0 

 

 

UNIVERSIDADE DO VALE DO TAQUARI – UNIVATES 

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AMBIENTE E 

DESENVOLVIMENTO (PPGAD) 

 

 

 

 

 

 

 

 

INCUBADORAS GAÚCHAS DE EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA 

(IEBT) COM ATUAÇÃO NA ÁREA DO AGRONEGÓCIO: ANÁLISE 

COMPARATIVA E DISSEMINAÇÃO DE PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS 

 

 

Renato Santiago Quintal 

 

 

 

 

 

 

 

LAJEADO 

2020 

 



1 

Renato Santiago Quintal 

 

 

 

 

 

 

 

INCUBADORAS GAÚCHAS DE EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA 

(IEBT) COM ATUAÇÃO NA ÁREA DO AGRONEGÓCIO: ANÁLISE 

COMPARATIVA E DISSEMINAÇÃO DE PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS  

 

 

 

 

 

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação 

em Ambiente e Desenvolvimento da 

Universidade do Vale do Taquari como parte da 

exigência para a obtenção do grau de Doutor em 

Ambiente e Desenvolvimento, área de 

concentração Espaço, Ambiente e Sociedade. 

 

Orientadora: Profa. Dra. Simone Stülp 

 

 

 

 

 

LAJEADO 

2020 

 



2 

 

LOMBADA 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



3 

 

FOLHA DE CATALOGAÇÃO 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



4 

 

 

FOLHA DE APROVAÇÃO 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



5 

 

 

 

 

 

 

 

DEDICATÓRIA 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dedico este trabalho aos meus amados pais, 

Daniel de Caires Quintal (in memorian) e 

Elizabeth Emília Santiago Quintal (in 

memorian), e aos meus queridos irmãos, 

Márcia, Marcos Henrique, Luiz Daniel, Marieta 

e respectivas famílias. 

 

 

 

 

 

 

 

 



6 

 

 

 

AGRADECIMENTOS 

 

Ao Criador, pela saúde, serenidade e motivação.  

À Universidade do Vale do Taquari (Univates), corporificada pelos seus docentes, 

discentes e servidores, pela chance de desfrutar do saudável ambiente acadêmico ao longo dos 

últimos quatro anos. Ao corpo docente do Programa de Pós-graduação em Ambiente e 

Desenvolvimento (PPGAD), agradeço os valorosos ensinamentos e a oportunidade de 

usufruir do rico ambiente de produção de conhecimento. Não poderia de deixar de render 

saudações especiais à atual coordenadora do Programa, Professora Doutora Neli Teresinha 

Galarce Machado.  

À Professora Doutora Simone Stülp, por ter aceitado me orientar, pelo 

compartilhamento de valiosos conhecimentos, pela consideração, pela paciência e pelo 

tratamento cordial e gentil a mim dispensado ao longo de todo o processo de elaboração desta 

pesquisa. 

Aos Professores Doutora Neli Teresinha Galarce Machado, Doutor Samuel Martim de 

Conto e Doutor Daniel Ricardo Arsand, pela gentileza de aceitarem participar da banca de 

avaliação da tese e pelas valiosas contribuições ao conteúdo do presente estudo. Ao Professor 

Doutor Renato de Oliveira, pelos ensinamentos transmitidos na fase inicial deste estudo, bem 

como pela forma gentil e cordial como sempre me tratou.  

À Presidência da Reginp; Direção Executiva de Parques Científicos e Tecnológicos; 

Direção de Inovação e Empreendedorismo; Direção de Centro de Empreendimentos; 

Coordenação de Startups, Empreendedorismo e Incubação de Empresas; às Gestorias de 

Incubadoras; aos Conselhos, Corpo de Pesquisa e Corpo Funcional dos ecossistemas de 

inovação visitados (Inovates, Itunisc, Hestia, Raiar, CEI, CBIOT, Ulbratech, Ieitec, Unitec, 

Itec, Criatec, Agittec, Innovatio, Pelotas Parque), registro o meu mais sincero agradecimento 

pelas essenciais contribuições ao trabalho. 

Aos sócios-fundadores das empresas estudadas (Naiaja Sulzbach Saúde Animal, 

Plantare Sustentável, Ressonare Engenharia de Automação, Conífera Engenharia de Meio 

Ambiente; Owntec Soluções em Engenharia, Tekann Mobile Solutions, Elysios Agricultura 

Inteligente, Mais Abelhas Apicultura, XL7 Data Science, E-Aware Technologies, Agrega 



7 

Pesquisa e Desenvolvimento em Biotecnologia, BioIn Biotecnologia, Befer Agroindustrial & 

Comercial, Creare Sistemas, Air Projetos de Maquinas e Confiabilidade, Duo Engenharia 

Criativa, Raks Tecnologia Agrícola, Arpac Indústria de Aeronaves, Empresa Caxiense de 

Comércio e Soluções em Biotecnologia, Exec Serviços de Informação e Tecnologia, Agex Tec 

Assessoria e Previsões Agrícolas, Doled Automação e Iluminação, Agridados Tecnologia em 

Agronegócios, Auster Imagens e Monitoramentos Aéreos, Diferencial AGR Curso de 

Aprendizagem, Zeit Portabilidade em Análises Químicas, Agrobotics Engineering, Green 

Next Soluções Inteligentes para o Produtor Moderno, SProject, Partamon e Vantum 

Plataforma Online de Processamento de Dados) e aos demais colaboradores, pela 

generosidade em doar parcela expressiva dos seus tempos disponíveis para compartilhar 

conhecimento, experiência e percepções, conteúdo imprescindível para tornar possível este 

singelo estudo. 

Às valorosas equipes que silenciosamente labutam nas Secretarias dos Programas de 

Pós-Graduação, em especial do PPGAD, nas secretarias dos cursos técnicos e de graduação, 

nas bibliotecas e nos setores de Conservação, Limpeza e Serviços Gerais desta Universidade, 

manifesto o meu profundo agradecimento. 

Aos amigos discentes com os quais tive a satisfação de conviver no período de 2016 a 

2020, agradeço o ambiente camarada, saudável e fraternal nos profícuos quatro anos de 

atividades. 

À Administração Naval, por contribuir para que este projeto fosse viabilizado, registro 

o meu agradecimento. Formulo um agradecimento particular aos amigos do Centro de Ensino 

de Ciências Sociais da Escola Naval, em especial a Cláudio Gomes Aldêa, Marcello José 

Gomes Loureiro, Wellington Dantas de Amorim e Ana Carolina Aguilera Negrete, pela 

inestimável ajuda nas ocasiões em que precisei viajar para o Rio Grande do Sul, a fim de 

cumprir as atividades do curso na adorável e acolhedora cidade de Lajeado, separada do Rio 

de Janeiro por quase 1.700 km, praticamente a mesma distância de Amsterdã a Roma, o que 

evidencia as dimensões continentais do Brasil. 

Aos familiares e amigos que me apoiaram na etapa final da redação, apresento a minha 

gratidão, em especial a Andreia Rangel, Senhora Angelita dos Santos e Raquel dos Santos, 

Gláucia Santos e Iracema Reis. 

A todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização desta empreitada, 

agradeço imensamente. 

 



8 

 

 

 

 

 

 

EPÍGRAFE 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Para os bons dias, gratidão. Para os dias difíceis, 

fé. Para os dias de saudade, tempo. Para todos os 

dias, coragem.” Francisco Cândido Xavier (1910-

2002) 

 



9 

 

 

RESUMO 

 

A presente tese assumiu como tema a análise de Incubadoras de Empresas de Base 

Tecnológica com área de atuação no agronegócio. O objetivo geral da pesquisa é analisar 

comparativamente as Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica, bem como suas 

empresas pré-incubadas, incubadas, graduadas ou associadas, situadas no estado do Rio 

Grande do Sul, vinculadas à Rede Gaúcha de Ambientes de Inovação, com área de atuação no 

agronegócio. O levantamento de dados foi, majoritariamente, realizado por entrevistas face a 

face. Foi empregado o método de entrevista semiestruturada, utilizando-se questões abertas 

dispostas em um roteiro. Foram realizadas 16 entrevistas com gestores e consultores dos 

ecossistemas de inovação e 31 entrevistas com os empreendedores das empresas participantes 

da pesquisa. Adicionalmente, foi utilizado o método de coleta de dados baseado em 

observações diretas. Foram analisados aspectos relacionados à subjetividade do 

empreendedor, à atividade empresarial e à gestão de incubadoras. Acerca dos principais 

achados envolvendo incubadoras e empresas, convém elencar os seguintes: disponibilização 

de suporte material e intelectual aos empreendedores; promoção de cursos e treinamentos 

periódicos; inserção de mestres e doutores nas empresas, por intermédio de ações 

universitárias e programas governamentais específicos; identificação de ideias promissoras 

desde os cursos de graduação e incentivo à participação de alunos nos processos de 

incubação; tecnologias desenvolvidas plenamente inseridas no contexto da Agricultura 4.0; 

demanda por ferramentas gerenciais que vão além da administração tradicional; e 

oportunidades de melhoria nas áreas de gestão da propriedade intelectual e planejamento 

fiscal e tributário. Ao final do trabalho, foi proposta uma cartilha de práticas sustentáveis para 

gestão de incubadoras e empresas de base tecnológica com atuação no agronegócio, 

contemplando os principais achados da pesquisa.  

 

Palavras-chaves: Planejamento em Ciência e Tecnologia. Incubadoras de Empresas de Base 

Tecnológica. Tecnologias ambientais. 

 

 

 



10 

 

 

ABSTRACT 

 

The present thesis took as its theme the analysis of Technological Based Business Incubators 

with an area of expertise in agribusiness. The general objective of the research is to 

comparatively analyze the Technology-Based Business Incubators, as well as their pre-

incubated, incubated, graduated or associated companies, located in the state of Rio Grande 

do Sul, linked to the Rio Grande do Sul’s Network of Innovation Environments, with an area 

of expertise in agribusiness. The data collection was mostly carried out through face-to-face 

interviews. The semi-structured interview method was used, using open questions arranged in 

a script. Sixteen interviews were conducted with managers and consultants of the innovation 

ecosystems and thirty-one interviews with the entrepreneurs of the companies participating in 

the research. Additionally, the data collection method based on direct observations was used. 

Aspects related to the subjectivity of the entrepreneur, business activity and incubator 

management were analyzed. Regarding the main findings involving incubators and 

companies, it is worth mentioning the following: provision of material and intellectual 

support to entrepreneurs; promotion of periodic courses and training; insertion of masters and 

doctors in companies, through university actions and specific government programs; 

identification of promising ideas from undergraduate courses and encouraging the 

participation of students in the incubation processes; developed technologies fully inserted in 

the context of Agriculture 4.0; demand for management tools that go beyond traditional 

management; and opportunities for improvement in the areas of intellectual property 

management and fiscal and tax planning. At the end of the work, a booklet of sustainable 

practices was proposed for the management of incubators and technology-based companies 

operating in agribusiness, covering the main findings of the research. 

Keywords: Science and Technology Planning. Technology-based Business Incubators. 

Environmental technologies. 

