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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES 

CURSO DE GRADUAÇÃO COMUNICAÇÃO SOCIAL  

COM HABILITAÇÃO EM PUBLICIDADE E PROPAGANDA 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

DARDE PROPAGANDA: DO ANALÓGICO AO DIGITAL 

 

 

 

Jean Luciano Hinterholz 

 

 

 

 

 

  

 

 

Lajeado, novembro de 2014 

 



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Jean Luciano Hinterholz 

 

 

 

 

 

 

 

 

DARDE PROPAGANDA: DO ANALÓGICO AO DIGITAL 

 

 

 Artigo apresentado ao Curso de Comunicação 
Social com habilitação em Publicidade e 
Propaganda do Centro Universitário Univates, 
para obtenção do titulo de bacharel em 
publicidade e propaganda. 

 

 

 Orientador: Professor Fábio Luís Kraemer  

 

 

 

 

 

 

 

Lajeado, novembro de 2014 

 

 



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DARDE PROPAGANDA: DO ANALÓGICO AO DIGITAL  

 

         Jean Luciano Hinterholz1 

                Fábio Luís Kraemer2 

 

RESUMO: O presente artigo aborda como a tecnologia Desktop Publishing (DTP) impactou a agência 
Darde Propaganda, descrevendo os processos de produção de anúncios publicitários e softwares 
utilizados pela agência. Entre os objetivos estão, historicizar a forma de fazer publicidade desde a 
década de 70 e valorizar aquele publicitário com viés artístico, que contava somente com o seu 
talento e criatividade para desenhar manualmente os anúncios. Observamos que, nem sempre a 
tecnologia é boa em termos de rentabilidade para o usuário. Além disso, trata-se de um assunto 
inédito na região. A pesquisa é exploratória, qualitativa, com entrevista em profundidade e análise 
documental. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Agência de propaganda. Produção gráfica analógica. Desktop Publishing. 
 
  

1  INTRODUÇÃO 

 

Com a invenção do computador, a tecnologia vem evoluindo a passos largos 

e ajudando o homem a otimizar o seu trabalho e ter uma vida mais confortável. Na 

área da publicidade não é diferente. Desde os primeiros anúncios de propaganda 

veiculados em jornais no início do século 20, quando a arte era pintada a mão, muita 

coisa mudou.  O surgimento do Desktop Publishing (DTP), conjunto de softwares de 

editoração eletrônica para gerar layouts e produzir texto de qualidade tipográfica e 

imagens, nos anos 80, se comparada a tradicional tipografia e impressão, facilitou 

bastante a vida dos publicitários. A partir da DTP, ao invés de levar dias para montar 

um anúncio, os mesmos publicitários podem finalizar vários de anúncios num só dia.  

                                                             
1
 Acadêmico do Curso de Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda do 
Centro Universitário Univates, Lajeado/RS Contato: jeanhinterholz@gmail.com  

 

2 Orientador do artigo. Professor e Coordenador da Agência Experimental de Comunicação do Centro 
Universitário Univates, Lajeado/RS Contato: flkraemer@yahoo.com.br 

 

http://en.wikipedia.org/wiki/Typography
http://en.wikipedia.org/wiki/Printing


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Tal avanço possibilitou o crescimento e o surgimento de diversas agências de 

publicidade e estúdios de arte e criação, ou simplesmente o descobrimento do 

talento de um jovem que sabe manusear as ferramentas e tem criatividade para 

montar anúncios em minutos a partir do quarto da casa dos seus pais, podendo ser 

um dos publicitários do futuro.  

A primeira agência de publicidade de Lajeado, fundada em 1978 e em 

atividade ainda é a Darde Propaganda. Desde a sua fundação até a realização deste 

trabalho em 2014, houve muitas mudanças no cenário publicitário, especialmente 

com relação aos métodos e processos utilizados para a elaboração do material de 

divulgação dos produtos ou serviços, incluindo o surgimento da DTP e a transição do 

processo analógico ou manual, para o digital.   

Sendo assim, o presente trabalho tem como problema descobrir como a 

tecnologia Desktop Publishing (DTP) impactou a agência Darde. O objetivo geral é 

descrever a evolução da agência a partir da introdução e substituição de tecnologias 

para a confecção de anúncios. Os objetivos específicos são historicizar a forma de 

fazer publicidade desde a década de 70, a partir do olhar do publicitário Luiz Darde, 

além de caracterizar os processos de produção de anúncios publicitários, setores 

envolvidos e softwares utilizados pela agência ao longo do período. 

O que justifica a realização da pesquisa é que na década de 70 não existiam 

programas para editar sons e imagens ou reproduzir e criar modelos prontos de 

anúncios, sendo necessário realizar a maioria dos processos de forma manual. 

Muitos jovens que estão na faculdade ou ingressaram recentemente no mercado de 

trabalho já foram apresentados aos softwares e não tem noção das dificuldades 

enfrentadas pelos primeiros publicitários da cidade.  Precisamos valorizar aquele 

publicitário artista que contava somente com o seu talento e criatividade para 

desenhar manualmente os anúncios.  Além disso, não se tem conhecimento de que 

alguém tenha abordado a evolução da propaganda em nossa região, sendo um 

assunto inédito. 

