0 

UNIVERSIDADE DO VALE DO TAQUARI - UNIVATES  

CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA 

CURSO DE PSICOLOGIA 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA AS MULHERES: UMA REVISÃO 
INTEGRATIVA DE LITERATURA  

   
Gabriela Predabon Lorenzini 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Lajeado/RS, julho de 2021  



 
 

Gabriela Predabon Lorenzini 

 

 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA AS MULHERES: UMA REVISÃO 
INTEGRATIVA DE LITERATURA 

 
 

  

Pesquisa apresentada na disciplina de 
Trabalho de Conclusão de Curso II, do curso 
de Psicologia, da Universidade do Vale do 
Taquari - UNIVATES, como parte da 
exigência para obtenção do título de Bacharel 
em Psicologia 
 

Orientadora Profa. Ma. Elisângela Mara 
Zanelatto  

 

 

 

 

 

Lajeado/RS, julho de 2021 



 
 

APRESENTAÇÃO 

 

 

O interesse por entender mais dessa difícil realidade, da violência de gênero e 

doméstica, juntamente da vontade de oferecer cuidado a mulheres fragilizadas em no 

município de Lajeado, motivou-me a participar, em 2017, do Projeto de Extensão 

Maria da Penha - Enfrentamento à Violência contra a Mulher e apoio às Famílias 

(projeto de extensão ofertado pela Universidade do Vale do Taquari – Univates), que 

integra estudantes dos cursos de Psicologia e Direito, o qual retomei em 2021 a 

participação. 

Os caminhos enfrentados na construção deste artigo sofreram alterações, mas 

nem por isso perdi o desejo de continuar a pensar sobre o tema da maneira que fosse 

possível. Assim, apresento meu artigo intitulado: VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA 

AS MULHERES: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA, para vossa 

apreciação. 

Este artigo se constitui nas normas para trabalhos acadêmicos da Univates.   



3 

Violência doméstica contra as mulheres: uma revisão integrativa de 
literatura 

 
 

Gabriela Predabon Lorenzini1 
Elisângela Mara Zanelatto2 

 
 
Resumo: A violência contra as mulheres no Brasil e no mundo é um problema de extrema gravidade, 
com índices de crescimento alarmantes, permeando muitas áreas e impactando todo o contexto social. 
Conceitua-se como relacionada à conduta de outrem cuja ação ou omissão, fundada no gênero 
provoque sofrimento ou dano psicológico, sexual, físico, moral, patrimonial ou a morte. Este estudo 
teve como objetivo analisar o perfil das mulheres vítimas de violência doméstica e de seus agressores, 
conforme a Lei nº 11.340/2006, através do método de revisão integrativa da literatura. Esta foi realizada 
nas bases de dados: da Agência de Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior 
(Capes), na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e na Scientific Electronic Library Online (Scielo), 
objetivando analisar artigos publicados nos últimos dez anos no idioma português. Os descritores 
utilizados na busca foram: Violência Doméstica, Lei Maria da Penha, Perfil das Vítimas e Agressores. 
Quanto aos resultados e conclusões nesta revisão foram construídas três categorias de análise: Perfil 
das vítimas e marcadores sociais, Perfil dos agressores, Violência doméstica: as diversas formas de 
manifestação. Diante disto, observou-se a necessidade de mais pesquisas sobre a temática, 
reconhecendo a singularidade das situações enfrentadas pelas vítimas, bem como dados mais precisos 
ou não negligenciados no momento de inscrição nos sistemas de informação. Ao final percebe-se que 
a Psicologia não teve destaque na produção literária acerca desta temática, evidenciando uma lacuna 
na análise e problematização dos fenômenos sociais e culturais que atravessam a vida das (os) 
envolvidas (os). 
 
Palavras-chave: Violência doméstica contra as mulheres. Violência de gênero. Perfil das vítimas. Lei 
Maria da Penha. Perfil dos agressores. 
 
 

1 INTRODUÇÃO 
 

A violência é uma das grandes causas de sofrimento e adoecimento das 

mulheres brasileiras, se apresentando de diversas formas: psicológica, física, moral, 

sexual, doméstica e patrimonial, e como consequência mais grave de seus 

desdobramentos ocasiona a morte de milhares de mulheres no Brasil pela simples 

condição de serem mulheres (BRASIL, 2006). 

O recorte deste estudo analisa a violência contra a mulher cometida por 

parceiro íntimo. A literatura contempla expressões como violência doméstica, 

relacionada às situações que ocorrem dentro do lar, no espaço privado e entre 

membros da família que exercem diferentes figuras parentais e afetivas. Encontra-se 

também o termo violência intrafamiliar, que também é cometido por pessoas da família 

                                                
1 Acadêmica do Curso de Psicologia pela Universidade do Vale do Taquari – Univates. 
gplorenzini@universo.univates.br 
2 Docente mestre do Curso de Psicologia pela Universidade do Vale do Taquari. – Univates. 
elisangela.zanelatto@univates.br 



4 

ou relação íntima da vítima, mas não restritas ao ambiente de moradia. E a própria 

expressão de violência contra a mulher, referindo-se à conduta violenta de outrem 

praticada simplesmente pela condição de ser mulher (TELES; MELO, 2003). 

 A violência contra mulher, doméstica ou intrafamiliar, exige a análise do 

problema por um prisma mais amplo, capaz de englobar outras variáveis para além 

da marcação biológica, sexual e parental em sua raiz. Nesse aspecto Butler (2003), 

afirma a importância da definição de gênero, integrando a este mais que a 

representação feminina ou masculina, justificando a complexidade e singularidade de 

cada sujeito e de suas múltiplas expressões no campo do discurso, da linguagem e 

do ato político, performando para além dos marcadores biológicos.  

Butler (2003), não nega o longo percurso epistemológico para a construção do 

conceito de gênero e analisa principalmente a sociedade ocidental, na qual a produção 

de regras e comportamentos visam modular as experiências de ser e estar no mundo, 

naturalizando umas e condenando outras. A padronização dos corpos e suas 

regulamentações, fixadas às práticas sociais, visam a repetição de determinados 

scripts, efetivados através da reiteração de padrões impostos, que por muito tempo 

condicionam e limitaram o tornar-se mulher ou homem através de marcadores 

comportamentais e atitudinais esperados para ambos. Esses marcadores, ainda hoje 

são utilizados como dispositivos que distribuem de forma desigual as relações de 

poder entre estes, amparando assim uma cultura de violência, onde um gênero sente-

se autorizado e confortável em oprimir ou ameaçar aquele que se distingue dele 

(BUTLER, 2003).   

Segundo Teles (2006), o problema da violência contra a mulher no contexto 

brasileiro demorou até ser reconhecida e entendida de forma mais ampla, como 

violência de gênero. Dificuldade justificada por uma cultura patriarcal, onde o causador 

dos atos violentos pertence ao gênero entendido como dominante, sendo expressado 

em vários âmbitos do convívio em sociedade. Essa normalização de formas machistas 

e sexistas de se relacionar com os gêneros opostos, fomenta injustiças e 

desigualdades estruturais, que inviabilizam a plenitude de direitos assegurada 

constitucionalmente para todas (os) (TELES, 2006). 

Os crescentes números de violências contra as mulheres e outras minorias no 

Brasil e no mundo são um problema de extrema gravidade, permeando muitas áreas 

e impactando todo o contexto social, principalmente o da saúde (ARAÚJO, 2008). 



5 

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) (KRUG et al., 2002) desde o início da 

década de 1990 a violência contra as mulheres é tratada como um problema de saúde 

pública mundial. 

Referente às mulheres, Jesus (2010) discorre sobre o histórico de violências 

sofridas pelas mesmas, ocorrendo por longos períodos e sob tutela do Estado. Em 

1830, o Código Criminal abrandava o homicídio praticado pelo marido quando 

houvesse adultério, por parte da esposa, já se o marido mantivesse relações com 

outras mulheres era tratado como concubinato (JESUS, 2010). Em 1917 o Código 

Civil considerava a mulher casada incapaz, essa condição de inferioridade sofreu 

alteração quase meio século depois (JESUS, 2010). A Constituição Federal criada em 

1988, em seu segundo capítulo assegura que homens e mulheres, são iguais em 

direitos e obrigações, também passa a regular questões pertinentes aos bens do casal 

e à responsabilidade com os filhos (BRASIL, 1988). 

