CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES 

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS 

CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE TROCA 

RÁPIDA DE FERRAMENTAS EM UMA FÁBRICA DE TAMPAS 

PLÁSTICAS: UM ESTUDO DE CASO  

 

Diego Coletti Schuck 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Lajeado, dezembro de 2014



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Diego Coletti Schuck 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE TROCA 

RÁPIDA DE FERRAMENTAS EM UMA FÁBRICA DE TAMPAS 

PLÁSTICAS: UM ESTUDO DE CASO  

 

 

 

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 

Curso de Engenharia de Produção, do Centro 

Universitário UNIVATES, como parte dos requisitos 

para obtenção do título de bacharel em Engenharia de 

Produção. 

 

Orientador: Prof. Rogério Antônio Kober 

 

 

 

 

 

Lajeado, dezembro de 2014



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Diego Coletti Schuck 

 

 

 

 

PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE TROCA 

RÁPIDA DE FERRAMENTAS EM UMA FÁBRICA DE TAMPAS 

PLÁSTICAS: UM ESTUDO DE CASO  

 

Este trabalho foi julgado adequado para obtenção do título de bacharel em Engenharia de Produção do 

CETEC e aprovado em sua forma final pelo Orientador e pela Banca Examinadora. 

 

    Orientador:  

    Prof. Rogério Antônio Kober, UNIVATES 

    Mestre pela UFRGS – Porto Alegre, Brasil. 

 

Banca Examinadora: 

 

  

 

 

 Prof. Adriana Belmonte Bergmann, UNIVATES 

 Mestre pela UFRGS – Porto Alegre, Brasil. 

 

Prof. Cláudio Roberto do Rosário, UNIVATES 

 Mestre pela UNISC – Santa Cruz do Sul, Brasil. 

 

 Coordenador do Curso de Engenharia de Produção 

 Prof. Manfred Costa 

 

 

 

Lajeado, 09 de dezembro de 2014 



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AGRADECIMENTOS 

Aos meus pais, Felipe e Sandra, que me ensinaram os reais valores da vida, sempre me 

incentivando na busca de meus ideais e me ajudando a enfrentar os obstáculos surgidos nesta 

trajetória e ao meu irmão e grande amigo, Felipe, pela disposição, pela força e energia 

transmitida. 

Ao meu orientador, Prof. Rogério Antônio Kober, por todo auxílio, dedicação, 

otimismo e constante motivação transmitida. 

Aos meus colegas e amigos da Tamplastec Tampas Plásticas, pela disposição, 

cooperação e atenção dedicada neste período, cedendo-me as informações necessárias e 

contribuindo para a realização deste estudo de caso. 

A todos os meus amigos e professores, que com amizade, companheirismo e presteza, 

estiveram junto comigo em mais esta importante conquista de minha vida.  

Meu muito obrigado a todos vocês! 

 



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“A qualidade nunca é um acidente, é sempre o resultado da intenção elevada, esforço 

sincero, direção inteligente e execução hábil. Ela representa a sábia escolha de muitas 

alternativas”. 

(William A. Foster) 



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RESUMO 

A inovação tem papel importante nos sistemas produtivos modernos. Inovações em processos 

são utilizadas para melhorar e otimizar o processo de fabricação de produtos, e geralmente 

por serem menos tangíveis que inovações no produto final, acabam por passarem 

desapercebidas. A Troca Rápida de Ferramentas (TRF) é uma metodologia inovadora 

diretamente ligada à melhoria no processo produtivo. Envolve a separação e conversão de 

operações de setup internas em externas, visando à redução do tempo total e padronização do 

setup. Possibilita melhor resposta às flutuações de demanda, redução nos lead times e 

eliminação dos desperdícios no chão de fábrica. Este estudo tem o propósito de aplicar a 

metodologia TRF em uma empresa, do ramo de injeção de tampas plásticas, a qual lida com 

constantes trocas de matrizes em seu processo produtivo. O objetivo é apresentar uma 

proposta de melhoria para redução dos tempos de setup e padronização das operações. 

Durante o estudo é realizado um mapeamento das operações que compõe o setup através de 

conversas com os operadores, cronometragem dos tempos e filmagens. Diante da análise da 

situação atual do setup, busca-se através da aplicação da TRF por reduzir a sua duração e criar 

um procedimento formal com o sequenciamento das atividades. 

 

Palavras-chave: Troca Rápida de Ferramentas. Setup. Desperdícios. Sistema Toyota de 

Produção. 

 

 

 



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ABSTRACT 

Innovation plays an important role on modern production systems. Process innovations are 

focused on production process improvements and optimizations. By being less tangible than 

product innovation, this kind of innovation usually do not receive its required importance. 

Single Minute Exchange of Die (SMED) is an innovative methodology that focuses on 

production processes improvements. It involves the separation and conversion of internal 

setup operations into external ones. SMED implementation makes possible for organizations 

to respond to demand fluctuations, reduce their lead times and eliminate wastes on the 

production floor. The purpose of this study is to implement the SMED methodology in a 

plastic caps injection molding facility, which deals with constant tool changeovers in its 

production process. It focuses on presenting an improvement proposal for setup time 

reduction and padronization. During the study, a mapping of all setup operations is conducted 

through dialogue with the operators, measurement of times and filming of the process. After 

analyzing the current situation of the setup by applying the SMED methodology, the study 

focuses on reducing setup times and creating a procedure with sequencing of all activities. 

  

Keywords: Single Minute Exchange of Die. Setup. Wastes. Toyota Production System. 

 

 

 



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LISTA DE FIGURAS 

Figura 1 – A produção contribui para a estratégia empresarial atingir cinco “objetivos de 

desempenho” ............................................................................................................................ 22 

Figura 2 – Processo de redução de perdas: aumentando a densidade do trabalho humano ..... 30 

Figura 3 – Diagrama de Ishikawa das causas das perdas por superprodução .......................... 31 

Figura 4 – Tempo setup ............................................................................................................ 35 

Figura 5 – O tamanho do lote econômico         ................................................................................ 40 

Figura 6 – SMED ...................................................................................................................... 42 

Figura 7 – Fluxograma para aplicação das oito técnicas TRF .................................................. 44 

Figura 8 – Fluxograma do Processo da Empresa ..................................................................... 57 

Figura 9 – Formulação de uma Tampa Produzida .................................................................... 58 

Figura 10 – Layout da empresa ................................................................................................ 59 

Figura 11 – Esquema de uma máquina injetora ....................................................................... 60 

Figura 12 – Esquema de um molde de três placas .................................................................... 61 

Figura 13 – Mesa de armazenamento das matrizes .................................................................. 64 

Figura 14 – Lubrificação das cavidades da matriz ................................................................... 65 

Figura 15 – Olhal fixo na matriz .............................................................................................. 65 

Figura 16 – Presilhas que prendem a matriz na máquina injetora ............................................ 66 

Figura 17 – Aquecimento do bico de injeção ........................................................................... 67 

Figura 18 – Melhorias – itens 02, 03 e 04 ................................................................................ 78 

Figura 19 – Melhorias – item 08 .............................................................................................. 79 

Figura 20 – Rede PERT/CPM .................................................................................................. 82 

 



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LISTA DE GRÁFICOS 

Gráfico 1 – Tempos das trocas de matrizes cronometradas ..................................................... 68 

 

 

 

 

 



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LISTA DE QUADROS 

Quadro 1 – Diferenças entre os Sistemas Ford e Toyota ......................................................... 27 

Quadro 2 – Visão tradicional versus Just in Time .................................................................... 34 

Quadro 3 – Plano de Ação - 5W2H .......................................................................................... 75 

Quadro 4 – Atividades dependentes no novo setup .................................................................. 80 

 



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LISTA DE TABELAS 

Tabela 1 – Efeito do tempo de setup no tempo de fabricação unitário .................................... 38 

Tabela 2 – Efeito do tempo reduzido de setup no custo do produto ........................................ 39 

Tabela 3 – Quantidade de troca de matrizes em 2014 .............................................................. 62 

Tabela 4 – Tempo médio por atividade do setup...................................................................... 69 

Tabela 5 – Classificação das operações do setup atual ............................................................ 70 

Tabela 6 – Ganho no tempo total de setup ............................................................................... 83 

Tabela 7 – Percentual de redução dos tempos por atividade .................................................... 83 

Tabela 8 – Ganho financeiro com a redução dos setups........................................................... 84 

 

 



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LISTA DE ABREVIATURAS 

ERP – Enterprise Resource Planning 

EVA – Etil, Vinil e Acetato 

GM - General Motors 

JIT – Just in Time 

LEP - Lote Econômico de Produção 

MTO – Make-to-order 

PCP - Planejamento e Controle da Produção 

PDCA - Plan-Do-Check-Act 

SMED - Single Minute Exchange of Die 

STP - Sistema Toyota de Produção 

TOC - Theory of Constraints 

TPE - Tempo de Preparação Externo 

TPI - Tempo de Preparação Interno 

TQC - Controle de Qualidade Total 

TRF - Troca Rápida de Ferramentas 



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SUMÁRIO 

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 15 

1.1 Temas e objetivos .............................................................................................................. 16 

1.2 Justificativa ....................................................................................................................... 17 

1.3 Delimitação do estudo ...................................................................................................... 19 

1.4 Estrutura do trabalho ...................................................................................................... 19 

 

2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 21 

2.1 Sistemas de produção modernos ..................................................................................... 21 

2.2 Vantagens competitivas .................................................................................................... 22 

2.2.1 Qualidade ....................................................................................................................... 23 

2.2.2 Rapidez na entrega ........................................................................................................ 24 

2.2.3 Custo ............................................................................................................................... 24 

2.2.4 Flexibilidade ................................................................................................................... 25 

2.2.5 Confiabilidade na entrega ............................................................................................. 26 

2.2.6 Inovação .......................................................................................................................... 26 

2.3 Sistema Toyota de produção ............................................................................................ 26 

2.3.1 STP x Ford ..................................................................................................................... 27 

2.3.2 Manufatura enxuta ........................................................................................................ 28 

2.3.3 As formas de desperdício .............................................................................................. 30 

2.3.3.1 Superprodução ............................................................................................................ 30 

2.3.3.2 Espera .......................................................................................................................... 31 

2.3.3.3 Transporte ................................................................................................................... 32 

2.3.3.4 Processamento ............................................................................................................. 32 

2.3.3.5 Estoque disponível ...................................................................................................... 32 

2.3.3.6 Movimento ................................................................................................................... 33 

2.3.3.7 Produtos defeituosos ................................................................................................... 33 

2.3.3.8 A oitava perda: subutilização da capacidade humana ............................................ 33 

2.3.4 Just in Time .................................................................................................................... 33 

2.4 Setup ................................................................................................................................... 35 

