CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES  

 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU 

 MESTRADO EM AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO  

 

 

 

 

 

 

     QUALIDADE DE VIDA DE PRATICANTES DE PILATES E 

SEDENTÁRIOS  

 

 

 

 

 

 

Júlia Marmitt Zen 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Lajeado, março de 2015 

 

 
 



 
 

 
 

Júlia Marmitt Zen 

 

 

 

 

 

 

QUALIDADE DE VIDA DE PRATICANTES DE PILATES E 

SEDENTÁRIOS 

 

 

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ambiente e Desenvolvimento do 

Centro Universitário UNIVATES, como parte da 

exigência para obtenção do título de Mestre em 

Ambiente e Desenvolvimento. 

 

                                                                  
Orientadora: Prof

a
. Dra. Claudete Rempel  

                                                                  
Coorientadora: Prof

a
. Dra. Magali Teresinha 

Quevedo Grave 

 

 

 

 

 

 

Lajeado, março de 2015 



 
 

 

Júlia Marmitt Zen 
 

 

 

 

QUALIDADE DE VIDA DE PRATICANTES DE PILATES E 

SEDENTÁRIOS 

 

 

A banca examinadora abaixo aprova a dissertação apresentada ao Programa 

de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento, do Centro Universitário 

UNIVATES, como parte da exigência para obtenção do grau de Mestre em 

Desenvolvimento na área de concentração de Espaço e Problemas 

Socioambientais: 

 

 

Profa. Dra. Claudete Rempel – Orientadora Univates 

 

 

Profa. Dra. Magali Teresinha Quevedo Grave – Coorientadora Univates 

 

 

Profa. Dra. Adriane Pozzobon  

 

 

Prof. Dr. Marcus Levi Lopes Barbosa 

 

 

Prof. Dr. Glademir Schwingel 

          

 

 

Lajeado, 27 de março de 2015 



 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

DEDICATÓRIA 

 

 

 Dedico este trabalho aos meus pais por me apoiarem em todas as 

decisões, me proporcionar tudo que precisei até aqui e por ser motivo de 

orgulho. Dedico também aos alunos e amigos praticantes do método Pilates do 

estúdio Espaço Zen que dispuseram de seu tempo para participar desta 

pesquisa.    

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



 
 

 

 

 

 

 

 

 

AGRADECIMENTOS 

 

 

  Aos participantes da pesquisa sedentários e praticantes de Pilates que 

dedicaram um tempo da sua rotina para responder os questionários com  

paciência e reflexão.  

  

 A minha orientadora Prof
a
. Dra. Claudete Rempel que com dedicação e 

sabedoria me auxiliou nos momentos necessários. Também a coorientadora 

Prof
a
. Dra. Magali Quevedo Grave que acrescentou com seu conhecimento e 

experiência.  

 

 Às minhas amigas, Fernanda Greaf, Fernanda Jacobs, Jamile Backes, 

Liana Ruschel e Karol Bohrer que ajudaram a recrutar os indivíduos 

sedentários entre suas famílias e colegas de trabalho. Além de ser fonte de 

desabafo e distração nas horas de cansaço e ansiedade. 

  

 Às amigas e colegas de trabalho Lilian Reichert e Tatiana Jaenisch ao 

substituir com muita competência os horários de trabalho para a realização da 

pesquisa.  

  

 Aos meus queridos pais que de todas as formas sempre me apoiaram e 

foram otimistas me ensinando mais uma vez que basta acreditar e trabalhar 

muito para conquistar nosso objetivo. 

 



 
 

 

 

 

 

 

 

 

RESUMO 

 

 

A qualidade de vida inclui condições que afetam a percepção do indivíduo, 
seus sentimentos, seus comportamentos e abrange fatores físicos, psíquicos, 
relações sociais, independência, crenças e meio ambiente. O presente estudo 
teve como objetivo avaliar e comparar a qualidade de vida dos praticantes do 
método Pilates e de indivíduos sedentários. A pesquisa de caráter 
qualiquantitativo e de corte transversal, ocorreu no período de março à junho 
de 2014 através de um questionário de perfil, da Escala Visual da Dor (EVA) e 
o instrumento de avaliação da qualidade de vida WHOQOL- Bref. Participaram 
da pesquisa 200 indivíduos entre eles 100 praticantes de Pilates e 100 
sedentários. A média dos escores de qualidade de vida no grupo dos 
praticantes foi maior em todos os domínios: físico, psicológico, social e 
ambiental quando comparado ao grupo sedentário. Os praticantes de Pilates 
obtiveram menor escore no total de dor conforme EVA quando comparado aos 
sedentários. Os dados apontaram uma correlação negativa regular e 
significativa entre o total de dor referida e a qualidade de vida nos aspectos 
físico e psicológico tanto no grupo dos praticantes, como no grupo dos 
sedentários. Houve diferença estatística significativa na qualidade de vida dos 
praticantes e sedentários, sendo que os praticantes de Pilates apresentaram, 
em todos os escores avaliados, maior qualidade de vida.    

 

Palavras-chave: Atividade Física. Saúde. Estilo de Vida Sedentário. 

  



 
 

 

 

 

 

 

 

 

ABSTRACT 

 

 

The quality of life includes conditions that affect one’s perception, feelings, 
behavior and involves physical and psychic factors, social interaction, 
independence, beliefs and environment. The present study aimed to evaluate 
and compare the quality of life of individuals who practice the method of Pilates 
and sedentary individuals. The research study with qualitative and quantitative 
approach and transversal cut occurred from March 2014 to June 2014, through 
a questionnaire of profile, Visual Analogue Scale (VAS) and the Quality of Life 
assessment tool WHOQOL- Bref. Participated in the research two hundred 
(200) individuals, amongst whom one hundred (100) practiced Pilates and one 
hundred (100) were sedentary. The score average of quality of life in the group 
of those who practiced Pilates was higher in all domains: physical, 
psychological, social and environmental when compared to the sedentary 
group. Individuals who practice Pilates have shown lower score regarding to the 
level of pain according to the VAS when compared to the sedentary individuals. 
Data shows significant and regular negative correlation between the total of 
pain referred and the quality of life in the physical and psychological aspects in 
the group of the practitioners, as well as in the group of the sedentary 
individuals. There has been significant statistical difference in the quality of life 
of the practitioners and the sedentary individuals, given that the practitioners of 
Pilates presented higher quality of life in all scores evaluated. 

 

Keywords: Physical activity. Health. Sedentary lifestyle.  

                                                                                                                               



 
 

 

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 

 

 

CDC                    Centers for Disease Control and Prevention 

EVA                     Escala Visual da Dor   

HRQL                  Health Related Quality of Life 

IMC                      Índice de Massa Corpórea   

OMS                    Organização Mundial de Saúde 

ONU                    Organização das Nações Unidas 

PA                        Pressão Arterial      

QV          Qualidade de Vida 

QVLS                  Qualidade de vida ligada à saúde 

TCLE                   Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 

WHOQOL-Breaf  World Health Organization Quality of Life- breaf 

SUS                     Sistema Único de Saúde 

  



 
 

 

 

LISTA DE FIGURAS 

 

Figura 1-  Músculos do centro de força ..........................................................27 

Figura 2 – Centro de força na estabilidade do dorso e alongamento axial....28 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



 
 

 

 

 

 

 

 

LISTA DE GRÁFICOS 

 

 

Gráfico 01- Distribuição dos escores de QV de acordo com os domínios 

analisados..............................................................................................44 

Gráfico 02- Média de IMC e desvio padrão de homens e mulheres dos Grupos 
P e S ......................................................................................................52 

Gráfico 03- Total, desvio padrão, máximo e mínimo de dor referida, de acordo 
com EVA, no Grupo P e Grupo S...........................................................59   

Gráfico 04 – Frequência de dor do Grupo P e Grupo S.........................60 

Gráfico 05- Total de dor, conforme EVA, para homens e mulheres do Grupo P e 
Grupo S..................................................................................................61   

Gráfico 06- Localização dos pontos de dor dos Grupos P e S..............62 

 

 

 

 

 

 



 
 

 

 

 

 

 

 

    LISTA DE TABELAS     

 

   

Tabela 01- Dados socioeconômicos............................................................42 

Tabela 02- Média dos escores de QV entre participantes do Grupo P e Grupo S 
conforme faixa etária...............................................................................50  
 
Tabela 03- Problemas de saúde do Grupo P e do Grupo S...................55   

Tabela 04- Medicação administrada pelos Praticantes e sedentários..57   

Tabela 05- Correlação entre os escores de QV do Grupo P e Grupo S e o total 
de intensidade de dor referida pelos grupos ..........................................62  

 
 

 

 

 

 

 

 



 
 

       SUMÁRIO  

 

 

1INTRODUÇÃO ...................................................................................12  

2 QUALIDADE DE VIDA E ATIVIDADE FÍSICA  ................................16  

2.1 A QV sob o contexto da saúde .......................................................16    

2.2 Atividade física e bem estar ...........................................................21  

2.3 Pilates para uma vida melhor .........................................................24  

2.3.1 Dor x Pilates..................................................................................30 

2.4 Atividade física e a QV no Vale do Taquari e região........................34 

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..........................................37   

