UNIVERSIDADE DO VALE DO TAQUARI – UNIVATES 

GRADUAÇÃO STRICTO SENSU 

MESTRADO EM AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO 

 

 

  

 

 

 

 

   

 

 

INCUBADORAS E EMPREENDIMENTOS INCUBADOS: 

AVALIAÇÃO DE PRÁTICAS AMBIENTAIS 

 

               Sandra Mara dos Santos 

 

 

 

 

 

 

                       Lajeado, agosto de 2019. 



 
 

                                Sandra Mara dos Santos 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

INCUBADORAS E EMPREENDIMENTOS INCUBADOS: AVALIAÇÃO DE 

PRÁTICAS AMBIENTAIS 

 

Dissertação apresentada ao Programa 
de Pós-Graduação em Ambiente e 
Desenvolvimento, da Universidade do 
Vale do Taquari - Univates, como 
parte da exigência para obtenção do 
grau de Mestre em Ambiente e 
Desenvolvimento na linha de 
Pesquisa em Tecnologia e Ambiental. 

Orientadora: Profa. Dra. Simone Stülp 
 

 

 

 

 

 

Lajeado, agosto de 2019. 



 
 

RESUMO 

 

As incubadoras surgem como articuladoras de ações voltadas para o 
desenvolvimento de políticas transformadoras entre universidade e a comunidade, 
por meio de ensino, pesquisa e extensão. Nesse sentido, faz-se necessário 
identificar meios para o desenvolvimento de tecnologias sociais inovadoras no 
meio acadêmico, contribuindo para geração de renda e melhoria da qualidade de 
vida das comunidades. O objetivo central da pesquisa consiste na avaliação de 
práticas ambientais desenvolvidas pela Incubadora de Empreendimentos 
Socioeconômicos, Solidários e Sustentáveis do Vale do Arinos (IESA), da 
Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) e pela Incubadora 
Tecnológica da Universidade do Vale do Taquari (Tecnovates/Inovates), 
pertencente à Universidade do Vale do Taquari – Univates. No que se refere à 
metodologia, trata-se de um estudo multicaso, envolvendo 02 (duas) instituições 
de ensino, a saber: UNEMAT e Univates. A escolha dos casos analisados se deu 
com a finalidade de conhecer e descrever a atuação de incubadoras em diferentes 
contextos, social, estrutural e de atuação acadêmica, com foco em ações 
ambientais. Como técnicas de pesquisa, foram realizadas entrevistas com atores 
sociais envolvidos nos processos, tanto os empreendedores, quanto os 
profissionais que atuam na gestão das incubadoras. A análise foi realizada em 
uma perspectiva qualitativa e interpretativa. Os resultados apresentados 
demonstram que a incubadora IESA trabalha a perspectiva de práticas ambientais 
conforme as demandas existentes e não possui um planejamento referente às 
ações envolvidas com os empreendimentos incubados. Já a incubadora Inovates 
em relação às práticas ambientais, adota as normativas internas da Univates, que 
abrangem os requisitos necessários para o desenvolvimento de políticas internas 
sustentáveis. Em termos de resultados obtidos, a partir das percepções do estudo, 
as práticas ambientais na Piscicultura Santa Luzia referem-se à reciclagem de 
embalagens utilizadas e recuperação de área de preservação permanente (APP). 
O Instituto Munduruku busca reunir a comunidade indígena para conscientizar 
sobre a valorização da cultura indígena, coleta e conscientização sobre os 
resíduos sólidos na aldeia, bem como a preservação do meio ambiente. Já a 
empresa Químea Ambiental tem em seu portfólio ações de práticas ambientais 
sobre o tratamento de efluentes, redução do consumo de energia, reciclagem de 
materiais e compostagem de resíduos orgânicos. A empresa Ao Cubo trabalha 
com projetos que buscam desenvolver ações em empresas nas áreas sociais e 
ambientais. Por fim, os resultados deste estudo estão relacionados ao 
reconhecimento de projetos de valorização e preservação ambiental associado ao 
empreendedorismo.  

 

Palavras-chave: Meio ambiente. Incubadoras. Negócios com impacto social. 
Inovação. Práticas ambientais.  



 
 

 

ABSTRACT 

 

The incubators show themselves as articulators of actions towards the 
development of transformation politics between university and community through 
education, research and extension. In this regard, it is necessary to identify means 
of developing innovative social technologies for the academic environment, 
contributing to the income generation and the improvement of the quality of life of 
the communities. The main objective of this study is to analyze the environmental 
practices developed by the Incubadora de Empreendimentos Socioeconômicos, 
Solidários e Sustentáveis do Vale do Arinos (IESA), of the Universidade do Estado 
de Mato Grosso (UNEMAT) and by the Incubadora Tecnológica da Universidade 
do Vale do Taquari (Tecnovates/Inovates), of the Universidade do Vale do Taquari 
– Univates. Regarding the methodoly, this is a multicase study involving 02 (two) 
education institutions, being: UNEMAT and Univates. The choosing of the 
analyzed cases was done with the purpose of knowing and describing the action of 
incubators in different contexts, social, structural and of academic action, focusing 
in the environmental actions. As research techniques, there were made interviews 
with social actors involved in the processes, such as entrepreneurs as well as 
professionals that act in the management of the incubators. The analysis was done 
in a qualitative and interpretative way. The results show that the incubator IESA 
works in a perspective of environmental practices according to the existing 
demands and does not have a planning relating to the actions involving incubated 
undertakings. In the case of the incubator Inovates, relating to the environmental 
practices, it adopts the internal normative of Univates, that cover the necessary 
requirements for the development of internal sustainable politics. In terms of 
obtained results, from the perceptions of the study, the environmental practices in 
the Piscicultura Santa Luzia relate to the recycling of the used packages and the 
recovery of the permanent preservation area (APP). The Institute Munduruku 
pursues to gather the indigenous community to raise awareness about the 
valorization of the indigenous culture, collecting and raising awareness about the 
solid waste of the village, as well as the preservation of the environment. The 
industry Químea Ambiental has in its portfolio actions of environmental practices 
about wastewater treatment, reduction in energy consumption, recycling of material 
and composting of organic waste. The industry Ao Cubo works with projects that 
seek to develop actions in industries in social and environmental areas. At last, the 
results of this study are related to the acknowledgment of projects of valorization 
and preservation of the environment associated to entrepreneurship. 

Keywords: Environment. Incubators. Social impact undertakings. Innovation. 
Environmental practices. 



 
 

LISTA DE ILUSTRAÇÕES 

 

LISTA DE FIGURAS 

Figura 1 - Fluxograma das atividades da pesquisa ............................................... 37 

Figura 2 - Mapa com todos os campi da Universidade do Estado de Mato Grosso

 .............................................................................................................................. 39 

Figura 3 - Foto de reunião IESA ............................................................................ 40 

Figura 4 - Foto área Univates ................................................................................ 41 

Figura 5 - Localização incubadora Inovates .......................................................... 43 

 

 



 
 

LISTA DE QUADROS 

Quadro 1 - Detalhamento dos sujeitos da presente pesquisa ............................... 34 

Quadro 2 - Questões presentes no processo de incubação das incubadoras IESA 

e Inovates .............................................................................................................. 47 

Quadro 3 - Práticas ambientais nas incubadoras avaliadas .................................. 51 

Quadro 4 - Práticas ambientais em empreendimentos analisados no presente 

estudo ................................................................................................................... 56 

  



 
 

 

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 

ANPROTEC 

 

APP 

CEBER 

CIETEC 

CODEVAT 

CMMAD 

CONEPE 

CONSUNI 

COOPERNONTE 

COPPE 

DINS 

Associação Nacional de Entidades Promotoras de 

Empreendimentos Inovadores 

Área de Preservação Permanente 

Centro de Estudos do Biogás e Energias Renováveis 

Centro de Incubação de Empresas de Tecnologia 

Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari 

Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 

Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão 

Conselho Universitário 

Cooperativa Mista Agropecuária de Novo Horizonte  

Instituto Alberto Luiz Coimbra 

Diretoria de Inovação e Sustentabilidade 

ICC International Chambre Commerce 

IESA 

 

INOVATES 

IESC 

kW 

Incubadora de Empreendimentos Socioeconômicos, Solidários e 

Sustentáveis do Vale do Arinos 

Incubadora Tecnológica da Univates 

Instituto de Ensino Superior de Cáceres 

Quilowatts 

MT 

NECOMT 

 

OCDE 

ONGs 

ONU 

Mato Grosso 

Núcleo de Pesquisa, Extensão e Estudos da Complexidade do 

Mundo do Trabalho 

Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico 

Organizações Não Governamentais 

Organização das Nações Unidas 



 
 

PEP 

PMEs 

PPC 

SEBRAE 

SGA 

TPP 

TECNOVATES 

UNEMAT 

UNITRABALHO 

 

Univates 

 

Planejamento Estratégico Participativo  

Pequenas e Médias Empresas 

Projeto Pedagógico de Curso 

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas 

Sistema de Gestão Ambiental 

Tecnológica em Produtos e Processos 

Parque Científico e Tecnológico do Vale do Taquari 

Universidade do Estado de Mato Grosso 

Fundação Interuniversitária de Estudos e Pesquisas sobre o 

Trabalho 

Universidade do Vale do Taquari 



 
 

SUMÁRIO 

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10 

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 13 

2.1 Contexto geral sobre questões ambientais .................................................... 13 

2.2 Sustentabilidade ambiental .............................................................................. 14 

2.3 Práticas ambientais ........................................................................................... 19 

2.3.1 Gerenciamento ambiental .............................................................................. 24 

2.4 Incubadoras e ambientes de inovação ............................................................ 26 

2.4.1 Negócios de impacto socioambiental .......................................................... 30 

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................... 33 

3.1 Descrição dos ambientes avaliados ................................................................ 38 

3.1.1 Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT .................................. 38 

3.1.1.1 Caracterização da Incubadora IESA .......................................................... 39 

3.1.2 Universidade do Vale do Taquari – Univates ............................................... 41 

3.1.2.1 Caracterização da Incubadora Inovates .................................................... 42 

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 44 

4.1 Caracterização dos ambientes estudados ...................................................... 44 

4.2 Comparativos de processos de incubação em empreendimentos 
coletivos e sociais e em empreendimentos tecnológicos ................................... 44 

4.3 Percepção das incubadoras em relação às práticas ambientais .................. 50 

4.4 A percepção dos empreendimentos incubados em relação às práticas 
ambientais ................................................................................................................ 55 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 63 

5.1 Recomendações para pesquisas futuras ........................................................ 66 

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 67 

APÊNDICES ............................................................................................................. 74 

Apêndice A - Roteiro para entrevista semiestruturada em incubadoras ........... 75 

Apêndice B - Roteiro para entrevista semiestruturada em empresas e 
empreendimentos incubados ................................................................................. 77 



10 
 

1 INTRODUÇÃO 

Questões relacionadas à preocupação com o meio ambiente intensificaram-

se a partir de 1970, com o incremento das indústrias e do consequente 

desenvolvimento do comércio, somados à utilização desenfreada de recursos 

naturais renováveis e não renováveis em função da expansão econômica no 

mundo (LEFF, 2001). O autor supracitado observa que a crise ambiental se 

constituiu, na história, em razão do crescimento econômico, negando a 

racionalidade do pensamento e da utilização dos recursos naturais, surgem, 

assim, os principais aspectos dos problemas socioambientais. 

A conscientização sobre a necessidade de preservação do meio ambiente 

iniciou-se a partir do desenvolvimento de agendas internacionais voltadas para a 

discussão dos impactos ambientais provocados pelos países desenvolvidos e em 

desenvolvimento. Os principais aspectos dessas discussões são as correlações 

entre desenvolvimento e uso de recursos renováveis e não renováveis e 

preservação do meio ambiente. Esses fatos ocorreram na Conferência das 

Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, em Estocolmo, na Suíça, no ano de 1972. 

As discussões, inicialmente, aconteceram pelo mesmo grupo, no encontro de 

Founex, em 1971 (SACHS, 2002). 

