CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES 

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 

 

 

 

INFLUÊNCIA DA CAL HIDRATADA NAS CARACTERÍSTICAS DA 

ARGAMASSA DE REVESTIMENTO REALIZADA EM OBRA 

 

 

 

Eduardo Zambiasi Forti 

 

 

 

 

 

 

Lajeado, junho de 2017 



Eduardo Zambiasi Forti 

 

 

 

 

INFLUÊNCIA DA CAL HIDRATADA NAS CARACTERÍSTICAS DA 

ARGAMASSA DE REVESTIMENTO REALIZADA EM OBRA 

 

 

 

Trabalho de Conclusão de Curso II 
apresentado ao Centro de Ciências 
Exatas e Tecnológicas do Centro 
Universitário UNIVATES, como parte dos 
requisitos obrigatórios para a obtenção do 
título de bacharel em Engenharia Civil.  

Orientador: Prof. Marcelo Freitas Ferreira 

 

 

 

 

 

Lajeado, junho de 2017 



Eduardo Zambiasi Forti 

 

 

INFLUÊNCIA DA CAL HIDRATADA NAS CARACTERÍSTICAS DA 

ARGAMASSA DE REVESTIMENTO REALIZADA EM OBRA 

 

A Banca examinadora abaixo aprova o Trabalho apresentado na disciplina de 

Trabalho de Conclusão de Curso – Etapa II, na linha de formação específica em 

Engenharia Civil, do Centro Universitário UNIVATES, como parte da exigência para 

a obtenção do grau em Bacharel em Engenharia Civil. 

 

______________________________________ 

Prof. Me. Marcelo Freitas Ferreira (Orientador) 

Centro Universitário Univates 

 

______________________________________ 

Profª. Me. Betina Hansen 

Centro Universitário Univates 

 

______________________________________ 

Profª. Me. Débora Pedroso Righi 

Centro Universitário Univates 

 

Lajeado, junho de 2017 



 

 

 

AGRADECIMENTOS 

 

Primeiramente a meus pais, pelo apoio incondicional em minha caminhada 

acadêmica, auxiliando em tudo que foi preciso para chegar até aqui, acreditando 

sempre no meu potencial e na minha escolha de carreira. Amo muito vocês! 

A minha namorada, pela paciência e compreensão nesta etapa de nossas 

vidas onde, apesar das dificuldades, pudemos supera-las da melhor maneira 

possível. Te amo!   

 A meu orientador, professor Marcelo Freitas Ferreira, pelo tempo em que 

esteve me auxiliando nessa etapa da graduação, onde nunca deixou de me cobrar e 

me incentivar a continuar firme e forte na busca dos resultados desse trabalho de 

conclusão. 

 Aos meus colegas participantes do CPSA-08, que por diversos semestres 

vem participando dos inúmeros trabalhos de grupo, das reuniões de estudos, das 

churrascadas de final de semana, das palhaçadas inoportunas, do pebolim no DCE 

nos “intervalos estendidos”, do café honesto, enfim, de todas as loucuras pica das 

galáxias que foram feitas até então. Vocês são fodas!  

 A todos meus professores que participaram direta ou indiretamente de minha 

caminhada, por todo ensinamento e toda dedicação durante esses árduos 

semestres. Serei eternamente grato. 

Agradeço a Deus pela vida e toda sua grandeza! 

  



 

 

 

RESUMO 

 

A construção civil vem desenvolvendo novas técnicas construtivas dia após dia, 
porém ainda existe a falta de qualificação da mão de obra para exercer as atividades 
voltadas aos processos já existentes. Um fato importante de se mensurar é a 
dosagem das argamassas feitas no canteiro de obras, onde muitas vezes não são 
respeitados os traços pré-estipulados pelo engenheiro responsável para cada tipo de 
serviço. A má dosagem da argamassa pode acarretar em deficiências imediatas ou 
futuras para a edificação, causando transtornos não só para os usuários como 
também para o responsável pela execução do empreendimento. A fim de evitar 
essas possíveis consequências, o presente trabalho visa o estudo da argamassa de 
revestimento, na qual foram feitas alterações na dosagem da cal hidratada, 
mantendo o restante dos materiais na mesma proporção do traço padrão, que foi 
determinado em 1 cimento, 1,5 cal hidratada, 6 areia fina. Os demais traços tiveram 
a variação da cal em menos 10%, mais 10% e mais 20%, a fim de comparar os 
resultados e verificar se mesmo com alterações eles atingem a resistência mínima 
para o uso na qual está destinado. Os resultados finais apresentaram valores 
considerados significativos para garantir aprovação para o uso de acordo com a 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que determina as especificações 
para argamassa de revestimento. 

 

Palavras-chave: Cal hidratada, argamassa de revestimento, canteiro de obra. 

  



 

 

 

LISTA DE FIGURAS 

 

Figura 1 - Reservas de calcário/dolomitos no Brasil (em milhões de toneladas) ...... 15 

Figura 2 –  Qualidade no processo de calcinação ..................................................... 16 

Figura 3 - Fluxograma de industrialização da cal ...................................................... 17 

Figura 4 - Agitador de peneira ................................................................................... 29 

Figura 5 - Fluxograma dos ensaios realizados com as argamassas ......................... 31 

Figura 6 - Aparelho para ensaio de consistência. ..................................................... 32 

Figura 7 - Compressor para ensaio de retenção de água ......................................... 33 

Figura 8 - Ensaio de densidade de massa fresca ..................................................... 35 

Figura 9 - Ensaio de densidade de massa no estado endurecido ............................. 37 

Figura 10 - Ensaio de absorção de água por capilaridade ........................................ 38 

Figura 11 - Ensaio de tração na flexão ...................................................................... 39 

Figura 12 - Ensaio de compressão ............................................................................ 40 

Figura 13 - Base de aplicação sem chapisco e com chapisco .................................. 41 

Figura 14 - Mesa de queda para aplicação da argamassa ....................................... 41 

Figura 15 - Base de aplicação rebocada ................................................................... 42 



Figura 16 - Equipamento para arrancamento ............................................................ 43 

Figura 17 - Formas de ruptura para um sistema de revestimento com chapisco ...... 43 

Figura 18 - Análise de rupturas das placas ............................................................... 56 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



 

 

 

LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS 

 

LISTA DE GRÁFICOS 

Gráfico 1 – Curva de ensaio granulométrico da areia fina.........................................30 

Gráfico 2 – Densidade de massa no estado fresco....................................................47 

Gráfico 3 – Absorção de água....................................................................................50 

Gráfico 4 – Aderência à tração na flexão...................................................................55 

 

LISTA DE TABELAS 

Tabela 1 - Exigências químicas da cal hidratada ...................................................... 19 

Tabela 2 - Exigências físicas da cal hidratada .......................................................... 19 

Tabela 3 - Exigências mecânicas e reológicas para argamassas ............................. 25 

Tabela 4 - Dosagem padrão para argamassa ........................................................... 28 

Tabela 5 - Ensaio de granulometria da areia fina ...................................................... 29 

Tabela 6 - Índice de consistência .............................................................................. 44 

Tabela 7 - Ensaio de retenção de água .................................................................... 45 

Tabela 8 – Classe de retenção de água .................................................................... 46 



Tabela 9 - Densidade de massa no estado fresco .................................................... 46 

Tabela 10 - Classe de densidade de massa no estado fresco .................................. 47 

Tabela 11 - Teor de ar incorporado ........................................................................... 48 

Tabela 12 - Densidade de massa no estado endurecido .......................................... 49 

Tabela 13 - Densidade de massa aparente no estado endurecido ........................... 49 

Tabela 14 - Absorção de água e coeficiente de capilaridade .................................... 50 

Tabela 15 - Coeficiente de capilaridade .................................................................... 51 

Tabela 16 - Tração na Flexão ................................................................................... 51 

Tabela 17 - Resistência à tração na flexão ............................................................... 52 

Tabela 18 – Resultados do ensaio de resistência à Compressão ............................. 52 

Tabela 19 - Resistência à compressão ..................................................................... 53 

Tabela 20 - Resistência mínima para aderência à tração ......................................... 54 

Tabela 21 - Aderência à tração na flexão .................................................................. 54 

Tabela 22 - Umidade média e formas de ruptura ...................................................... 55 

 

 

 

 

 

 



 

 

 

LISTA DE SIGLAS 

 

ABNT     Associação Brasileira de Normas Técnicas 

ABCP     Associação Brasileira de Cimento Portland 

ABPC     Associação Brasileira dos Produtores de Cal 

AMB      Anuário Mineral Brasileiro 

LATEC     Laboratório de Tecnologias de construção 

NBR      Norma Brasileira Regulamentadora 

NM      Norma Mercosul 

TP      Traço Padrão 

 

 

 

 

 

 

 

 



 

 

 

SUMÁRIO 

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9 

1.1 Tema ................................................................................................................ 10 

1.2 Delimitação do tema ........................................................................................ 10 

1.3 Problema de Pesquisa ..................................................................................... 10 

1.4 Objetivos .......................................................................................................... 11 

1.4.1 Objetivo Geral ........................................................................................... 11 

1.4.2 Objetivos Específicos ................................................................................ 11 

1.5 Justificativa ...................................................................................................... 11 

2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 13 

2.1 Cal ................................................................................................................... 14 

2.2 Produção da cal hidratada ............................................................................... 16 

2.3 Propriedades da cal hidratada ......................................................................... 18 

2.4 Argamassa ....................................................................................................... 20 

2.4.1 Componentes da argamassa .................................................................... 20 

2.4.1.1 Cimento Portland .................................................................................... 20 

2.4.1.2 Cal hidratada .......................................................................................... 21 



2.4.1.3 Agregado (Areia) .................................................................................... 21 

2.4.2 Propriedades da argamassa ..................................................................... 22 

2.4.2.1 Trabalhabilidade ..................................................................................... 22 

2.4.2.2 Durabilidade ........................................................................................... 23 

2.4.2.3 Plasticidade ............................................................................................ 23 

2.4.2.4 Retenção de água .................................................................................. 24 

2.4.2.5 Aderência ............................................................................................... 24 

2.4.2.6 Resistência mecânica ............................................................................ 24 

3 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 26 

3.1 Materiais utilizados .......................................................................................... 26 

3.1.1 Cimento Portland CP IV ............................................................................ 26 

3.1.2 Cal hidratada CH-II .................................................................................... 27 

3.1.3 Areia fina ................................................................................................... 27 

3.1.4 Água .......................................................................................................... 27 

