UNIVERSIDADE DO VALE DO TAQUARI CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA . ESTUDO DA INFLUÊNCIA DO AVANÇO E DA DILUIÇÃO DE FLUIDO BIOLUBRIFICANTE ISENTO DE ÓLEOS NA RUGOSIDADE NO TORNEAMENTO DO AÇO INOX AISI 304 Regis Heitor Antes Lajeado, Junho de 2019 1 Regis Heitor Antes ESTUDO DA INFLUÊNCIA DO AVANÇO E DA DILUIÇÃO DO FLUIDO LUBRIRREFRIGERANTE NA RUGOSIDADE NO TORNEAMENTO DO AÇO INOX AISI 304 Trabalho de Conclusão de Curso apresentada na disciplina de TCC II, do curso de Engenharia Mecânica da Universidade do Vale de Taquari, como avaliação da nota do semestre. Orientador: Prof. Dr. Guilherme Cortelini da Rosa Lajeado, junho de 2019 2 Regis Heitor Antes ESTUDO DA INFLUÊNCIA DO AVANÇO E DA DILUIÇÃO DO FLUIDO LUBRIRREFRIGERANTE NA RUGOSIDADE NO TORNEAMENTO DO AÇO INOX AISI 304 A banca examinadora abaixo aprova o Trabalho de Conclusão de Curso apresentado na disciplina TCC II, na linha de formação específica de Engenharia Mecânica, da Universidade do Vale do Taquari – Univates, como parte da exigência para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Mecânica. Prof. Dr. Guilherme Cortelini da Rosa Universidade do Vale do Taquari Prof. Dr. Rafael Crespo Izquierdo Universidade do Vale do Taquari Prof. Me. Carlos Henrique Lagemann Universidade do Vale do Taquari Lajeado, Junho de 2019 3 RESUMO No processo de torneamento há diversas variáveis de saída, sendo a rugosidade uma delas. A rugosidade pode ser definida com ressaltos e reentrâncias microgeometricos na peça. Padrões de rugosidade tem sido profundamente estudados, pois possuem interferência direta no acabamento visual e no acoplamento de peças. No torneamento a velocidade de corte, velocidade de avanço, profundidade de corte e o fluido refrigerante são variáveis de entrada do processo de torneamento e possuem uma grande influência sobre esta variável de saída, devido a isto, devem ser analisadas de forma independente para que se consiga definir a influência de cada um deles sobre a rugosidade. Para verificar esta influência, realizou-se um experimento fatorial bk, onde foram analisados todas as possibilidades de combinação entre as duas variáveis de entrada estudadas,sendo coletados 64 dados em 16 corpos de prova. Foram usados 4 níveis de velocidade de avanço, 0,12 mm/rot, 0,15 mm/rot, 0,18 mm/rot e 0,21 mm/rot e 4 níveis da diluição do fluido de corte, usando 1 L de fluido em 8 L de água, 1 L de fluido em 10 L de água, 1 L de fluido em 12 L de água e 1 L de fluido em 14 L de água. Após a análise dos dados concluiu-se então que uma maior quantidade de fluido de corte diluído na água não garante um menor grau de rugosidade pois foi com a diluição de 1 L de fluido em 14 L de água e com avanço 0,12 mm/rot que se obteve os menores graus de rugosidade. Concluiu-se também que a velocidade de avanço tem maior influência na rugosidade do que o fluido lubrirrefrigerante. Palavras Chave – Rugosidade; Usinagem; Torneamento; Parâmetros de corte 4 ABSTRACT In turning process it has several output variables, one of them are the roughness. Surface roughness is the output variable studied in this process, and can be defined how microgeometric peaks and valleys on piece. Roughness pattern have been studied a lot, because the interference on the surface finish and the parts coupling. On turning process, the cut velocity, the advance velocity, the cut depth and the coolant are entrance variables of the turning process and have a big influence on the part superficial roughness, so is necessary to evaluate the influence of the entrance variables one by one. To verify the influence of the entrance variables, a fatorial bk were maded, all the possibilities of combination were analized and collected 64 data in 16 specimens. Were used 4 levels of advance velocity, 0,12 mm/rot, 0,15 mm/rot, 0,18 mm/rot and 0,21 mm/rot and the cooling were prepared in 4 diferent dilutions,1 liter from coolant in 8 liters from water, 1 liter from coolant in 10 liters from water, 1 liter from coolant in 12 liters from water and 1 liter from coolant in 14 liters from water. Analysing the date, were possible to concluse that greater amount of coolant, dont assure low roughness, because the less roughness degrees was obtained with the dilution 1 liter from coolant to 14 liter and the advance velocity 0,12 mm/rot. One more conclusion was that the advance velocity have more influence at the roughness than coolant. Keywords – Roughness; Machining; Turning; Cut parameters 5 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Processo de usinagem ............................................................................. 13 Figura 2 - Processo de Torneamento ........................................................................ 14 Figura 3 - Parâmetros de usinagem .......................................................................... 15 Figura 4 - Filme de óleo em meio a rugosidade superficial ....................................... 17 Figura 5 - Rugosidade Média .................................................................................... 18 Figura 6 - Rugosidade Média .................................................................................... 19 Figura 7 - Rugosidade máxima ................................................................................. 19 Figura 8 - Geometria da ferramenta de Corte ........................................................... 22 Figura 9 - Gráfico de Pareto representando os problemas de uma empresa. ........... 24 Figura 10 - Variação da rugosidade em função do avanço ....................................... 26 Figura 11 - Suporte da peça fixado ao desempeno por meio de base eletromagnético. .................................................................................................................................. 29 Figura 12 - Montagem do sistema de medição de rugosidade ................................. 29 Figura 13 - Torno Travis TR-1 XP ............................................................................. 30 Figura 14 - Especificações da pastilha ...................................................................... 32 Figura 15 - Classificação ISSO de pastilhas de corte ............................................... 33 Figura 16 - Fluido lubrirefrigerante B90 ..................................................................... 33 Figura 17 - Fluido de corte contaminado ................................................................... 34 Figura 18 - Rugosimetro ............................................................................................ 35 Figura 19 - Calibração do rugosimetro ...................................................................... 35 Figura 20 - Gráfico da variação da rugosidade média Ra (μm) para avanço 0,12 mm/rot com a alteração na diluição do fluido lubrirefrigerante. ............................................. 