modo de abordagem do problema ................... 40 

3.1.2 Caracterização quanto ao procedimento técnico ........................................ 40 

3.1.3 Caracterização quanto ao objetivo ............................................................... 41 

3.2 População e a amostra da pesquisa ................................................................ 42 

3.3 Coleta de dados ................................................................................................. 42 

3.4 Tratamento e análise dos dados coletados .................................................... 43 

3.5 Limitações do método ...................................................................................... 44 

 

4 CARACTERIZAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES ....................................................... 45 

 

5 RESULTADOS ....................................................................................................... 47 

5.1 Verificação do checklist .................................................................................... 47 

5.1.1 Estrutura conceitual básica ........................................................................... 47 

5.1.2 Balanço patrimonial ....................................................................................... 48 

5.1.3 Demonstração do resultado do exercício (DRE) ......................................... 49 

5.1.4 Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL) ..................... 50 

5.1.5 Demonstração do fluxo de caixa (DFC) ........................................................ 51 

5.1.6 Demonstração do valor adicionado (DVA) ................................................... 51 

5.1.7 Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados/demonstração do 
resultado abrangente (DLPA/DRA) ........................................................................ 52 

5.1.8 Notas Explicativas .......................................................................................... 52 

5.2 Análise das entrevistas..................................................................................... 55 

5.2.1 Resposta dos gestores .................................................................................. 55 

5.3 Contraponto entre o checklist e as entrevistas .............................................. 60 

 

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 62 

 

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 64 



 

APÊNDICES ............................................................................................................. 69 

APÊNDICE A – Checklist de verificação da escrituração contábil ..................... 69 

APÊNDICE B – Entrevista padronizada com os gestores das empresas ........... 72 

 



10 
 

1 INTRODUÇÃO 

No Brasil, o panorama da econômica tende a influenciar a estabilidade dos 

negócios, principalmente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (MPE). 

Essas empresas foram adquirindo, ao longo dos anos, um papel econômico muito 

importante no desenvolvimento do nosso país. É de extrema relevância o 

desempenho apresentado por elas, pois alcançam ampla representatividade na 

produção de bens e serviços, bem como, na geração de emprego e renda. 

De acordo com pesquisa desenvolvida pelo Serviço de Apoio às Micro e 

Pequenas Empresas (SEBRAE) em 2011, as MPE respondem por pouco mais de 

99% do número total de empresas formalmente constituídas no Brasil. Elas também 

respondem por 52% dos empregos com carteira assinada no Brasil e ainda pela 

geração de 27% do Produto Interno Bruto (PIB) (SEBRAE, 2014). 

Diante da relevância das MPE para a economia brasileira, teve início o 

processo de adoção das International Financial Reporting Standards (IFRS). As 

demonstrações financeiras preparadas de acordo com as IFRS têm como objetivo: 

revelar de forma transparente informações em relação à posição financeira, o 

desempenho e os fluxos de caixa das empresas. Essas demonstrações são 

destinadas a usuários externos, sendo esses proprietários que não estão envolvidos 

na administração do negócio, credores existentes e potenciais e agências de 

avaliação de crédito. (GIROTTO, 2010). 

Nesse contexto, visando a harmonização aos padrões internacionais de 

contabilidade, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) criou o Comitê de 



11 
 
Pronunciamentos Contábeis (CPC) através da Resolução CFC n° 1.055/2005. 

Posteriormente foi publicada a Resolução CFC nº 1.255/2009, aprovando a NBC TG 

1000 – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas (PMEs). No ano de 2011, 

foi publicada a Resolução CFC nº 1.330/2011, aprovando a ITG 2.000 – Escrituração 

Contábil, que estabelece critérios e procedimentos a serem adotados pelas 

entidades, para a escrituração contábil de seus fatos patrimoniais. Já em 2012, foi 

publicada a Resolução CFC nº 1.418/2012, que aprovou a ITG 1000 – Modelo 

Contábil para Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, e estabelece critérios e 

procedimentos simplificados a serem observados pelas entidades que optarem pela 

adoção desta Interpretação. 

Iudícibus et al. (2010) menciona que todas as empresas estão obrigadas a 

adotar as normas contábeis emitidas pelo International Accounting Standards Board 

(IASB) e replicadas pelo CPC, inclusive as MPE e, sem dúvida, essa vai ser a maior 

revolução contábil do século no Brasil. 

Segundo o professor Ariovaldo dos Santos, todos os profissionais da área 

contábil tiveram que reaprender o que é a Contabilidade e para que ela serve, pois 

esse é o principal compromisso do profissional contábil (SANTOS, 2010). 

1.1 Tema 

O tema consiste na adoção das Normas Internacionais de Contabilidade por 

Pequenas e Médias Empresas. 

1.1.1 Delimitação do tema 

O alvo de estudo desse trabalho foram 150 (cento e cinquenta) empresas 

pertencentes à carteira de clientes de um escritório de contabilidade localizado na 

cidade de Estrela/RS. 

As empresas estudadas estão situadas nos municípios de Estrela e Lajeado, 

e as informações se referem ao exercício de 2015. A legislação pesquisada será a 

vigente até 31 de dezembro de 2015. 



12 
 
1.2 Problema da pesquisa 

Quais os benefícios que as empresas terão em adotar as Normas 

Internacionais de Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas? 

1.3 Objetivos 

Os objetivos são divididos em geral e específicos. 

1.3.1 Objetivo geral 

Identificar os principais benefícios que as empresas possuem em adotar as 

Normas Internacionais de Contabilidade. 

1.3.2 Objetivos específicos 

Os objetivos específicos compreendem: 

• Identificar as organizações e seu porte segundo as normas de 

contabilidade; 

• Verificar e analisar o índice de adequação às normas IFRS; 

• Identificar os benefícios que as empresas possuem em adotar as 

normas, bem como os desafios encontrados. 

1.4 Justificativa 

Conforme dados de 2015 da Receita Federal fornecidos ao SEBRAE, 

tomando como base os municípios de Estrela e Lajeado, das 9.947 empresas 

existentes, 97,91% delas são MPE. Isso representa um número aproximado de 

9.739 Microempresas e Pequenas Empresas, dos segmentos de indústria, comércio, 

serviços e agropecuária (SEBRAE/RS, 2016, texto digital). 

Conforme Silva (2015), a contabilidade para Pequenas e Médias Empresas 



13 
 
atualmente vem beneficiar 98% das empresas brasileiras, assim melhorando 

competividade, eficácia de gestão e redução de gastos no médio e no longo prazo. 

De acordo com levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, 

Atuariais e Financeiras (FIPECAFI), 85% dessas empresas não possuem balanço 

organizado e, como já sabemos, uma contabilidade mal gerenciada traz muitos 

prejuízos. 

De acordo com Miranda et al. (2007), a maioria das PMEs entrega sua 

contabilidade aos escritórios de serviços contábeis, tendo em vista principalmente o 

alto custo de manter uma estrutura de contabilidade própria - o que é determinante 

para a demanda por este serviço - além da complexidade da Legislação Societária, 

Fiscal, Tributária e Trabalhista. 

Apesar da obrigatoriedade pelo CFC desde 2010, a adoção das normas 

contábeis IFRS pelas PMEs caminha a passos lentos no Brasil. A norma estabelece 

que essas empresas devem apresentar as demonstrações financeiras de acordo 

com os padrões internacionais até janeiro de 2013. Contudo, a maioria das 

companhias ainda não se adequou. Por ser um órgão regulador sem poder de 

fiscalização junto às empresas, o CFC não pode multar as companhias que não se 

adequarem às novas normas. Eventuais punições podem atingir apenas os 

contadores, quando for comprovada má fé ou desrespeito às normas do IFRS 

(MEIRELLES, 2014, texto digital). 

Nesse contexto, esse trabalho tende a ser relevante para o Centro 

Universitário Univates, pois a instituição estará proporcionando a identificação das 

lacunas de conhecimento que existem nos profissionais de Contabilidade que atuam 

nas empresas de serviços contábeis, e consequentemente traz o que de mais atual 

está sendo abordado pelas instituições de ensino superior do Brasil. 

Já para as empresas, a adoção das IFRS permite que elas tenham a 

Contabilidade como uma ferramenta para a tomada de decisão, maior credibilidade 

no mercado em razão da transparência das informações e demonstrações 

financeiras mais acessíveis para os investidores. 

Acreditando se tratar de um assunto razoavelmente novo para as PMEs do 

Vale do Taquari, este estudo foi de grande relevância para mim como acadêmico, 



14 
 
pois o tema abordado aponta um interesse oportuno na aplicabilidade do assunto 

em um ambiente profissional, já que a demanda por profissionais com conhecimento 

nesta área tende a ser muito valorizada. 



15 
 

2 REFERENCIAL TEÓRICO 

Este capítulo tem como objetivo apresentar o conceito de alguns autores em 

relação à harmonização aos padrões internacionais de Contabilidade para pequenas 

e médias empresas, bem como o conceito das Normas Brasileiras de Contabilidade 

(NBC) emitidas pelo CFC, que tratam do tema em questão. 

2.1 Harmonização aos padrões internacionais de Contabilidade 

Nyama apud Alves (2011, p. 20) menciona que a definição de harmonização 

contábil é um “processo que busca preservar as particularidades inerentes a cada 

país, mas que permite reconciliar os sistemas contábeis com outros países de modo 

a melhorar a troca de informações a serem interpretadas e compreendidas”. 

Em relação a esse processo de harmonização, Ernest & Young e Fipecafi 

(2010) relatam que, em 2001, a Comissão Europeia decidiu adotar as Normas 

Internacionais de Contabilidade (IAS), que até então eram emitidas pelo 

Internacional Accounting Standars Committee (IASC). Consequentemente houve a 

reestruturação do IASC e a criação do Internacional Accounting Standars Board 

(IASB). A partir disso, o IASB ficou responsável em emitir e revisar as normas 

internacionais de Contabilidade, denominadas de IFRS, e por elaborar um conjunto 

único de normas contábeis de qualidade, com a finalidade de exigir informações 

transparentes nas demonstrações financeiras. 

Para Mourad e Paraskevopoulos (2010), a apresentação das demonstrações 

financeiras em consonância com o IFRS é mundialmente conhecida como boa 



16 
 

prática de governança corporativa, sendo comprovado por meio da referência do 

Fórum de Estabilidade Financeira (Financial Stability Forum – FSF), G20, Fundo 

Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial e Organização Internacional das 

Comissões de Valores Mobiliários (IOSCO). 

A Figura a seguir demonstra a comparação entre os países que adotaram as 

IFRS e os que ainda não adotaram. 

Figura 1 – Adoção das IFRS pelo mundo 

 
Fonte: Iasplus (2015). 

Nesse contexto de harmonização aos padrões contábeis mundiais, no Brasil, 

segundo Ernest & Young e Fipecafi (2010), depois de sete anos de tramitação na 

Câmara de Deputados, foi aprovado o Projeto de Lei º 3.741 e transformado na Lei 

nº 11.638, posteriormente sancionada pela Presidência da República em 28 de 

dezembro de 2007. Essas mudanças trouxeram modificações na Lei das 

Sociedades por Ações, Lei nº 6.404/1976, modernizando e eliminando as barreias 

regulatórias que existiam e alinhando as normas e práticas contábeis brasileiras às 

internacionais. 