2.4.1 Passos básicos em uma operação de setup ................................................................... 36 

2.4.2 Estratégias tradicionais para melhorar o setup .......................................................... 36 

2.4.2.1 Estratégias que envolvem habilidades ...................................................................... 37 

2.4.2.2 Estratégias que envolvem grandes lotes ................................................................... 38 

2.4.2.3 Estratégias que envolvem lote econômico ................................................................ 39 



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2.4.3 Troca Rápida de Ferramentas (TRF) .......................................................................... 40 

2.4.3.1 Composição das atividades de setup ......................................................................... 41 

2.4.3.2 Estágios conceituais .................................................................................................... 41 

2.4.3.3 As oito técnicas para aplicação da TRF ................................................................... 43 

2.4.4 Vantagens da redução do setup .................................................................................... 46 

2.4.5 Outras ferramentas para melhorar o setup ................................................................. 46 

2.4.5.1 Kaizen .......................................................................................................................... 47 

2.4.5.2 Padronização ............................................................................................................... 47 

2.4.5.3 5S .................................................................................................................................. 48 

 

3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 49 

3.1 Tipo de pesquisa ............................................................................................................... 49 

3.1.1 Quanto aos fins .............................................................................................................. 50 

3.1.2 Quanto aos meios ........................................................................................................... 51 

3.2 Local de estudo ................................................................................................................. 51 

3.3 Coleta de dados ................................................................................................................. 52 

3.3.1 Materiais e sujeitos da pesquisa ................................................................................... 52 

3.4 Análise dos dados .............................................................................................................. 53 

3.5 Apresentação dos dados ................................................................................................... 53 

3.6 Limitações dos métodos ................................................................................................... 54 

 

4 ESTUDO DE CASO ............................................................................................................ 55 

4.1 A empresa .......................................................................................................................... 55 

4.2 Descrição do processo ....................................................................................................... 56 

4.2.1 Análise crítica dos pedidos ............................................................................................ 56 

4.2.2 O processo produtivo .................................................................................................... 57 

4.2.2.1 Injetoras ....................................................................................................................... 59 

4.2.2.2 Matrizes ....................................................................................................................... 61 

4.2.3 Descrição dos procedimentos atuais de setups ............................................................ 62 

4.2.3.1 Estágio Inicial: análise da atual situação do setup ................................................... 63 

4.2.3.1.1 Descrição do setup atual .......................................................................................... 63 

4.2.3.1.2 Tempos de setups atuais .......................................................................................... 68 

4.2.3.2 Estágio 1: análise da operação ................................................................................... 70 

4.2.3.3 Estágio 2 e 3: conversão, racionalização e eliminação das operações .................... 72 

4.2.3.4 Propostas implementadas .......................................................................................... 78 

4.2.3.5 Novo setup com um operador auxiliar ...................................................................... 79 

4.2.3.6 Rede PERT/CPM do novo setup................................................................................ 81 

4.3 Resultados e discussão ...................................................................................................... 83 

4.3.1 Avaliação financeira das melhorias ............................................................................. 84 

 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 85 

 

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 87 

 

GLOSSÁRIO .......................................................................................................................... 91 

 

APÊNDICES ........................................................................................................................... 92 

APÊNDICE A – Modelo de Ordem de Produção ................................................................ 93 

APÊNDICE B – Tempos antes das melhorias ..................................................................... 94 

APÊNDICE C – Tempos após as melhorias ......................................................................... 95 



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ANEXOS ................................................................................................................................. 96 

ANEXO A – Tabela de Controle dos Pedidos ...................................................................... 97 

ANEXO B – Foto da talha ..................................................................................................... 98 

 

 

 

 



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1 INTRODUÇÃO 

O ambiente em que as empresas de manufatura estão inseridas tem sido 

crescentemente turbulento: a concorrência apresenta-se mais eficiente, os mercados 

demandam por um amplo mix de produtos com ciclos de vida cada vez mais reduzidos e os 

fornecedores nem sempre alcançam níveis desejáveis de qualidade nos produtos e serviços 

oferecidos, por estarem eles também, inseridos neste mercado turbulento. Este cenário 

direciona as organizações a uma condição limitada de previsibilidade e estabilidade e, 

portanto, demanda uma capacidade crescente de reagir positivamente às mudanças 

ambientais, ou, em outras palavras, de desenvolver flexibilidade (CORRÊA, 1993). 

As organizações flexíveis são aquelas que adequam-se às demandas latentes do 

mercado, obtendo um diferencial competitivo frente à seus concorrentes, proporcionando um 

nível de satisfação mais elevado por parte dos seus clientes.  

Ferraz et al. (1997) define a competitividade como a capacidade de uma empresa 

formular e implementar estratégias concorrenciais que lhe permitam ampliar ou conservar, de 

forma duradoura, uma posição sustentável no mercado. Os sinais do mercado e a eficiência 

produtiva, “interpretados” (em função de percepções e das decisões de gestão) pela 

capacidade acumulada das empresas, refletem, por sua vez, as estratégias competitivas 

vigentes. Essa habilidade compete às empresas que são capazes de converter as recentes 

informações e mudanças (oscilações) do mercado em benefícios para os seus processos 

internos, com maior agilidade que os concorrentes. 

Busca-se de alguma forma traduzir a competitividade por intermédio da relação 

insumo-produto praticada pela empresa, isto é, na capacidade da empresa de transformar 



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insumos em produtos com o máximo de rendimento. Podemos citar a versão da 

competitividade por eficiência, que é associada à capacidade de uma indústria em produzir 

bens com maior eficácia que os concorrentes no que se refere a preços, qualidade, tecnologia, 

salários, e produtividade, estando relacionada às condições gerais ou específicas em que se 

realiza a produção da empresa quando comparada com a concorrência (FERRAZ et al., 1997). 

Neste contexto, o maior objetivo dos sistemas de produção tem sido aumentar a 

eficiência da produção, pela eliminação consistente e completa de desperdícios (OHNO, 

1997). Segundo Womack et al. (1998) uma solução para sanar o desperdício é o pensamento 

enxuto. O termo enxuto é utilizado no sentindo de produzir mais com menos, ou seja, utilizar 

menos recursos, menos tempo, menos movimentação, menos defeitos e ao mesmo tempo 

agregar valor aos produtos. 

A melhoria da performance da produção consiste no aperfeiçoamento contínuo das 

operações, que resulta em um incremento de competitividade e produtividade. É necessário 

que a cultura vigente na empresa, no que tange a adoção de melhorias nos sistemas de 

produção, esteja alinhada com as expectativas crescentes dos consumidores para que a função 

produção mantenha-se sempre próxima as metas da organização. 

Harmon (1993) ressalta que a redução no tempo, custos e complexidade do setup de 

máquinas é a mais fácil, barata e rápida das melhorias que as fábricas podem realizar. Hay 

(1992) afirma que a eliminação deste desperdício resulta em um processo de fabricação 

dinâmico, tornando-se uma ferramenta estratégica para a organização. Conforme Moura 

(1996), o setup compreende todas as tarefas necessárias a partir do instante em que se tenha 

finalizado a última peça do lote anterior até o momento em que, dentro do coeficiente normal 

de produtividade, se tenha produzido a primeira peça do lote posterior. 

De acordo com Shingo (2000), um recurso utilizado para contribuir na redução destes 

tempos de setup é o conceito de Troca Rápida de Ferramentas (TRF), o qual consiste em 

analisar e reduzir significativamente a indisponibilidade dos equipamentos nos processos 

produtivos. 

 

1.1 Temas e objetivos 

Este trabalho de conclusão aborda como tema principal o sistema de Troca Rápida de 



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Ferramentas e suas consequências em um processo de fabricação de tampas plásticas para 

embalagens metálicas (aerossóis). A empresa em análise atua no ramo de injeção de 

termoplásticos, fornecendo tampas de diversos diâmetros e alturas para os segmentos: 

cosmético e químico.  

O objetivo principal deste trabalho é consolidar procedimentos padrões de setups, para 

as máquinas injetoras de plástico, focados na redução dos tempos de trocas das matrizes.  

Como objetivos secundários têm-se: 

- Descrever o processo produtivo da empresa em questão; 

- Mencionar como são programadas e executadas as trocas de matrizes atualmente; 

- Mapear e efetuar um estudo dos tempos, descrevendo as etapas do setup realizado 

nas máquinas injetoras; 

- Propor, a partir da análise realizada, melhorias nos setups das máquinas. 

- Comparar os dois modelos, elencando os ganhos/resultados obtidos. 

 

1.2 Justificativa 

O desafio de aumentar a competitividade, flexibilizar a produção (volumes e tamanhos 

de lotes), diferenciar-se no mercado interno perante a concorrência e aperfeiçoar o processo 

produtivo, exige a quebra do sistema tradicional vigente na empresa (quebra de paradigma). 

Segundo Slack et al. (2002), todos os fatores fundamentais da competitividade estão 

devidamente inseridos no campo de atuação da função da manufatura, tendo a 

competitividade influenciado diretamente sobre os indicadores de performance (aspectos de 

desempenho): 

- Fabricação de produtos sem erros; 

- Entregas rápidas aos clientes; 

- Manutenção invariável dos prazos prometidos de entrega; 



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18 

- Habilidade de introduzir novos produtos em prazos adequados; 

- Oferecer uma faixa de produtos larga o suficiente para satisfazer as exigências do 

cliente; 

- Habilidade de modificar quantidades ou datas de entrega, conforme a demanda do 

cliente; 

- Habilidade da empresa em oferecer produtos a preços que, ou superam a 

concorrência, ou possibilitam maior margem de lucro, ou ambos. 

Stalk (1993) considera que uma organização flexível detém de uma importante fonte 

de vantagem competitiva, já que a mesma torna-se mais veloz no seu sistema de entregas e no 

desenvolvimento de novos produtos. A flexibilidade representa então um caminho para 

alcançar fins como: confiabilidade, custo e velocidade. A confiabilidade aprimora-se através 

da flexibilidade, pois esta auxilia a lidar com as interrupções inesperadas no fornecimento. Já 

os custos são minimizados com a melhor e total utilização dos equipamentos e recursos 

disponíveis. A velocidade aumenta com a redução do tempo de ciclo através da eliminação de 

atividades não agregadoras de valor durante a preparação de máquinas.  

De acordo com Oliveira (2008), para que a fábrica produza com flexibilidade e atenda 

às demandas do mercado, a indisponibilidade dos equipamentos e perdas de produtividade 

devem ser minimizadas ao máximo. Fatores estes, considerados vitais para manterem as 

empresas competitivas no segmento de atuação. 

A empresa em análise almeja, através de seus processos, suprir a demanda e 

necessidades de seus clientes com produtos de alta qualidade, preços justos e cumprimento 

dos prazos de entrega. Para atingir a satisfação do cliente e surpreendê-lo em certas situações, 

é de suma importância a implementação de ferramentas que auxiliem na melhoria do processo 

produtivo. Devido ao mix no portfólio de produtos ofertados pela empresa (diâmetros 

variados de tampas), os processos demandam trocas de matrizes, gerando dificuldades ao 

setor de Planejamento e Controle de Produção (PCP).  