Segundo Soares (2005) o Brasil inicia a caminhada de transformação dos 

direitos das mulheres impulsionada pelos esforços de grupos feministas. No ano de 

1994, a Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), é sediada 

no Brasil, e gera um documento denominado, Convenção de Belém do Pará, 

resultando um relatório e a criação de um documento que visa a garantia de diversos 

direitos para as mulheres (SOARES, 2005).  

Conforme Bandeira e Almeida (2015) a Convenção Interamericana para 

Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher de Belém do Pará, é ratificada 

em novembro de 1995, mas de fato só passa a ser cumprida no ano de 2001 pelo 

estado brasileiro. Isso ocorreu devido à condenação do mesmo, pela Comissão 

Interamericana de Direitos Humanos (CIDH/OEA), pela omissão, negligência e 

tolerância no julgamento dos processos movidos por Maria da Penha Maia Fernandes, 

referente a diversas violências e dupla tentativa de homicídio cometidas contra ela por 

seu parceiro íntimo (BANDEIRA; ALMEIDA, 2015). 

Segundo Ribeiro e Coutinho (2011) a criação da Lei 11.340/2006, intitulada Lei 

Maria da Penha (LMP), leva este nome devido ao resultado da sentença deferida 

contra o Brasil pela CIDH/OEA, que dentre outras obrigações exigiu a reparação 

simbólica das omissões cometidas pelo judiciário brasileiro, na condução deste caso. 

A LMP apresenta em seus regulamentos o incremento de uma rede de enfrentamento, 

com órgãos multisetoriais, serviços e estratégias efetivamente criados visando mitigar 



6 

a violência doméstica, também propõe o fomento de estudos e estatísticas capazes 

de auxiliar na melhoria e implementação de novas políticas públicas (BRASIL, 2006). 

No ano de 2011, o fortalecimento da Política Nacional de Enfrentamento à 

Violência contra as Mulheres, valida o acordo entre os governos federal, estaduais e 

municipais para o desenvolvimento de ações que visem o atendimento, combate e 

prevenção da violência (BRASIL, 2011). A assistência às mulheres em situação de 

violência deve contemplar a premissa básica do atendimento humanizado, devido à 

gama de demandas apresentadas pelas mesmas em situação de violência doméstica, 

exigindo dos operadores públicos e comunitários um contínuo aprendizado e 

disposição a atualizações, para o reconhecimento dela em suas diferentes 

apresentações: física, psicológica, sexual, moral e patrimonial (BRASIL, 2011). 

No ano de 2015 outra lei é implementada visando reduzir o processo contínuo 

de violência contra mulher que culmina no seu óbito, é a Lei do Feminicídio 

13.104/2015, que passa incluir o rol dos crimes hediondos. Qualifica como agravante 

de Feminicídio o crime de homicídio ou de tentativa contra a mulher por razões ligadas 

ao seu gênero, contemplando a violência doméstica e familiar, menosprezo ou 

discriminação à condição de mulher como seus maiores agravantes, sem justificativa 

por motivo torpe (BRASIL, 2015). Dados recentes comprovam a gravidade deste 

problema, onde o Brasil ocupa o quinto lugar, de um montante de 83 países no índice 

de feminicídio (WAISELFISZ, 2015). 

Tendo em vista os dados apresentados acima, e a discussão teórica realizada, 

justifica-se a realização deste estudo, voltado a conhecer e compreender a violência 

doméstica, de modo especial acerca do perfil das vítimas e dos agressores, refletindo 

acerca dos desdobramentos da violência. A seguir será explicado o percurso 

metodológico para a realização deste estudo.  

 

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 

A revisão integrativa de literatura é uma abordagem assertiva para o 

levantamento e a síntese de produções científicas. Por meio desta, é possível 

mensurar o que foi produzido de relevante referente a determinado tema dentro de 

um período delineado, selecionando referenciais e compilando conclusões de 



7 

estudos, que permitam um conhecimento global acerca de determinado assunto 

(SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010). 

Segundo Souza, Silva e Carvalho (2010) a revisão integrativa de literatura 

apresenta seis fases distintas, sendo elas: elaboração da pergunta norteadora, busca 

da amostragem na literatura, coleta de dados, análise criteriosa dos estudos incluídos, 

discussão e apresentação dos resultados.  

De acordo com essa proposta apresentada pelos autores, destaca-se que este 

estudo iniciou com a escolha da pergunta norteadora, a saber: Qual o perfil das vítimas 

de violência doméstica e dos agressores? Ainda nesta etapa, buscou-se os 

descritores que melhor se aproximavam da temática, através da plataforma de 

Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), pensando em obter uma assertividade 

maior em relação aos indexadores pesquisados. Sendo assim, foram usados os 

seguintes descritores e suas combinações: Violência Doméstica, Lei Maria da Penha, 

Perfil das Vítimas e Agressores. 

Na segunda etapa, foram definidos os critérios de inclusão dos materiais, 

sendo: artigos empíricos e teóricos relacionados ao tema, período de publicação dos 

materiais entre os anos de 2010 e 2020, totalizando um período de 10 anos e idioma 

em português. Destaca-se que foram excluídos os artigos em duplicidade, fora do 

período de tempo proposto, dissertações e teses.  

Com base nestes elementos, foram realizadas pesquisas nos seguintes portais 

científicos nos dias quinze e dezesseis de maio de 2021: Agência de Coordenação de 

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Biblioteca Virtual em Saúde 

(BVS) e na Scientific Electronic Library Online (Scielo). Na terceira etapa, realizou-se 

a coleta de dados através da busca nos portais citados. Foram analisados no primeiro 

momento as palavras-chave, os resumos e resultados verificando quanto à 

concordância com o tema da pesquisa. Neste processo foram encontrados 83 artigos.  

A etapa seguinte se caracterizou pela análise criteriosa dos materiais, sendo 

que para isso, foi construído um instrumento de registro contendo as seguintes 

informações: (1) ano da publicação e autores, (2) título do artigo, (3) periódico de 

publicação e base de dados, (4) objetivos, (5) métodos, (6) resultados e (7) 

conclusões. Nota-se que este instrumento auxiliou na compilação dos principais 



8 

elementos de cada estudo, bem como para análise dos mesmos. Assim, obteve-se 

como resultado final 10 artigos. 

Por fim, a partir da análise dos dados encontrados foi possível construir três 

categorias de análise que serão apresentadas e discutidas na próxima seção. 

 

3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 

 Conforme as etapas descritas anteriormente, foram identificados 10 estudos 

que validaram essa revisão integrativa de literatura, apresentados no quadro 1. 

Partindo da discussão e da categorização dos dados encontrados construiu-se três 

categorias de análise: Perfil das vítimas e marcadores sociais, Perfil dos agressores 

e Violência doméstica: as mais diversas formas de manifestação. Estas categorias 

serão apresentadas e discutidas na próxima seção de análise com aporte de 

referenciais complementares. 

Quadro 1 - Detalhamento dos estudos sobre o perfil das vítimas e agressores de 

violência doméstica contra mulher no período de 2010 a 2020 

Código 
numeral 

Ano 
da 

Publicação 
Autores Título Periódico 

Portal 
de 

busca 
Objetivo Método 

1 2012 Carneiro e 
Fraga. 

A Lei Maria da 
Penha e a proteção 
legal à mulher 
vítima em São Borja 
no Rio Grande do 
Sul: da violência 
denunciada à 
violência silenciada 

Serviço Social & 
Sociedade. São 
Paulo, n. 110 

Scielo Mapear os casos de 
violência doméstica que 
foram registrados na 
polícia civil e no Fórum 
de São Borja, RS, 
durante os anos 2009 e 
2010 

Pesquisa exploratória-descritiva,  
de delineamento documental, 
(mapeamento dos registros de 
ocorrência, inquéritos policiais, 
processos e sentenças judiciais), 
envolvendo mulheres vítimas de 
violência doméstica, segundo a 
LMP nos anos de 2009 a 2010. 