No período entre a tramitação do projeto de Lei e sua aprovação, foi criado 

em 7 de outubro de 2005 o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), pela 



17 
 

Resolução CFC n° 1.055/2005. O CPC contou com a iniciativa e apoio das seguintes 

entidades: Associação Brasileira de Companhias Abertas (ABRASCA), Associação 

dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais (APIMEC 

NACIONAL), Bolsa de Mercadorias Valores e Futuros (BOVESPA), Fundação 

Instituto de pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI, conveniada à 

FEA/USP) e Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON) (CPC, 

2015). 

O CPC tem como objetivo:  

O estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre 
procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa 
natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora 
brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de 
produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade 
Brasileira aos padrões internacionais (CPC, 2005). 

Conforme Iudícibus et al. (2010), o CPC produziu, entre 2008 e 2009, várias 

novas normas de contabilidade, aprovadas por órgãos reguladores como a 

Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o CFC, fazendo assim a convergência 

completa às IFRS. Essas normas atingem não somente as sociedades anônimas e 

algumas limitadas, mas todas as entidades que visam lucro, inclusive as pequenas e 

médias empresas, que por sua vez receber um pronunciamento técnico específico. 

Assim, não sobram empresas que não estão obrigadas a apresentar as Normas de 

Contabilidade emitidas pelo IASB e no Brasil replicadas pelo CPC. 

Em relação a vantagens e desvantagens na adoção da IFRS, Mourad e 

Paraskevopoulos (2010) citam como pontos positivos: maior transparência para os 

investidores; consistência e modernidade para empresas que adotam o IFRS; 

facilidade de captar crédito no mercado. Por outro lado, mencionam como pontos 

negativos: aumento com alguns custos na divulgação das demonstrações contábeis; 

demanda maior de tempo para se adequar às novas rotinas. 

Já Almeida et al. (2014) mencionam que pode ser destacado como principais 

benefício: permitir maior precisão na análise da situação econômica e do 

desempenho das empresas ; elevar os níveis de qualidade e transparência das 

demonstrações contábeis, principalmente em decorrências das exigências de 

maiores detalhes nas notas explicativas; maior eficiência no processo de tomada de 



18 
 

decisões quanto a investimentos. Por outro lado o autor afirma que havia um 

paradigma do profissional contábil e da administração das entidades, pois a 

elaboração das demonstrações contábeis no Brasil tinha forte influencia da 

legislação fiscal. 

2.1.1 Adoção das normas internacionais de Contabilidade pelas Pequenas e 

Médias Empresas 

O IASB verificou que o processo de convergência estava muito voltado para 

as grandes companhias, então deu início a um projeto para desenvolver padrões 

contábeis adequados para pequenas e médias empresas. Após diversas reuniões 

desse grupo de trabalho, audiências públicas que contaram com o apoio e a 

participação de diversas entidades da classe contábil, em julho de 2009 foi publicado 

pelo IASB as IFRS for SME - International Financial Reporting Standards for Small 

and MediumSized Entities (IASB, 2009, texto digital). 

Para Almeida et al. (2014), as economias dos países são fortemente 

sustentadas pelas pequenas e médias empresas, por isso o IASB elaborou uma 

norma para as PMEs. A finalidade da norma é que essas empresas tenham um 

melhor padrão contábil, fazendo com que seus proprietários e usuários tomem 

melhores decisões com fundamento na qualidade das demonstrações financeiras. 

Segundo Iudícibus et al. (2010), o IASB emitiu, em 2009, o documento para 

ser aplicado à pequena e média empresa, denominado de IFRS for SME, tornando o 

conteúdo mais acessível e simplificado, e resumindo a praticamente 10% o volume 

total de páginas se comparado ao conjunto completo de normas internacionais, 

chamado de Full IFRS. 

No Brasil, a convergência das IFRS para PMEs ocorreu em 2009 por meio do 

Pronunciamento Técnico PME – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas, 

aprovado pelo CPC, equivalente a IFRS for SMEs emitida no mesmo ano pelo IASB. 

Posteriormente, o pronunciamento foi regulamentado pelo CFC para aplicação dos 

profissionais de Contabilidade por meio da Resolução CFC nº 1.255/2009, 

aprovando assim a NBC TG 1000 – Contabilidade para Pequenas e Médias 

Empresas (NBC TG 1000, 2009). 



19 
 

De acordo com a fundação IFRS, em janeiro de 2011, 73 países adotaram ou 

tem planos de adotar a IFRS para PMEs, tais como Argentina, Chile, Peru, 

Venezuela, África do Sul, Hong Kong, Turquia, Suíça, Reino Unido, Irlanda, 

Dinamarca, Estados Unidos, Canadá, entre outros (DELOITTE TOUCHE 

TOHMATSU, 2014). 

Nessa linha, o Brasil já permite a aplicação das IFRS para tais empresas 

conforme Figura 2, e vem se destacando na contabilidade aplicada às PMEs. 

 Figura 2 – Adoção das IFRS PMEs pelo mundo 

 
Fonte: PricewaterhouseCoppers (2010). 

Segundo Almeida et al. (2014), depois da adoção da NBC TG 1000, alguns 

profissionais da Contabilidade que prestam serviços a micro e pequenas empresas, 

se mobilizaram exigindo que o CFC simplificasse os procedimentos contábeis para 

essas empresas. Através de um processo de construção coletiva com a participação 

de mais de uma dezena de entidades de vários setores da economia brasileira, sob 

a coordenação de um grupo de trabalho constituído pelo CFC, foi emitida a 

Resolução CFC nº 1.255/2009, aprovando assim a ITG 1000 – Modelo Contábil para 

Microempresas e Empresa de Pequeno Porte. A ITG não é uma norma contábil, 

porém o efeito prático é o mesmo de uma NBC TG. 

Em relação às Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC), essas devem 

seguir os mesmos padrões de elaboração e estilo utilizados nas normas 

internacionais, e compreendem as Normas propriamente ditas, as Interpretações 



20 
 

Técnicas e os Comunicados Técnicos. Elas estão classificadas em Profissionais e 

Técnicas. Em relação às Normas Técnicas, elas podem ser Geral, assim 

denominada NBC TG, que são as Normas Brasileiras de Contabilidade 

convergentes com as normas internacionais emitidas pelo IASB e as Normas 

Brasileiras de Contabilidade editadas por necessidades locais, sem equivalentes 

internacionais (Resolução do CFC n° 1.328/2011). 

2.1.2 NBC TG 1000 – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas 

A Resolução CFC nº 1.255/2009 aprovou a NBC TG 1000 – Contabilidade 

para Pequenas e Médias Empresas, começando a vigorar nos exercícios iniciados a 

partir de 1º de janeiro de 2010, para aplicação às demonstrações contábeis para fins 

gerais de empresas de pequeno e médio porte. As Demonstrações Contábeis para 

fins gerais são dirigidas às necessidades de usuários externos, podendo ser sócios, 

acionistas, credores, empregados e o público em geral. O objetivo é oferecer 

informação sobre a posição financeira (balanço patrimonial), o desempenho 

(demonstração do resultado) e fluxos de caixa da entidade, que seja útil aos 

usuários para a tomada de decisões econômicas (NBC TG 1000, 2009). 

2.1.2.1 Conceito 

O conceito de PMEs adotado tanto pelo IASB quando pelo CPC e CFC para 

fins de relatórios e demonstrações contábeis é: 

Empresas que não têm obrigação pública de prestação de contas e 
elaboram demonstrações contábeis, além de para fins internos de gestão, 
para usuários externos, mas para finalidades gerais, como é o caso de 
sócios que não estão envolvidos na administração do negócio, credores 
existentes e potenciais, e agências de avaliação de crédito (IUDÍCIBUS et 
al.,2010, p. 25). 

 

Com base no exposto, não estão incluídas neste conjunto: as sociedades de 

grande porte, definidas pela Lei nº 11.638/07 como a sociedade ou o conjunto de 

sociedades sob controle comum que tiver, no exercício social anterior, ativo total 

superior a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) ou receita 

bruta anual superior a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais); as 



21 
 

companhias abertas reguladas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM); as 

sociedades autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil (BCB); Sociedades 

Reguladas pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) e outras 

sociedades cuja prática contábil é ditada pelo correspondente órgão regulador com o 

devido poder legal (NBC TG 1000, 2009). 

2.1.2.2 Objetivo 

As demonstrações contábeis das PMEs têm o objetivo de proporcionar 

informações sobre a posição financeira através do balanço patrimonial, do 

desempenho por meio do resultado e do resultado abrangente e pelo fluxo de caixa, 

que é utilizado para a tomada de decisão por vários usuários que não têm condições 

de exigir relatórios específicos para suas utilidades (SILVA, 2015). 

De modo geral, a entidade deve fornecer informações sobre: as 

características das demonstrações; a posição financeira, patrimonial e o 

desempenho da entidade; os elementos básicos das demonstrações financeiras, 

sendo esses ativos, passivos, receitas e despesas; e os conceitos para 

reconhecimento e mensuração, nesse caso o custo histórico e valor justo; as 

situações em que ativos, passivos, receitas e despesas podem ser compensados; e 

os princípios que uma empresa tem que levar em conta ao escolher sua política 

contábil, na ausência de orientações no IFRS para PMEs (DELOITTE TOUCHE 

TOHMATSU, 2014). 

2.1.2.3 Características qualitativas 

Em relação às características qualitativas, Almeida et al. (2014) mencionam 

que a qualidade da informação contábil está relacionada do mesmo modo que 

avaliamos a qualidade de determinado produto, e que o produto da contabilidade é a 

informação. Almeida et al. (2014, p. 28) também ressaltam que “o CPC PME não 

hierarquiza as características qualitativas, principalmente porque seu objetivo final é 

prestar informações úteis aos usuários das demonstrações contábeis e evitar o 

vieses”. 



22 
 

Para Iudícibus et al. (2010, p. 37), “as características qualitativas são os 

atributos que tornam as demonstrações financeiras úteis para os usuários”. Iudícibus 

et al. (2010) mencionam que as quatro principais caraterísticas são 

compreensibilidade, relevância, confiabilidade e comparabilidade. 

O objetivo do trabalho não foi aprofundar o conceito das características 

qualitativas, assim elas serão apenas citadas. Conforme a NBC TG 1000 (2009), as 

caraterísticas qualitativas são divididas em: compreensibilidade; relevância; 

materialidade; confiabilidade; primazia da essência sobre a forma; prudência; 

integralidade; comparabilidade; tempestividade; equilíbrio entre custo e benefício. 