A padronização e o incremento da velocidade nestas operações de changeover podem 

proporcionar a fabricação de lotes menores, aumento na produtividade, redução de perdas e 

obtenção de capacidade adicional de produção. 



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1.3 Delimitação do estudo 

O estudo será realizado na Tamplastec Tampas Plásticas, localizada na Avenida dos 

Quinze, 1160, no município de Lajeado-RS. A empresa atua no ramo de injeção de artefatos 

de plástico, tendo como principal item de seu portfólio, tampas para o segmento de 

embalagens metálicas em aerossol.  

O tema abordado no trabalho em questão refere-se à área produtiva da indústria, tendo 

como foco a troca rápida de ferramentas, procurando reduzir o tempo de setup das máquinas e 

padronizar as operações de troca de matrizes. A execução deste estudo compreendeu o 

período do primeiro e segundo semestre do ano de 2014, e foi efetuada em uma máquina 

injetora. 

Caso venha a se obter sucesso na implementação deste estudo, a melhoria será 

replicada para as demais máquinas injetoras e matrizes que a empresa utiliza em seu processo 

industrial. 

 

1.4 Estrutura do trabalho  

Este trabalho está dividido em cinco capítulos. O primeiro capítulo apresenta uma 

introdução ao contexto dos sistemas produtivos atuais, procurando demonstrar a importância 

do desenvolvimento de capacidades competitivas e da redução completa dos desperdícios no 

chão de fábrica, que propiciam melhor resposta às mudanças do mercado e tornam o processo 

mais eficiente. Este capítulo também abrange os temas e objetivos abordados no trabalho, 

bem como justificativas e delimitações do estudo. 

O segundo capítulo contempla uma revisão de literatura. É a parte onde constam todas 

as teorias e conhecimentos que serviram como embasamento para a construção deste trabalho. 

Apresenta uma breve descrição sobre os sistemas de produção modernos, relacionando e 

conceituando as vantagens competitivas e sua importância na estratégia empresarial. Descreve 

o Sistema Toyota de Produção, produção enxuta e Just in Time, com ênfase na eliminação dos 

sete desperdícios, que são detalhados individualmente ao longo do capítulo. Também é 

definido o conceito de setup, apresentando estratégias e técnicas para reduzir seu tempo 

através de trocas rápidas de ferramentas. 



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No terceiro capítulo são descritos os métodos utilizados na elaboração deste trabalho. 

Aborda o tipo de pesquisa quanto aos meios e fins, a delimitação do local, o método para 

levantamento de dados, a forma do tratamento dos dados e as limitações dos métodos. 

O quarto capítulo apresenta um breve descritivo da empresa, contemplando seus 

processos internos e principais equipamentos utilizados na produção de uma tampa plástica. 

Descreve também o estudo de caso, que detalha o processo de troca de matrizes e o analisa de 

acordo com os conceitos e técnicas propostos pela metodologia TRF. Apresenta propostas de 

melhorias e os resultados de algumas implementações. 

No quinto capítulo são apresentadas considerações e conclusões referentes ao estudo e 

propostas para futuros trabalhos. 

 

 



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2 REVISÃO DE LITERATURA 

Neste capítulo será apresentada uma revisão bibliográfica abordando os conteúdos que 

servem de alicerce para o entendimento e aplicação da metodologia de Troca Rápida de 

Ferramentas. 

 

2.1 Sistemas de produção modernos  

Os sistemas de produção modernos compreendem uma ampla gama de modelos, 

conceitos e métodos de gestão. Abordagens como a do Sistema Toyota de Produção (STP), do 

Lean Manufacturing, do Controle de Qualidade Total (TQC), da Teoria das Restrições (TOC) 

e dos sistemas integrados de gestão, buscam de maneira contínua e sistemática pela 

implantação de sistemas produtivos cada vez mais flexíveis e focados nas necessidades do 

mercado (ANTUNES, 2008).  

Diferente do modelo fordista, surgido no início do século XX, caracterizado pela 

produtividade em larga escala com baixa flexibilidade e diversificação, os sistemas modernos 

tendem a buscar simultaneamente por vantagens competitivas que propiciam maior 

flexibilidade, velocidade de entrega, confiabilidade, menor custo, qualidade elevada e 

constante inovação. 

O entendimento destes critérios competitivos e suas implicações é fator decisivo no 

processo de melhoria dos sistemas de produção, de modo que exercem grande contribuição 

para o aumento da competitividade da empresa. 



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2.2 Vantagens competitivas 

O sucesso competitivo da empresa de uma forma global é resultado direto de suas 

funções de operação industrial gerarem um desempenho mais elevado do que qualquer dos 

seus concorrentes (SLACK et al., 2002). 

Slack et al. (2002, p. 20) afirma que a vantagem em operação industrial significa 

“fazer melhor”.  Para o autor, esta expressão significa cinco pontos básicos: 

Significa fazer certo - não cometer erros, fazer produtos que realmente são o que 

devem ser produtos sem erros e sempre de acordo com as especificações de projeto. 

Através desse conceito a operação industrial dá uma “vantagem de qualidade” à 

empresa; 

Significa fazer rápido - fazer com que o intervalo de tempo entre o início do 

processo de operação industrial e a entrega do produto ao cliente seja menor do que 

a concorrência. A operação industrial proporciona uma “vantagem velocidade” à 

empresa; 

Significa fazer pontualmente - manter a promessa de prazos de entrega, ou 

alternativamente, aceitar as datas de entrega solicitadas pelo cliente e cumpri-las 

pontualmente. Fazer pontualmente também  aborda as entregas internas, ou seja, 

para clientes internos. Com isso a operação industrial dá à empresa a “vantagem da 

confiabilidade”; 

Significa mudar o que está sendo feito - ser capaz de variar e adaptar a operação, 

seja porque as necessidades dos clientes são alteradas, seja devido a mudanças no 

processo de produção causadas, talvez, por mudança no suprimento dos recursos. 

Significa estar apto a mudar quando e o quanto seja necessário e com rapidez 

suficiente. Com isso a função da operação industrial dá à empresa a “vantagem da 

flexibilidade”; 

Significa fazer barato - fabricar produtos a custos mais baixos do que os 

concorrentes conseguem administrar. A longo prazo, a única forma de conseguir isto 

é através da obtenção de recursos mais baratos e/ou transformando-os mais 

eficientemente do que os concorrentes. 

 

Figura 1 – A produção contribui para a estratégia empresarial atingir cinco “objetivos de 

desempenho” 

 
Fonte: Slack et al. (1999). 



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A Figura 1 ilustra o inter-relacionamento entre os cinco objetivos de desempenho 

propostos por Slack, ou seja, mesmo que todos eles sejam importantes e diferenciem-se em 

grau de importância, devem ser levados em consideração para que seja atingido um equilíbrio 

e sinergia em sua implementação. 

Nos itens 2.2.1 a 2.2.5 os cinco critérios de desempenho são tratados conceitualmente. 

 

2.2.1 Qualidade 

Para Maximiano (2002), a qualidade é um conjunto de características que quando 

agregado a um valor, satisfazem as necessidades do cliente, por mais ou menos atrativas que 

elas sejam.  

De acordo com Slack et al. (2002, p. 33): 

A qualidade, mais do que qualquer outro objetivo de desempenho, tem uma 

vantagem que lhe dá grande poder motivacional – ninguém discorda dela. Qualidade 

é “fazer certo”, é “fazer o que deveríamos estar fazendo”, é “não cometer erros”, é 

ser “livre de erros”.  

 

Slack et al. (1999), afirma que para ocorrer o melhoramento da produção na área da 

qualidade deve-se levar em conta: 

- O número de defeitos por unidade produzida; 

- A quantidade de refugo; 

- O tempo médio entre as falhas nas operações; 

- E a quantidade de consumidores satisfeitos. 

Para Juran (1998), qualidade significa a ausência de defeitos – a ausência de erros que 

geram retrabalho ou insatisfação dos clientes. Neste caso, o significado de qualidade é 

direcionado para custos, e portanto, alta qualidade geralmente resulta em menos custos para a 

empresa. 

 

 



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2.2.2 Rapidez na entrega 

Caon et al. (2004) define que a velocidade de entrega está diretamente ligada à 

necessidade do cliente adquirir determinado produto, então, existe a importância da 

organização conhecer o mercado no qual está inserido. Fornecedores com alta capacidade de 

demanda de seus produtos podem ter na velocidade da entrega um fator competitivo. 

Segundo Slack (1993), a rapidez na entrega vem se tornando um critério decisivo na 

conquista de novos clientes e mercado. Quanto mais um pedido ou um lote demora em 

qualquer operação, mais despesas ele atrai. A velocidade na entrega beneficia não só aos 

clientes, mas inclusive a organização e as empresas fornecedoras, pois os clientes ficam 

satisfeitos com o cumprimento dos prazos estabelecidos, os fornecedores se beneficiam com o 

aumento do fluxo de materiais e as organizações conseguem diminuição de custos. 

 

2.2.3 Custo 

Slack (1993) relata que os custos são reduzidos pela velocidade das operações. A 

qualidade mais alta funciona como um redutor de custos. Menos erros dentro das operações 

refletem na redução direta dos refugos, dos retrabalhos e dos desperdícios. A redução dos 

custos nem sempre é repassada aos preços, aumentando assim a margem de lucro.  

Slack et al. (2002), afirma que a produção industrial de baixo custo é uma meta 

legítima e desejável para as organizações, mesmo quando o sucesso competitivo não é 

prioritariamente uma questão de vencer a concorrência nos preços. 

Segundo Day (2001, p. 44): 

As organizações forçadas pelo cliente acreditam, erroneamente, que vale a pena 

perseguir todos os clientes e que estes devem receber tudo o que quiserem. Em 

pouco tempo os clientes aprendem a explorar isto, ameaçando mudar de fornecedor 

caso a última oferta de um concorrente não seja igualada. Com isso, os custos sobem 

e cresce a pressão sobre os preços. 

 

O custo é afetado por outros objetivos de desempenho, portanto, para melhorar o 

desempenho dos custos é importante aprimorar os demais objetivos operacionais (SLACK et 

al., 2002). 

 



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2.2.4 Flexibilidade 

De acordo com Ballard & Howell (1997) apud Santos et al. (2004), na tradicional 

forma de gestão da produção, a falta de cuidados em sincronizar as metas com os recursos 

disponíveis e as incertezas e variações no fluxo de trabalho são frequentemente resolvidas 

com a adequação de folgas de tempo e de recursos na produção. O conceito de flexibilidade 

busca exatamente o contrário para não danificar e aumentar os custos no sistema produtivo. A 

flexibilidade pode então ser definida como a capacidade dos equipamentos, materiais, 

componentes, elementos e processos produtivos em atender as exigências ou circunstâncias de 

produção e utilização mutáveis, sem que para isso ocorram variações significativas na 

quantidade de recursos necessários à sua produção e utilização.  