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................41   

4.1 Perfil da população...........................................................................41 

4.2 A QV de praticantes de Pilates e sedentários..................................43 

4.3 Relação do IMC de praticantes e sedentários..................................51 

4.4 Problemas de saúde, medicação e dor............................................54 

4.5 Praticantes e sedentários X atividade física e QV............................64  

5 CONCLUSÃO ...................................................................................66  

REFERÊNCIAS ....................................................................................66   

APÊNDICE.............................................................................................85  

APÊNDICE A – EVA...............................................................................86 

APÊNDICE B - Questionário de Perfil dos Praticantes..........................87 

APÊNDICE C- Questionário de Perfil dos sedentários..........................89 

ANEXOS................................................................................................91  

ANEXO A- WHOQOL-Bref.....................................................................92 

ANEXO B- Sintaxe para Definição dos Escores....................................96



 
12 

 

 

 

                                                

1 INTRODUÇÃO 

 

 A velocidade das mudanças econômicas, sociais, culturais e ambientais 

tem sido a principal característica do mundo contemporâneo. Desde a ruptura 

de valores e crenças na segunda metade do século XX, a relação do homem 

com a natureza sinaliza as tentativas do desenvolvimento da sociedade sem 

que ocorram danos ambientais. No relatório “Nosso Futuro Comum”, a ONU 

define o conceito de desenvolvimento sustentável como a continuidade dos 

aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana, no 

qual se aceita o preenchimento das necessidades individuais e coletivas ao 

mesmo tempo em que se preserva a biodiversidade e os ecossistemas naturais 

(WCED, 1987). 

 Na Constituição da República Federativa do Brasil (BRASIL, 1988, texto 

online), Capítulo VI, Artigo 225, definiu-se que: “Todos têm direito ao meio 

ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial 

à sadia qualidade de vida (QV), impondo-se ao Poder Público e à coletividade 

o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”  

Em um estudo realizado em 1994 foi informado que a Organização 

Mundial da Saúde (OMS), a partir do início dos anos 90, constatou que as 

medidas de QV revestem-se de particular importância na avaliação de saúde, 

tanto dentro de uma perspectiva individual como social. O conceito de QV é 

amplo e complexo e abrange fatores físicos, psíquicos, relações sociais, 

independência, crenças e meio ambiente. A QV baseia-se na percepção do 

indivíduo em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações 

(WHOQOL GROUP, 1994 apud FLECK, 1998). 



 
13 

 

No contexto de melhorar as condições de saúde da população surge um 

conceito ampliado, do ponto de vista da medicina preventiva, no sentido de 

promover saúde. Segundo Czeresnia (1999), promover a saúde inclui uma 

abrangência muito maior do que a que circunscreve o campo específico da 

saúde, incluindo o ambiente em sentido amplo, pois se refere a medidas que 

não se dirigem a uma determinada doença ou desordem, mas servem para 

aumentar a saúde e o bem-estar geral. 

 Os conceitos de promoção da saúde estão diretamente relacionados à 

prevenção, a redução e a ausência de sintomas álgicos, tendo em vista que a 

dor pode influenciar o estado de saúde e a QV das pessoas em relação à sua 

afetividade familiar, ao estado psicológico e em seus aspectos cultural, 

econômico e ambiental (PEDROSA et  al., 2011). 

 Os exercícios físicos, quando planejados e praticados de forma correta, 

trazem inúmeros benefícios e somam efeitos positivos sobre um estilo de vida 

saudável, promovendo alterações positivas nos estados de ânimo, na 

autoestima, na eficácia, obtendo recursos pessoais para enfrentar as situações 

estressantes e desafiadoras do cotidiano, além de proteger o organismo das 

doenças crônico-degenerativas (SABA, 2003). 

 Dentre as atividades físicas possíveis de serem realizadas para a 

melhora das dores, aumento da autoestima e redução do stress, está o método 

Pilates que é baseado no princípio do equilíbrio entre o corpo e a mente.  

 O método Pilates, foi desenvolvido na Alemanha, por Joseph H. Pilates, 

no início da década de 1920, tem como base o conceito denominado 

“contrologia”, que consiste no controle consciente de todos os movimentos 

musculares do corpo através da mente. O método Pilates tem como intuito  

promover a vida saudável e tratar a causa da doença, evitando os problemas 

da saúde por meio de atividades que geram bem-estar (PILATES, 2010)  

 Coincidência ou não, o surgimento e a popularização do método de 

Pilates anda na mesma direção da busca por sustentabilidade e QV. A 

satisfação com as habilidades físicas e estabilidade mantém o homem feliz e 

promove o bem-estar social. 



 
14 

 

 Neste sentido o presente estudo tem como tema a QV abordando a 

percepção dos sujeitos sobre sua posição na sociedade, cultura, valores e 

saúde. Assim como a forma de pensar dos praticantes do método Pilates e dos 

sedentários quanto a importância de fazer uma atividade física e a sua 

influência no dia a dia através do questionário do perfil do sujeito e do 

questionário elaborado pelo World  Health Organization Quality of Life-breaf – 

WHOQOL-breaf (FLECK, 1998). 

 Este estudo tem como objetivo geral avaliar e comparar a QV dos 

praticantes do método Pilates e indivíduos sedentários nos domínios físico, 

psicológico, social e ambiental. 

 Os objetivos específicos referem-se a: 

- identificar o perfil antropométrico e socioeconômico dos praticantes do 

método Pilates e de sedentários participantes da pesquisa; 

 - avaliar percepção de intensidade de dor de praticantes do método 

Pilates e de sedentários; 

 - comparar os escores de QV dos praticantes do método Pilates com os 

escores dos sedentários  

- relacionar a QV dos praticantes do método Pilates e dos sedentários 

com a intensidade e freqüência da dor, problemas de saúde e uso de 

medicação; 

 Esta pesquisa está estruturada em Introdução e mais quatro capítulos. 

 No capítulo introdutório, estão contextualizados os fatores que 

impulsionaram a realização deste estudo, assim como a problemática, os 

objetivos de investigação e as questões norteadoras do estudo.  

 No segundo capítulo estão abordados os referenciais teóricos que 

fundamentaram a pesquisa. Primeiramente foi descrita a construção do 

conceito saúde e sua relação com a QV. Em seguida descreveu-se o histórico 

da atividade física e seus benefícios para bem estar e ao final da concepção 



 
15 

 

teórica, foi abordado o surgimento do método Pilates, seus princípios, 

características e benefícios no que se refere à busca pela QV.  

 Os procedimentos metodológicos estão descritos no capítulo três, onde  

caracterizou-se a pesquisa, explicitou-se a metodologia e a análise dos dados 

utilizadas no desenvolvimento do estudo. O capítulo quatro refere-se a análise 

e discussão dos dados coletados, para se refletir sobre como pode-se ter QV e 

bem estar através da atividade física. O quinto e último capítulo contempla as 

considerações finais pertinentes à pesquisa.  

 

 

 

 

  



 
16 

 

 

  2 QUALIDADE DE VIDA E ATIVIDADE FÍSICA 

 

2.1 A QV sob o contexto da saúde  

A saúde de um indivíduo é o resultado da interação entre seu patrimônio 

genético, os seus comportamentos, o ambiente físico e a sociedade em que ele 

vive. Nesse sentido uma boa saúde é um recurso para o desenvolvimento 

social, econômico e pessoal e uma dimensão importante da QV, portanto deve 

ser aprendida e promovida (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2013). 

O conceito inicial de saúde era puramente curativo e pregava a ideia de 

que ser saudável consistia apenas em não estar doente. No final do século XIX 

a medicina desenvolvida era predominantemente alopática, onde se tratava a 

doença a partir do conhecimento de sua causa. Existia ainda uma tensão 

essencial entre a medicina coletiva e individual que refletia o antagonismo entre 

a cura e a prevenção. A cura era proporcionada pelo médico “dono” dos 

pequenos centros de medicina que na época possuíam apenas fins lucrativos 

(PEREZ, 2004). 

  Os questionamentos sobre as práticas médicas iniciaram por volta de 

1910, data em que foi publicado o Relatório Flexner (Flexner Report). Este 

relatório foi considerado o grande responsável pela mais importante reforma 

das escolas médicas de todos os tempos nos Estados Unidos da América 

(EUA), com profundas implicações para a formação médica e a medicina 

mundial. A força do relatório ocorreu pela sua natureza abrangente, em termos 

numéricos, da sua avaliação, à ênfase sobre as bases científicas e, em grande 

parte, ao fato de ter sido dirigido primariamente ao grande público (PAGLIOSA; 

DA ROS, 2008). 

 A partir destes novos questionamentos e com a introdução da ideia do 

bem-estar social na Europa, surge a proposta da medicina preventiva e integral 

principalmente nos EUA e na Inglaterra, com um modelo conhecido como “a 

história natural da doença”, onde as pessoas que não apresentassem nenhuma 



 
17 

 

patologia também poderiam ter atendimento médico. Era concebido assim o 

direito à saúde (SANTANA; CAMPOS; SENNA,1999).  