O método de pesquisa adotado será o exploratório, (RICHARDSON,1999) e  

qualitativo (RICHARDSON,1999), com entrevista em profundidade (DUARTE, 2008), 

utilizando pesquisa bibliográfica e análise documental (MOREIRA, 2008). A análise e 

interpretação dos dados terá como base uma fundamentação teórica para facilitar a 



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compreensão e explicar o problema abordado. O artigo oferece uma breve revisão 

teórica dos conceitos de agência de publicidade, produção gráfica e o jornal, como 

meio de divulgação, além do Desktop Publishing. 

 

2   REFERENCIAL TEÓRICO 

 

De acordo com a Lei Federal nº 4.680, de 18/06/1965, regulamentada pelo 

Decreto nº 57.690 de 17/02/1966, "A agência de propaganda é pessoa jurídica 

especializada na arte e técnica publicitárias que, através de especialistas, estuda, 

concebe, executa e distribui propaganda aos veículos de divulgação, por ordem e 

conta de clientes-anunciantes, com o objetivo de promover a venda de produtos e 

serviços, difundir idéias ou informar o público a respeito de organizações ou 

instituições colocadas a serviço deste mesmo público" 

Segundo Sant'Anna, Júnior e Garcia (2011, p. 300), a agência de publicidade 

surgiu a partir dos serviços de corretores de anúncios, que angariavam clientes para 

jornais e revistas. Atualmente trata-se de uma empresa independente, sem filiação 

legal ou econômica com o anunciante, que se dedica ao planejamento, produção e 

distribuição da publicidade a qualquer empresa que demande tais serviços. Em tese, 

segundo os autores, qualquer um pode ter uma agência, mas o negocio publicitário 

depende do talento para criar, administrar e vender uma ideia.   

Uma agência de propaganda se estrutura basicamente em função das três 

etapas do seu trabalho que são: atendimento/planejamento, criação/produção e 

mídia. Os responsáveis pelo atendimento/planejamento, basicamente, prestam 

assistência ao cliente, estudando suas características e problemas, definindo 

oportunidades e planejando os trabalhos e tarefas para a solução dos seus 

problemas. A criação/produção é a fase da geração das idéias, temas, slogans, 

textos, ilustrações, anúncios, sons, filmes e todas as formas de comunicação a 

serem combinadas nas mensagens publicitárias de cada cliente. A mídia é a seleção 

dos veículos de comunicação mais adequados para atingir o público alvo, sempre 

buscando o melhor custo-benefício para cada caso (SAMPAIO, 1995, p.44).  

De acordo com Jack Trout e Al Ries (apud SANT'ANNA, JÚNIOR E GARCIA 

2011, pág.113), a década de 70 colocou a propaganda em um novo patamar, em 



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uma era em que apenas a criatividade na formulação das mensagens deixou de ser 

a chave do sucesso, especialmente em função da forte competição no mercado. 

Defendem que, para se ter sucesso em nossa sociedade de supercomunicação, é 

necessário que uma companhia crie uma posição na mente do comprador potencial, 

de preferência a primeira a ser lembrada (top of mind). Mas a publicidade não pode 

ser medida somente em relação a vendas. Seu propósito também é de tornar o 

produto ou serviço conhecido no mercado, destacando seus benefícios e vantagens, 

através da mídia. Em função do crescimento na oferta de meios de comunicação, o 

profissional de agência precisa selecionar o meio mais adequado ao seu cliente. 

 

2.1 O meio jornal 

Entre tantos meios disponíveis para a veiculação, um dos mais usuais é o 

jornal, por se tratar de uma mídia mais acessível ao anunciante e que presta um 

serviço de utilidade pública, através dos anúncios classificados. O jornal representa 

excelente mídia de caráter local e regional, oferece grande agilidade para sua 

utilização, bom impacto entre as classes mais elevadas e alta credibilidade, 

transferida dos jornais para os anúncios. Normalmente os jornais são dirigidos para 

o público em geral, mas existem cadernos e publicações específicas para negócios, 

esportes, lazer, turismo, donas de casa e segmentos mais ou menos homogêneos 

da população. Porém, uma das limitações do jornal é a circulação que, normalmente 

é local ou regional, pois não existem muitos jornais nacionais e os que existem, 

acabam concentrando sua circulação nas regiões onde são publicados. (SAMPAIO, 

1995, p.84).  

Apesar do surgimento de novos meios, o jornal continua sendo o segundo 

veiculo que mais recebe verbas de anunciantes, perdendo apenas para a televisão. 

Conforme dados do Projeto Inter-Meios, em 2013 a maior parte dos investimentos de 

anunciantes diretos e agências destinaram-se à televisão aberta (66,88%), seguida 

por jornal (11,29%), revista (4,97%), internet (4,54%), rádio (4,16%) e tv por 

assinatura (3,72%). (INTERMEIOS, 2014, texto digital). 