2 2013 Sousa; 
Nogueira; 
Gradin. 
 

Perfil da violência 
doméstica e familiar 
contra a mulher em 
um município de 
Minas Gerais, Brasil 

Caderno de 
Saúde Coletiva, 
vol.21 nº.4. 

Scielo Análise amostral de 
Boletins de Ocorrência, 
referente violência 
contra a mulher na 2ª 
Delegacia Regional de 
Polícia Civil de Alfenas, 
Minas Gerais no ano de 
2011. 

Quantitativa, descritiva-
exploratória e transversal tipo 
estratificada, caracterizada por 
uma confiança de 95% e um erro 
de aproximadamente 3,3%. 
Sobre: 392 de um montante de 
715 registros, no ano de 2011. 

3 2013 Vale, S. L. L. 
et al. 

Repercussões 
psicoemocionais da 
violência 
doméstica,perfil de 
mulheres na 
atenção básica.  

Rev. Rene. 
Revista Mineira 
de Enfermagem 
v. 14, n. 4. 

BVS Perfil sociodemográfico 
e as repercussões de 
mulheres atendidas em 
um serviço de saúde nos 
dois primeiros meses de 
2010, na Paraíba. 

 Entrevista exploratória-
descritiva quantitativa, com 211 
mulheres, em uma Unidade de 
Saúde da Família no interior da 
Paraíba, de janeiro a fevereiro no 
ano de 2010. 

4 2016 Vasconcelos; 
Holanda; 
Albuquerque. 

Perfil do agressor e 
fatores associados 
a Violência contra 
as Mulheres  

Cogitare 
Enfermagem, v. 
21, n. 1 

BVS Analisar o perfil do 
agressor e os fatores 
associados à violência 
doméstica, no interior de 
Pernambuco, nos anos 
de 2008 a 2012. 

Estudo transversal e documental 
referente a 512 casos de 
violência contra a mulher, na 
Secretaria da Mulher do 
município de Vitória de Santo 
Antão, entre junho de 2008 a 
dezembro 2012. 



9 

5 2016 Ferreira, 
Rebeca 
Monteiro et 
al. 

Características de 
saúde de mulheres 
em situação de 
violência doméstica 
abrigadas em uma 
unidade de 
proteção estadual.  

Ciência & Saúde 
Coletiva. v. 21, 
n. 12 

CAPES Características 
sociodemográficas e de 
saúde das vítimas de 
violência que estiveram 
sob a tutela protetora do 
Estado no interior do 
Ceará, antes e depois a 
Lei Maria da Penha entre 
2001 e 2012. 

Estudo seccional, exploratório-
descritivo, documental, quanti-
qualitativo realizado em uma 
unidade de proteção especial as 
vítimas de violência, no 2º sem. 
de 2013. Amostra composta por 
197 prontuários (30% do total de 
608 mulheres, considerando 7% 
ref. perdas/critério de exclusão) 
atendidas entre 2001 e 2012. 

6 2016 Amaral, 
Luana 
Bandeira de 
Mello et al. 

Violência doméstica 
e a Lei Maria da 
Penha: perfil das 
agressões sofridas 
por mulheres 
abrigadas em 
unidade social de 
proteção. 

Revista Estudos 
Feministas, v. 
24, n. 2, 
Florianópolis. 

CAPES Conhecer as diferenças 
antes e após a criação 
da Lei Maria da Penha 
nas agressões sofridas 
pelas mulheres 
atendidas na Unidade de 
Proteção Especial do 
Estado do Ceará 

Estudo seccional, exploratório-
descritivo, documental. A 
amostra foi composta por 197 
prontuários das mulheres 
atendidas em uma Unidade de 
Proteção, entre os anos de 2001 
e 2012. Análise através do SPSS 
versão 20.  

7 2017 Bozzo, Ana 
Clara 
Borborema 
et al. 

Violência doméstica 
contra a mulher: 
caracterização dos 
casos notificados 
em um município do 
interior paulista  

Revista 
Enfermagem 
UERJ, v. 25. 

BVS Perfil das mulheres 
vítimas de violência 
doméstica no município 
de Ribeirão Preto 

Revisão documental com 
abordagem quantitativa, 5.643 
notificações de violência 
doméstica, a partir de dados 
contidos na ficha de notificação 
(SINAN), 01 de 2009 a 06 de 
2013 

8 2017 Mendes, 
Zilma dos 
Reis et al. 

Mulheres Vítimas 
de Violência 
Doméstica: uma 
Abordagem no 
Núcleo da 
Delegacia em 
Atendimento à 
Mulher de um 
Município do 
Estado da Bahia  

Rev. bras. 
Ciênc. Saúde; 
21  
LILACS  

BVS Perfil das vítimas de 
violência doméstica, 
atendidas em um núcleo 
de assistência à mulher 
na Delegacia Civil entre 
2012 a 2014, em São 
Francisco do Conde, 
interior da Bahia. 

Estudo do tipo quali-quantitativo 
com base em 67 registros de 
boletins de ocorrência de 
mulheres vítimas de violência 
doméstica que deram entrada no 
Núcleo da Delegacia 
Especializada em Atendimento à 
Mulher (NUDEAM), no período 
de 2012 a 2014 

9 2018 Macarini; 
Miranda. 

Atuação da 
Psicologia no 
Âmbito da Violência 
Conjugal em uma 
Delegacia de 
Atendimento à 
Mulher. 

Pensando 
famílias, Porto 
Alegre, v. 22, n. 
1 

BVS Caracterizar a violência 
conjugal denunciada por 
mulheres em uma 
delegacia de proteção à 
mulher, atendidas junto 
ao serviço de psicologia, 
em Maringá SC. 

Pesquisa documental, de análise 
não probalistica dos boletins de 
ocorrências registrados na 
delegacia, encaminhados ao 
serviço de psicologia por 
violência doméstica, no período 
de 08/2012 a 08/2015. 

10 2020 Ferreira, 
Patrícia 
Chatalov; et 
al.  

Caracterização dos 
casos de violência 
contra mulheres  

Revista de 
enfermagem 
UFPE 
 

BVS Caracterizar os casos de 
violência contra a 
mulher, na cidade de 
Maringá, PR, através da 
análise dos registros no 
banco de dados do 
SINAN. 

Estudo quantitativo, descritivo, 
ecológico, de séries temporais 
(2010 a 2015), através da coleta 
de dados no SINAN. Aplicou-se 
a estatística inferencial por meio 
da análise univariada. 
Consideraram-se, para todas as 
análises, um intervalo de 
confiança de 95% e o nível de 
significância 5% 

Fonte: Das autoras, 2021. 

 A partir dos dados expostos no Quadro 1, nota-se que a maioria dos artigos 

optou pela metodologia exploratória-descritiva. Para estes percursos, os autores 

utilizaram dados documentais para descrever as características referentes à 

população estudada. Em sua grande maioria mulheres jovens, com baixa 

escolaridade, que devido aos desdobramentos das violências sofridas em seus 

relacionamentos com parceiros íntimos, procuram serviços da rede de saúde e 

enfrentamento tentando reprimir os agravos da violência doméstica. 



10 

Em relação à produção de artigos, percebe-se que houve mais publicações no 

ano de 2016, sendo encontrados três artigos nas bases de dados pesquisadas (4, 5, 

6)3, seguido dos anos de 2017 com dois (7, 8), e 2013 (2, 3) também com dois. Nesse 

sentido, parece que o interesse pelo tema vem crescendo e provocando os estudiosos 

sobre a importância de descrever e escrever mais referenciais sobre a violência contra 

as mulheres. A base de dados com maior número de artigos selecionados foi a BVS 

com seis (3, 4, 7, 8, 9, 10), seguido do portal da Capes (5, 6) e da Scielo (1, 2), ambos 

com dois artigos. As regiões brasileiras, cujas amostras foram estudadas e constam 

nesta revisão integrativa, são a Sul do país (1, 9, 10), Sudeste (2, 7) e Nordeste (3, 4, 

5, 6, 8). 