37 Figura 21 - Gráfico da variação da rugosidade média Ra (μm) para avanço 0,15 mm/rot com a alteração na diluição do fluido lubrirefrigerante. ............................................. 37 Figura 22 - Gráfico da variação da rugosidade média Ra (μm) para avanço 0,18 mm/rot com a alteração na diluição do fluido lubrirefrigerante. ............................................. 37 Figura 23 - Gráfico da variação da rugosidade média Ra (μm) para avanço 0,21 mm/rot com a alteração na diluição do fluido lubrirefrigerante. ............................................. 38 Figura 24 - Gráfico da variação da rugosidade media Ra (μm) para diluição 1/8 com a variação da velocidade de corte ................................................................................ 38 Figura 25 - Gráfico da variação da rugosidade media Ra (μm) para diluição 1/10 com a variação da velocidade de corte ............................................................................. 39 6 Figura 26 - Gráfico da variação da rugosidade media Ra (μm) para diluição 1/12 com a variação da velocidade de corte ............................................................................. 39 Figura 27 - Gráfico da variação da rugosidade media Ra (μm) para diluição 1/14 com a variação da velocidade de corte ............................................................................. 39 Figura 28 - Média da rugosidade Ra (μm) com variação na diluição do fluido lubrirefrigerante ......................................................................................................... 40 Figura 29 - Gráfico de Pareto da rugosidade média Ra (μm) em relação as variáveis de entrada ................................................................................................................. 41 Figura 30 - Gráfico de Pareto da rugosidade media Ra (μm), do avanço 0,12 mm/rot com variação da diluição ........................................................................................... 42 Figura 31 - Gráfico de Pareto da rugosidade media Ra (μm), do avanço 0,15 mm/rot com variação da diluição ........................................................................................... 42 Figura 32 - Gráfico de Pareto da rugosidade media Ra (μm), do avanço 018 mm/rot com variação da diluição ........................................................................................... 42 Figura 33 - Gráfico de Pareto da rugosidade media Ra (μm), do avanço 0,21 mm/rot com variação da diluição ........................................................................................... 43 Figura 34 - Ra média (μm) com variação do avanço (mm/min) ................................ 43 7 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Ensaios realizados ................................................................................... 28 Tabela 2 - Especificações técnicas da máquina ........................................................ 30 Tabela 3 - Especificações da ferramenta de Corte .................................................. 32 Tabela 4 - Rugosidade média Ra (μm) com a variação da diluição do fluido lubrirefrigerante e avanço, desvio padrão, média e coeficiente de variação ............. 44 8 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas CNC – Comando Numérico Computadorizado Fn – Velocidade de Avanço NBR – Norma Brasileira L – Litros Ra – Rugosidade Média Rmax – Rugosidade Máxima RPM – Rotações por minuto Vc – Velocidade de Corte Cv – Coeficiente de Variação S – Desvio Padrão Xmed – Média 9 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 10 1.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 11 1.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 11 1.3 Justificativa .................................................................................................... 11 1.4 Delimitação .................................................................................................... 12 1.5 Estrutura ........................................................................................................ 12 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................... 13 2.1 Torneamento .................................................................................................. 14 2.2 Parâmetros de Usinagem ............................................................................. 14 2.3 Rugosidade Superficial ................................................................................. 16 2.3.1. Parâmetros da rugosidade.................................................................. 18 2.4 Fluidos de corte ............................................................................................. 19 2.5 Aços inoxidáveis e o aço AISI 304 ............................................................... 20 2.6 Ferramentas de corte .................................................................................... 21 2.7 Projeto de experimentos ............................................................................... 22 2.8 Análise estatística ......................................................................................... 23 2.9 Estado da arte ................................................................................................ 25 3. MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................. 27 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................... 36 5. CONCLUSÃO ................................................................................................. 46 6. REFERÊNCIAS ............................................................................................... 48 10 1. INTRODUÇÃO Com o avanço das tecnologias, as empresas estão continuamente em busca de melhorias em seus processos, visando maior qualidade em seus produtos, otimização de tempo e principalmente aumento de eficiência aliado a baixos custos. De acordo com Ferraresi (1969), há dois processos básicos associados a trabalhos com metais, a conformação e a usinagem, sendo a usinagem classificada por Rebeyka (2016) como um processo onde há remoção de material, e por Fracaro (2017) como um processo que implica na redução de massa. O foco deste estudo é o processo de torneamento, que é definido por Ferraresi (1969) como a obtenção de superfícies de revolução com o auxílio de ferramentas monocortantes e complementado por Diniz (2013) como sendo movimento relativo entre ferramenta e peça dando forma a peça. No processo de torneamento, existem diversos parâmetros de entrada, como avanço, velocidade de corte, rotações por minuto, tipo de refrigerante, e diversos parâmetros de saída, como espessura do cavaco, forma do cavaco e rugosidade superficial. Este trabalho tem por objetivo estudar como a rugosidade é influenciada pela diluição do fluido lubrirefrigerante e a variação da velocidade de avanço. A rugosidade é definida por Machado et al. (2009) como sendo irregularidades superficiais associadas ao processo de corte, materiais ou problemas na fermenta de corte. Para análise da variação da rugosidade superficial, a Velocidade de Avanço (fn) e a diluição do fluido lubrirefrigerante serão variados para subsequente análise de correlação entre as variáveis de entrada com a variável de saída. 