 

 



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2.2 Produção gráfica analógica 

  

A produção gráfica evoluiu bastante nos últimos 40 anos. Entre os processos 

realizados, inicialmente tivemos os tipos móveis, criados por Johannes Gutenberg, 

no século XV, cujos tipógrafos tinham que compor letra por letra para a gravação 

das chapas e depois desfazer todo o processo para o reaproveitamento dos tipos, 

mas esta técnica era utilizada comumente para edições de pequeno porte (NUNES, 

2010). As matrizes para anúncios publicitários, mesclavam imagem e texto, com 

tipos móveis de metal e madeira (FIGURA1). 

Figura 1 - Tipos Móveis 

 

Fonte: Oficina Miríade (texto digital). 2014 

 

Posteriormente, surge o Linotipo, que é uma máquina inventada por Ottmar 

Mergenthaler em 1890, na Alemanha e que funde em bloco cada linha de caracteres 

tipográficos. A máquina é composta de um teclado, como o da máquina de escrever 

e as matrizes que compõem a linha-bloco descem do magazine onde ficam 

armazenadas e, por ação do distribuidor, a ele voltam, depois de usadas, para 

aguardar nova utilização (NUNES, 2010). 

 



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Enquanto na composição manual e na quente o tipo deve ser entintado para 

impressão, na fotocomposição, usada ainda hoje por designers, os caracteres são 

projetados e expostos sobre um filme ou papel fotográfico resultando em letras de 

fôrma perfeitas. O processo de gravação fotográfica em chapas de zinco é chamado 

de clichê. Desde 1971, a maioria dos clichês são produzidos com fôrmas 

fotopolímeras, resultando em chapas de borracha vulcanizada, especialmente na 

impressão offset (BAER, 2010).  

A impressão offset consiste na repulsão entre água e tinta gordurosa. O nome 

off-set – fora do lugar – vem do fato da impressão ser indireta, ou seja, a tinta passa 

por um cilindro intermediário, antes de atingir a superfície. Este método tornou-se 

principal na impressão de grandes tiragens (a partir de 1.000). Porém, para menores 

volumes, sua utilização não compensa, já que o custo inicial da produção é caro 

(NUNES, 2010).  

Segundo Baer (2005), a preparação de uma arte-final, tem como principal 

objetivo, a colocação do texto e imagem no seu devido lugar, em posição ou 

medidas finais, dentro do espaço previsto para a diagramação. Na pré-impressão 

tradicional, os elementos da arte-final eram colados (paste-up) sobre uma prancha 

demarcada como um gabarito, com as dimensões e formato das páginas (BAER, 

2005). 

Algumas reproduções mantém as caracteristicas originais do seu desenho, 

mas muitas precisam ser ampliadas ou reduzidas na hora de fotografar. Entre os 

métodos utilizados para isso está o PMT (Photomechanical Transfer) que é uma 

cópia fotográfica reticulada de originais a tom continuo, produzida por contato com 

negativos de meio tom, permitindo sua inclusão direta numa arte à traço, já na fase 

de paste-up, proporcionando uma redução de custos na fase de preparação de 

fôrmas de impressão (BAER, 2005). 

O overlay (sobreposição) é uma cobertura transparente como folha de 

acetato, poliéster ou mesmo papel vegetal, preso com fita adesiva na parte superior 

da arte-final, com o objetivo de proteger contra sujeira e manuseio; levar instruções 

sobre a reprodução fotomecânica ou indicar as cores que devem ser aplicadas na 

arte (BAER, 2005, p.29). 



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Originais coloridos precisam ser separados através da divisão da imagem em 

quatro componentes, que correspondem as três cores primárias de impressão: 

ciano, magenta e amarelo (yellow), além do preto, adicionado para obter maior 

densidade  nas áreas escuras. O preto, neste caso, é representado pela letra K, 

para evitar confusão com o azul (blue), completando assim a sigla CMYK (BANN, 

2012, p.36). 

 

2.3 Desktop publishing 

 

O Desktop Publishing (DTP), cuja tradução é publicando sobre a mesa, trata-

se de um conjunto de softwares para editoração eletrônica que surgiram a partir dos 

anos 80. Com estes programas, qualquer pessoa com um pouco de domínio das 

ferramentas, podia se utilizar de um computador, scanner e impressora para editar e 

publicar anúncios, sem sair de casa ou do escritório.  

Segundo Silva e Uchôa, (2009) o Desktop Publishing pressupõe que se possa 

confeccionar publicações utilizando o microcomputador mediante três estágios 

principais que são a criação, montagem e impressão. Isso centraliza o projeto na 

figura do diagramador, substituindo os artesãos e profissionais especializados que 

realizavam o processo através de desenho, composição gráfica e tipográfica, 

fotografia, análise de provas, separação de cores, nova análise e impressão final, o 

que acabava gerando um custo bastante alto para os contratantes do serviço.   