Slack (1993) salienta que a flexibilidade é como um “amortecedor da operação”, pois 

protege e permite que a produção não pare seu trabalho. A flexibilidade é uma estratégia de 

vantagem competitiva que auxilia as empresas a lidarem de uma melhor forma com as falhas 

de fornecedores internos e externos, com a expedição de pedidos prioritários, com as quebras 

de equipamentos, com os ajustes na demanda por produtos e com a adaptação de produtos a 

requisitos específicos dos clientes. 

Slack (1993) apresenta algumas razões pelas quais os processos devem ser flexíveis: 

- Lidar eficazmente com uma larga faixa de partes, componentes ou produtos 

existentes; 

- Adaptar produtos a requisitos específicos dos consumidores; 

- Ajustar níveis de saída para estar apto a corresponder às variações de demanda; 

- Expedir pedidos prioritários ao longo da fábrica; 

- Lidar com eventuais quebras de equipamentos; 

- Proporcionar ajustes na capacidade quando a demanda for muito diferente do 

previsto; 

- Absorver com rapidez possíveis falhas dos fornecedores (internos e externos); 

- Adaptar-se a situações distintas, visto que pode não haver uma ideia clara de como 



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serão as demandas futuras. 

 

2.2.5 Confiabilidade na entrega 

Slack et al. (2002), menciona que honrar e cumprir as promessas de entrega, é 

considerado um ato de confiabilidade. É a outra metade do desempenho de entregas, junto 

com a rapidez nas entregas. Sem confiabilidade, os melhoramentos na velocidade, 

flexibilidade, qualidade e produtividade nunca alcançarão o seu inteiro potencial. À medida 

que os produtos são fornecidos nos prazos combinados, torna-se de grande valor a escolha de 

fornecedores que correspondam às expectativas. Caon et al. (2004), abordam que a fidelidade 

com que o fornecedor entrega seus compromissos, não só em termos de prazo, mas também 

em termos de quantidades, é um aspecto de competitividade que tende a ser crescentemente 

valorizado, pois, evita a necessidade de se manter altos índices de estoques de segurança, 

situação que as empresas tentam evitar. 

 

2.2.6 Inovação 

Slack (2002) define a inovação como sendo o sexto objetivo de desempenho. Para o 

autor, nos mercados mais disputados, as inovações constantes proporcionam uma rota 

particularmente efetiva para a vantagem competitiva. Uma organização que administra com 

sucesso o desenvolvimento de novos produtos entre os que oferecem, cria a oportunidade de 

ultrapassar seus concorrentes. Ao fazer duas inovações de produto enquanto os concorrentes 

fazem uma, tem-se o dobro de oportunidades de ultrapassá-los. Segundo Terra (2007), a 

cultura de inovação em toda a cadeia de valores é um dos fatores fundamentais para 

preservação da competitividade e sobrevivência das organizações. 

 

2.3 Sistema Toyota de produção 

O Sistema Toyota de Produção é uma abordagem única da empresa japonesa Toyota 

no que se refere à produção, sendo a base para a filosofia da “produção enxuta” que domina 

as tendências industriais nos últimos anos. Foi desenvolvido após a Segunda Guerra Mundial, 



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em um período em que a Toyota, ao contrário da Ford e GM, passava por dificuldades 

empresariais. Seus concorrentes focavam na produção em massa, economia de escala e 

grandes equipamentos para produzir a maior quantidade com o menor custo possível. Com a 

influência do mercado reduzido resultante do pós-guerra, a Toyota precisou produzir vários e 

diferentes modelos de veículos na mesma linha de montagem. Isto somente foi possível com 

desenvolvimento de flexibilidade em suas operações (LIKER, 2005). 

O mesmo autor salienta que a busca por flexibilidade nos processos auxiliou a Toyota 

a fazer uma descoberta: ao reduzir o lead time e concentrar-se em manter as linhas de 

produção flexíveis, ao mesmo tempo obtêm-se qualidade mais elevada, melhor resposta dos 

clientes, aumento de produtividade e otimização do espaço e dos equipamentos. O objetivo da 

Toyota naquela época, que era a eliminação do desperdício de tempo e material em cada etapa 

do processo produtivo, foi determinado para lidar com condições que ainda impactam as 

empresas no cenário atual: a necessidade de processo rápidos e flexíveis que proporcionem 

aos clientes o que eles desejam, quando desejam, com o máximo de qualidade e a um custo 

interessante. 

 

2.3.1 STP x Ford 

Para Shingo (1996), existem três características básicas que diferenciam o Sistema 

Toyota de Produção do sistema adotado por Ford: tamanhos reduzidos de lote, produção 

flexível com variedade de produtos e fluxo de peças unitárias, desde o processamento até a 

montagem final. O Quadro 1 apresenta um comparativo entre estas diferenças. 

Quadro 1 – Diferenças entre os Sistemas Ford e Toyota 

CARACTERÍSTICAS FORD TOYOTA BENEFÍCIO 

1. Fluxo de peças unitárias Somente na 

montagem 

Interligação do processo 

e montagem 

Ciclos curtos, inventário de 

produtos acabados 

reduzidos, estoque 

intermediário pequeno 

2. Tamanho do lote Grande Pequeno Redução do estoque 

intermediário, produção 

contra pedido 

3. Fluxo de Produto Produto único 

(poucos modelos) 

Fluxo misto (muitos 

modelos) 

Redução do estoque 

intermediário, ajustes para 

mudanças, promove 

equilíbrio da carga 

Fonte: Shingo (1996). 

- Operação de fluxo consistente das peças à montagem: no Sistema Toyota todas as 



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peças são fabricadas em pequenos lotes, fluindo em fluxo contínuo e unitário diretamente para 

montagem final (SHINGO, 1996). 

- Lote grande versus produção em lotes pequenos: Ford optava por produzir grande 

quantidade de poucos modelos, enquanto Toyota focava na produção de modelos variados em 

menor quantidade, decisão esta tomada por consequência das condições do mercado e 

demandas dos clientes. A produção em massa possui suas vantagens e de acordo com os 

fabricantes americanos geraria economias substanciais com depreciação das máquinas, troca 

de ferramentas, matrizes, custos mais baixos de produto e divisão do trabalho. No entanto, a 

estratégia de produção em grandes lotes resultou em estoques elevados de produtos acabados 

e estoques intermediários. O autor afirma que todas as justificativas que direcionam a optar 

por produzir em grandes lotes perdem o valor quando os tempos de setup são otimizados 

através da TRF (SHINGO, 1996).  

- Adoção da produção com modelos mistos no processo de montagem: na produção 

com modelos mistos, a geração de estoques intermediários é eliminada, visto que são 

utilizados pequenos lotes. Esta estratégia favorece o planejamento e a resposta rápida às 

mudanças e flutuações do mercado (SHINGO, 1996). 

 

2.3.2 Manufatura enxuta 

Neste mercado de mudanças constantes e muitas vezes drásticas, é inviável uma 

empresa permanecer competitiva fazendo as coisas da mesma maneira por longos períodos. 

Percebe-se que a busca por melhorias é um fator essencial para manter a competitividade. A 

melhoria pode ocorrer através de um processo de melhoramento contínuo (kaizen) ou, por 

melhorias radicais (reengenharia de processos) (CORRÊA et al., 2009).  

Rago (2003) define a manufatura enxuta como sendo uma série de processos flexíveis, 

que proporcionam menor custo e redução de perdas à produção. Este modelo de sistema 

produtivo, também possibilita às empresas fabricar um maior mix de produtos, além de 

entregá-los aos clientes com lead times mais curtos. 

Womack et al. (1998) define três conceitos básicos da produção enxuta: fluxo, valor e 

perda. 



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Conceito de Fluxo de Processo e Operações 

Um sistema produtivo é um conjunto complexo de processos que transformam 

insumos em produtos acabados através de operações. Um processo pode ser caracterizado 

pelo fluxo de materiais e informações e as operações pelo fluxo de equipamentos e operadores 

no tempo e espaço (SHINGO, 1996).  

De acordo com Monden (1998) dois pilares sustentam o sistema: 

- Just in Time (JIT) – é produzir o necessário, na quantidade necessária e no tempo 

necessário; 

- Autonomação – é a automação com o auxílio da inteligência humana (operador), 

controle automático de defeitos.   

Conceito de Valor 

Valor é o ponto crítico e inicial do pensamento enxuto, ele é criado pelo fabricante, 

porém só pode ser definido e avaliado pelo consumidor final. Valor é aquilo que os clientes 

estão dispostos a pagar por determinado produto para suprir determinada necessidade 

(WOMACK et al., 1998). As organizações que desejam se encaixar na mentalidade enxuta 

devem identificar estas necessidades e satisfazê-las da melhor e mais completa forma a um 

preço específico. 

Conceito de Perdas 

As perdas, denominadas de muda, pelos japoneses, passaram a ser conceituadas como 

toda e qualquer atividade que gera custo e não adiciona valor ao produto (ANTUNES, 2008). 

De acordo com Ohno (1997), ao pensar sobre a eliminação total de desperdícios deve-

se analisar os seguintes pontos:  

1) O aumento da eficiência somente é útil quando está associado à redução de custos. 

Para conseguir isso, deve-se produzir apenas o necessário com o mínimo de mão-de-obra; 

2) Deve-se observar a eficiência de cada funcionário e de cada linha. Então, observar 

os operadores como um grupo, e depois a eficiência de todas as linhas. A eficiência deve ser 

melhorada em cada estágio e, ao mesmo tempo, para a fábrica como um todo.  



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Antunes (2008) salienta que na concepção do Sistema Toyota de Produção, uma 

consequência da aplicação sistêmica e sistemática da eliminação de perdas está relacionada ao 

aumento da densidade do trabalho humano. Ao aumentar a quantidade de tempo em que os 

funcionários executam tarefas que agregam valor, reduzindo o tempo de trabalho adicional, 

consequentemente haverá um incremento na qualidade do trabalho e na redução das perdas, 

conforme apresentado na Figura 2. 

Figura 2 – Processo de redução de perdas: aumentando a densidade do trabalho humano 

 
Fonte: Antunes (2008). 

 

2.3.3 As formas de desperdício 

Antunes (2008) apresenta um maior detalhamento das perdas, propostas por Ohno e 

Shingo. Trata-se da noção de desperdícios diretamente relacionadas ao conceito do 

mecanismo da função produção. Os autores identificaram sete grandes desperdícios que 

devem ser controlados e eliminados: (i) perdas por superprodução; (ii) perdas por espera; (iii) 

perdas por transporte; (iv) perdas no processamento em si; (v) perdas nos estoques; (vi) 

perdas no movimento; (vii) perdas devido à fabricação de produtos defeituosos. 