11 1.1 Objetivo Geral Analisar a influência da velocidade de avanço e da diluição de fluido de corte na rugosidade do aço inox AISI 304 usinado em Torno CNC. 1.2 Objetivos Específicos Os objetivos específicos deste trabalho são os seguintes: 1. Analisar a rugosidade superficial da peça obtida com a variação da velocidade de avanço e diluição do fluído refrigerante. 2. Definir qual a diluição mais adequada para obtenção de um menor grau de rugosidade. 3. Definir a velocidade de avanço indicada para a obtenção de determinados graus de rugosidade. 1.3 Justificativa As características do fluido lubrirrefrigerante e a velocidade de avanço tem influência direta na rugosidade superficial de peças usinadas, além do mais, a grande maioria dos fluidos utilizados tem grande potencial de poluição, o que não acontece com o fluido utilizado neste experimento, pois ele é isento de óleos. A rugosidade tem fundamental importância no acoplamento de peças, pois quanto maior o grau de rugosidade, maior será o atrito entre as partes do acoplamento, podendo dificultar a ação desejada. Um adequado grau de rugosidade melhora a lubrificação, quando ela é feita por meio de óleos, e possibilita um menor desgaste das peças, contudo em algumas situações se faz necessário um grau de rugosidade extremamente baixo para que o atrito seja minimizado ao máximo, como por exemplo em esferas de rolamentos, que necessitam ter um atrito de rolamento muito baixo e peças que realizam a vedação de líquidos, onde um grau de rugosidade mais alto pode ocasionar vazamentos. 12 1.4 Delimitação Todos os corpos de prova foram analisados, em 4 pontos entorno do seu eixo, com o intuito de verificar a variação da rugosidade com a alteração dos parâmetros estipulados, como a velocidade de avanço e variação da diluição do fluido de corte, definidos por proximidade com as indicações dos fabricantes. A rotação foi mantida constante em 2000 RPM e a profundidade de corte em 0,5 mm. 1.5 Estrutura Este trabalho está composto em 5 capítulos. O primeiro capítulo é composto pela introdução ao conteúdo estudado, enfatizando a importância dos parâmetros de corte e do uso de um fluido de corte apropriado para a obtenção de uma rugosidade superficial adequada, os principais objetivos do estudo, a justificativa pela escolha do conteúdo, o cronograma da realização dos experimentos e a estrutura. O referencial teórico é a composição do segundo capítulo, onde são apresentados os principais processos de usinagem, enfatizando o processo de torneamento torneamento e as variáveis do processo são apresentadas. O terceiro capítulo trata sobre os materiais e métodos utilizados para o desenvolvimento do trabalho. Neste capitulo também são apresentados os meios com que os dados vão ser coletados e analisados. No quarto capítulo, os resultados obtidos são apresentados, ocorrendo uma análise de possíveis causas e soluções para a resolução de problemas encontrados. O capitulo 5 é composto pela conclusão, onde é feito o fechamento do trabalho e apresentada um síntese sobre o que foi desenvolvido ao longo dos estudos. 13 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Na indústria existem os mais diversos processos de fabricação, alguns deles mais empregados que outros. Um dos processos de fabricação mais utilizados na indústria metalmecânica é a usinagem, que pode ser dividido em vários tipos, como furação, fresamento e torneamento. Na figura 1 é apresentado um processo de usinagem, que Ferraresi (1969) define como sendo aquela que ao conferir forma a peça, dimensões ou acabamento, ou qualquer combinação desses três itens, produz cavaco. Já para Fracaro (2017), o processo de usinagem consiste em redução de massa em relação a peça original, e o material resultante da remoção chamado de cavaco, sendo cavaco, segundo Rebeyka (2016), uma porção de material retirada com auxílio de uma ferramenta. Figura 1 - Processo de usinagem Fonte: Adaptado pelo autor com base em http://www.metalflow.pt/?page_id=885 14 O movimento de corte é um movimento relativo entre a peça e a ferramenta no qual sem o movimento de avanço, origina somente uma remoção de cavaco. (FERRARESI, 1969) A usinabilidade é outro fator importante no processo de usinagem, pois indica o desempenho da usinagem de um material, podendo ser definida pela capacidade da ferramenta, máquina ou material a ser usinado.(GEREZ MIGUEL, 2014) 2.1 Torneamento O processo de torneamento é indicado para trabalhos com peças cilíndricas, onde a perfil pode ser produzido pelo processo de rotação da peça entorno do seu eixo. O deslocamento da ferramenta associada com a rotação da peça caracteriza o processo de torneamento. (REBEYKA, 2016). O processo de torneamento pode ser verificado na figura 2. Figura 2 - Processo de Torneamento Fonte: Adaptado pelo autor com base em https://www.mazak.com.br/ machines/product/turning/ 2.2 Parâmetros de Usinagem Os parâmetros de usinagem (Fig. 3), estão diretamente ligados aos movimentos de usinagem, que são movimentos relativos entre a peça a ser usinada e a ferramenta 15 de corte, considerando a peça parada. Pode se descrever o movimento de corte também como sendo um movimento entre a peça e a ferramenta que resulta na remoção de um único cavaco. (DINIZ; MARCONDES; COPPINI, 2013) Figura 3 - Parâmetros de usinagem Fonte: Adaptado pelo autor com base em https://sistemas.eel.usp.br/docentes /arquivos/5840793/L OM3079/Power.pdf • Velocidade de Avanço (fn) Para Ferraresi (1969) , o avanço é o movimento entre a ferramenta e a peça que resulta na retirada continua de cavaco, já Diniz et al. (2013) descreve o avanço como sendo o percurso que a ferramenta percorre em cada volta da peça, ou em caso de ferramentas como brocas ou fresas, quanto a ferramenta percorre a cada volta entorno do próprio eixo. Pode-se usar também o avanço por dente, ou seja, o quanto a ferramenta avança sobre a peça dividido pelo número de dentes, no caso do fresamento. O avanço por dentes é importante pois cada dente remove um cavaco. (DINIZ; MARCONDES; COPPINI, 2013) • Velocidade de Corte (Vc) Segundo Ferraresi (1969) , a velocidade de corte é a velocidade instantânea do ponto de referência da aresta de corte da ferramenta. Já Rebeika (2016) define 16 velocidade de corte como sendo a razão entre o espaço que a ferramenta percorre pelo tempo da operação. Em máquina onde há rotação da peça, a velocidade de corte é relacionada está relacionada com o RPM. (REBEYKA, 2016) 𝑅𝑃𝑀 = 1000 𝑥 𝑉𝑐 𝜙 𝑥 𝜋 (1) onde: RPM = Rotações por minuto Vc = Velocidade de corte Φ = Diâmetro • Profundidade de Corte (ap) É a profundidade de penetração da ferramenta na peça, medida perpendicularmente ao plano de trabalho, como mostrado na figura 4.