O direito à saúde foi reconhecido internacionalmente em 1948, quando 

da aprovação da Declaração Universal dos Direitos Humanos pela 

Organização das Nações Unidas (ONU). No Brasil, ele foi incorporado como o 

“direito” à assistência a saúde aos trabalhadores com vínculo formal no 

mercado de trabalho, o que contemplava somente a parcela da população que 

contribuía para a previdência social e privava a maioria da população ao 

acesso às ações de saúde, restando a elas a assistência prestada por 

entidades filantrópicas (BRASIL, 2007). 

A OMS definiu a saúde como não apenas a ausência de doença ou 

enfermidade, mas também a presença de bem-estar físico, mental e social. 

Nos anos subsequentes, a ONU aprovou duas convenções internacionais, 

destinadas a confirmar o princípio da igual dignidade de todos os seres 

humanos. Assim com o crescente das novas ideias e valorizando os 

parâmetros mais amplos da saúde humana, em 1964 o presidente dos Estados 

Unidos, Lyndon Johnson declarou que “os objetivos não podem ser medidos 

através do balanço dos bancos. Eles só podem ser medidos através da QV que 

proporcionam às pessoas” (LYNDON JOHNSON apud FLECK et al., 1999, p. 

20), nesta declaração foi empregada a expressão QV pela primeira vez.  

A crescente preocupação com o conceito se deu primeiramente entre 

cientistas sociais, filósofos e políticos. Na sequência, fez parte de um 

movimento das ciências humanas e biológicas, em virtude do acelerado avanço 

tecnológico da medicina e áreas afins e consequente desumanização das 

mesmas (FLECK et al.,1999).  

 Embora vários estudiosos tentem definir o termo, não existe um 

consenso sobre o que constitui a QV e sim uma tentativa de definição que 

engloba desde estado de saúde, assim como uma variedade de domínios, 

como meio-ambiente, recursos econômicos, relacionamentos, tempo para 

trabalho e lazer.  



 
18 

 

 São encontradas duas tendências na conceituação do termo QV: um 

conceito genérico e outro ligado à saúde. No primeiro caso, uma acepção mais 

ampla é apresentada, aparentemente influenciada por estudos sociológicos, 

sem fazer referência a disfunções ou agravos. No entanto, a QV, relacionada à 

saúde, engloba dimensões específicas do estado de saúde (CARR; 

THOMPSON; KIRWAN, 1996). 

O censo comum aplica o conceito de forma a resumir melhorias ou um 

alto padrão de bem-estar na vida das pessoas, sejam elas de ordem 

econômica, social ou emocional. Entretanto, a área de conhecimento em QV 

encontra-se numa fase de construção de identidade. Ora identificam-na em 

relação à saúde, ora à moradia, ao lazer, aos hábitos de atividade física e 

alimentação, mas o fato é que essa forma de saber afirma que todos esses 

fatores levam a uma percepção positiva de bem-estar (FLECK et al., 2000). 

De acordo com Minayo, Hartz e Buss (2000, p.8), QV: 

é uma noção eminentemente humana, que tem sido aproximada ao 
grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e 
ambiental e à própria estética existencial. Pressupõe a capacidade de 
efetuar uma síntese cultural de todos os elementos que determinada 
sociedade considera seu padrão de conforto e bem-estar. O termo 
abrange muitos significados, que refletem conhecimentos, 
experiências e valores de indivíduos e coletividades que a ele se 
reportam em variadas épocas, espaços e histórias diferentes, sendo, 
portanto, uma construção social com a marca da relatividade cultural. 

O conceito da qualidade de vida ligada à saúde (QVLS) mencionado por 

Auquier, Simeoni e Mendizabal (1997) é o valor conferido à vida, ponderado 

pelas deteriorações funcionais; as percepções e condições sociais que são 

induzidas pela doença, agravos, tratamentos; e a organização política e 

econômica do sistema assistencial. A versão inglesa do conceito de health 

related quality of life (HRQL), exposto por Gianchello (1996) é similar e atribui o 

valor conferido à duração da vida quando modificada pela percepção de 

limitações físicas, psicológicas, funções sociais e oportunidades influenciadas 

pela doença, tratamento e outros agravos. 

A QV dos cidadãos, no que se refere à saúde, tem sido afetada pelas 

chamadas patologias sociais que são os processos de adoecimento que têm 

origem na rotina ou o modo de vida da população. Pode-se qualificar como 



 
19 

 

uma patologia social o estresse, por exemplo, sua origem não está em 

determinantes fisiológicos, mas na falta de QV. Ou seja, o tratamento baseado 

em remédios agride os sintomas dos problemas apresentados, mas não 

arremata suas causas que têm origens sociais e não somente biológicas 

(ALMEIDA; GUTIERRES; MARQUES, 2009). 

Na literatura médica, é importante ressaltar que expressões como 

condição de saúde, funcionamento social, condição de vida e estilo de vida, 

são termos utilizados como sinônimos para a expressão QV (FLECK et al., 

1999; MINAYO; HARTZ; BUSS, 2000). Além disso, nos últimos anos, 

estudiosos da medicina social e dos movimentos pioneiros da saúde pública, 

têm debatido com mais ênfase a íntima relação entre QV e saúde, tendo como 

estratégia principal, o conceito de Promoção da Saúde (BUSS, 2000).  

Pode-se afirmar, que as ideias sobre promoção da saúde em nível 

mundial tiveram maior ênfase a partir da década de 1970, com as críticas aos 

altos custos da medicina curativa de alta tecnologia e seu baixo impacto sobre 

a QV das pessoas (HEIDMANN, et al., 2006). Essas ideias foram interessantes 

para acrescentar subsídios ao conceito de QV, saúde, solidariedade, equidade, 

democracia, cidadania, desenvolvimento, participação e parceria, entre outros. 

Referem-se também a uma combinação de estratégias: ações do Estado 

(políticas públicas saudáveis), da comunidade (reforço da ação comunitária), 

de indivíduos (desenvolvimento de habilidades pessoais), do sistema de saúde 

(reorientação do sistema de saúde) e de parcerias intersetoriais (BUSS, 2000). 

O que impulsionou o movimento de promoção da saúde foi a publicação 

do Informe Lalonde, no Canadá, em 1974, que teve como fundamento o 

conceito de “campo da saúde”, decomposto em quatro componentes da saúde, 

de maneira ampla: “a biologia humana (genética e função humana); o ambiente 

(natural e social), o estilo de vida (comportamento individual que afeta a saúde) 

e a organização dos serviços de saúde” (BUSS, 2003). 

Nesse sentido foram realizadas a Conferência Internacional sobre 

Atenção Primária de Saúde, em Alma Ata, em 1978 e três importantes 

conferências que colocaram em vigor as bases conceituais e políticas 

contemporâneas de promoção da saúde: as de Ottawa (1986), de Adelaide 



 
20 

 

(1988) e de Sundsval (1991). Na Carta de Ottawa a promoção da saúde já era 

considerada um processo através do qual a população, sabendo-se vulnerável 

ao adoecimento, que prejudicaria sua QV, conscientiza-se do problema e 

buscava os meios para promover seu bem-estar e o da comunidade (SOUZA; 

GRUNDY, 2004). 

 Na década de 80, a saúde no Brasil deixou de ser um benefício da 

previdência social, as novas ideias sobre a promoção da saúde influenciaram 

um movimento dos setores da sociedade pela Reforma Sanitária Brasileira. A 

luta pela Reforma Sanitária teve como um de seus pontos altos a realização, 

em 1986, da 8ª Conferência Nacional de Saúde, evento que, pela primeira vez 

na história do país, permitiu a participação da sociedade civil organizada no 

processo de construção de um novo ideário para a saúde (BRASIL, 2007). 

Desse modo, a saúde deve ser entendida em sentido mais amplo, como 

componente da QV. Assim, não é um “bem de troca”, mas um “bem comum”, 

um bem e um direito social, em que cada um e todos possam ter assegurados 

o exercício e a prática do direito à saúde, a partir da aplicação e utilização de 

toda a riqueza disponível, tecnologias e conhecimentos desenvolvidos pela 

sociedade nesse campo, adequados às suas necessidades, abrangendo 

promoção e proteção da saúde, prevenção, diagnóstico, tratamento e 

reabilitação de doenças (BUSS, 2000). 

A valorização da QV pode, efetivamente, ajudar na construção de 

melhores condições de vida para amplos setores da sociedade. Pode também 

contribuir para uma melhor compreensão sobre as formas de “viver bem” 

através de atividades físicas que promovam saúde e bem-estar. 