 

2.3.3.1 Superprodução 

Shingo (1996) salienta que os desperdícios por superprodução podem ser divididos em 

dois tipos: perdas quantitativas e perdas antecipadas. A primeira refere-se a produzir mais 

produtos do que o necessário, visando possíveis defeitos que possam vir a ocorrer. Neste caso, 



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se ocorrerem poucos defeitos, as peças excedentes são desperdiçadas. Já a superprodução 

antecipada ocorre quando a empresa opta por fabricar um produto antes que ele seja 

necessário, tendo que arcar com os custos financeiros associados a esta operação e não 

seguindo o conceito do JIT. 

Lewis (2005) afirma que superprodução é uma perda difícil de ser identificada e a 

mais prejudicial ao sistema. Além de implicar em estoques desnecessários, este desperdício 

faz com que o operador esteja envolvido em produzir mais do que a demanda, resultando em 

recursos não disponíveis para outras necessidades daquele momento, o que gera maiores lead 

times e diminui a confiabilidade e rapidez na entrega. A busca por flexibilidade no processo 

se torna um fator chave para eliminar este desperdício. 

Antunes (2008) associa as perdas por superprodução à um conjunto de causas raízes, e 

identifica que para reduzir este desperdício deve-se atacar sistematicamente, seguindo um 

critério de prioridades, todas os fatores que causam a produção excessiva ou antecipada. O 

Diagrama de Ishikawa da Figura 3 apresenta as principais causas que resultam em perdas por 

superprodução. 

Figura 3 – Diagrama de Ishikawa das causas das perdas por superprodução 

 
Fonte: Antunes (2008). 

 

2.3.3.2 Espera 

As perdas por espera ocorrem quando os operadores ou máquinas não estão agregando 

valor para o produto, estando ociosos devido à paradas no processo ou aguardando pela 



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próxima etapa do processo. São longos períodos de ociosidade de pessoas, peças e 

informação, resultando em um fluxo pobre de materiais e em longos lead times. De acordo 

Júnior et al. (2002), a falta de balanceamento no processo produtivo implica na paralisação 

dos postos de trabalho, o que reduz a taxa de ocupação de equipamentos e paralisa a atividade 

humana. Os autores salientam que o setup de equipamentos é um exemplo de desperdício por 

espera, e que o estudo e aplicação da TRF tem por finalidade a redução deste tipo de perda.  

 

2.3.3.3 Transporte 

Slack et al. (2009) define que toda e qualquer movimentação de materiais dentro da 

fábrica ou no estoque não é vista como fonte de agregação de valor. Portanto, alterações no 

layout a fim de aproximar as etapas do processo, melhorias nos métodos de transporte e na 

organização do trabalho, podem resultar em redução de desperdícios. 

 

2.3.3.4 Processamento 

É o desperdício por processar o produto além do que o cliente deseja, adicionando 

especificações e etapas ao processo que não agregam valor significativo. Este desperdício é 

criado, na maioria das situações, no estágio de projeto do produto ou processo, na qual os 

engenheiros superestimam as especificações do cliente. A escolha por equipamentos e 

processos ineficientes também aumentam este desperdício (WILSON, 2010). 

 

2.3.3.5 Estoque disponível 

De acordo com Wilson (2010), todo estoque é considerado perda, ao menos que esteja 

diretamente relacionado com vendas. Para o autor, não há diferenças, seja estoque de 

insumos, produtos em processamento ou acabados, desde que não estejam condicionados à 

vendas, são todos tratados como fontes de desperdício. 

Para Antunes (2008), estoques acarretam em elevados custos financeiros e na 

necessidade de maior espaço físico para a empresa. Portanto, deve-se estabelecer uma 

estratégia global que busque reduzir sistematicamente e continuamente a necessidade de 



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estoques. 

 

2.3.3.6 Movimento 

As atividades de movimentação de operadores ou peças são consideradas desperdícios 

quando ocorrem desnecessariamente, visto que além de não agregarem nenhum valor ao 

produto, podem ser descartadas. Slack et al. (2009) salienta que ao simplificar o trabalho 

pode-se reduzir consideravelmente os desperdícios com movimentação. 

 

2.3.3.7 Produtos defeituosos 

Perda por fabricação de produtos defeituosos consiste na fabricação de produtos que 

não atendem às especificações de conformidade exigidas pelo projeto e os requisitos de 

qualidade que o cliente deseja (ANTUNES, 2008).  Produtos defeituosos são vistos como 

desperdícios, pois seu processo de fabricação utiliza recursos humanos, materiais e logísticos 

para gerar um item que não está de acordo com um padrão pré-estabelecido.  

 

2.3.3.8 A oitava perda: subutilização da capacidade humana 

São as perdas de tempo, ideias, habilidades, melhorias e oportunidades de aprendizado 

por não escutar e valorizar as capacidades dos funcionários. Para Rago et al. (2003), esta 

subutilização do talento das pessoas é a pior de todas as perdas em um sistema produtivo, pois 

é a chave para eliminar as demais.  

 

2.3.4 Just in Time 

O Just in time tem como ponto essencial a eliminação de perdas nos processos 

produtivos. É uma metodologia de apoio à Produção Enxuta, a qual enxerga a produção como 

constituída simultaneamente de fluxo, conversão e valor e tem como principais objetivos à 

estabilização do fluxo de trabalho e a redução das atividades que não agregam valor 

(KOSKELA, 1997 apud SANTOS, 2004). 



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Ohno (1997) define a expressão Just in Time como “no momento oportuno”. O autor 

refere-se às entregas aos clientes, no tempo certo e nas quantidades solicitadas, sem geração 

de estoques ou atrasos, que implicam diretamente na produtividade e na lucratividade. 

Para Leite (2006), o JIT também pode ser visto como uma resposta à morosidade da 

administração tradicional, que permite os erros passivamente, como parte integrante do 

processo, ao contrário de buscá-los e solucioná-los de maneira constante. O Quadro 2 

demonstra um comparativo entre a visão tradicional e o JIT. 

Quadro 2 – Visão tradicional versus Just in Time 

Item Visão Tradicional Just in Time 

Qualidade 
Conseguida com muito 

investimento e custo alto. 

Decorrência natural do trabalho bem feito na 

primeira vez. 

Especialização 
Altos níveis de especialização nos 

escalões de comando. 

Os funcionários são altamente 

especializados no âmbito operacional. 

Mão de obra Obedece às ordens superiores. Participa e influencia a produção. 

Fornecedores Incentivo à disputa - inimigos. Participam do processo, colaboradores. 

Erros São aceitáveis, resta corrigi-los. Base do processo de melhoria. 

Estoques Mantém a produção funcionando. Ocultam problemas, devem ser evitados. 

Setup É inevitável, não tem importância. Deve ser reduzido ao mínimo possível. 

Lead time Maior tempo, melhor produção. Deve ser reduzido ao mínimo possível. 

Filas 
Necessárias para manter a 

velocidade máxima das máquinas. 

Não deve haver filas, a produção deve ser a 

tempo (JIT) sem paradas. 

Automação 
Dirige o trabalho para o produto 

final. 

Pode valorizar a qualidade quando 

empregada de maneira adequada. 

Custos 
Redução pelo incremento no uso de 

máquinas; altas taxas de produção. 

Redução pela velocidade com que o produto 

passa pela fábrica. 

Flexibilidade 

Pelo excesso da capacidade, de 

equipamentos, de estoques e de 

despesas administrativas. 

Pela redução de todos os tempos gastos em 

todas as etapas internas da organização. 

Lotes Lote econômico de compra. Quanto menor, melhor. 

Fluxo Empurrado através da fábrica. Puxado através da fábrica via Kanban. 

Fonte: Leite (2006). 

Santos (2004) afirma que o JIT tem entre seus aspectos mais importantes a otimização 

do tempo de preparação de máquinas e trocas de ferramentas. Isto porque, apesar das 

operações de setup ser atividades auxiliares ao processo, seu valor não é reconhecido pelo 

cliente. Todo tempo consumido no processo deve ser visto como um recurso de entrada e sua 

redução deve ser uma meta para a organização.  



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2.4 Setup 

Para Shingo (2000) setup é tudo que antecede a uma operação, seja para sua 

preparação, regulagem, troca de ferramenta, dispositivos e outros. 

Tempo setup ou tempo de preparação entende-se como “o tempo transcorrido para que 

todas as tarefas necessárias desde o momento em que se tenha completado a última peça do 

lote anterior até o momento em que, dentro do coeficiente normal de produtividade, se tenha 

feita a primeira peça do lote posterior” (MOURA, 1996). Ainda mais, as tentativas para obter 

a primeira peça com qualidade do lote seguinte também devem ser consideradas parte do 

setup. 

Figura 4 – Tempo setup 

 
Fonte: Culley (2001) apud Bacci et al. (2005). 

A Figura 4 exemplifica o conceito de setup, demonstrando o intervalo de tempo 

dispendido desde a produção da última peça do produto A até a o momento em que a primeira 

peça do produto B é produzida dentro dos padrões exigidos de qualidade. Verifica-se que o 

período utilizado para setup e ajustes pode ser visto como tempo de produção perdida. 

Santos et al. (1999) apud Muller (2007) ressalta que a operação de setup não agrega 

valor ao produto, e portanto, seu tempo ideal de execução deve tender a zero. À medida que o 

tempo é otimizado, passa-se a disponibilizar maior capacidade produtiva para processamento 

e consequentemente eleva-se a produtividade. 



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Para Bacci (2005), o tempo total de setup, antes de passar por um processo de 

melhoria, engloba: “atividades como troca de ferramentas ou de equipamentos, transporte de 

ferramentas, produção de algumas peças de novo lote, inspeção dessas peças e ajustes da 

máquina, tantas vezes necessários até que se consiga produzir peças de qualidade aceitável”.  

O mesmo autor ressalta que o tempo da operação de setup pode levar horas, sendo que 

as consequências da ineficiência no setup causam aumento do custo de produção, interrupção 

na programação, geração de ociosidade e, principalmente, deficiência no atendimento de 

prazos prometidos aos clientes.  

 

2.4.1 Passos básicos em uma operação de setup 

Santos (2006) salienta que em qualquer operação de setup, indiferente da máquina ou 

equipamento em análise, existem quatro atividades básicas e padrão a serem executadas por 

qualquer empresa: 

1) Preparação, ajuste e checagem (novos materiais e ferramentas). 

2) Remoção da ferramenta antiga e instalação da nova ferramenta na máquina. 

3) Medições, ajustes de parâmetros e calibrações (ferramentas e máquinas). 

4) Produção das primeiras peças (testes de produção) e ajustes finais da máquina. 