Quanto ao local de pesquisa dos estudos selecionados identifica-se maior 

participação dos serviços de segurança pública, em alguns, observa-se que outros 

serviços estão associados, como o de Psicologia (9) e Justiça (1), totalizando quatro 

artigos (1, 2, 8, 9). Aparecem também serviços como unidades de proteção às vítimas, 

abordadas em dois artigos (5, 6), e em dois, serviços da rede de saúde municipal (3, 

4). Identifica-se também que dois estudos (7, 10) foram realizados com base nos 

dados do Sistema de Informações de Agravo e Notificação (SINAN).  

A análise dos artigos apresenta outro dado que ganha importância referente às 

áreas de conhecimento responsáveis pela elaboração dos mesmos. Nesse sentido, 

observa-se que a área de conhecimento que mais se dedicou a este tema foi o da 

saúde, com pelo menos um dos autores do núcleo da Enfermagem em seis estudos 

(2, 3, 4, 6, 7, 10), a Psicologia apareceu somente em um (9).  

A partir dos dados encontrados, de modo especial, dos resultados 

apresentados pelos estudos, foi possível agrupar informações e construir três grandes 

categorias que emergiram dessa análise: 1. Perfil das vítimas e marcadores sociais, 

2. Perfil dos agressores e 3. Violência doméstica: as diversas formas de manifestação. 

3.1 Perfil das vítimas e marcadores sociais 

Os estudos analisados nesta revisão permitem descrever um perfil muito 

parecido entre as mulheres vítimas de violência doméstica incluídas nos estudos, 

                                                
3 A partir daqui, para melhor organização textual será utilizado um código numérico correspondente a 
cada um dos dez artigos incluídos nesta revisão integrativa, a ordem numérica e respectivas referências 
estão detalhadas no Quadro 1. 



11 

elaborados em diferentes regiões do país. A partir desses dados, criou-se uma 

fotografia transitória, considerando que essa realidade recebe novas notificações a 

cada instante em nosso país e infelizmente afeta o cotidiano de tantas brasileiras. 

Essas mulheres são jovens das mais diversas idades, concentrando maior percentual 

na faixa etária dos 30 anos, de raça branca e parda predominante nos artigos 

analisados, alfabetizadas, com tempo de escolaridade de até oito anos, poucas com 

ocupação estável e consequentemente renda própria. Mães de um filho (a) ou mais, 

provenientes de suas relações pessoais duradouras com seus atuais ou ex-

companheiros, sendo estes seus principais agressores. 

De acordo com a faixa etária, o artigo (2) apresenta a média de idade das 

mulheres vítimas de violência doméstica, encontradas nos registros de ocorrência 

sendo de   33,28 anos. Outro estudo (9) constata a média de 35,39 anos. O artigo (5) 

relata que a faixa etária mais atingida são as de mulheres acima dos 31 anos, com 

43,7%, seguida da faixa etária dos 15 a 25 anos, com 33,5%. Conforme artigo (6) 

55,8% das mulheres que foram atendidas antes e depois da Lei 11.340/2006 tinham 

idades entre os 15 a 30 anos. O estudo (8) evidencia vítimas com idade dos 19 a 30 

anos, 59,7%. O artigo (10) aponta que as mulheres de 20 a 29 anos foram as mais 

atingidas pela violência doméstica, dentre os registros do SINAN na cidade de Maringá 

- PR, seguidas pelas de 30 a 39 anos. O artigo (3) refere que a faixa etária adulta é a 

mais atingida, com 87,2%, dos registros no serviço de saúde pesquisado, em uma 

cidade do interior da Paraíba, seguido das de adolescentes, com 7,6% e por último as 

de terceira idade com 5,2%. Tais informações fornecidas por este estudo, são 

corroboradas pelos dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FAIRCLOUGH, 

2019), o qual refere que cerca de 16 milhões de mulheres brasileiras com 16 anos ou 

mais sofreram algum tipo de violência no ano de 2018.  

Outro dado que emergiu nessa categoria se refere ao estado civil das vítimas, 

em que aparecem representações que apontam para relacionamentos duradouros 

com diferentes marcadores e denominações. No estudo (2) 28% são amasiadas, 26% 

casadas e 26% solteiras. No artigo (3), são casadas 45%, em união consensual 27%, 

solteiras 19% e separadas 8%, já no artigo (6), a maioria das vítimas atendidas em 

uma Unidade de Proteção Especial no Estado do Ceará foi caracterizada em união 

estável em 68% dos registros. O artigo (9) as divide em: casadas 45,4%, união estável 

43,7%, namorando 10,9%, traz como informação adicional que o tempo médio dos 



12 

relacionamentos é de 10 anos. O estudo (5) destoou dos anteriores, apresentando 

percentual maior de vítimas solteiras 73%, casadas 26,4%, porém, refere como dado 

adicional a presença de relações duradouras, o que não descaracteriza sua 

conformidade com os demais quanto ao agressor ser da relação íntima da vítima. 

Segundo Vale et al. (2013) a violência doméstica é predominante em mulheres 

com relacionamentos estáveis ou estado civil consolidado. Após a criação da Lei 

11.340/2006 houve o aumento de denúncias, não porque não houvesse casos de 

violência doméstica antes da implementação da lei, mas, sim porque ocorreu 

reconhecimento de outras violências tão nocivas quanto à física ou sexual, a exemplo 

a psicológica, moral e patrimonial e a sensibilização para seu reconhecimento (VALE 

et al. 2013). 

 Outro marcador que deve ser anunciado a partir da análise desses estudos, se 

refere à raça, etnia ou cor de pele. Nestes, aparecem com maior expressão casos 

envolvendo mulheres de pele clara. O artigo (2) apresentou percentual somente 

referente a mulheres autodeclaradas brancas 63,6%, não considerando outras raças. 

O estudo (3) considera a maior diversidade de raças, morenas e ou pardas 46,5%, 

brancas 42%, negras, 10% e 1,5% indígenas. O artigo (5) inclui pardas 47,2% e 

brancas 21%. O artigo (6) considera somente as de maior expressão na amostra de 

197 prontuários, sendo elas pardas 47,2%. O artigo (7), também considerou o mesmo 

critério, mencionado somente o percentual de maior expressão, sendo 70,81% de raça 

branca. Negras 22,4%, pardas 17,9% e raça desconhecida ou não informada 58,2%, 

são referentes ao artigo (8). Conforme artigo (10) e suas faixas etárias com maior 

índice de violência doméstica, novamente há somente referência a cor de pele que 

predominou nos registros, sendo a raça branca. 

Estima-se que o número seja ainda maior em virtude da subnotificação dos 

casos. Isso ocorre por diversos motivos, um deles, refere-se às dificuldades das 

mulheres vítimas de violência acessarem seus direitos, seja por vulnerabilidade social 

e racial, medo, preconceito ou outras questões que as fazem retroceder ou não 

reconhecer atitudes nocivas investidas contra elas como violência (MENEGHEL; 

PORTELLA, 2017). Nesse sentido, segundo Werneck (2010) mulheres negras são 

vítimas de violência doméstica em 58,86% dos casos. Pesquisas apontam a 

complexidade e diversidade com a qual a violência doméstica e familiar acomete todas 

as mulheres, e reconhecem o agravo nas autodeclaradas pardas ou negras. Assim, a 



13 

violência de gênero, por exemplo, soma-se à violência étnica/racial. Ainda, segundo a 

autora, a estrutura do racismo está ligada intimamente à cultura, ao patriarcado e ao 

capitalismo. A objetificação de seus corpos potencializam as violências e as 

condicionam a lugares de maior exposição às vulnerabilidade (WERNECK, 2010). 