2.2 Atividade física e bem-estar 

O esporte e a atividade física chegaram ao século XIX acompanhando 

as transformações políticas e sociais que começaram nos séculos anteriores, 

demonstrando, desde então, uma tendência a servir como uma tela de 

projeção da dinâmica social. O exercício físico é uma forma de lazer e de 

restaurar a saúde dos efeitos nocivos que a rotina estressante do trabalho e do 

dia a dia podem trazer (RUBIO, 2006) 



 
21 

 

Ao longo da história da vida humana, as atividades realizadas têm sido 

sempre organizadas em função do tempo e do espaço. No final do século XVIII, 

o desaparecimento da ociosidade foi anunciado. O Iluminismo impôs a 

valorização da atividade e a exaltação do trabalho produtivo, recusando o ócio. 

No século XIX, a ociosidade é bastante condenada, tanto que a preguiça era e 

ainda é, para a Igreja católica, um dos sete pecados capitais. Assim, a 

ocupação permanente passava a ser uma necessidade, e os médicos 

alertavam que a desocupação e o tédio provocaram cansaço cerebral, 

portanto, faziam mal à saúde do homem (CARVALHO, 2001). 

Neste contexto de ocupação permanente o lazer ou a disponibilidade 

para o lazer são julgados fundamentais para o desenvolvimento do indivíduo, 

embora ao mesmo tempo em que a mecanização e automação advindas da 

Revolução Industrial no século XIX, tenham ocorrido um crescimento 

exacerbado do sedentarismo, o qual vem aumentando até a modernidade com 

o surgimento de produtos ou mecanismos que fazem a população menos ativa, 

tais como controle remoto, elevadores, jogos eletrônicos e muitos outros. O 

lazer era compreendido, no século XIX, como um tempo que ficava disponível 

depois das ocupações, um tempo que não era ocupado com trabalho (NAHAS, 

2006). 

As atividades de lazer, realizadas no tempo conquistado, podem ser 

divididas em atividades mais contemplativas ou sedentárias e em atividades 

que envolvam movimentos corporais mais amplos, como por exemplo, a prática 

de esportes com um maior gasto calórico. Um fator que pode ajudar na adoção 

e manutenção de um estilo de vida fisicamente ativo é uma atividade física que 

proporcione prazer, ou seja, que permita à pessoa desfrutar de sua prática e 

que seja acessível. Assim, é fundamental que se encontrem propostas que 

tenham significado social e cultural. Nesse sentido, muito colabora a prática de 

atividades com intensidade moderada e com certa frequência, pois facilitam a 

inclusão social tanto individual como coletiva (NAHAS, 2006). 

Estilos de vida são padrões identificáveis de comportamento, 

determinados pela inter-relação das características pessoais, interações sociais 

e condições socioeconômicas e ambientais da vida. O “jeito de viver” é, pois, 



 
22 

 

um fator que tem influência na saúde e na QV e, por isso, grande parte dos 

esforços tanto no sentido da prevenção de doenças quanto da promoção da 

saúde focaliza os chamados “estilos de vida saudáveis”. Para Okuma (1998), 

há um grande corpo de conhecimento evidenciando o papel da atividade física 

como um dos elementos decisivos para a prevenção, aquisição e a 

manutenção da saúde, da aptidão física e do bem-estar. 

Atividade física pode ser entendida como qualquer movimento corporal, 

produzido pela musculatura esquelética, que resulta em gasto energético, 

tendo componentes e determinantes de ordem biopsicossocial, cultural e 

comportamental, podendo ser exemplificada por jogos, lutas, danças, esportes, 

exercícios físicos, atividades laborais e deslocamentos (CASPERSEN; 

POWELL; CHRISTENSON, 1985). 

 A prática de atividade física regular reduz o risco de mortes prematuras, 

doenças do coração, acidente vascular cerebral e diabetes tipo II. Atua na 

prevenção ou redução da hipertensão arterial, previne o ganho de peso 

(diminuindo o risco de obesidade), auxilia na prevenção ou redução da 

osteoporose, promove bem-estar, reduz o estresse, a ansiedade e a 

depressão. Especialmente em crianças e jovens, a atividade física interage 

positivamente com as estratégias para adoção de uma dieta saudável, 

desestimula o uso do tabaco, do álcool, das drogas, reduz a violência e 

promove a integração social (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2003). 

A inatividade física é responsável por aproximadamente 2 milhões de 

mortes no mundo. Anualmente, estima-se que ela seja responsável por casos 

de cânceres de cólon, mama e de diabetes e doenças isquêmicas do coração. 

Nos EUA, o sedentarismo associado a uma dieta inadequada é responsável 

por aproximadamente 300 mil mortes por ano. A inatividade física não 

representa apenas um risco de desenvolvimento de doenças crônicas, mas 

também acarreta um custo econômico para o indivíduo, para a família e para a 

sociedade (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2003).  

Segundo Kuczmarski et al. (2002) só nos EUA, em 2000, o sedentarismo 

foi responsável pelo gasto de 76 bilhões de dólares com custos médicos, 

demonstrando o quanto a atividade física tem sido considerada o “melhor 



 
23 

 

investimento” em saúde pública. A atividade física relacionada à saúde aparece 

como um dos fatores que poderiam modificar o risco dos indivíduos para 

adoecerem e amenizar o sofrimento daqueles que sofrem de patologias das 

mais diversas origens já que várias doenças encontram-se diretamente 

relacionadas com o modo de vida dos indivíduos e consequentemente da 

sociedade que vivem (LUNCHEON; ZACH, 2011). 

Ao desenvolver um programa de atividade física, é preciso considerar 

não somente seus benefícios fisiológicos, mas também buscar atender a outros 

níveis de exigência do ser humano. Tais níveis dizem respeito às necessidades 

de relacionamento, bem-estar e autoestima (ALMEIDA; GUTIERRES; 

MARQUES, 2012). 

Com base na experiência brasileira e seguindo o sucesso do Dia 

Mundial de Saúde 2002, a OMS passou a promover anualmente o “Agita 

Mundo”, uma forma de estimular a atividade física como um elemento essencial 

à saúde e ao bem-estar. Este fato indica a importância que a atividade física 

tem atingido no mundo como uma excelente estratégia de prevenção e controle 

de doenças crônicas e promoção da saúde. Cabe ressaltar que a abordagem 

vigente consiste em estimular o aumento da prática de atividade física regular 

na população entre homens e mulheres, de todas as idades, em todos os 

domínios (trabalho, lazer e locomoção) e lugares (escola, casa, trabalho) 

(VILARTA, 2007).  

Embora na maioria dos estudos os parâmetros biológicos tenham sido 

associados com a atividade física, o seu papel no bem-estar e QV, tem sido 

evidenciado, sugerindo que a percepção de bem-estar está associada a 

comportamentos mais saudáveis, à redução da atividade criminal, a melhor 

saúde mental, a um nível de educação superior, a uma esperança de vida 

superior bem como a um melhor relacionamento social e pessoal. Além disso, 

a literatura tem mostrado claramente que desestimular um estilo de vida 

sedentário é uma meta no âmbito das estratégias de saúde pública que 

incluem a promoção do exercício. No entanto, há necessidade de uma 

compreensão mais profunda do estilo de vida das pessoas e sua preocupação 

com o bem-estar (BURTON; PAKENHAM; BROWN, 2009; MOTA, 2012). 



 
24 

 

Desta forma, as políticas públicas de promoção de atividades físicas 

devem privilegiar a sociedade, assim entende-se que os determinantes de 

ordem biopsicossocial, comportamentais e ambientais estariam contemplados, 

contribuindo como um dos meios para que as pessoas ficassem mais próximas 

da saúde e bem- estar (ALMEIDA; GUTIERRES; MARQUES, 2012). 

A fim de melhorar a QV por meio da atividade física, cada indivíduo 

possui suas preferências ao procurar recursos que trabalhem o corpo de uma 

forma global e interessante. As pessoas, estressadas por conta de suas 

atividades diárias, estão descobrindo que podem de fato mudar seu estilo de 

vida, ou podem pelo menos tentar mudá-lo. Muitas delas têm procurando aulas 

de Pilates, na busca de reduzir o stress, aliviar a tensão, ou seja, encontrar um 

relaxamento para a mente e o corpo (SACCO et al., 2005). 

 A prática do Pilates surge como uma nova tendência na realização de 

exercícios físicos, trazendo uma abordagem mais holística e de valorização da 

interação entre a mente e o corpo, em busca de uma maior consciência 

corporal, uma postura mais equilibrada, e um indivíduo capaz de realizar suas 

atividades da vida diária de forma segura, eficaz e feliz com o corpo e a mente 

(QUADROS; FURLANETTO, 2008). 

2.3 Pilates para uma vida melhor                     

Para Latey (2001) e Graig (2004) as ideias do visionário criador do 

método Pilates, Joseph Hubertus Pilates (1880-1967) têm se tornado realidade 

como alternativa na busca pela saúde e bem- estar. Embasado na importância 

da saúde do corpo e da mente o alemão Joseph Hubertus Pilates desenvolveu 

o método a partir da sua saúde frágil na infância. Assim desde cedo decidiu 

contrariar sua forma debilitada buscando se especializar em anatomia, 

fisiologia e cultura física, além de praticar, de forma dedicada, diversas 

modalidades esportivas.   