3.2 Traço ................................................................................................................ 27 

3.3 Ensaios de caracterização ............................................................................... 28 

3.3.1 Granulometria ........................................................................................... 28 

3.3.2 Massa específica e massa unitária ........................................................... 30 

3.4 Ensaios de caracterização da argamassa ....................................................... 31 

3.4.1 Ensaios da argamassa no estado fresco .................................................. 32 



3.4.1.1 Ensaio de consistência ........................................................................... 32 

3.4.1.2 Ensaio de retenção de água .................................................................. 33 

3.4.1.3 Ensaio de densidade de massa no estado fresco .................................. 34 

3.4.1.4 Ensaio de teor de ar incorporado ........................................................... 36 

3.4.2 Ensaios da argamassa no estado endurecido .......................................... 36 

3.4.2.1 Ensaio de densidade de massa no estado endurecido .......................... 36 

3.4.2.2 Ensaio de absorção de água por capilaridade e coeficiente de 

capilaridade ........................................................................................................ 37 

3.4.2.3 Ensaio de tração na flexão ..................................................................... 38 

3.4.2.4 Ensaio de compressão ........................................................................... 39 

3.4.2.5 Ensaio de aderência à tração ................................................................. 40 

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 44 

4.1 Ensaio de consistência .................................................................................... 44 

4.2 Retenção de água ........................................................................................... 45 

4.3 Densidade de massa no estado fresco ............................................................ 46 

4.4 Teor de ar incorporado .................................................................................... 48 

4.5 Densidade de massa no estado endurecido .................................................... 49 

4.6 Absorção de água por capilaridade e coeficiente de capilaridade ................... 50 

4.7 Tração na flexão .............................................................................................. 51 

4.8 Resistência à compressão ............................................................................... 52 

4.9 Aderência à tração ........................................................................................... 54 



5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 58 

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 60 

APÊNDICES ............................................................................................................. 63 

 

  



9 

 

 

 

 

1 INTRODUÇÃO 

 

Milenarmente conhecida, a construção civil tem papel importante na economia 

mundial, já que é a partir dela que milhões de pessoas tiram seu sustento e de suas 

famílias, participando diretamente ou indiretamente dos processos. As técnicas são 

inúmeras, e a cada dia surgem novidades para facilitar a execução dos serviços, 

reduzir tempo e custos. Pensando nisso que existem diversas pesquisas 

relacionadas à construção. 

Com a evolução dos processos construtivos, já é possível, por exemplo, 

comprar a argamassa pronta, produzida na indústria e transportada até a obra com 

caminhões betoneira ou através das argamassas ensacadas. Esses sistemas 

ajudam a ganhar tempo de produção e diminuir o tamanho do canteiro de obras, de 

modo que eliminam a necessidade de maiores espaços para armazenar os materiais 

que compõem uma argamassa.   

No presente trabalho, será abordado um dos aglomerantes mais conhecidos e 

utilizados em todo mundo, a cal. Ela é um dos dez produtos de origem mineral mais 

usados no planeta, e a produção estimada é de 145 milhões de toneladas por ano 

(GUIMARÃES, 2002). Além da construção, a cal é bastante utilizada em diversos 

outros setores da indústria, para retirada de impurezas, tratamento de resíduos 

industriais e até mesmo para a fabricação de papel. 

As argamassas que contenham na sua composição um percentual de cal 

tendem a ter suas características alteradas, principalmente no estado fresco, dando 

uma maior trabalhabilidade para a mistura. No mercado existem diversos tipos de 

cales, onde cada uma delas apresenta desempenhos variáveis (RECENA, 2007). 



10 

 

1.1 Tema 

 Análise e metodologia para a utilização da cal hidratada na argamassa de 

revestimento, com enfoque na alteração das características da mistura nas obras da 

região do Vale do Taquari. 

 

1.2 Delimitação do tema 

 Comparação entre corpos de prova de argamassa para revestimento, com 

diferentes percentuais de cal hidratada adicionada na composição, para analisar a 

influência que ela gera na resistência, aderência e permeabilidade. 

 

1.3 Problema de Pesquisa 

 Para obter-se resultados mais precisos é necessária a realização de ensaios 

em laboratório, onde os materiais que compõem a mistura são dosados igualmente. 

Outro ponto importante do ensaio é manter a qualidade dos materiais para coletar 

dados mais precisos, assim, devem atender as características exigidas por norma, 

expressas pela ABNT. 

 Para executar a seleção dos materiais utilizados nos ensaios foi seguida uma 

metodologia definida por norma, a qual define as características necessárias de 

cada um dos materiais, a ponto de coletar dados mais precisos. 

 A definição do traço da argamassa de revestimento teve como base um 

levantamento técnico em dez construtoras da região do Vale do Taquari, chegando 

ao valor de dosagem na proporção de 1 de cimento, 1,5 de cal hidratada e 6 de 

areia.   



11 

 

1.4 Objetivos 

1.4.1 Objetivo Geral 

- Avaliar as alterações nas propriedades de uma argamassa de revestimento devido 

à mudança do percentual de cal em sua composição, baseado em um traço definido 

como padrão à partir de pesquisa feita nas construtoras.  

1.4.2 Objetivos Específicos 

- Definir o traço padrão, decorrente do estudo das diversas obras da região do Vale 

do Taquari e profissionais que atuam na área da construção civil; 

- Variar o volume da cal hidratada na mistura em: -10%, +10% e +20%, com base no 

traço padrão, sem alterar a quantidade dos demais componentes da mistura; 

- Caracterizar os materiais utilizados para a composição da argamassa; 

- Realizar ensaios de consistência, retenção de água, teor de ar incorporado, 

densidade de massa no estado fresco e endurecido, absorção de água, tração na 

flexão, compressão e aderência a tração;  

- Verificar se os traços atendem os requisitos das normas para argamassa de 

revestimento. 

 

1.5 Justificativa 

Com o emprego da cal em diversas etapas de uma obra como, por exemplo, 

no assentamento de blocos e no revestimento de paredes, a cal tem função 

importante para tais processos, auxiliando na trabalhabilidade do material, buscando 

assim um melhor rendimento dos serviços executados. A abundância de calcário no 

planeta também é ponto a favor para utilização deste material. Segundo o Anuário 

Mineral Brasileiro de 2006 (AMB), a produção de calcário bruto no país atingiu cerca 

de 21,9 milhões de toneladas. 



12 

 

Apesar de existirem outros materiais que possam substituir a cal, como os 

aditivos, ainda há pouco estudo sobre os novos materiais e o custo ainda é elevado 

se comparado com a cal hidratada comercializada. A escolha pelo estudo da cal se 

faz pela ampla utilização da mesma, buscando o conhecimento das características e 

das atribuições que ela causa na mistura da argamassa. 

 Como as misturas dos materiais que compõem a argamassa são feitas, 

muitas vezes, na obra e com a utilização de baldes, há uma falta de controle na 

quantidade que é adicionada à mistura. Com esse intuito que o presente trabalho 

abordará as consequências que o excesso ou a falta de cal causam na composição 

da argamassa.   

 

 

 

  



13 

 

 

 

 

2 REFERENCIAL TEÓRICO 

 

Assim como descrito por Guimarães (2002), a utilização da cal no mundo é 

bastante ampla, porém, muitas vezes esquecida. No livro A Cal: Fundamentos e 

Aplicações na Engenharia Civil, de Guimarães (2002), o autor explica que nos 

processos de manufatura das indústrias, químico e biológico, são gerados ácidos ou 

subprodutos formadores de ácidos, que somente com a utilização da cal é possível 

torná-los inertes e não contaminantes. Sem a cal o mundo seria contaminado muito 

brevemente por esses resíduos ácidos.  

“A humanidade não pode sobreviver sem o uso da cal. Temos nos utilizado 

deste produto por tanto tempo, que frequentemente esquecemos sua importância 

como material básico” (GUIMARÃES, 2002, p.25). 

Em meados do século passado, Azbe, que foi considerado mestre da ciência 

e arte de fabricar cal, fez o seguinte comentário:  

A cal participa diariamente de nossa vida, de nossas construções, dos 
produtos químicos e agrícolas. As atividades e a salubridade das 
indústrias e das cidades dependem dela em grande parte, de modo que 
pode ser considerada o mais importante produto químico inorgânico à 
disposição do homem. O volume de consumo da cal pode ser 
considerado como índice de desenvolvimento de um Estado (AZBE 
apud GUIMARÃES, 2002, p.16). 

De acordo com a ABPC (2014), a cal hidratada e a cal virgem são produtos 

de grande utilização para a humanidade, tanto direta quanto indireta. A cal gera 

benefícios na cidade e no campo e é utilizada principalmente na construção civil, na 

indústria siderúrgica, em processos químicos industriais, na agricultura, na indústria 

alimentícia dentre outros. 



14 

 

Na construção civil, a cal é muito utilizada na formulação de argamassas. As 

argamassas que tem em sua mistura, além do cimento a utilização da cal, 

apresentarão notáveis alterações, principalmente na trabalhabilidade no estado 

fresco, colaborando com a aplicação e ganho de produtividade (RECENA, 2007). 

Coelho (2009) ressalta que a cal, quando misturada com a argamassa, auxilia na 

absorção das deformações que atuam na estrutura, evitando assim que apareçam 

patologias na edificação. 

Ainda segundo o manual da ABCP (2002), a utilização da cal na argamassa 

faz com que haja retenção de água na mistura, devido à finura da cal, o que auxilia 

na cura da argamassa, fazendo com que não falte água no processo de 

endurecimento.  

 

2.1 Cal 

 A cal é um produto de origem mineral, formada por compostos químicos e 

físicos, gerados ao longo de sua história geológica, que se formaram entre 4 milhões 

e 4,5 milhões de anos atrás, até os dias de hoje. Ela é encontrada na forma de grãos 

grandes e porosos, geralmente na cor branca (GUIMARÃES, 2002).  