Entre os benefícios oferecidos pela Editoração Eletrônica estão: a economia 

de dinheiro, pois computadores pessoais são mais baratos até mesmo que 

equipamentos de composição de segunda mão; a economia de tempo e o 

Incremento da agilidade, pois é muito mais rápido preparar um texto, corrigir e 

encaixar na folha de estilo; um melhor controle, pois será possível controlar mais a 

arte final de um trabalho e a qualidade do produto final e a qualidade da arte final, 

pois podemos melhorar a qualidade visual de uma publicação, tornando-a mais clara 

e suave, mesclando gráficos, textos, imagens etc. (NUNES, 2010, p.53) 

De acordo com a História da pré-impressão (PRE-PRESSURE, 2014, texto 

digital), em 1985 é lançado o programa Aldus Pagemaker (FIGURA 2) que, aliado a 

impressora Apple LaserWriter, são considerados os pioneiros na revolução da 



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editoração eletrônica (DTP). Na sequência, em 1986 surge o Ventura Publisher, 

seguido do QuarkXPress e Adobe Illustrator, em 1987.  

 

Figura 2 – Aldus Pagemaker 

 
Fonte: Toastytech (texto digital). 2014 

 

Os programas mais conhecidos e utilizados atualmente, especialmente pelos 

usuários domésticos e publicitários amadores são o CorelDRAW, que surgiu em 

1989 e atualmente está na versão X7, lançada em 2014 e o Photoshop lançado em 

1991e que está na 14ª versão, chamada de Creative Cloud (CC). Em 1999 surge o 

InDesign, fechando assim a linha do tempo abaixo (PRE-PRESSURE, 2014, texto 

digital). 

Quadro 1 – Linha do tempo 

1985 1986 1987 1989 1991 1999 

Apple LaserWriter 
Aldus Pagemaker 

Ventura Publisher QuarkXPress 
Adobe Illustrator 

CorelDraw Photoshop InDesign 

 

Fonte: Do Autor. 2014 

 



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2.4 Darde Propaganda 

 

Para analisar o processo de evolução do sistema analógico para o digital da 

agência Darde Propaganda, realizamos uma entrevista com o proprietário, Luiz 

Darde, que começou a desenhar manualmente com 13 anos, quando fez um curso 

por correspondência no Instituto Universal Brasileiro. Na época trabalhava como 

pintor e desenhista de vitrines. Chegou a decorar danceterias, até ser contratado 

pelo departamento técnico da Certel energia, de Teutônia, onde atuou como 

desenhista, fazendo as plantas com esquemas elétricos.  

Foi o primeiro desenhista e diagramador do Jornal Choque, onde também 

aprendeu a criar e montar anúncios, chegando a ser premiado num concurso 

nacional de criação de cartazes sobre acidente de trabalho, quando ganhou o valor 

equivalente a um carro zero quilômetro como prêmio.  

Depois de dois ou três anos, veio para Lajeado trabalhar como autônomo, 

tendo a Certel como primeiro cliente com quem permaneceu por cerca de 20 anos. 

Somente em 1978 é que resolveu abrir a agência Darde, a mais antiga de Lajeado. 

Chegou a fazer um ano do curso superior de arquitetura na Unisinos, mas desistiu e 

continuou como publicitário.  

Até 1984 trabalhou sozinho. Teve alguns freelancers, mas atualmente a 

agência é composta por quatro pessoas, sendo que Darde cuida da parte de 

administração de layout e planejamento, enquanto a filha é redatora, formada pela 

UFRGS como publicitária e cuida da parte financeira e atendimento. Tem mais um 

filho que auxilia em vídeo e é editor de arte e outro funcionário que é diretor de arte.  

 

3 ANÁLISE  

 

Partindo da premissa de que a tecnologia facilita as nossas vidas, avaliamos 

a forma como eram feitos os anúncios de jornal da agência Darde antes e depois do 

surgimento do Desktop Publishing - softwares de edição eletrônica. Ao contrário do 

que se imagina, nem sempre essas mudanças são positivas, especialmente em 

termos de rentabilidade, como vamos constatar no decorrer da análise.  



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No início de sua carreira, em 1975, Luiz Darde produzia todas as peças de 

forma artesanal, contando basicamente com a sua criatividade e habilidade no 

manuseio das ferramentas até então disponíveis. O profissional viajava para Porto 

Alegre, numa época em que não havia tantas linhas de ônibus, para comprar letras 

para decalque e passava noites fora de casa e em outras cidades, onde dependia de 

maquinário terceirizado para finalizar os seus anúncios. Apesar disso, sempre 

procurava se manter atualizado, lendo revistas de publicidade de São Paulo, muitas 

vezes escritas em inglês, a fim de saber quais eram as tendências do mercado. 