Importantes ou não, estas atividades ocorrem em qualquer setup e seus tempos podem 

variar de acordo com o know-how dos operadores e com a disponibilidade das ferramentas 

utilizadas. 

 

2.4.2 Estratégias tradicionais para melhorar o setup 

No passado, para lidarem com os problemas ocasionados pela diversificação da 

produção, algumas organizações optaram por restringir a sua produção a uma quantidade 

mínima de itens e estimular sua demanda. Esta estratégia teve sucesso limitado, visto que o 

cliente atual busca por diversidade em opções, cores e atributos em um produto (SHINGO, 

2000).  



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Ao analisar os sistemas modernos de produção, verifica-se que os lotes de produção 

diminuíram. Esta mudança não é resultado de um encolhimento na demanda, mas sim, que as 

preferências e expectativas individuais de cada cliente têm aumentado, obrigando os 

fornecedores a serem flexíveis para visualizar e oferecer o que seu mercado busca (SANTOS, 

2006). Esta demanda por itens variados força e direciona as empresas a adequarem sua 

produção com lotes menores. 

O mesmo autor salienta que a necessidade por setups mais frequentes aliada a 

possibilidade de surgirem peças avariadas no processo de produção, faz com que se produza 

mais produtos do que o necessário e em muitos casos estocasse-os para pedidos futuros, o que 

gera custos adicionais com estocagem e manuseio. 

Shingo (2000) afirma que mesmo que exista a necessidade de um maior número de 

setups devido à produção diversificada, há uma série de possibilidades que surgem ao analisar 

a operação de setup propriamente dita: 

- Elementos comuns em um setup: mesmo que os produtos possuam características 

diferentes de um lote para o outro, os equipamentos, peças e ferramentas utilizadas no 

processamento podem ser as mesmas. 

- Elementos similares de setup: em algumas ocasiões percebe-se um padrão entre os 

produtos de lotes subsequentes, como por exemplo, mesmas dimensões, saliências, ranhuras e 

características similares. Estas e outras similaridades facilitam e simplificam a operação de 

setup. 

 

2.4.2.1 Estratégias que envolvem habilidades 

Um setup eficiente é resultado do conhecimento prévio sobre o equipamento em 

questão e da habilidade e experiência do operador em executar as atividades de troca das 

ferramentas, ajustes, calibragens e testes de produção. Shingo (2000) salienta que as 

empresas, visando à otimização do setup, ao invés de tornarem a operação menos complexa, 

investem em aumentar as habilidades dos operadores e erroneamente mantêm a operação 

idêntica. 

 



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2.4.2.2 Estratégias que envolvem grandes lotes 

Uma das soluções para compensar o tempo perdido em longas operações de setup é o 

aumento dos lotes de produção. Shingo (2000) evidencia que o impacto do tempo de setup 

quando se refere a lotes grandes de fabricação não é representativo, pois o tempo da operação 

é melhor diluído no tempo total de processamento do lote em questão.  Por outro lado, para 

pedidos pequenos e diversificados o efeito do setup é muito maior. 

Santos (2006) afirma que a estratégia baseada em grandes lotes dita que quanto maior 

o tamanho do lote, menor será o impacto do tempo de setup no custo unitário de produção. 

Uma das seções contempladas no cálculo do custo de cada peça depende do tempo de 

fabricação unitário e do respectivo tempo de setup. Pode-se nomear este tempo de Tm. 

        (1) 

A Tabela 1 demonstra o efeito de diluir e considerar o tempo de setup no tempo de 

fabricação unitário de cada peça.  diminui consideravelmente ao aumentar o tamanho do 

lote. 

Tabela 1 – Efeito do tempo de setup no tempo de fabricação unitário 

Tamanho do lote Tempo total de setup 
Tempo de produção 

unitário 

Tempo de produção 

unitário – considerando o 

setup (Tm) 

50 un 240 min 2 min 2 + 240/50 = 6,8 

500 un 240 min 2 min 2+ 240/500 = 2,48 

5.000 un 240 min 2 min 2 +240/5.000 = 2,048 

Fonte: Santos (2006). 

Sabe-se que Tm é proporcional ao tempo de setup, portanto ao reduzir drasticamente 

este tempo de setup, o tamanho do lote passa a não ter mais grande representatividade no 

tempo de produção unitário e desta forma no custo do produto, como demonstrado no Tabela 

2. 

 

 

 



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Tabela 2 – Efeito do tempo reduzido de setup no custo do produto 

Tamanho do lote Tempo total de setup 
Tempo de produção 

unitário 

Tempo de produção 

unitário – considerando o 

setup (Tm) 

50 un 10 min 2 min 2 + 10/50 = 2,2 

500 un 10 min 2 min 2+ 10/500 = 2,02 

5.000 un 10 min 2 min 2 +10/5.000 = 2,002 

Fonte: Santos (2006). 

 

2.4.2.3 Estratégias que envolvem lote econômico 

Optar por fabricar em grandes lotes é uma estratégia aceitável quando a empresa 

detém de pedidos grandes. No entanto, pode se tornar uma opção indesejável quando 

representa produção antecipada e formação de estoques. Shingo (2000) salienta consequências 

negativas desta escolha: aumento de custos de estocagem e lead times maiores, que resultam 

em redução no capital de giro da empresa.  

Slack (1997) afirma que os estoques são a acumulação armazenada de recursos 

materiais em um sistema de transformação, e que sua existência serve para compensar as 

diferenças entre as taxas de fornecimento e demanda no fluxo dos processos. O conceito de 

Lote Econômico de Produção (LEP) é formado através da análise da contraposição entre as 

vantagens e as desvantagens em manter estoque. A Figura 5 demonstra o LEP como sendo a 

intersecção entre o menor custo de estocagem e o menor efeito do setup nos custos de 

fabricação. Para Shingo (2000) este é o ponto em que as vantagens e desvantagens dos 

estoques estão balanceadas. 

 

 

 

 

 

 



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Figura 5 – O tamanho do lote econômico         

 
Fonte: Shingo (2000). 

O conceito de LEP está completamente correto na teoria, porém baseia-se na 

abordagem tradicional de gerenciamento da produção, a qual assume que reduções drásticas 

nos tempos de setup são impossíveis. Shingo (2000) salienta que o lote econômico não é 

considerado uma abordagem positiva na melhoria da produção, sendo que a partir do 

desenvolvimento da TRF, seu conceito passou a não ter mais razões em existir, acabando 

também com o mito de que as melhores estratégias para lidar com o setup eram trabalhar com 

grandes lotes e aumentar as habilidades dos operadores. 

 

2.4.3 Troca Rápida de Ferramentas (TRF) 

De acordo com Shingo (2000), a Troca Rápida de Ferramenta (TRF) pode ser definida 

como a mínima quantidade de tempo necessário para mudar um tipo de atividade para outro 

tipo de atividade, e tem como objetivo principal encurtar o tempo desta troca o máximo 

possível.  

A metodologia de Shigeo Shingo é referência quando se trata de redução dos tempos 

de setup em um processo produtivo. Seu desenvolvimento ocorreu na década de setenta, e foi 

batizada por ele como SMED (Single Minute Exchange of Die), que ao traduzir para o 

português recebe o nome de Troca Rápida de Ferramentas. É reconhecidamente uma 

ferramenta eficiente para a redução do tempo de setup. 



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O desenvolvimento do conceito SMED levou 19 anos para ser concluído, sendo 

descrito por Shingo a partir de estudos realizados em 3 empresas: 

- em 1950 - na planta Mazda da Toyo Kogyo em Hiroshima;  

- em 1957 - no estaleiro da Mitsubishi Heavy Industries também em Hiroshima;  

- em 1969 - na planta principal da Toyota Motor Company (SHINGO, 2000). 

Através destes estudos, Shingo alcançou resultados muito significativos, possibilitando 

reduções do tempo de setup de prensas de 1000 toneladas de 4 horas para 3 minutos 

(SHINGO, 2000). Embora desenvolvida inicialmente para utilização na indústria automotiva, 

os princípios da metodologia SMED podem ser aplicados em qualquer sistema produtivo. 

 

2.4.3.1 Composição das atividades de setup 

Shingo (2000) afirma que durante suas observações, percebeu que as operações de 

setup são, na verdade, de dois tipos diferentes: 

- Setup Interno (TPI – Tempo de Preparação Interno) – são atividades que somente 

podem ser executadas quando a máquina está parada, tais como remoção das matrizes do lote 

anterior, instalação, fixação das matrizes, ferramentas e testes de fabricação do novo lote. 

- Setup Externo (TPE – Tempo de Preparação Externo) – são atividades de setup que 

podem ser executadas em paralelo a produção do lote anterior, ou seja, enquanto a máquina 

ainda está funcionando. A movimentação das matrizes e a preparação de ferramentas que 

serão utilizadas são alguns exemplos de atividades que independem da máquina estar ou não 

em funcionamento, portanto podem ser antecipadas. 

 

2.4.3.2 Estágios conceituais 

A metodologia da TRF proposta por Shingo consiste em quatro estágios conceituais, 

conforme ilustrados pela Figura 6 e definidos a seguir. 

 



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Figura 6 – SMED 

 
Fonte: Shingo (2000). 

- Estágio inicial: consiste no estudo e análise da atual situação do setup, na qual setup 

interno e externo não se distinguem, e resultam em desperdício de tempo com máquinas 

paradas. Santos (2006) afirma que “o que é desconhecido não pode ser melhorado”, portanto é 

necessário conhecer o processo, suas variações e as causas destas variações. Shingo (2000) 

propõe algumas opções para estudar detalhadamente o chão-de-fábrica e compreender o 

processo de setup: (i) análise contínua da produção com cronômetro – estudo de tempos e 

movimentos; (ii) análise do trabalho por amostragem; (iii) filmagem das operações de setup e 

posterior análise juntamente com os operadores. 

- Estágio 1: considerado o estágio mais importante da implementação da TRF, nesta 

etapa ocorre a distinção entre setup interno e externo (SHINGO, 2000). Como demonstrado 

na Figura 6, inicialmente atividades internas e externas não são diferenciadas, e portanto, 

executadas pelo operador de forma aleatória. Somente por separar estas tarefas, pode-se 

reduzir o tempo de setup interno – realizado com a máquina parada - de 30% a 50% 

(SHINGO, 2000).   

- Estágio 2: o primeiro estágio proporciona uma redução significativa nos tempos de 

setup, porém é insuficiente para atingir os objetivos da TRF.  Shingo (2000) afirma que o 

Estágio 2 prima por transformar operações internas e externas, através de dois aspectos 



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importantes: (i) reavaliar o setup interno e verificar se nenhum passo foi erroneamente 

considerado como interno; (ii) buscar por alternativas de tornar parcialmente ou totalmente 

externas atividades realizadas enquanto a máquina está parada (setup interno). Santos (2006) 

salienta que grande parte das alternativas que surgem nesta etapa necessitam de investimentos 

monetários, e portanto, se torna necessário uma análise da viabilidade econômica das 

implementações, bem como estudo do novo processo e possibilidades de novas operações, 

tanto externas como internas. O efetivo desenvolvimento deste estágio, em muitos casos, pode 

resultar em setups próximos a um dígito de minuto (< 10 minutos).  