 A calcinação, processo para obtenção da cal virgem, é feita pela 

decomposição térmica dos calcários/dolomitos/conchas calcárias, que por sua vez, 

resulta na formação de dois produtos, o dióxido de carbono e a cal virgem 

(GUIMARÃES, 2002). 

No Brasil existem diversas reservas de calcário, onde é extraída a matéria 

prima da cal, as quais estão distribuídas por todas as regiões do país, tendo no 

Sudeste uma fatia mais significativa. Pode ser visto no mapa da Figura 1 as áreas 

onde se encontram as reservas nacionais (GUIMARÃES, 2002). 



15 

 

Figura 1 - Reservas de calcário/dolomitos no Brasil (em milhões de toneladas) 

 

Fonte: GUIMARÃES (2002). 

Conforme ilustrado na Figura 2, pode-se verificar três situações diferentes 

para a queima do minério, no processo de calcinação: primeiro na temperatura 

correta, em segundo com uma temperatura acima do ideal, e por fim, com uma 

temperatura abaixo do ideal. Verifica-se que na calcinação da primeira há uma cal 

sem impureza, devido à queima correta do minério. 



16 

 

Figura 2 –  Qualidade no processo de calcinação 

 

Fonte: PAIVA (2007). 

  

2.2 Produção da cal hidratada  

 Extinção é o nome dado ao processo de hidratação da cal viva (virgem). O 

hidróxido que resulta deste processo é denominado de cal hidratada ou extinta. Esse 

procedimento é exotérmico, liberando uma grande quantidade de calor, fazendo com 

que seja um processo muito perigoso (COELHO, 2009). 

 Bauer (1992) explica que para a obtenção da cal hidratada é feito um 

processo na qual a cal viva é moída e misturada com uma quantidade exata de água 

e, por fim, a cal hidratada é separada da não hidratada por meio de peneiramento.    

O fluxograma apresentado na Figura 3 demonstra detalhadamente a 

tecnologia envolvida na fabricação da cal, desde a mineração até o momento em 

que chega ao mercado consumidor, distribuída ensacada ou a granel. 



17 

 

Figura 3 - Fluxograma de industrialização da cal 

 

Fonte: GUIMARÃES (2002). 

Sabbatini (1986) diz que a cal passa por três processos a partir do seu estado 

natural, que são: calcinação, hidratação ou extinção e carbonatação 

(endurecimento). Calcinação é o processo da queima da pedra calcárea ou 



18 

 

dolomítica, onde é um processo controlado e as temperaturas variam entre 900 e 

1200 °C, após a queima é obtida a cal virgem ou cal viva. O processo industrial de 

hidratação consiste em adicionar água à cal virgem para formar a cal hidratada. 

 

2.3 Propriedades da cal hidratada 

Segundo a NBR 7175 (ABNT, 2003), a cal hidratada é um pó obtido pela 

hidratação da cal virgem, constituído essencialmente de uma mistura de hidróxido 

de cálcio e hidróxido de magnésio, ou ainda, de uma mistura de hidróxido de cálcio, 

hidróxido de magnésio e óxido de magnésio. Guimarães (2002), explica que a cal 

hidratada é o resultado do prosseguimento do processo que dá origem à cal virgem. 

A reação da cal com água gera um processo químico que dependendo da 

quantidade de água utilizada é obtido um produto seco ou não. Coelho (2009) define 

o final do processo da extinção da cal virgem em um produto que pode ser em forma 

de pó, pasta ou em calda, também conhecido como leite de cal. 

As cales hidratadas podem ser classificadas como: magnesiana, calcítica ou 

dolomítica. Para essa distinção é levado em conta o teor de óxido de cálcio contido. 

Se o teor de óxido de cálcio se enquadra entre 58% e 65% é denominada de cal 

dolomítica. A cal magnesiana tem entre 65% e 90%, sendo uma cal com teor de 

óxido de cálcio intermediário. E as que superam 90% são denominadas calcíticas 

(BOCK, 2012). 

Os tipos de cales hidratadas dividem-se em CH-I, CH-II e CH-III, onde a 

primeira é uma cal mais pura, a segunda uma cal intermediária, e a terceira com 

maior concentração de impurezas de rocha e materiais não calcinados. A 

classificação dos tipos de cales pode ser vista nas Tabelas 1 e 2. Para ser 

comercializada, a cal deve atender exigências químicas e físicas descritas na NBR 

7175 (ABNT, 2003). 

 

 



19 

 

Tabela 1 - Exigências químicas da cal hidratada 

Compostos 
Limites 

CH-I CH-II CH-III 

Anidrido carbônico (CO2) 

Na fábrica ≤ 5% ≤ 5% ≤ 13% 

No depósito ≤ 7% ≤ 7% ≤ 15% 

Óxidos de cálcio e magnésio não hidratado 
calculado (CaO+MgO) 

≤ 10% ≤ 15% ≤ 15% 

Óxidos totais na base de não-voláteis (CaOt+MgOt) ≥ 90% ≥ 88% ≥ 88% 

Fonte: ABNT, NBR 7175 (2003). 

Tabela 2 - Exigências físicas da cal hidratada 

Compostos 
Limites 

CH-I CH-II CH-III 

Finura                                  

(% retida acumulada) 

Peneira 0,600 mm ≤ 0,5% ≤ 0,5% ≤ 0,5% 

Peneira 0,075 mm ≤ 10% ≤ 15% ≤ 15% 

Retenção de água ≥ 75% ≥ 75% ≥ 70% 

Incorporação de areia ≥ 3,0 ≥ 2,5 ≥ 2,2 

Estabilidade Ausência de cavidades ou protuberâncias 

Plasticidade ≥ 110 ≥ 110 ≥ 110 

Fonte: ABNT, NBR 7175 (2003). 

A NBR 7175 (ABNT, 2003) recomenda que para a utilização da cal virgem em 

argamassas deve-se maturar ela com água durante uma semana. Já a cal hidratada 

tem o tempo de maturação reduzido para 16 horas. 

Conforme Paiva (2007), para se ter uma cal de qualidade se faz necessário 

um controle de qualidade do minério até a forma na qual é feita a hidratação. A cal 

pode ser obtida industrial ou artesanalmente, de modo que para se ter uma 

qualidade do produto é importante a industrialização do processo. Cales artesanais 

tendem a originar uma cal com cristais insolúveis, tudo por conta da diferença de 

tamanho do minério, também por falta de controle da temperatura, impossibilitando a 

produção de cales que atendem aos critérios para os padrões da construção civil.  



20 

 

2.4 Argamassa 

 A definição para o termo argamassa nada mais é que a mistura dos 

aglomerantes e agregados juntamente com água, gerando uma pasta com poder de 

aderência e endurecimento, deixando a estrutura rígida (FIORITO, 2009). 

A cal é importante peça nas argamassas, pois traz benefícios e gera 

economia na execução. Seu poder aglomerante auxilia na união dos grãos de areia 

que fazem parte da argamassa, trabalhando como uma espécie de cola, além de 

melhorar a trabalhabilidade da argamassa (COELHO, 2007). 

Conforme Cincotto et al. (1985) quando utilizado pequenas quantidades de 

cal há um aumento na resistência mecânica, ao adicionarmos maiores quantidades 

essa resistência diminui. Um equilíbrio na dosagem da cal entre 0,25 e 1 (em 

volume), auxilia no ganho de resistência a deformações e também melhora a 

aderência.     

No manual de revestimentos da ABCP (2002), apresenta as características de 

dois tipos de argamassas, a mista, composta de cimento e cal e a argamassa de cal. 

Na argamassa mista, a cal auxilia na capacidade de absorver deformações, 

trabalhabilidade e hidratação do cimento, já que ela retém água na mistura. Já na 

argamassa de cal, ela mesma funciona como aglomerante, dando boa 

trabalhabilidade e capacidade de absorver deformações, porém, há uma perda 

significante da resistência mecânica e da aderência ao substrato. 

2.4.1 Componentes da argamassa 

2.4.1.1 Cimento Portland 

 O cimento é um pó de granulometria bastante fina, que contém propriedades 

aglutinantes, aglomerantes ou ligantes, que sob ação da água endurece, se 

transformando em uma pedra artificial. O consumo do cimento é tão grande que ele 

é o segundo material mais utilizado no mundo, perdendo apenas para a água 

(ABCP, 2002).  



21 

 

A definição de cimento Portland “é um produto obtido pela pulverização de 

clinker constituído essencialmente de silicatos hidráulicos de cálcio, com uma certa 

proporção de sulfato de cálcio natural” (BAUER, 1992, p. 35). 

Para Sabbatini (1986) as diferentes marcas de cimento Portland que existem 

no Brasil não apresentam grandes modificações em suas propriedades mais 

interessantes, ou seja, caso haja necessidade de, na falta de uma marca em 

específico, utilizar outra marca para complementar o serviço, não ocasionará 

problema. 

Os cimentos Portland CP IV (mais comum no sul do Brasil) tem diferentes 

classes, podendo ser CP-25 e CP-32, onde a numeração indica sua capacidade de 

resistência mecânica, por outro lado a trabalhabilidade e a resiliência da mistura não 

terá significativa alteração (SABBATINI, 1986). 

 2.4.1.2 Cal hidratada 

 A cal hidratada em pó necessita de um tempo de descanso em uma mistura 

denominada de argamassa intermediária, onde é composta por areia, cal hidratada e 

água. Esse processo é para promover a completa hidratação e permitir alterações 

nas partículas e nos cristais de hidróxidos (SABBATINI, 1986). 

 Para a argamassa, a cal funciona como um ligante onde a principal função é 

unir-se com os blocos eficientemente de forma duradoura, tanto no assentamento 

quanto no revestimento. Outro papel da cal na argamassa é entrar nos vazios dos 

blocos, cimentando-os, pelo processo de recristalização dos hidróxidos e da reação 

química com o anidrido carbônico do ar, dando a aderência da argamassa nos 

blocos (GUIMARÃES, 2002). 