[...] o perfeito equilíbrio entre o corpo e a mente é aquela qualidade do 
homem civilizado que não apenas lhe dá superioridade em relação ao 
reino animal, mas também lhe oferece todos os poderes físicos e 
mentais que são indispensáveis para o alcance do objetivo do ser 
humano: saúde e felicidade (PILATES, 2010 p.19). 



 
25 

 

O método Pilates se tornou conhecido em 1912 no início da primeira 

guerra mundial quando Joseph refinou suas ideias e encorajou seus colegas a 

participarem de seu programa de exercícios no solo em campo de guerra. 

Nesta época, uma epidemia de gripe matou milhares de pessoas, mas as que 

praticaram os exercícios ensinados por Pilates não foram contaminadas 

(LANGE et al., 2000). Após a guerra, na Alemanha, Joseph continuou a 

desenvolver seu método e chamou atenção dos membros do mundo da dança 

que incorporaram os princípios de Pilates à sua técnica corporal, buscando 

movimentos mais espontâneos e conscientes (PILATES, 2010). 

O reconhecimento internacional do método ocorreu no ano de 1923 

quando Joseph Pilates e Clara, sua esposa, fundaram em Nova Iorque o 

primeiro estúdio, denominando seu método de Contrologia. Imediatamente, 

atraiu novamente a atenção do público da dança, posto que, os bailarinos 

desejavam melhorar o desempenho, se recuperar de lesões nas articulações, 

bem como preveni-las. No Brasil o método começou a ser difundido durante a 

década de 90 por Alice Becker Denovaro, graduada em Dança e mestre em 

Coreografia, que foi a primeira brasileira a se certificar para a instrução da 

técnica de Pilates (ANDERSON; SPECTOR, 2005; GALLAGHER; 

KRYZANOWSKA, 2000).  

 Joseph Humbertus Pilates criou um método considerado revolucionário 

para sua época, no entanto somente após sua morte, em 1967, aos 87 anos, 

que notas sobre a teoria e a prática do método foram explicadas através do seu 

livro “Return to life Through Contrology”, no qual definia a técnica como a 

completa integração entre corpo, mente e espírito”. A continuidade do trabalho 

de Pilates se deu pelos seus alunos Romana Kryzanowska e Ron Fletcher, ao qual foi 

concedida permissão para difundir o nome e o trabalho de Pilates.  Em 1970, Ron Fletcher  

abriu seu estúdio em Los Angeles e atraiu muitas estrelas de Hollywood, sendo 

principal responsável pela divulgação do método (PILATES, 2010). 

Com a difusão do Pilates pelos seguidores de Joseph no mundo, este 

método começou a ser objeto de estudos, que confirmaram seus benefícios e 

encontraram novas aplicações. As novas aplicações se deram no que se refere 

à redução de dores e a promoção de bem estar e para o fim de reabilitação 



 
26 

 

terapêutica e condicionamento físico na área da reabilitação em ortopedia 

geral, distúrbios neurológicos e dores crônicas (ANDERSON; SPECTOR, 2005; 

GRAIG, 2004; MUSCOLINO; CIPRIANI, 2004). 

Nesse sentido, a transformação dos exercícios criados por Joseph Pilates 

se tornou mais acentuada, passando a sofrer influência dos campos do 

conhecimento da educação física e também da fisioterapia, propondo, dessa 

forma, clara tendência a novas abordagens e à introdução de novos princípios 

como o respeito às curvas fisiológicas da coluna vertebral, ausente no método 

original. Também, se ampliou o conceito de power house - centro de força – 

onde é incorporado o trabalho do diafragma, do assoalho pélvico e da 

musculatura abdominal e lombar (BOLSANELLO, 2008; SILER, 2008). 

 Atualmente existem duas vertentes do método Pilates: tradicional e 

modificado ou moderno. Os exercícios do método tradicional são mais 

vigorosos, realizados com um ritmo rápido e dinâmico enfatizando a retificação 

da coluna. Apresentam alta dificuldade de execução e são indicados para 

pessoas sem lesão. Os exercícios do método modificado são adaptados ás 

condições físicas dos indivíduos utilizando a posição neutra da coluna. Ocorre 

assim um aumento gradual da dificuldade e complexidade dos exercícios, 

respeitando as habilidades e características individuais, podendo ser prescritos 

para a população em geral, incluindo aqueles em reabilitação (LATEY, 2002). 

Conforme já explanado, Pilates denominava seu método de Contrologia 

ou Arte do Controle, que é a capacidade que o ser humano tem de se mover 

com conhecimento e domínio do próprio físico, apresentando uma completa 

coordenação do corpo, mente e espírito, utilizando os princípios específicos 

para promover a integração entre eles: a concentração, o centro de força 

(power house), a fluidez, a precisão, a respiração e o controle dos movimentos 

(PILATES, 2010). 

Segundo o princípio da concentração, durante todo o exercício, a 

atenção é voltada para cada parte do corpo, para que o movimento seja 

desenvolvido com a maior eficiência possível, assim a mente é estimulada pela 

variedade de exercícios onde trabalha a coordenação motora e a memória pelo 

principio da concentração. Já o controle na execução dos movimentos alcança 



 
27 

 

a harmonia e aprimora a coordenação motora. E através da precisão dos 

movimentos podemos obter a qualidade destes e o realinhamento postural do 

corpo (MARIN, 2009). Neste caso os exercícios tornam-se fluidos depois que o 

praticante adquire coordenação e desenvolve um ritmo no movimento, 

passando de um exercício para o outro sem interrupções (MUSCOLINO; 

CIPRIANI, 2004).  

Segundo Gallagher e Krizanowska (2000) o Pilates é baseado em uma 

filosofia holística, e possui suas influências no oriente, através da Yoga, do Tai-

chi-chuan, da Meditação e do Zen Budismo, que preconizam uma visão global 

sobre o ser humano, esta abordagem oriental preconiza a calma, a 

concentração e percepção como o caminho para o autoconhecimento.  

O centro de força constitui-se pelos músculos profundos e superficiais do 

abdômen, principalmente o transverso, assoalho pélvico, multífidos, diafragma 

e região lombar (FIGURA 1). Quanto mais forte o cinturão de força, mais 

eficiente e mais potente o movimento. A “ativação” do centro de força (Power 

House) proporciona estabilidade do dorso ao mesmo tempo em que favorece o 

alongamento axial (FIGURA 2). Este centro de força forma uma estrutura de 

suporte, responsável pela sustentação da coluna e órgãos internos, 

estabilização do tronco, manutenção da postura correta, com menor gasto 

energético aos movimentos e diminuição do risco de lesões da coluna 

(PILATES, 2010). 

 

Figura 1 – Músculos do centro de força.                                                                                         
Fonte: VERENE, 2011 

  



 
28 

 

                

Figura 2 – Centro de força na estabilidade do dorso e alongamento axial. 
Fonte: http://flexi-bar.com/us/en/core-training 
  

 Quando os abdominais profundos estão contraídos, a parede abdominal 

se estreita ao redor da coluna lombar. O transverso do abdome está localizado 

transversalmente e internamente na parede abdominal. É um músculo profundo 

e está associado à prevenção de lombalgias. Os multifidos são feixes 

pequenos e profundos, que passam de vértebra a vértebra, são estabilizadores 

da coluna, ativados trinta milessegundos antes de qualquer movimento. E o 

diafragma é o músculo respiratório em forma de cúpula (CIVITTA, 2004). 

 Um dos princípios do método Pilates é o centro, que consiste na 

ativação do power house, de onde partem toda a centralização e a estabilidade 

para realizar os exercícios. Este princípio deve estar presente em todos os 

movimentos, porém alguns requerem maior solicitação dessa musculatura. 

Quando a musculatura que envolve o power house está bem fortalecida, 

provavelmente não haverá dor lombar. Sem esse sistema de suporte interno, 

um excessivo estresse atinge a coluna, quadris, joelhos e tornozelos. Quando 

forte, torna os movimentos mais potentes e permite conectar as partes 

inferiores e superiores do corpo, transmitindo força de uma extremidade à outra 

(WILKINSON, 2002; CIVITTA, 2004). 

 No método Pilates todos os exercícios são associados à respiração 

diafragmática. Joseph Pilates enfatizava a respiração como o fator primordial, 

sendo que a inspiração ocorre para preparar-se para o movimento e a 

expiração ocorre enquanto o executa (GRAIG, 2004; GALLAGHER; 

KRYZANOWSKA, 2000). Segundo Camarão (2004), antes de qualquer 



 
29 

 

benefício alcançado com o uso do método, a pessoa necessita aprender a 

respirar corretamente. O padrão respiratório do Pilates é considerado uma 

terapia porque busca diminuir ritmo da respiração e aumentar a sua 

profundidade. 

Graig (2004) afirma que frequentemente respiramos de uma forma 

superficial o que reduz a atividade do músculo respiratório. A respiração 

utilizada no Pilates também possui uma função relaxante, porque, além de o 

cérebro receber uma quantidade maior de oxigênio, a mente e o corpo também 

trabalham com mais energia e calma, em função do respirar mais controlado e 

profundo. 