Nessa perspectiva, os estudos de uma forma geral alertam para importância de 

reconhecer a transversalidade deste fenômeno, uma vez que acomete mulheres 

indiferente de sua raça ou etnia e de distintas classes sociais, tornando-se 

principalmente demanda para a saúde pública. Uma diferença crucial observada se 

refere aos recursos econômicos das vítimas, o que fez emergir mais dados das 

classes menos favorecidas mantendo-se encobertas as que ocorrem com pessoas 

em situações mais abastadas 

A relação entre vulnerabilidade e marcadores sociais como gênero, classe 

social, raça engendram diferenças assimétricas que reverberam em agravos para 

todos envolvidos. A escolaridade que é uma ferramenta de inclusão e de 

desenvolvimento, aparece com pouca expressividade na realidade dos envolvidos 

nesta revisão. 

Neste aspecto, quanto à escolaridade, sete artigos abordam de forma sintética 

maior tendência das vítimas de serem alfabetizadas, porém, evidenciam a baixa 

escolaridade e precariedade de dados quanto ao grau de instrução. Os estudos (2, 5) 

apontam que 59,3% e 91,4% das vítimas são alfabetizadas. O artigo 10 aponta 

escolaridade média de 8 anos. Das amostras pesquisadas, possuem ensino 

fundamental incompleto (3) 27,5%, (8) 23,9%. Fundamental completo (3) 29,5%, (7) 

19,9%. Ensino médio completo (2) 14,4%, (3) 33%, (8) 17,9%. Com ensino superior 

(3) 7%. Dados do artigo (6) indicam que quase a maioria das mulheres atendidas na 

unidade de proteção possuem baixa escolaridade, 91%, porém não especificam o 

grau de instrução. O artigo (7) apresenta ausência de informações em 47,73% das 

notificações pesquisadas, assim como o artigo (8) em 43,3% nos registros.  

Moura et al. (2009) apontam que o maior índice de mulheres que buscam as 

delegacias de polícia para registrar ocorrência, apresentam baixo nível de instrução, 

porém se comparado com o de seus agressores, as mulheres possuem maior tempo 

de escolarização. Em consideração às vítimas com maior grau de instrução há 

indicativos de acessos a outras redes e serviços, como advocatícios, médicos, 



14 

psicológicos e maior suporte em sua rede de relações proximais, ampliando assim 

estratégias de enfrentamento para o problema (MOURA et. al. 2009).  

 Dados referentes à renda familiar e ocupação das mulheres vítimas de 

violência doméstica são pouco conclusivos nos artigos analisados e parecem 

demonstrar uma lacuna nessas informações. Conforme tendência percebida, acredita-

se que seja pela falta de registros nas bases de dados consultadas. Quatro dos dez 

artigos selecionados (2, 3, 5, 8) indicam que as mulheres estão em similaridade, 

trabalhando em serviços domésticos/manuais e não especificados, em comparação 

com as que estão desempregadas, aposentadas ou não trabalham, porém, não 

apresentam dados de sua participação efetiva no seu sustento ou na renda familiar. 

Neste contexto, quanto à renda familiar, amostras mais significativas dos 

artigos indicam proximidade das mulheres que vivem com até um salário-mínimo, com 

as de registros sem informações especificadas. A estimativa de renda aparece mais 

claramente em dois artigos, com até um salário-mínimo no artigo (5) são 27,4%. E no 

artigo (8) 33% com o incremento de algum benefício social governamental. O artigo 

(3) realizado na região Nordeste, apresentou a renda familiar mais elevada se 

comparada às demais, com 72% das famílias com até dois salários e 28% com mais 

de dois salários-mínimos. Quanto à ocupação, os dados demonstram que 53,3% (2), 

57% (3), 31,5% (5), são donas de casa, não trabalham ou poderiam estar 

desempregadas, ainda no artigo (5) 26,9% informam receber algum benefício social 

complementar. No artigo (8) a maioria das informações obtidas indicam ocupação ou 

profissão desconhecida ou não especificada: 74,6%, e no artigo (3) 43%. As que 

apresentam ocupação definida são da área de serviços (gerais, informal ou indústria), 

conforme o artigo (5) 37,6%, e 8,9% conforme o artigo (8). 

Conforme Carvalho et al. (2010) em uma pesquisa realizada com mulheres 

vítimas de violência doméstica quanto a dinâmica relacional com seus companheiros 

em um bairro da cidade de Florianópolis, as mesmas relataram um cotidiano cercado 

de ameaças e agressões. Entretanto, quando questionadas sobre uma possível nota 

para seus relacionamentos, 74,2% deram nota igual ou superior a oito; e 25,8% das 

mulheres deram nota igual ou inferior a sete. Uma possível justificativa, para a 

ambiguidade destes dois relatos acerca do mesmo fenômeno pode estar relacionada 

dependência financeira e psicológica que essas mulheres têm da relação com seus 

companheiros, a pesquisa revelou que 43,6% dependem deles para complementar a 



15 

renda familiar, 35,5% dependem do parceiro para sustentar a família, e 8,1% das 

mulheres só contam com a renda dos companheiros para sua sobrevivência e de seus 

dependentes.    

A importância da valorização laboral estável, segundo Venâncio e Fonseca 

(2013), deve ser estimulada, pois evidencia o potencial de fortalecimento da 

autoestima como também predispõe as mulheres a romper com o ciclo de violência, 

uma vez, que a dependência financeira é um dos motivos justificados pelas vítimas 

em continuar em relações abusivas. 

De acordo com Miranda, De Paula e Bordin (2010) às mulheres em situação de 

violência, de um modo geral, apresentam taxas mais altas de absenteísmo, atrasos 

no trabalho, falta de motivação e consequentemente diminuição da produtividade. O 

que interfere ativamente em suas entregas profissionais, tornando-as suscetíveis ao 

desemprego e inviabilizando a sua autonomia, como consequência dependentes de 

seus agressores. 

Com relação à maternidade, três estudos abordam essa informação. Um deles 

avaliou dados anteriores à Lei 11.340/2006 e posteriores, nessa ordem 93,8% e 86,8% 

das mulheres atendidas no abrigo estadual possuíam de 1 a 5 filhos no momento de 

sua estadia no local (5). Outro estudo aponta que 43% das mulheres que buscaram o 

núcleo de assistência no município possuíam 1 a 2 filhos (8), e 64,4% das mulheres 

que registram ocorrência em uma delegacia entre os anos de 2012 e 2015, possuíam 

1 ou mais filhos com o agressor (9).  

Conforme Silva, Coelho e Caponi (2007), a violência familiar ou doméstica, 

além dos prejuízos já sabidos quanto à saúde e desenvolvimento dos filhos (as), 

impactam em questões subjetivas, como ao desenvolvimento de estilos parentais 

baseados nas experiências pregressas vividas na família de origem. Com isso 

oportuniza que a violência seja requerida como uma estratégia comportamental para 

resolução de problemas, ou naturalizada como formato relacional predominante em 

alguns sujeitos. 

Com tudo, é possível observar a relação do perfil das vítimas de violência 

doméstica e de alguns marcadores sociais. Sendo assim, na próxima categoria de 

análise serão apresentados dados sobre o perfil dos agressores que cometem 

violência doméstica. 



16 

3.2 Perfil dos agressores  

 O perfil dos homens envolvidos em violência doméstica que figuram neste 

estudo como autores de agressão ou de forma mais contundente, denominados de 

agressores, devido ao enquadramento dado na Lei 11.340/2006, possuem 

similaridade de idade com as mulheres vítimas de violência doméstica. A faixa etária 

é de sujeitos entre 20 a 40 anos de idade, com grau de instrução inferior ao das 

mulheres, reconhecidos como alfabetizados em sua grande maioria, porém impossível 

de encontrar um indicativo quanto ao grau exato de instrução. Na maioria, são 

trabalhadores do setor de produção e construção civil, com baixa renda, mas 

responsáveis pelo seu sustento e consequentemente de suas famílias. 