2.4.1.3 Agregado (Areia) 

 As características importantes para as areias são duas, granulometria e 

composição mineralógica. Em relação à composição mineralógica, na região sul do 

país são muito utilizadas areias siliciosas, de origem da decomposição das rochas 

feldspáticas, conhecidas popularmente como granitos ou gnaisses. Quanto à 



22 

 

granulometria, as influências podem ocorrer conforme as dimensões dos grãos, a 

distribuição granulométrica e a forma dos grãos (SABBATINI, 1986).  

 Conforme Dubaj (2000), a areia de rio é o agregado mais utilizado nas 

misturas de argamassas. As funções principais deste material são reduzir o 

consumo de aglomerantes, aumentar a resistência à compressão, diminuir a 

retração e auxilia no preenchimento dos vazios, tendo em vista que seus grãos tem 

dimensão máxima de até 4,8 mm.   

2.4.2 Propriedades da argamassa 

 Para Sabbatini (1986), as argamassas têm como função principal unir 

solidamente os blocos, distribuir as cargas pela estrutura, absorver as deformações 

que ocorrem na estrutura e fazer o isolamento para evitar a entrada de água ou 

qualquer outra impureza. Para isso, devem possuir certas propriedades 

especificadas em norma. 

2.4.2.1 Trabalhabilidade 

A trabalhabilidade da argamassa é definida como a facilidade de se aplicar a 

mesma, sem alterar sua característica, fazendo com que cumpra sua finalidade sem 

comprometer com a estrutura e o andamento da tarefa. Visto isso é preciso 

diferenciar a finalidade da aplicação da argamassa, se necessário maior ou menor 

trabalhabilidade (RECENA, 2007). 

As características para obter uma boa trabalhabilidade da argamassa alteram 

conforme o tipo de bloco utilizado. Alvenarias de blocos cerâmicos ou tijolos terão 

uma argamassa com comportamento diferente em relação à argamassa utilizada 

para assentar blocos de pedra (RECENA, 2007). 

Recena (2007) ainda complementa que para executar um assentamento de 

bloco de pedras onde a junta de argamassa é mais grossa, devido às 

irregularidades, o excesso de trabalhabilidade deixa a massa muito mole, 

dificultando o serviço. Já para tijolos maciços, que tem menores dimensões, as 

juntas costumam ser menores, e a melhor trabalhabilidade da massa ajuda no 

andamento do processo. 



23 

 

Sabbatini (1986) descreve que a argamassa com utilização de cal preenche 

os vazios que ficam entre os grãos de areia, melhorando a trabalhabilidade da 

mistura e ajudando na retenção da água da argamassa.   

2.4.2.2 Durabilidade 

 Entende-se por durabilidade a capacidade da argamassa atender às 

necessidades esperadas, de acordo com o projeto, sem causar problemas à 

estrutura, mantendo a estabilidade química e física, resistindo a situações normais 

no ambiente em que ela estará exposta. Para condições especiais em que a 

agressividade seja mais significativa, deve ser feita a utilização de argamassas 

especiais, dosadas de acordo com a situação na qual será submetida (RECENA, 

2007). 

 Durabilidade também pode ser definida como a capacidade da argamassa em 

atender as funções exigidas em projeto ao longo do tempo. Devem ser observadas 

as condições em que a estrutura se encontrará ao longo de sua vida útil, para poder 

especificar os materiais a serem empregados na mistura da argamassa, 

compatibilizando com a situação em que estará submetida (ABCP, 2002). 

2.4.2.3 Plasticidade 

 Guimarães (2002) explica que a plasticidade da argamassa é a sua 

característica de se espalhar com facilidade sem que haja segregação dos materiais 

ou separação da água. 

A plasticidade da argamassa depende da finalidade e da aplicação da 

mesma, e requer uma quantidade ideal de água para que atinja uma ótima 

consistência. Logo, consistência e plasticidade são fatores importantes para se obter 

trabalhabilidade (CARASEK, 2007). 

 De acordo com Cincotto (1995), a plasticidade tem influência de acordo com a 

quantidade de agregados e aglomerados, a adição ou não de aditivos e pela 

intensidade da mistura. 

 



24 

 

2.4.2.4 Retenção de água 

 Retenção de água é a capacidade da argamassa em manter a água na 

mistura quando ela entra em contato com os blocos, que tem alto poder de sucção, 

assim não permitindo que o bloco tire a água da argamassa (SABBATINI, 1986).  

As argamassas que tem capacidade de reter água são de extrema 

importância para dar ao substrato a aderência suficiente para evitar o 

desplacamento da argamassa, mantendo a estrutura homogênea e compacta 

(RECENA, 2007). O autor ainda complementa que se apresentada uma argamassa 

que perde água lentamente, ela tem uma melhor cura e aumento gradativo da 

resistência, evitando problemas de retração e fissuração da estrutura. 

 A propriedade de manter a retenção de água na argamassa preserva a 

trabalhabilidade no estado fresco e ajuda a garantir a cura correta para alcançar as 

características desejadas. Caso a retenção da água não for feita de forma 

adequada, afetará na argamassa endurecida, prejudicando a durabilidade, 

resistência mecânica e aderência (CARASEK, 2007).  

2.4.2.5 Aderência 

 De acordo com Recena (2007), uma das principais características para a 

argamassa é a de aderência ao substrato. Tem como função unir os elementos da 

alvenaria ou do revestimento, mesmo sofrendo com dilatação térmica, impactos e 

movimentações. 

 A resistência à tração entre a argamassa e a base é definida como aderência. 

Logo, para garantir a boa aderência entre as partes é importante saber das 

características que a base tem, pois para não haver desplacamento dos materiais, 

ambas devem interagir (CARASEK, 2007). 

2.4.2.6 Resistência mecânica 

 Resistência mecânica é a capacidade com que os revestimentos suportam 

esforços de diversas naturezas, que causam tensões internas de cisalhamento, 

tração e compressão (ABCP, 2002). 



25 

 

 Para Recena (2007), o valor da resistência está ligado ao emprego da 

argamassa e às necessidades de projeto, sendo considerado um importante fator 

para o controle e avaliação da qualidade. 

 Conforme a NBR 13281 (ABNT, 2001) para uma argamassa estar em 

conformidade deve atingir as exigências descritas na Tabela 3. 

Tabela 3 - Exigências mecânicas e reológicas para argamassas 

Características Identificação Limites Métodos 

Resistência à 
compressão aos 28 

dias (Mpa) 

I ≥ 0,1 e < 4,0 

NBR 13279 II ≥ 4,0 e ≤ 8,0 

III > 8,0 

Capacidade de 
retenção de água 

(%) 

Normal ≥ 80 e ≤ 90 
NBR 13277 

Alta > 90 

Teor de ar 
incorporado (%) 

a < 8 

NBR 13278 b ≥ 8 e ≤ 18 

c > 18 

Exemplo de identificação de argamassa: I-Normal-a. 

Fonte: ABNT, NBR 13281 (2001). 

  

 

  

 

 

 

 

 



26 

 

 

 

 

3 MATERIAIS E MÉTODOS 

  

 O estudo visa analisar as consequências decorrentes da má dosagem de 

argamassas para revestimento realizada nas obras. Para isto foi definido um traço 

padrão de acordo com os traços utilizados em obras da região do Vale do Taquari, 

para argamassa de revestimento. A partir de um traço adotado deve ser feita adição 

de cal em 10% e 20% a mais do que o estipulado para o traço padrão e um traço 

com 10% a menos. Os ensaios a serem realizados envolvem a caracterização da 

argamassa de revestimento devido à variação na dosagem da cal hidratada.   

 

3.1 Materiais utilizados 

 Para esta pesquisa foram considerados materiais de uso cotidiano das 

empresas construtoras da região sul do país. Os materiais empregados nos ensaios 

apresentam qualidades aprovadas pela ABNT, podendo assim ser utilizados nos 

processos da construção civil. 

 A escolha dos materiais foi feita de acordo com a popularidade dos produtos. 

Foram escolhidos, principalmente cimento e cal, os que tem maior utilização por 

parte das construtoras, buscando assim atingir nos ensaios um resultado mais 

próximo possível do que é executado na obra.  

3.1.1 Cimento Portland CP IV 

 O cimento empregado nos ensaios foi o cimento Votoram CP IV – 32 da 

marca Votorantim. Conforme consta na NBR 5736 (ABNT, 1991), é um cimento do 

tipo pozolânico, que apresenta em sua composição porcentagens variadas de 



27 

 

clínquer sulfato de cálcio entre 45% e 85%, material pozolânico entre 15% e 50% e 

porcentagens de 0% a 5% de material carbonático. 

 O CP IV tem como características principais o desenvolvimento lento de sua 

resistência (comparando com os demais tipos de cimento), menor liberação de calor 

de hidratação e menor permeabilidade. Já as classes de resistência são de 25 e 32 

MPa, atingidos na compressão, aos 28 dias de idade (ABCP, 2002).     

 As pozolanas apresentam pouca ou nenhuma atividade aglomerante, porém, 

com a presença de água elas reagem com o hidróxido de cálcio formando um 

composto com propriedades cimentícias (ABCP, 2002).  

3.1.2 Cal hidratada CH-II 

 A cal hidratada utilizada para os ensaios é da fabricante Dagoberto Barcellos, 

do tipo CH-II. É uma cal intermediária e encontrada com muita facilidade no 

comércio da região, e utilizada pelas construtoras da região do Vale do Taquari. 

3.1.3 Areia fina  

 A areia utilizada para executar os ensaios foi a areia fina, com granulometria 

entre 0,2 mm a 0,06 mm. A extração da areia é feia por uma empresa localizada no 

Vale do Taquari, que retira o material do rio Taquari. 

3.1.4 Água 

 Com relação à água, a utilização da mesma se dará pelo fornecimento público 

da rede Corsan de Lajeado, para a execução de todos os experimentos em que ela 

esteve presente. Nenhum ensaio de caracterização da água foi realizado. 

 

3.2 Traço 

Da Costa (2016), definiu o traço utilizado em sua pesquisa executando uma 

análise com poucas amostras coletadas nas empresas de construção da região. 

Com a pesquisa deu-se a escolha pelo traço de 1:1,5:6.  