(DINIZ; MARCONDES; COPPINI, 2013) 2.3 Rugosidade Superficial A rugosidade é composta por irregularidades finas de ação inerente ao processo de corte, associados aos parâmetros de usinagem, materiais usinados ou problemas nas ferramentas ou máquinas. Análises estatísticas aplicados nos processos podem identificar contribuições relativas de cada um desses parâmetros na rugosidade. (MACHADO et al., 2009) A importância do acabamento superficial aumenta de acordo com a precisão de ajustes entre peças que necessitam ser acopladas, onde apenas as tolerâncias dimensionais não são o suficiente. A rugosidade superficial também tem grande influência na resistência a fadiga da peça, ou seja, quanto menor a rugosidade, maior será a resistência a fadiga, sendo essencial o controle em peças onde se tem atrito e desgastes.(AGOSTINHO; RODRIGUES; LIRANI, 1977) 17 Um dos principais exemplos da importância da rugosidade superficial é o motor a combustão, onde há uma interação direta entre o óleo de lubrificação com a rugosidade entre a parede do pistão e a camisa do bloco do motor, onde há movimento relativo entre ambos e uma camada de óleo para diminuição de atrito entre as duas superfícies. Se a espessura da camada de óleo for menor do que as saliências na peça haverá contato metal/metal, aumentando o desgaste e diminuindo a eficiência como pode ser visto na figura 4. (AGOSTINHO; RODRIGUES; LIRANI, 1977) Figura 4 - Filme de óleo em meio a rugosidade superficial Fonte: Adaptado pelo autor com base em Agostinho (1977, pg 194) O grau de rugosidade é especificado de acordo com a aplicação da superfície usinada, existem situações em que é desejado um grau de rugosidade extremamente baixo, como por exemplo em tubulações de escoamento de gases ou líquidos, para evitar a perda de carga durante o trajeto e também em superfícies que exigem um visual melhor, como brilho ou refletividade. Graus de rugosidade específicos também são desejados em algumas aplicações, principalmente em superfícies que necessitam ser lubrificadas, pois a adesão de óleo na superfície se faz necessária, sendo o grau de rugosidade muito baixo, o óleo ira escorrer e não realizará de forma adequada o seu trabalho, por outro lado, se a rugosidade for muito elevada, o óleo será depositado nos vales da rugosidade e os picos ficarão expostos, como pode ser visto na figura 4, acarretando no aumento do atrito e consequente aumento de desgaste da peça.(MACHADO et al., 2009) 18 2.3.1. Parâmetros da rugosidade A rugosidade é afetada por um grande número de variáveis, podendo ser examinada por diversos parâmetros. (MACHADO et al., 2009) • Parâmetros de amplitude: Determinados pela altura e profundidade dos picos e vales. • Parâmetros de espaço: Determinado pelo espaço do desvio. • Parâmetros híbridos: Determinado pela combinação dos parâmetros de amplitude e espaço. Dois sistemas básicos de medição são adotados, o da linha media (Fig. 6) e o da envolvente, sendo o primeiro o mais utilizado. O sistema da linha média consiste em medir os picos e vales e traçar uma linha media entre eles, de forma que a área da rugosidade acima da linha media seja igual a área abaixo dela. • Rugosidade Media (Ra): Para calcular a rugosidade media , faz-se a média aritmética dos valores absolutos dos picos e vales, utilizando a equação 2. Como a rugosidade media é calculada usando valores absolutos, a linha Ra ficará situada acima da linha média, como pode ser visto na figura 5. 𝑅𝑎 = 1 𝑛 ∑ |𝑦𝑖|𝑛 𝑖=1 (2) Figura 5 - Rugosidade Média Fonte: Adaptado pelo autor com base em http://ctborracha.com/wp- content/uploads/2014/ 10/Fig24-.png • Rugosidade Máxima (Ry) : Medida máxima dos picos e vales, onde a maior diferença entre picos e vales situados dentro de um comprimento amostral é a rugosidade máxima, indicada na figura 7. 19 • Rugosidade Total (Rt): É a diferença entre o pico mais alto e o vale mais profundo, podendo ser visto na figura 7. (AGOSTINHO; RODRIGUES; LIRANI, 1977; HAMMES; ROSA; WALKER, 2016) Figura 6 - Rugosidade Média Fonte: Adaptado pelo autor com base em http://moldesinjecaoplasticos. com.br/desvio-de-conformacao-e-sistemas-de-medicao-da-hrugosidade-acaba mento-superficial/ Figura 7 - Rugosidade máxima Fonte: Adaptado pelo autor com base em Hammes (2016, pg 143) 2.4 Fluidos de corte Na usinagem, quando os fluidos de corte são aplicados apropriadamente, trazem diversos benefícios. A escolha deve ser feita de acordo com as adversidades encontradas no processo, analisando a composição química e as propriedades do fluido. Para um melhor aproveitamento dos benefícios do fluido de corte, ele deve ser aplicado o mais próximo possível da aresta de corte com o intuito de otimizar suas funções. Os primeiros testes foram realizados em 1894, quando agua foi aplicada na 20 região da aresta de corte, possibilitando um aumento de 33% na velocidade de corte, a partir deste momento.(MACHADO et al., 2009) Para altas velocidades é recomendado um fluido de corte com alta capacidade de refrigeração, pois são geradas altas quantidades de calor, que pode ser prejudicial para a superfície da peça e também diminuir a vida útil da ferramenta. Com a falta de refrigeração podem ocorrer pequenos acidentes, pois cavacos quentes podem ser lançados e podem ocorrer queimaduras ao manusear peças quentes. (REBEYKA, 2016) De acordo com Machado et al. (2009), as principais funções do fluido de corte são: • Lubrificação • Refrigeração • Remoção de cavacos da zona de corte • Proteção contra oxidação Em baixas velocidades, quando a variação de temperatura é baixa, a refrigeração é quase sem importância, enquanto a lubrificação tem extrema importância, pois tem a função de diminuir o atrito e evitar a formação de aresta postiça. A remoção de cavacos tem maior importância em processos de furação, onde o fluido deve possuir uma viscosidade mais alta para cumprir melhor as suas funções. (MACHADO et al., 2009) 2.5 Aços inoxidáveis e o aço AISI 304 Para Modenesi (2001) os aços inoxidáveis são ligas ferrosas que contem cromo e níquel e alguns elementos de liga, sendo o cromo o principal elemento responsável pela resistência a corrosão. O cromo forma uma camada de oxido sobre a liga, inibindo a corrosão, essa camada protetora, também chamada de filme passivo, é formada espontaneamente quando o metal é exposto ao ar. Quando o filme passivo é destruído, e as condições impedem sua rápida regeneração, o aço inoxidável se torna 21 pouco resistente a corrosão. Modenesi (2001) caracteriza o aço AISI 304 com uma composição de Cromo que varia de 18% a 20%, e uma composição de Niquel que varia de 8% a 11%, sendo este o formador de austenita, e alguns elementos residuais como Manganes e silício. Já Baxter et al. (2008) caracteriza o aço inoxidável 304, como sendo um aço com 18% de cromo, 8% de níquel e até 0,08% de carbono. O aço AISI 304 se enquadra na categoria de aços austeniticos, essa classe inclui as ligas de Fe-Cr-Ni, não podendo ser endurecidos por tratamento térmico. Os aços austeniticos são os mais utilizados. Os aços inoxidáveis austeniticos possuem um baixo limite de escoamento, uma grande ductilidade e um alto limite de resistência e a melhor soldabilidade entre os aços inoxidáveis. 