2.1.2.4 Regime de competência 

Conforme NBC TG 1000 (2009), a entidade deve elaborar suas 

demonstrações contábeis usando o regime de competência, salvo para informações 

de fluxo de caixa. No regime de competência, os itens são reconhecidos como 

ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas ou despesas quando satisfazem as 

definições e critérios de reconhecimento de cada um desses itens. 

Almeida et al. (2014, p. 32) comentam que o regime de competência é “o 

mecanismo contábil usado para possibilitar a compreensão dos valores contábeis 

reconhecidos nas demonstrações contábeis, de modo a se obterem informações 

sobre o passado, o presente e os futuros direitos e obrigações de uma entidade.” 

Para Iudícibus et al. (2010), regime de competência é quando as operações 

são reconhecidas no momento em que ocorrem e não pelo recebimento ou 

pagamento dos recursos financeiros. Assim, os registros contábeis são 

reconhecidos nas demonstrações contábeis em relação aos períodos que se 

referem. As demonstrações contábeis terão seus objetivos atingidos quando 

elaboradas pelo regime de competência. 

2.1.2.5 Continuidade 

A entidade deve elaborar suas demonstrações contábeis partindo do princípio 

de que ela está em operação do seu curso normal de negócios e continuará em 



23 
 

funcionamento no futuro previsível. Dessa maneira, a entidade demonstra que não 

tem a intenção nem a necessidade de liquidar ou reduzir significativamente o 

potencial de suas operações (MOURAD e PARASKEVOPOULOS, 2010). 

Deloitte Touche Tohmatsu (2015, p. 82) afirma que não são preparadas 

demonstrações financeiras “com base no pressuposto de continuidade operacional 

se os eventos subsequentes ao período contábil a que se referem às demonstrações 

indicarem que o pressuposto de continuidade operacional não é apropriado. ” 

2.1.2.6 Elementos das demonstrações contábeis 

Os ativos, os passivos e o patrimônio líquido são os elementos que se 

relacionam diretamente com a mensuração da posição financeira na demonstração 

financeira. Já as receitas e despesas são os elementos que estão diretamente 

relacionados com a mensuração do desempenho na demonstração do resultado. A 

demonstração das mutações na posição financeira frequentemente reflete os 

elementos da demonstração do resultado e as mutações nos elementos do balanço 

patrimonial (ERNEST & YOUNG; FIPECAFI, 2010). 

2.1.2.6.1 Elementos patrimoniais 

O balanço patrimonial faz parte do conjunto das demonstrações financeiras e 

representa a posição patrimonial de uma entidade. Ele é composto por ativos, 

passivos e o patrimônio líquido, e serão conceituados a seguir.  

Segundo Almeida et al. (2014), um ativo é reconhecido quando for um recurso 

controlado pela entidade e que resulte de uma transação ou de outros eventos 

passados, do qual se espera futuros benefícios econômicos para a entidade. É 

importante frisar que um item será reconhecido como ativo quando a entidade tiver o 

controle do bem, independente de ter a propriedade dele.  

Por outro lado, o passivo está relacionado com a existência de uma 

obrigação, que por sua vez pode ser um dever que a entidade tenha que cumprir. 

Conforme Iudícibus et al. (2010, p. 42), “as obrigações podem ser legalmente 

exigíveis em consequência de um contrato ou de requisitos estatutários. Esse é 



24 
 

normalmente o caso, por exemplo, das contas a pagar por mercadorias e serviços 

recebidos”. 

Já o patrimônio líquido é a diferença entre o ativo e o passivo de uma 

entidade. Se o resultado for positivo, os ativos serão suficientes para liquidar os 

passivos e ainda haverá recursos disponíveis para os proprietários. Do contrário, os 

passivos exigirão maior volume de caixa do que os ativos conseguem disponibilizar 

(ALMEIDA et al., 2014). 

2.1.2.6.2 Elementos de resultados 

A demonstração do resultado do exercício (DRE) é a demonstração financeira 

que apresenta o desempenho da entidade, sendo que os elementos utilizados para 

gerar o resultado são as receitas e as despesas. Segundo Mourad e 

Paraskevopoulos (2010), as receitas e as despesas serão mensuradas pelo conceito 

de capital e de manutenção da utilização do capital. 

A NBC TG 1000 (2009) seção 2, item 2.25, p.11, define receitas como “[...] 

aumentos de benefícios econômicos durante o período contábil, sob a forma de 

entradas ou aumentos de ativos ou diminuições de passivos, que resultam em 

aumento do patrimônio líquido”. Também conforme a NBC TG 1000 (2009), as 

receitas não podem ser oriundas de subsídios dos proprietários da entidade. 

Ainda em relação às receitas, Iudícibus et al. (2010) definem que elas podem 

ser conhecidas como receitas das atividades como também por ganhos. As receitas 

são oriundas das atividades normais da entidade, enquanto que os ganhos são itens 

que podem ou não surgirem das atividades ordinárias da entidade. 

Já as despesas também podem ser definidas como perdas, assim como as 

próprias despesas, que se originam no curso das atividades normais da entidade. A 

despesa é uma diminuição do patrimônio líquido que surge no curso das atividades 

normais da entidade e geralmente toma a forma de redução de ativos. Por outro 

lado, a perda também se enquadra como redução do patrimônio líquido e pode se 

originar no curso das atividades ordinárias da entidade. As perdas são geralmente 

demonstradas separadamente na demonstração do resultado ou do resultado 



25 
 

abrangente, pois essa informação é útil para a tomada de decisões. (SILVA, 2015) 

Para Almeida et al. (2014), as despesas são definidas como redução de 

benefícios econômicos durante o período contábil na forma de saídas ou diminuição 

de ativos ou inclusão de passivos que resultam em reduções no patrimônio líquido. 

Não se enquadram nesse conceito as distribuições de capital ou lucros a 

proprietários. 

2.1.2.7 Mensuração 

Conforme NBC TG 1000 (2009), seção 2, item 2.33, p. 12, mensuração pode 

ser definida como: 

[...] processo de determinar as quantias monetárias pelas quais a entidade 
mensura ativos, passivos, receitas e despesas em suas demonstrações 
contábeis. Mensuração envolve a seleção de uma base de avaliação. Esta 
Norma especifica quais bases de avaliação a entidade deve usar para 
muitos tipos de ativos, passivos, receitas e despesas. 

Para Iudícibus et al. (2010), a mensuração consiste em determinar as 

quantias monetárias pelos quais os itens das demonstrações contábeis serão 

reconhecidos e apresentados no balanço patrimonial e na demonstração do 

resultado, sendo que esse processo envolve a seleção de uma base específica de 

avaliação. 

Segundo Almeida et al. (2014), as duas bases a serem utilizadas para 

mensuração são: custo histórico e valor justo. O custo histórico dos ativos é 

registrado pelos valores pagos ou a serem pagos por caixa ou equivalentes, ou pelo 

valor justo dos recursos que são entregues para adquirir o ativo na data de 

aquisição. Para os passivos, o custo histórico representa a quantidade de recursos 

recebidos em caixa ou equivalentes, ou o valor justo dos ativos recebidos em troca 

da obrigação ou em algumas situações pela quantidade de caixa ou equivalentes 

que se espera liquidar um passivo no curso normal dos negócios. Por sua vez, o 

valor justo é o montante pelo qual um ativo poderia ser trocado ou um passivo 

liquidado em uma transação em que não existam favorecidos. 

 



26 
 

2.1.2.8 Apresentação das demonstrações financeiras 

As demonstrações financeiras são a representação estruturada da situação 

financeira e do desemprenho financeiro de uma entidade. A finalidade das 

demonstrações é produzir dados sobre a posição financeira, o desempenho 

financeiro e o fluxo de caixa de uma entidade, sendo proveitoso para a tomada de 

decisões dos usuários (ERNEST & YOUNG; FIPECAFI, 2010). 

Para Almeida et al. (2014), o conjunto completo das demonstrações contábeis 

preenche todas as formas de representação econômica de uma entidade, e cada 

uma tem a sua finalidade, conforme Figura 3. 

Figura 3 – Tipos de informação e suas demonstrações financeiras 

 
Fonte: Adaptado de Almeida et al. (2014, p. 45). 

Almeida et al. (2014) também mencionam que, além de elaborar as 

demonstrações contábeis de acordo com a NBT TG 1000, também é preciso deixar 

expresso nas notas explicativas que todas elas estão em conformidade com a 

norma. Em circunstâncias extremamente raras, a entidade poderá apresentar as 

demonstrações financeiras em desacordo com a sua realidade econômica. Quando 

Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)

Desempenho

Tipo de 
informação 
divulgada

Demonstrações 
financeiras

Detalhamentos Notas Explicativas

Demonstração das Mutações do 
Patrimônio Líquido (DMPL)

Balanço Patrimonial

Demonstração do Resultado do Exercício 
(DRE)

Demonstração do Resultado Abrangente 
(DRA)

Posição financeira e 
patrimonial



27 
 

isso acontecer, a entidade deve divulgar que cumpriu a norma, exceto nesse caso 

específico, por conflitar com o objetivo das demonstrações contábeis. 

Conforme NBC TG 1000 (2009), a entidade deve apresentar ao final de cada 

período as seguintes demonstrações contábeis: balanço patrimonial; demonstração 

do resultado; demonstração do resultado abrangente; demonstração das mutações 

do patrimônio líquido; demonstração dos fluxos de caixa; notas explicativas, 

compreendendo o resumo das principais políticas contábeis e outras informações 

detalhadas. A entidade pode substituir a demonstração das mutações do patrimônio 

líquido e do resultado abrangente pela demonstração dos lucros e prejuízos 

acumulados, se as alterações do patrimônio líquido forem oriundas do resultado, da 

distribuição de lucro, da correção de erros de períodos anteriores e de mudanças de 

políticas contábeis. 

As demonstrações financeiras são apresentadas no mínimo anualmente e 

será necessária uma justificativa expressa sempre que a entidade diminuir ou 

aumentar a periodicidade da divulgação. Na divulgação das demonstrações 

financeiras, deverá ser levando em consideração os seguintes princípios: que a 

entidade continuará em operação em futuro previsível; consistência da 

apresentação; comparabilidade; materialidade. (DELOITTE TOUCHE TOHMATSU, 

2014). 

A forma de apresentação das demonstrações contábeis passou por 

importantes alterações por meio do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED). 

O Decreto nº 6.022 (2007), art. 2º, menciona que o SPED unifica as atividades de 

recepção, validação, armazenamento e autenticação de livros e documentos que 

integram a escrituração comercial e fiscal das empresas, mediante fluxo único 

computadorizado de informações. Já a Instrução Normativa RFB nº 1.420 (2013), 

instituiu a Escrituração Contábil Digital (ECD), que por sua vez é parte integrante do 

projeto SPED e tem por objetivo a substituição da escrituração em papel pela 

escrituração transmitida via arquivo, ou seja, corresponde à obrigação de transmitir, 

em versão digital, os seguintes livros: I - Livro Diário e seus auxiliares; II - Livro 

Razão e seus auxiliares; III - Livro Balancetes Diários, Balanços e fichas de 

lançamento comprobatórias dos assentamentos neles transcritos. 