 

 

 

 



11 

 

 

LISTA DE ILUSTRAÇÕES 

 

LISTA DE QUADROS 

Quadro 1 – Repertório de conhecimentos úteis em ecossistemas de inovação ........................ 43 

Quadro 2 – IEBT associadas à Reginp e suas principais características .................................. 62 

Quadro 3 – IEBT associadas à Reginp e empresas com área de atuação no agronegócio ....... 68 

Quadro 4 – IEBT e agtech participantes do estudo .................................................................. 70 

Quadro 5 – Panorama das entrevistas realizadas ao longo das visitas técnicas ....................... 82 

Quadro 6 – Elementos de construção da Inovates/Univates e das agtech participantes  da 

pesquisa .................................................................................................................................... 87 

Quadro 7 – Elementos de construção da Itunisc/Unisc e das agtech participantes  da pesquisa

 .................................................................................................................................................. 88 

Quadro 8 - Elementos de construção da Hestia/UFRGS e da agtech participante da pesquisa 89 

Quadro 9 – Elementos de construção da Raiar/PUCRS e das agtech participantes da pesquisa

 .................................................................................................................................................. 90 

Quadro 10 – Elementos de construção do CEI/UFRGS e da agtech participante da pesquisa 91 

Quadro 11 – Elementos de construção do CBIOT/UFRGS e das agtech participantes da 

pesquisa .................................................................................................................................... 92 

Quadro 12 – Elementos de construção da Iteslu/Ulbra e da agtech participante da pesquisa .. 93 

Quadro 13 – Elementos de construção do Ieitec e das agtech participantes da pesquisa ......... 94 

Quadro 14 – Elementos de construção da Unitec/Unisinos e das agtech participantes da 

pesquisa .................................................................................................................................... 95 

Quadro 15 – Elementos de construção da Itec/UCS e da agtech participante da pesquisa ...... 96 

Quadro 16 – Elementos de construção da Criatec/Unijui e das agtech participantes da pesquisa

 .................................................................................................................................................. 97 

Quadro 17 – Primeira parte dos elementos de construção da Agittec/UFSM e das agtech 

participantes da pesquisa .......................................................................................................... 98 

Quadro 18  – Segunda parte dos elementos de construção da Agittec/UFSM e das agtech 

participantes da pesquisa .......................................................................................................... 99 

Quadro 19 – Elementos de construção da Innovatio/FURG e das agtech participantes da 

pesquisa .................................................................................................................................. 100 

Quadro 20 – Elementos de construção do Pelotas Parque Tecnológico e das agtech 

participantes da pesquisa ........................................................................................................ 101 

 

 

 

 

 

 

 

 

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12 

LISTA DE FIGURAS 

 

Figura 1- Diferenças entre sistemas e ecossistemas de inovação ............................................. 33 

Figura 2- Domínios do Ecossistema Empreendedor ................................................................ 35 

Figura 3 - Parques Científicos e Tecnológicos no RS – 2017 .................................................. 38 

Figura 4 - Incubadoras Tecnológicas no RS – 2017 ................................................................. 39 

Figura 5 - Distribuição das agtech pelo território brasileiro ..................................................... 52 

Figura 6 - Sequência das visitas técnicas realizadas pelo pesquisador..................................... 73 

Figura 7 - Incubadora Tecnológica da Universidade do Vale do Taquari (Inovates) e agtech 

participantes da pesquisa .......................................................................................................... 73 

Figura 8 - Incubadora Tecnológica da Universidade de Santa Cruz do Sul (Itunisc) e agtech 

participantes da pesquisa .......................................................................................................... 74 

Figura 9 - Incubadora Tecnológica Hestia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul 

(Hestia/UFRGS) e agtech participante da pesquisa .................................................................. 75 

Figura 10 - Incubadora Multissetorial de Empresas de Base Tecnológica da Pontifícia 

Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Raiar/PUCRS) e agtech participantes da 

pesquisa .................................................................................................................................... 76 

Figura 11 - Centro de Empreendimento em Informática da Universidade Federal do Rio 

Grande do Sul (CEI/UFRGS) e agtech participante da pesquisa ............................................. 76 

Figura 12 - Incubadora Empresarial do Centro de Biotecnologia da Universidade Federal do 

Rio Grande do Sul (IE-CBIO/UFRGS) e agtech participantes da pesquisa ............................. 77 

Figura 13 - Incubadora Tecnológica Empresarial da Universidade Luterana do Brasil 

(Iteslu/Ulbra) e agtech .............................................................................................................. 77 

Figura 14 - Incubadora do Instituto Empresarial de Incubação e Inovação Tecnológica (Ieitec) 

e agtech ..................................................................................................................................... 78 

Figura 15 - Incubadora Tecnológica da Universidade do Vale do Rio dos Sinos 

(Unitec/Unisinos) e agtech participantes da pesquisa .............................................................. 78 

Figura 16 - Incubadora Tecnológica de Caxias do Sul (Itec/UCS) e agtech participante da 

pesquisa .................................................................................................................................... 79 

Figura 17 - Incubadora de Empresas de Inovação Tecnológica da Universidade Regional do 

Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Criatec/Unijuí) e agtech participantes da pesquisa

 .................................................................................................................................................. 79 

Figura 18 - Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia da Universidade Federal de 

Santa Maria (Agittec/UFSM), incubadora e agtech participantes da pesquisa ........................ 80 

Figura 19 - Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Universidade Federal do Rio 

Grande (Innovatio/Furg) e agtech participantes da pesquisa .................................................... 80 

Figura 20 -  Incubadoras de Empresas do Pelotas Parque Tecnológico e agtech participantes 

da pesquisa ................................................................................................................................ 81 

Figura 21 - Origens da oportunidade de criação das agtech ................................................... 104 

Figura 22 - Relacionamento da agtech com o meio acadêmico ............................................. 107 

Figura 23 - Parcerias de agtech com grandes empresas ......................................................... 108 

Figura 24 - Constituição das agtech ....................................................................................... 116 

Figura 25 - Ano de fundação das agtech................................................................................. 118 

Figura 26 - Áreas de atuação das agtech ................................................................................ 119 

Figura 27 - Corpo funcional das agtech.................................................................................. 122 

Figura 28 - Participação das mulheres nas equipes ................................................................ 123 

Figura 29 - Níveis de expertise administrativa, técnica e de programação ............................ 124 

Figura 30 - Composição do conjunto de clientes ................................................................... 129 

Figura 31 - Proteção de propriedade intelectual das agtech ................................................... 133 

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file:///E:/PPGAD_Final/18JUN2020/Minuta_TESE_RenatoSantiagoQuintal_19JUN2020.docx%23_Toc43507274


13 

Figura 32 - Origens dos investimentos das agtech ................................................................. 135 

Figura 33 - Grau de dificuldade para captação de investimentos ........................................... 136 

Figura 34 - Local de instalação da agtech .............................................................................. 144 

Figura 35 - Complementariedade de perfis e experiência como empreendedor .................... 144 

Figura 36 - Frente da cartilha “Sugestões de práticas sustentáveis para incubadoras e agtech”

 ................................................................................................................................................ 146 

Figura 37 - Verso da cartilha “Sugestões de práticas sustentáveis para incubadoras e agtech”

 ................................................................................................................................................ 147 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



14 

 

LISTA DE GRÁFICOS 

 

Gráfico 1 – Possíveis contribuições das agtech ao agronegócio ............................................ 113 

Gráfico 2 – Classificação das agtech estudadas em categorias .............................................. 115 

Gráfico 3 – Classificação das agtech estudadas por natureza jurídica ................................... 115 

Gráfico 4 – Classificação das agtech conforme o porte ......................................................... 116 

Gráfico 5 – Distribuição de agtech estudadas entre optantes e não optantes pelo Simples 

Nacional .................................................................................................................................. 117 

Gráfico 6 – Distribuição das agtech estudadas pelo ano de início das atividades. ................. 118 

Gráfico 7 – Distribuição dos principais projetos das agtech estudadas. ................................. 119 

Gráfico 8 – Distribuição de agtech pelo quantitativo de sócios ............................................. 121 

Gráfico 9 – Composição societária das agtech estudadas por gênero. ................................... 122 

Gráfico 10 – Distribuição dos sócios de acordo com a titulação acadêmica .......................... 123 

Gráfico 11 – Distribuição dos sócios por área de formação ................................................... 125 

Gráfico 12 – Distribuição dos grupos de interesse das agtech estudadas ............................... 128 

Gráfico 13 – Fontes de recurso dos empreendedores ............................................................. 134 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

file:///C:/Users/Róger/Desktop/Renato_04062020.docx%23_Toc42240306


15 

 

 

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 

 

Agittec Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia  

Anprotec 
Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos 

Inovadores 

APL Arranjo Produtivo Local 

APP Área de Preservação Permanente 

CBIOT Centro de Biotecnologia 

CEI Centro de Empreendimentos em Informática 

Ciemsul Centro de Incubação de Empresas da Região Sul 

CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 

CRC/RS Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul 

Criatec Incubadora de Empresas de Inovação Tecnológica da Unijuí 

CT&I Ciência, Tecnologia e Inovação 

DNA Ácido desoxirribonucleico 

EAD Ensino a Distância 

EDIR/RS Escritório de Exame e Difusão Regional 

ENCTI Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação 

ESA Escola Superior de Advocacia  

Esalq Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" 

ESPM Escola Superior de Propaganda e Marketing 

EUA Estados Unidos da América 

Fapergs Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul 

Farsul Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul  

Feevale Universidade Feevale 

Fiesp Federação das Indústrias do Estado de São Paulo 

Finep Financiadora de Estudos e Projetos 

FMP 
Faculdade de Direito da Fundação Escola Superior do Ministério 

Público 

FUPF Fundação Universidade de Passo Fundo 

Furg Fundação Universidade Federal do Rio Grande 

GPS Sistema de Posicionamento Global 

ICT Instituto de Ciência e Tecnologia 

IEBT Incubadora de Empresas de Base Tecnológica 

Ieitec Instituto Empresarial de Incubação e Inovação Tecnológica 

IFSul Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Riograndense 

Imed Faculdade Meridional 

Innovatio Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da FURG 

Inovates Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Univates 

INPI Instituto Nacional da Propriedade Industrial 

Itel Incubadora Tecnológica Liberato 



16 

Iteslu 
 Incubadora Tecnológica Empresarial da Universidade Luterana do 

Brasil 

ITSM Incubadora Tecnológica de Santa Maria 

Itunisc Incubadora Tecnológica da Unisc 

LED Diodo Emissor de Luz 

MCTIC Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações 

MEI Microempreendedor Individual 

MPE Micro e Pequena Empresa 

OAB/RS Ordem dos Advogados do Brasil – Secção do Rio Grande do Sul 

OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico 

ONU Organização das Nações Unidas 

P&D Pesquisa e Desenvolvimento 

PACTI Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação 

Pappe Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas 

PCT Política Científica e Tecnológica 

PCTI Política Científica, Tecnológica e de Inovação 

PIB Produto Interno Bruto 

Pintec Pesquisa de Inovação 

PITCE Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior 

PPGAD Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento 

PPGBiotec Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia  

PPGSAS Programa de Pós-Graduação em Sistemas Ambientais Sustentáveis 

PPGCC Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis 

PPGD Programa de Pós-Graduação em Direito 

Pró-Inovação Programa de Incentivo à Inovação nas Empresas Brasileiras 

PUCRS Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul 

PWC PricewaterhouseCoopers 

Reginp  Rede Gaúcha de Ambientes de Inovação 

RHAE Recursos Humanos em Áreas Estratégicas 

Sebrae Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas 

Senac Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial 

SNCTI Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação 

SPPT Sistema Paulista de Parques Tecnológicos 

TCC Trabalho de Conclusão de Curso 

TIC Tecnologia da Informação e Comunicação 

UCPel Universidade Católica de Pelotas 

UCS Universidade de Caxias do Sul 

UFPel Universidade Federal de Pelotas 

UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul 

UFSC Universidade Federal de Santa Catarina 

UFSM Universidade Federal de Santa Maria 

Ulbra Universidade Luterana do Brasil 

Unifra Universidade Franciscana 

Unijuí Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul 



17 

Unilasalle Universidade La Salle 

UniRitter Centro Universitário Ritter dos Reis 

Unisc Universidade de Santa Cruz do Sul 

Unisinos Universidade do Vale do Rio dos Sinos 

Unitec Unidade de Inovação e Tecnologia da Unisinos 

Univates Universidade do Vale do Taquari 

URI Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões 

Urinova Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da URI Santo Ângelo 

USP Universidade de São Paulo 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