2.6 Ferramentas de corte As dimensões e a forma da ferramenta tem influência no desempenho da usinagem, contudo, a escolha adequada da ferramenta é de suma importância para o processo. O desempenho da usinagem depende muito da geometria da ferramenta de usinagem, caso seja usada uma geometria inadequada, os resultados esperados podem ser inadequados. Para que não ocorram problemas ocasionados por problemas com a geometria da ferramenta, os ângulos e arestas foram normalizados e definido um nomenclatura específica, nos estes apresentados na figura 8. A norma vigente no Brasil com relação aos ângulos das ferramentas de corte é a NBR-ISSO 3002-1. (FRACARO, 2017) 22 Figura 8 - Geometria da ferramenta de Corte Fonte: Do autor A ferramenta é formada por uma ponta de corte, que tem por finalidade realizar a remoção do material e um suporte que serve como base para fixar a ponta em caso do uso de pontas intercambiáveis e também serve para fixar a ferramenta à máquina, o formato da ferramenta de corte sem ponta intercambiável usada em um torno pode ser visto na figura 6. (FRACARO, 2017) A ferramenta tem por finalidade penetrar no material por meio da aresta de corte na direção do corte e na direção do avanço, justificando a importância da geometria da ferramenta. (REBEYKA, 2016) 2.7 Projeto de experimentos • Fatorial bk Todo estudo de experimentos envolve inúmeras variáveis para estudo. Uma forma de estudar uma variável isoladamente é alternando uma variável por vez, e manter as outras constantes. Um experimento fatorial tem elevada relevância no estudo da influência de determinados fatores sobre uma variável de saída, sendo que neste método, todas as combinações possíveis são avaliadas. (NEVES; SCHVARTZMAN, 2002) 23 De acordo com Hair et al. (2010), alguns passos são necessários para realizar uma análise fatorial: Formular um problema, determinar a metodologia de análise e o número de fatores e interpretar os fatores. (HAIR et al., 2010) No experimento fatorial bk, o “b” consiste no número de níveis que as variáveis podem assumir e “k” é o número de variáveis de entrada no processo. Se o experimento tiver duas variáveis que podem assumir 4 níveis cada uma delas, faz-se o cálculo de 42=16, sendo assim, serão necessárias 16 amostras para testar todas as possíveis combinações. (NEVES; SCHVARTZMAN, 2002) 2.8 Análise estatística • Média aritmética A média aritmética é a soma de todos os dados, dividido pelo número de dados da amostra como indicado da equação 3. 𝑋𝑚𝑒𝑑 = ∑ 𝑥𝑖 𝑛 𝑛=1 𝑛 (3) • Variância e Desvio Padrão Desvio padrão (S) e Variância (Var), são cálculos de dispersão em relação a média dos dados e são boas mediadas caso haja uma distribuição normal. A variância pode ser calculada fazendo-se o somatório do quadrado do valor obtido menos a média (Xmed), dividido pelo número de dados da amostra, como mostrado na equação 4. Já o desvio , equação 5, é o quadrado da variância, sendo o desvio padrão uma variável de melhor interpretação em relação a variância pois a variância é uma função de segundo grau e o desvio padrão uma equação de primeiro grau. (BUSSAB; MORETTIN, 2010) 𝑉𝑎𝑟 = ∑(𝑋𝑖−𝑋𝑚𝑒𝑑)2 𝑛−1 (4) 𝑠 = √𝑉𝑎𝑟 (5) 24 • Coeficiente de Variação Para realizar a comparação da variabilidade de um conjunto de dados, o Coeficiente de Variação (CV) pode ser utilizado. Para realizar o cálculo de CV, divide- se o desvio padrão (S) pela média (Xmed) e multiplica-se o resultado obtido por 100 para que o resultado final seja dado em porcentagem. (BUSSAB; MORETTIN, 2010) 𝐶𝑉 = 𝑠 𝑋𝑚𝑒𝑑 ∗ 100 (6) • Gráfico de Pareto Joseph Juran desenvolveu o gráfico de Pareto a partir de alguns resultados obtidos por Vilfredo Pareto e por Max O. Lornz. Pareto e Max realizaram alguns estudos em bancos, onde verificaram que 80% do dinheiro pertencia a apenas 20% das pessoas. Juran transcendeu os resultados dos estudos de Pareto para problemas de qualidade, e identificou que a maioria dos problemas vinham de poucas causas. Plotando um gráfico foi possível visualizar os problemas de maior importância (Fig 9), possibilitando focar nos problemas com maior grau de influência no processo produtivo. (SELEME; STADLER, 2010) Figura 9 - Gráfico de Pareto representando os problemas de uma empresa. Fonte: Adaptado pelo autor em http://themonsterbug.blogspot.com/2011/08/tdc- 2011-trilha-de-testes.html http://themonsterbug.blogspot.com/2011/08/tdc-2011-trilha-de-testes.html http://themonsterbug.blogspot.com/2011/08/tdc-2011-trilha-de-testes.html 25 2.9 Estado da arte Diversos trabalhos de estudo da rugosidade de vários materiais já foram realizados, com diferentes métodos de análise aplicados, pois há múltiplas variáveis envolvidas no processo. Há trabalhos que usam ferramentas de corte dos mais diversos formatos, outros utilizam apenas um formato de ferramenta com variação na velocidade de corte. Diferentes variáveis de saída são analisados como vibração, rugosidade, ruído, vibração, etc. Gerez Miguel (2014), com o objetivo de melhorar um processo de usinagem específico, utilizou uma barra de aço c-45 trefilado com diâmetro 22,35, cortados com 200 mm de comprimento e fixados na placa do torno CNC de forma que 66 mm do corpo de prova ficassem para fora da placa. O bedâme VBMT 331 foi fixado no porta ferramentas de forma que ficasse 12,45 mm projetado para fora do suporte, e o suporte foi preso no porta ferramentas ficando 35 mm projetado para fora. Para usinar a peça Gerez Miguel (2014) realizou 3 faceamentos com 1 mm cada, e desbastou com profundidade de 0,1mm, 60 mm do corpo de prova. Também foram realizadas entradas radiais na peça até o diâmetro de 10 ou 14mm. Hammes (2016) utilizou 9 corpos de prova de aço SAE 1045 com diâmetro de 25,4mm, todos os corpos de prova foram faceados e feitos furos de centro pra ajudar na fixação da peça. Foi realizado um ensaio de dureza Brinell, obtendo um resultado de 246 HB. Ao contrário de Gerez Miguel (2014), Hammes (2016) utilizou um torno convencional em seu estudo. Para a realização do estudo, Hammes (2016) fez uso de ferramenta CCMT 120408, usinando 100mm no comprimento dos corpos de prova, variando a profundidade de corte entre 1mm e 2 mm, e usando 3 parâmetros de avanço, 0,15; 0,30 e 0,45 mm/rot, totalizando os 9 experimentos. Finalizados os experimentos, foi feito um estudo de rugosidade nos corpos de prova e os dados submetidos a uma análise estatística. Gerez Miguel (2014), usou como variável de entrada o avanço em 4 níveis diferentes, como pode ser visto na figura 10, a rugosidade média (Ra) e a rugosidade 26 máxima (Rmax) foram estudadas para determinar a influência do avanço sobre a rugosidade. Com o estudo, o autor concluiu que a rugosidade media diminui de 4,843 μm para 3,946 μm, quando se aumenta a velocidade de avanço de 0,03 mm/rot até 0,05 mm/rot, porém a rugosidade média