28 
 

O CFC legitimou essas alterações através do Comunicado Técnico CTG 2001 

(R2) que definiu as formalidades da escrituração contábil em forma digital para fins 

de atendimento ao Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) e da 

Interpretação Técnica do CFC – ITG 2000 (R1) que trata da Escrituração Contábil. 

2.1.2.9 Instrumentos financeiros básicos 

Ernest & Young e Fipecafi (2010) descrevem que um instrumento financeiro 

pode ser definido como um contrato que gera um ativo financeiro para uma entidade 

e um passivo financeiro ou instrumento de patrimônio para outra entidade. Um ativo 

financeiro pode ser definido como caixa, instrumento patrimonial, direito contratual 

para recebimento de caixa ou outro ativo financeiro, ou ainda direito contratual para 

trocar instrumentos financeiros com outra entidade em condições favoráveis. Já um 

passivo financeiro pode ser classificado como qualquer obrigação contratual para 

entregar caixa ou outro ativo financeiro, ou trocar instrumentos financeiros com outra 

entidade em condições desfavoráveis. Por sua vez, um instrumento de patrimônio 

pode ser considerado qualquer contrato que demonstre participação residual nos 

ativos de uma entidade após a dedução de todos os seus passivos. 

De acordo com Almeida et al. (2014), para um ativo ou um passivo ser 

enquadrado como instrumento financeiro, deve ser oriundo de uma relação que seja 

representada por contrato entre as entidades e regido por normas jurídicas locais 

vigentes. Conforme as regras definidas no contrato, um ativo financeiro representa o 

direito de receber caixa ou outro ativo financeiro. Do contrário, também conforme 

essas regras, o passivo financeiro representa obrigação de transferir caixa ou outro 

ativo financeiro. 

Em relação ao reconhecimento e mensuração inicial dos instrumentos 

financeiros, a NBC TG 1000 (2009) define que, quando for reconhecido um ativo ou 

passivo financeiro, esse deve ser avaliado pelo custo da operação, incluindo custos 

de transações, exceto se mensurado ao valor justo por meio de resultado. Se a 

negociação, porém, envolver uma transação de financiamento, a mensuração inicial 

será avaliada ao valor presente dos futuros pagamentos de caixa, descontados a 

uma taxa de juros de mercado para instrumentos similares. 



29 
 

Depois de feito o reconhecimento inicial, a mensuração dos instrumentos 

financeiros de dívida será avaliada com base no custo amortizado, usando o método 

da taxa efetiva de juros, enquanto que o compromisso de receber um empréstimo 

será avaliado ao custo, menos a redução ao valor recuperável. O custo amortizado é 

o valor presente dos fluxos de caixa futuros dos instrumentos financeiros menos à 

taxa efetiva de juros. As receitas e despesas financeiras reconhecidas 

correspondem ao valor contábil no início do período multiplicado pela taxa efetiva de 

juros para o mesmo período (DELOITTE TOUCHE TOHMATSU, 2014). 

2.1.2.10 Estoques 

Segundo Iudícibus et al. (2010), os estoques estão relacionados aos 

principais setores das entidades e abrangem problemas na administração, controle, 

contabilização e principalmente na sua avaliação. Em se tratando de entidades que 

industrializam produtos ou comercializam mercadorias, os estoques significam um 

dos ativos mais importantes do capital circulante, de forma que sua correta 

determinação no transcorrer do período é fundamental para uma apuração 

apropriada do lucro líquido do exercício. 

De acordo com a NBC TG 1000 (2009), seção 13, item 13.1, p. 63, estoques 

são ativos: 

[...] (a) mantidos para venda no curso normal dos negócios; (b) no processo 
de produção para venda; ou (c) na forma de materiais ou suprimentos a 
serem consumidos no processo de produção ou na prestação de serviços. 

Em relação à mensuração dos estoques, Ernest & Young e Fipecafi (2010) 

definem que os estoques devem ser avaliados pelo menor valor entre o custo ou 

pelo valor realizável líquido. Também mencionam que os custos de aquisição dos 

estoques englobam o preço de compra, impostos de importação e outros que não 

são recuperáveis, custos de transporte e outros custos diretamente relacionados à 

aquisição de produtos, materiais, mercadorias e serviços. 

Já sobre a avalição dos estoques, Almeida et al. (2014) mencionam que a 

entidade pode fazer uso das técnicas do método de custo-padrão ou método de 

varejo/preço de compra mais recente. Consequentemente, são válidos como 

avaliação do custo dos estoques os métodos Primeiro a Entrar Primeiro a Sair 



30 
 

(PEPS) ou o Custo Médio Ponderado (CMP). 

2.1.2.11 Ativo imobilizado 

A Lei no 6.404/1976, art. 179, item IV, menciona que o conceito das contas 

que serão classificadas como ativo imobilizado são: 

[...] os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à 
manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com 
essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à 
companhia os benefícios, riscos e controle desses bens (BRASIL, 1976). 

Para Deloitte Touche Tohmatsu (2014), imobilizados são ativos que a 

entidade mantém para uso na produção, ou fornecimento de bens ou serviços para 

aluguel a terceiros ou para fins administrativos e que espera que sejam utilizados 

por um período maior que um ano. As propriedades para investimento na qual o 

valor justo não possa ser mensurado de maneira confiável sem custo ou esforço 

excessivo, também são considerados como imobilizados. 

Conforme a NBC TG 1000 (2009), o reconhecimento de um imobilizado 

somente deve ser feito quando for provável que algum benefício econômico futuro 

flua para a entidade e tiver um custo ou valor que possa ser mensurado em bases 

confiáveis. No reconhecimento inicial, a entidade deve mensurar um item do ativo 

imobilizado pelo seu custo. Os bens adquiridos com vida útil inferior a um ano não 

devem ser ativados. 

A vida útil econômica dos elementos que compõe a ativo imobilizado é 

limitada. Os custos desses ativos serão alocados na conta de depreciação a partir 

do momento em que o bem estiver em condições de uso e termina quando ele é 

baixado. Quando for determinada a vida útil do ativo é preciso considerar o uso 

esperado, o desgaste, a obsolescência técnica ou comercial advinda de progresso 

tecnológico e limites legais ou semelhantes em relação ao seu uso. (IUDÍCIBUS et 

al.,2010). 

A NBC TG 1000 (2009) cita que a entidade deve optar pelo método da 

depreciação que demonstre o padrão pelo qual se espera consumir os benefícios 

econômicos futuros do ativo. Entre os principais métodos estão: linha reta, saldos 

decrescentes, baseado no uso e unidades produzidas. 



31 
 

Assim, a mensuração do valor contábil de um ativo imobilizado é 

demonstrada na figura 4. 

Figura 4 – Mensuração do valor contábil 

 
Fonte: Adaptado de Almeida et al. (2014, p. 146). 

Segundo Almeida et al. (2014), a figura 4 demonstra que a cada divulgação 

das demonstrações financeiras e após o reconhecimento inicial, a entidade deve 

mensurar todos os itens do ativo imobilizado pelo custo menos depreciação 

acumulada e quaisquer perdas por redução ao valor recuperável acumuladas. Os 

custos de operação devem ser reconhecidos diariamente a cada item de ativo 

imobilizado como despesa do resultado no período que são incorridos.  

2.1.2.12 Redução ao valor recuperável de ativos (impairment) 

De acordo com a NBC TG 1000 (2009), seção 27, item 27.1, p. 133, “uma 

perda por desvalorização ocorre quando o valor contábil do ativo excede seu valor 

recuperável”. A NBC TG 1000 (2009) também menciona que a entidade deve reduzir 

o valor contábil do ativo para seu valor recuperável quando esse for menor que o 

valor contábil do ativo. A redução ao valor recuperável deve ser aplicada a todos os 

ativos exceto: 

a) Tributos diferidos ativos; 

b) Ativos provenientes de benefícios a empregados; 

c) Ativos financeiros tratados como Instrumentos Financeiros; 

d) Propriedade para Investimento mensurada pelo valor justo; 

(=) valor contábil

Custo reconhecido incialmente

(-) depreciação acumulada

(-) perdas por irrecuperabilidade



32 
 

e) Ativos biológicos e produtos agrícolas avaliados pelo valor justo. 

Almeida et al. (2014) mencionam que o valor recuperável de determinado 

ativo ou de uma unidade geradora de caixa é o maior valor entre o valor justo menos 

despesas para a venda e o valor em uso do ativo. Se algum desses valores 

excederem o valor contábil, o ativo não sofre desvalorização, assim não será 

necessário estimar o outro valor. 

Em alguns casos, segundo Iudícibus et al. (2010), não é possível estimar o 

valor recuperável de um ativo imobilizado de forma individual. Nessa situação 

deverá ser utilizada a unidade geradora de caixa. Assim, o reconhecimento da perda 

por desvalorização deve ser realizada apenas se o valor recuperável da unidade for 

menor que o seu valor contábil da unidade. A unidade geradora de caixa não deve 

ter os seus valores reduzidos inferiores ao seu valor líquido de venda, seu valor em 

uso e a zero. 

2.1.2.13 Custos de empréstimos 

Custos de empréstimos são juros e outros custos que surgem em decorrência 

do empréstimo de recursos pela entidade e devem ser reconhecidos imediatamente 

como despesa no período em que são incorridos. Nos custos de empréstimos está 

incluída a despesa de juros calculada pelo método da taxa efetiva de juros, encargos 

financeiros em relação a arrendamentos mercantis financeiros e variações cambiais 

proveniente de empréstimos em moeda estrangeira. (DELOITTE TOUCHE 

TOHMATSU, 2014). 

Em relação à sua divulgação, a NBC TG 1000 (2009) menciona que deverá 

ser divulgado nas notas explicativas o total da despesa de juros (método da taxa 

efetiva de juros) para os passivos financeiros que não são avaliados pelo valor justo 

por meio do resultado. 

2.1.2.14 Tributos sobre o lucro 

Conforme NBC TG 1000 (2009), seção 29, item 29.1, p. 151, estão incluídos 

nos tributos sobre o lucro os impostos nacionais e estrangeiros que são baseados 



33 
 

nos lucros tributáveis e os tributos retidos na fonte, que por sua vez são devidos por 

uma controlada, uma coligada ou mesmo um empreendimento conjunto sobre 

distribuições para a entidade que divulga as demonstrações financeiras. 

Segundo Almeida et al. (2014), o reconhecimento de um passivo ou ativo 

fiscal corrente decorre do valor que se espera pagar ou recuperar baseado no lucro 

tributável. Já o reconhecimento do tributo diferido de um ativo ou passivo surge 

dentro dos seguintes critérios: a) diferenças temporárias para o qual se espera que 

exista um aumento ou uma diminuição nos lucros tributáveis no futuro; b) ativo fiscal 

diferido para os créditos fiscais e prejuízos fiscais não utilizados e transportados 

para uma data futura. 

Almeida et al. (2014) também mencionam que a contabilização dos tributos 

sobre o lucro deve ser realizada pela entidade conforme a figura 5. 