As abordagens sobre o meio ambiente, após a Conferência de Estocolmo, 

em 1972, demonstraram uma nova perspectiva sobre os problemas ambientais e 

os entendimentos da sociedade. Os acordos ambientais multilaterais 

subsequentes traziam um novo enfoque, o entendimento sobre a relação entre o 

meio ambiente e as formas de desenvolvimento. Dessa conexão surge um novo 

conceito: o de desenvolvimento sustentável (BARBIERI, 2007). É importante 



11 
 

lembrar que os ambientes de Inovação são espaços que se traduzem pertinentes 

ao desenvolvimento continuado de inovações tecnológicas; e se constituem como 

espaços de aprendizagem coletiva, trocas de informações e exercícios produtivos, 

atmosfera de interação entre os diversos agentes do conhecimento: 

empreendimentos inovadores, instituições de pesquisa e agentes governamentais, 

incubadoras de empresas, parques tecnológicos, arranjos produtivos locais. 

Com base nessas discussões, este estudo delimita-se a pesquisar 2 (duas) 

Incubadoras, sendo 1 (uma) denominada Incubadora de Empreendimentos 

Socioeconômicos, Solidários e Sustentáveis da Vale do Arinos (IESA), da 

Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT); e 1 (uma) denominada 

Incubadora Tecnológica da Universidade do Vale do Taquari (Univates), 

Inovates/Tecnovates, localizada no Município de Lajeado, Estado do Rio Grande 

do Sul, juntamente com 02 (dois) empreendimentos incubados, selecionados 

pelas coordenadoras das incubadoras, quais sejam: pequenas empresas e/ou 

empreendimentos sociais. 

A partir dessa reflexão surge o seguinte questionamento: Quais as 

principais diferenças em relação às práticas ambientais desenvolvidas pela 

Incubadora de Empreendimentos Socioeconômicos, Solidários e Sustentáveis do 

Vale do Arinos (IESA), da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) e a 

Tecnovates/Inovates, pertencente à Universidade do Vale do Taquari (Univates)? 

A pesquisa visa realizar uma avaliação entre práticas ambientais 

desenvolvidas pela Incubadora de Empreendimentos Socioeconômicos, Solidários 

e Sustentáveis do Vale do Arinos (IESA), da Universidade do Estado de Mato 

Grosso (UNEMAT) e a Tecnovates/Inovates, pertencente à Universidade do Vale 

do Taquari (Univates). 

Os objetivos específicos são: (a) Verificar, nas incubadoras selecionadas, 

os objetivos de trabalho em relação às práticas ambientais; (b) Avaliar os 

empreendimentos incubados e suas atividades no que tange às práticas 

ambientais; (c) Traçar comparativo das práticas de trabalho das incubadoras 

analisadas; (d) Perceber práticas de trabalho que minimizem danos ambientais 

pelos empreendimentos atendidos pelas incubadoras. 



12 
 

Portanto, as incubadoras buscam contribuir para o aumento da 

rentabilidade das organizações incubadas, melhorando a qualidade de vida da 

população com a geração de trabalho e renda. Dessa forma, as incubadoras 

podem se tornar fontes de desenvolvimento para os empreendimentos, além de 

buscar, em sua concepção, reflexões de práticas de trabalho que sejam coerentes 

com o desenvolvimento sustentável, em especial, com as atitudes proativas para 

as questões ambientais. 

Nesse contexto, a pesquisa perpassou pelo entendimento sobre a visão 

das incubadoras pesquisadas em relação ao trabalho referente às práticas 

ambientais, nos empreendimentos incubados e pré-incubados.  

Para a ciência, os dados revelam-se como fonte norteadora de produção de 

conhecimento, com o intuito de fomentar pesquisas futuras e auxiliar os estudos 

das práticas ambientais em pequenas empresas e/ou empreendimentos solidários. 

Além disso, para as universidades, as incubadoras funcionam como elo 

entre elas e a comunidade, com a finalidade de fomentar ações: auxiliando as 

práticas de gestão, bem como o incremento de políticas transformadoras nas 

regiões onde estão inseridas. 

Para o Programa de Pós-Graduação stricto sensus em Ambiente e 

Desenvolvimento, a pesquisa abre possibilidades de fornecer requisitos 

necessários para a linha de pesquisa em Tecnologia e Ambiente, sobre 

sustentabilidade ambiental, atividades produtivas em negócios iniciantes, bem 

como práticas ambientais possíveis em ambientes de inovação. 

As incubadoras procuram desenvolver e consolidar organizações 

empreendedoras, por meio da disponibilização de espaços e serviços básicos 

para instalação, por um período, e a um valor menor que o do mercado 

convencional. Assim, auxiliam na busca por financiamentos e no incentivo à 

sinergia entre os membros das diversas empresas, consultorias contábil, legal e 

de marketing e apoio administrativo e mercadológico (PARANHOS, 2006). 



13 
 

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 

O referencial teórico apresenta elementos para embasar a discussão sobre 

desenvolvimento sustentável, práticas ambientais e incubadoras. A abordagem 

inicial apresenta um contexto geral sobre questões ambientais; na sequência, 

sobre sustentabilidade ambiental, referindo-se às dimensões de sustentabilidade. 

Em seguida, trata de práticas ambientais e gerenciamento ambiental. Por fim, 

apresenta uma reflexão sobre as incubadoras, referenciando também os conceitos 

e tipos de incubadoras e os negócios com impacto socioambiental, contribuindo 

com o processo de desenvolvimento local.  

 

2.1 Contexto geral sobre questões ambientais  

O desenvolvimento econômico, no mundo, realizou-se, em grande parte, 

com o auxílio da utilização de recursos naturais renováveis e não renováveis em 

grande escala. O crescimento das indústrias, nos países desenvolvidos, e as 

explorações de recursos naturais, nos países em desenvolvimento, faziam parte 

desse contexto, e pareciam solidamente implantados, inabaláveis e inesgotáveis.  

Esses princípios constituíram-se sobre o tripé abundância de recursos naturais e 

energéticos, aumento da produtividade do trabalho e presença do Estado de Bem-

Estar (BUARQUE, 2001).  

No ano de 1987, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas 

(ONU) institui a criação da Comissão Mundial para o Desenvolvimento e Meio 

Ambiente, responsável pela elaboração de outro marco importante na história, o



14 
 

relatório Nosso Futuro Comum, também intitulado de Relatório de Brundtland1. 

Esse relatório apresenta críticas ao modelo de desenvolvimento implantado pelos 

países desenvolvidos ou industrializados e replicados nos países em 

desenvolvimento. Os padrões de consumo e produção já vislumbravam uma 

expectativa de crescimento desenfreado e duramente criticado pelos estudiosos 

da área (BRUNDTLAND, 1988). 

 O Relatório Brundtland é o documento intitulado Nosso Futuro Comum, em 

inglês Our Common Future, que concebe desenvolvimento sustentável como 

aquele que satisfaz as necessidades presentes, sem prejudicar a capacidade das 

gerações futuras de preencher necessidades básicas (CMMAD, 1991, p. 46). Esse 

conceito ficou conhecido à época do Relatório e, ainda hoje, está cristalizado no 

discurso de muitos estudiosos e pesquisadores sobre o assunto. 

Em 1992, ocorre a Conferência das Nações Unidas sobre o 

Desenvolvimento e Meio Ambiente (ECO 92), realizada no estado do Rio de 

Janeiro, Brasil, mobilizando 178 países participantes. Nesse período, houve 

importantes discussões sobre as preocupações com as questões sociais, o meio 

ambiente e a preservação ambiental. Como um dos principais resultados dessa 

Conferência, a Agenda 21 tornou-se base para outras conferências, com 21 (vinte 

e uma) ações prioritárias sobre o meio ambiente e aspectos sociais relevantes às 

populações mundiais (JABBOUR; FONSECA; SOUZA, 2010). 

A partir dos anos 2000, observou-se que as empresas começaram a tratar 

das práticas ambientais de modo estratégico, sendo que seus interesses pelo 

ambiente e suas práticas passam a ter o objetivo de minimizar os impactos 

ambientais e atender aos anseios da mídia e sociedade, para além do 

atendimento de questões legais (BERNARDO; CAMAROTTO, 2012). Ou seja, as 

discussões passaram a abordar a sustentabilidade ambiental como um 

mecanismo necessário para manutenção da vida.  

 

2.2 Sustentabilidade ambiental 

A ideia de sustentabilidade iniciou-se a partir do contexto de 

industrialização, do processo de globalização e do avanço do crescimento 

                                                   
1
 Dados disponíveis em <http://www.inbs.com.br>. Acesso em: 27 jun.  2018.  

https://pt.wikipedia.org/wiki/Desenvolvimento_sustent%C3%A1vel


15 
 

econômico, como sinal de uma reorganização das metodologias aplicadas à 

gestão. Foi a partir daí que surgiram empreendimentos, com vistas ao 

aproveitamento das oportunidades proporcionadas pelas falhas de mercado, com 

origens nas transformações econômicas, gerando os empreendimentos 

sustentáveis. 

Esse tipo de empreendedorismo é considerado inovador e está orientado 

para o mercado e para a criação de valor econômico e social, por meio de 

transformações ambiental e socialmente benéficas. Nesse sentido, pode-se 

afirmar que esse tipo de empreendedorismo diverge, em vários pontos, do 

empreendedorismo convencional, ou seja, aumenta o objetivo da influência 

empresarial para além do sucesso de mercado, a fim de iniciar a mudança social, 

bem como as condições de mercado e sua regulamentação (SCHALTEGGER; 

WAGNER, 2011). Sobre esse aspecto, importante destacar que, muitas vezes, 

essas mudanças tinham o tom da preservação de empresa no mercado. 

O conhecimento inicial sobre o termo sustentabilidade advém do contexto 

de sobrevivência, desafio, luta pela vida, persistência em permanecer com o 

domínio sobre o ser humano. No mundo atual, essa percepção de que tudo afeta 

todos, e de que o mundo se contextualiza de forma globalizada, gerou um 

processo de redefinição conceitual e pragmático do termo, passando da 

consideração sobre o desenvolvimento clássico do cliente para a transfiguração 

da comunidade controlando o meio ambiente (ALMEIDA, 2002). 

Essa estratégia de sustentabilidade, que consiste em aliar desenvolvimento 

sustentável e empreendedorismo, amplia as relações necessárias de vínculos 

econômicos e sustentabilidade, dimensiona o desenvolvimento sustentável e a 

relativa importância dessas relações estarem e se manterem associadas, com o 

objetivo de reduzir a desordem ecossistêmica (NOBRE; RIBEIRO, 2013; NOBRE; 

WALKER; HARRIS, 2012). 

Pode-se dizer que o empreendedorismo e a sustentabilidade têm o mesmo 

propósito de demonstrar preocupação para além da ideia de desenvolvimento 

econômico e produtividade, abranger fatores que se relacionam ao 

desenvolvimento sustentável. Esse fenômeno possibilitou à sociedade e às 

instituições compreenderem a forma que as questões ecológicas implicam a 

constituição da economia, o ambiente social e físico, de modo que o 



16 
 

desenvolvimento econômico passa a ser integrado às soluções ambientais e 

sociais (TILLEY; YOUNG, 2009). 

Associando sustentabilidade com gerenciamento negocial, podemos dizer 

que um empreendedor. 

Deve também saber gerir seu negócio, para mantê-lo e sustentá-lo em 
um ciclo de vida prolongado e obter retornos significativos de seus 
investimentos. Isso significa administrar, planejar, organizar, dirigir e 
controlar as atividades relacionadas direta ou indiretamente com o 
negócio (FONSECA, 2015, p. 6). 

 

A sustentabilidade pode ser também entendida como ponto de partida para 

um crescimento sustentado, sem uma apologia intransigente à competência do 

sistema econômico de incumbir às classes ecológicas e sociais a participação 

nesse processo de busca pela equidade, justiça e democracia (LEFF, 2001). 

Conforme Elkington (1994), o termo Triple Bottom Line define a 

sustentabilidade como a relação entre três pilares: econômico, social e ambiental. 

Pilares esses que devem subsidiar as ações pessoais e empresariais, de modo 

que mantenham a hegemonia entre o crescimento econômico, gerenciamento e 

disposições para o desenvolvimento sustentável (SARTORI; LATRÔNICO; 

CAMPOS, 2014). 

Em relação ao setor das organizações empresariais, Elkington (1997) 

enfatiza o tripé da sustentabilidade, ou Triple Bottom Line, como a expansão dos 

negócios tradicionais, que vislumbra somente o lucro, ou seja, fatores econômicos 

para a relação de um novo modelo que abrange também a área ambiental 

(planeta) e social (pessoas) das empresas. 