 A maior oxigenação cerebral é capaz de reduzir dores de cabeça e os 

níveis de estresse. Em muitos casos, o exercício substitui a medicação. As 

cefaleias do tipo tensional (provocadas por estresse e tensão) são as que 

apresentam melhora com o exercício. Em casos de estresse, o ideal são 

atividades que mudem o foco do pensamento e promovam relaxamento 

(NETO, 2011). 

Baseado nos seus princípios e na capacidade individual de cada 

praticante o método obedece a uma sequência de módulos que se divide em: 

básico, intermediário e avançado. Esta sequência é aplicada de forma 

progressiva, respeitando a individualidade e capacidade de cada aluno. Os 

equipamentos são usados em todos os módulos, com variações nos ângulos, 

na carga e a frequência dos movimentos. Os exercícios devem ser feitos 

suavemente com o máximo de atenção e não devem ser executados 

automaticamente. Para isso, um mesmo movimento não é repetido mais do 

que dez vezes (PILATES, 2010). 

Os exercícios do método Pilates são, na sua maioria, executados na 

posição deitada, havendo diminuição dos impactos nas articulações de 

sustentação do corpo na posição ortostática e, principalmente, na coluna 

vertebral, permitindo recuperação das estruturas musculares, articulares e 

ligamentares particularmente da região sacrolombar (PILATES, 2010). Dessa 

forma, pessoas com qualquer idade podem se beneficiar do método, que 



 
30 

 

melhora a QV e o desempenho nas atividades de vida diária e profissional, 

desenvolvendo a estabilidade corporal (CAMARÃO, 2004). 

Borges (2004) afirma que, dos 34 movimentos do método original, 

resultaram cerca de 500 variações, realizadas no solo (Mat Pilates) ou com 

auxílio de aparelhos (Studio Pilates). O Mat Pilates utiliza todos os princípios 

básicos da técnica, no entanto o praticante não possui aparelhos para auxiliar 

ou dificultar os exercícios, é realizado no solo. No caso da utilização dos 

aparelhos: Reformer, Cadillac ou Trapézio, Cadeira e Barril criados pelo próprio 

Joseph Pilates a intensidade da atividade varia através da utilização de molas, 

que, além de oferecerem resistência, muitas vezes são usadas para dar 

assistência aos movimentos (MARÉS, 2012).  

Alguns especialistas referem-se ao método como a condição de 

ginástica mais eficiente de todos os tempos, pois é indicado para todas as 

pessoas que se encontram entre sete e cem anos de idade, podendo ser 

flexíveis ou rígidas, ou para pessoas sedentárias, sem o hábito de praticar 

atividades físicas, assim como atletas de alto nível. O método é indicado por 

profissionais da área da saúde para tratar dores crônicas na coluna de origem 

patológica e funcional (SACCO et al., 2005). 

A efetividade das técnicas de estabilização promovidas pelo Pilates 

sobre o equilíbrio muscular e consequentemente diminuição das injurias da 

região lombar da coluna vertebral é de grande importância principalmente 

porque a dor lombar devida à instabilidade do tronco tem sido um crescente 

problema no mundo ocidental industrializado e se revelado um problema de 

saúde pública mundial (CONCEIÇÃO; MERGENER, 2012). 

2.3.1 Dor x QV  

 

A sensação de dor é fundamental para a sobrevivência. Dor é o primeiro 

indicador de qualquer lesão tecidual. Qualquer estímulo que resulta em lesão 

ou ferimento conduz a uma sensação de dor, entre eles o calor, o frio, a 

pressão, a corrente elétrica, os irritantes químicos e até mesmo os movimentos 

bruscos. Diferente de outros sistemas sensoriais, todavia, o sistema sensorial 

para a dor é extremamente amplo; uma sensação dolorosa pode ser iniciada 



 
31 

 

em qualquer parte do corpo ou no próprio sistema nervoso central (SILVA; 

RIBEIRO, 2011) 

Portanto a dor é um evento comum nos diversos cenários que envolvem 

a assistência à saúde, desde o nascimento até a morte, no âmbito hospitalar ou 

fora dele. È um fenômeno sensorial que possui componentes fisiopatológicos, 

psicológicos e comportamentais. È uma experiência sensorial e/ou emocional 

desagradável, associada ou não ao dano potencial dos tecidos (SANTOS; 

PIMENTA; NOBRE, 2007). 

Existem dois tipos de dor: aguda e crônica. A aguda, que dura 

segundos, dias ou semanas, ocorre como um sinal de alerta após cirurgias, 

traumatismo, queimaduras, inflamação ou infecção. Já a dor crônica ou 

persistente pode durar meses ou anos. Dores de coluna, neuropatias, lesões 

por esforços repetitivos e câncer também podem gerar esse tipo de dor. A dor 

aguda não tratada adequadamente leva à dor crônica e se torna a própria 

doença do paciente. Conviver com essa sensação não leva apenas ao 

desconforto - compromete o bem-estar social e emocional do indivíduo, que 

pode sentir-se isolado, ansioso ou deprimido, além de afetar a produtividade no 

trabalho, o apetite e o sono (PASERO; MCCAFFERY, 2001). 

Nos EUA estima-se que 64 milhões de pessoas/ano sofrem algum tipo 

de ferimento, 49 milhões são acometidas de doenças agudas e 23 milhões de 

pessoas/ano sofrem algum tipo de cirurgia. Por esses números tem-se uma 

dimensão do tamanho do problema da dor aguda em nível mundial e seu 

impacto na economia, já que ela retira o paciente do seu ambiente, tornando-o 

temporariamente improdutivo e onerando o sistema de saúde. A analgesia é 

parte fundamental do tratamento global do paciente, auxiliando-o a acelerar 

sua recuperação e a diminuir os custos sobre a economia como um todo 

(EDWARDS et al, 2005) 

 Já a dor crônica pode ser sintoma de doenças existentes ou não ter 

qualquer causa demonstrável em exames, sendo, portanto, a própria doença. 

Ela é mais duradoura, pode ser contínua, ter períodos regulares ou crises 

intermitentes. Além de medicação prescrita por médico, geralmente com 



 
32 

 

analgésicos, é comum necessitar de antidepressivos, pois a dor atinge o lado 

psicológico do paciente, já que o imobiliza ou afeta o cotidiano. É preciso um 

tratamento não apenas com remédios, mas com uma equipe multidisciplinar 

que estude as causas físicas e psicológicas da dor (FLEMIN, 2012). 

De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, cerca de 30% 

da população mundial sofrem com algum tipo de dor crônica. As causas vão 

desde distúrbios como a neuropatia diabética, que pode atingir o sistema 

nervoso periférico de pacientes diabéticos, a problemas como a osteoartrose, 

que é o desgaste da cartilagem entre as articulações. Em todos os casos, a 

qualidade de vida pode ser gravemente impactada (FLEMIN, 2012). 

De todas as dores que acometem o ser humano ao longo da sua 

existência, as dores musculoesqueléticas são as mais prevalentes. Podem ser 

conseqüência de sedentarismo, alterações posturais ou decorrência de 

esforços repetitivos no trabalho. Acometem 40% da população e causam 29% 

das faltas no trabalho. Os prejuízos econômicos em função das dores 

musculoesqueléticas só ficam atrás de doenças cardio-vasculares. As dores 

lombares são as maiores causas de incapacidades. Algumas síndromes 

dolorosas são mais prevalentes no sexo feminino, a exemplo da fibromialgia ou 

mesmo tendinites (CASTRO et al, 2011). 

Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 80% dos adultos 

terão pelo menos uma crise de dor lombar durante a sua vida e 90% destes, 

apresentarão mais de um episódio. A prevalência da lombalgia é conhecida em 

vários países e há estudos que demonstram uma tendência para aumentar 

(WADDELL, 2004). A dor na região lombar é a causa mais comum de 

absenteísmo no trabalho nos países desenvolvidos, causando além de um 

problema médico, um déficit econômico, não devem ser só as consequências 

físicas a preocupar os profissionais de saúde, mas também as psicológicas.  A 

redução do quadro álgico, promovida pelos exercícios, melhora a QV dos 

praticantes, tornando desnecessário algumas vezes o uso adicional de drogas 

ou terapias analgésicas (FERREIRA; PEREIRA, 2011).  



 
33 

 

O Pilates pode ser considerado uma ferramenta para redução do uso 

adicional de drogas, terapias analgésicas e psicológicas porque ao associar 

diversos saberes, o método deriva da visão de um estilo de vida ideal, obtido 

com o equilíbrio físico, mental e espiritual. Por meio da visualização, da força 

física e do alongamento corporal, o vigor mental e melhor circulação sanguínea 

chegam às células cerebrais inativas. Esse espírito renovado de pensamento e 

movimento é o primeiro passo para a redução do estresse, para a elegância de 

movimentos, para a disposição e a maior capacidade de aproveitar a vida 

(SILER, 2008). 