aumenta para 4,942 μm quando o avanço é 0,06 mm/rot. Para Hammes (2016), o avanço de 0,03 mm/rot apresentou os melhores resultados. Figura 10 - Variação da rugosidade em função do avanço Fonte: Gerez Miguel (2014, pg 62) 27 3. MATERIAIS E MÉTODOS Para a realização do experimento, foi utilizada uma barra de diâmetro 25,4 mm usinada em um torno CNC, Travis TR-1 XP. Foram cortados 16 corpos de prova com 180 mm de comprimento e utilizadas 4 velocidades de corte diferentes para cada diluição de fluido refrigerante conforme a tabela 1. Cada corpo de prova foi fixado 90mm para fora da placa, feito um furo de centro e apoiada pelo contra ponto do torno. A sequência do procedimento de usinagem foi a seguinte: 1) Fixar a peça 90 mm para fora da placa; 2) Fazer furo de centro; 3) Fixar o contra ponto; 4) Desbastar 80 mm da peça com avanço 0,2 mm/rot e profundidade de corte de 0,5mm; 5) Virar a pastilha para usar um lado novo; 6) Dar um passe de acabamento no avanço estipulado; 7) Retirar a peça e identifica-la; Uma análise estatística foi realizada por meio de projeto de experimentos Fatorial bk, como foram utilizados 2 fatores e 4 níveis, foram necessárias 16 amostras, que estão exemplificadas na tabela 1. Com os resultados, foram traçados gráficos de 28 tendência, calculadas as médias, desvio padrão, coeficiente de variação e traçados gráficos de Pareto para identificar as melhores opções. Tabela 1 - Ensaios realizados Avanço 0,12 mm/rot 0,15 mm/rot 0,18 mm/rot 0,21 mm/rot -2 -1 1 2 Diluição (Fluido/Água) 1/8 1/10 1/12 1/14 -2 -1 1 2 Ensaio Fluido Avanço 1 -2 -2 2 -2 -1 3 -2 1 4 -2 2 5 -1 -2 6 -1 -1 7 -1 1 8 -1 2 9 1 -2 10 1 -1 11 1 1 12 1 2 13 2 -2 14 2 -1 15 2 1 16 2 2 Fonte: Do autor Após a realização da usinagem, a rugosidade superficial de cada corpo de prova foi analisada, o rugosimetro foi fixado a um traçador de altura que foi alocado sobre um desempeno, para que a altura do rugosimetro pudesse ser ajustada de forma adequada. A peça a ser medida foi colocada sobre um suporte em “V”, que foi fixado ao desempeno por meio de uma base eletromagnética como pode ser visto na figuras 11 e 12. A medição da rugosidade foi feita a 75 mm de distância da face da peça, sendo feitas 4 medições, uma a cada 90º de giro da peça. 29 Figura 11 - Suporte da peça fixado ao desempeno por meio de base eletromagnético. Fonte: Do autor Figura 12 - Montagem do sistema de medição de rugosidade Fonte: Do autor • Torno Travis TR-1 XP Na figura 13 está ilustrado o equipamento Torno Romi Centur 30S que será utilizado nos testes e na tabela 2 está demonstrado as especificações técnicas da máquina. 30 Figura 13 - Torno Travis TR-1 XP Fonte: Do autor Tabela 2 - Especificações técnicas da máquina Cursos Curso longitudinal 810 mm Curso transversal 280 mm Potência Motor 10 HP Servo motores 6 Nm Refrigeração 1/6 HP Unidade Hidráulica 0,75 HP Capacidades Distância entre centros 800 mm Diâmetro sobre barramento 460 mm Altura de centros 230 mm Largura do barramento 300 mm Diâmetro da placa 200 mm Número de ferramentas 8 Pesos e dimensões Área ocupada 3700 x 2500 mm Peso 2200 Kg Fonte: Do autor, adaptado do manual do usuário • Programa do torno CNC O programa utilizado para realizar a usinagem no torno CNC está descrito abaixo. A cada corpo de prova usinado foi alterado a velocidade de avanço na linha 24 de acordo com o definido na tabela 1. 31 1 - G90 G95; (SISTEMA DE COORDENADAS ABSOLUTO; mm/rot) 2 - G00 X150 Z150; (AFASTA A TORRE PARA TROCAR FERRAMENTA) 3 - T6D6; (SELECIONA BROCA DE CENTRO) 4 - G00 X0 Z2; (APROXIMA A BROCA DE CENTRO) 5 - G97 S1000 M3 M42; ( DEFINE 1000 RPM, LIGA GIRO ANTI-HORARIO, GAMA DE VELOCIDADES 1) 6 - G01 F0.1; ( AJUSTA VELOCIDADE DE CORTE) 7 - Z-2; ( AVANÇA BROCA DE CENTRO) 8 - Z2; (RETORNA BROCA DE CENTRO) 9 - G00 X150 Z150; ( AFASTAMENTO RÁPIDO PARA TROCA DE FERRAMENTA) 10 - M0; (PARADA DE MÁQUINA PARA APROXIMAR CONTRA PONTO) 11 - T5D5; (SELECIONA FERRAMENTA DE DESBASTE) 12 - G97 S2000 M3 M42; (DEFINE 2000 RPM, LIGA GIRO ANTI-HORARIO, GAMA DE VELOCIDADES 1) 13 - M8; (LIGA FLUIDO DE CORTE) 14 - G00 X24 Z2; (APROXIMAÇÃO RÁPIDA) 15 - G01 F0.2; (DEFINE AVANÇO DE DESBASTE) 16 - Z-80; (DESBASTAR 80mm NO COMPRIMENTO) 17 - X26; (AFASTAMENTO LENTO) 18 - M9; (DESLIGA FLUIDO) 19 - G00 X150 Z150; (AFASTAMENTO RÁPIDO PARA TROCA DE FERRAMENTA) 20 - M0; (PARADA DE MÁQUINA PARA SUBSTITUIR PASTILHA) 21 - G97 S2000 M3 M42; (DEFINE 2000 RPM, LIGA GIRO ANTI-HORARIO, GAMA DE VELOCIDADES 1) 22 - G00 X23 Z4; (APROXIMAÇÃO RÁPIDA) 23 - M8; (LIGA FLUIDO REFRIGERANTE) 24 - G01 F0.18; (DEFINE AVANÇO DE ACABAMENTO) 25 - Z-80; (DESBASTAR 80mm NO COMPRIMENTO) 26 - X26; (AFASTAMENTO LENTO) 27 - G00 X150 Z150; (AFASTAMENTO RÁPIDO) 28 - M30; (FIM DE PROGRAMA) 32 • Ferramenta de corte A pastilha de corte a ser utilizada é a TNMG 160408-GN IC 830, da marca iscar, como pode ser visto na figura 14 e 15, o inserto é adequado para a usinagem de aço inox ( legenda com a letra “M” em fundo amarelo), bem como para aços (legenda com a letra “P” em fundo Azul) e ligas resistentes a altas temperaturas (legenda com letra “S” em fundo alaranjado). Figura 14 - Especificações da pastilha Fonte: Do autor Tabela 3 - Especificações da ferramenta de Corte Ângulo 60° Largura 16,5mm Espessura 4,76mm Raio da Ponta 0,8mm Fonte: Do autor, adaptado de http://www.iscar.com/eCatalog/Item.aspx?c at=5591057&fnum=445&mapp=IS&GFSTY P=&srch=1 33 Figura 15 - Classificação ISSO de pastilhas de corte Fonte: Adaptado de https://www.shimatools.com.br/informa %C3%A7%C3%B5es/classe-isso/ • Fluido lubrirrefrigerante O fluido de corte utilizado foi o B90, que está apresentado na figura 16, fabricado pela Bondmann Quimica. O fabricante forneceu o produto com o intuito de receber em troca os resultados da pesquisa. O fluido é isento de óleos e foi desenvolvido para processos de usinagem. O B90 possui alto poder de refrigeração, produzido com matérias primas renováveis, sendo assim um produto sustentável e biodegradável. Figura 16 - Fluido lubrirefrigerante B90 Fonte: Do autor Nesta etapa foi necessário realizar uma limpeza no tanque do fluido de corte da máquina, pois estava muito sujo e contaminado como pode ser visto na figura 17. 34 A retirada do fluido da máquina foi feita primeiro por meio da bomba hidráulica existente para movimentar o fluido, porém foi colocado um recipiente para coletar o fluido já usado. Ao alcançar o nível mínimo de fluido para funcionamento da bomba, o restante do foi retirado manualmente e quando o tanque estava praticamente sem fluido foi usado um pano para seca-lo. Figura 17 - Fluido de corte contaminado Fonte: Do autor • Medição da rugosidade Para análise da rugosidade superficial, foi utilizado um rugosimetro da marca Mitutoyo, modelo SURFTES SJ-210 como o da figura 18. O Rugosimetro foi calibrado com um padrão de rugosidade (figura 19) e foi fixado em um traçador de altura para poder ajustar a altura correta para realizar as medições de rugosidade. O rugosimetro SJ-210 apalpa a superfície da peças, calcula a rugosidade com base nas normas e indica o resultado. Possui uma faixa de 360 μm (de -200 μm a 160 μm) permitindo visualizar vários parâmetros da rugosidade superficial. 