Figura 5 – Processo de contabilização dos tributos sobre o lucro 

 
Fonte: Adaptado de Almeida et al. (2014, p. 310). 

Os ativos e passivos fiscais diferidos nunca são classificados no balanço 

como circulantes. Já a provisão de redução é reconhecida contra ativos fiscais 

diferidos de modo que o valor contábil líquido iguale o maior valor que seja mais 

provável do que não de ser recuperado. As compensações de ativos e passivos 

Reconhecer, quando for o caso, conta redutora de ativos e 
passivos fiscais

Alocar os tributos correntes e diferidos

Apresentar e divulgar as informações exigidas

Reconhecer o tributo corrente

Identificar ativos e passivos que afetariam o lucro tributável

Determinar a base fiscal (base de cálculo do tributo)

Apurar as diferenças temporárias, os prejuízos fiscais e os 
critérios não utilizados

Reconhecer os ativos e passivos fiscais diferidos, provenientes 
das diferenças temporárias

Mensurar os ativos e passivos fiscais diferidos



34 
 

fiscais correntes ou diferidos poderão ser realizadas somente quando estiver 

determinado pela legislação fiscal (DELOITTE TOUCHE TOHMATSU, 2014). 

A NBC TG 1000 (2009) ainda prevê que a entidade deve divulgar de maneira 

segregada os componentes principais da despesa e receita tributária, isto é: 

despesa tributária corrente, ajustes do período referente a períodos anteriores, valor 

do tributo diferido com origem e reversão de diferenças, valor referente à despesa e 

receita de tributo diferido com relação às mudanças de alíquotas ou novos tributos, 

alterações decorrentes de revisão por autoridade fiscal, ajuste despesa e receita 

diferida em função de alteração de tributação, mudanças na provisão para 

realização de tributos diferidos, efeitos causados por mudanças nas políticas e erros 

contábeis. 

2.1.2.15 Notas Explicativas 

De acordo com Iudícibus et al. (2010), as notas explicativas são informações 

complementares às demonstrações contábeis e visam auxiliar o usuário no 

entendimento e na tomada de decisão. Elas devem apresentar informações sobre as 

bases aplicadas para elaboração das demonstrações contábeis e ainda sobre as 

políticas contábeis utilizadas, podendo ser demonstradas através de quadros 

analíticos e comentários comparativos. 

A seção 8 da NBC TG 1000 trata das notas explicativas e menciona que a 

entidade, cujas demonstrações contábeis estiverem em conformidade total com a 

norma, deve fazer uma declaração explicita e sem reservas nas notas explicativas. 

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis e fornecem 

descrições narrativas e detalhes de itens apresentados nessas demonstrações. A 

norma exige a apresentação sistemática de informações não apresentadas nas 

demais demonstrações financeiras, como: base de preparação; políticas contábeis 

específicas; julgamentos efetuados na aplicação das políticas contábeis; e principais 

fontes de incerteza ao efetuar estimativas contábeis (NBC TG 1000, 2009). 

 



35 
 

2.1.2.16 Adoção inicial 

Segundo a NBC TG 1000 (2009), a entidade que adotar pela primeira vez 

esta norma só pode fazer a adoção inicial apenas uma única vez. As primeiras 

demonstrações contábeis devem conter uma declaração explícita e sem reservada 

de conformidade com a NBC TG 1000. 

Almeida et al. (2014) mencionam que a data de transição é o início do período 

mais antigo para o qual uma entidade apresenta informações comparativas 

completas de acordo com a norma. Na demonstração da posição financeira inicial, a 

entidade deve: reconhecer todos os ativos e passivos conforme requeridos pela 

norma; não reconhecer itens se a norma não permitir seu reconhecimento; 

reclassificar itens anteriormente reconhecidos como um tipo de ativo, passivo ou 

componente do patrimônio, mas que, de acordo com a norma, são de um tipo 

diferente; e aplicar a norma na mensuração de todos os ativos e passivos 

reconhecidos. 

O Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Rio Grande do Sul 

(CRCRS) (2014) elaborou uma cartilha coma finalidade de fiscalização preventiva, 

mediante a orientação dos profissionais da Contabilidade, sobre as principais 

questões abordadas pela Fiscalização. Essa cartilha traz algumas das 

irregularidades mais frequentes na elaboração das demonstrações contábeis, 

conforme o Quadro 1, a seguir. 

Quadro 1 – Checklist de fiscalização do CRCRS 

ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA 
O Livro Diário apresenta as Demonstrações Contábeis de acordo com o item 3.17 
da NBC TG 1000 ou com o item 10 da NBC TG 26. 
Utilização de designações genéricas para contas com saldo superior ao 
percentual máximo permitido (10% do total do grupo - §2º art. 176 Lei 6.404/76). 
Indicação da data de encerramento das Demonstrações Contábeis. 
Divulgação do exercício de comparabilidade. 
Indicação da categoria profissional e nº de registro. 

BALANÇO PATRIMONIAL 
Utilização de outros termos para identificar o Balanço Patrimonial (Balanço Geral, 
Balanço de Resultados etc.). 
Destaque dos termos (Ativo Circulante e Não Circulante, Passivo Circulante e 
Não Circulante e Patrimônio Líquido). 
Discriminação das contas que compõem o Ativo Não Circulante (Realizável a 



36 
 

Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível). 
Respeitados os saldos devedores e credores das contas patrimoniais. 
Destaque das depreciações acumuladas no Ativo Não Circulante Imobilizado e 
das taxas praticadas (em Notas Explicativas). 
Ordenação das contas do Patrimônio Líquido (Capital Social, Reservas de 
Capital, Ajustes de Avaliação Patrimonial, Reservas de Lucros, Ações/Quotas em 
Tesouraria, Lucros Acumulados, Prejuízos Acumulados). 

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
Estruturação indevida e/ou incompleta da Demonstração do Resultado e da 
Demonstração do Resultado Abrangente ao não destacar termos (Receitas, custo 
dos produtos/mercadorias/serviços, lucro bruto, resultados antes das receitas e 
despesas financeiras, resultado antes dos tributos sobre lucros, resultado líquido 
das operações continuadas, resultado líquido do período, resultado abrangente), 
conforme itens 5.7 e 5.8 da NBC TG 1000 ou com os itens 82 e 82.A da NBC TG 
26. 
Uso de receitas e/ou despesas não operacionais de acordo com os itens 136 e 
137 da CTG 02. 
Utilização de outros termos para identificar a Demonstração do Resultado do 
Exercício. 

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Elaboração da DMPL em consonância com os itens 6.3 e 6.4 da NBC TG 1000 
ou com o item 106 da NBC TG 26. 
Utilização de outros termos para identificar a Demonstração das Mutações do 
Patrimônio Líquido. 
DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (Exceto Micro e Pequena Empresa 

– NBC TG 2000) 
Estruturação da DFC - Modelo Direto e Indireto - de acordo com o item 7.3 da 
NBC TG 1000 e com os itens 10 a 12 e 20A da NBC TG 03. 
Utilização de outros termos para identificar a Demonstração dos Fluxos de Caixa. 

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (Companhias de Capital 
Aberto) 

A Demonstração do Valor Adicionado compõe o conjunto das Demonstrações 
Contábeis da Companhia de Capital Aberto, conforme estabelecido na NBC TG 
09. 
Utilização de outros termos para identificar a Demonstração do Valor Adicionado. 

DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS 
ACUMULADOS/DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE 

Estruturação da DLPA - de acordo com o item 6.5 da NBC TG 1000 
Estruturação da DRA - de acordo com o item 5.4 da NBC TG 1000 
Utilização de outros termos para identificar a Demonstração do Resultado 
Abrangente. 
Utilização de outros termos para identificar a Demonstração de Lucros ou 
Prejuízos Acumulados. 

NOTAS EXPLICATIVAS 
Contexto operacional. 
Declaração de que as Demonstrações Contábeis foram elaboradas em 
conformidade com as normas de contabilidade e resumo das principais práticas 
contábeis adotadas no Brasil. 



37 
 

Apresentação das Notas Explicativas na ordem em que cada conta é 
apresentada nas Demonstrações Contábeis. 
Informação sobre a forma de tributação da empresa. 
Informações sobre Provisões, Ativos e Passivos Contingentes. 
Estoques (critério de avaliação, categorias de estoques, menção ao teste de 
recuperabilidade). 
Imobilizado (método de cálculo da depreciação, vidas úteis e/ou taxas aplicadas, 
valor contábil bruto e depreciação acumulada, menção quanto à avaliação ao 
valor justo...). 
Leasing financeiro (classificado como imobilizado, menção quanto às datas de 
início e fim, nº contrato, objeto). 
Intangível (método de cálculo da amortização, vidas úteis e/ou taxas aplicadas, 
valor contábil bruto e amortização acumulada...). 
Informações sobre empréstimos e/ou financiamentos. 
Informações sobre composição do capital social. 
Menção quanto a eventos subsequentes. 

Fonte: Adaptado de CRCRS (2014). 

O checklist do CRC/RS traz algumas das irregularidades mais frequentes 

constatadas pelo órgão quando da elaboração das demonstrações contábeis pelas 

empresas (CRC/RS, 2014). 

2.1.3 ITG 1000 – Modelo Contábil para Microempresa e Empresa de Pequeno 

Porte 

Estão abrangidas no conceito de Micro Empresa e Empresa de Pequeno 

Porte, para fins da ITG 1000, a sociedade empresária, a sociedade simples, a 

empresa individual de responsabilidade limitada ou o empresário a que se refere o 

Art. 966 da Lei nº 10.406/2002, que tenham a receita bruta no ano calendário 

anterior igual ou inferior aos limites definidos nos incisos I e II do art. 3º da Lei 

Complementar nº 123/2006, atualmente fixado em R$ 3.600.000,00 (três milhões e 

seiscentos mil reais). A interpretação começou a vigorar nos exercícios iniciados a 

partir de 1º de janeiro de 2012 (SILVA, 2015). 

Segundo Almeida et al. (2014), os itens 15 a 39 da ITG 1000 apresentam os 

critérios e procedimentos que as entidades deverão implementar na adoção dessa 

interpretação. Os autores ainda mencionam que a interpretação apresenta 

procedimentos específicos à contabilização de estoques, ativo imobilizado, receita e 

contas a receber de clientes, e que os itens da interpretação estão apenas 

transcritos de forma mais simples e direta, se comparados às orientações trazidas 



38 
 

pelo CPC PME. 

Em relação à mensuração inicial dos estoques, a ITG 1000 não traz diferença 

em relação à NBC TG 1000. A intepretação também segue a mesma determinação 

que a norma contábil quanto à perda por redução ao valor recuperável dos 

estoques. Já na mensuração subsequente, a única diferença é que, na 

interpretação, a administração da sociedade pode escolher livremente entre PEPS e 

o custo médio quando não for possível mensurar os itens de estoque por seu custo 

individual (SILVA, 2014). 