Nesse sentido, as organizações podem estimular estratégias para o 

crescimento não somente na área financeira, com o alcance dos lucros e retornos 

de investimentos; mas, igualmente aos impactos ambientais causados ao meio 

ambiente, e sociais refletidos na sociedade e comunidade local (FROEHLICH, 

2014).  

O primeiro princípio de Triple Bottom Line, o econômico, provém da própria 

essência da atividade empresarial, a estrutura embasada para fomentar as 

atividades de produção e geração de lucros, perspectiva que engloba o principal 

papel das organizações. O segundo, o social, iniciou-se nas empresas, a partir da 



17 
 

teoria da escola das relações humanas, na década de 1960, com movimentos 

sindicais, discussões sobre direitos trabalhistas e sociais nas empresas. A variável 

ambiental obteve sua importância reconhecida, por volta de 1990, com o advento 

da preocupação com o meio ambiente, a utilização de recursos renováveis e não 

renováveis, quando os modelos de produção começaram a ser questionados 

pelos consumidores. As iniciativas de comissões globais para discussões sobre o 

assunto e acordos internacionais incentivaram as mudanças no meio empresarial, 

antes com vislumbre somente nas atividades lucrativas (JABBOUR; FONSECA; 

SOUZA, 2010). 

Por outro lado, Sachs (1993) destaca, de maneira global, cinco importantes 

dimensões de sustentabilidade: social, econômica, ecológica, espacial e cultural.  

a) Sustentabilidade social: compreende a criação de um modelo de 

desenvolvimento embasado nos preceitos de igualdade social, equidade 

humana. A busca pela melhor distribuição de renda e redução do abismo 

entre os padrões de consumo entre ricos e pobres. 

b) Sustentabilidade econômica: defende a correta alocação e gerenciamento 

de recursos e investimentos públicos e privados; abrange as condições de 

políticas externas e medidas protecionistas advindas dos países 

desenvolvidos, a relação de trocas desfavoráveis ocorridas nos países em 

desenvolvimento, como grandes exportações de produtos in natura e 

grandes importações de tecnologias e produtos industrializados.  

c) Sustentabilidade ecológica: definida para ampliar a capacidade de carga da 

terra, com a diminuição da utilização dos recursos renováveis e não 

renováveis, produzindo um mínimo de danos aos sistemas e sustentação 

da vida; reduzir a geração de resíduos e poluição ao meio ambiente, 

através de redução de energia e recursos recicláveis. Pensada também 

para intensificar os instrumentos de proteção ambiental, ajustar os meios de 

cumprimentos das medidas nas esferas nacionais, estaduais e municipais. 

d) Sustentabilidade espacial: utilizada para auxiliar as definições de 

distribuição de terras urbanas, equilibrar as funcionalidades nos 

assentamentos urbanos, a ocupação dos espaços, garantindo melhor 

qualidade de vida aos moradores e distribuição de rendas nas grandes 

metrópoles; desenvolver ações nas áreas rurais, e diminuir os impactos 



18 
 

gerados pela ocupação, sem controle e de forma marginalizada, ao longo 

do tempo; promover a expansão da agricultura e exploração florestal, com 

técnicas modernas e auxílio aos pequenos produtores. 

e) sustentabilidade cultural: assegurar a manutenção das raízes culturais dos 

povos, com um conjunto de soluções específicas para o ecossistema, 

cultura e área. 

Para atingir os objetivos sustentáveis, as empresas ou empreendimentos 

necessitam buscar em todas as suas ações e processos de tomada de decisões, 

na produção de produtos ou prestação de serviços, produzir com menos poluição, 

com o mínimo de geração de resíduos, com o máximo de reutilização de matéria-

prima e com maior qualidade de produtos (ALMEIDA, 2002). 

No âmbito da responsabilidade socioambiental nas empresas, entende-se 

que, pelo modelo de desenvolvimento almejado pela sociedade, fundamenta-se a 

perspectiva de utilização de tecnologias limpas para a produção industrial e 

energias renováveis, colocando as empresas no patamar de socialmente 

responsáveis e ecologicamente sustentáveis (KEINERT, 2007). 

A inclusão da responsabilidade socioambiental no meio empresarial provém 

do intuito de promover ações responsáveis, partindo do pressuposto da junção 

entre desenvolvimento e sustentabilidade ambiental; e está fundamentada no 

comprometimento das organizações com a realização de atividades ligadas aos 

benefícios sociais locais para a comunidade inserida, como a conservação 

ambiental, e não somente com vistas ao alcance de lucratividade nas negociações 

(SCHOSSLER; MORIGI, 2001).   

Assim, é correto dizer que novas formas de empreendedorismo surgem em 

concordância com os preceitos do desenvolvimento sustentável. Schaltegger e 

Wagner (2011) evidenciam essa relação, a partir dos diferenciados tipos de 

empreendedorismo orientados pelo propósito da sustentabilidade, levando em 

consideração aspectos como: motivação central, principal objetivo, papel dos 

objetivos econômicos. 

Schaltegger e Wagner (2011) ainda definem que a gestão, a 

sustentabilidade e o meio ambiente são os principais elementos de identificação 

de mecanismos de sustentabilidade econômica, social e ambiental, para 



19 
 

organizações, de diferentes naturezas e segmentos, bem como a integração entre 

o setor público, o privado e o terceiro setor. Essa integração busca cada vez mais 

desenvolver práticas ambientais sustentáveis. 

 

2.3 Práticas ambientais 

As práticas ambientais podem ser ações instituídas nas empresas, com a 

intenção de minimizar os impactos ambientais, ou, ainda prevenir a utilização 

exagerada de recursos naturais renováveis e não renováveis (BERNARDO; 

CAMAROTTO, 2012). Ainda no contexto de práticas ambientais, pode se 

considerar algumas inovações ambientais que contribuem com o conceito 

ambientalmente sustentável, sendo a fabricação de produtos que incluam em seu 

processo de redução de fonte de energia, reciclagem, prevenção de poluição e 

diminuição da utilização da matéria-prima e desenho de produtos com conceito 

verde (FLORIDA; ATLAS; CLINE, 2001). 

As empresas podem incluir as práticas ambientais em ações desenvolvidas, 

por meio de educação ambiental, sendo primordial estabelecer um vínculo 

diretamente com os colaboradores, de modo que a rotina nas operações 

produtivas seja reestruturada, para atender, de forma eficiente, a utilização dos 

recursos como: água, energia e matérias-primas.  Nessa perspectiva, busca-se 

diminuir a geração de resíduos e rejeitos nas atividades desenvolvidas pelas 

empresas e estabelecer estratégias para aumentar os lucros (REATTO, 2013). 

Para Sanches (2000), as organizações empresariais precisam, por meio 

dessas atitudes, incentivar os colaboradores a não só conhecerem o plano 

ambiental implantado, mas, sobretudo, contribuir na implantação dessas ações. 

Consequentemente, se todos trabalharem, pensando no desenvolvimento 

sustentável de sua empresa, entendendo o seu papel no processo e as 

consequências de suas ações, o meio ambiente será bem melhor para a 

sociedade atual e para a futura. 

As práticas ambientais podem ser consideradas como uma nova função 

empresarial. Nesse entendimento, essas ações permitem que as entidades 

conduzam corretamente as relações com o ecossistema. Além disso, as 

empresas, ao evitarem e corrigirem os danos ambientais presentes, evitam 



20 
 

problemas futuros, integram todos os âmbitos da organização quanto às 

exigências ambientais (SANCHES, 2000). 

O termo gestão ambiental, segundo Barbieri (2007), constitui-se em um 

agrupamento de instruções e obrigações realizadas pela empresa, para interpelar 

problemas ambientais resultantes das suas atividades e impedir que eles 

aconteçam no futuro. São essas ações que impulsionam a criação de práticas 

inovadoras, de ambientes que abrigam o desenvolvimento de novos 

empreendimentos, com o objetivo de garantir a autonomia na organização. As 

incubadoras de universidades oferecem serviços assistenciais, suporte e 

condições de sobrevivência para os negócios emergentes, que ficam “incubados” 

até que estejam preparados para a sua inserção no mercado. 

Importante destacar que a consolidação das práticas ambientais enfrenta 

alguns problemas, dentre eles, a carência de recursos humanos, o que pode ser 

mais preponderante que os recursos financeiros, na efetivação de sistemas de 

gestão ambiental, nas pequenas e médias empresas (HILLARY, 2004). 

Para Hillary (2004) os fatores que identificam as práticas ambientais são a 

originalidade, o preenchimento de lacunas que outras práticas deixam na 

sociedade, a relevância e as implicações diretas no lugar em que estão as 

empresas. Esses são fatores proativos numa relação entre a adesão de práticas 

ambientais e o cumprimento de ações socioambientais nas organizações. Assim 

sendo, as empresas conseguem minimizar os efeitos nocivos de suas atividades 

sobre o ambiente, ao tempo em que conseguem alcançar benefícios que as 

diferenciam de outras empresas do setor. 

Vale mencionar que, segundo Martin-Peña et al. (2014), o desenvolvimento 

do desempenho ambiental proporciona, também, avanços na relação entre 

organizações e seus clientes. Por seu turno, Chen (2011) acredita que a gestão 

ambiental alçou importante patamar nas empresas e está se transformando em 

parte importante na gestão de negócios. Isso significa dizer que as melhorias 

podem vir com a exigência de estabelecimento de políticas e metas de gestão 

ambiental, tais como investimentos para projetos nas áreas ambientais e trabalho 

em conjugado com fornecedores para a diminuição de resíduos (CORDANO, 

MARSHALL e SILVERMAN, 2010). 



21 
 

A adoção de programas de gestão ambiental traz componentes que 

aparentam ser mais significativos que outros. A disponibilidade de recursos 

financeiros (ou não) implica, sobremaneira, as práticas ambientais. Em 

contrapartida, a ausência de programas de gestão ambiental implica, 

especialmente, os casos em que as empresas precisam promover a inserção de 

tecnologias de produção mais limpa, cujos custos são especialmente altos, 

quando equiparados aos de tecnologias convencionais (SHI et al., 2008), o que 

evita perpetrar-se a alteração imprescindível (JOHANNSON, 1997). A diminuição 

financeira encurta, assim, a expectativa das empresas, de menor porte, em gerar 

inovações ambientais (CUERVA; TRIGUERO-CANO; CÓRCOLES, 2014). 

Outro problema, também preocupante, conforme constatação de Hillary 

(2004) é a baixa pressão de clientes, que demonstram pouco interesse ou 

insatisfação com as práticas ambientais das PMEs. A visão de que as práticas 

ambientais constituem empecilho para a gestão ambiental, para a falta de 

inquisição, por parte dos clientes, é também de Tamajón e Aulet (2013), os quais 

acreditam que a razão de empresas de pequeno e médio portes, muitas vezes, 

não se interessem pela adoção de práticas dessa natureza devam ser as medidas 

de responsabilidade ambiental.  

A inclusão de práticas ambientais somente como custo não abrange 

qualquer coação dos clientes para se tornarem mais sustentáveis, ambientalmente 

(BATTIST; PERRY, 2011). Não obstante as PMEs permaneçam menos expostas 

às pressões públicas, em relação às grandes empresas, elas são intensamente 

influenciadas pelas atitudes e exigências ambientais de seus clientes (STUDER et 

al., 2006). 

As incubadoras possibilitam a criação de parcerias e redes de 

relacionamento (universidade-empresa) em um ambiente favorável à inovação e 

ao empreendedorismo, fatores fundamentais para a viabilização de novos 

negócios (STUDER et al., 2006). 

Se as práticas ambientais visam à prevenção de problemas ambientais, a 

poluição, um deles, muitas vezes, assemelha-se a defeitos, o que exige das 

empresas esforços para eliminá-los. Nesse sentido, Porter e Linde (1995) 

orientam que sejam bastante empregados em planejamento de qualidade, como: 



22 
 

usar insumos de maneira eficiente, extinguir a necessidade de materiais perigosos 

e de complexa manipulação e abolir atividades desnecessárias. 