35 Figura 18 - Rugosimetro Fonte: Adaptado de https://www.tecnoferramentas.com.br/ rugosimetro-portatil-digital-sj_210-mitutoyo-178_561_02ª/p?ua m=true&mobile=4 Figura 19 - Calibração do rugosimetro Fonte: Do autor 36 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Após realizadas as medições de rugosidade, os dados foram organizados e gerados gráficos para análise dos resultados, as figuras 20, 21, 22 e 23 mostram os gráficos, que relacionam os valores da rugosidade média (Ra) medida, e a variação na diluição do fluido a cada 4 medições, ou seja, para cada diluição e velocidade de avanço, foram feitas 4 medidas de rugosidade. Em uma análise preliminar, é possível verificar que há um pico de rugosidade na diluição 1/12 nos avanços 0,12 mm/rot (Fig 20), 0,15 mm/rot (Fig 21) e 0,21 mm/rot (Fig 23), no avanço 0,18 mm/rot também foi observado um pico de rugosidade, porém foi na diluição 1/10 (Fig 22). Pelas linhas de tendência nos avanços 0,15 mm/rot (Fig 21), 0,18 mm/rot (Fig 22) e 0,21mm/rot (Fig 23) é possível perceber que os valores de rugosidade tendem a diminuir com a diminuição de quantidade de fluido diluído na água, apenas no avanço 0,12 mm/rot (Fig 20) tem-se uma pequena tendência de aumento. 37 Figura 20 - Gráfico da variação da rugosidade média Ra (μm) para avanço 0,12 mm/rot com a alteração na diluição do fluido lubrirefrigerante. Fonte: Do autor Figura 21 - Gráfico da variação da rugosidade média Ra (μm) para avanço 0,15 mm/rot com a alteração na diluição do fluido lubrirefrigerante. Fonte: Do autor Figura 22 - Gráfico da variação da rugosidade média Ra (μm) para avanço 0,18 mm/rot com a alteração na diluição do fluido lubrirefrigerante. Fonte: Do autor 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 1/8 1/10 1/12 1/14 0,3 0,5 0,7 0,9 1,1 1,3 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 R u g o s id a d e ( μ m ) Diluição 1/8 1/10 1/12 1/14 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 R u g o s id a d e ( µ m ) DILUIÇÃO 1/8 1/10 1/12 1/14 38 Figura 23 - Gráfico da variação da rugosidade média Ra (μm) para avanço 0,21 mm/rot com a alteração na diluição do fluido lubrirefrigerante. Fonte: Do autor Foram gerados gráficos também da variação da rugosidade em relação a velocidade de corte (Figuras 24 a 27), comparando as linhas de tendência, é possível perceber uma menor tendência na variação de rugosidade com o aumento do avanço na diluição 1/14 (Figura 27). Em todas as outras diluições, o ângulo da curva de tendência pode ser considerado o mesmo, porem na diluição 1/10 e 1/14 observa-se que há um aumento mais acentuado quando é variado o avanço de 0,15 para 0,18 e na diluição 1/12 ocorre uma aumento mais acentuado da rugosidade do avanço 0,18 em relação ao avanço 0,21. Figura 24 - Gráfico da variação da rugosidade media Ra (μm) para diluição 1/8 com a variação da velocidade de corte Fonte: Do autor 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 1,9 2 2,1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 TÍ TU LO D O E IX O TÍTULO DO EIXO 1/8 1/10 1/12 1/14 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 R u g o s id a d e ( μ m ) Velocidade de avanço 0,12 mm/rot 0,15 mm/rot 0,18 mm/rot 0,21 mm/rot 39 Figura 25 - Gráfico da variação da rugosidade media Ra (μm) para diluição 1/10 com a variação da velocidade de corte Fonte: Do autor Figura 26 - Gráfico da variação da rugosidade media Ra (μm) para diluição 1/12 com a variação da velocidade de corte Fonte: Do autor Figura 27 - Gráfico da variação da rugosidade media Ra (μm) para diluição 1/14 com a variação da velocidade de corte Fonte: Do autor Na figura 28, foi feita a média das rugosidades Ra (μm), é possível notar que a velocidade de avanço tem maior influência sobre a rugosidade, do que a diluição do fluido, porém a influência do fluido não pode ser ignorada. Na diluição 1/8, é possível 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 R u g o s id a d e ( µ m ) Velocidade de avanço 0,12 mm/rot 0,15 mm/rot 0,18 mm/rot 0,21 mm/rot 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 R u g o s id a d e ( μ m ) Velocidade de avanço 0,12 mm/rot 0,15 mm/rot 0,18 mm/rot 0,21 mm/rot 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 R u g o s id a d e ( µ m ) Velocidade de avanço 0,12 mm/rot 0,15 mm/rot 0,18 mm/rot 0,21 mm/rot 40 perceber que o aumento da rugosidade tende a ser mais linear do que as outras 3 diluições, ou seja, o resultado é mais previsível. Já na diluição 1/10, foi verificado um grande aumento da rugosidade no avanço 0,18 mm/rot em relação ao avanço 0,15 mm/rot, diferente dos avanços 0,15 mm/rot em relação ao avanço 0,12 mm/rot e o avanço 0,21 mm/rot em relação ao avanço 0,18 mm/rot, que tiveram um acréscimo de rugosidade não tão acentuado. Na diluição 1/12, é verificado que o grau de rugosidade já inicia mais alto do que as outras diluições, tendo o pior resultado em 3 dos 4 avanços estudos, porém, apresentou o melhor resultado junto com a diluição 1/14 no avanço 0,18 mm/rot. A diluição 1/14 apresentou os melhores resultados em 3 dos 4 avanços, contudo no avanço 0,12 mm/rot, onde não apresentou resultado melhor do que a diluição 1/8, a diferença pode ser considerada nula, sendo assim pode ser considerado a diluição 1/14 apresenta os melhores resultados. Figura 28 - Média da rugosidade Ra (μm) com variação na diluição do fluido lubrirefrigerante Fonte: Do autor Gráficos de Pareto foram plotados para realizar a análise da influência do avanço e da influência da velocidade de avanço sobre a rugosidade como a variável de saída. Analisando a figura 29, pode-se observar que o menor parâmetro de rugosidade foi obtido com uma diluição 1/10 e avanço 0,12 mm/rot, resultado semelhante foi obtido com a diluição 1/12 e avanço 0,12 mm/rot e o pior resultado foi 0,000 0,500 1,000 1,500 2,000 2,500 1 / 8 1 / 1 0 1 / 1 2 1 / 1 4 R u go si d ad e (μ m ) Diluição 0,12 mm/rot 0,15 mm/rot 0,18 mm/rot 0,21 mm/rot Linear (0,12 mm/rot) Linear (0,15 mm/rot) Linear (0,18 mm/rot) Linear (0,21 mm/rot) 41 obtido com a diluição 1/12 com avanço 0,21 mm/rot. Outros dois parâmetros que retornaram baixos graus de rugosidade foram com a diluição 1/14, utilizando as velocidades de avanço 0,12 e 0,15 mm/rot subsequentes. Figura 29 - Gráfico de Pareto da rugosidade média Ra (μm) em relação as variáveis de entrada Fonte: Do Autor Para uma melhor análise a influência da diluição do fluido de corte sobre a rugosidade, foram gerados gráficos de Pareto para cada velocidade de avanço em separado, os gráficos estão apresentados nas figuras 30 a 33. Na figura 31, onde foi usado o avanço de 0,15 mm/rot, foi possível verificar que os menores graus de rugosidade foram obtidos com a diluição 1/14, o mesmo ocorreu com o avanço 0,18 mm/rot (Fig. 32) e com o avanço 0,21 mm/rot (Fig. 33). No avanço 0,12 mm/rot (Fig. 30), foi o único em que o menor grau de rugosidade foi obtido com uma diluição 1/10. O maior grau de rugosidade com avanço 0,12 mm/rot foi verificado utilizando uma diluição 1/12 (Fig. 30), ocorrendo o mesmo no avanço 0,15 mm/rot (Fig. 31) e no avanço 0,21 mm/rot (Fig. 33). O avanço 0,18 mm/rot foi o único em que a diluição 1/10 apresentou o maior grau de rugosidade, como pode ser visto na figura 32. 