Diante disso, percebe-se que, o profissional não podia finalizar mais do que dois 

anúncios por semana, limitando muito o número de clientes que poderia atender ao 

mesmo tempo. Observamos, inclusive, a centralização de todo o trabalho em uma 

única pessoa. Tal procedimento fere o que preconiza Sampaio (1995), para quem as 

funções de uma agência são o planejamento da comunicação publicitária de seus 

clientes, a criação e produção das mensagens mais indicadas, estudo e planificação 

das melhores alternativas de uso dos veículos, encaminhamento para veiculação 

das mensagens e aferição dos resultados de todo o esforço (SAMPAIO, 1995, p.41). 

Diante de tantas funções, o autor dá a entender que a atividade requer mais 

profissionais no desenvolvimento dos trabalhos.  

Questionado sobre a forma e processos para a criação de anúncios, Darde 

disse que fazia muitos anúncios de varejo com fotografias de estofados e dormitórios 

emprestadas pelas Lojas Pinto Müller, onde, na mesa do proprietário Marco Antônio 

Pinto, desenhava a mão os catálogos com nanquim. Desenhava sofás, dormitórios, 

cozinhas e montava tudo em papel vegetal, sendo que os títulos eram feitos com 

letras destacáveis da Letraset (FIGURA 3). Depois passava por um processo 

chamado PMT (FIGURA 4), quando fotografava a arte em si e reduzia ou ampliava 

conforme o layout que iria aplicar na arte no jornal O Informativo, o único jornal da 

cidade na época. Ele fazia o esboço, delimitando o espaço para a ilustração, o texto 

e o logotipo, e a partir daí calculava a ampliação de cada parte do anúncio, como por 

exemplo de um estofado, que levava de três à quatro dias para ficar pronto. Isso 

remete a uma prática bastante comum na década de 70. Na época, a maioria dos 

anúncios publicados em jornais e revistas, era montada de forma artesanal, a partir 

de desenhos e fotocomposição, aliados a técnica de Letraset - letras transferíveis - 

montadas uma a uma para formar as palavras e frases dos enunciados, oferecendo 



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ao artista gráfico um sem número de fontes tipográficas, símbolos e signos usados 

na arte-finalização de impressos, conforme destaca Schnitman (2007). 

 

As estações gráficas, os aplicativos de composição eletrônica e as novas 
formas de reprodução de impressos revolucionaram os processos gráficos. 
O impacto destas transformações guarda certa similaridade com o início da 
imprensa, na medida em que se verifica velocidade na duplicação e perda 
de qualidade visual.  
É notável que a estética do processo de reprodução de impressos iniciado 
com Gutenberg precisou de menos meio século para se estabelecer, com 
Aldo Manucio, apesar de não dispor dos conhecimentos científicos nem dos 
recursos tecnológicos atuais (SCHNITMAN, 2007, pág.138). 

 

Figura 3 – Letraset 

 
 
Fonte: swiss-miss (texto digital). 2014 



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Figura 4 – Câmera de Exposição (PMT) 

 

Fonte: autor. 2014 
 
 

Esta mesma técnica de PMT foi utilizada no anúncio da campanha de venda 

de cadeiras cativas do Clube Lajeadense, feito por Luiz Darde em 1978 (FIGURA 5). 

Como não havia verba para fotografar a cadeira, Darde foi ao estádio e desenhou 

uma cadeira com nankin em papel vegetal e mais tarde, reduziu o desenho em PMT, 

como podemos observar no selo da campanha no rodapé. Outro modelo de anúncio 

desenhado a mão e depois utilizado Letraset para o titulo é o dos Calçados Hexsel, 

de 1981, onde vemos o rascunho aprovado pelo cliente e depois a arte final, 

publicada em jornal (FIGURA 6).  

 

 



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Figura 5 – Anúncio do Lajeadense 1978 

 

Fonte: Arquivo pessoal Darde. 1978 

 



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Figura 6 – Anúncio Calçados Hexsel 1981 

 

Fonte: Arquivo pessoal Darde. 1981 
 

Outra forma de fazer o título era através de uma tituleira, que era um negativo 

com todas as fontes. As mesmas eram expostas à luz e depois reveladas num 

laboratório, no jornal Informativo (FIGURA 7). Já o texto era composto em IBM, 

máquinas de escrever elétricas com esferas de corpo 8 até 12, disponíveis na 

Gráfica Cometa (FIGURA 8). 

Depois de alguns anos, Darde passou a fazer fotocomposição no Jornal 

Gazeta, de Santa Cruz do Sul. Fotocomposição é um processo já com 

computadores, cujas funcionárias da Gazeta digitavam o texto em colunas a serem 

diagramadas e coladas (paste-up) sobre uma folha de papel, gerando uma arte-

final.  As matrizes portavam caracteres transparentes, vazados em negativo, que 

eram projetados em papel fotográfico, processado quimicamente. Darde fazia o 

layout em Lajeado e no fim da tarde se dirigia a Santa Cruz do Sul, onde  ficava até 

às 4h da manhã esperando a conclusão do jornal para depois finalizar a sua arte, 

uma vez que havia fila de espera para a realização de tal serviço. Neste caso, 

provavelmente o profissional não atenderia mais ninguém até a tarde do dia 

seguinte, limitando o número de clientes ou de trabalhos que seriam aceitos.  