Ao que se refere à osteoporose a doença metabólica mais comum e a 

principal causa de fraturas por fragilidade esquelética, pelo que é 

mundialmente considerada um dos principais problemas de saúde pública, 

devido a repercussões individuais (mortalidade, morbidade, incapacidade 

funcional) e sociais (diminuição da força de trabalho, aumento do risco de 

institucionalização, ônus econômico) (SWEET et al. 2009), os exercícios do 

Pilates são capazes de desenvolver a tensão nos sítios acometidos pela 

doença e associados a cargas multidirecionais, junto com a vibração 

provocadas pelas molas e promover o processo de modelagem e remodelagem 

óssea (PILATES, 2010). 

 Ao desenvolver força e equilíbrio é possível reduzirmos a frequência de 

quedas e consequentemente das fraturas da população idosa. Estima-se que 

no Brasil, o custo com episódios de queda aguda com hospitalização foi de 

US$ 5.500 por idoso, entre 1980 e 2003. As despesas com as mulheres acima 

de 50 anos internadas por fratura de fêmur após queda (em uma estimativa de 

12.750 fraturas) no Sistema Único de Saúde (SUS), em 2000, chegaram a R$ 

1.700,00 por mulher (SILVA, 2003).  

Segundo Mallery et al. 2003, a maioria dos pacientes que são proibidos 

de participar de programas de exercício convencionais poderiam realizar os 

exercícios do Pilates. Assim a única contraindicação do método é para 

indivíduos com lesões no sistema musculoesquelético em processo de dor 

aguda. Passada essa fase, inicia-se a reabilitação, na qual o Pilates é utilizado 



 
34 

 

para trabalhar a força muscular, a flexibilidade e o ganho ou recuperação de 

movimento. 

 Estima-se que existam mais de 8 milhões de alunos de Pilates nos 

Estados Unidos, de acordo com os dados da Sporting Goods Manufacturers 

Association, entidade que reúne os maiores fabricantes de artigos esportivos. 

No Brasil, são 8 mil estúdios de Pilates e, por ano, surgem mais de 200 novos. 

Os números são baseados nas vendas dos maiores fabricantes de aparelhos 

no país. Com números cada vez maiores de adeptos acredita-se que o Pilates 

poder ser responsável pela melhora da QV dos praticantes e pela promoção do 

bem social (SEGADILHA, 2011). 

 

2.4 Atividade física e a QV no Vale do Taquari e região 

 

 A partir da vivência profissional com o método Pilates e do interesse por   

evidências sobre os benefícios da atividade física e a QV em praticantes de 

Pilates e sedentários no Vale do Taquari não foram encontrados estudos sobre 

o assunto.  De um modo geral diversas pesquisas abordam as questões da 

atividade física e QV, porém são escassos aqueles que discursam sobre a 

população praticante de Pilates e sedentários, especialmente na idade adulta.  

 

  Algumas pesquisas como a de Vicente et al. (2014) abordam a atividade 

física estudando os benefícios desta em professores e praticantes de 

hidroginástica do Vale do Taquari. Quanto aos benefícios da atividade 

relatados pelos participantes encontrou-se o bom humor, a disposição, 

relaxamento e bem estar físico e mental. No entanto este estudo não avaliou o 

quanto os benefícios citados poderiam influenciar a QV da população 

estudada. 

 Em outro estudo realizado no município de Nova Brécia, Bassani et 

al.(2009) compararam o perfil funcional de 56 idosos participantes e não 

participantes do grupo da "Terceira Idade". O trabalho teve como objetivo 

comparar o nível de independência funcional, o grau e a localização de dor em 

idosos participantes e não participantes do grupo da “Terceira Idade” do 

município que se encontrava uma vez por semana para fazer atividade física.   



 
35 

 

Os dados demonstraram diferença significativa no grau e na localização da dor 

nos idosos dos dois grupos e as avaliações concluíram que a inserção no 

grupo que realizava atividade física favoreceu a redução da dor. Neste caso 

novamente a população estudada foi a idosa. 

  Já Machado e Pozzobon (2014) estudaram o efeito da prática de 

atividade física sobre os níveis de triglicerídios em 15 mulheres sedentárias. 

Através da  avaliação antropométrica e coleta de sangue basal antes e após a 

um programa de exercício físico personalizado de 14 semanas, verificaram que 

o exercício físico promoveu benefícios com relação ao IMC e ao perfil lipídico 

na população avaliada. Mesmo não havendo diferença entre os níveis de 

triglicerídeos e a circunferência abdominal entre o início e o final do programa, 

houve redução em ambos os parâmetros.     

 Outro estudo teve como objetivo demonstrar os efeitos de um programa 

de exercícios físicos na melhora da qualidade de vida e perfil lipídico e 

glicêmico de indivíduos com risco de doenças cardiovasculares. Participaram 

da pesquisa 33 mulheres, com idade entre 46 e 78 anos, que, por seis meses, 

frequentaram um programa de treinamento físico. Foram verificadas, antes e 

após o programa, dosagens de triglicerídeos, colesterol total, LDL-c, HDL-c, 

glicemia e respostas ao questionário de qualidade de vida WHOQOLbref. 

Observou-se melhora significativa nos domínios físico, relações sociais e meio 

ambiente. E houve correlação positiva entre a qualidade de vida e níveis de 

HDL-c (“bom colesterol”) e negativa com os níveis de glicose, triglicerídeos, 

colesterol total e LDL-u (“colesterol ruim”), sugerindo que a prática de 

exercícios pode refletir em benefícios à saúde dos indivíduos (SANTOS. 

POZZOBON; PÉRICO).  

 Ao que se refere à QV  Koetz, Rempel e Périco (2013) investigaram a 

QV de docentes de instituições de ensino superior comunitárias não 

confessionais, com mais de 40 anos de atuação e com mais de dez mil alunos 

no Rio Grande do Sul e concluíram que o índice de QV dos docentes foi 

enquadrado como bom em todos os domínios analisados e sem diferença 

estatística significativa entre eles.   



 
36 

 

 No estudo de Hoppe (2012) sobre o estresse ocupacional nas 

percepções de colaboradores de uma instituição de ensino superior que 

trabalham com atendimento ao público foi identificado que os fatores 

estressores (sobrecarga de trabalho, a rotatividade de funcionários, os conflitos 

na equipe, as tecnologias como sobrecarga de informações, ruídos, clientes, 

descumprimento de normas, comunicação interna, cobrança por produção, 

falta de reconhecimento e isolamento social no turno da noite) influenciaram na 

QV dos colaboradores no que se refere a dores físicas, ansiedade, angústia, 

esgotamento, alterações do sono e humor.  

 Outra pesquisa realizada em 37 municípios do Vale do Taquari procurou 

compreender, descrever e analisar as políticas, projetos e atividades de lazer 

desenvolvidos para os idosos. As informações obtidas através de entrevistas 

concluíram que os grupos de convivência e bailes são as principais atividades 

de lazer na região para idosos. Foram encontradas claras evidências de que o 

baile influencia a saúde e o bem estar dos participantes, tanto 

psicologicamente, pois os faz esquecer os problemas, e as “coisas ruins”, como 

fisicamente, o alívio das dores e os cuidados que procuram ter com os 

problemas de saúde (BROD, 2004).   

 De uma forma geral utilizando os descritores “Pilates” e “Quality of Life” 

no Science Direct são encontrados 463 artigos, destes, 73 falam sobre a 

relação entre Pilates, QV e sedentarismo, mas nenhum destes artigos compara 

a QV de sedentários e praticantes de Pilates.  

 

 

 

 

 

 

 

 



 
37 

 

 

 

 

 

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 

 

 A pesquisa foi realizada com 200 indivíduos de ambos os sexos sendo 

100 praticantes do método Pilates (Grupo P), com no mínimo seis meses de 

prática, frequência de uma, duas ou três vezes por semana e com aulas de 

uma hora de duração e 100 indivíduos sedentários (Grupo S) não praticantes 

de exercício físico de qualquer natureza. O estudo foi apreciado e aprovado 

pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário UNIVATES, sob o 

protocolo 497.281 garantindo que “cumpre as diretrizes e normas que 

regulamentam pesquisas com seres humanos” (466/2012), editadas pelo 

Conselho Nacional de Saúde e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do 

Centro Universitário UNIVATES. Em relação a sua classificação, o estudo 

enquadra-se como de campo, comparativo, quali-quantitativo e transversal. A 

coleta de dados ocorreu no período de março a junho de 2014. Os 

participantes receberam os questionários impressos: WHOQOL-breaf, Escala 

Visual da Dor (EVA) e o questionário do perfil dos participantes da pesquisa em 

conjunto com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).  