18 

 

 

SUMÁRIO 

 

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 20 

2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 27 

2.1 Políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação (PCTI) ...................................................... 27 

2.2 Sistemas e ecossistemas de Inovação ............................................................................... 31 

2.3 Incubação de Empresas .................................................................................................... 36 

2.4 O gerente da incubadora .................................................................................................. 40 

2.5 O empreendedor ............................................................................................................... 42 

2.6 Repertório de conhecimentos úteis em ecossistemas de Inovação ............................... 43 

2.7 Apontamentos sobre o agronegócio ................................................................................. 45 

2.8 As agtech ............................................................................................................................ 50 

2.9 A Agricultura 4.0 ............................................................................................................... 52 

2.10 Futuro da agricultura ..................................................................................................... 54 

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ...................................................................... 62 

4 COLETA DE DADOS ......................................................................................................... 72 

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................... 86 

5.1 Elementos de construção das incubadoras e agtech participantes da pesquisa ........ 102 

5.2 Principais aspectos relacionados à subjetividade do empreendedor ......................... 102 

5.2.1 Benefícios do processo de incubação .......................................................................... 103 

5.2.2 Motivo da escolha da incubadora .............................................................................. 104 

5.2.3 Expectativas para o processo de incubação .............................................................. 106 

5.2.4 Relacionamento da agtech com a incubadora e com as demais agtech .................. 107 

5.2.5 Relacionamento da agtech com atores externos ....................................................... 108 

5.2.6 Principais demandantes por inovação ....................................................................... 110 

5.2.7 Perspectivas pós-incubação ........................................................................................ 110 

5.2.8 Possíveis contribuições ao agronegócio ...................................................................... 114 

5.3 Principais aspectos relacionados à atividade empresarial .......................................... 114 

5.3.1 Informações gerais das agtech .................................................................................... 120 

5.3.2 Mudanças no segmento de atuação ao longo da trajetória da agtech .................... 121 

5.3.3 Quadro societário ........................................................................................................ 128 

5.3.4 Grupos de Interesse ..................................................................................................... 130 



19 

5.3.5 Formulação do Planejamento Estratégico e do Plano de Negócios......................... 131 

5.3.6 Ações de Marketing e Publicidade ............................................................................. 132 

5.3.7 Proteção da Propriedade Intelectual ......................................................................... 133 

5.3.8 Planejamento Fiscal e Tributário em CT&I ............................................................. 134 

5.3.9 Fontes de recursos utilizadas ...................................................................................... 135 

5.3.10 Ações para captação de recursos .............................................................................. 136 

5.4 Principais aspectos relacionados à gestão de incubadora ........................................... 137 

5.4.1 Colaboradores .............................................................................................................. 137 

5.4.2 Infraestrutura disponibilizada ................................................................................... 138 

5.4.3 Marketing e Publicidade ............................................................................................. 138 

5.4.4 Proteção da Propriedade Intelectual ......................................................................... 139 

5.4.5 Informação Tecnológica .............................................................................................. 140 

5.4.6 Parcerias ....................................................................................................................... 141 

5.4.7 Interação e troca de informações ............................................................................... 142 

5.4.8 Inserção no Agronegócio ............................................................................................. 125 

5.5 Cartilha de sugestões de práticas sustentáveis para incubadoras e agtech ............... 145 

CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 149 

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 154 

APÊNDICES ......................................................................................................................... 164 

APÊNDICE A – Roteiro de entrevista nº 01 ....................................................................... 164 

APÊNDICE B – Roteiro de entrevista nº 02 ...................................................................... 165 

APÊNDICE C – Roteiro de entrevista nº 03 ...................................................................... 166 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



20 

 

1 INTRODUÇÃO  

 

 

Ao longo dos trinta últimos anos, o ambiente econômico mundial vivencia um 

momento de considerável dinâmica tecnológica e de significativo incremento da concorrência. 

O progresso técnico e a concorrência internacional fazem supor que, sem o suficiente aporte 

de recursos financeiros para ciência, tecnologia e inovação, uma nação improvavelmente 

atingirá o desenvolvimento efetivo (REZENDE, 2010). 

Para Conceição (2000), o conceito de inovação encontra-se relacionado à noção de 

tecnologia, a qual pode ser resumida como o conhecimento técnico atrelado à produção de 

bens e serviços. Trata-se de um conceito que remonta à definição clássica formulada por 

Joseph Schumpeter em sua obra Teoria do Desenvolvimento Econômico, de 1934. Uma 

definição moderna de inovação, sob inspiração schumpeteriana, foi atribuída a Niosi et al. 

(1993, p.209), os quais a vislumbraram como “(...) novos e melhores produtos e processos, 

novas formas organizacionais, a aplicação da tecnologia existente em novos campos, a 

descoberta de novos recursos e a abertura de novos mercados”. 

Os sistemas de inovação são descritos por sua aptidão de interação, por meio da 

articulação dos seus componentes, para a produção de conhecimento, sua difusão e emprego, 

de modo competitivo e lucrativo. A denominação de sistema regional ou local de inovação é 

empregada quando se empreende a análise e a contextualização de uma região pertencente a 

um sistema nacional de inovação, não podendo desconsiderar a ingerência do sistema 

nacional de inovação sobre o sistema regional (TERRA, 2007). 

Em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), existe uma gama de definições que 

descrevem a reunião de empreendimentos de base tecnológica. A delimitação de polo 

tecnológico é usada no sentido de delinear uma área onde exista uma reunião maior de 

atividades tecnológicas do que em outras localidades. No estado de São Paulo, as cidades de 

Campinas, São José dos Campos e São Carlos são exemplos típicos de polos tecnológicos. 

Outra conceituação desenvolvida está relacionada aos Arranjos Produtivos Locais (APL), que 

são objeto de interesse da Secretaria de Desenvolvimento, do Serviço Brasileiro de Apoio às 

Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo 

(Fiesp), com o propósito de estimular a competitividade e a sustentabilidade de micro e 



21 

pequenas empresas, não estando a inovação tecnológica no cerne principal dessa abordagem. 

Judice e Baeta (2002) apontam que APL são concentrações geográficas de empresas 

inter-relacionadas, pertencentes ao mesmo setor ou à mesma cadeia produtiva, cuja 

proximidade física e interesses contribuem para que coexistam em regime de colaboração 

e/ou competição, fomentando vantagens competitivas dinâmicas em mercados globais. 

Por último, faz-se necessário elencar o entendimento acerca de incubadoras de base 

tecnológica: são organizações que almejam especificamente acolher e fomentar micro e 

pequenas empresas, a fim de tornar viável seu avanço inicial e temporário, além de 

igualmente tornar viável a sua criação (STEINER; CASSIM; ROBAZZI, 2008). 

Nesse contexto, essas empresas almejam alcançar mercados a partir do 

desenvolvimento de produtos ou processos aptos a distingui-las dos seus competidores, bem 

como franquear novas oportunidades ou segmentos de mercado. Para Iacono, Almeida e 

Nagano (2011), as empresas de base tecnológica, especialmente quando incorporadas a 

incubadoras de empresas, passam a compartilhar de um ambiente propício ao 

desenvolvimento de tecnologias e outros benefícios, tais como: facilitação de acesso a 

universidades e centros de pesquisa, assistência gerencial, redução de custos operacionais e 

acesso a financiamentos subvencionados. 

Nessa seara, parques tecnológicos estão associados a ambientes de inovação. São 

ferramentas utilizadas em nações desenvolvidas e em desenvolvimento com o objetivo de 

conferirem maior dinamismo às suas economias regionais e nacionais, por meio da agregação 

de teor de conhecimento. Adicionalmente, são estruturas que têm o propósito de transformar 

conhecimento em riqueza. Sendo assim, esses países tornam-se mais competitivos na esfera 

internacional, geram empregos qualificados, recolhem impostos e promovem o bem-estar 

social. É característico que parques tecnológicos estejam localizados nas cercanias de 

universidades e centros de pesquisa, polos produtores de conhecimento e formadores de 

recursos humanos qualificados. Trata-se de uma aproximação que gera sinergia e 

oportunidade. No estado de São Paulo, o Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPPT) 

foi idealizado com o objetivo de compilar uma política que fomentasse o surgimento e o 

estabelecimento de conexões entre os parques tecnológicos no estado. Fez-se necessária a 

associação entre o poder público – e as suas diferentes esferas –, a academia e o setor privado, 

especialmente representado pelos segmentos empresarial e imobiliário (STEINER; CASSIM; 



22 

ROBAZZI, 2008). 

No território rio-grandense-do-sul, atua a Rede Gaúcha de Ambientes de Inovação 

(Reginp). Trata-se de uma associação civil sem fins lucrativos criada em 11 de novembro de 

2005 por gerentes de incubadoras em conjunto com entidades de apoio, concebida como 

pessoa jurídica de direito privado, dotada de autonomia administrativa, financeira, jurídica e 

com ampla gestão de seus recursos e bens. Nesse sentido, firmou-se como uma das mais 

relevantes redes estaduais do País, congregando 14 parques tecnológicos e 26 incubadoras de 

empresas (REGINP, 2011). 

Este estudo considera que os ambientes de inovação gaúchos podem oferecer 

relevantes contribuições ao setor do agronegócio em âmbito regional e nacional, 

especialmente no contexto da Agricultura 4.0, que representou uma significativa mudança no 

paradigma produtivo agrícola, a partir do uso intensivo de tecnologias digitais integradas. 

Para Chagas (2019), o agronegócio brasileiro representa aproximadamente 23% do 

Produto Interno Bruto (PIB) nacional e se apresenta cada vez mais propenso a adotar a 

tecnologia para se aprimorar e se conservar competitivo no exterior. Esse arranjo tem logrado 

êxito, uma vez que o volume das exportações desse setor aumentou mais de 244% entre o 

período de 2000 a 2017. Chagas (2019) aponta que, no Rio Grande do Sul, onde o 

agronegócio é um setor robusto no desempenho da economia, equivalendo a 

aproximadamente 67% do total de exportações do estado, esse crescimento permanece 

igualmente substancial. 

O emprego de tecnologias da informação está modificando a agropecuária. O processo 

decisorial do produtor rural, consagradamente fundamentado na experiência, intuição e 

tradição, passou a ser embasado em informações exatas e em tempo real. Recentemente, 

sistemas de rastreamento via satélite, drones, sensores terrestres e outros dispositivos foram 

incorporados ao ambiente rural para reunir dados atinentes aos fatores que intervêm na 

produtividade, como incidência de pragas, propriedades do solo e alteração climática. 