42 Figura 30 - Gráfico de Pareto da rugosidade media Ra (μm), do avanço 0,12 mm/rot com variação da diluição Fonte: Do Autor Figura 31 - Gráfico de Pareto da rugosidade media Ra (μm), do avanço 0,15 mm/rot com variação da diluição Fonte: Do autor Figura 32 - Gráfico de Pareto da rugosidade media Ra (μm), do avanço 018 mm/rot com variação da diluição Fonte: Do autor 43 Figura 33 - Gráfico de Pareto da rugosidade media Ra (μm), do avanço 0,21 mm/rot com variação da diluição Fonte: Do autor Verificando a figura 34, que mostra a rugosidade media em função do avanço para cada diluição estudada, foi possível concluir que as respostas da diluição 1/8 são mais previsíveis, pois o aumento da rugosidade com a variação do avanço tende a ser mais linear do que as outras 3 diluições, sendo assim, essa diluição é mais apropriada quando são desejados vários graus de rugosidade controlados com a variação do avanço, portanto a diluição 1/8 apresentou o melhor resultado apenas no avanço 0,12 mm/rot. A diluição 1/12 apresentou os piores resultados em 3 dos 4 avanços estudados, porem também mostrou uma evolução praticamente linear nas três primeiras velocidades de avanço, contudo apresentou um aumento da rugosidade maior quando foi variado o avanço de 0,18 mm/rot para 0,21 mm/rot. Por fim, mais uma vez foi possível verificar que a diluição 1/14 apresentou os melhores resultados, sendo a mais indicada entre as 4 diluições testadas quando se quer obter um baixo grau de rugosidade. Figura 34 - Ra média (μm) com variação do avanço (mm/min) Fonte: Do autor 0,600 1,100 1,600 2,100 0 , 1 2 ( M M / R O T ) 0 , 1 5 ( M M / R O T ) 0 , 1 8 ( M M / R O T ) 0 , 2 1 ( M M / R O T ) 1/8 1/10 1/12 1/14 44 Utilizando a equação 3, foi calculado a média (Xmed) das rugosidades, com a equação 5 o desvio padrão (s), o coeficiente de variação (CV) foi calculado com a equação 6 e os resultados foram apresentados na tabela 4. Tabela 4 - Rugosidade média Ra (μm) com a variação da diluição do fluido lubrirefrigerante e avanço, desvio padrão, média e coeficiente de variação Diluição Desvio padrão (s) Média (Xmed) Coeficiente de Variação (CV) 1/8 1/10 1/12 1/14 0,12 (mm/rot) 0,721 0,715 0,816 0,739 0,046 0,748 6,2% 0,15 (mm/rot) 0,957 0,892 1,073 0,762 0,130 0,921 14,1% 0,18 (mm/rot) 1,359 1,614 1,252 1,250 0,171 1,369 12,5% 0,21 (mm/rot) 1,679 1,752 2,047 1,456 0,244 1,734 14,1% Desvio Padrão (s) 0,425 0,516 0,531 0,358 - - - Media (Xmed) 1,158 1,253 1,162 1,006 - - - CV 37% 41% 46% 36% - - - Fonte: Do autor Com os resultados obtidos no coeficiente de variação, é possível concluir que rugosidade é menos afetada com a variação da diluição do fluido lubrirefrigerante quando o avanço é 0,12 mm/rot, tendo uma variação média de 6% para cada diluição. Nos avanços 0,15 mm/rot e 0,21 mm/rot a variação da rugosidade é mais sentida com a mudança na diluição do fluido, variando 14,1% em ambos os avanços. Já no avanço 0,18 mm/rot, ocorreu uma variação média de 12% para cada diluição. Calculando a média dos coeficientes de variação da diluição do fluido, chegou-se ao resultado de 13%, ou seja, a rugosidade varia em média 13% para cada dois litros a mais de água para cada litro de fluido lubrirrefrigerante. Ao calcular a média dos coeficientes de variação para a variação de avanço, obteve-se o resultado de 39%, em caso de aumento do avanço em 0,03 mm/rot. Conclui-se então que a variação do avanço tem maior influência sobre o perfil de rugosidade da peça. Ao que tudo indica, uma maior quantidade de fluido refrigerante diluído em agua, não garante os melhores resultados, podendo-se observar inclusive o contratrio. É possível que esses resultados tenham sido obtidos devido a diminuição da lubrificação da peça quando utilizado menos fluido B90, fazendo com que ocorresse 45 um amento de atrito entre ferramenta e peça o que resultou em uma maior retirada de material dos picos do perfil de rugosidade. Com o aumento da quantidade de água no fluido lubrirrefrigerante utilizando, ocorreu uma maior refrigeração da ferramenta e da peça, o que pode ter diminuído o desgaste da ferramenta e influenciado para um melhor acabamento superficial. 46 5. CONCLUSÃO O objetivo do estudo foi estudar a influência da velocidade de avanço e do fluido lubrirrefrigerante na usinagem de uma aço AISI 304. Usando um projeto de experimentos fatorial bk, chegou-se ao número de 16 corpos de prova, para que todas as possíveis combinações fossem testadas. Com a plotagem de gráficos de tendência, gráficos de Paretto e cálculos de Coeficiente de variação obteve-se alguns resultados importantes. De acordo com os testes realizados, foi possível concluir que tanto a velocidade de avanço quanto a diluição do fluido lubrirrefrigerante B90 tem influência sobre o perfil de rugosidade, sendo o avanço mais relevante. Um aumento da quantidade de fluido B90 na solução, não garante uma diminuição da rugosidade, podendo-se observar inclusive o contrário, ou seja, uma diminuição da quantidade de B90 em alguns casos se mostrou mais eficaz. Observou-se uma grande piora no perfil de rugosidade quando a diluição foi de 1 L de B90 em 12 L de água e bons resultados para a diluição de 1L de B90 em 8 L de água, contudo os melhores resultados na maioria das vezes foi para a diluição 1 de B90 em 14 L de água. Observou-se também que na diluição 1 de B90 em 14 L de água, o aumento de rugosidade com a variação da velocidade de avanço foi menor do que para as outras 3 diluições que foram praticamente iguais. O estudo apresentou resultados significativos, pois concluiu-se que pode ser usado uma menor quantidade de fluido refrigerante do que o recomendado pelo fabricando quando a rugosidade é a variável de saída de maior importância, é possível que a melhora da rugosidade com a diminuição da quantidade de fluido B90 diluído 47 na água seja devido a diminuição da lubrificação e aumento do arrefecimento, com a diminuição da lubrificação, pode haver um maior atrito entre ferramenta de corte e peça, removendo o material de forma mais contínua, provendo um melhor acabamento superficial. Com a diminuição da quantidade de fluido B90 diluída na água, os custos com fluído lubrirrefrigerantes também serão atenuados. Independente da diluição utilizada, houve a tendência de obtenção de menores graus de rugosidade para velocidades de corte menores. Isso se dá pois a ferramenta de corte fica mais tempo sobre o mesmo ponto, removendo o material de forma mais homogênea. 48 6. REFERÊNCIAS AGOSTINHO, O. 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