Sobre o imobilizado, a interpretação menciona que os ativos devem ser 

depreciados e recomenda a adoção do método linear para o cálculo da depreciação 

por ser o método mais simples. Apresenta ainda exemplos de indicadores de 

desvalorização do ativo imobilizado, visando demonstrar possíveis situações que 

requeiram o reconhecimento da perda por redução ao valor recuperável do 

imobilizado (ALMEIDA et al., 2014). 

A intepretação também trata da receita e das contas a receber, mas segundo 

Almeida et al. (2014), não há diferença quanto à apresentação da receita em 

comparação com o CPC PME. A diferença está relacionada na mensuração da 

receita de prestação de serviço, pois enquanto que o CPC PME apresenta bastante 

detalhes, o item 24 da ITG 1000 estabelece apenas que “a receita de prestação de 

serviço deve ser reconhecida na proporção em que o serviço for prestado”. 

Silva (2015) menciona que as demonstrações contábeis exigidas ao final de 

cada exercício social pela ITG 1000 são: Balanço Patrimonial, a Demonstração do 

Resultado e as Notas Explicativas. Apesar de a entidade não estar obrigada a 

apresentação do conjunto completo das demonstrações financeiras, o CFC estimula 

também a apresentação da Demonstração dos Fluxos de Caixa, a Demonstração do 

Resultado Abrangente e a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. 

Por fim, os itens 12, 13 e 14 da ITG 1000 (2012) mencionam que o 

profissional da Contabilidade deve obter Carta de Responsabilidade da 

administração da entidade, com objetivo de salvaguardar a sua responsabilidade 

pela realização da escrituração contábil do período base encerrado, podendo seguir 

o modelo sugerido no anexo da interpretação. 



39 
 

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 

O método pode ser definido como o caminho percorrido para atingir 

determinado objetivo. Já método científico é definido como o conjunto de atitudes 

intelectuais e técnicos adotados para alcançar o conhecimento (GIL, 2012). 

Segundo Beuren (2009, p. 67), “a metodologia da pesquisa é definida com 

base no problema formulado, [...] tanto o problema quanto as hipóteses são 

definidoras da metodologia da pesquisa a ser adotada no trabalho monográfico”. 

Após a definição do conceito de método científico, o capítulo vai abordar os 

tipos de pesquisa, a sua classificação, o plano de coleta dos dados, a análise dos 

dados coletados e as delimitações do método. 

3.1 Tipos de pesquisa 

Em relação aos tipos de pesquisa, Vergara (2007) menciona que existem 

vários tipos de pesquisa, variando de acordo com os critérios utilizados pelos 

autores. Os dois critérios básicos propostos por ela são: quanto aos fins e quanto 

aos meios. 

Para Raupp e Beuren (2009), os tipos de pesquisa mais aplicáveis á 

Contabilidade estão agrupados em três categorias: quanto aos objetivos 

(exploratória, descritiva e explicativa), quanto aos procedimentos (estudo de caso, 

levantamento, pesquisa bibliográfica, documental, participante e experimental) e 

quanto à abordagem do problema (pesquisa qualitativa e quantitativa). 



40 
 

Nesse capítulo serão apresentadas as características da pesquisa quanto ao 

modo de abordagem do problema, procedimentos técnicos utilizados e seus 

objetivos. 

3.1.1 Caracterização quanto ao modo de abordagem do problema 

Quanto à abordagem do problema, Raupp e Beuren (2006) destacam que as 

pesquisas podem ser classificas em qualitativa e quantitativa. Na pesquisa 

qualitativa são executadas analises mais profundas em relação aos fenômenos 

estudados, pois visa destacar as características que não são observadas em uma 

pesquisa quantitativa, haja vista a sua exterioridade. Já na pesquisa quantitativa, é 

utilizado o emprego de instrumentos estatísticos, tanto na coleta dos dados quanto 

no tratamento dos mesmos. 

Para Marconi e Lakatos (2010), a abordagem qualitativa busca descobrir 

significados de situações que não contenham rigidez no que diz respeito à direção 

da investigação dentro de hipóteses, definições operacionais e suposições do 

pesquisador. 

Por outro lado, o método da pesquisa quantitativa representa a intenção de 

garantir a exatidão dos resultados, evitando distorções nas análises e possibilitando 

uma margem de segurança em suas conclusões (RICHARDSON, 2012). 

Visando a abordagem do problema, a pesquisa é caracterizada de forma 

qualitativa, pois busca identificar os benefícios que as empresas terão em adotar as 

IFRS aplicadas as PMEs, e quantitativa, pois foram utilizadas técnicas estatísticas 

para analisar o índice de aplicabilidade por parte das mesmas. 

3.1.2 Caracterização quanto ao procedimento técnico 

Segundo Raupp e Beuren (2006), o material consultado na pesquisa 

bibliográfica abrange o referencial que já foi tornado público em relação ao assunto 

do estudo, podendo ser em publicações de livros, revistas, pesquisas entre outros. 

Em relação aos estudos contábeis, a pesquisa bibliográfica está sempre presente, 

seja exclusivamente como delineamento ou como parte integrante de outro tipo de 



41 
 

pesquisa. 

De acordo com Gil (2012), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base 

em material já elaborado, principalmente a partir de livros e artigos científicos. Essa 

pesquisa tem a principal vantagem de permitir que o investigador elabore uma 

abordagem mais ampla de alguns fenômenos, se comparada àquela que poderia ser 

diretamente pesquisada. 

Segundo Raupp e Beuren (2006, p. 90): 

Na contabilidade, utiliza-se com certa frequência a pesquisa documental, 
sobretudo quando se deseja analisar o comportamento de determinado 
setor da economia, com os aspectos relacionados à situação patrimonial, 
econômica e financeira. Não obstante isso, estudos históricos geralmente 
valem-se da análise documental. 

A pesquisa documental está assemelhada à pesquisa bibliográfica, sendo que 

a única diferença está relacionada na origem das fontes, pois está baseada em 

materiais que ainda não receberam um tratamento analítico (GIL, 2007). 

Em relação aos procedimentos técnicos, a pesquisa é classificada em duas 

etapas: a primeira através da pesquisa bibliográfica, pois tem o objetivo de procurar 

através de livros e artigos, elucidar assuntos em relação ao tema; a segunda como 

pesquisa documental, já que tem a finalidade de coletar os dados dos 

demonstrativos contábeis das empresas para análise. 

3.1.3 Caracterização quanto ao objetivo 

Para Richardson (2012, p. 326), a pesquisa exploratória tem a finalidade de 

“conhecer as características de um fenômeno para procurar, posteriormente, 

explicações das causas e consequências do dito fenômeno”. 

Já para Raupp e Beuren (2006), a pesquisa exploratória constitui o 

aprofundamento dos conceitos preliminares sobre determinado assunto, não 

abordados profundamente em outra ocasião. 

Em relação à pesquisa descritiva, Gil (2012) menciona que ela tem como 

objetivo descrever as características de uma população ou ainda estabelecer 

relações entre as variáveis. Uma das principais características é a utilização de 



42 
 

técnicas padronizadas de coleta de dados. 

Raupp e Beuren (2006) destacam que a pesquisa descritiva pode contribuir 

para a identificação de relações existentes entre as variáveis estudadas de 

determinada população. Assim, o pesquisador informa sobre fatos, opiniões ou 

comportamentos que têm lugar na população analisada. 

O estudo é classificado como pesquisa exploratória, pois busca maior 

profundidade e clareza das IFRS aplicadas às PMEs, bem como pesquisa descritiva, 

uma vez que verifica as características na elaboração das demonstrações contábeis 

de empresas que possuem escrituração contábil em escritórios de contabilidade. 

3.2 População e a amostra da pesquisa 

A população da pesquisa é a totalidade de elementos que possui certa 

conformidade nas características definidas para o propósito a ser estudado 

(COLAUTO; BEUREN, 2006). 

Para Gil (2012), população deve ser entendida como um conjunto de 

elementos que possuem informações relevantes para a compreensão do problema 

pesquisado. 

Em relação à amostra, Gil (2012) destaca que é o subconjunto da população, 

por meio do qual são estimadas as caraterísticas desse universo. Marconi e Lakatos 

(2010) destacam que é parte da população (universo) uma parcela 

convenientemente selecionada. 

Neste estudo, a população compreende as empresas que possuem 

escrituração contábil em escritórios de contabilidade. A amostra é constituída pelas 

150 (cento e cinquenta) empresas pertencentes à carteira de clientes de um 

escritório de contabilidade localizado na cidade de Estrela/RS. 

3.3 Coleta de dados 

Marconi e Lakatos (2010) definem a coleta de dados como sendo a etapa da 

pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas 



43 
 

selecionadas, com a finalidade de efetuar a coleta dos dados. Gil (2009) afirma que 

é necessária a utilização de inúmeras técnicas de coleta de dados, a fim de garantir 

a profundidade necessária ao estudo e a inserção do caso em seu contexto. 

Colauto e Beuren (2006) mencionam que o checklist é uma técnica que 

verifica se a população da pesquisa está cumprindo determinada proposta teórica. O 

pesquisador elabora um roteiro de itens que serão verificados por meio de uma 

entrevista, onde confere os elementos necessários para a aplicação do seu estudo. 

Gil (2009) cita que a entrevista estruturada é mais apropriada para o 

desenvolvimento de levantamentos sociais. A vantagem nessa entrevista é que ela 

possibilita a análise estatística dos dados, por ter as respostas padronizadas. Para 

Colauto e Beuren (2006), a entrevista estruturada é uma das técnicas de coleta de 

dados e consiste num instrumento de coleta criado por uma relação de perguntas 

predeterminadas. É utilizado um formulário com perguntas feitas seguindo a mesma 

ordem para todos os entrevistados. 

Para verificar a adequação das IFRS junto às 150 (cento e cinquenta) 

empresas, foi aplicado um checklist adaptado do CRC/RS nas demonstrações 

contábeis do exercício de 2015. 

Já para confrontar os dados da verificação do checklist, foram selecionadas 

as 10 (dez) maiores empresas, levando em consideração a Receita Bruta do ano de 

2015 para entrevista com seus gestores. Posteriormente foi feito o cruzamento de 

dados com questões chave entre o checklist e a entrevista. 

As questões da entrevista foram elaboradas com o intuito de apurar se as 

empresas estão transparecendo todas as informações necessárias para a correta 

divulgação das demonstrações contábeis. A entrevista foi composta por 12 (doze) 

questões objetivas direcionadas aos gestores das empresas no período de setembro 

de 2016. 

3.4 Tratamento e análise dos dados coletados 

Para a análise dos dados, segundo Marconi e Lakatos (2010, p. 152): 



44 
 

[...] o pesquisador entra em maiores detalhes sobre os dados decorrentes 
do trabalho estatístico, a fim de conseguir respostas às suas indagações, e 
procura estabelecer as relações necessárias entre os dados obtidos e as 
hipóteses formuladas. 

Beuren (2006) menciona que, nesta etapa do trabalho, o investigador irá 

classificar os dados de forma sistematizada, para facilitar a análise e interpretação 

em face dos objetivos. A análise será feita com todo o material colhido durante a 

pesquisa de forma organizada, a fim de atingir maior profundidade nas teorias da 

metodologia científica. 