- Estágio 3: neste estágio é feita uma análise detalhada de cada ação executada 

durante o setup, buscando sua racionalização por meio da eliminação de ajustes e aspectos 

desnecessários. Shingo (2000) observa que Estágios 2 e 3 não precisam necessariamente ser 

executados sequencialmente, e podem sim, ser simultâneos. Para Pellegrini (2012), no Estágio 

3 ainda há espaço para melhorias e otimização das atividades. O autor sugere a metodologia 

5S (ver parágrafo 2.4.5.3) para auxiliar na organização das ferramentas, de modo que estejam 

acessíveis sempre que os operadores as necessitem.  

 

2.4.3.3 As oito técnicas para aplicação da TRF 

Fogliatto et al. (2003) afirma que os estágios apresentados deixam claro que a TRF é 

composta por duas ações principais, análise e implementação. Para a aplicação dos estágios 

conceituais da TRF, Shingo (1996) apresentou 8 técnicas que auxiliam na redução dos tempos 

de setup. Cada técnica será explicada em seguida e pode ser melhor visualizada e 

compreendida através do fluxograma da Figura 7. 

 

 

 

 

 

 



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Figura 7 – Fluxograma para aplicação das oito técnicas TRF 

 

 
Fonte: Shingo (1996). 

Técnica 1 – separação das operações de setup internas e externas: nesta etapa ocorre a 

identificação das operações que são executadas enquanto a máquina está parada (setup 

interno) e quais podem ser executadas com a máquina em funcionamento (setup externo). 

Shingo (1996) salienta que toda preparação e transporte de matrizes, gabaritos, dispositivos de 

fixação, ferramentas e materiais podem ser feitos enquanto a máquina ainda está produzindo o 

lote anterior. Portanto o setup interno deve ficar limitado à remoção da matriz ou ferramenta 

antiga e fixação da nova; 

Técnica 2 – converter setup interno em externo: envolve o reexame das operações a 

fim de verificar todas etapas que podem ser convertidas em operações externas. Santos (2006) 

demonstra a possibilidade de efetuar pré-aquecimentos (setup externo) nas matrizes antes das 

mesmas estarem instaladas nas máquinas, resultando em redução do tempo para iniciar a 

produção das primeiras peças com qualidade. A conversão do setup interno em externo é o 

princípio mais importante da TRF. Sem ele, tempos de setup inferiores à 10 minutos não 

poderiam ser atingidos (SHINGO, 1996); 

Técnica 3 – padronizar a função, não a forma: significa igualar certas medidas das 

peças e matrizes utilizadas para criar uniformidade na operação de setup. Por exemplo, 

adicionar uma placa ou bloco à borda de fixação de uma matriz, faz com que suas dimensões 

se igualem as outras matrizes, proporcionando maior facilidade e padronização em diferentes 

setups (SHINGO, 1996). A padronização da forma também resulta em redução de tempo de 



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setup, porém, neste princípio todas as matrizes deveriam se adequar as dimensões daquela 

com maior tamanho, o que resultaria em custos desnecessários. A padronização funções busca 

somente padronizar as partes cujas funções são necessárias para o setup. Neste caso, as 

matrizes não necessitam se tornarem maiores ou mais elaboradas, e os custos tem apenas um 

pequeno aumento; 

Técnica 4 – utilizar grampos funcionais ou eliminar os grampos: busca pela 

eliminação ou redução do uso de parafusos, pois estes demandam muito tempo para fixação e 

retirada. Shingo (1996) afirma que parafusos com rosca não são, de alguma maneira, a única 

opção para fixar objetos. Em muitos casos sua utilização não se faz necessária. Deve-se 

buscar mecanismos de fixação de um único toque e de fácil encaixe; 

Técnica 5 – usar dispositivos intermediários: a utilização de dispositivos padronizados 

para preparar a próxima peça/lote enquanto o lote anterior está sendo processado, é uma 

opção para reduzir tempos com ajustes; 

Técnica 6 – adotar operações paralelas: o tempo e a complexidade do setup podem ser 

reduzidos consideravelmente com a utilização de operações paralelas, que podem ocorrer 

através da participação de mais um operador na atividade de setup. Shingo (1996) demonstra 

que em grandes máquinas, como injetoras de plástico ou prensas grandes, um operador 

sozinho desperdiça muito tempo com movimentação em torno da máquina. Quando dois 

operadores realizam operações paralelas e simultâneas, o setup pode ser reduzido em 50%, 

devido à economia de movimentos. Santos (2006) ressalta que é conveniente utilizar um 

checklist padrão com o mapeamento do processo de setup, o mesmo deve informar aos 

operadores a ordem das atividades e quais delas podem ser executadas em paralelo; 

Técnica 7 – eliminar ajustes: ajustes devem ser vistos como desnecessários, e portanto, 

eliminados sempre que possível . Na maioria dos casos, ajustes e testes-piloto representam 50 

a 70% do tempo de setup interno. Os ajustes podem ser eliminados quando empregados 

padrões para determinar as precisões requeridas, através de réguas graduadas, relógios 

comparadores, sensores de proximidade magnética ou dispositivos numéricos de controle 

(SHINGO, 1996).  

Técnica 8 – mecanização: a opção por mecanizar o processo de setup deve ser 

considerada somente após a implementação de todas as demais técnicas descritas. Shingo 

(1996) descreve que as 7 primeiras técnicas podem proporcionar reduções de 2 horas para 3 



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minutos, sendo que a mecanização reduziria este tempo em apenas mais 1 minuto. Investir em 

mecanização, em um primeiro momento pode trazer economia de tempo, porém, não irá 

melhorar as ineficiências de um setup que já foi mal planejado. 

 

2.4.4 Vantagens da redução do setup 

Bacci (2005) apresenta alguns benefícios decorrentes da redução dos tempos de setup 

através da TRF: 

- Redução de estoques: há um ganho real com a redução dos custos de manutenção de 

estoques. 

- Menores Lotes de Produção: a produção econômica em pequenos lotes proporciona 

maior capacidade de atender as variabilidades da demanda com a mesma estrutura produtiva.  

- Redução do lead time: a redução do lead time resulta em menores custos de operação 

e agrega benefícios ao consumidor, visto que há um incremento de flexibilidade e rapidez 

para atender os clientes.   

- Maior flexibilidade da produção: possibilita maior flexibilidade de produção e de mix 

de produtos a serem produzidos utilizando o mesmo equipamento ou linha de produção. 

- Menor esforço do operador: ocorrem melhorias ergonômicas, visto que o trabalho 

passa a ser planejado e padronizado. 

- Maior qualidade: com a padronização da operação de setup há uma redução dos 

defeitos e retrabalhos ocasionados pela ineficiência na preparação da operação. 

- Logística: as melhorias com diminuição de lead time e agilidade de entrega 

beneficiam toda a cadeia logística. 

 

2.4.5 Outras ferramentas para melhorar o setup 

De acordo com Pellegrini (2012), as literaturas de engenharia de produção 

identificaram outras técnicas, que podem ser desenvolvidas simultaneamente à TRF, e 



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também auxiliam às empresas na redução dos tempos de setup. Estas ferramentas podem ser 

utilizadas por todas as organizações que têm como objetivo a melhoria de seus processos, e 

não somente a redução do setup. 

 

2.4.5.1 Kaizen 

Kaizen está na base da filosofia de melhoria contínua. A palavra tem origem japonesa, 

e é formada por dois ideogramas: kai que quer dizer “mudar” e zen que quer dizer “melhor”. 

Para Ortiz (2010) apud Guimarrães (2013), o kaizen é uma ferramenta poderosa que busca 

envolver a organização e seus funcionários em melhorias globais. A filosofia kaizen está 

baseada na eliminação de desperdícios, e tem base em um processo de baixo custo, que utiliza 

da criatividade dos colaboradores da organização para melhorar práticas dos processos 

produtivos, com o objetivo voltado para a melhoria contínua. Pellegrini (2012) afirma que 

geralmente o kaizen é a ferramenta escolhida pelas empresas para auxiliar nos esforços de 

redução do tempo de setup. 

 

2.4.5.2 Padronização 

Ao tratar de solução de problemas no chão de fábrica, um dos princípios mais 

importantes do Lean Manufacturing é a padronização. Conforme afirmava Tahiichi Ohno, 

considerado o pai do STP, “onde não há padrões, não pode ocorrer kaizen”. Portanto, sem 

padrões, não existe formas de comparar a situação antes e depois do kaizen, impossibilitando 

a visualização do que realmente foi melhorado no processo. A padronização é importante para 

redução dos setups, pois geralmente a partir da aplicação da TRF são definidos e 

padronizados novos procedimentos para as operações que compõe o setup (PELLEGRINI, 

2012). 

De acordo com o ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act), proposto do Deming, a 

padronização consiste na etapa final de um processo de melhoria contínua. O ciclo PDCA é 

uma abordagem científica para resolução de problemas, e mostra que melhorias não podem 

ser alcançadas somente por implementar aquilo que parece ser a solução para o problema em 

questão (PELLEGRINI, 2012). 



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- Plan – Planejar: identificação da causa raiz do problema; 

- Do – Fazer/Executar: somente quando as causas raízes são encontradas e analisadas, 

é possível intervir diretamente no problema e tomar ações corretivas; 

- Check – Verificar/Checar: a análise das ações corretivas acontece através da 

verificação das lacunas entre o cenário atual e o cenário esperado; 

- Act – Agir/Padronizar: após ter comprovado a efetividade das ações corretivas, elas 

são então implementadas em larga escala e novos procedimentos são padronizados. 

 

2.4.5.3 5S 

Pellegrini (2012) afirma que outra ferramenta que é útil na redução dos tempos de 

setup é o 5S. A filosofia 5S consiste em uma abordagem operacional que visa proporcionar 

um ambiente de trabalho mais limpo, organizado, seguro e produtivo. O nome 5S tem origem 

de cinco palavras japonesa:  

- Seri: senso de utilização - selecionar;  

- Seiton: senso de ordenação – colocar em ordem; 

- Seiso: senso de limpeza - limpar; 

- Seiketsu: senso de higiene, saúde e bem estar - padronizar; 

- Shitsuki: senso de autodisciplina – sustentar e manter. 

Ao tornar o ambiente de trabalho mais limpo e organizado, possibilita-se uma melhor 

manutenção dos equipamentos, melhor identificação de falhas, maior segurança nas 

operações, diminuição de ferramentas desnecessárias e aumento na satisfação dos operadores. 