Sistemas que possibilitam o monitoramento e operação remotamente, favorecendo o manejo 

da lavoura, são embarcados em tratores e máquinas agrícolas. Softwares viabilizam a análise 

de dados. Por consequência, a interconexão dessas soluções tecnológicas fomenta novos 

estímulos ao agronegócio (ZAPAROLLI, 2020). 

Essa conjuntura favorece o desenvolvimento de empresas inovadoras de base 



23 

tecnológica orientadas ao meio rural, também conhecidas como agtech. Esses 

empreendimentos representam um dos alicerces do ecossistema de inovação do agronegócio 

nacional, igualmente composto por centros de pesquisa, universidades, grandes 

conglomerados agropecuários, fabricantes de insumos e equipamentos para o campo e 

investidores. Nesse contexto, o Brasil tem se revelado um lócus propício para aparecimento, 

validação e estabelecimento de novas tecnologias desenvolvidas por esse tipo de startup. Tal 

fato está intrinsecamente associado à importância da agropecuária brasileira e ao robusto 

ambiente de inovação nesse setor. Nos últimos cinco anos, esse conjunto de agtech tem 

exibido sólidas evidências de crescimento, especialmente por ser um ambiente de risco ativo 

no Brasil, bem como pelo desejo dos principais atores do agronegócio pela integração 

tecnológica (VASCONCELOS, 2020). 

A presente tese assume como tema a análise de Incubadoras de Empresas de Base 

Tecnológica (IEBT) e agtech instaladas. 

O objetivo geral da pesquisa é analisar comparativamente as Incubadoras de 

Empresas de Base Tecnológica (IEBT), bem como suas agtech pré-incubadas, incubadas, 

graduadas ou associadas, situadas no estado do Rio Grande do Sul, vinculadas à Rede Gaúcha 

de Ambientes de Inovação (Reginp). 

Os objetivos específicos são: 

1) analisar as incubadoras e as agtech instaladas sob a ótica de práticas sustentáveis 

nos aspectos científico-tecnológico, gerencial e mercadológico; 

2) elaborar a análise comparativa das incubadoras e agtech instaladas; e 

3) propor uma Cartilha de práticas sustentáveis afetas às Incubadoras de Empresas de 

Base Tecnológica (IEBT) e agtech instaladas a partir das informações levantadas ao longo da 

pesquisa.  

Espera-se, ao final da pesquisa, responder às seguintes questões colocadas: 1) “Como 

estão estruturadas as incubadoras e as agtech instaladas sob a ótica de práticas sustentáveis 

nos aspectos científico-tecnológico, gerencial e mercadológico?”; 2) “Em que medida as 

incubadoras e as agtech se assemelham e se distinguem em relação aos aspectos citados 

anteriormente?”; e 3) “Como a gestão de incubadoras pode interferir nos resultados das 

mesmas, em termos de perfil e capacidade de sobrevivência das agtech instaladas?”. 

No que concerne à convergência da tese com linha de pesquisa do PPGAD, convém 



24 

apontar que o estudo em questão perpassa por questões afetas ao desenvolvimento, ao 

planejamento do espaço e às tecnologias ambientais, caracterizando a sua aderência às 

ciências ambientais e ao PPGAD, em especial à área de concentração “Espaço, Ambiente e 

Sociedade”, bem como à linha de pesquisa “Espaço e Problemas Socioambientais”. 

Conforme informações disponíveis na página institucional do PPGAD, a área de concentração 

do programa, entre outros aspectos, avalia modelos de desenvolvimento, planejamento do 

espaço, bem como análise e tecnologias ambientais. A linha de pesquisa aludida, entre os 

vários enfoques, estuda as implicações entre desenvolvimento, organizações produtivas e 

sociais e políticas públicas. Por oportuno, faz-se necessário mencionar que a pesquisa em 

questão encontra-se igualmente aderente às pesquisas conduzidas pela Professora Dra. 

Simone Stülp nas searas do desenvolvimento regional e das políticas de gestão em ciência, 

tecnologia e inovação. 

Vislumbra-se que a análise comparativa de Incubadoras de Empresas de Base 

Tecnológica (IEBT) resultará na propositura de uma cartilha de práticas sustentáveis, 

considerando-se que os atributos sociocultural, ambiental e econômico são as dimensões 

bases da sustentabilidade. 

A justificativa para se empreender a presente pesquisa é a atualidade e relevância do 

tema, além do destaque que o agronegócio e as agtech – acrônimo de “tecnologia agrícola” 

em inglês – sul-rio-grandenses ostentam em âmbito regional e nacional. Para Marconi e 

Lakatos (2002), a justificativa, entre outros aspectos, pode expressar igualmente a curiosidade 

do investigador e a possibilidade de revisitar, sob um novo olhar, uma experiência anterior do 

próprio pesquisador ou de outra pessoa ou instituição. Esses dois aspectos acima elencados 

sensibilizaram o pesquisador e despertaram o seu interesse; primeiramente, quando se 

deslocou aproximadamente 1.700 km – praticamente a mesma distância de Amsterdã a Roma 

– da sua cidade natal (Rio de Janeiro-RJ) para realizar o curso em uma nova cidade (Lajeado-

RS), situada em outra região do País, com características naturais, sociais, culturais e 

econômicas bastante distintas. Dadas as circunstâncias, a curiosidade e o interesse 

fomentaram esta pesquisa. Adicionalmente, representou para o autor a possibilidade de 

reexaminar, com um novo enfoque, tema – Análise de Instituições de Ciência e Tecnologia –  

com o qual manteve contato acadêmica e profissionalmente durante o Mestrado e no decurso 

da sua trajetória profissional, respectivamente.  

É oportuno salientar que empresas novas ou em fase de constituição, conforme 



25 

revelado por Brigidi (2009), padecem com a escassez de recursos e com a pouca idade. Nesse 

contexto, os recursos oriundos do conhecimento produzido no âmbito das Incubadoras de 

Empresas de Base Tecnológica representarão toda a diferença na sobrevivência e no 

desempenho das empresas instaladas. 

Conforme aponta Matias-Pereira (2013), a implementação conveniente das políticas 

públicas de fomento à inovação nas empresas no Brasil necessita produzir e incorporar novos 

conhecimentos que possibilitem o estudo de abordagens reformuladas acerca da gestão dessas 

políticas, perseguindo o incremento da competitividade das empresas. Portanto, pode ser 

caracterizada como uma área estratégica para o processo de desenvolvimento econômico, uma 

vez que, além de concorrer para a diminuição do déficit no balanço de pagamentos, favorece 

um sucessivo aperfeiçoamento na qualidade dos bens fabricados no Brasil. 

O enfoque dado ao agronegócio na presente pesquisa encontra-se aderente à relevância 

que o setor tem para o País e para a região do Vale do Taquari, onde se encontra localizado o 

PPGAD/Univates.  

Nesse contexto, convém destacar que a Univates vem oferecendo à comunidade 

lajeadense os Cursos Técnicos em Agronegócio
1
 e em Alimentos

2
. Oferece, também, o curso 

de graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental e os Programas de Pós-Graduação em 

Sistemas Ambientais Sustentáveis (PPGSAS)
3
 e em Biotecnologia (PPGBiotec)

4
. O PPGSAS 

contempla, na sua estrutura curricular, diversas disciplinas voltadas para o setor do 

agronegócio, especialmente “Legislação para Empreendimentos Industriais e Agrícolas” e 

“Sistemas Produtivos Avançados no Agronegócio”. Por sua vez, o PPGBiotec oportuniza as 

disciplinas "Bioecologia de Agroecossistemas e Controle Biológico", "Empreendedorismo em 

Biotecnologia" e "Bioeconomia". 

Adicionalmente, as transformações vivenciadas pelo setor do agronegócio em função 

da crescente utilização da tecnologia motivaram a escolha das unidades de análise do presente 

                                            
1
 Curso Técnico em Agronegócio da Univates. Disponível em: <https://www.univates.br/tecnicos/agronegocio>. 

   Acesso em: 27 fev. 2019. 

 
2
 Curso Técnico em Alimentos da Univates. Disponível em: <https://www.univates.br/tecnicos/alimentos> 

Acesso em: 10 jun. 2020. 

 
3
 Programa de Pós-Graduação em Sistemas Ambientais Sustentáveis. Disponível em: <https://www.univates.br/ 

   ppgsas/estrutura-curricular>. Acesso em: 27 fev. 2019.  

 
4
 Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia. Disponível em: <https://www.univates.br/ppgbiotec/estrutura-

curricular-doutorado>. Acesso em: 10 jun. 2020. 



26 

estudo, quais sejam IEBT associadas à Reginp e suas empresas pré-incubadas, incubadas, 

graduadas ou associadas com atuação no agronegócio. Para Chagas (2019), o avanço das 

novas tecnologias vem produzindo reflexos em distintos setores sociais e transformando o 

modo de se conduzir os negócios. As inovações tecnológicas estão progressivamente 

ocupando espaço e gerando impactos em diferentes setores econômicos. Para a autora 

supracitada, o setor do agronegócio, nesse sentido, igualmente vem conhecendo muitas 

transformações e benesses com as opções tecnológicas que aparecem no meio. Para ela, trata-

se de um tipo de negócio que demanda o gerenciamento de um expressivo volume de 

informações, desde o peso e a necessidade alimentar do rebanho até as condições climáticas e 

a necessidade de água no solo para que a plantação possa prosperar, por exemplo. 

Em função dos argumentos apresentados e da existência de significativo acervo 

bibliográfico e documental acerca da temática em pauta, tanto em âmbito nacional como 

internacional, bem como da possibilidade do acesso aos espaços a serem pesquisados, 

assegura-se a viabilidade da presente tese. 

Espera-se que os achados da pesquisa contribuam para uma melhor compreensão dos 

condicionantes ambientais (organizacionais e outros) das estruturas de fomento à inovação no 

Brasil, apontando fatores que permitam otimizar o desempenho dessas estruturas.  

Esta pesquisa é composta das seguintes seções, a saber: Introdução, Referencial 

Teórico, Procedimentos Metodológicos, Coleta de Dados, Análise dos Resultados e 

Discussões, Conclusão e Referências. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



27 

 

 

2 REFERENCIAL TEÓRICO 

 

 

Este capítulo é composto pelas seguintes seções, a saber: Políticas de Ciência, 

Tecnologia e Inovação; Sistemas e Ecossistemas de Inovação; Incubação de Empresas; O 

Gerente da Incubadora; O Empreendedor; Repertório de Conhecimentos Úteis em 

Ecossistemas de Inovação; Apontamentos sobre o Agronegócio; As agtech; A Agricultura 4.0; 

e Futuro da Agricultura. 

 

2.1 Políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação (PCTI) 

 

A atividade de inovação reúne incerteza, risco e elevado dispêndio de recursos 

financeiros, porém é capaz de contribuir para que a instituição, o segmento na qual está 

inserida e a nação como um todo alcancem notáveis benefícios (SENNES, 2009). 

A pesquisa de Cavalcante (2010), a partir da análise de indicadores agregados, busca 

estudar a aderência das políticas brasileiras de incentivo ao desenvolvimento científico e 

tecnológico e à inovação em face dos desafios criados pela evolução do sistema nacional de 

inovação e pelos paradigmas de desenvolvimento do sistema produtivo brasileiro. Nesse 

contexto, o cerne da pesquisa de Cavalcante (2010) é aprofundar os níveis de conexão entre 

os objetivos delineados e as ações de fato empreendidas, bem como avaliar a importância 

relativa dos distintos instrumentos que vêm sendo utilizados. O aludido pesquisador propõe 

que a condução de avaliações de PCTI seja estruturada em três componentes principais, a 

saber: 1) uma perspectiva sobre os mecanismos de transmissão que contemplem as atividades 

de CT&I e a sua conexão com o desenvolvimento econômico e social; 2) o estabelecimento 

de um rol de objetivos e diretrizes a partir dessa concepção; 3) a adoção de uma reunião de 

instrumentos com a finalidade de atingir os objetivos fixados. 