28 

 

A definição do traço a ser empregado nos testes foi feita de acordo com a 

utilização da região do Vale do Taquari, tomando como base um traço tradicional 

para execução do reboco de massa única. Foi realizada uma pesquisa com 

construtoras da região do Vale do Taquari, localizadas em Lajeado, Arroio do Meio, 

Estrela, Teutônia e Encantado, para identificar o traço mais utilizado para a função 

de revestimento de paredes. 

De acordo com os responsáveis das construtoras entrevistadas, o traço mais 

utilizado para esta finalidade é de 1:1,5:6, cimento, cal hidratada e areia fina 

respectivamente. A Tabela 4 apresenta o traço em volume e peso. 

Tabela 4 - Dosagem padrão para argamassa 

 
Dosagem 

 

Traço 

Volume Peso (Kg) a/c (kg) a/aglomerante (kg) 

Cimento Cal Areia Cimento Cal Areia   

1 1,5 6 1 1,09 10,02 2,1 1,01 

Fonte: Do autor (2017). 

 

3.3 Ensaios de caracterização 

 Para realização dos ensaios foram tomadas como base as normas da 

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que descreve passo a passo 

como devem ser realizados para garantir a qualidade dos resultados. 

 Os procedimentos para os ensaios da argamassa foram realizados no 

laboratório do curso de Engenharia Civil da Instituição de ensino Univates, LATEC 

(Laboratório de Tecnologias de Construção) que conta com os aparelhos 

necessários para realização conforme exigido por norma. 

3.3.1 Granulometria  

 O ensaio de granulometria deve seguir a NBR NM 248 (ABNT, 2003) que 

determina a composição granulométrica dos agregados. A Figura 4 demonstra o 

equipamento utilizado para o ensaio. 



29 

 

Figura 4 - Agitador de peneira 

 

 Fonte: Do autor (2017). 

Foi feita a análise granulométrica da areia fina, garantindo que a mesma se 

enquadre na dimensão máxima característica da areia fina para revestimento. O 

ensaio da composição granulométrica demonstrou os valores da Tabela 5 e do 

Gráfico 1. 

Tabela 5 - Ensaio de granulometria da areia fina 

Peneiras (mm) Retido (g) Retido (%) Acumulado (%) 

9,5 0,0 0,00% 0,00% 

4,75 12,7 1,27% 1,27% 

2,36 31,9 3,19% 4,46% 

1,18 54,4 5,44% 9,90% 

0,6 89,2 8,92% 18,82% 

0,3 299,2 29,92% 48,74% 

0,15 451,4 45,14% 93,88% 

Fundo 59,1 5,91% 99,79% 

TOTAL 997,9 99,79% 276,86% 

Diâmetro máximo (mm):  2,36 

Módulo de finura:  1,77 

Fonte: Do autor (2017). 



30 

 

Gráfico 1 – Curva de ensaio granulométrico da areia fina 

 

Fonte: Do autor (2017). 

3.3.2 Massa específica e massa unitária 

Massa específica é o peso de um determinado material em um determinado 

recipiente, desconsiderando os espaços vazios. Já a massa unitária é o peso que 

um determinado material ocupa em um determinado recipiente (SABBATINI, 2008). 

Tanto para a cal quanto para o cimento e a areia foram especificadas a 

massa específica e a massa unitária. Para a areia, foram utilizadas as normas NBR 

NM 45 (ABNT, 2006) que determina a massa unitária e a NBR NM 52 (ABNT, 2009) 

que determina a massa específica. Para a cal hidratada e o cimento CP IV, os 

valores foram obtidos através do fabricante, fazendo desnecessário a análise destes 

insumos (Tabela 5).  

Tabela 5 – Massa específica e unitária 

  Massa Específica (kg/m³) Massa Unitária (kg/m³) 

Areia 2631,1 1570,4 

Cal 2234 617 

Cimento 2830 986 

Fonte: Do autor (2017). 

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

0,1 1 10

P
o

rc
e

n
ta

ge
m

 r
e

ti
d

a

Diâmetro dos grãos



31 

 

3.4 Ensaios de caracterização da argamassa 

Após o preparo da argamassa, foram estabelecidos alguns ensaios para o 

estado fresco e outros para o estado endurecido, respeitando o tempo de cura 

correto para cada ensaio e seguindo as normas técnicas específicas de cada um. A 

Figura 5 apresenta o fluxograma dos ensaios realizados para cada um dos traços. 

Figura 5 - Fluxograma dos ensaios realizados com as argamassas 

   

Fonte: Do autor (2017). 

Ensaios

Estado Fresco

Índice de 
consistência 

Retenção de 
água

Densidade de 
massa

Teor de ar 
incorporado

Estado 
Endurecido

Densidade de 
massa aparente

Absorção de 
água

Tração na 
flexão

Compressão

Arrancamento



32 

 

3.4.1 Ensaios da argamassa no estado fresco 

3.4.1.1 Ensaio de consistência 

 Para a argamassa no estado fresco, foi feito o teste de consistência, descrito 

pela NBR 13276 (ABNT, 2005). Este ensaio demonstra a consistência da argamassa 

de acordo com o fator de água/cimento utilizado.  

 A NBR 13276 (ABNT, 2005) descreve que a argamassa deve ser colocada 

dentro de um cilindro cônico sobre a mesa de queda, dividindo em três camadas, 

onde são aplicados 15, 10 e 5 golpes com o auxílio de um pilão, para compactar a 

argamassa dentro do cilindro. Em seguida é removido o cilindro e a mesa aplica 30 

golpes. Com o auxílio de um paquímetro é aferida três medidas do diâmetro da 

argamassa espalhada pela mesa de queda, onde a média dos três valores é o 

resultado do índice de consistência. Esse ensaio serve para verificar a facilidade da 

argamassa em resistir a esforços na aplicação. Quanto maior for o índice de 

consistência, melhor será seu espalhamento quando aplicada no substrato. A Figura 

6 ilustra a mesa de queda para ensaio de consistência. 

Figura 6 - Aparelho para ensaio de consistência. 

 

Fonte: Do autor (2017). 



33 

 

3.4.1.2 Ensaio de retenção de água 

 O ensaio de retenção de água segue a NBR 13277 (ABNT, 2005), que 

determina o método de realização do procedimento para verificação da retenção de 

água pela argamassa. 

 A argamassa é colocada em um funil, ligado a um compressor, que é posto 

em funcionamento por 15 minutos. Deve-se tomar nota do peso do funil vazio e com 

a argamassa antes e depois do processo. A Figura 7 demonstra o equipamento 

utilizado para o ensaio de retenção de água da argamassa. 

Figura 7 - Compressor para ensaio de retenção de água 

 

Fonte: Do autor (2017). 



34 

 

Os valores obtidos na realização do ensaio de retenção de água foram 

aplicados na Equação 1: 

(Equação 1) 

𝑅𝑎 = [1 −
(𝑀𝑎 − 𝑀𝑠)

𝐴𝐹(𝑀𝑎 − 𝑀𝑣)
] 𝑥100 

𝐴𝐹 =  
𝑀𝑤

𝑀 + 𝑀𝑤
 

Onde: 

Ma = massa do conjunto com argamassa (g); 

Ms = massa do conjunto após sucção (g); 

Mv = massa do conjunto vazio (g); 

AF = fator água/argamassa fresca; 

Mw = massa total de água acrescentada a mistura (g); 

M = soma das massas dos componentes anidros (g). 

3.4.1.3 Ensaio de densidade de massa no estado fresco 

 Para este ensaio é utilizada a NBR 13278 (ABNT, 2005). Utilizando um 

recipiente de volume conhecido é colocada a argamassa no recipiente em três 

camadas, cada uma delas aplicando 20 golpes. Ao encher completamente o 

recipiente, de forma que a argamassa fique nivelada com o recipiente, pesa-se o 

mesmo. O ensaio deve ser feito três vezes, conforme ilustrado na Figura 8. 



35 

 

Figura 8 - Ensaio de densidade de massa fresca 

 

Fonte: Do autor (2017). 

O valor para aplicar na Equação 2 é a média dos valores resultantes das três 

pesagens do recipiente com argamassa. 

(Equação 2) 

𝐷 =  
𝑀𝑐 − 𝑀𝑣

𝑉𝑟
 𝑥 1000 

Onde: 

Mc = Média da massa do recipiente com argamassa (g); 

Mv = Massa do recipiente vazio (g); 

Vr = Volume do recipiente (cm³). 



36 

 

3.4.1.4 Ensaio de teor de ar incorporado 

 A NBR 13278 (ABNT, 2005) determina o teor de ar incorporado na argamassa 

em seu estado fresco. O valor é determinado pela Equação 3 a seguir: 

(Equação 3) 

𝐴𝐼 = 100𝑥 (1 −  
𝐴

𝐵
) 

𝐵 =  
∑ 𝑀𝑖

∑
𝑀𝑖
𝛾𝑖

 

Onde: 

A = Densidade de massa; 

B = Densidade de massa teórica da argamassa sem vazios; 

Mi = Massa seca de cada componente da argamassa, inclusive massa da 
água; 

Ƴi = Densidade de massa de cada componente da argamassa. 

 

3.4.2 Ensaios da argamassa no estado endurecido 

3.4.2.1 Ensaio de densidade de massa no estado endurecido  

 Para realização deste ensaio é utilizada a NBR 13280 (ABNT, 2005), que 

consiste em utilizar três corpos de prova de dimensões 4x4x16 cm e pesa-los, 

conforme a Figura 9. A densidade é obtida através da divisão da massa pelo 

volume, fazendo para as três amostras e anotando a média entre elas.  



37 

 

Figura 9 - Ensaio de densidade de massa no estado endurecido 

 

Fonte: Do autor (2017). 

3.4.2.2 Ensaio de absorção de água por capilaridade e coeficiente de capilaridade 

 O ensaio de absorção de água, conforme a NBR 15259 (ABNT, 2005), visa à 

verificação da absorção de água por capilaridade da argamassa. 

 Para o ensaio são utilizados três corpos de prova com dimensões de 

4x4x16cm, que após moldados obedeceram ao período de cura de 28 dias. Em 

seguida são postos em um recipiente onde terão contato com uma lâmina de 

5,0±1,0mm de água, com a face menor apoiada. Deve-se pesar os corpos de prova 

antes de iniciar o ensaio, após 10 minutos e aos 90 minutos. Ao retirar os corpos de 

prova para pesagem, deve-se enxugá-los com pano úmido. 