Todos estes fatores contribuem com a redução de desperdícios, e consequente redução do 

tempo de setup. 

 



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3 METODOLOGIA 

Neste capítulo, são descritos os métodos pelos quais este trabalho foi desenvolvido, 

bem como o tipo de pesquisa que foi utilizada, tendo como base os conhecimentos teóricos e 

a real situação da empresa estudada. Barros et al. (2000), afirmam que o método corresponde 

ao agrupamento de dados para desenvolvê-lo ordenadamente na obtenção do conhecimento. 

 

3.1 Tipo de pesquisa 

Para Ander-Egg (1978, p. 28) apud Marconi (2010):  

A pesquisa é um procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico, que 

permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo do 

conhecimento. A pesquisa, portanto, é um procedimento formal, com método de 

pensamento reflexivo, que requer um tratamento científico e se constitui no caminho 

para conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais. 

 

Com referência à maneira de abordagem do problema, esta pesquisa é denominada 

qualitativa. Este tipo de pesquisa busca o que é comum, contudo aceita também a 

individualidade e os significados múltiplos, em vez de transformá-los apenas em uma média 

estatística. Além disso, tenta descobrir os significados de modos e situações que não possuem 

rigidez no que se refere à direção da investigação dentro de hipóteses, definições operacionais 

e suposições a princípio do pesquisador (MARCONI et al., 2010).   

De acordo com Godoy (1995), algumas características básicas identificam os estudos 

denominados “qualitativos”. Nesta perspectiva, um fenômeno é melhor compreendido no 

contexto em que ocorre e do qual faz parte, devendo ser analisado em uma perspectiva 



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integrada. Para tanto, o pesquisador vai a campo analisar o fenômeno em questão a partir da 

perspectiva das pessoas nele envolvidas, considerando os pontos de vista relevantes. Uma 

variedade de dados são coletados e analisados para possibilitar o entendimento do fenômeno 

em estudo. 

Em uma segunda etapa, pode-se caracterizar a pesquisa como quantitativa. Conforme 

Gil (2006), a pesquisa quantitativa se preocupa em mensurar (quantidade, frequência e 

intensidade) e analisar as relações causais entre as variáveis, através da uma amostra 

representativa do ambiente pesquisado. 

As pesquisas dividem-se em dois critérios básicos: quanto aos fins e quanto aos meios. 

 

3.1.1 Quanto aos fins 

Quanto aos fins, a pesquisa em análise é considerada exploratória. Roesch (1999, p. 

131) afirma que “[...] se o propósito do projeto é explorar um tema que foi pouco estudado, 

utilizam-se pesquisas exploratórias”. Fala também que a pesquisa exploratória busca levantar 

questões e hipóteses para futuros estudos, por meio de dados qualitativos. 

Este tipo de pesquisa tem como objetivo o estudo de determinado fenômeno através de 

levantamento de dados bibliográficos, entrevistas com indivíduos que vivenciaram na prática 

o problema em questão e análise de exemplos que facilitem a compreensão (GIL, 2006). 

Gil (2009) afirma que em muitos casos, a pesquisa exploratória é somente a primeira 

etapa de uma investigação mais ampla. Ao escolher um tema bastante genérico, faz-se 

necessário seu esclarecimento e delimitação através de revisão de literatura, discussão com 

especialistas e outros procedimentos. O resultado final deste processo é o problema mais 

esclarecido, possibilitando investigações mediante procedimentos mais sistematizados. 

Este estudo também compreende a pesquisa bibliográfica que conforme Vergara 

(2010), é desenvolvida com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes 

eletrônicas e demais materiais acessíveis ao público em geral. Fornece instrumental analítico 

para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si mesmo. Portando, 

em uma primeira etapa, esta pesquisa referenciou-se de levantamentos bibliográficos para 

proporcionar um melhor entendimento dos assuntos abordados. 



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3.1.2 Quanto aos meios 

Quanto aos meios, a pesquisa é definida como um estudo de caso. Vergara (2010) 

conceitua estudo de caso como sendo aquele que é restrito a uma única ou então, a poucas 

unidades, tais como organizações, órgãos governamentais, unidades familiares, nações e 

produtos. É caracterizado também por possuir caráter de profundidade e de detalhamento, e 

pode ou não, ser realizado no campo. 

Segundo Godoy (1995), o estudo de caso vem se tornando uma das estratégias 

preferidas dos pesquisadores quando busca-se responder às questões “como” e “por quê” 

certos fenômenos ocorrem, quando há limitada possibilidade de controle sobre os eventos 

estudados e quando o foco de interesse é sobre fenômenos atuais, que só podem ser analisados 

dentro de algum contexto da vida real. 

O estudo de caso auxilia o pesquisador a identificar e obter provas a respeito de 

objetivos sobre os quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seu 

comportamento. Desempenha papel importante nos processos observacionais, e obriga o 

investigador a um contato mais direto com a realidade (MARCONI et al., 2010). 

Gil (2009) afirma que o estudo de caso indica princípios e regras que devem ser 

observados durante todo o processo de investigação. Mesmo sem apresentar a rigidez dos 

experimentos e levantamentos, os estudos de caso englobam as seguintes etapas: 

- Formulação e delimitação do problema; 

- Seleção da amostra; 

- Determinação dos procedimentos para coleta e análise de dados; 

- Modelo para interpretação dos dados apurados. 

 

3.2 Local de estudo 

O estudo foi realizado na empresa Plastic Plásticos LTDA (Tamplastec), situada em 

Lajeado-RS, em máquina injetora de artefatos plásticos. O pesquisador, funcionário da 

empresa na qual foi executado o trabalho, atua no setor de produção, desenvolvendo atividade 



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de PCP. Desta forma, o autor tem disponíveis os dados e a diretoria da empresa como aliada 

para propor a implementação de melhorias nos processos. 

Ao longo da execução do estudo, o pesquisador coordenou as atividades de 

levantamento de dados, cronoanálise dos tempos de setup da máquina em questão e 

implementação das técnicas propostas na revisão de literatura. 

 

3.3 Coleta de dados 

De acordo com Marconi et al. (2010), a coleta de dados é a “etapa da pesquisa em que 

se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas, a fim de se 

efetuar a coleta dos dados previstos”. 

A coleta de dados é uma etapa cansativa, que geralmente leva mais tempo do que se 

planeja. É fundamental ao pesquisador ter paciência, perseverança e esforço pessoal, além de 

atenção ao registrar os dados e bom preparo anterior. O efetivo controle na aplicação dos 

instrumentos de pesquisa é um importante fator para prevenir erros e defeitos resultantes de 

entrevistadores inexperientes ou de informações tendenciosas (MARCONI et al., 2010). 

Para Yin (2005), as evidências resultantes de um estudo de caso pode vir de seis fontes 

distintas: documentos, registros em arquivo, entrevistas, observação direta, observação 

participante e artefatos físicos. Cabe ao pesquisador saber utilizar estas seis fontes, que 

exigem conhecimento de habilidades e procedimentos metodológicos diferentes. 

Neste estudo, a coleta de dados foi realizada através de observações diretas, 

documentos, registros em arquivo, entrevistas e conversas informais com os operadores 

responsáveis pelas trocas de matrizes. Também foram utilizadas filmagens, cronoanálises, 

análise de documentos e checklists para contribuir no processo de coleta de dados. 

 

3.3.1 Materiais e sujeitos da pesquisa 

A coleta de dados foi realizada pelo autor, que utilizou como materiais de auxílio os 

seguintes itens: 



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- Cronômetro; 

- Câmera filmadora; 

- Planilhas e checklists. 

Os sujeitos envolvidos na pesquisa foram: o autor e os funcionários do chão de fábrica 

que executam a operação de setup. 

 

3.4 Análise dos dados 

Yin (2005) afirma que a análise de dados consiste em examinar, categorizar, 

classificar em tabelas, testar ou, do contrário, recombinar as evidências quantitativas e 

qualitativas para tratar as proposições iniciais do estudo em questão.  

Nos estudos de caso, a análise e entendimento dos dados é um processo que 

geralmente acontece simultaneamente à sua coleta. Cada nova informação, palpite ou hipótese 

emergente direciona a nova etapa do processo de coleta de dados, que conduz ao sucessivo 

refinamento ou reformulação das questões da pesquisa (MERRIAM, 1998 apud GIL, 2009). 

Neste estudo, na análise dos dados, procurou-se sempre que possível que a mesma 

fosse simultânea à aplicação do método. No entanto, ao fim da pesquisa, todos os resultados 

foram sintetizados, gerando as melhorias efetuadas, propostas de melhorias e possibilidade de 

replicação para as demais máquinas e matrizes que a empresa possui. 

 

3.5 Apresentação dos dados 

Para Gil (2009), a maneira tradicional de analisar e apresentar os dados de um estudo 

de caso consiste na identificação de alguns tópicos-chave e na consequente elaboração de um 

texto discursivo. Portanto, é necessário que o pesquisador detenha de habilidades analíticas e 

discursivas.  

Este estágio possibilita a utilização de instrumentos analíticos para organizar, 

sumarizar e relacionar os dados. Figuras, mapas, matrizes, diagramas e redes são instrumentos 

que contribuem para análise, interpretação e apresentação dos mesmos em um estudo de caso, 



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sobretudo quando o pesquisador tem como objetivo transcender o nível exploratório de 

investigação (GIL, 2009). Para apresentar os dados e realizar a análise final deste estudo, o 

autor fez uso dos instrumentos recém descritos.  

 

3.6 Limitações dos métodos 

De acordo com Vergara (2010), todo método tem possibilidades e limitações. 

Portanto, é conveniente antecipar-se às críticas que o leitor poderá fazer ao trabalho, 

explicitando as limitações que o método em questão possui, mas que ainda assim o fazem o 

mais adequado para o estudo. 

O método escolhido para este estudo possuí as seguintes limitações: 

- Curto período de tempo disponível para pesquisa, coleta, análise dos dados e 

implementação das melhorias. Como as ações propostas não podem ser totalmente 

implementadas, uma das limitações é a de que não se terá a noção exata da eficácia de 

implementação destas ações, ou seja, somente poderão ser medidas com precisão aquelas 

etapas que já foram implementadas. O período aproximado disponível ao pesquisar foi de 5 

meses. Gil (2009) informa que o tempo despendido em estudos de casos tende a ser maior do 

que o despendido em outras modalidades de pesquisa; 

- Possibilidade de falta de informações e dados arquivados sobre o assunto trabalhado; 

- Confiabilidade dos dados coletados. Os sujeitos da pesquisa possuem habilidades 

diferentes e executam as tarefas de modo diferente, não garantindo em algumas situações, a 

validade e fidedignidade dos dados coletados; 

- Falsa sensação de certeza do pesquisador em frente aos dados coletados e