 Quatro estudos (2, 4, 6, 9) mostram homens na faixa etária de 38 anos de idade 

(média). O estudo que analisou os boletins de ocorrência de um município no interior 

de Minas Gerais aponta média de idade de 35,55 anos (2). Outro estudo, aponta 

média de idade de 39 anos, tendo homens dos 17 aos 76 anos, nos registros de 

ocorrência da Delegacia de Atendimento da Mulher em um município de Santa 

Catarina (9). O artigo (4) apresenta percentuais bem próximos entre homens, de 19 a 

30 anos 36%, de 31 a 40 anos 33,8%. O estudo (6) apresenta percentual muito 

parecido com o anterior, onde 71,7% dos agressores encontram-se entre 20 e 40 anos 

de idade. Em relação a raça ou etnia, somente o estudo (2) evidencia que a maior 

parte da amostra é de homens brancos 46,4%. 

Em relação ao estado civil ou tipo de relação dos autores de agressão 

aparecem diversas nomenclaturas, assim como observou-se no caso das vítimas, 

aparecem denominações como: casados, amasiados, namorados, companheiros, em 

união estável, como também, as mesmas nomenclaturas antecedidas do prefixo, “ex”. 

Referente aos relacionamentos atuais, os artigos (2, 4, 9) apresentam nessa mesma 

ordem percentuais de 49%, 53,4% e 89,2% da violência cometida por companheiros. 

Apenas os estudos (2, 4) mostram percentuais referente aos ex-companheiros sendo 

35% e 31% como perpetradores de violência. Figuram entre os dados, informações 

referentes ao tempo de relacionamento com as vítimas, o artigo (4) apresenta média 

de 35,2% de relacionamentos de 1 a 4 anos, e 37,2% de relacionamentos com 10 

anos ou mais. No artigo (9) a média de tempo dos relacionamentos é de 10 anos com 

42,40% da amostragem dentro dessa categorização.  



17 

A partir dessas informações, torna-se importante voltar o olhar para os dados 

do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FAIRCLOUGH, 2019), o qual refere que em 

mais de 76% dos casos as mulheres indicaram que o agressor era um conhecido, 

apontando um aumento de 25% em relação à pesquisa realizada em 2017. Dentre os 

vínculos mais citados destacam-se:  namorado/cônjuge/companheiro como o principal 

perpetrador, 23,8% (aumento de 23%), ex-namorados e ex-companheiros com 15,2% 

e vizinhos com 21,1%.  

Consoante a estes dados encontrados na revisão integrativa, uma pesquisa 

realizada em 2017 pelo Datasenado, referente à Violência Doméstica e Familiar contra 

a Mulher, apontou que 33% das mulheres pesquisadas afirmaram ter sofrido violência 

doméstica de seus ex-maridos, ex-companheiros ou ex-namorados. Ainda, segundo 

Silva e Oliveira (2015) a violência doméstica praticada pelo parceiro íntimo, atual ou 

passado é prevalente no que se refere à expressão de violência mais sofrida pelas 

mulheres no Brasil. 

Referente à ocupação, dois estudos sinalizam as profissões mais declaradas 

(industriários, auxiliar de serviços gerais e construção civil), o artigo (2) com 26,5% 

dos agressores nessas profissões e sem ocupação especificada 24,8%. No artigo (6) 

41,5% envolvidos com trabalhos manuais, braçais. A escolaridade foi abordada 

somente em um artigo (2), apresentando 67,7% da amostragem como alfabetizados, 

destes somente 8,4% possuem ensino médio completo. 

Segundo Malta e Duarte (2007), são muitos os fatores que podem ser 

elencados para explicar os diferentes tipos de violência ocorridos entre companheiros 

íntimos, um destes são os fatores socioeconômicos dos envolvidos. Visto que há uma 

correlação significativa entre violência e pobreza, como os agravantes das 

desigualdades sociais, reverberando baixa escolaridade e subempregos em virtude 

da situação de vulnerabilidade que se encontram. 

O artigo (4) apresenta dados importantes quanto à prevalência da ocorrência 

da violência segundo algum tipo de fator associado ao perfil do agressor: violência 

física e psicológica foi a mais praticada por homens com idade entre 19 e 40 anos. 

Homens que viviam casados ou em união estável foram os mais denunciados sobre 

o crime de violência física. Os ex-companheiros conjugais por violência psicológica e 

patrimonial. Quanto à situação de renda, os homens que possuíam renda própria 



18 

apresentaram maior número de notificações na prática de violência física, sexual e 

psicológica. Os que não possuíam renda própria mostraram maior prevalência de 

cometer violência moral e patrimonial. A violência moral, destacou-se entre 

agressores com algum grau de parentesco da vítima.  

Conforme Welzer-Lang (2001), a aversão às liberdades femininas da qual os 

homens negam ter medo, somada à incapacidade de renunciarem a seus privilégios, 

que se sustentam na distribuição dispare de poderes, bem como lugares de fala e 

cultura, se mostram como pilares que sustentam a metáfora criada pelo próprio autor, 

denominada de “a casa dos homens”. Nesta, quem avalia os homens são os próprios 

homens, e quem avalia as mulheres também são os homens. Validando uma ideologia 

sexista em sua grande maioria, que visa sustentar a ideia de uma natureza superior 

(WELZER-LANG, 2001).  

Segundo Cavalcanti (2006) a violência de gênero é uma das mais nocivas 

formas de se relacionar sobretudo, desigual e impiedosa, amparada pela crença que 

um gênero detém mais poder que os outros e que isso lhe autoriza para condutas de 

destituição de valor e integridade de outro sujeito. Sustentada nesta cultura as 

violências parecem se multiplicar. 

A partir dessa análise, torna-se possível compreender um pouco da dimensão 

que constrói o perfil dos agressores. Análise pertinente para que também possam ser 

pensadas estratégias para essa população, que envolvam a educação, a 

sensibilização e conhecimento acerca de temas como machismo. 

 A ampliação de espaços de cuidado, bem como de possibilidades de acesso 

à educação poderiam ser estratégias protetivas para que estes não adentrassem em 

ciclos de violência ou perpetrassem violências, tão nocivas para as mulheres vítimas, 

os dependentes e para os próprios agressores de violência doméstica, que assim se 

tornam criminosos. Nessa perspectiva, a seguir serão abordadas as formas de 

violência contra a mulher mais praticadas por parceiros íntimos a partir dos estudos 

analisados.  

3.3 Violência doméstica: as diversas formas de sua manifestação 

A violência sofrida pelas mulheres nas mais diversas regiões do país, mostra a 

face da desproporcionalidade e irracionalidade com a qual o agressor perpetua seus 

atos violentos. Nestes, de acordo com os estudos analisados, predominam a violência 



19 

física, psicológica e moral, consideradas na Lei 11.340/2006, também aparecem os 

outros tipos de violência, porém em menor percentual. Para sintetizar os principais 

dados encontrados, os artigos serão reunidos por setores nos quais as informações 

foram coletadas. Assim, no setor de segurança pública incluem os artigos (1, 2, 8, 9), 

no setor de rede de saúde, os artigos (3, 4), na rede de apoio e abrigo temporário (5, 

6), e pelo sistema de notificação de agravos (SINAN) os artigos (7, 10). 

Os dados apresentados nos artigos conforme o setor de segurança pública (1, 

8,9), apresentam a violência psicológica um pouco mais preponderante perante as 

demais. Segundo Cavalcantti (2006), a Violência Psicológica: é a ação ou omissão 

destinada a degradar ou controlar as ações, comportamentos, crenças e decisões por 

meio de intimidação, manipulação, ameaça direta ou indireta, humilhação, isolamento 

ou qualquer outra conduta que implique prejuízo à autoestima, desenvolvimento 

pessoal. É silenciosa e causadora de impactos na saúde como depressão, ansiedade, 

pânico. Em dados percentuais os estudos apresentam altos índices (1) 47% nos dois 

anos analisados. Nos estudos (2, 3) 38,5% e 56%, respectivamente, nesta ordem. 