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Figura 7 – Tituleira 

 
Fonte: Autor. 2014 

 
Figura 8 – Máquina de Escrever IBM 

 
Fonte: OLX (texto digital). 2014 
 
 

 Em Santa Cruz chegou a utilizar o linotipo, mesma técnica usada na 

impressão do jornal Gazeta, na época. Alguns profissionais digitavam as linhas e as 

letras caíam numa matriz de chumbo derretido, formando um clichê. Depois de 

secado o Chumbo, era passada tinta preta com rolo para tirar a prova tipográfica da 

composição (FIGURA 9).  



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Figura 9 – Linotipo 

 
Fonte: Taniarojo (texto digital). 2014 

 

Depois que tinha o título, a composição do texto e o logotipo, montava o 

layout e colava todas as peças em cima de uma cartolina triplex branca e aplicava 

um papel seda, com cola em bastão (paste-up). Depois com esta arte pronta em 

papel fotográfico, batia o fotolito daquela arte e convergiam todas as sombras.  

Diante desse histórico, pode-se perceber que o profissional sempre dependia 

da boa vontade e disponibilidade de máquinas e equipamentos terceirizados para 

concluir os seus anúncios. Caso alguém não estivesse disponível ou alguma 

máquina estivesse estragada, seu anúncio teria que esperar.  

Até então estamos falando de anúncios em preto e branco, mas quando 

surgiu a seleção de cor, uma das poucas empresas a oferecer este processo era a 

editora Maredi de Porto Alegre. Sendo assim, quando finalizava uma arte em cartão 

prevendo seleção de cores, Darde colocava um overlay (sobreposição) na arte, onde 

marcava o que seria colorido e qual a cor a ser utilizada.  

 

 



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Para fotos coloridas, deixava-se na arte uma máscara preta (que ficaria 

positiva no fotolito), já na proporção e tamanho exato da foto, que geralmente era 

produzida em cromo (positivo) e essa separação de cores em fotolitos era feita pela 

Maredi, que fornecia uma prova colorida de pré-impressão do trabalho, feita num 

prelo em CMYK (Ciano, Magenta, Yelow e black).  Mais uma vez, o profissional 

precisava se deslocar para outra cidade, onde permaneceria todo o dia, até ver as 

provas de cores e aprovar a impressão, não sendo dono do seu próprio tempo. 

Depois de trabalhar cerca de 15 anos com este processo manual, lembra que 

teve acesso a programas para desenhar direto em computador, apenas em 1991, 

quando comprou um computador, importado do Paraguai, por U$ 2.500 dólares.  

O equipamento veio com o Corel instalado, dois anos depois do software ser 

lançado, o que pode ser considerado pouco tempo, levando em consideração que o 

acesso a informação era bastante restrito, já que, não havia internet e nem outros 

colegas do ramo com quem trocar ideias sobre o assunto.  

Tanto que, para aprender a usar as ferramentas do Corel, Darde se valeu 

apenas das dicas do próprio programa e da sua curiosidade para descobrir como 

funcionava cada ferramenta. Para ajustar as fotos, como brilho, contraste e etc., 

usava o próprio Paintbrush do Windows, que aprendeu a usar lendo e pesquisando, 

sem ter realizado nenhum curso.  

O primeiro anúncio feito no computador foi em 1991, quando usou um clip art3 

de um peru, disponível no próprio banco de imagens do Corel, para um anúncio de 

Natal das Casas Born (FIGURA 10). 

                                                             
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 Clip Art são desenhos ou elementos gráficos de domínio público que podem ser incorporados aos 

trabalhos. 



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Figura 10 – Anúncio Casas Born 1991 

 
Fonte: Arquivo pessoal Darde. 1991 

 

O Photoshop só veio a ser usado em 93 ou 94, três anos depois do seu 

lançamento, por obrigação, uma vez que a maioria dos anúncios utilizava imagem e 

que precisava ser ajustada. Mais uma vez teve que aprender sozinho, pois era o 

pioneiro no uso de ferramentas que muitos não conheciam e por isso, não podiam 

opinar e nem dar sugestões ou dicas para otimizar o trabalho. 



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Indagado sobre o uso de outros softwares, disse que faz algumas peças no 

InDesign, mas não gosta de trabalhar em camadas, pois perde tempo. Pela sua 

formação autodidata, prefere desenhar rápido os layouts, pois o volume de trabalho 

é muito grande e não gosta de programas com recursos demais, pois tomam muito 

tempo.  

Justifica que, para dar saída nos arquivos, tem outro desenhista que faz os 

acabamentos, PDFs (Portable Document Format) e fechamento de arquivos em 

InDesign e Ilustrator, para envios às gráficas e veículos. Isso mostra que, apesar de 

manter uma estrutura padrão de setores dentro da agência, Darde acaba 

centralizando muitas funções ou pulando etapas, o que acaba sobrecarregando o 

diretor e impedindo que os outros deem a sua opinião sobre o trabalho.  