Nos estudos de Menezes, Gomes e Dantas (2016) utiliza-se a abordagem 

sobre práticas ambientais, desenvolvidas em empresas de vários setores, no 

Distrito Industrial dos Imborés, em Vitória da Conquista-BA. Os resultados 

demonstram que, no total de 61 (sessenta e uma) empresas instaladas no distrito 

industrial, apenas 08 (oito) delas apresentam ações ou práticas ligadas ao meio 

ambiente, porém, somente 06 (seis) dessas 8 (oito) se dispuseram em responder 

aos questionamentos da pesquisa. Dessas empresas, não há registros ou planos 

formalizados de práticas ambientais desempenhadas, apesar de possuírem 

gestores com alto nível de conhecimento, o que pode se tornar um entrave, caso 

haja mudança de direção.  

As práticas ambientais e ações destacadas são reuso de resíduos por parte 

de outras entidades, reciclagem de matérias-primas para fabricação de produtos 

terciários, descarte de resíduos em local apropriado, conforme normas 

estabelecidas, licenças ambientais, processo de logística, reversa com 

embalagens, patrocínio de eventos sociais e palestras para os colaboradores 

ligados ao meio ambiente. Os resultados do estudo de Menezes, Gomes e Dantas 

(2016) apontam para a preocupação dos gestores com o reuso e com a 

reciclagem de produtos, a fim de reduzirem custos de fabricação, bem como 

garantir o correto descarte de materiais, evitando punições por parte dos órgãos 

fiscalizadores.  

Já o estudo de Bernardo e Camarotto (2012) teve como o objetivo principal 

pesquisar 05 (cinco) empresas processadoras de madeiras para a escrita, 

celulose e papel, fabricação de embalagens de papelão, localizadas no estado de 

São Paulo, que divulgam, na mídia, ações voltadas à preservação ambiental. 

Nesse sentido, as principais práticas ambientais realizadas por essas empresas 

concentram-se na seleção de tintas atóxicas para a pintura dos produtos 

produzidos a partir de matéria-prima vinda de reflorestamento florestal, com 

projetos certificados. Nesse processo, ocorrem, também, o reuso e a reciclagem 

de matérias-primas já utilizadas, como papelão para embalagens, tecnologia e 

pesquisa para melhorar a produtividade das árvores plantadas, redução do uso da 

água em processos de plantio de mudas, medidas de combates a incêndios, 



23 
 

análise e correção do solo nos projetos de reflorestamento, conforme as 

necessidades, processos operacionais nas indústrias com reutilização de 

embalagens e produtos para fabricação. Os resultados apresentados, neste 

estudo, são relevantes nos quesitos relacionados às melhorias advindas das 

práticas ambientais desempenhadas. Houve, por parte das empresas, ações 

efetivas relacionadas ao meio ambiente e bem-estar das comunidades locais, 

também demonstraram o cumprimento das legislações vigentes e a redução de 

custos na produção e manutenção dos reflorestamentos. 

As proposições da pesquisa de Kibrit, Machado e Kruglianskas (2017) 

referem-se às inovações sustentáveis de um startup, a Reciclapac, localizada no 

Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia - CIETEC, dentro do 

Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN, no campus da 

Universidade de São Paulo – USP. Assim, fundamentam-se os objetivos do 

startup em realizar um projeto de design e patente de embalagens retornáveis, 

evitando, assim, o desperdício contínuo e volumoso de grandes embalagens; e, 

viabilizar a reutilização de embalagens de indústrias automotivas. Os resultados 

deste trabalho evidenciam que a empresa colabora com a redução de matérias-

primas, minimização de consumo de energia e geração de resíduos, além disso, 

gera emprego e renda e realiza trabalhos sociais. O gestor exemplifica, ainda, 

que, embora a embalagem tenha um valor superior às de mercado, suporta a 

utilização por diversas vezes, com qualidade na armazenagem dos produtos 

transportados, e possui boa aceitação no mercado, traduzindo-se em um produto 

inovador e com princípios da sustentabilidade.  

A pesquisa de Bánkuti e Bánkuti (2011) tem como foco principal investigar 

os princípios de sustentabilidade aplicados como funções estratégicas, em uma 

empresa multinacional do ramo de alimentos, no estado de São Paulo. Segundo 

os autores, embora haja a busca pela efetivação de ações e práticas ambientais 

que estejam engajadas aos benefícios desenvolvidos no meio ambiente, faz-se 

necessária a adequação de todos os parâmetros para a correta formalização 

dessas práticas e não somente a preocupação com lucros da empresa. As 

práticas ambientais disseminadas na empresa precisam refletir as perspectivas 

alavancadas no plano de políticas ambientais. Ao invés disso, elas têm proposto 

medidas que se aproximam de técnicas para melhoria na condição de descartes 



24 
 

correto e impedimento do desperdício de matéria-prima, redução do consumo de 

energia com plano de matriz energética renovável, sem respaldo de tecnologias 

inovadoras. Contudo, não se determina a efetivação dessas políticas, além das 

especificações da legislação vigente ou eventuais processos de certificações.  

Por fim, as práticas ambientais podem caracterizar-se como fatores 

motivacionais às mudanças internas da empresa, pois os valores aplicados para a 

adoção e atendimento de normas e legislações vigentes para minimização dos 

impactos ambientais são absorvidos pela aplicação de novas tecnologias e 

redução de custos na produção (BERNARDO; CAMAROTTO, 2012).    

 

2.3.1 Gerenciamento ambiental 

O envolvimento das empresas com as questões ambientais inicia-se a partir 

das inúmeras pressões ligadas ao governo, à sociedade e ao mercado. O suporte 

ao meio ambiente, em sua fase inicial, constitui-se da presença de geradores de 

opiniões, como ativistas ambientais e cientistas, o mercado consumidor e 

entidades governamentais - interessados em promover a regulamentação de 

normas e leis e, notadamente, efetivar a minimização dos impactos ambientais 

nas atividades empresariais (BARBIERI, 2007). 

A gestão ambiental é a forma das empresas ou dos empreendimentos 

realizarem ações integradas e direcionadas à redução dos impactos ambientais 

negativos, ao planejamento e gerenciamento das atividades inerentes ao desgaste 

do meio ambiente nos meios internos e externos. O sistema de gestão ambiental 

faz-se necessário para a prevenção de danos ambientais ocorridos em 

decorrência das organizações, do planejamento de políticas internas para 

consolidar as práticas de preservação ambiental eficiente (ALMEIDA, 2002). Sobre 

isso, esclarece Fonseca: 

A adoção, pelo campo empresarial, de tecnologias e de sistemas de 
gestão, com a dimensão ambiental incorporada, evoluiu timidamente até 
o início dos anos 1990, quando foi criada a norma ISO 14000. A gestão 
ambiental visa à operação de sistemas de produção e consumo pautados 
no respeito às limitações do ambiente natural (FONSECA, 2015, p. 194). 

 

O sistema de gestão ambiental constitui-se pela realização de atividades 

administrativas e operacionais, envolvendo todos os níveis de desempenho das 



25 
 

empresas, para abordar recursos para problemas ambientais ou metodologias de 

precaução para dificuldades futuras. Para Barbieri (2007, p. 153), um “Sistema de 

Gestão Ambiental (SGA) requer a formulação de diretrizes, definição de objetivos, 

coordenação de atividades, e avaliação de resultados”. 

Barbieri (2007) refere-se à atuação das empresas, em relação à questão 

ambiental, em três abordagens: controle e prevenção da poluição e incorporação 

das questões ambientais nas estratégias da organização.  O controle de poluição 

tem como prática inicial coibir os efeitos da poluição provocada por processos de 

produção, atender às exigências legais estabelecidas para a empresa por órgãos 

competentes e responder às pressões das comunidades locais. A segunda 

abordagem, a prevenção da poluição, intervém sobre os produtos e técnicas de 

produtividade realizadas pela empresa, com a finalidade de elevar, ao máximo, o 

reuso de matéria-prima, coibir a geração de rejeitos e, consequentemente, reduzir 

os níveis de poluição. A última abordagem trata as estratégias ambientais como 

fator primordial às estratégias da organização, incorporam os fatores de controle e 

prevenção de poluição aos seus produtos e serviços e estão diretamente ligadas 

às preocupações sobre opiniões do mercado consumidor e imagem da 

organização e vigilância ao atendimento dos requisitos ambientais (BARBIERI, 

2007). 

A implantação do sistema de gestão ambiental, teorizada por Almeida 

(2002), inicia-se pela implantação de uma política de melhorias do desempenho 

ambiental na organização, incentivada por uma estrutura compatível para 

implantar as ações decorrentes dessa política, organizada em forma de um 

documento público chamado de declaração ambiental. O processo de implantação 

do sistema de gestão ambiental ainda inclui a auditoria ambiental, definida como 

um exame da disposição da organização em adaptarem-se às normas, leis 

ambientais, e perspectivas de todas as partes interessadas, os stakeholders2, a 

temas relacionados ao meio ambiente. A análise inicial se constitui como 

preparatória para o planejamento do sistema de gestão ambiental. No entanto, 

após a implantação do sistema, torna-se periódica na organização (ALMEIDA, 

2002). 

                                                   
2
 Stakeholder significa público estratégico, pessoa ou grupo que tem interesse em uma empresa, 

negócio ou indústria, podendo ou não ter feito um investimento neles. Em inglês stake significa 
interesse, participação, risco, holder, titular, portador, detentor. Cf Dicionário Oxford Escolar, 2010. 



26 
 

Para Seiffert (2005), a gestão ambiental empresarial equipara-se ao 

método, por meio do qual as empresas determinam e direcionam as perspectivas 

e propósitos relativos à proteção do ambiente. Para isso, elas devem selecionar 

estratégias e meios que as levem a atingir esses objetivos em período definido, 

pela seguida análise de sua relação com o ambiente natural externo, no qual 

intervêm e do qual dependem. 

A International Chamber Commerce (ICC), entidade não governamental 

ligada ao comércio internacional, propõe que o sistema de gestão ambiental seja 

um método para a organização alcançar o desenvolvimento sustentável, atender 

às normativas e regulamentação referente aos riscos ambientais inerentes a suas 

atividades produtivas. Essa proposição constitui-se por um conjunto estruturado 

de processos administrativos, que englobam planejamento, organização, 

implementação e controle, para o estabelecimento do sistema de gestão ambiental 

pela própria empresa (BARBIERI, 2007).  

Notadamente, as mudanças ocorridas no meio ambiente e a relação das 

empresas ou empreendimentos, os riscos e impactos ambientais gerados, ao 

longo do período, influenciaram a visão de como proceder de forma ambiental e 

socialmente responsável, para equalizar os padrões e a qualidade de vida 

esperados para um futuro melhor. Entretanto, há que se considerar que nem todas 

as organizações compreendem a sustentabilidade como compromisso principal de 

gestão e como definição de um modelo de gestão eficaz, transformando os 

princípios de sustentabilidade em parte das estratégias da organização, não 

realizando essas ações corretamente, ou, simplesmente, demonstrando uma 

versão midiática sobre os benefícios ao meio ambiente e comunidade local 

(PEREIRA et al., 2016).  

 

2.4 Incubadoras e ambientes de inovação 

As primeiras incubadoras de empresa surgiram na década de 1950, no Vale 

do Silício, nos Estados Unidos. O objetivo do conjunto de empresas foi gerar 

inovação científica e tecnológica. Muitas empresas, que hoje são conhecidas entre 

as maiores do mundo, nasceram e estão presentes na região (ENDEAVOR, 

2015). Nessa época, as incubadoras de empresas obtiveram forte relacionamento 



27 
 

com o ambiente de inovação e tecnologia e universidades, como por exemplo, a 

universidade de Stanford, que serviu de base para a transferência de tecnologias 

para novos empreendimentos, com objetivo de estabelecer o desenvolvimento 

econômico regional (DORNELAS, 2002).  

O conceito inicial de incubadoras, fornecido pela Associação Nacional de 

Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (ANPROTEC), a concebe 

como entidade que presta auxílio e suporte às pequenas empresas, aos 

empreendedores, às cooperativas e instituições para o desenvolvimento de ideias 

inovadoras e transformá-las em negócios de sucesso. Nesse contexto, objetiva-se 

proporcionar infraestrutura, capacitação e suporte gerencial, norteando os 

empreendedores sobre processos administrativos, comerciais, financeiros, 

jurídicos entre outros assuntos pertinentes ao desenvolvimento da organização 

(ANPROTEC, 2017).  