A análise dos dados coletados foi efetuada por meio de uma análise 

qualitativa descritiva do checklist, a fim de auxiliar na elaboração da entrevista 

estruturada e reforçar a análise quantitativa realizada na etapa seguinte, sendo 

utilizado como apoio ao processo o software Microsoft Excel para o detalhamento 

dos dados. 

3.5 Limitações do método 

O método deve “[...] determinar as limitações da pesquisa em termos de 

metodologia, amostragem, variáveis não controladas, instrumentos e outros 

aspectos que podem comprometer a validade interna e externa” (RICHARDSON, 

2012, p. 320). Conforme Richardson (2012), às vezes não se obtém 100% de 

respostas aos questionários. Assim, ele pode produzir vieses importantes na 

amostra, podendo afetar a representatividade dos resultados. 

Para Gil (2009), o questionário normalmente envolve um número pequeno de 

questionamentos, impede o auxílio ao informante quando o mesmo não responde 

corretamente as perguntas e não oferece garantia que as perguntas serão 

devolvidas com respostas.  

A limitação do método fica restringida ao conteúdo disponível nos 

documentos analisados pelo checklist e disponibilizados pelo escritório de 

Contabilidade. Outra limitação do método é a falta de conhecimento das normas de 

Contabilidade pelos empresários, assim não se pode aprofundar muito o conteúdo 

das perguntas. 



45 
 

4 CARACTERIZAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES 

As empresas alvo da pesquisa estão localizadas no município de Estrela e 

Lajeado, e ambas são constituídas com a natureza jurídica de Sociedade Limitada 

(LTDA). 

No ano de 2015, a receita bruta anual das organizações selecionadas para a 

análise ficou entre R$ 1.999.100,59 e R$ 12.076.809,64, consequentemente não se 

enquadram no conceito de sociedades de grande porte definido pela Lei nº. 

11.638/2007. Assim, conforme a NBC TG 1000, essas empresas são caracterizadas 

como PMEs e elaboram as suas demonstrações contábeis direcionadas a seus 

proprietários, credores e instituições financeiras de crédito. 

Em média, essas entidades mantinham 32 (trinta e dois) funcionários com 

carteira assinada no final de 2015. Individualmente esse número alterna bastante, 

pois a organização com o maior número de empregados era uma indústria e 

mantinham 76 (setenta e seis) funcionários contratados nesse período. Por outro 

lado, uma empresa de comércio varejista tinha em seu quadro funcional apenas 5 

(cinco) empregados. 

Em relação às atividades realizadas pelas empresas, 4 (quatro) delas são 

caracterizadas como indústria, tendo em suas atividades principais: 1) fabricação de 

carrocerias e tanques para caminhões e tratores; 2) fabricação de turbinas 

hidráulicas para geração e energia; 3) fabricação de estofados; 4) fabricação de 

máquinas e equipamentos para a indústria de alimentos. Outras 4 (quatro) praticam 

atividades de comércio, sendo as principais: 1) comércio varejista de materiais de 



46 
 

construção em geral; 2) supermercados; 3) supermercados; 4) comércio varejista de 

combustíveis para veículos automotores. Por fim, 2 (duas) prestam serviços de 

construção civil, sendo: 1) construção de redes de abastecimento de água; 2) 

construção de estação de redes de telecomunicações. 



47 
 

5 RESULTADOS 

O presente capítulo retrata os principais resultados da pesquisa divididos em 

três etapas. Inicialmente foi realizada uma análise das demonstrações contábeis das 

empresas através da verificação dos 36 (trinta e seis) itens do checklist. 

Posteriormente são apresentados os dados obtidos através das entrevistas, em que 

foi analisada a transparência das informações fornecidas pelas empresas ao 

escritório de Contabilidade. Por fim, são evidenciadas as verificações do checklist 

em comparação com as respostas das entrevistas. 

5.1 Verificação do checklist 

A análise é apresentada separadamente por assunto, seguindo a ordem dos 

itens. A verificação foi classificada em “atende plenamente”, “atende parcialmente”, 

“não atende” e “não se aplica”. Os dados a seguir foram coletados com base na 

pesquisa documental das organizações selecionadas. 

5.1.1 Estrutura conceitual básica 

Na verificação das demonstrações contábeis, foi constatado que o escritório 

de contabilidade prepara os demonstrativos de forma padrão para todas as 

empresas, já que o sistema de contabilidade utilizado padroniza as informações, 

conforme o Quadro 2, a seguir. 

 



48 
 

Quadro 2 – Verificação da Estrutura Conceitual Básica 

 
Fonte: Adaptado pelo autor de CRCRS (2016). 

Os dados do Quadro 2 demonstram que o livro diário das organizações 

apresenta as demonstrações contábeis de acordo com o item 3.17 da NBC TG 

1000. Os demonstrativos apresentados pelas empresas foram: Balanço Patrimonial, 

Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, Demonstração do Resultado 

do Exercício, Demonstração do Fluxo de Caixa e Notas Explicativas. 

No que tange os aspectos formais de apresentação, foi verificado que consta 

a data de encerramento e a comparabilidade nas demonstrações contábeis, 

juntamente com os dados do contador e o registro no CRC/RS. Já o item 2 não é 

aplicado as empresas analisadas, pois essas não estão sujeitas a Lei 6.404/76. 

5.1.2 Balanço patrimonial 

Quadro 3 – Verificação do Balanço Patrimonial 

 
Fonte: Adaptado pelo autor de CRC/RS (2016). 

 

Atende 
Plenamente

Atende 
Parcialmente

Não 
Atende

Não se 
Aplica

1

O Livro Diário apresenta as Demonstrações Contábeis de acordo
com o item 3.17 da NBC TG 1000 ou com o item 10 da NBC TG 26.

X

2

Utilização de designações genéricas para contas com saldo superior
ao percentual máximo permitido (10% do total do grupo - §2º art. 176
Lei 6.404/76).

X

3 Indicação da data de encerramento das Demonstrações Contábeis. X

4 Divulgação do exercício de comparabilidade. X
5 Indicação da categoria profissional e nº de registro. X

ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA

Atende 
Plenamente

Atende 
Parcialmente

Não 
Atende

Não se 
Aplica

6
Utilização de outros termos para identificar o Balanço Patrimonial
(Balanço Geral, Balanço de Resultados, etc).

X

7
Destaque dos termos (Ativo Circulante e Não Circulante, Passivo
Circulante e Não Circulante e Patrimônio Líquido).

X

8

Discriminação das contas que compõem o Ativo Não Circulante
(Realizável a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível).

X

9
Respeitados os saldos devedores e credores das contas
patrimoniais.

X

10
Destaque das depreciações acumuladas no Ativo Não Circulante
Imobilizado e das taxas praticadas (em Notas Explicativas).

X

11

Ordenação das contas do Patrimônio Líquido (Capital Social,
Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação Patrimonial, Reservas de
Lucros, Ações/Quotas em Tesouraria, Lucros Acumulados, Prejuízos
Acumulados).

X

BALANÇO PATRIMONIAL



49 
 

Em relação à análise do Balanço Patrimonial apresentada no Quadro 3, foi 

constatada a identificação do nome do demonstrativo de forma correta, juntamente 

com os termos Ativo Circulante e Não Circulante e Passivo Circulante, Não 

Circulante e Patrimônio Líquido. Dentro das contas do Ativo Não Circulante, ambas 

foram apresentadas separadamente como Realizável a Longo Prazo, Investimentos, 

Imobilizado e Intangível. A verificação do Balanço Patrimonial segue o disposto na 

seção 4 da NBC TG 1000. 

Outra informação apurada foi à correta divulgação quanto aos saldos das 

contas patrimoniais, respeitando a natureza devedora para as contas do ativo e 

credora para as do passivo. 

Sobre as depreciações acumuladas, foi apurado que as empresas estão 

demonstrando os valores lançados em conta específica do Ativo Não Circulante, 

contudo, não estão publicando as taxas de depreciação praticadas aos itens do 

Ativo Imobilizado em Notas Explicativas. As taxas de depreciação utilizadas pelas 

empresas são as permitidas pela Legislação Fiscal, porém elas deveriam alocar o 

valor depreciável de ativo ao longo da sua vida útil. A divulgação das taxas de 

depreciação é uma exigência que consta da seção 17 da NBC TG 1000. 

Relativamente à ordenação das contas do Patrimônio Líquido, as contas 

Capital Social e Reservas de capital estão relacionadas no plano de contas das 

empresas. Nem todas as empresas, porém, possuem a conta Reserva de Lucros no 

plano de contas. Por sua vez, em algumas empresas a conta Lucros Acumulados e 

Prejuízos Acumulados está listada antes dos Ajustes de Avalição Patrimonial, sendo 

que essa última conta não foi relacionada. Outra conta que não foi encontra no plano 

de contas é Ações/Quotas em Tesouraria. 

5.1.3 Demonstração do resultado do exercício (DRE) 

O Quadro 4 demonstra a verificação da demonstração do resultado do 

exercício. 

 
 
 



50 
 

Quadro 4 – Verificação da Demonstração do Resultado do Exercício 

 
Fonte: Adaptado pelo autor de CRC/RS (2016). 

Analisando a DRE, conforme o Quadro 4, foi constatado que as empresas 

estão utilizando o termo correto para a divulgação desse demonstrativo. Também foi 

verificado a não utilização das expressões Receitas e Despesas Não Operacionais 

por parte das empresas. Os aspectos relativos à apresentação da DRE constam na 

seção 5 da NBC TG 1000. 

Sobre a estrutura da demonstração do resultado do exercício, a análise 

demonstrou que não estão sendo destacados os termos Resultados Antes das 

Receitas e Despesas Financeiras e Resultado Líquido das Operações Continuadas, 

consequentemente não estão atendendo ao item 5.7 da NBC TG 1000. 

5.1.4 Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL) 

Verificando a obrigatoriedade da DMPL, as empresas analisadas tiveram 

apenas alterações em relação ao resultado do exercício, a distribuição de lucro e a 

correção de erros de períodos anteriores. Por conta disso, a DMPL foi substituída 

pela DLPA, não se aplicando a elaboração da mesma, conforme o Quadro 5, a 

seguir. 

Quadro 5 – Verificação da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido 

 
Fonte: Adaptado pelo autor de CRC/RS (2016). 

Atende 
Plenamente

Atende 
Parcialmente

Não 
atende

Não se 
Aplica

12

Estruturação indevida e/ou incompleta da Demonstração do
Resultado e da Demonstração do Resultado Abrangente, ao não
destacar termos (Receitas, custo dos produtos/mercadorias/serviços,
lucro bruto, resultados antes das receitas e despesas financeiras,
resultado antes dos tributos sobre lucros, resultado líquido das
operações continuadas, resultado líquido do período, resultado
abrangente), conforme itens 5.7 e 5.8 da NBC TG 1000 ou com os
itens 82 e 82.A da NBC TG 26.