Perguntado sobre como as peças são feitas atualmente, como por exemplo, a 

arte nova de um sofá, disse que se não tiver a fotografia do sofá, contrata um 

estúdio, depois ajusta a foto e aplica na arte, sem a necessidade de fornecedores. 

Hoje é praticamente autossuficiente, lembrando que um anúncio que antes levava 

até quatro dias para ficar pronto, agora pode levar cinco minutos.  

Um dos exemplos disso é o anúncio feito em 2012 para o cliente JA Spohr e 

que faz referência ao mesmo Clube Lajeadense de 1978 (FIGURA 11). A diferença é 

que agora o publicitário apenas precisou de uma foto e alguns minutos no 

CorelDraw. 

 

 

 

 

 

 

 

 



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Figura 11 – Anúncio J.A. Spohr 

 

Fonte: Arquivo Pessoal Darde. 2012 

 

Sobre as etapas, disse que o processo de criação não mudou muito, pois o 

cliente sempre precisa passar um briefing4 do que quer. A diferença é que se faz 

tudo por e-mail dentro do escritório em 15 ou 20 minutos e manda direto para os 

jornais. O próprio Darde busca os arquivos, escolhe a fonte e faz um esboço. 

Quando o desenhista está muito ocupado, ele mesmo faz a arte e passa para o 

cliente aprovar, mais uma vez fugindo do modelo convencional de agência cujo 

pedido de anúncio precisa passar pelo atendimento e planejamento, antes de chegar 

a produção.  

                                                             
4
 Briefing é o conjunto de informações prestadas pelo cliente para o desenvolvimento de um trabalho. 



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Indagado sobre a sua percepção quanto a qualidade dos anúncios impressos, 

disse que melhorou muito, principalmente em função dos softwares. Nos trabalhos 

antigos não tinha controle sobre as reproduções pois havia várias etapas, como 

quem e com que equipamento fotografava para revelar os fotolitos, quem os corrigia, 

aplicava retículas e etc. Já com os arquivos digitais, é possível ver no monitor 

devidamente calibrado, como será a saída do arquivo para fotolito e gravação de 

chapas. Este avanço trouxe grandes benefícios para a atividade. Para Silva e 

Uchôa, (2009) “Os programas específicos de Desktop Publishing permitem controle 

refinado de elementos tipográficos, precisão em espaçamentos e alinhamentos e 

inúmeros tipos de opções para inserir e tratar imagens", o que corrobora com a 

opinião do publicitário.   

Questionado sobre a facilidade de acesso ao software e o aumento da 

concorrência, Darde disse que foi um processo natural, apesar do impacto financeiro 

que isso causou a sua agência. Exemplificou que, antes do surgimento da DTP, para 

elaborar um folder de móveis, pegava um dormitório do cliente, se o cliente não tinha 

dinheiro para pagar. Era o equivalente a R$ 6.000,00 ou R$ 7.000,00 mil reais hoje,  

porque não tinha quem fizesse isto por aqui. Disse que atendia a Benoit e mobiliou 

toda a casa praticamente fazendo permuta, salientando que era bem remunerado, 

ao contrário de hoje em dia, onde os clientes preferem pagar por hora para 

empresas de comunicação visual elaborarem suas artes como logotipo e banners na 

hora.  

Como que, num passe de mágica, a criação de anúncios, que antes levava 

até quatro dias, envolvendo máquinas e fornecedores terceirizados, passou a ser 

feita em minutos, no conforto do seu escritório, sem o envolvimento de mais 

ninguém. No entanto, a facilidade e rapidez também tinha os seus efeitos colaterais 

e neste caso, foi a redução na rentabilidade do negócio. As mesmas artes que antes 

lhe rendiam um dormitório completo, agora não chegavam nem para comprar um 

colchão. Se isso não bastasse, a facilidade de acesso aos softwares, também 

aumentou a concorrência e qualquer jovem com um pouco de conhecimento sobre 

computadores podia aprender da mesma forma que Darde, a fazer as artes no 

conforto do seu quarto e assim o mercado foi ficando cada vez mais concorrido e o 

valor agregado do trabalho, cada vez menor. O computador que, na época custou 

cerca de U$ 2.500,00 dólares, agora não custa nem U$ 500,00 e os softwares 



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piratas podem ser baixados pela internet, mesmo meio que ensina a usar as 

ferramentas através de tutoriais no Youtube, o que vai ao encontro da opinião de 

Levacov (1998), para quem o declínio acentuado dos custos de hardware e 

software, bem como o crescimento extraordinário do acesso comercial auxiliam e 

aceleram a transição do analógico ao digital. "Qualquer um pode auto-publicar-se e 

milhares já o fazem graças aos recursos oferecidos pelo Desktop Publishing e pela 

internet" (LEVACOV, 1998). 

Darde afirma que a popularização dos softwares prejudicou as agências e 

complicou o mercado profissional da região, uma vez que, segundo ele, os grandes 

anunciantes daqui tem agências de fora ou montaram agência própria dentro da 

empresa, as chamadas Houses. A redução na rentabilidade, fez com que se 

especializasse em vídeo, que tem menos concorrência. Neste caso, também é 

autossuficiente, pois faz o roteiro, tem câmera, luz e edição, fazendo praticamente 

tudo sozinho. 