As incubadoras abrigam empresas ou empreendimentos por um período 

chamado de incubação, imprescindível para o negócio obter maturidade para 

inclusão no mercado. Após esse período, ocorre o processo de graduação, ou 

seja, o desligamento gradual do negócio da incubadora (SERRA et al., 2011).  

Segundo Dornelas (2002), no Brasil, o surgimento de incubadoras de 

empresas ocorreu por volta de 1985, em São Carlos, interior de São Paulo; e, as 

primeiras delas surgiram com as políticas públicas de apoio ao desenvolvimento 

de parques tecnológicos e incubadoras. Já, em 1987, foi criada a Associação 

Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores 

(ANPROTEC), para auxiliar as incubadoras e empreendedores no país, podendo 

se enquadrar no tipo tradicional, mista e social (ANPROTEC, 2017). As 

incubadoras também podem ser de base tecnológica, cultural, agroindustrial e 

setorial (SERRA et al., 2011). 

Somente em 1990, surgiram as incubadoras sociais, replicando o modelo e 

a metodologia das incubadoras de empresas. Suas principais funções são 

fornecer infraestrutura para pequenos negócios, com a partilha de espaço físico, 

serviços, equipamentos, apoio em formação e acesso à informação (BEZERRA; 

SILVA CARVALHO, 2013). 

As incubadoras podem ser classificadas em: tradicional - que abrigam 

empresas de setores tradicionais, e de base tecnológica - com empresas 



28 
 

inovadoras na área tecnológica, no entanto, esses tipos de incubadoras também 

podem ser mistas, setoriais, sociais, culturais e agroindustriais (ANPROTEC, 

2017).   

Entre os dois tipos de incubadoras (tradicional e de base tecnológica), a 

principal diferença está relacionada ao público atendido, ou seja, o foco da 

incubadora social é a geração de trabalho e renda para pessoas excluídas do 

mercado, a partir da formação de associações e cooperativas; e, as incubadoras 

de base tecnológica buscam interagir na implementação de empresas iniciantes, 

como também atuam de forma contínua, e transbordam para a sociedade o 

conhecimento que é gerado nos âmbitos acadêmico, governamental e empresarial 

(BEZERRA; SILVA ; CARVALHO, 2013). 

De acordo com Medeiros (1998), as incubadoras são arranjos 

interinstitucionais, com instalações e infraestrutura apropriadas, estruturadas para 

incentivar e possibilitar: 

[...] A vinculação empresa-universidade (e outras instituições 
acadêmicas); o fortalecimento das empresas e o aumento de seu 
entrosamento; e o aumento da vinculação do setor produtivo com 
diversas instituições de apoio (além das instituições de pesquisas, 
prefeituras, agências de fomento e financiamento - governamentais e 
privadas - instituições de apoio às micro e pequenas empresas - como o 
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Brasil - e 
outras (MEDEIROS, 1998, p. 6-7). 

 

Nesse sentido, Vedovello e Figueiredo (2005) salientam que as 

incubadoras possuem uma função cada vez mais relevante e sua estrutura 

propicia agrupar políticas e atores sociais diferentes e direcionar esforços e meios, 

com o desígnio de gerar um ambiente econômico eficiente, que beneficie o 

incremento socioeconômico mais apoiado e competitivo. Grimaldi e Grandi (2005) 

complementa, esclarecendo que as incubadoras são meios dinâmicos de integrar 

metodologia, capital e know-how, desenvolvendo a empresa e podendo acelerar 

sua ampliação. 

As incubadoras surgem como um espaço de aperfeiçoamento e apoio aos 

empreendimentos iniciantes, também podem fornecer subsídios e serviços para 

auxiliar o desenvolvimento das atividades produtivas e a preparação do negócio 

para o mercado. Portanto, elas trabalham com o desenvolvimento de ações e 

políticas transformadoras de inovação e empreendedorismo entre universidade e 



29 
 

comunidade local, por meio de ensino, pesquisa e extensão (CRUZ et al., 2014).  

As pequenas empresas, os empreendimentos econômicos sociais e a 

universidade norteiam as bases para o conhecimento relacionado entre teoria e 

prática (CRUZ et al., 2014).  

A ideia de empreendedorismo está associada à criação de algo novo, que 

se inicia na assimilação de uma chance. Atualmente, considera-se o 

empreendedorismo um acontecimento global, pela sua força e avanço nas 

relações internacionais e na formação profissional. O Brasil é mencionado como 

um dos países com maior capacidade criativa do mundo e reconhecido pelo 

desenvolvimento de ações empreendedoras com mais facilidade (DORNELAS, 

2005). 

O movimento do empreendedorismo no Brasil começou a tomar forma na 
década de 1990, quando entidades como SEBRAE (Serviço Brasileiro de 
Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Softex (Sociedade Brasileira 
para Exportação de Software) foram criadas. Antes disso, praticamente 
não se falava em empreendedorismo e em criação de pequenas 
empresas (DORNELAS, 2005, p. 26). 

 

Empreendedorismo remete à intermediação, como se pode observar na 

definição do substantivo “empreendedor”, feita por Hisrich (1986), ser 

empreendedor implica sair de uma zona de conforto. “A palavra empreendedor 

origina-se da palavra entrepreneur que é francesa, literalmente traduzida, significa 

aquele que está entre ou intermediário” (HISRICH, 1986, p. 96). 

As atividades no ambiente de incubação, proveniente de grupos de 

estudos, pesquisa e extensão nas universidades, também podem auxiliar as 

pequenas empresas em início de atividades ou em empreendimentos solidários, 

associações e cooperativas a reforçar a gestão administrativa, ou dar suporte ao 

desenvolvimento de produtos e serviços e à infraestrutura para o seu 

funcionamento (DORNELAS, 2005). 

Segundo pesquisa realizada pela Associação Nacional de Entidades 

Promotoras de Empreendimentos Inovadores (ANPROTEC), juntamente com o 

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), realizado 

em 2016, no Brasil, as 369 (trezentos e sessenta e nove) incubadoras em 

atividade, com 2.310 (duas mil, trezentas e dez) empresas incubadas e 2.815 

(duas mil, oitocentas e quinze) empresas graduadas, fomentando 53.280 



30 
 

(cinquenta e três mil, duzentos e oitenta) postos de trabalho, possuem faturamento 

médio que transpõe o valor de R$ 15 bilhões ao ano (ANPROTEC, 2017). 

O enfoque nas incubadoras é uma forma de compreender e analisar o 

ambiente como espaço de inovação e empreendedorismo, como instrumento de 

geração de renda e desenvolvimento local e regional, a partir da interação com a 

vocação dos arranjos produtivos locais. Ainda, as incubadoras são consideradas 

espaços de fortalecimento de ensino, pesquisa e extensão, na relação com os 

empresários e governo para o incremento econômico e social (DORNELAS, 

2005). 

No entanto, há ainda caminhos e ideias para conceber negócios iniciantes 

focados em melhorias do meio ambiente, e não somente como item para 

formalizar regularização de leis e normas ambientais ou somente redução de 

custos (FONSECA; SOUZA; JABBOUR, 2010). 

 

2.4.1 Negócios de impacto socioambiental 

Algumas causas despertaram, excessivamente, o contraste entre os povos, 

resultando em impreteríveis resultados para o crescimento de meios de 

provimento de ganhos e procurando minimizar os impactos sociais e ambientais 

negativos produzidos pelo mercado globalizado e pelas grandes corporações. Os 

negócios com impacto social podem ser descritos com várias terminologias, em 

diferentes visões, retratadas com objetivos comuns: empresas sociais, negócios 

inclusivos e negócios com impactos sociais (BARKI; COMINI; AGUIAR, 2013). 

A base conceitual retratada como “negócios com impactos sociais”, como 

um novo modelo de gestão, inovador e com potencialidades para originar 

respostas frente ao capitalismo tradicional, viabiliza recursos com configurações 

baseadas em retorno de investimentos financeiros e geração de impactos sociais 

e ambientais positivos, por meio de pequenas empresas e organizações sem fins 

lucrativos, ligados ao conceito de desenvolvimento sustentável (BARKI; COMINI; 

AGUIAR, 2013).   

Barki, Comini e Aguiar (2013) definem o termo “empresa social”, a primeira 

visão evidenciada na Europa, como conceito voltado a negócios para inserção de 



31 
 

populações desfavorecidas, motivadas, primeiramente, pela oferta de serviços 

públicos, com interesses para pessoas desempregadas ou marginalizadas pelo 

capitalismo.  

As empresas sociais, na Europa, podem possuir três premissas básicas: 

 a) sociedades de inclusão social e do emprego; 

 b) empresas com finalidades de produção de bens ou serviços com fins 

coletivos;  

c) empresas que proporcionam a expansão econômica e social local. 

 O segundo termo, aplicado particularmente na América Latina, “negócios 

inclusivos”, refere-se a empreendimentos que provocam mudanças sociais, por 

meio de atividades de mercado, com o apoio de Organizações Não 

Governamentais (ONGs) e instituições sem fins lucrativos, ou, que pratiquem 

atividades para o setor público. São características dos “negócios inclusivos” 

autossustentabilidade, rentabilidade, potencialidade no auxílio e promoção da 

transformação de padrões de vida das pessoas vulneráveis e de baixa renda 

(BARKI; COMINI; AGUIAR, 2013). 

O modelo de “negócios inclusivos” aproxima a sociedade civil, as 

cooperativas, os empreendimentos, as empresas em geral, para discutirem sobre 

os subsídios de todas as partes para diminuírem a desigualdade social e o 

desemprego (ÁVILA et al., 2016). 

Para Ávila et al. (2016), o conceito de “negócios com impactos sociais” 

engloba a visão de empresa que, além de considerar o impacto social positivo, 

apresenta retornos financeiros e considera a existência de interesses sociais e 

econômicos. Para os autores, há ainda duas concepções para os destinos dos 

retornos financeiros, o primeiro é o reinvestimento dos lucros nos negócios; e, o 

segundo, a distribuição de parte dos lucros entre os sócios ou acionistas. 

A concepção de “negócios sustentáveis” exige, do mesmo modo, um 

planejamento estratégico que consiga atingir todos os pontos do empreendimento, 

apresentando a adequada conveniência de um plano de negócios na vida 

empresarial, seja de uma empresa de pequeno, médio ou grande porte (ÁVILA et 

al., 2016). 



32 
 

No Brasil, os “negócios inclusivos” geram oportunidades de emprego e 

renda às populações menos favorecidas, grupos de pessoas residentes em 

comunidades carentes, homens e mulheres com mais de 40 anos, com pouca 

escolaridade, com escassas chances no mercado de trabalho. Essas empresas, 

em sua maioria, são autossustentáveis e estabelecem parcerias com as 

organizações de trabalho tradicionais, fornecendo produtos ou serviços. Esse 

modelo aproxima-se da economia solidária, porém, não se restringe apenas às 

cooperativas ou empresas autogestionárias (BARKI; COMINI; AGUIAR, 2013). 

As oportunidades estão implicadas com o espírito empreendedor daquele 

que pensa numa economia que alie autossustentabilidade, parceria com o meio 

ambiente e perspectivas econômicas, concomitantemente. O empreendedor 

inclusivo prepara a empresa para ganho coletivo, para o “lucro”, não com mero 

significado financeiro, mas com o sentido de gerar renda pela ocupação de 

pessoas que emprega e pelo capital que precisa investir para contribuir com a 

oportuna iniciativa, capacidade de idealizar e organizar a gestão da empresa 

(ÁVILA et al., 2016). 

. 

 

  



33 
 

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 

Trata-se de uma pesquisa de abordagem descritiva. “As pesquisas 

descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de 

determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações 

entre as variáveis” (GIL, 2003, p. 42). Ainda que este estudo tenha natureza 

descritiva e a metodologia de análise seja a comparação, toda pesquisa assume 

“um questionamento sistemático, crítico e criativo, mais a intervenção competente 

da realidade, ou o diálogo crítico permanente com a realidade em sentido teórico e 

prático” (DEMO, 1991, p. 34). 