Velho (2011) argumenta que a evolução da PCTI ao longo do tempo encontra-se 

sensivelmente concatenada com a evolução do conceito prevalecente de ciência. Outrossim, 

como esse conceito sofreu modificações desde que o arcabouço institucional para PCTI foi 

produzido, igualmente foi modificada a lógica implícita à PCTI. Desse modo, existe a 



28 

possibilidade de se distinguir fases ou paradigmas no transcurso de evolução da PCTI, cada 

um deles descrito por uma lógica advinda de uma noção singular de ciência que estabelece o 

foco, as ferramentas e formas de gestão realizadas.  

Cavalcante (2010) argumenta que evidências acumuladas levaram à construção de 

padrões denominados modelos de integração estratégica e redes, por intermédio dos quais se 

busca compreender como se mesclam e interagem múltiplos fatores organizacionais, 

institucionais e econômicos nos processos de produção, difusão e uso da ciência e da 

tecnologia, tanto no contexto mais amplo da sociedade e das instituições quanto no das 

empresas e dos grupos empresariais globalizados. 

Velho (2011) expõe que o cerne da PCTI reside no bem-estar social. Para tal fim, 

compete à política pública de CT&I a atribuição de articulação, regulação e facilitação, 

asseverando a conectividade dos diversificados grupos de interesse. Aprimoram-se 

instrumentos para assegurar a participação social na delimitação de objetivos e instrumentos 

de política, bem como na divulgação de resultados. O estabelecimento de políticas deve ser 

verificado não somente na esfera nacional, mas igualmente nas esferas regionais e locais. 

Vislumbra-se que um rol de fatores poderia ser manejado para fomentar inovação, bem 

como para tornar mais dinâmicas as articulações entre necessidades e possibilidades na seara 

da produção de conhecimento. Portanto, considera-se que os aludidos fatores estabelecem 

condições para um bom delineamento de políticas públicas e para a viabilização da sua 

correspondente instrumentação, combinando as seguintes medidas: (1) fundos de 

financiamento de bolsas de pesquisa e outras modalidades de apoio concedidas por agências 

de fomento e instituições equivalentes; (2) incentivos fiscais; (3) incentivos financeiros, que 

contemplam desde a subvenção direta e a concessão de crédito em condições mais propícias 

até o suporte à constituição de fundos de capital de risco; (4) incentivos de infraestrutura e 

facilidades logísticas, especialmente nos ambientes de inovação; (5) condições de demanda 

por intermédio do poder de compra estatal; e (6) regulação da propriedade intelectual 

(CAVALCANTE, 2010). 

No contexto brasileiro, é relevante destacar que, no período compreendido entre a 

metade da década de 1990 até os dias atuais, diversas iniciativas de cunho governamental de 

PCTI foram empreendidas para fomentar a inovação tecnológica. Em resumo, a bibliografia 

sobre o tema elenca, entre as principais ações implementadas, as seguintes: a concepção dos 



29 

Fundos Setoriais, com início em 1999, atrelados ao Fundo Nacional de Desenvolvimento 

Científico e Tecnológico (FNDCT), com o propósito de patrocinar a inovação e o 

desenvolvimento da CT&I no País; a inauguração da Política Industrial, Tecnológica e de 

Comércio Exterior (PITCE), em 2003, almejando estimular uma política industrial assentada 

em inovação; a publicação da Lei de Inovação e da Lei do Bem, em 2004 e 2005, 

respectivamente; a apresentação do Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação 

(PACTI 2007-2010), em 2007; a extensão para o 2
o
 Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e 

Inovação (PACTI 2 – 2011-2014); instituição de programas inéditos de fomento à inovação e 

a remodelação de programas existentes, tais como Programa de Incentivo à Inovação nas 

Empresas Brasileiras (Proinovação), Programa Juro Zero, Programa de Apoio à Pesquisa em 

Empresa (Pappe) e Projeto Inovar (VIOTTI, 2008; MARINI; SILVA, 2011; BAGATTOLLI; 

DAGNINO, 2014; MCTIC/BRASIL, 2016 apud MAZZETTI et al., 2020, p. 107). 

As políticas públicas de fomento e financiamento que favorecem investimentos de 

longo prazo e geração de novas tecnologias por intermédio de dispêndios em pesquisa e 

desenvolvimento são categorias de investimento que se revestem de alto grau de risco, não 

sendo, usualmente, contempladas pelo sistema financeiro privado (SENNES, 2009). 

A Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI) 2016-2022 é o 

expediente de diretriz estratégica de médio prazo para a efetivação de políticas públicas em 

CT&I, além de prestar subsídio à elaboração das demais políticas de interesse. Formulado a 

partir de uma consulta pública e francamente discutido com os grupos de interesse, esse 

documento encadeia e aprimora a ENCTI 2012-2015, fortalecendo conteúdos exitosos ainda 

por avançar, revendo a trajetória e delineando novas intervenções convenientes para o cenário 

atual e para tendências vindouras. Concebido em capítulos que são adicionados de forma 

progressiva, o expediente almeja não somente projetar a estratégia de CT&I, seu escopo 

fundamental, mas evidenciar o estado da arte da política de CT&I empreendida 

nacionalmente, fundamentar as escolhas feitas e sumarizar multiplicidade de juízos em um 

veículo consistente para o aproveitamento de todos os interessados. Nesse contexto, o 

expediente é formado pela reunião de dois blocos de capítulos: o primeiro deles é 

representado pela descrição de uma conjuntura ampla da política nacional do setor, e o 

segundo por propostas mais estratégicas, que direcionarão as ações de CT&I nos anos 

seguintes (BRASIL, 2016). 

Convém registrar que existe uma lacuna para que os Estados possam operar por 



30 

intermédio de financiamentos a taxas de juros reduzidas, financiamentos não reembolsáveis 

ou subvenções. As políticas de competição e regulação têm como propósito a criação e a 

conservação de um cenário econômico de competição em esferas sensíveis para a inovação, 

agregando, ainda, políticas de propriedade intelectual. As políticas de apoio às micro, 

pequenas e médias empresas têm sido capazes de preencher uma atribuição relevante nas 

pautas econômicas de inovação. Igualmente, registra-se a relevância das políticas públicas na 

esfera da educação, voltadas à formação de um contingente de mão de obra capacitada, e nas 

áreas de CT&I, com a finalidade de impulsionar a produção de conhecimento na sociedade. 

Em última análise, faz-se necessário registrar a importância de que as políticas 

macroeconômicas, fiscal e monetária se harmonizem com os objetivos estabelecidos pelas 

políticas públicas e não se transformem em elementos restritivos do emprego e do 

desenvolvimento das políticas de inovação (SENNES, 2009). 

Conforme informações disponíveis na página institucional do Instituto Brasileiro de 

Geografia e Estatística (IBGE)
5
, a Pesquisa de Inovação (Pintec) é um estudo empreendido 

trienalmente, contemplando os setores de indústria, serviços, eletricidade e gás. Trata-se de 

uma investigação que tem o propósito de subsidiar a formulação de indicadores nacionais 

acerca das atividades de inovação realizadas pelas empresas brasileiras. A relevância da Pintec 

para o Brasil se manifesta em distintas áreas. Seus achados têm sido largamente empregados 

pela academia e por associações de classe, empresas e repartições governamentais de distintas 

esferas e regiões, pautando uma gama de políticas, notadamente na área de CT&I.  

Segundo Prodanov (2014), para que o Rio Grande do Sul alcance uma distinção na 

seara de CT&I, faz-se necessário incrementar continuamente os investimentos no setor e dar 

prosseguimento na ampliação de instrumentos de disseminação das ações de CT&I. Além dos 

investimentos em P&D, qualificação de recursos humanos e obtenção de materiais e 

equipamentos, há a necessidade de se investir em formulação e divulgação de estatísticas e 

indicadores que suportem a avaliação dos investimentos feitos na área. As estatísticas e os 

indicadores de CT&I são indispensáveis para o êxito do processo de avaliação e 

monitoramento das consequências da utilização dos recursos oportunizados. É nesse contexto 

que a Secretaria da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico (SCIT) e a Fundação 

de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Heuser (FEE) produziram a publicação 

                                            
5
 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa de Inovação (Pintec). Disponível em: 

https://www.ibge.gov.br/estatisticas/multidominio/ciencia-tecnologia-e-inovacao/9141-pesquisa-de-

inovacao.html?=&t=o-que-e Acesso em: 19 jan. 2020 



31 

“Ciência, Tecnologia e Inovação no Rio Grande do Sul: Indicadores selecionados 2014” (RIO 

GRANDE DO SUL, 2014). 

Mazzetti et al. (2020) aduzem que, a despeito dos investimentos públicos dos últimos 

anos, verifica-se que a infraestrutura produtiva nacional permanece em uma posição 

periférica, com a aglutinação de cientistas nas universidades e regiões mais prósperas, além de 

restritos investimentos em ações de pesquisa e desenvolvimento (P&D) pelo segmento 

empresarial, sendo estes, em muitas situações, voltados para a compra de máquinas e 

equipamentos aplicados na linha de produção. 

A próxima seção trata dos sistemas e ecossistemas de inovação. 

 

2.2 Sistemas e ecossistemas de inovação 

 

O conceito de ambiente de inovação encontra-se relacionado a uma perspectiva 

distinta no que tange às possibilidades de construção da prática de inovação, com o propósito 

de combinar elementos tecnológicos, econômicos e sociais de maneira diferenciada e aberta, 

apartado do paradigma que associa inovação tecnológica somente ao setor produtivo 

(MACIEL, 2001). O ambiente de inovação relaciona-se à reunião de fatores de natureza 

política, econômica, social e cultural que estimulam ou dificultam a inovação (MACIEL, 

2005). Nesse contexto, os ambientes de inovação consideram elementos provenientes do 

legado cultural e da criatividade intrínseca de um grupo social, que, tradicionalmente, não são 

legitimados como partes integrantes da inovação (ANDRADE, 2006). 

A página institucional do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e 

Comunicações (MCTIC)
6
 apresenta alguns apontamentos acerca do conceito de ambientes de 

inovação. São vislumbrados como tais aqueles locais apropriados a inovar e a empreender, 

representando ambientes típicos da nova economia alicerçada no conhecimento, promovendo 

a articulação entre empresas; distintos escalões governamentais; instituições científicas, 

tecnológicas e de Inovação; agências de fomento e a sociedade, contemplando duas 

dimensões, a saber: ecossistemas de inovação e mecanismo de geração de empreendimentos. 

                                            
6
 Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Ambientes Inovadores. Disponível 

em: 

https://www.mctic.gov.br/mctic/opencms/tecnologia/SETEC/paginas/ambientes_inovadores/_inovadores/Ambie

ntes_Inovadores.html 

Acesso em 19 jan. 2020. 