Quanto a violência física, os estudos (1, 2, 8 e 9), apresentaram índices também altos, 

28% e 26%,50,3%,23,9% ,12%. De acordo com Cavalcanti (2006), à Violência Física 

é referida aos atos de invasão que violem a integridade da mulher através de tapas, 

chutes, golpes, queimaduras, estrangulamentos, podendo ou não causar marcas e 

lesões. A violência moral, apareceu em menor proporção, sendo considerada em 

muitos registros com relação aos atos de injúria, calúnia e difamação. No artigo (2) há 

considerações quanto a associação de mais de um tipo de violência estar anotado nos 

registros, constando lesões aparentes em 26,3% das vítimas e em 73% marcas não 

muito perceptíveis. Os domingos são os dias em que ocorrem mais denúncias. O uso 

de substância alcoólica por parte do agressor consta em 22,7% dos registros, e 

substâncias ilícitas em 6%.  

De acordo com Almeida, Pasa e Scheffer (2009), há uma tendência do álcool 

ser um potencializador para erupção dos casos de violência doméstica, usado sozinho 

ou associado a outras drogas ilícitas, de uso esporádico ou regular, contribui na 

grande maioria das situações para que os parceiros íntimos das vítimas cometam 

abusos. Contribui como desinibidor, prejudicando o julgamento, a percepção e o 

controle cognitivo e emocional, predispondo a conduta agressiva, potencializando atos 

de violência, entre elas psicológica, física e sexual. Do mesmo modo, impacta não 



20 

somente as vítimas de violência doméstica, mas expõe os dependentes a situações 

que irão reverberar outras disfunções sistêmicas, como também outros 

desdobramentos no campo social que podem envolver crimes, acidentes, entre outros 

(ALMEIDA; PASA; SCHEFFER, 2009).  

O estudo (8) aponta que foi necessário acionar Medida protetiva de urgência 

em 26,9% dos casos. No artigo (9) os casos mais graves de lesão corporal resultaram 

em instauração de Inquérito Policial, conforme prevê a Lei Maria da Penha, porém um 

percentual muito alto de vítimas de violência doméstica deixaram de prosseguir com 

a queixa crime 70%, e desistem da ação O atendimento de psicologia dentro deste 

serviço oferta a possibilidade de escuta e acolhimento às vítimas, além de prestar 

esclarecimentos e orientações acerca dos serviços que compõem a rede e o 

desdobramento posterior das medidas protetivas de urgência. 

Importante considerar a importância do dispositivo de Medida Protetiva de 

Urgência, que segundo Ribeiro e Coutinho (2011), confere poder de proteção às 

vítimas de violência doméstica. No Artigo 19 e subsequentes parágrafos, da Lei nº 

11.340, 2006, regimentam sua utilização, podendo ser requerida no momento do 

registro da ocorrência, sendo a autoridade policial responsável pela comunicação ao 

juizado responsável no prazo de até 48 horas. Podem ser concedidas de três 

maneiras: pelo juiz responsável, por requerimento do Ministério Público, ou a pedido 

da vítima. O Artigo 23, da mesma lei esclarece que podem ser aplicadas isoladas ou 

cumulativamente, estipulando como exemplo o afastamento do lar por parte do 

agressor, proibição de contato ou aproximação com a ofendida, retenção de arma de 

fogo, prestação de alimentos aos filhos menores de idade entre outras deliberações 

(RIBEIRO; COUTINHO, 2011). 

A violência contra a mulher no ambiente doméstico é abordada de forma um 

pouco distinta nos artigos (3,4), cuja população da amostra era predominantemente 

pertencente a locais da rede de saúde. 

No artigo (3) através do método de entrevista, foram ouvidas 211 mulheres, 

constatou-se que quase a metade das ouvidas estava em situação de violência 

doméstica a muito tempo 44,5%. Emergiram nos relatos mais de um sentimento ou 

emoção desestabilizante. Como repercussões psicoemocionais, as mesmas 

relataram apresentar constantemente sentimentos de tristeza 21,31% e raiva 13,11%, 

além de outros como medo, ansiedade e humilhação. Também deve-se analisar estas 



21 

repercussões como uma espécie de trauma. De acordo com Lima e Werlang (2011) a 

vivência da violência e em especial a doméstica ocasionam um trauma, este em 

muitos casos age contra as tentativas de elaboração psíquica. Esse afeto não 

elaborado, não reconhecido insiste e se apresenta de formas muito subjetivas, 

aparecendo em adoecimentos e sentimentos os quais as mulheres não conseguem 

reconhecer dentro dos seus repertórios, assim, não conseguem nomeá-los, fazendo 

com que a angústia perpasse por via de vários sintomas.  

Conforme Schraiber et al. (2007) estudos desenvolvidos por diversas 

organizações internacionais indicam elevada prevalência de violências praticada por 

parceiros íntimos. Estes episódios mostram o caráter da desigualdade de gênero nas 

relações, sendo reiteradas diversas vezes nos relacionamentos íntimos pelo agressor 

das mais diversas formas. O homem exerce poder de forma desigual, muitas vezes 

amparado em uma cultura de impunidade que naturaliza e avaliza este 

comportamento violento. As repercussões dos atos de violência se estendem à saúde 

física, psicológica e reprodutiva das mulheres e podem permanecer ativas mesmo 

após o término da situação de violência ou do relacionamento (SCHRAIBER et al. 

(2007). 

 No estudo (4) os tipos de violência que mais foram encontrados, vão ao 

encontro dos estudos anteriores, a agressão física figura em 65% dos registros, 

acompanhada bem de perto pela violência psicológica 60,4%, ocorrendo comumente 

a associação das duas. Aparecem dados das outras violências, moral 17%, 

patrimonial 10,4%, e sexual 6,1%. Importante analisar o surgimento deste dado, 

referente à violência sexual e a importância de abrir espaço para se pensar e debater 

sobre o sexo sem o consentido da parceira. Cavalcanti (2006) em seu estudo explica 

que a violência sexual envolve situações deste cunho não consentidas por uma das 

partes, incluindo também o assédio sexual, nessa conduta também entram situações 

em que a vítima e forçada a presenciar, participar ou ter relações não desejadas, que 

impeça uso de algum método contraceptivo, que force gravidez indesejada, aborto, ou 

doença sexual, prostituição, entre outras. O uso de alguma substância psicoativa 

esteve presente em 86,2% dos registros, somente 13,8% dos agressores não estavam 

sob efeito de alguma substância. O álcool foi a substância mais referida, considerada 

em 88% dos registros, indicando seu potencial de agravante nas agressões. O ciúmes 

foi evidenciado como motivo em 31,2% das agressões. 



22 

 Os artigos (5, 6) foram construídos com base nos dados de registro da mesma 

unidade de proteção às mulheres no estado do Ceará. Porém, suas construções de 

análise tomam caminhos distintos. Nos dados que apresentam igualdade, os artigos 

(5 e 6) apontam como principal condicionante da agressão o ciúmes 20,3% dos casos, 

uso em excesso de substância psicoativa 17,3%, e sem nenhum motivo justificado 

8,8%. O meio de agressão mais praticado foi a força física, em 40,1%. Chama atenção 

um dado agravante, quanto ao registro de agressão física com presença de arma de 

fogo, com 11,2% sendo referidos. A violência psicológica aparece em 15,7% das 

anotações, se efetivando principalmente pelas ameaças. O estudo (6) propôs analisar 

diferenças em relação aos prontuários das vítimas de violência doméstica antes e 

após a criação da Lei 11.340/2006. Foi realizado um comparativo entre 2001 a 2006 

antes da referida lei, e de 2006 a 2012 após LMP. Foi observado que 57,8% vs 49,1%, 

das mulheres já apresentava histórico de violência na família de origem. A violência 

mais sofrida na família de origem foi a violência física 38,2% vs 34,0%. Mais da 

metade das mulheres abrigadas sofreram violência na gestação nos dois períodos 

analisados, 59,0% vs 52,8%. A repercussão deste dado fala da urgência de se 

constatar esse agravante, acolher e orientar as mulheres nesta condição. Vale et al. 

(2013), apontam para a necessidade de os profissionais da saúde estarem atentos a 

estes sinais pouco evidentes da violência doméstica, e perderem a crença de que não 

devem se envolver, atentando seu olhar para sintomas não tão óbvios. Como também 

maior atenção aos períodos gestacionais ou no puerpério, que justamente reportam a 

uma mulher mais fragilizada em decorrência desta fase. Entretanto, podem estar 

relacionados a repercussões da violência doméstica. Como exemplo, apontam os 

problemas de gestações de alto risco, abortos, parto pré-maturos, e indicadores de 

saúde comprometidos com a mãe e bebê (VALE et al., 2013).   