Severino (2007, p. 99) argumenta, em sua teoria, que, “além de ter que se 

apoiar em alguns pressupostos filosóficos, a ciência precisa adotar práticas 

metodológicas e procedimentos técnicos capazes de assegurar a apreensão 

objetiva dos fenômenos através dos quais a natureza se manifesta”. O autor 

enfatiza ainda que “a ciência se faz quando o pesquisador aborda os fenômenos, 

aplicando recursos técnicos, seguindo um método e apoiando-se em fundamentos 

epistemológicos”. 

Os objetos da pesquisa foram 2 (duas) incubadoras: a) Incubadora de 

Empreendimentos Socioeconômicos, Solidários e Sustentáveis do Vale do Arinos 

(IESA), pertencente à Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), no 

município de Juara-MT; e, b) Incubadora Tecnovates/Inovates, pertencente à 

Universidade do Vale do Taquari (Univates), no município de Lajeado-RS. 

Constituíram-se objetos de pesquisa, ainda, os 2 (dois) empreendimentos e/ou 

empresas vinculados a cada uma das incubadoras selecionadas. 



34 
 

Para a seleção dos objetos de pesquisa, tomamos como base os seguintes 

critérios: i. acessibilidade às incubadoras; ii sugestão dos gestores para os 

empreendimentos a serem analisados.  Sendo assim, a pesquisa com as 

incubadoras e seus empreendimentos foi realizada no período de outubro de 2017 

a abril de 2018.  

Os sujeitos da pesquisa são aqueles ligados diretamente às incubadoras: 

gerente, coordenador e representantes depoentes, os quais serão identificados 

com a vogal maiúscula E, significando entrevistado, seguida de numeral cardinal 

até o último dos entrevistados, conforme Quadro 1. 

 

Quadro 1 - Detalhamento dos sujeitos da presente pesquisa 

Entrevistado Órgão 
pertencente 

Forma de abordagem Observação 

Gerente da incubadora 
Inovates (E1) 

Inovates Entrevista 
semiestruturada 

Incubadora e processos de 
incubação. 

Representante 
empreendimento (E2) 

Químea 
ambiental 

Entrevista 
semiestruturada 

Empresa e atividades 
produtivas, relação com 
práticas ambientais.  

Representante 
empreendimento (E3) 

Ao Cubo Entrevista 
semiestruturada 

Empresa e atividades 
produtivas, relação com 
práticas. 

Coordenadora da 
incubadora IESA (E4) 

IESA Entrevista 
semiestruturada 

Incubadora e processos de 
incubação. 
Por e-mail. 

Representante 
empreendimento (E5) 

Piscicultura 
Santa Luzia 

Entrevista 
semiestruturada 

Empresa e atividades 
produtivas, relação com 
práticas. Por e-mail. 

Representante 
empreendimento (E6) 

Instituto 
Munduruku 

Entrevista 
semiestruturada 

Empresa e atividades 
produtivas, relação com 
práticas. Por e-mail. 

Fonte: Elaborado pela autora, 2018. 

 

A metodologia adotada foi de estudo multicaso, caracterizado pelo maior 

foco na compreensão e na comparação qualitativa dos fenômenos. Segundo Yin 

(2001), o estudo multicaso proporciona maior abrangência dos resultados, isto é, 

não se limita às informações de uma só organização. 

Quanto aos instrumentos de coleta de dados, foram utilizados 02 (dois) 

roteiros de entrevista semiestruturada, para identificação e comparação entre 



35 
 

incubadoras (Apêndice A) e para identificação e comparação dos 

empreendimentos entrevistados (Apêndice B). Os roteiros foram construídos, a 

partir de estudos do artigo “Práticas e indicadores de sustentabilidade em 

incubadoras de empresa: um estudo no estado de São Paulo”, de Fernandes et 

al., (2016), publicado na Revista de Administração, Contabilidade e Economia da 

Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e 

Economia (FUNDACE).  

Os aspectos adotados, neste estudo, foram adaptados para a realidade e o 

desenvolvimento desta pesquisa e estão evidenciados no perfil das incubadoras, 

tipos de incubadoras, principais planejamentos existentes, gestão socioambiental, 

iniciativas com a comunidade, adaptados para a realidade e o desenvolvimento 

deste trabalho.    

Com base nos estudos de referência, foram analisados, tanto na pesquisa 

com as incubadoras, quanto com os empreendimentos, os seguintes aspectos: 

realização de práticas ambientais, engajamento sobre questões socioambientais, 

reputação sobre responsabilidade social3, oportunidades de mercado e interação 

com a comunidade externa.  

Vale salientar que, antes da construção dos roteiros, foi realizada uma 

conversa exploratória com a representante da incubadora IESA/UNEMAT, no 

município de Juara-MT, com o objetivo de coletar informações acerca das 

metodologias utilizadas nos processos de incubação, especificamente, sobre o 

auxílio no processo produtivo dos empreendimentos e possíveis práticas 

ambientais realizadas. Após essa conversa, foi constituído o roteiro para os 

representantes dos empreendimentos, a Piscicultura Santa Luzia e Instituto 

Munduruku, acerca dos procedimentos adotados pela incubadora, a metodologia 

utilizada e as possíveis práticas ambientais realizadas. 

No que se refere à Inovates/Tecnovates, o roteiro foi aplicado à 

representante da incubadora, na cidade de Lajeado-RS, e aos representantes dos 

empreendimentos, Químea Ambiental e Ao Cubo, como o mesmo objetivo: 

                                                   
3
 Reputação sobre responsabilidade social - A reputação corporativa consiste em oportunidade da 

diferenciação e de institucionalização das empresas junto à sociedade (GONÇALVES FILHO et al., 
2009, p. 37). 



36 
 

compreender as atividades produtivas em seus respectivos ambientes e a ligação 

com as práticas ambientais.   

A pesquisa trouxe informações acerca das realidades de diferentes 

ambientes de incubação, demonstrando como questões relacionadas às práticas 

ambientais são importantes meios para a preservação do meio ambiente e pode 

trazer auxílio no desenvolvimento de políticas transformadoras para empresas 

iniciantes.  

Assim, consideramos que a pesquisa teve uma abordagem qualitativa, que 

consiste na utilização de técnicas de interpretação, a fim de traduzir os elementos 

de um complexo sistema de informações e significados. Ou seja, a pesquisa 

qualitativa visa demonstrar o significado dos fenômenos do mundo social (NEVES, 

1996). O fluxo de atividades para a realização da pesquisa desenvolveu-se 

conforme Figura 1. 

  



37 
 

Figura 1 - Fluxograma das atividades da pesquisa 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Elaborado pela autora, 2018. 

 

A pesquisa iniciou-se a partir do interesse em comparar os ambientes de 

inovação, denominado, neste trabalho, como incubadoras, juntamente com os 

empreendimentos incubados como participantes selecionados.  Por fim, houve as 

etapas de análise e discussões dos dados coletados na pesquisa de campo, 

elencados os elementos teóricos e formatados conforme a normativa vigente para 

responder os objetivos desta dissertação.   

 

Análise empírica 
sobre a relevância do 
caso 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

       Pesquisa de campo  

 

Pesquisa exploratória 

(observações e entrevistas)  

 

Avaliação dos instrumentos 
de pesquisa que se 
constituíram em roteiros de 
entrevistas.  

 

Planejamento da pesquisa 

Análise dos dados com 
retorno na revisão 
bibliográfica.  

 

 Pesquisa de campo com 
período de observações, 

entrevistas, pesquisa 
documental. 

Relatório da 
dissertação. 

 



38 
 

3.1 Descrição dos ambientes avaliados 

 

3.1.1 Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT 

A Fundação Universidade do Estado de Mato Grosso inicia-se como 

instituição autônoma de direito público, ligada à Secretaria Estadual de Educação 

do Estado de Mato Grosso. Foi instituída, primeiramente, Instituto de Ensino 

Superior de Cáceres - IESC - pela Lei nº 703 e Estadualizada pela Lei nº 4960, de 

19 de dezembro de 1985.  

Buscou-se expandir as atividades da instituição, iniciando pela cidade de 

Sinop-MT, em 1990, por ser o município avaliado como polo regional e pela 

ausência de profissionais especializados na região. Atualmente, a universidade 

conta com um total de 13 (treze) campi universitários, distribuídos pelo estado: 

Alta Floresta, Alto Araguaia, Barra do Bugres, Cáceres, Colíder, Diamantino, 

Juara, Luciara, Nova Mutum, Nova Xavantina, Pontes e Lacerda, Sinop e Tangará 

da Serra.  

Nesse contexto, a UNEMAT oferta ao estado de Mato Grosso 60 (sessenta) 

cursos de graduação, de oferta contínua e 129 (cento e vinte e nove), na 

modalidade diferenciada; 36 (trinta e seis) cursos de pós-graduação, entre lato 

sensu e stricto sensu e atende aproximadamente 22.593 (vinte e dois mil, 

quinhentos e noventa e três) alunos. 

  



39 
 

Figura 2 - Mapa com todos os campi da Universidade do Estado de Mato Grosso 

 

Fonte: Adaptado pela autora, 2018. 

 

O campus universitário de Juara passou a existir ainda como Núcleo 

Pedagógico, vinculado ao campus universitário de Sinop, no ano de 2001. Foi 

institucionalizado, primeiro o curso de Pedagogia, pela Resolução nº. 0240/2003 – 

CONSUNI; e, posteriormente, o de Administração, com turmas regulares, 

aprovado pelas Resoluções nº. 049/2011 – CONEPE, e nº. 041/2011 – CONSUNI, 

no ano de 2011, com turmas semestrais de 40 alunos. 

 

3.1.1.1 Caracterização da Incubadora IESA 

O surgimento das incubadoras, na UNEMAT, aconteceu a partir da 

Resolução nº. 139/2003 - CONEPE, em 24 de outubro de 2003, que firmou 

convênio para iniciação dos grupos de estudos, pesquisa e extensão em parceria 

com a Fundação Interuniversitária de Estudos e Pesquisas sobre o Trabalho 

(UNITRABALHO). O objetivo inicial do grupo consistia em promover estudos sobre 

a compreensão e a necessidade de melhorias das condições de vida dos 



40 
 

trabalhadores, tais como as transformações do mundo do trabalho, no período, e o 

entendimento entre membros da universidade, instituições governamentais, 

sindicatos (UNEMAT, 2018).  

Já Incubadora de Empreendimentos Socioeconômicos, Solidários e 

Sustentáveis da Vale do Arinos (IESA) surgiu no ano de 2015, nas dependências 

do campus de Juara, na perspectiva de fornecer ações voltadas à Economia 

Solidária a empreendimentos sustentáveis solidários, com a finalidade de geração 

de renda e inserção de associações, cooperativas e produtores rurais no mercado.  

No mês de maio de 2015, aconteceu a visita técnica ao campus de Tangará 

da Serra, contou com a participação de professores e técnicos dos cursos de 

Administração e Pedagogia, com a finalidade de conhecer a realidade local e os 

projetos implantados. Assim, iniciava-se o processo de institucionalização da IESA 

e também o desenvolvimento de iniciativas de elaboração dos trabalhos, 

explanações sobre os conceitos de economia solidária, cooperativismo e trabalho 

coletivo.  

Durante a constituição do projeto, iniciaram-se reuniões para deliberar os 

objetivos da incubadora e as atividades iniciais. As reuniões contavam com a 

participação dos membros da equipe composta para elencar as dificuldades dos 

principais empreendimentos locais, visando à triagem das entidades a serem 

beneficiadas pelo projeto.  

Figura 3 - Foto de reunião IESA 

 

      Fonte: A autora, 2018. 



41 
 

3.1.2 Universidade do Vale do Taquari – Univates 

A Universidade do Vale do Taquari (Univates) é uma instituição de ensino 

com sede no município de Lajeado-RS.  A história da universidade se funde a do 

Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (CODEVAT), que se reconhece 

nas premissas de busca pelo desenvolvimento da região do Vale do Taquari. A 

implantação dos primeiros cursos superiores se deu, inicialmente, como extensão 

da Universidade de Caxias do Sul, no ano de 1969. Em 1972, passou a funcionar 

como fundação mantida pela Fundação Alto Taquari de Ensino Superior (FATES), 

com o propósito de fomentar o desenvolvimento e o ensino superior na região, 

juntamente com estratégias para o futuro. No ano de 1999, torna-se Centro 

Universitário Univates, com autonomia universitária para gerir as decisões 

referentes aos cursos oferecidos, bem como atender às exigências da realidade 

local em relação ao Ensino Superior. Nesse contexto, o trabalho de anos já se 

havia consolidado, com cursos graduação e tecnológicos, pós-graduação lato 

sensu e stricto sensu, e oferta de Educação à Distância. 