32 

Nesse contexto, os ecossistemas de inovação são locais que reúnem infraestrutura e arranjos 

institucionais e culturais, que aproximam empreendedores e capital, revelando-se como 

espaços que fortalecem a prosperidade da sociedade do conhecimento, abrangendo, entre 

outros, parques científicos e tecnológicos, polos tecnológicos, distritos de inovação e cidades 

inteligentes. Outrossim, os mecanismos de geração de empreendimentos são aqueles 

instrumentos de promoção de empreendimentos inovadores e de suporte ao crescimento de 

empresas nascentes de base tecnológica, reunindo atividades inovadoras, alicerçadas em 

diferenciais tecnológicos e almejando a resolução de adversidades ou desafios sociais e 

ambientais. Tais mecanismos oferecem sustentação para converter ideias em 

empreendimentos exitosos, comportando, entre outros, incubadoras empresariais, aceleradoras 

de negócios, locais favoráveis ao trabalho cooperativo e espaços laboratoriais para 

prototipagem de produtos e processos. 

A sistematização de definições de sistemas de inovação a seguir apresentada é oriunda 

de um artigo publicado na página institucional do grupo VIA - Estação Conhecimento
7
, 

vinculado à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A definição mais antiga de 

sistema de inovação foi concebida na década de 1980 por Christopher Freeman. Trata-se de 

uma abordagem produzida como alternativa à teoria que vislumbrava a inovação como um 

procedimento linear e já não mais respondia a toda multiplicidade de aspectos que circunda o 

processo inovativo. Dessa forma, a definição de sistema de inovação é resultante da 

compreensão de que a inovação implica um processo complexo e fruto da relação entre 

distintos atores, notadamente institucionais. Richard Nelson e Nathan Rosenberg (1993) 

revelam que os sistemas de inovação são formados por um agregado de instituições cujas 

articulações estabelecem o comportamento inovador das empresas nacionais. Nesse contexto, 

Christopher Freeman e Luc Soete (2008) apontam que os sistemas de inovação são 

constituídos pelas distintas relações entre agentes públicos e privados que operam com CT&I, 

bem como pelo ensino e pela difusão tecnológica (PARAOL, 2018) 

Nos sistemas de inovação, as universidades e outras instituições afins assumem um 

papel de destaque, uma vez que representam o lócus no qual são concebidos e capacitados os 

cientistas e especialistas que desempenharão funções no segmento empresarial e conduzirão 

                                            
7
 O coletivo VIA - Estação Conhecimento – página institucional <via.ufsc.br> –  é formado por um grupo de 

professores pesquisadores e alunos dos mais distintos cursos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). 

Esse coletivo, cujas instalações físicas se encontram no Sapiens Parque S.A., promove e participa de diversos 

cursos, palestras, incubadoras, redes de empreendedorismo, bem como visitas a habitats de inovação nacionais e 

internacionais. Disponível em: https://scinova.com.br/via-une-inovacao-e-empreendedorismo-para-romper-

barreiras/ Acesso em: 19 jan. 2020. 

https://scinova.com.br/via-une-inovacao-e-empreendedorismo-para-romper-barreiras/
https://scinova.com.br/via-une-inovacao-e-empreendedorismo-para-romper-barreiras/


33 

pesquisas nas mais distintas áreas associadas a tecnologias específicas (NELSON, 2006; 

SOUSA et al., 2017). 

A Figura 1, resultante de uma adaptação realizada por Paraol (2018) a partir do 

original de Russo-Spena, Tregua e Bifulco (2017), apresenta as diferenças entre sistemas e 

ecossistemas de inovação. 

Figura 1- Diferenças entre sistemas e ecossistemas de inovação 

 
Fonte: Adaptado de Russo-Spena, Tregua e Bifulco (2017 apud PARAOL, 2018) 

 

Em última análise, Paraol (2018) aponta que os sistemas de inovação são arranjos mais 

formalizados e traduzem as articulações institucionais entre academia, empresas e governo, de 

forma direta ou indireta. No que tange aos ecossistemas de inovação, Paraol (2018) indica se 

tratarem de ambientes dotados de maior flexibilidade, nos quais indivíduos, empresas e 

organizações se articulam com o propósito de empreender. Analogamente a um ambiente 

biológico, representa a concepção de um ambiente promissor e em permanente adaptação, no 



34 

qual distintos atores interatuam a fim de delinear uma conexão que propicie a inovação. 

Acerca da articulação entre academia, empresas e governo, anteriormente citada, é 

oportuno revisitar o arquétipo teórico da Hélice Tríplice. Trata-se de modelo teórico proposto 

por Henry Etzkowitz e Loet Leydesdorff com o propósito de delinear o modelo de inovação 

fundamentado no relacionamento entre os atores Governo, Universidade e Empresa. Trata-se 

de um paradigma circular de inovação que considera as diversas relações mútuas em distintos 

estágios do processo de produção e disseminação do conhecimento (ETZKOWITZ; 

LEYDESDORFF, 2000; GOMES; PEREIRA, 2015). A Hélice Tríplice tem sido vislumbrada 

como uma estratégia inovadora, com o intento de preconizar e instrumentalizar a 

implementação de políticas públicas de desenvolvimento regional, calcadas no 

desenvolvimento científico e tecnológico, com vistas a fomentar o desenvolvimento 

autossustentável viabilizado pela interação entre os atores das três hélices (CRUZ et al., 

2013). 

Oliveira et al. (2013) exibem, por intermédio da figura 2, uma adaptação do modelo 

desenvolvido em 2011 por Daniel Isenberg, professor de Empreendedorismo do Babson 

College, que retratou os domínios do ecossistema empreendedor. 



35 

 

Figura 2- Domínios do Ecossistema Empreendedor 

 
Fonte: Isenberg (2011 apud Oliveira et al., 2013, p. 6) 

 

O referido modelo é fruto da pesquisa envolvendo distintas tentativas de fomento ao 

empreendedorismo em diferentes localidades do planeta. Naquelas circunstâncias, os 

participantes do projeto assimilaram que não existia somente um atributo que propiciava o 

êxito do empreendedorismo local; na verdade, um ecossistema completo de variáveis era 

determinante para fomentar o empreendedorismo que se mantivesse no transcurso do tempo, 

provocando de fato reflexos sociais e econômicos favoráveis à economia. O passo seguinte foi 

aprimorar os conceitos e os procedimentos metodológicos para assimilar distintas 

comunidades e países, bem como interagir com os correspondentes grupos de interesse acerca 

dos componentes primordiais ao aperfeiçoamento de um ecossistema empreendedor vigoroso 

e bem delineado. Nesse sentido, as seguintes esferas do empreendedorismo foram concebidas, 

a saber: capital financeiro, políticas públicas, cultura, recursos humanos, mercados, 

instituições e profissões de suporte (OLIVEIRA et al., 2013). 

Theodoraki, Messeghem e Rice (2018) revelam que o ecossistema empreendedor tem 



36 

o potencial de expandir a compreensão do empreendedorismo e representa um fluxo teórico 

emergente e em desenvolvimento. Em pesquisas anteriores, esse conceito foi abordado a 

partir da perspectiva da universidade, contudo ainda não foi introduzido no campo do apoio 

empresarial. Adicionalmente, o crescente quantitativo de incubadoras de empresas 

universitárias despertou um crescente interesse em pesquisas no campo do apoio empresarial. 

Nesse sentido, os autores em tela procuraram desenvolver uma compreensão mais consistente 

dos ecossistemas empresariais sustentáveis baseados em universidades, por intermédio de 

uma análise aprofundada de um elemento essencial de apoio empresarial: a incubadora de 

empresas da universidade. Empreenderam uma pesquisa exploratória fundamentada em 

entrevistas com membros-chave de ecossistemas empresariais baseados em universidades, a 

partir do arcabouço conceitual da teoria do capital social. Os autores sugerem que todas as 

três dimensões do capital social são relevantes para o funcionamento efetivo do ecossistema 

empresarial universitário e contribuem para sua sustentabilidade: a aplicação da dimensão 

estrutural do capital social aperfeiçoa o acesso aos recursos; a abordagem da dimensão 

cognitiva solidifica as relações entre os membros do ecossistema; e investimento na dimensão 

relacional aumenta a complementaridade e a confiança enquanto o ecossistema evolui. Assim, 

a interação dessas dimensões pode contribuir ainda mais para a sustentabilidade do 

ecossistema empresarial de base universitária.  

A seção seguinte aborda a incubação de empresas. 

 

2.3 Incubação de Empresas 

 

Os Parques Tecnológicos e as Incubadoras de Empresas são instrumentos essenciais 

para uma política constituída de desenvolvimento e inovação no Brasil. As incubadoras têm se 

revelado como hábeis instrumentos para fomentar o empreendedorismo e criar empresas com 

novas tecnologias e produtos inovadores (BRASIL, 2015). 

Oliveira et al. (2014) apontam que Parques Tecnológicos, Incubadoras e Aceleradoras 

se revelaram como entidades relevantes do ecossistema de empreendedorismo, aptas a reduzir 

as probabilidades de uma startup ser descontinuada. São ambientes que disponibilizam às 

empresas nascentes um tempo valioso fundamental ao estímulo do empreendimento sem que 

haja os custos de um local próprio e, com frequência, concedem fomentos atrelados ao 

processo, de cunho educacional, financeiro e de conexões. Cabe à startup desfrutar ao 



37 

máximo desse espaço a fim de tonificar o seu faturamento, desde que não se esqueça de 

fortalecer a sua estrutura ao longo desse intervalo de tempo, a fim de que esteja apta a seguir 

sozinha quanto se lançar ao mercado sem esse suporte. 

Diamantopoulou, Androutsopoulou e Charalabidis (2018) argumentam que a 

incubação de empresas visa fomentar o empreendedorismo e nutrir ideias para transformá-las 

em empreendimentos viáveis e estimular o crescimento da economia. Os autores mapearam a 

amostra de incubadoras com as categorias de seus serviços com o propósito de investigar 

como elas se diferenciam de outros tipos de incubadoras e concluíram que nas incubadoras 

universitárias há somente uma redução da prestação de serviços administrativos quando 

realizada a comparação com as incubadoras típicas. Trata-se de uma questão que pode ser 

parcialmente mitigada pela atuação de um gerente responsável pelo planejamento, liderança e 

organização das operações diárias da incubadora, de modo a garantir que as incubadas 

recebam os serviços de melhor qualidade que permitirão seu bom funcionamento até o 

crescimento e desenvolvimento de negócios. 

Os resultados da pesquisa de Diamantopoulou, Androutsopoulou e Charalabidis (2018) 

revelam que as diferenciações entre os tipos de incubadoras estão mais no modelo operacional 

do que no portfólio de serviços. Em particular, os autores concluíram que, geralmente, cada 

incubadora projeta seus negócios e operações de acordo com seus objetivos estratégicos e em 

alinhamento ao ecossistema de inovação a que pertence. 

A figura 3 exibe os parques científicos e tecnológicos do estado do Rio Grande do Sul 

(RS). 



38 

 

Figura 3 - Parques Científicos e Tecnológicos no RS – 2017 

 
Fonte: Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul

8
 (2017) 

 

As incubadoras de empresas representam o alicerce estrutural para a concepção de 

negócios tecnológicos e são vislumbradas pelo governo de distintos países como mecanismo 

político de inovação e desenvolvimento econômico. Por esse motivo, os paradigmas de 

incubação representam um modo de fornecer suporte para startups perdurarem e acelerarem 

seu desenvolvimento, e esses arquétipos contemplam a instalação de incubadoras, parques 

científicos e tecnológicos, centros de inovação, especialmente (PAUWELS et al., 2016). 