X

13
Uso de receitas e/ou despesas não operacionais de acordo com os
itens 136 e 137 da CTG 02. X

14
Utilização de outros termos para identificar a Demonstração do
Resultado do Exercício. X

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

Atende 
Plenamente

Atende 
Parcialmente

Não 
atende

Não se 
Aplica

15
Elaboração da DMPL em consonância com os itens 6.3 e 6.4 da NBC
TG 1000 ou com o item 106 da NBC TG 26. X

16
Utilização de outros termos para identificar a Demonstração das
Mutações do Patrimônio Líquido. X

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO



51 
 

A obrigatoriedade desse demonstrativo está disciplinada na seção 6 da NBC 

TG 1000 e a verificação está demonstrada no Quadro 5. 

5.1.5 Demonstração do fluxo de caixa (DFC) 

Em relação à DFC, as empresas analisadas utilizaram o termo correto para 

identificar a sua divulgação, conforme o Quadro 6, a seguir. 

Quadro 6 – Verificação da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido 

 
Fonte: Adaptado pelo autor de CRC/RS (2016). 

Conforme Quadro 6, o escritório de contabilidade prepara as demonstrações 

financeiras de forma padrão para as empresas, ambas seguiram a estruturação 

utilizando o método indireto e separando as atividades em operacionais, 

investimento e financiamento, conforme seção 7 da NBC TG 1000. 

5.1.6 Demonstração do valor adicionado (DVA) 

Quadro 7 – Verificação da Demonstração do Valor Adicionado 

 
Fonte: Adaptado pelo autor de CRC/RS (2016). 

 
A DVA é imposta apenas às organizações de capital aberto. Como as 

empresas analisadas são sociedades limitadas, elas não estão sujeitas a essa 

verificação, conforme consta no Quadro 7. 

 

Atende 
Plenamente

Atende 
Parcialmente

Não 
atende

Não se 
Aplica

17

Estruturação da DFC - Modelo Direto e Indireto - de acordo com o
item 7.3 da NBC TG 1000 e com os itens 10 a 12 e 20A da NBC TG
03.

X

18
Utilização de outros termos para identificar a Demonstração dos
Fluxos de Caixa. X

DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (Exceto Micro e Pequena 
empresas – NBC TG 2000)

Atende 
Plenamente

Atende 
Parcialmente

Não 
atende

Não se 
Aplica

19

A Demonstração do Valor Adicionado compõe o conjunto das
Demonstrações Contábeis da Companhia de Capital Aberto,
conforme estabelecido na NBC TG 09.

X

20
Utilização de outros termos para identificar a Demonstração do Valor
Adicionado. X

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (Companhias de Capital 
Aberto)



52 
 

5.1.7 Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados/demonstração do 

resultado abrangente (DLPA/DRA) 

Analisando a DLPA, foi constatado que as empresas estão utilizando o termo 

correto para fazer a sua identificação. Por outro lado, a estrutura não está de acordo, 

já que os eventuais Ajustes em Razão de Correção de Erros de Períodos Anteriores 

não são apresentando por essas empresas, conforme o Quadro 8, a seguir. 

Quadro 8 – Verificação da Demonstração de Lucros ou Prejuízos 

Acumulados/Demonstração do Resultado Abrangente 

 
Fonte: Adaptado pelo autor de CRC/RS (2016). 

Conforme demonstra no Quadro 8, foi constado que as empresas não 

apresentam esse demonstrativo. Como as únicas alterações no patrimônio líquido 

das empresas analisadas foram apresentadas na DLPA, essas entidades não estão 

sujeitas ao demonstrativo. A obrigatoriedade desses demonstrativos consta 

respectivamente na seção 6 e 5 da NBC TG 1000.  

5.1.8 Notas Explicativas 

O Quadro 9 a seguir, demonstra a verificação das Notas Explicativas. O 

ultimo bloco do checklist verificou as informações que constavam nas Notas 

Explicativas das empresas com base na seção 8 da NBC TG 1000. 

 

 

 

 

 

 

 

Atende 
Plenamente

Atende 
Parcialmente

Não 
atende

Não se 
Aplica

21 Estruturação da DLPA - de acordo com o item 6.5 da NBC TG 1000 X
22 Estruturação da DRA - de acordo com o item 5.4 da NBC TG 1000 X

23
Utilização de outros termos para identificar a Demonstração do
Resultado Abrangente. X

24
Utilização de outros termos para identificar a Demonstração de
Lucros ou Prejuízos Acumulados. X

DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS 
ACUMULADOS/DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE



53 
 

 

Quadro 9 – Verificação das Notas Explicativas 

 
Fonte: Adaptado pelo autor de CRC/RS (2016). 

Conforme o Quadro 9, em relação ao contexto operacional das empresas 

todas fizeram constar dados como: razão social, tipo jurídico, nº do CNPJ, nº do 

NIRE e data da inscrição na JUCERGS, endereço do estabelecimento e o objetivo 

social contendo as atividades realizadas pela empresa. 

 No que se refere à declaração de que as Demonstrações Contábeis foram 

elaboradas em conformidade com as normas de contabilidade e resumo das 

principais práticas contábeis adotadas no Brasil, as entidades analisadas trazem a 

seguinte menção: “Os registros e as Demonstrações Contábeis estão de acordo com 

as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicáveis às empresas em geral, com 

observância, no que for permitido, da convergência às Normas Internacionais de 

Contabilidade, instituída pela Lei 11.638/2007, Lei 11.941/2009 e Resolução CFC 

1.255 de 2009”.  A entidade, cujas demonstrações contábeis estiverem em 

conformidade com a NBC TG 1000 (Resolução CFC 1.255/09), deve fazer uma 

declaração explícita e sem reservas dessa conformidade nas notas explicativas, 

conforme item 3.3 da NBC TG 1000. 

Com relação à apresentação da ordem em que cada conta é apresentada nas 

Demonstrações Contábeis, as poucas informações divulgadas não seguem a 

sequência de apresentação das contas nas demonstrações contábeis. 

Atende 
Plenamente

Atende 
Parcialmente

Não 
atende

Não se 
Aplica

25 Contexto operacional. X

26

Declaração de que as Demonstrações Contábeis foram elaboradas
em conformidade com as normas de contabilidade e resumo das
principais práticas contábeis adotadas no Brasil.

X

27
Apresentação das Notas Explicativas na ordem em que cada conta é
apresentada nas Demonstrações Contábeis. X

28 Informação sobre a forma de tributação da empresa. X
29 Informações sobre Provisões, Ativos e Passivos Contingentes. X

30
Estoques (critério de avaliação, categorias de estoques, menção ao
teste de recuperabilidade). X

31

Imobilizado (método de cálculo da depreciação, vidas úteis e/ou taxas
aplicadas, valor contábil bruto e depreciação acumulada, menção
quanto à avaliação ao valor justo...).

X

32
Leasing financeiro (classificado como imobilizado, menção quanto às
datas de início e fim, nº contrato, objeto). X

33
Intangível (método de cálculo da amortização, vidas úteis e/ou taxas
aplicadas, valor contábil bruto e amortização acumulada...). X

34 Informações sobre empréstimos e/ou financiamentos. X
35 Informações sobre composição do capital social. X
36 Menção quanto a eventos subsequentes. X

NOTAS EXPLICATIVAS



54 
 

Quanto à forma de tributação das empresas, foi constatado que todas as 

empresas apresentaram uma nota explicativa informando a sua forma de tributação, 

que nesses casos em análises eram Lucro Presumido ou Lucro Real. 

Em relação a informações sobre Provisões, Ativos e Passivos Contingentes, 

foi constatado que as empresas não divulgaram dados acerca desse item. 

Sobre as informações quando aos Estoques, todas as empresas analisadas 

mencionam em nota específica que o estoque foi avaliado pelo custo médio de 

aquisição. Por outro lado, em relação a categorias de estoques, não é mencionado o 

tipo de mercadoria ou produto que compõe os estoques. Também foi constatado que 

nenhuma das empresas menciona o teste de recuperabilidade, pois o mesmo não é 

realizado. 

Relativamente ao Imobilizado, as notas explicativas mencionam que é 

demonstrado pelo valor de aquisição e as depreciações calculadas pelo método 

linear, através das taxas estabelecidas em função do tempo de vida útil, fixadas por 

espécie de bens, de acordo com parâmetros estabelecidos pela Legislação 

Tributária vigente. Entretanto, não mencionam a vida útil, taxas aplicadas, o valor 

contábil bruto e a amortização e o teste de recuperabilidade, que não é praticado. 

Já em relação ao Leasing financeiro, foi constatado que as empresas 

analisadas não apresentaram esse tipo de operação. 

 No que se refere ao Intangível (método de cálculo da amortização, vidas úteis 

e/ou taxas aplicadas, valor contábil bruto e amortização acumulada…), também foi 

constatado que as empresas não apresentaram informações quanto a esse item. 

 Quanto às informações sobre empréstimos e/ou financiamentos, as empresas 

divulgaram apenas que os saldos de empréstimos e financiamentos estão 

registrados pelos valores originais de captação. As entidades poderiam ainda 

colocar as informações de prazo de pagamento e taxas de juros para captação dos 

recursos. 

 Em relação às informações sobre composição do capital social, todas as 

empresas informaram a composição do capital social, sua integralização, a 

quantidade e o valor das quotas. E sobre a menção quanto a eventos subsequentes, 



55 
 

foi constatado que as empresas não apresentaram informações sobre possíveis 

eventos subsequentes. 

5.2 Análise das entrevistas 

As informações a seguir foram coletadas através de uma entrevista 

direcionada aos gestores das 10 (dez) empresas selecionadas. O roteiro da 

entrevista foi constituído de 12 (doze) questões, elaboradas com o intuito de obter 

elementos acerca das informações fornecidas por essas empresas ao escritório de 

contabilidade. 

5.2.1 Resposta dos gestores 

O Quadro 10 demonstra a relação das perguntas e respostas dos 

entrevistados. As opções de resposta eram “Sim”, “Não” e “Não se Aplica”, sendo 

que essas deveriam ser justificadas. 

Quadro 10 – Perguntas e respostas dos gestores 

 
Fonte: Do autor (2016). 

 

Sim Não Não se Aplica

1 9 0

5 5 0

2 6 2

3 7 0

0 10 0

9 1 0

4 5 1

3 7 0

2 1 7

4 6 0

4 6 0

2 8 0

Perguntas
1 - A empresa pratica alguma atividade diferente daquelas relacionadas no contrato social? 
Justifique.

2 - A empresa envia todos os documentos para serem contabilizados pelo escritório de 
contabilidade? Justifique.

3 - O saldo da conta contábil clientes no Balanço Patrimonial é igual ao saldo dos controles 
internos da empresa? Justifique.
4 - O saldo da conta contábil estoque no Balanço Patrimonial é igual ao saldo do inventário 
levantado pela empresa? Justifique.
5 - É informado ao escritório de contabilidade se os itens do estoque e do imobilizado 
sof