 

Figura 4 - Foto área Univates 

Fonte: Univates, 2018. 

Em julho de 2017, o Centro Universitário Univates passa a denominar-se 

Universidade do Vale do Taquari (Univates), o que significa para a instituição a 

consolidação dos trabalhos realizados em busca de ensino, pesquisa e extensão 



42 
 

de qualidade. A universidade oferece 46 (quarenta e seis) cursos de graduação, 

13 (treze) de Educação a Distância, 37 (trinta e sete) de pós-graduação, lato 

sensu e stricto sensu, dentre outros, como: técnicos e educação continuada à 

comunidade local, atendendo, aproximadamente, 12.447 (doze mil, quatrocentos e 

quarenta e sete) alunos. É nesse ambiente de inovação e tecnologia, aliado a 

estratégias que atua a incubadora Inovates.  

 

3.1.2.1 Caracterização da Incubadora Inovates 

A Incubadora Tecnológica da Univates (Inovates) - Universidade do Vale do 

Taquari - iniciou suas atividades em dezembro de 2003, na cidade de Lajeado, 

estado do Rio Grande do Sul. Ela se caracteriza como um órgão pertencente ao 

Parque Científico e Tecnológico do Vale do Taquari (Tecnovates), também 

vinculado à Diretoria de Inovação e Sustentabilidade (DINS).  

Conforme relato da depoente E1, a incubadora foi constituída no final do 

ano de 2003 e as atividades iniciaram-se no ano de 2004:  

A proposta inicial foi definida para a instituição de incubadora 
empresarial, com ramificações ligadas ao empreendedorismo, depois a 
incubadora estabeleceu-se como base tecnológica; com empresas pré-
incubadas e incubadas com negócios inovadores (DEPOENTE E1, 
2018). 

 

No entanto, a Inovates busca ampliar as atividades para negócios com 

impacto social. Nessa perspectiva, houve crescimento de empresas pré-incubadas 

e incubadas no ramo de atividade voltado ao desenvolvimento sustentável e 

social. 

Ainda com base nos relatos da depoente E1, o objetivo principal da 

incubadora era o de fornecer suporte a empreendimentos de produção e 

prestação de serviços, com ênfase em ambientes de inovação e tecnologia 

relacionados a alimentos, ambiente, energias renováveis e saúde. 

De acordo com o Censo IBGE 2017 (IBGE, 2017), a cidade de Lajeado - 

RS, pertencente ao Vale do Taquari, onde se localiza a Inovates, possui 

aproximadamente, 79.819 (setenta e nove mil, oitocentos e dezenove) habitantes. 

A seguir, apresentamos a localização da incubadora:  

 



43 
 

Figura 5 - Localização incubadora Inovates 

 

Fonte: Google Maps. Acesso em 20 ago. 2018.  
 

 
No decorrer do período de implantação, a incubadora Inovates estabeleceu-

se em um prédio, locado pela Prefeitura do Município de Lajeado - RS, até o ano 

de 2009. Após esse período, ela permaneceu no prédio 5 da Univates, também 

em parceria com a Prefeitura, até o ano de 2013. Por fim, no início de 2014, 

instalou-se no parque tecnológico da instituição, denominado Tecnovates, 

conforme projeto de ampliação de atividades e desenvolvimento de pesquisas 

relacionadas aos cursos de graduação e pós-graduação da universidade.  

 

 

 

 

 

 

  



44 
 

 

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 

4.1 Caracterização dos ambientes estudados 

A pesquisa analisou 02 (duas) entidades distintas, a incubadora de 

Empreendimentos Socioeconômicos Solidários e Sustentáveis do Vale do Arinos 

(IESA) e a incubadora Inovates.  

Enquanto a Inovates se caracteriza como incubadora de base tecnológica, 

com foco no atendimento de empresas iniciantes, com objetivos de negócios 

sustentáveis, ligados ao desenvolvimento de produtos e serviços inovadores; a 

IESA caracteriza-se como incubadora social, com foco no atendimento de 

cooperativas, associações e produtores rurais. Trabalha na perspectiva de 

desenvolvimento do trabalho coletivo e ações ligadas às demandas existentes 

obtidas a partir do trabalho com os empreendimentos incubados.   

 

4.2 Comparativos de processos de incubação em empreendimentos 

coletivos e sociais e em empreendimentos tecnológicos  

A IESA é uma incubadora em construção cuja proposta é desenvolver 

projetos de incubação voltados ao desenvolvimento socioeconômico de pequenos 

empreendimentos, em forma de associação e cooperativas autogeridas. Embora o 

perfil da entidade não esteja determinado, é possível observar que os trabalhos se 

voltam a processos de gestão para a incubação, de modo a não se limitar a um 

setor específico.  



45 
 

Tendo em vista o papel social da incubadora, seu trabalho concentra-se em 

pessoas que não possuam renda ou tenham baixa renda dentro do território de 

sua abrangência. Além disso, a IESA propõe-se a contribuir na aprendizagem 

prática de estudantes, de modo que seus trabalhos envolvem a elaboração, 

implantação e acompanhamento de ações estratégicas de organização e 

desenvolvimento de empreendimentos. 

Já no ambiente da Inovates, a proposta de incubação estabelece um 

parâmetro para crescimento de organizações cujas atividades empresariais 

estejam em fase inicial, que ainda não possuam infraestrutura necessária, ou que 

possuam propostas de atividades produtivas ligadas aos laboratórios e às áreas 

de ensino da Univates.  

De acordo com a depoente E1, a Inovates apresenta infraestrutura 

compatível com o desenvolvimento de atividades produtivas em diferentes 

ambientes de inovação, sejam eles no mundo dos produtos, sejam, no próprio 

lugar, com laboratório e equipamentos que atendem ao perfil dos 

empreendimentos contemplados. Contudo, com base na pesquisa realizada, dada 

as características da incubadora Inovates, percebe-se a relevância dos trabalhos 

desempenhados com atividades e infraestrutura adequadas aos empreendimentos 

ali instalados. 

Isso converge com o entendimento de Leff (2002), que considera o 

desenvolvimento sustentável um plano igualitário, que assinala para a 

estruturação ecológica, com ações definidas para descentralização territorial da 

produção. De tal modo, as incubadoras atuam para a diversificação do 

desenvolvimento e de modos de vida de comunidades.  

Nesse sentido, as incubadoras oferecem abertura aos procedimentos de 

popularização da sociedade, que levam o conhecimento aos grupos, de maneira 

direta na assimilação e modificação de seus recursos ambientais (LEFF, 2002). 

As características apresentadas pelas incubadoras, até então, demonstram 

dois enfoques: um comercial – associado à iniciativa privada; e, outro social – 

vinculado à iniciativa pública. Nesse sentido, observa-se também a existência de 

limitações distintas e comuns entre ambas as entidades. O projeto IESA trata sua 

falta de institucionalização, sob a forma de programa, como uma limitação própria; 



46 
 

já a incubadora Inovates possui planejamento estratégico realizado, conforme as 

demandas apresentadas à diretoria.  

Matos, Stoffel e Teixeira (2010) registram que a inovação está associada ao 

início de um produto (ou serviço) no negócio; ou, de um método, ou, norma na 

empresa. As palavras dos autores lembram que não se trata de criar um produto, 

mas de programar a sua criação, com determinada especialidade e distinta do 

modelo em vigor (FINEP, 2011). Então, para ser considerado inovação, o produto, 

por exemplo, deve estar associado a elementos que alcancem a prerrogativa 

relacionada aos demais concorrentes do mercado.  

Ainda de acordo com Mattos, Stoffel e Teixeira (2010), a inovação pode ser 

esquematizada de acordo com o que se segue:  

Inovação = Ideia + Implementação de ações + Resultado 

Se houver elemento tecnológico, a inovação é distinguida como 

Tecnológica em Produtos e Processos (TPP). A TPP é efetivamente inserida na 

inovação se ela se apresentar introduzida no comércio ou utilizada no método de 

fabricação (MATTOS, STOFFEL; TEIXEIRA, 2010). 

O que se observa, quando se trata de inovação, é a conjunção de um 

trinômio: ciência, tecnologia e inovação. Essa tríade colabora intensamente para a 

renovação das estruturas fundamentais de produção de um país. Esses elementos 

são distintos, embora complementares. Cabe a cada empresa a identificação dos 

elementos e melhor compreensão da configuração na utilização para o seu 

negócio.  

Em relação à inovação, a incubadora Inovates apresenta os requisitos 

necessários para atender à demanda das empresas incubadas, com infraestrutura 

apropriada e políticas internas da instituição que permitem desenvolver pesquisas 

que contribuem para o ambiente de inovação.   

Já a incubadora IESA tem como objetivo de trabalho atender a 

empreendimentos sociais; abrange, em sua metodologia de trabalho, reuniões e 

apresentação de técnicas que possam facilitar os meios de produção e 

desenvolvimento de atividades, contudo, não atende os requisitos quanto à 

inovação, pois o foco de trabalho atende questões sociais, laborais, ambientais no 

dia a dia dos negócios. 



47 
 

Ainda, no Quadro 2, têm-se a compilação dos dados obtidos a partir da 

pesquisa, na comparação das incubadoras IESA e Inovates. 

 

Quadro 2 - Questões presentes no processo de incubação das incubadoras IESA 
e Inovates  

Questões IESA Inovates 

Desenvolvimento local Vislumbra 
desenvolvimento 

Vislumbra 
desenvolvimento 

Infraestrutura Incubadora Não atende as 
atividades 

desenvolvidas 

Atende as 
atividades 

desenvolvidas 

Planejamento de ações Conforme 
demanda 

Conforme 
planejamento 

estratégico 

Processo de seleção Conforme 
demanda 

Edital contínuo 
com formulário e 

processo de 
admissão 

Avaliação de desempenho Não realiza Realiza 
diariamente 

Fonte: Elaborado pela autora, 2018. 

 

É relevante abordar, também, que a incubadora IESA, conforme relato da 

depoente E4, dispõe de uma estrutura limitada, ou, mesmo, insuficiente para o 

desenvolvimento de suas atividades. Essa condição foi abordada objetivamente. A 

entidade localiza-se em Juara-MT, e não possui espaço físico próprio, bem como 

infraestrutura para atender as demandas dos empreendimentos, podendo 

evidenciar-se como um projeto acadêmico da universidade. Além dessas, outra 

limitação relatada por E4, refere-se aos recursos financeiros, estes são 

concentrados, basicamente, em despesas com transporte. 

Paralelo ao quesito de infraestrutura, relatado por depoente E4, o 

desenvolvimento regional, abordado pelos dados coletados, também evidenciam 

capacidade de alcance da incubadora. Em virtude das carências apresentadas, 

pode-se observar menor potencial da incubadora IESA em relação à Inovates. 

Ainda sobre esse aspecto, a depoente E1, em sua entrevista, destaca a relevância 



48 
 

da Inovates, pois a incubadora possui empreendimentos e ações com várias 

atividades produtivas em diversos segmentos.  

Contudo, a Inovates possui recursos oriundos de subsídios de órgãos de 

fomento à pesquisa, por meio dos quais, a incubadora fornece suporte nas 

diferentes de áreas de atuação de empresas iniciantes, ou seja, auxilia 16 

(dezesseis) empreendimentos pré-incubados e incubados. Nesse sentido, a 

infraestrutura disponível para a utilização dos empreendimentos compreende 

desde redes de internet, telefone, ar condicionado e amplo espaço de convivência, 

contando com: 

o Salas individuais; 

o Sala Coworking; 

o Auditório; 

o Sala de reuniões; 

o Laboratórios (Biotecnologia de Alimentos, Gerenciamentos de 

Resíduos e Energias Alternativas, Laboratório Ambiental, Laboratórios de 

Acarologia, Laboratório de Desenvolvimento de Produtos Lácteos, Microbiologia 

de Alimentos, Química de Alimentos, Centro de Estudos do Biogás e Energias 

Renováveis (Ceber) e Central Instrumental, que apoia os demais laboratórios); 

Esses relatos sobre a infraestrutura de diferentes incubadoras evidenciam a 

discrepância e realidades distintas. É possível notar, ainda, como as políticas 

públicas são as fontes primordiais para o sucesso do desenvolvimento de ações 

em ambientes de inovação e sustentabilidade.  