A figura 4 retrata as incubadoras tecnológicas do estado do Rio Grande do Sul (RS). 

                                            
8
 Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul. Parques Científicos e Tecnológicos no RS – 2017. Disponível 

em: <https://atlassocioeconomico.rs.gov.br/polos-parques-e-incubadoras>. Acesso em: 19 jan. 2020.  



39 

 

Figura 4 - Incubadoras Tecnológicas no RS – 2017 

 
Fonte: Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul

9
 (2017) 

 

Para Craveiro (1998), a formação de incubadoras e parques tecnológicos associados a 

universidades sempre ocorre ao redor de locais de excelência presentes na instituição. Esses 

espaços mobilizam o que existe de mais inovador e, por conseguinte, são os que conduzem à 

criação de empresas e/ou produtos com alta tecnologia. Nesse contexto, majoritariamente, as 

incubadoras, polos e parques tecnológicos brasileiros são unidisciplinares, isto é, orbitam em 

torno de uma única temática. O autor em comento aponta que mecânica de precisão, 

eletrônica e informática são as temáticas mais comuns no Brasil, sendo que software é a seara 

mais difundida, em razão da aparente predisposição de se organizar uma empresa nesse 

                                            
9
 Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul. Incubadoras Tecnológicas no RS – 2017. Disponível em: 

<https://atlassocioeconomico.rs.gov.br/polos-parques-e-incubadoras>. Acesso em 19 jan. 2020. 



40 

segmento, necessitando-se, essencialmente, de um computador e um cérebro. 

Asinelli (1998) aponta que 70% das incubadoras têm conexões formais com 

universidades nacionais, evidenciando a forma como diversas instituições acadêmicas estão 

empregando modernas ferramentas de interação com o segmento empresarial e com a 

coletividade. 

A próxima seção versa sobre o gerente da incubadora. 

 

2.4 O gerente da incubadora 

 

Para Salomão (1998), o gerente de uma incubadora de empresas atua, 

verdadeiramente, em uma dupla função. Está incumbido da efetividade da gestão de uma 

empresa de fato, a incubadora, cuja estrutura é composta de um orçamento a ser observado; 

um time a ser coordenado; produtos a serem concebidos, aprimorados, difundidos e 

implementados; e em um porvir a ser delineado, com políticas, estratégias e metas a serem 

reformuladas com regularidade. 

Salomão (1998) afirma que o gerenciamento desse conjunto de atividades em searas 

tão diversas, como marketing, finanças, recursos humanos, planejamento estratégico e outras 

não definidas, representa muito mais do que a gestão de um departamento de uma empresa de 

porte médio. Nesse contexto, o gerente de uma incubadora, além de cumprir todas essas 

atividades, tem sua atenção igualmente voltada para seus clientes, quais sejam, as empresas 

incubadas. Portanto, o desenvolvimento, o fortalecimento e a resolução de uma grande gama 

de entraves do cliente são transmitidos, rotineiramente, ao gerente da incubadora, o qual 

termina por dar solução a muitas das demandas das empresas incubadas.  

Salomão (1998) aponta que pesquisa realizada pela Anprotec em 1998 revelou que o 

número médio de empresas por incubadora era de 12 – apresentando cinco empresas no 

patamar mínimo e 96 empresas no máximo –, dimensionando, desta forma, a carga de 

trabalho que necessitava ser gerenciada numa incubadora.  A mesma pesquisa apontou que há 

uma média de três profissionais em tempo integral e dois em tempo parcial comprometidos 

essencialmente com a gestão de uma incubadora no Brasil, incluindo o gerente. Existem, 

igualmente, mais cinco funcionários em tempo integral e cinco em tempo parcial, os quais 

auxiliam as atividades técnicas e de serviços gerais. Contabilizam-se, dessa forma, em média, 



41 

por incubadora, oito profissionais dedicados integralmente e sete em tempo parcial. 

Para Salomão (1998), trata-se de números significativamente baixos, uma vez que 

parcela expressiva das incubadoras presta serviço especializado de marketing, gestão 

empresarial, qualidade, contabilidade e design, demandando, cada um deles, um técnico 

especializado. Apesar do pequeno quantitativo de pessoas a ser gerido nas equipes das 

incubadoras, o gerente dispõe de um número restrito de profissionais para delegação de 

tarefas, o que confere um atributo específico no universo dos gerentes; isto é, mais do que 

gerenciador de atividades, ele é o executor direto de uma significativa parcela delas. 

Salomão (1998) aponta que a referida pesquisa empreendida pela Anprotec revelou 

algumas informações acerca dos dirigentes e assessores que integram as equipes 

administrativas das incubadoras, incluindo os gerentes. Em termos de faixa etária, 5,6% 

encontram-se entre 18 e 25 anos; 36% entre 26 e 35 anos; 24,7% entre 36 e 45 anos; e 33,7% 

com 46 anos ou mais. São informações que evidenciam que as equipes, geralmente, são 

formadas por profissionais jovens. No que se refere ao sexo, 67,4% dos profissionais são do 

sexo masculino e 32,6% do feminino. No que tange à escolaridade, 97,8% são detentores de 

diploma universitário, entre os quais 35,6% são mestres ou doutores. Em termos de formação 

acadêmica, 40,4% são administradores ou contabilistas; 23,6% são engenheiros, 6,8% são da 

área de química; 4,5% das ciências jurídicas; 4,5% da área de tecnologia da informação; e os 

demais provêm de outras formações acadêmicas. 

Em pesquisa realizada sobre a contribuição das incubadoras tecnológicas para 

internacionalização das empresas incubadas, Engelman (2010) revela que, no que concerne ao 

seu corpo funcional, 82,5% das incubadoras têm membros no time com terceiro grau 

completo ou incompleto, 27,5% têm membros no time com especialização, 17,5% têm 

membros no time com mestrado e 7,5% têm membros no time com doutorado. Ainda, 2 

incubadoras têm na equipe apenas pessoas com primeiro ou segundo grau. 

No que tange ao perfil dos gerentes das incubadoras, Engelman (2010) revela que 5% 

têm doutorado, 15% têm mestrado, 60% têm pós-graduação latu sensu, 20% têm terceiro grau 

completo. Acerca da área de formação, a autora em tela aponta que 55% são egressos da área 

das ciências exatas, 37,5% são egressos da área das ciências sociais aplicadas, 5% egressos da 

área da saúde e 2,5% egressos da área da educação. Adicionalmente, 22,5% têm entre 20 e 30 

anos, 15% têm entre 31 e 40 anos, 25% têm entre 41 e 50 anos e 35% têm mais de 51 anos. 



42 

Por fim, quanto ao gênero, 19 gerentes são do gênero feminino e 21 gerentes são do gênero 

masculino. 

A seção vindoura trata do empreendedor. 

 

2.5 O empreendedor 

 

O brasileiro é vislumbrado como um indivíduo dotado de iniciativa; contudo, uma 

iniciativa impulsionada pela imprescindibilidade de achar um modo de gerar renda em 

circunstâncias em que não existe opção. O temor de fracassar, nessa situação, parece 

fortalecer o perfil de empreendedor por necessidade em oposição ao que se espera de 

investidores e empreendedores de startups, os quais escolhem assumir elevados riscos em 

retribuição da possibilidade de auferir ganhos financeiros expressivos. Esse tipo é conhecido 

como empreendedor de oportunidade. Identifica-se no sistema educacional brasileiro uma 

carência de artefatos teóricos de empreendedorismo que evidenciem a sua relevância social e 

despertem o interesse dos indivíduos ainda enquanto alunos. A defasagem na educação no que 

tange ao aperfeiçoamento dessa concepção pode ser entendida simultaneamente como um 

reforço aos atributos culturais e/ou como o resultado das escolhas e do comportamento do 

brasileiro no que se refere à prática empreendedora. Os empreendedores brasileiros são 

dotados de habilidades primárias para desenvolvimento empreendedor nacional, como 

inciativa e anseio de libertar-se da condição de empregado. Contudo, faz-se necessário 

aprimorar essas habilidades básicas no sentido de fomentar mais vigorosamente o 

empreendedorismo de elevado crescimento, a fim de gerar retorno econômico e financeiro em 

larga escala para o Brasil (OLIVEIRA et al., 2013). 

Existe uma diferença entre o empreendedor técnico, o empreendedor estrutural e o 

empreendedor de mercado. O primeiro tipo tem o interesse primordial na tecnologia. Trata-se 

de um tipo de empreendedor que enxerga o desenvolvimento do produto e a produção como 

aquilo de mais importante. O segundo tipo de empreendedor opera em indústrias maduras, 

promove a reestruturação da empresa ou da indústria, podendo estabelecer novos arranjos e 

engendrar novas ideias. Por fim, existe o terceiro tipo, que encontra uma necessidade de 

mercado e desenvolve uma solução para atender àquela demanda (ANDERSSON, 2000). 

Geralmente, as agtech brasileiras reúnem empreendedores qualificados, concepções 

disruptivas e potencial impacto econômico, sendo significativamente promissoras para 

aqueles investidores que almejam retornos robustos. Contudo, o quantitativo de aportes e os 



43 

valores destes são menores do que aqueles de outras categorias de startups, especialmente 

mobilidade e soluções financeiras. Enquanto o segmento agropecuário responde por 

aproximadamente 21,1% do PIB, somente uma singela parcela dos investimentos em startups 

no Brasil é destinada às agtech, sem levar em consideração o segmento alimentar (DIAS; 

JARDIM;SAKUDA, 2019). 

 

A próxima seção apresenta um repertório de conhecimentos úteis em ecossistemas de 

inovação. 

 

 

2.6 Repertório de conhecimentos úteis em ecossistemas de inovação 

 

O quadro 1 apresenta repertório de conhecimentos úteis em ecossistemas de inovação, 

formulados a partir de consulta à literatura especializada. 

Quadro 1 – Repertório de conhecimentos úteis em ecossistemas de inovação 

Conhecimento Definição 

Design Thinking 

Trata-se de abordagem prática de desenvolvimento que emprega um 

conjunto de ferramentas em busca da resolução de problemas complexos 

de modo coletivo e colaborativo, situando os indivíduos interessados no 

centro do processo. É delineado e alicerçado em uma concepção de 

convergência e divergência, igualmente conhecida como Duplo Diamante, 

na qual se inicia o processo pela concepção de distintas opções de 

escolha.  A diversidade é o âmago do conceito e contempla empatia e 

experimentação para, a partir de um problema, atingir a solução (VIANA, 

2012 apud ECHEVESTE; KULPA; SONEGO, 2020). 

Lean Startup 

Abordagem de desenvolvimento alicerçada em ciclos de aprendizagem e 

aperfeiçoamento a partir de uma alternativa de solução ou oferta que se 

acomoda de acordo com os resultados do feedback do mercado. Baseado 

em método científico, a partir de hipóteses e experimentos, são verificadas 

as premissas da equipe, estruturadas no modelo de negócio. No Lean 

Startup, as empresas buscam um modelo de negócio que se ajuste à 

percepção de valor dos grupos de interesses, pivotando o modelo a partir 

do aprendizado resultante de cada ciclo de melhoria (RIES, 2019). 

Front End Inovation 

Refere-se às etapas iniciais do processo de desenvolvimento de produto, 

desde a ideia até a gestão do portfólio, e ampara-se na abordagem funil 

para selecionar oportunidades e conceitos que serão posteriormente 

examinados (BREM, 2009 apud ECHEVESTE; KULPA; SONEGO, 

2020). 