 A absorção de água por capilaridade é obtida dividindo a variação de massa 

pela área da seção transversal do corpo de prova em contato com a água. Já o 

coeficiente de capilaridade é obtido através do valor médio das diferenças de massa 

entre os corpos de prova aos 10 e 90 minutos.  



38 

 

A Figura 10 demonstra o ensaio sendo realizado, onde visualiza-se os corpos 

de prova em contato com a água. 

Figura 10 - Ensaio de absorção de água por capilaridade 

 

Fonte: Do autor (2017).  

3.4.2.3 Ensaio de tração na flexão 

 O ensaio de tração na flexão é determinado através da NBR 13279 (ABNT, 

2005), que apresenta a resistência de ruptura do corpo de prova prismático de 

4x4x16 cm. Ele é apoiado em dois pontos, ao longo da maior dimensão, localizados 

a 30mm de cada extremidade e aplicada uma carga no centro até que ocorra a 

ruptura do corpo de prova. A Figura 11 apresenta o equipamento realizando o 

ensaio de tração na flexão. São rompidas três amostras para cada traço de 

argamassa, para o período de 28 dias. 



39 

 

Figura 11 - Ensaio de tração na flexão 

 

Fonte: Do autor (2017). 

3.4.2.4 Ensaio de compressão 

 O ensaio de compressão foi baseado na NBR 13279 (ABNT, 2005), que 

define o método para determinar a resistência à compressão da argamassa. Foram 

utilizados os mesmos corpos de prova utilizados para o ensaio de tração na flexão, 

sendo que uma das metades é colocada no equipamento destinado ao ensaio de 

compressão. 

São rompidas três amostras para cada traço, onde é gerada uma média das 

resistências dos corpos de prova. Os ensaios devem abranger os corpos de prova 

com idade de 28 dias. A Figura 12 demonstra o ensaio sendo realizado. 



40 

 

Figura 12 - Ensaio de compressão 

 

Fonte: Do autor (2017). 

3.4.2.5 Ensaio de aderência à tração 

 O ensaio de aderência à tração foi feito de acordo com a NBR 13528 (ABNT, 

2010), que determina a resistência de aderência à tração da argamassa endurecida 

ao substrato. 

 A base para aplicação da argamassa foi executada de tijolos maciços nas 

dimensões de 36x48 cm, onde foi feito o assentamento dos tijolos e, após a cura da 

argamassa, foi feita a execução do chapisco, na proporção de 1:3 (cimento, 

agregado), para aderir a argamassa. A aplicação do chapisco foi feita com um 

aplicador de chapisco na marca Vonder, disponível no LATEC da Univates. Para 

cada traço foram confeccionadas uma placa, tendo um total de quatro placas para 

os ensaios. A Figura 13 apresenta a base de aplicação da argamassa. 



41 

 

Figura 13 - Base de aplicação sem chapisco e com chapisco 

 

Fonte: Do autor (2017). 

 Para aplicação da argamassa nas bases foi utilizada a mesa de queda, 

ilustrada na Figura 14. A Figura 15 apresenta a base com argamassa aplicada pela 

mesa de queda. Esse equipamento simula a aplicação manual feita em obra, 

garantindo a aderência da argamassa na base. 

Figura 14 - Mesa de queda para aplicação da argamassa 

 

Fonte: Tiggemann (2016). 



42 

 

Figura 15 - Base de aplicação rebocada 

 

Fonte: Do autor (2017). 

 Após aguardar a cura de 28 dias a base é preparada para o ensaio, onde são 

feitos 12 furos de 50 ± 1 mm de diâmetro, espalhados aleatoriamente, contemplando 

arrancamentos em juntas e blocos. Os pontos devem ser espaçados entre si e das 

bordas em no mínimo 50 mm e o furo deve atingir o substrato, cortando no máximo 

5mm além da interface de interesse. Com os furos executados é feita a colagem das 

pastilhas utilizando cola epóxi, deve-se aguardar o tempo de cura da cola de acordo 

com o fabricante. Após a cura são feitos os arrancamentos. A Figura 16 ilustra o 

ensaio sendo executado.  



43 

 

Figura 16 - Equipamento para arrancamento 

 

Fonte: Do autor (2017). 

 Após o arrancamento deve-se analisar os corpos de prova a fim de identificar 

as formas das rupturas e seus respectivos percentuais. A Figura 17 apresenta as 

possíveis rupturas do revestimento ao realizar o ensaio. 

Figura 17 - Formas de ruptura para um sistema de revestimento com chapisco 

 

Fonte: NBR 13528 (ABNT, 2010). 

 Os parâmetros de ruptura do ensaio devem ser levados em consideração 

para análise juntamente com a resistência no arrancamento.  



44 

 

 

 

 

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 

 

 Os resultados dos ensaios dos traços de argamassa são apresentados neste 

capitulo, onde foram registrados ensaios no estado fresco e endurecido, 

obedecendo a sequência do passo a passo realizado. Por fim apresenta-se a análise 

dos resultados. 

 

4.1 Ensaio de consistência 

 O índice de consistência das argamassas foi obtido pela média dos valores 

dos ensaios. Na Tabela 6 estão apresentados os resultados dos traços em estudo. 

Tabela 6 - Índice de consistência 

Amostras 

Diâmetro (mm) 
Índice de consistência  

Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3 (mm) 

Traço padrão 270 260 265 265 

-10% de cal 270 290 275 278 

+10% de cal 235 245 250 243 

+20% de cal 240 240 245 242 

Fonte: Do autor (2017). 

 De acordo com os resultados obtidos, verifica-se que, o índice de consistência 

varia conforme a quantidade de cal hidratada na mistura. Como a quantidade do 

restante dos materiais não foi alterada, principalmente a da água, a cal influenciou 

na consistência devido à relação entre água/aglomerante. Para manter a 



45 

 

consistência da argamassa seria necessário alterar o volume de água na mistura ou 

adicionar adtivos.  

 

4.2 Retenção de água 

 O ensaio de retenção de água realizado para as argamassas apresentou 

resultados bastante semelhantes entre as amostras. A Tabela 7 lista o percentual de 

retenção de água em cada um dos traços. 

Tabela 7 - Ensaio de retenção de água 

Traços Retenção de água (%) 

TP 75,9 

-10% 72,48 

+10% 78,05 

+20% 76,2 

Fonte: Do autor (2017). 

 A retenção de água na argamassa no estado fresco tem papel importante nos 

processos de acabamento e de retração plástica. Para a argamassa no estado 

endurecido, a retenção de água auxilia para que as reações químicas de 

endurecimento dos aglomerantes ocorram de forma correta (CARASEK, 2007). 

Quanto maior a concentração de aglomerantes, há a tendência de uma maior 

retenção de água devido a sua finura. Nos traços de +10% e +20% de cal ocorreu o 

contrário, onde continha maior quantidade de cal obteve-se uma menor retenção. 

Tal situação pode ter ocorrido pela falta de precisão no compressor que faz a sucção 

do ensaio, tendo em vista que deve ser utilizado 51 mm de mercúrio para sucção e o 

marcador do compressor é um relógio analógico, onde o ajuste é feito manualmente. 

 A NBR 13281 (ABNT, 2005) apresenta uma tabela na qual descreve 6 classes 

de retenção de água para argamassa. De acordo com a norma é possivel concluir 

que todos os traços ensaiados se enquadram na classe U2, conforme Tabela 8. 



46 

 

Tabela 8 – Classe de retenção de água 

Classe Retenção de água (%) Método de ensaio 

U1 ≤ 78 

ABNT NBR 13277 

U2 72 a 85 

U3 80 a 90 

U4 86 a 94 

U5 91 a 97 

U6 95 a 100 

 Fonte: NBR 13281 (ABNT, 2005). 

 

4.3 Densidade de massa no estado fresco 

 Para argamassas no estado fresco, o ensaio de densidade de massa 

determina o peso da mesma em um determinado volume. Este fator está ligado 

diretamente com o teor de ar incorporado: quanto menor o teor de ar na argamassa, 

mais densa ela será. A Tabela 9 e o Gráfico 2 apresentam a densidade das 

argamassas para os traços em estudo. 

Tabela 9 - Densidade de massa no estado fresco 

Traços Densidade (kg/m³) 

TP 2057,52 

-10% Cal 2047,81 

+10% Cal 2038,09 

+20% Cal 2035,66 

Fonte: Do autor (2017). 

 

 

 

 

 



47 

 

Gráfico 2 - Densidade de massa no estado fresco   

 

Fonte: Do autor (2017). 

 A variação de massa entre as argamassas ocorre até mesmo em corpos de 

prova produzidos com o mesmo traço, contudo isso é normal devido ao número de 

vazios que é diferente entre as amostras. Nos traços ensaiados a diferença entre as 

massas foi pequena, não houveram alterações significativas pois a variação da cal 

não foi o suficiente para apresentar divergência nos resultados. A NBR 13281 

(ABNT, 2005) classifica a densidade das argamassas no estado fresco produzidas 

neste trabalho como D6, segundo a Tabela 10. 

Tabela 10 - Classe de densidade de massa no estado fresco 

Classe Densidade de massa no estado 
fresco (kg/m³) 

Método de ensaio 

D1 ≤ 1400 

ABNT NBR 13278 

D2 1200 a 1600 

D3 1400 a 1800 

D4 1600 a 2000 

D5 1800 a 2200 

D6 > 2000 

 Fonte: NBR 13281 (ABNT, 2005). 

 

1800,00

1850,00

1900,00

1950,00

2000,00

2050,00

2100,00

TP -10% +10% +20%



48 

 

4.4 Teor de ar incorporado 

 Como descrito anteriormente, o ensaio de teor de ar incorporado é 

inversamente proporcional à densidade de massa: argamassa com teor de ar 

incorporado maior apresenta densidade de massa menor.  

 De acordo com Da Costa (2016), a argamassa tem melhoria de 

trabalhabilidade com maior teor de ar incorporado, deixando a mesma mais leve 

para manuseio. Na Tabela 11 pode-se observar o teor de ar para cada traço de 

argamassa. 