Sobre o mercado publicitário de um modo geral, lamentou que as empresas 

não investem mais na qualificação profissional e que o mercado é muito restrito uma 

vez que, cada agência tem seus clientes e sabe dos seus limites. Acredita que, cada 

vez mais empresas vão criar seu departamento de arte e criação, porque uma 

agência, além de toda parte de criação, teria direito ao comissionamento no veículo 

e com esse valor, poderia pagar seus funcionários. Neste caso, o publicitário mostra 

que tem visão de futuro e procura diversificar suas atividades para escapar, ou pelo 

menos reduzir os efeitos da concorrência.  

   

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS  

 

Muitos jovens nascidos na era digital não tem a menor noção de como eram 

feitos os anúncios publicitários antigamente. De quais eram as dificuldades 

enfrentadas pelos publicitários que levavam dias para finalizar um anúncio feito de 

forma artesanal, sem o auxílio do computador e da internet. Sendo assim, tal 

trabalho buscou resgatar parte da história, contatada por um publicitário que 

vivenciou as mudanças e sentiu na pele os prós e contras da era digital para o seu 

negócio e homenagear os nossos precursores, verdadeiros artesãos da propaganda.  



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Não temos a pretensão de esmiuçar todos os processos e suas etapas, mas 

relacionar as principais mudanças e métodos adotados durante os últimos 40 anos 

em que o publicitário, Luiz Darde, objeto de nossa pesquisa, está atuando no 

mercado. Como pode-se perceber, até o ano de 1991 o publicitário realizava todo o 

seu trabalho de forma artesanal e com a dependência de terceiros. A partir daquele 

ano, um marco na sua carreira, passou a produzir suas peças em casa e depois no 

escritório, mas de lá para cá, pouca coisa mudou, com exceção da atualização dos 

softwares e surgimento de novas ferramentas para ajustes na arte ou tratamento de 

imagens. Vimos que, naquela época, era necessário um grande investimento para a 

aquisição de softwares, ao contrário de hoje, quando qualquer um pode comprar um 

computador popular e auto publicar-se como destaca Levacov (1998). 

Podemos perceber também que, ao mesmo tempo em que a tecnologia torna 

tudo mais fácil, também acaba reduzindo os rendimentos do publicitário, que passa a 

ser remunerado de forma quase que proporcional ao tempo despendido. Tanto que 

o publicitário Darde, percebendo esta tendência acabou se especializando na área 

de vídeo que, na sua percepção, ainda não está tão concorrida.   

Com isso, podemos verificar que, o surgimento dos softwares de edição 

eletrônica impactaram negativamente a agência Darde, uma vez que os seus 

serviços, de forma artesanal, deixaram ser exclusivos e bem remunerados, para 

concorrerem com dezenas de jovens e novos profissionais que aprenderam a usar o 

computador. Em uma visão mais pragmática, do próprio publicitário pesquisado, a 

popularização dos softwares também acabou reduzindo a qualidade dos materiais, 

não visualmente, mas em termos de conteúdo e conceito, prejudicando todo o 

mercado publicitário da cidade que, na visão do entrevistado, está em vias de 

extinção.  

Porém, precisamos nos perguntar se as mudanças não são uma exigência do 

mercado, que demanda novos hábitos de consumo. O papel da Publicidade e as 

funções do publicitário mudaram. É algo multidisciplinar, que exige mais do que o 

manuseio de ferramentas e sim o estudo e qualificação profissional para entender do 

que o cliente precisa e acompanhar estas mudanças, para não ficar no passado. 

Para finalizar, sugerimos outras pesquisas que podem ser feitas dentro do 

mesmo assunto. Além dos métodos e processos para a produção das peças 



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publicitárias, também houve mudanças significativas na linguagem utilizada para se 

fazer propaganda e que poderia ser objeto de uma pesquisa futura. Por fim, também 

poderia se abordar a questão psicológica e semiótica dos anúncios que, atualmente 

apelam mais para questões emocionais, ao contrário dos anúncios feitos até a 

década de 70 que destacavam mais os atributos funcionais e tangíveis dos produtos.  

 
 

DARDE PROPAGANDA: THE ANALOG TO DIGITAL 

 
ABSTRACT: This article discusses how the Desktop Publishing (DTP) technology has impacted the 
agency Darde Propaganda, describing the processes of advertising production and software used by 
the agency. Between the goal is, historicizing form of advertising since the 70s and appreciate that 
advertising artist who counted only with your talent and creativity to design the ads manually. We 
observed that not always the technology is good in terms of profitability for the user. In addition, it is an 
unprecedented issue in the region. The research is exploratory, qualitative, with in-depth interview and 
document analysis. 
 
KEYWORDS: Advertising agency. Analog graphic production. Desktop Publishing. 

 

 

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