Stage Gate System 
Essa abordagem obedece à lógica dos pontos de decisão ao longo do 

processo de desenvolvimento de produto e tem interface com o usuário, a 



44 

fim de validar o desenvolvimento entre as fases do processo 

(ECHEVESTE; KULPA; SONEGO, 2020). 

Inovação Aberta 

A inovação aberta consiste no emprego de fluxos de entrada e saída de 

conhecimento para a aceleração da inovação interna e ampliar os 

mercados a partir da utilização da inovação, respectivamente. A inovação 

aberta é um modelo que pressupõe que as empresas podem e devem 

empregar ideias externas assim como ideias internas, percursos internos e 

externos para o mercado, como olham para o progresso de suas 

tecnologias. A inovação aberta combina ideias internas e externas em um 

contexto de arquiteturas e sistemas, delineados por modelos de negócios 

que determinam mecanismos internos para se levar o valor gerado ao 

mercado externo. A inovação aberta reconhece igualmente que as ideias 

internas podem alcançar o mercado por canais externos, fora dos negócios 

atuais da empresa, o que conduz à geração de valor adicional 

(BENEDETTI; TORKOMIAN, 2009). 

Incentivos Fiscais 

Em 5 de dezembro de 2019, o MCTIC lançou o Guia Prático da Lei do 

Bem, que tem o propósito de aperfeiçoar os procedimentos de aplicação 

de um dos principais mecanismos de incentivo à pesquisa e ao 

desenvolvimento no País. A obra apresenta detalhes e comentários 

explicativos sobre a Lei do Bem, bem como orientações claras para o 

preenchimento dos formulários necessários para que as empresas 

interessadas se beneficiem do incentivo (ANPEI, 2019). 

Instrumentos de Apoio Financeiro 

O Guia Prático de Apoio à Inovação apresenta, de forma didática, os 

principais Instrumentos de Apoio Financeiro (Financiamentos e 

Subvenção Econômica, Incentivos Fiscais, Capital de Risco, Bolsas) e os 

procedimentos necessários para solicitá-los (ANPEI, 2016). 

Instrumentos de Apoio Tecnológico 

e Industrial 

Ministério da Ciência e Tecnologia (Fundos Setoriais, Portal Inovação, 

Sistema Brasileiro de Tecnologia, Sistema Brasileiro de Resposta 

Técnicas, Programa Nacional de Incubadoras), Financiadora de Estudos e 

Projetos (Cooperação entre ICTs e Empresas, Apoio à Pesquisa e 

Inovação em Arranjos Produtivos Locais, Projeto Inovar), Banco Nacional 

de Desenvolvimento Econômico e Social (Fundo Tecnológico), Serviço 

Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SebraeTec, Programa 

Agentes Locais de Inovação, Programa Sebrae de Incubadoras de 

Empresas, Fundo de Aval, Programa Alavancagem Tecnológica), Serviço 

Nacional de Aprendizagem Industrial (Programa Senai de Inovação 

Tecnológica), Instituto Euvaldo Lodi (Informação e Consultoria para 

Negócios), Propriedade Intelectual na Indústria, Capacitação em Gestão e 

Estratégias de Inovação para Empresas de Pequeno Porte), Instituto 

Nacional de Propriedade Industrial (ANPEI, 2016). 



45 

Mecanismos de proteção da 

propriedade intelectual 

Encontra-se disponível um extenso rol de cursos (presenciais e online) à 

disposição de empreendedores e do corpo funcional de ecossistemas de 

inovação. As informações adicionais encontram-se na página da 

Academia da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI)
10

 

na internet. 

Fonte: O autor, a partir de consulta à literatura especializada (2020) 

 

As informações contidas no quadro 1 acima podem servir como material de pronto uso 

para empreendedores e gestores de ecossistemas de inovação. 

A seção seguinte reúne apontamentos sobre o agronegócio. 

 

2.7 Apontamentos sobre o agronegócio 

 

A Organização para Alimentação e Agricultura, agência da Organização das Nações 

Unidas (ONU) incumbida de pensar nas questões afetas à erradicação da fome e ao combate à 

pobreza, publicou um relatório em 2009 sugerindo que até 2050 a produção agrícola terá que 

aumentar 70% para atender à demanda projetada. Como a maioria das terras adequadas para 

agricultura já se encontra cultivada, esse crescimento deve vir de rendimentos mais altos 

(THE FUTURE ..., 2016). 

A produtividade agrícola lenta, incompatível com crescimento populacional, é a razão 

por que, ao longo dos anos, a maioria dos países menos desenvolvidos mudou sua condição 

de exportadores agrícolas líquidos para importadores agrícolas. Trata-se de algo 

especialmente evidente na África Subsaariana. Os países menos desenvolvidos continuam a 

experimentar ganhos limitados em produtividade e competitividade. Aspectos como frágil 

infraestrutura, carência de tecnologias produtivas, falta de acesso a insumos e instituições 

fracas combinam-se para impedir o crescimento da produtividade. Nesse contexto, os níveis 

de produtividade estão significativamente abaixo do que poderia ser alcançado usando as 

melhores práticas e tecnologia disponível (FAO, 2018). 

Em geral, os benefícios do comércio agrícola para os países em desenvolvimento 

dependem de sua posição comercial – exportador líquido ou importador líquido –  e de seus 

                                            
10

 Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). Sítio Institucional. Disponível em: 

https://welc.wipo.int/acc/index.jsf?page=courseCatalog.xhtml&lang=pt Acesso em 19 jan. 2020. 

https://welc.wipo.int/acc/index.jsf?page=courseCatalog.xhtml&lang=pt


46 

próprios esforços políticos. Com a deterioração de condições para a produção agrícola em 

função de mudanças climáticas, importações de alimentos de países situados em baixa latitude 

– geralmente em desenvolvimento – terão que vir de países de alta latitude, comumente 

desenvolvidos. Embora o comércio possa aliviar as pressões nos mercados domésticos 

advindas das mudanças climáticas, em longo prazo esse cenário pode resultar em dependência 

de importação de alimentos para países afetados negativamente. Também pode elevar o risco 

de exposição a mercados sujeitos a maior volatilidade de preços devido a eventos extremos 

que poderiam afetar grandes atores no mercado internacional (FAO, 2015 apud FAO, 2018). 

As pressões climáticas sobre a agricultura – que nos países em desenvolvimento 

emprega grande parte da população – devem ser acompanhadas de esforços para viabilizar o 

crescimento sustentável na agricultura e em outros setores da economia. Na agricultura, há a 

demanda pelo crescimento sustentável da produtividade agrícola, inclusive por intermédio do 

aperfeiçoamento de tecnologias e práticas, especialmente por pequenos agricultores familiares 

nos países mais pobres, que serão desproporcionalmente afetados pelas mudanças climáticas 

(FAO, 2018). 

O Sul da Ásia e a África Subsaariana, particularmente a África Ocidental, estão entre 

as regiões mais vulneráveis às mudanças climáticas. Nessas regiões, economias nacionais 

dependem da agricultura, setor que impacta significativamente o PIB e o emprego. Nesse 

contexto, pequenos agricultores familiares têm pouco acesso a tecnologias e a insumos 

inovadores, o que limita a capacidade de adaptação a uma mudança climática (KNOX et al., 

2012 apud FAO, 2018). De fato, efeitos desiguais das mudanças climáticas, combinados com 

diferentes capacidades de adaptação, podem dar origem a uma crescente divisão entre países 

desenvolvidos e em desenvolvimento (ISLAM et al., 2016 apud FAO, 2018). 

O progresso significativo em adaptação e mitigação pode ser alcançado por meio de 

medidas que não distorçam o comércio. Estas medidas incluem maior investimento em 

inovação tecnológica e na sua subsequente adoção, bem como incentivar o emprego de 

práticas inteligentes na agricultura, de modo a promover a produtividade, a adaptação às 

mudanças climáticas e o aumento do sequestro de carbono (FAO, 2018). 

A tecnologia transformará a vida dos agricultores, tanto nos países ricos como nas 

nações em desenvolvimento, especialmente pelo formidável crescimento da produtividade na 

indústria, evidenciada pela aplicação da tecnologia sob a forma de máquinas agrícolas, 



47 

fertilizantes, agroquímicos, culturas e rebanhos cientificamente melhorados. A parcela de 

moradores da cidade na população total do mundo atingiu 50% em 2007 e continua subindo 

incansavelmente, mas a proporção cada vez menor de pessoas que vivem no campo ainda é 

capaz de alimentar a maioria urbana (THE FUTURE ..., 2016). 

A plataforma de inteligência geopolítica norte-americana Stratfor aponta que os grupos 

de pressão do setor agrícola europeu têm sido historicamente bastante ativos na Europa, 

muitas vezes capazes de influenciar políticas nos níveis nacional e supranacional. No entanto, 

o impacto desses grupos de pressão tem diminuído majoritariamente devido ao declínio das 

populações rurais, bem como à contribuição cada vez menor do setor agrícola para a 

economia da União Europeia. A Stratfor revela que, em 2018, a agricultura representava cerca 

de 1,4 % do Produto Interno Bruto da União Europeia, o que correspondia à metade do que 

era duas décadas atrás. Em países como Bulgária, Romênia e Grécia, a agricultura ainda é 

responsável por grande parte da atividade econômica, mas a tendência generalizada em todo o 

continente europeu revela um declínio da contribuição deste setor para a economia. Nessas 

circunstâncias, os níveis de emprego na agricultura igualmente declinaram, passando de 8% 

no início da década de 1990 para 4% em 2018 (EUROPE'S ..., 2018). 

A Stratfor anuncia que, ao negociar acordos de livre comércio com outros países, a 

União Europeia tem sido tradicionalmente relutante em permitir que produtos agrícolas 

estrangeiros ingressem em seu mercado interno. Porém, nos últimos anos, demonstrou maior 

disposição de incluir a agricultura nos acordos de livre comércio. Alguns limites, contudo, 

têm sido observados: as negociações com o Mercosul, por exemplo, foram adiadas por 

divergências sobre produtos como carne bovina, etanol e açúcar. Em um momento em que a 

agricultura europeia está sob pressão de produtores mais competitivos, como os Estados 

Unidos, Brasil e Austrália, a União Europeia tem se comprometido em proteger as 

denominações geográficas associadas às suas exportações de produtos regionais, como forma 

de agregar sofisticação e prestígio internacional. Nesse cenário internacional marcado pela 

decrescente influência dos grupos de pressão do setor agrícola na Europa, nos próximos anos, 

a quantidade de dinheiro dedicada ao setor diminuirá, bem como o número de subsídios. A 

despeito dos protestos desses grupos, a União Europeia tem se mostrado cada vez mais 

disposta a abrir seus mercados aos produtos agrícolas estrangeiros, conforme preveem 

acordos de livre comércio. Como resultado, os agricultores europeus encontram-se 

pressionados a aumentarem sua competitividade, especialmente pela redução de custos, pelo 

aumento da eficiência do trabalho e pela introdução de mais tecnologia no campo 



48 

(EUROPE'S ..., 2018). 

Segundo informações da Stratfor, o setor agrícola brasileiro se tornou uma potência no 

cenário mundial nos últimos 40 anos. A crescente importância da agricultura brasileira é 

baseada em dois fatores principais: disponibilidade de terras e interesse do exterior, 

especialmente da China, que se tornou o principal parceiro comercial do paí