Tabela 11 - Teor de ar incorporado 

Traços Teor de ar (%) 

TP 2,14 

-10% Cal 2,6 

+10% Cal 3,15 

+20% Cal 3,31 

Fonte: Do autor (2017). 

 Os resultados obtidos para teor de ar incorporado têm ligação direta com os 

resultados de densidade de massa no estado fresco, vistos na seção 4.3. O traço 

padrão apresentou maior densidade e menor retenção de ar, já o traço de +20% de 

cal teve menor densidade de massa e maior retenção de ar. Isso se dá pelo fato do 

ar incorporado na argamassa criar micro vazios, os quais ocupam espaços onde 

poderia ter argamassa, tornando a mistura mais leve. 

 Mansur A, Nascimento O. e Mansur H. (2007) explicam que o teor de ar 

incorporado corresponde aos vazios formados pela entrada de ar na argamassa e 

apresenta melhora na trabalhabilidade, porém atua de forma desfavorável em 

relação às resistências mecânicas.  

 



49 

 

4.5 Densidade de massa no estado endurecido 

 Após o tempo de cura dos corpos de prova prismáticos de argamassa, foram 

feitos os ensaios de massa endurecida. A densidade de massa foi definida pela 

média de massa de três corpos de provas por traço, dividindo pelo volume. A Tabela 

12 descreve os resultados coletados.  

Tabela 12 - Densidade de massa no estado endurecido 

Densidade de massa no estado endurecido 

Traços 
Amostras (g) 

Volume 
cps (cm³) 

Densidade 
(kg/m³) 1º 2º 3º 

TP 476,4 467,2 470,5 256 1841,28 

-10% 476,5 478,5 477,1 256 1864,71 

+10% 473,2 469,2 469,3 256 1838,15 

+20% 477,4 476,4 481,6 256 1869,01 

Fonte: NBR 13281 (ABNT, 2005). 

 É um ensaio bastante parecido com o de densidade de massa fresca. A 

diferença visível que se tem é a diminuição dessa densidade quando a argamassa 

atinge a cura dos 28 dias, devido à retração que ocorre durante o processo de cura 

da argamassa, deixando-a menos densa.  

 A análise dos resultados obtidos pelo ensaio de densidade de massa 

aparente no estado endurecido constatou que as argamassas se enquadram na 

classe M6 (Tabela 13), de acordo com a NBR 13281 (ABNT, 2005). 

Tabela 13 - Densidade de massa aparente no estado endurecido 

Classe Densidade de massa aparente 
no estado endurecido (kg/m³) 

Método de ensaio 

M1 ≤ 1200 

ABNT NBR 13280 

M2 1000 a 1400 

M3 1200 a 1600 

M4 1400 a 1800 

M5 1600 a 2000 

M6 >1800 

Fonte: NBR 13281 (ABNT, 2005). 



50 

 

4.6 Absorção de água por capilaridade e coeficiente de capilaridade 

 Segundo os resultados dos ensaios de absorção de água e coeficiente de 

capilaridade, executados de acordo com a NBR 15259 (ABNT, 2005), a argamassa 

com traço de -10% de cal apresentou a maior absorção de água, que atingiu o valor 

de 1,57 g/cm². Os dados dos ensaios estão apesentados na Tabela 14 e detalhados 

no Gráfico 3. 

Tabela 14 - Absorção de água e coeficiente de capilaridade 

Traços 
Absorção de água (g/cm²) 

Coeficiente de capilaridade 
(g/dm².min½) t= 10min. t= 90min. 

TP 0,23 1,21 0,98 

-10% 0,5 1,57 1,07 

+10% 0,49 1,31 0,82 

+20% 0,51 1,38 0,87 

Fonte: Do autor (2017) 

Gráfico 3 – Absorção de água   

 

Fonte: Do autor (2017). 

 Tiggemann (2016) descreve que a absorção de água tem relação com a 

porosidade dos corpos de prova, onde há maior quantidade de poros haverá uma 

maior absorção de água e consequentemente uma menor resistência. 

0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9

1
1,1
1,2
1,3
1,4
1,5
1,6
1,7

TP -10% +10% +20%

t= 10min.

t= 90 min.



51 

 

Em relação ao coeficiente de capilaridade das argamassas ensaiadas, as 

quatro se enquadraram na classe C1 (Tabela 15), onde o traço -10% de cal 

apresentou o coeficiente mais elevado (1,07 g/dm².min½). Também foi o traço de      

-10% que apresentou a maior absorção de água por capilaridade, em consequência 

teve a menor resistência, devido aos poros, tanto à compressão quanto à tração na 

flexão.   

Tabela 15 - Coeficiente de capilaridade 

Classe 
Coeficiente de capilaridade 

(g/dm².min½) 
Método de ensaio 

C1 ≤ 1,5 

ABNT NBR 15259 

C2 1,0 a 2,5 

C3 2,0 a 4,0 

C4 3,0 a 7,0 

C5 5,0 a 12,0 

C6 > 10,0 

Fonte: NBR 13281 (ABNT, 2005). 

 

4.7 Tração na flexão 

 O ensaio de tração na flexão foi executado com três corpos de prova 

prismáticos para cada traço, respeitando a NBR 13279 (ABNT, 2005) que determina 

rompimentos para 28 dias. A Tabela 16 apresenta os valores para os quatro traços 

em estudo. 

Tabela 16 - Tração na Flexão 

Tração na flexão (MPa) 

Traço TP -10% Cal +10% Cal +20% Cal 

Média 0,4 0,33 0,66 0,53 

Desv. Padrão 0 0,23 0,11 0,12 

Fonte: Do autor (2017). 

 Nota-se que a variação da cal se demonstrou favorável para os traços com 

adição, tendo no traço +10% de cal a maior resistência dentre o grupo. A cal 



52 

 

hidratada auxiliou no ganho de resistência, assim como proporcionou a retenção da 

água para a cura da argamassa, fazendo que a relação entre cal e cimento, quando 

equilibrada, faz com que a argamassa tenha esse ganho de resistência devido a 

cura correta, e quando há excesso de cal (+20%) faz com que essa relação não 

fique tão eficiente, fazendo perder resistência. 

 A NBR 13281 (ABNT, 2005) traz a Tabela 17 que classifica a resistência da 

tração na flexão da argamassa. Os ensaios realizados determinam os traços de 

argamassa como classe R1, na qual a resistência é inferior a 1,5 MPa. 

Tabela 17 - Resistência à tração na flexão 

Classe 
Resistencia à tração na flexão 

(MPa) 
Método de ensaio 

R1 ≤ 1,5 

ABNT NBR 13279 

R2 1,0 a 2,0 

R3 1,5 a 2,7 

R4 2,0 a 3,5 

R5 2,7 a 4,5 

R6 > 3,5 

Fonte: NBR 13281 (ABNT, 2005). 

 

4.8 Resistência à compressão 

 O ensaio de resistência à compressão segue a descrição da NBR 13279 

(ABNT, 2005) que determina a utilização de três corpos de prova por traço, rompidos 

aos 28 dias de cura. Na Tabela 18 é possível visualizar os resultados dos ensaios 

feitos em laboratório para compressão da argamassa. 

Tabela 18 – Resultados do ensaio de resistência à Compressão 

Resistência a compressão (MPa) 

Traço TP -10% +10% +20% 

Média 1,25 1,11 2,47 1,66 

Desv. Padrão 0,15 0,21 0,03 0,06 

Fonte: Do autor (2017). 



53 

 

 Em virtude da relação água/cimento que foi mantida constante em todos os 

traços, apenas variando-se a cal, verificou-se que em relação entre os traços -10% e 

traço padrão, ocorreu uma maior plasticidade em consequência da maior quantidade 

de água, resultando uma resistência a compressão menor no traço -10% do que o 

traço padrão.  

Pode-se observar uma crescente na resistência de acordo com o aumento da 

quantidade de cal na mistura, porém no traço de +20% houve uma queda na 

resistência. Essa diferença pode ser em decorrência de que a utilização da cal tenha 

um volume ideal para ser utilizada na argamassa, onde o traço com +20% excedeu 

o volume ideal fazendo perder resistência. Outro possível acontecimento vem do 

auxílio que a cal hidratada traz para a resistência da argamassa, já que essa cal tem 

propriedades que auxiliam no ganho de resistência. 

A classe na qual se enquadram os traços estudados apresentou diferença. Os 

traços de -10% e traço padrão se enquadraram na classe P1, já os traços +10% e + 

20% são pertencentes da classe P2, conforme analisado na Tabela 19, de acordo 

com a NBR 13281 (ABNT, 2005). Quando um valor ficar entre duas classes, como 

por exemplo entre a classe P1 e P2, ele é enquadrado na classe superior, ou seja, 

P2. 

Tabela 19 - Resistência à compressão 

Classe 
Resistencia à compressão 

(MPa) 
Método de ensaio 

P1 ≤ 2,0 

ABNT NBR 13279 

P2 1,5 a 3,0 

P3 2,5 a 4,5 

P4 4,0 a 6,5 

P5 5,5 a 9,0 

P6 > 8,0 

Fonte: NBR 13281 (ABNT, 2005). 

 



54 

 

4.9 Aderência à tração 

A argamassa de revestimento deve atender à NBR 13749 (ABNT, 2013), que 

determina os requisitos mínimos para resistência de aderência à tração, conforme 

Tabela 20. Os traços ensaiados foram aplicados em uma base de tijolos maciço com 

chapisco aplicado com aplicador de chapisco manual da marca Vonder, e foi feito a 

aplicação de uma massa única de reboco com a utilização da mesa de queda de 

argamassa, garantindo a força de aplicação homogênea em toda a base. 

Tabela 20 - Resistência mínima para aderência à tração 

Local Acabamento Ra(Mpa) 

Parede 

Interna 
Pintura ou base para reboco ≥0,20 

Cerâmica ou laminado ≥0,30 

Externa 
Pintura ou base para reboco ≥0,30 

Cerâmica ≥0,30 

Teto   ≥0,20 

Fonte: NBR 13749 (ABNT, 2013). 