De acordo com o depoimento de E4, os planejamentos das ações da 

incubadora IESA ocorrem da seguinte forma:  

Inicialmente os professores do Campus fizeram uma visita em uma 
incubadora da Universidade com maior experiência, de Tangará da Serra 
- MT, a partir dessa visita traçou plano de ação e diagnosticou um 
empreendimento inicial para atender Cooperativa Mista Agropecuária de 
Novo Horizonte (COOPERNONTE), posteriormente os trabalhos foram 
ocorrendo em forma de projetos específicos para ações em outras linhas 
de ações como trabalhos juntos aos piscicultores da região,  catadores 
de resíduos sólidos e comunidade indígena” (DEPOENTE E4, 2018).  

 

E4 demonstra, em seu relato, como a incubadora IESA não possui um 

planejamento específico das ações desempenhadas.   



49 
 

Nesse contexto, conforme os dados coletados são importantes salientar a 

forma como ocorre a entrada de empreendimentos na IESA: não há um processo 

seletivo com edital ou chamada pública realizados de maneira efetiva; as 

atividades acontecem de acordo com a demanda existente; e, a equipe é 

composta por professores do campus universitário de Juara, pois não há recursos 

específicos para a manutenção desses serviços, ou mesmo para os custos 

oriundos dessas ações. Dessa forma, o contato com os empreendimentos, sendo 

em sua maioria, cooperativas, entidades sem fins lucrativos e/ou institutos, se dá a 

partir de conversas e reuniões, onde se estabelecem as necessidades de ações e 

auxílios para manter o funcionamento do empreendimento e metodologias de 

trabalhos. Também ocorrem ações na área da educação ambiental, é o caso do 

Instituto Munduruku, que tem por objetivo propor ações de valorização da cultura 

indígena e de educação ambiental.  

O processo de seleção para admissão de novos empreendimentos da 

incubadora Inovates segue padrões pré-estabelecidos, conforme descreve a 

depoente E1 em seu relato: 

O processo de seleção é realizado através de edital de processo seletivo 
de ingresso no sistema de incubação para novos empreendimentos, 
assim, o edital é contínuo e mantido aberto. Geralmente, a entrada ocorre 
por meio de empreendimentos pré-incubados, a régua do processo de 
incubação é bastante baixa no ingresso de empreendimentos em nível de 
pré-incubação, os interessados preenchem o formulário com o modelo de 
negócio, realiza-se uma conversa inicial para verificar o perfil do 
empreendimento e do empreendedor, bem como os produtos e serviços 
a serem desenvolvidos, ainda ocorre à avaliação juntamente com os 
outros mentores da incubadora para identificar os objetivos do negócio 
(DEPOENTE E1, 2018). 

 

Em relação ao acompanhamento do desempenho dos empreendimentos 

incubados, a Inovates realiza, a cada 2 (dois) meses, rodas de conversas sobre o 

andamento das atividades das empresas, projetos desempenhados e também 

ações de planejamento estratégico, com o levantamento de demandas entre as 

empresas e colaboradores. A metodologia de trabalho utilizada pela incubadora 

juntamente com as empresas ocorre por meio das dimensões do Manual de 

Gestão de Incubadoras (CERNE)4, com 4 (quatro) mentores, sendo: 1(um) 

Contador, 2 (dois) Administradores, 1 (um) Psicóloga e 1 (um) Consultor Externo.  

                                                   
4
 O Modelo de Gestão de Incubadoras (CERNE) representa a implantação em incubadoras de 

práticas-chave que envolve todas as áreas de atuação de uma incubadora, com o objetivo de 



50 
 

Ainda conforme relatos da depoente E1, as demandas evidenciadas nas 

rodas de conversas, em reuniões e no planejamento das atividades de 

conhecimento, culminaram na realização da “Clínica Jurídica”, em 2018, realizada 

com o apoio de alunos do Curso de Direito, com oficinas sobre Contrato Social, no 

âmbito jurídico. O objetivo da Clínica Jurídica foi qualificar os representantes de 

empreendimentos pré-incubados e incubados, para conhecer e analisar os 

diversos meios existentes no mercado para a gestão e o desenvolvimento dos 

negócios.  

Por outro lado, a incubadora IESA trabalha sob a ótica do processo 

avaliativo, que ocorre por meio de reuniões sobre os trabalhos desenvolvidos. As 

reuniões são realizadas com regularidade, no entanto, não dispõem de 

metodologias específicas de avaliação das ações.  

 

4.3 Percepção das incubadoras em relação às práticas ambientais 

As práticas ambientais são elementos fundamentais no desenvolvimento 

das atividades produtivas, e a sociedade tem cobrado das empresas uma 

prestação de contas, para identificar aquelas que geram prejuízos ou que não 

acrescentam nenhum valor à qualidade de vida da comunidade onde estão 

inseridas (LEWIS; WALLS; DOWELL, 2014). Nesse sentido, já não basta ter 

apenas produtos ou serviços de qualidade. Atualmente, uma das chaves para o 

sucesso das empresas passa pelas boas práticas ambientais e sociais (LIMA 

FILHO; BRUNI; GOMES, 2013). 

É possível observar, com a realização da presente pesquisa, algumas 

práticas ambientais nos ambientes de incubação estudados, devendo ser 

considerado que as incubadoras Inovates e IESA possuem realidades diferentes 

em seus ambientes de incubação. 

No Quadro 3 têm-se a compilação dos dados obtidos a partir da pesquisa, 

na comparação sobre práticas ambientais das Incubadoras IESA e Inovates. 

 

                                                                                                                                                           
desenvolver e avaliar as metodologias aplicadas através de indicadores de desempenho, 
proporcionando aos empreendimentos a interação em todos os setores no ambiente de incubação. 
 



51 
 

 

Quadro 3 - Práticas ambientais nas incubadoras avaliadas 

Questões IESA Inovates 

Práticas ambientais Conforme demandas Normativas Internas 
Univates 

Reputação sobre 
Responsabilidade Social 

Possui engajamento  Possui engajamento 

Oportunidades de mercado nas 
questões socioambientais 

Busca atender Busca atender 

Treinamento e iniciativas para a 
comunidade local 

Realiza sem 
normatização específica 

Realiza por meio de 
ações ligadas às 

empresas parceiras 

Fonte: Elaborado pela autora, 2018. 

 

No âmbito das práticas ambientais, a incubadora IESA não possui 

regulamentação específica, pois utiliza o espaço cedido pelo campus Universitário 

de Juara. Nas palavras da depoente E4:  

A incubadora em si não tem políticas internas sobre esses aspectos 
porque não tem estrutura própria, mas, os trabalhos que os projetos 
buscam desenvolver levam em consideração aspectos ambientais, como 
exemplo o trabalho de apoio aos catadores de resíduos sólidos da 
cidade. Além disso, as linhas de pesquisa do curso de administração 
buscam desenvolver pesquisas e extensão na área de logística reversa, 
questões que envolvam o meio ambiente e a responsabilidade social 
(DEPOENTE E4). 

 

A incubadora realiza suas reuniões na sala dos professores, ou em outros 

espaços de uso comum na universidade. Também não possui orçamento próprio, 

bem como apoio de fomento à pesquisa de órgãos externos, sendo assim, os 

recursos utilizados são oriundos da universidade. Já houve, inclusive, algumas 

tentativas de aprovação de projetos para auxiliar as atividades da incubadora, 

porém, foram reprovados com a justificativa de falta de experiência no âmbito de 

pesquisa.  

Ainda com base na citação anterior, a incubadora possui princípios 

baseados em empreendimentos socioeconômicos e sustentáveis. No entanto, não 

possui recursos efetivos para concretizar aspirações em realizar as práticas 

sustentáveis, em seu lugar, são realizadas ações informativas e de gestão para 

auxiliar os empreendimentos. 



52 
 

Já com relação à Inovates, evidencia-se outra realidade, isso porque esta 

possui recursos oriundos de vários órgãos de fomento à pesquisa, com interesses 

em ações que abranjam os laboratórios e as atividades desempenhadas pelos 

empreendimentos.  

As práticas ambientais descritas, acima, são exemplificadas, a seguir, no 

relato da depoente E1: 

 

As práticas da incubadora não são descritas pela incubadora, como nós 
estamos falando de uma incubadora e em seguida da instituição, são as 
práticas da instituição, então assim, nós não temos nada especificamente 
aqui da incubadora, mas tudo que a gente tem enquanto práticas 
ambientais e desde a coleta seletiva, desde os recolhimentos separados, 
desde o uso, desde que aqui funcione tudo com painéis solares, tudo isso 
vem das práticas da própria instituição, porque nós estamos inseridos. 
Esta é uma vantagem das nossas incubadoras, porque elas têm o 
suporte das instituições que as dão. Talvez o que a gente peque em 
fazer, é como a gente passa isso para os nossos incubados, talvez a 
gente não faça isso tão bem, claro que todos eles estão inseridos nesta 
política, desde áreas de restrição a fumo, até a forma de coleta e de uso, 
a forma que aqui temos painéis solares, mas talvez a gente pudesse 
aprofundar muito mais algumas questões que hoje a gente não o faz, 
mas todos eles estão inseridos dentro destas mesmas práticas hoje 
(DEPOENTE E1, 2018). 

 

No entendimento da depoente E1, a incubadora Inovates está inserida em 

um ambiente propício, no que tange a práticas ambientais, e segue as normativas 

exigidas pela instituição. Contudo, mesmo com a infraestrutura adequada e a 

capacidade para a realização de vários processos produtivos compatíveis com a 

preservação ambiental, percebe-se um distanciamento em relação às políticas 

ambientais que poderiam aplicar nos empreendimentos incubados. 

 De acordo com as análises de Colares e Matias (2014), algumas empresas 

fomentam a sistematização de práticas ambientais, primeiramente visando à 

redução de custos nas atividades produtivas, mas também com o propósito de 

engajar as empresas em ações voltadas à responsabilidade ambiental, com 

projetos de melhorias contínuas, evidenciados por gerenciamento de resíduos 

sólidos, reciclagem de matérias-primas e compostos orgânicos. Também pode-se 

observar iniciativas ligadas à conscientização sobre o consumo de energia 

elétrica, água e materiais de expediente. Os mesmos autores ainda identificaram 

empresas que trabalham questões referentes às práticas ambientais pautadas no 

planejamento estratégico das empresas e melhoria da imagem perante a 

comunidade externa.  



53 
 

A reputação sobre responsabilidade social na incubadora Inovates é 

compreendida pela depoente E1 da seguinte forma:   

Não, a Univates sim. A Univates sim e aí como a incubadora usa das 
mesmas práticas, mas a Univates sim, a Univates é referência nestas 
questões, é referência regional e, além disso, do que ela faz enquanto 
prática ambiental, então assim, é reconhecida, a Univates sim e bom, a 
incubadora usa das mesmas práticas, mas a incubadora por si só não, 
porque ela está dentro da instituição (DEPOENTE E1, 2018). 

 

Essas características são descritas, de forma clara, quando E1 menciona 

as políticas internas da Univates e como elas são descritas no ambiente de 

incubação. Contudo, esclarece-se por meio da entrevista, a maneira como o 

posicionamento da instituição influencia as ações da incubadora, que procura 

trabalhar as questões relacionadas à reputação sobre responsabilidade social, 

conforme as normativas exigidas e adapta esses padrões para a incubadora. 

Portanto, a Inovates segue as normativas internas estabelecidas pela Univates, 

firmando parcerias com a comunidade externa e buscando auxiliar as empresas 

iniciantes, no que tange ao cumprimento de padrões específicos sobre 

responsabilidade socioambiental. 

Já sobre a reputação sobre responsabilidade social na incubadora IESA, a 

depoente E4 esclarece que: “Não há esse reconhecimento por parte da 

comunidade e dos próprios membros, isso porque a incubadora está em 

construção, inclusive de sua própria identidade”. Conforme relatos de E4, a 

incubadora ainda está no início das atividades, levando em conta o tempo 

necessário para o estabelecimento de regularidade das a