Os estudos (5, 6) tencionam a pensar em outros condicionantes da violência, 

como por exemplo armas de fogo, e à violência de repetição a que essas mulheres 

estão expostas. Segundo Schraiber et al. (2002) um estudo realizado em uma unidade 

de proteção à mulher na cidade de São Paulo identificou que os casos envolvendo 

agressão física, foram em sua grande maioria 78%, cometidas por seus parceiros 

íntimos, implicando em sequelas permanentes ou temporárias devido à gravidade dos 

ferimentos, encontrando indícios de ameaças, entendida como violência psicológica e 

o implemento de armas de fogo, repercutindo negativamente na experiência de vida 



23 

atual e futura dessas mulheres, em muitos casos culminando com a morte 

(SCHRAIBER et al., 2002). 

 Ainda no estudo (6) as reincidências das agressões estão presentes em todo 

o período estudado 92,4% vs 94,3%. No que se refere à avaliação clínica da mulher 

agredida, aparecem lesões mais severas, com quadros hemorrágicos de 4,2% vs 

13,2%, um expressivo aumento de um período de tempo para o outro. As lesões 

corporais com maior índice se localizam na cabeça, rosto e pescoço 31,2% vs 28,3%, 

e a associação de diferentes tipos de violência continuaram sendo prevalentes após 

a LMP  59,7% vs 56,6% 

Através de dados coletados nos registros do SINAN com vistas às mulheres 

em situação de violência, dois estudos (7, 10) discorrem sobre seus achados. No 

artigo (7), o tipo de violência que mais predominou foi a violência psicológica, com 

82,33%, sendo a ameaça sua principal apresentação, referida em 65,66% dos 

registros. A segunda foi a violência física com 49,48% registros, se materializando 

através do espancamento em 39,25% dos casos. Posterior as notificações houve 

encaminhamento das vítimas para Delegacia de Polícia em 80,56% dos casos, ou 

seja, 4.546 mulheres necessitaram acionar a rede de enfrentamento em decorrência 

de violência doméstica. No artigo (10) os tipos de violência mais praticados são a física 

seguida da psicológica. 

Consoante aos dados encontrados na maior parte dos artigos analisados nesta 

revisão de literatura, Barufaldi et al. (2017), alertam para o aumento exponencial nas 

notificações de violência contra a mulher em dados do Sistema de Informações de 

Agravos e Notificações (SINAN). Nesse sentido, ao analisar os números do período 

que compreende os anos de 2011 a 2015, nota-se que os registros passaram de 

75.033 para 162.575 notificações. Ainda, de acordo com estes autores, o tipo de 

violência que predominou foi a física 78,4%, seguida da psicológica e ou moral 14,2%, 

estupro com 5,6%. Os dados quanto ao provável autor da violência indicam o parceiro 

íntimo como principal perpetrador, nas mulheres adultas 59,9%, nas idosas 27,1% e 

nas adolescentes 39,9%, constam nos registros.  

De acordo com Plichta (2004), a violência contra a mulher impacta em sua 

qualidade de saúde e de vida, frequentemente associada à procura por diferentes 

serviços que compõem a rede de atenção à saúde. A violência é reconhecida de 

diferentes formas nestes serviços. As mais graves e perceptíveis ocasionam fraturas, 



24 

lesões, ferimentos visíveis, sendo atendidas nos serviços de urgência e emergência, 

gerando efeitos a médio e longo prazo na vida das vítimas. E existem também, 

aquelas que reverberam em diferentes problemas de saúde, mas dificilmente são 

reconhecidas como desdobramentos da violência doméstica, como as dores crônicas, 

fibromialgia, dores gástricas, infecções urinárias de repetição, doenças sexualmente 

transmissíveis, disfunções sexuais, problemas mentais entre outros (PLICHTA, 2004).  

O conhecimento do chamado ciclo da violência, acompanhado de uma escuta 

mais atenta, pode ser um aporte para o reconhecimento de um problema de maior 

gravidade no futuro da mulher em um relacionamento abusivo ou em situação de 

violência doméstica. 

Conforme estudo realizado por Walker (2009) há um padrão na dinâmica 

relacional de mulheres e homens quando expostos a relacionamentos com condutas 

de violência. As vítimas são acometidas pela síndrome do desamparo aprendido e 

desenvolvem uma espécie de transtorno de estresse pós-traumático, a partir da 

reiteração do ciclo da violência em suas vidas, ocasionando instabilidade psíquica, 

deixando a mulher vulnerável a internalizar sentimentos de incapacidade e baixa 

autoestima. Três fases compõem o ciclo da violência. A primeira fase é a de Acúmulo 

de Tensão, onde ocorrem, situações estressoras, agressões verbais, discussões e 

agressões físicas leves. A segunda fase, Explosão: nesse momento ocorrem os 

ataques incontroláveis de fúria, as agressões físicas graves. A terceira e última fase é 

a de Lua de Mel: nesta etapa ocorre a fase de reconciliação, com a melhora da 

conduta do agressor, reações de arrependimento e gestos carinhosos, tentando 

compensar suas atitudes. O estado de ânimo e confiança da vítima se restabelece, 

assim reconcilia-se novamente com o agressor. E assim o ciclo tende a se perpetuar 

(WALKER, 2009). 

Todas essas informações trazem dados duros de uma realidade que precisa 

ser reconhecida, entendida e assim coibida. Também é necessário reconhecer os 

avanços que a Lei 11.340/2006 gerou para as vítimas no enfrentamento deste grave 

problema. 



25 

4 CONCLUSÃO 
 

A pesquisa realizada deflagrou uma parte dos agravos ocasionados na vida das 

vítimas de violência doméstica, propondo-se problematizar e pensar estratégias de 

atuação profissional, embasar ou instigar novos estudos. O perfil predominante dos 

envolvidos em situação de violência doméstica são de adultas (os) jovens, com pouca 

escolaridade, de baixo poder aquisitivo. As vítimas figuram em posição de 

dependência financeira, fator condicionante para a manutenção de relacionamentos 

abusivos. Assim, o conhecimento do perfil das vítimas e dos agressores de violência 

doméstica é fundamental para traçar estratégias de enfrentamento deste problema 

que transborda para diferentes setores, como saúde pública, assistencial, educacional 

e judicial. Faz-se necessário qualificar cada vez mais as informações para conhecer 

a realidade com suas distintas características, visando prevenir e coibir a violência e 

promover saúde. 

Ressalta-se que foi possível perceber a necessidade de ampliação 

das investigações tanto em frentes epidemiológicas como subjetivas ao fenômeno. 

Manter vigilância quanto aos direitos adquiridos e qualificar a rede de atenção e 

enfrentamento à violência doméstica. Assim como sensibilizar e instrumentalizar os 

profissionais envolvidos a não negligenciar dados cadastrais de sistemas, como 

também qualificá-los, ofertando espaços de educação permanente para aprimorar a 

escuta, de modo a ser realizada de forma ativa, sensível, acolhedora e vigilante para 

as informações não apresentadas explicitamente. 

Por fim, destaca-se que este estudo não esgota este tema, e desta forma, visa 

proporcionar o reconhecimento do perfil preponderante dos envolvidos no ciclo da 

violência doméstica, que se apresenta com gravidade, haja visto que figuram como 

formas prevalentes a violência física e psicológica, as quais reverberam agravos a 

vítima e todo entorno familiar. Refletir sobre alguns de seus agravantes e 

repercussões é necessário para se pensar em soluções que mitiguem este problema. 

A Psicologia como área de conhecimento não teve representatividade nos artigos 

selecionados, portanto pode-se concluir acerca da necessidade de maiores 

contribuições, tanto em produções científicas como em relação ao amparo e 

acolhimento às vítimas de violência doméstica.  

  



26 

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