De acordo com Tiggemann (2016), é de confiança a utilização de amostras 

que apresentem coeficiente de variação de até 25%. Por ser um ensaio que 

apresenta diversas variáveis, há a possibilidade do coeficiente de variação ser 

superior aos 25%, porém, segundo o autor, os valores podem ser aceitos mediante 

análise.  

Para realização das médias para cada traço foram eliminados valores em 

desacordo com um desvio padrão e meio para mais e para menos da média, 

retirando valores muito elevados e pouco resistentes. A Tabela 21 e o Gráfico 4 

apresentam os valores médios dos ensaios. 

Tabela 21 - Aderência à tração na flexão 

Traço Tensão média (MPa) Desv. Pad. Coef. Var. (%) 

TP 0,41 0,10 24,99% 

-10% 0,48 0,11 23,20% 

+10% 0,54 0,08 14,33% 

+20% 0,54 0,09 16,60% 

 Fonte: Do autor (2017). 



55 

 

Gráfico 4 – Aderência à tração na flexão 

 

Fonte: Do autor (2017). 

 Os resultados apresentados na Tabela 21 e Gráfico 4, para o ensaio de 

aderência a tração na flexão, apresentou uma boa aderência da argamassa, 

superando os valores mínimos exigidos pela NBR 13749 (ABNT, 2013), onde o 

menor valor é de 0,3 MPa. Já para o coeficiente de variação, todos ficaram abaixo 

dos 25% determinados, demonstrando homogeneidade do ensaio.  

 A análise das formas de ruptura, assim como da umidade da argamassa de 

revestimento (Tabela 22), também foram avaliadas para todos os traços ensaiados.  

Tabela 22 - Umidade média e formas de ruptura 

Umidade média e Formas de ruptura 

Traço Umidade (%) Substrato Sub/chap Chap/arg Arg Arg/cola Cola/past 

TP 3,83 36% 52% 4% 8% 0% 0% 

-10% 3,79 15% 46% 6% 33% 0% 0% 

+10% 3,88 20% 68% 8% 5% 0% 0% 

+20% 4,05 71% 8% 6% 15% 0% 0% 

Fonte: Do autor (2017). 

 Os valores da Tabela 22 foram estimados analisando a Figura 18, onde deve 

ser feita uma análise visual das rupturas e determinar a porcentagem aproximada de 

acordo com a área. 

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

TP -10% +10% +20%

Tensão de ruptura (MPa)



56 

 

Figura 18 - Análise de rupturas das placas 

 

Fonte: Do autor (2017). 

Os resultados apresentados em porcentagem demonstram que a maioria das 

rupturas se deram entre o substrato e o chapisco, apontando uma possível falta de 

aderência do chapisco no substrato. Contudo a resistência à tração atingiu os limites 

mínimos exigido pela NBR 13749 (ABNT, 2013), tanto para uso interno quanto para 

externo. 

 Para o traço padrão, as maiores incidências de ruptura se deram no substrato 

(36%) e entre substrato e chapisco (52%), atingindo uma tensão média de 0,41 MPa 

e desvio padrão de 0,10.  

 O traço com -10% de cal apresentou um resultado significativo de aparições 

de ruptura na argamassa (33%), ficando abaixo apenas da ruptura entre substrato e 

chapisco (46%). A proporção menor de cal na argamassa supostamente deixou a 

mistura mais deficiente, prejudicando na cura do cimento. 

 A adição de +10% de cal determinou um resultado alto para o rompimento 

entre substrato e chapisco (68%), pressupondo que a aderência do chapisco ao 

substrato apresentou menor resistência. 



57 

 

 Para o traço de +20% de cal a maior aparição de rupturas foi no substrato 

(71%), constatando que a cal hidratada auxiliou na cura do cimento e melhorou a 

aderência da argamassa ao substrato. Também teve a maior média de tensão, 

atingindo 0,54 MPa, bem acima do estabelecido na NBR 13749 (ABNT, 2013). 

Pode-se diagnosticar que a maior concentração de cal melhorou a aderência da 

argamassa ao substrato, em comparação com os demais traços. 

 A grande parte das rupturas entre substrato e chapisco pode ter sido causada 

pela influência da utilização do aplicador de chapisco, tendo em vista que possa ter 

tido pouca força de aplicação. 

 

  

   



58 

 

 

 

 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 

 

 Esta pesquisa teve como intuito avaliar as possíveis alterações em uma 

argamassa de revestimento com relação à variação da cal hidratada utilizada na 

mistura, levando em consideração que na grande maioria das dosagens feitas em 

obra não há um controle de qualidade. 

Os ensaios realizados para os traços de argamassa utilizadas neste presente 

trabalho seguiram suas respectivas normas ditadas pela Associação Brasileira de 

Normas Técnicas (ABNT), desde os ensaios de argamassa fresca até endurecidas. 

Entende-se com os resultados obtidos que, para uma melhor verificação, poderiam 

ter sido feitas mais amostras para os traços, buscando uma precisão maior nos 

resultados.  

 Analisando os ensaios realizados, houve uma melhor qualificação da 

argamassa com acréscimo de 10% de cal hidratada, apresentando um ganho de 

resistência à tração na flexão, na compressão e também na aderência a tração. 

Também foi identificado na análise da ruptura que a aderência da argamassa ao 

substrato foi boa, tendo a deficiência da ruptura ocorrido em sua maioria entre 

chapisco e substrato, porém a tensão de ruptura superou o valor mínimo exigido 

pela NBR 13749 (ABNT, 2013) que é de 0,3 Mpa. 

  Baseado na NBR 13281 (ABNT, 2005) e de acordo com os resultados dos 

ensaios de caracterização, foi possível classificar as argamassas avaliadas neste 

trabalho em: 

• Traço padrão: U2, D6, M6, C1, R1, P1; 

• Traço -10%: U2, D6, M6, C1, P1; 



59 

 

• Traço +10%: U2, D6, M6, C1, P2; 

• Traço +20%: U2, D6, M6, C1, P2. 

 Os traços onde houve o acréscimo de cal hidratada na mistura (+10% e 

+20%) apresentaram resistência à compressão na classe P2, e o traço padrão e 

traço de -10% apresentaram resistência à compressão na classe P1. Para os 

demais ensaios os resultados foram próximos, pode-se ver pela classificação igual 

em todas as classes, menos na de resistência a compressão. 

 Como sugestões de trabalhos futuros, pode-se analisar as possíveis 

patologias causadas pela má dosagem da cal hidratada na argamassa ou a má 

dosagem de outros materiais componentes da argamassa, como por exemplo 

cimento, areia ou até mesmo a água.  



60 

 

 

 

 

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

 

ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland. Manual de revestimentos de 
argamassa. São Paulo, 2002. Disponível em: 
<http://www.comunidadedaconstrucao.com.br/upload/ativos/279/anexo/ativosmanu.p
df>. Acesso em 1 outubro 2016. 

ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland. Guia básico de utilização do 
cimento Portland. São Paulo, 2002. Disponível em < 
http://www.abcp.org.br/cms/wp-content/uploads/2016/05/BT106_2003.pdf>. Acesso 
em 17 julho 2017. 

ABPC - Associação Brasileira dos Produtores de Cal. São Paulo, 2008. Disponível 
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AMB – Anuário Mineral Brasileiro 2006. Distrito Federal, 2006. Disponível em: 
<http:// http://www.dnpm.gov.br/dnpm/paginas/anuario-mineral/anuario-mineral-
brasileiro-2006>. Acesso em: 15 outubro 2016. 

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 45: Agregados – 
Determinação da massa unitária e do volume de vazios. Rio de Janeiro: ABNT 2006. 

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 52: Agregado 
miúdo – Determinação da massa específica e massa específica aparente. Rio de 
Janeiro: ABNT 2009. 

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 248: Agregados- 
Determinação da composição granulométrica. Rio de Janeiro: ABNT, 2003. 

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13276: Argamassa 
para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Preparo da mistura e 
determinação do índice de consistência. Rio de Janeiro: ABNT, 2005. 

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13277: Argamassa 
para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação da retenção 
de água. Rio de Janeiro: ABNT, 1995. 



61 

 

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13278: Argamassa 
para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação da densidade 
de massa e do teor de ar incorporado. Rio de janeiro: ABNT, 2005. 

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13279: Argamassa 
para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação da resistência 
à tração na flexão e a compressão. Rio de Janeiro: ABNT, 2005. 

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT 13281: Argamassa 
para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Requisitos. Rio de Janeiro: 
ABNT, 2005. 

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13528: Revestimento 
de paredes e tetos de argamassas inorgânicas – Determinação da resistência de 
aderência à tração. Rio de Janeiro: ABNT, 2010. 

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13749: Revestimento 
de paredes e tetos de argamassa inorgânica – Especificações. ABNT, 2013. 

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15259: Argamassa 
para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação da absorção 
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para argamassas - Requisitos. Rio de janeiro: ABNT, 2003. 

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9290: Cal hidratada 
para argamassas – Determinação de retenção de água. Rio de janeiro: ABNT, 1996. 

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14399: Cal hidratada 
para argamassas – Determinação da água da pasta de consistência normal. Rio de 
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 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9205: Cal hidratada 
para argamassas – Determinação da estabilidade. Rio de janeiro: ABNT, 2001. 

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para argamassas – Determinação da plasticidade. Rio de janeiro: ABNT, 2016. 

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Monografia (Graduação em Engenharia civil). Centro Universitário Univates, 
Lajeado, 2016.  



63 

 

 

 

 

APÊNDICES 

 

APÊNDICE A - Resultados do ensaio de tração na flexão para o traço padrão e 
traço -10% (28 dias). 

 

 

 

 

 

 

 



64 

 

APÊNDICE B - Resultados do ensaio de tração na flexão para o traço +10% e traço 
+20% (28 dias). 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



65 

 

APÊNDICE C - Resultados do ensaio de compressão para o traço padrão e traço     
-10% (2 q8 dias). 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



66 

 

APÊNDICE D - Resultados do ensaio de compressão para o traço +10% e traço 
+20% (28 dias). 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



67 

 

APÊNDICE E - Resultados do ensaio de aderência à tração para o traço padrão e 
traço -10% (28 dias). 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



68 

 

APÊNDICE F - Resultados do ensaio de aderência à tração para o traço +10% e 
traço +20% (28 dias).