O questionário WHOQOL-breaf (ANEXO 1) compreende a versão 

abreviada do questionário WHOQOL-100 que é composto por cem questões e 

contou com a participação de especialistas de diversos países para sua 

construção, para que se obtivesse um enfoque transcultural. A versão em 

português dos instrumentos WHOQOL foi desenvolvida no Centro WHOQOL 

para o Brasil, no Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da 

Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1998, sob a coordenação do 

Dr. Marcelo Pio de Almeida Fleck (FLECK et al., 2000). O referido instrumento 



 
38 

 

possui uma escala dentro de uma perspectiva transcultural para medir QV em 

adultos, considerando como características fundamentais o caráter subjetivo da 

QV (englobando aspectos positivos e negativos), e sua natureza 

multidimensional. É composto por questões autoaplicáveis autoexplicativo e 

autor-respondível e aborda a percepção dos sujeitos em seu contexto, na sua 

cultura e seus valores sobre sua QV. Neste caso é solicitado que o indivíduo 

pesquisado faça uma reflexão sobre as duas últimas semanas de sua vida e 

avalie como se sente em relação à sua QV, tendo em mente seus valores, 

aspirações, prazeres e preocupações, devendo assinalar somente uma das 

cinco alternativas apresentadas para cada uma das questões.  

A escolha do instrumento genérico WHOQOL-bref para avaliação da QV, 

neste estudo, se justifica por mensurar as variáveis subjetivas e 

multidimensionais que envolvem a percepção do bem-estar no ser humano 

(FLECK et al., 2000). Os dados obtidos através do WHOQOL-bref são 

analisados conforme sintaxe prevista pelo grupo de estudos que realizou a 

tradução do documento (ANEXO 2). 

 A EVA (APÊNDICE A) é um instrumento unidimensional para a 

avaliação da intensidade da dor. O teste consiste na medida de uma linha 

horizontal de 10 cm, com âncoras em ambas as extremidades. Numa delas é 

marcada "sem dor" e na outra extremidade é indicada "pior dor possível". A 

magnitude da dor é indicada marcando a linha, e uma régua é utilizada para 

quantificar a mensuração numa escala de 0 - 10 cm (SCOPEL; ALENCAR; 

CRUZ, 2007).  

O questionário do perfil dos praticantes (APÊNDICE B) e sedentários 

(APÊNDICE C) contou com questões objetivas referentes aos dados pessoais, 

questões subjetivas sobre atividade física, QV e Pilates e dados 

antropométricos como peso, altura, Índice de Massa Corporal (IMC) e pressão 

arterial (PA). 

 Os dados antropométricos (peso (kg) e altura (m)) nos dois grupos foram 

aferidos pela pesquisadora somente no caso de dúvida ou desconhecimento 

destes dados por parte dos participantes. Nestes casos, utilizou-se a balança 

Digital portátil da marca G-Lifde® com capacidade de 150 kg onde os 

http://www.americanas.com.br/produto/7447464/balanca-digital-magna-150kg-g-life


 
39 

 

voluntários foram avaliados descalços e sem objetos ou vestuário pesado. Para 

medição da altura utilizou-se  uma fita métrica fixada à parede, sem rodapés, a 

uma altura de 50 cm do chão, com a pessoa descalça, encostada à parede, de 

forma ereta, de modo que os olhos e as orelhas traçassem linhas horizontais 

paralelas. Para o estudo utilizou-se o IMC como método avaliativo do nível de 

gordura corporal, por ser um preditor internacional adotado pela OMS. Este 

índice é calculado dividindo a massa corporal (em kg) pelo quadrado altura 

(m2). Através da medida do IMC, podem-se classificar os indivíduos em 

diferentes graus de obesidade. 

 A verificação da PA foi realizada no estado de repouso por, no mínimo, 

na posição sentada com o braço apoiado no nível do coração. Foi utilizado 

sempre o mesmo braço para a medida. O aparelho de pressão arterial utilizado 

foi Aneroide® da marca Premium. 

 Todos os sujeitos praticantes do método Pilates foram orientados em  

um estúdio onde as aulas eram ministradas exclusivamente por fisioterapeuta 

com formação no método. Os exercícios foram realizados no solo e por meio 

de aparelhos que através do uso de molas influenciavam de forma passiva e 

ativa a atividade. As aulas foram realizadas em duplas através do comando 

visual e verbal. Foram excluídos do estudo praticantes do Pilates e sedentários 

com dificuldades cognitivas para compreensão e preenchimento dos 

questionários, mulheres em período de gestação e menores de 18 anos. 

Os participantes do Grupo P receberam os questionários e o TCLE no 

estúdio da própria pesquisadora onde realizam a atividade física, antes do 

início da aula, tendo sido esclarecido, pela pesquisadora, que não deveriam se 

identificar nos questionários. Já os participantes do Grupo S receberam os 

questionários em suas residências, o que caracterizou a amostra como 

intencional, após contato telefônico. Nenhum participante relatou qualquer 

doença de ordem neurológica ou incapacitante que impossibilitasse o 

preenchimento dos questionários. Os dois grupos foram de classes sociais 

semelhantes, informação adquirida nos questionários. 



 
40 

 

Foi realizado o teste de Shapiro-Wilk para verificar a normalidade, sendo 

os dados considerados normais. A análise estatística foi realizada através do 

Teste t para comparar o IMC de homens e mulheres e o IMC dos participantes 

do Grupo P e S. 

Para comparação o IMC de homens e mulheres do Grupo P com 

homens e mulheres do Grupo S foi realizada a análise de variância ANOVA, 

com comprovação através do teste de Tukey. Esta mesma análise foi utilizada 

para comparar os escores de QV nos domínios avaliados (físico, social, 

psicológico e ambiental) entre os Grupos P e S. 

Para comparar o escore de QV dos participantes do Grupo P e S, foi 

aplicado o teste Z, uma vez que as variâncias foram desiguais, sendo, portanto, 

este o teste mais indicado.  

Foram correlacionados os dados do escore de QV com o total de dor 

dos participantes dos dois grupos. Para avaliar-se a relação entre as variáveis, 

foi realizada a correlação de Pearson.  

Os dados foram analisados no software Bioestat 5.0® e consideradas 

significativas as diferenças p ≤ 0,05 e os dados de média e desvio padrão são 

apresentados na forma de média (desvio padrão). 

As questões abertas foram quantificadas e as respostas dos indivíduos 

dos dois grupos referentes ao o que é QV, qual a importância da atividade 

física, quais os fatores que motivam e desmotivam a prática de atividade física, 

por que procurou o Pilates e quais os benefícios que a atividade poderia trazer 

foram categorizadas e analisadas conforme análise de conteúdo de Bardin 

(2004), com a identificação de categorias e subcategorias emergentes das 

falas da população do estudo. Bardin (2004) define a análise de conteúdo 

como técnica de análise de comunicações visando obter instrumentos 

sistemáticos e objetivos de descrição de conteúdo das mensagens, e 

indicadores que irão permitir aprofundar o conhecimento relativo às 

mensagens. 

 



 
41 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 

 

 A seguir, são apresentados os dados pertinentes ao perfil 

socioeconômico, os dados antropométricos, dados referentes à saúde, a escala 

de dor entre outros dos participantes da pesquisa do Grupo P e Grupo S.  

4.1 Perfil da População 

 A amostra total foi composta por 144 mulheres e 56 homens, sendo 74 

mulheres no Grupo P e 70 mulheres no Grupo S. A idade dos participantes 

variou de 19 a 64 anos, com média de 39,9 (12,8) anos. Referente à ocupação, 

a maioria dos indivíduos tanto do Grupo P (39) como do Grupo S (49) relataram 

trabalhar como funcionário em organizações, com uma renda familiar mensal 

entre 4 e 10 salários. Na variável escolaridade a maioria do Grupo P (38) 

cursou faculdade enquanto que no Grupo S a maioria (37) possui o segundo 

grau completo. 

 São apresentados os dados referentes ao gênero, idade, ocupação, 

escolaridade e renda na tabela 1.      

 

 



 
42 

 

Tabela 1- Dados socioeconômicos 

Variáveis Grupo P 
(%) 

Grupo S 
(%) 

TOTAL 
(%) 

Gênero    
 Feminino 74 70 72,0 
 Masculino 26 30  28,0 
 TOTAL 100 100 100,0 
Idade    
 Até 20 anos 2 1   1,5 
 21 a 30 anos 30 33 31,5 
 31 a 40 anos 27 19 23,0 
 41 a 50 anos 16 20 18,0 
 51 a 60 anos 20 26 23,0 
 > 60 anos 5 1   3,0 
 TOTAL 100 100 100,0 
Ocupação    
 Aposentado(a) 10 9   9,5 
 Do lar 5 2   3,5 
 Funcionário(a) público 14 9 11,5 
 Funcionário(a) em organização não pública 39 49 44,0 
 Não trabalha 3 4    3,5 
 Chefe ou Proprietário 14 9 11,5 
 Autônomo 14 15 14,5 
 Outro 1 3   2,0 
 TOTAL 100 100 100,0 
Escolaridade    
 Não estudou 0 1 0,5 
 1º grau completo 4 10 7,0 
 2º grau completo 24 37 30,5 
 Ensino Superior 38 30 34,0 
 Pós-Graduação 34 22 28,0 
 TOTAL 100 100 100,0 
Renda Familiar    
 Acima de 20 salários 10 3   6,5 
 De 10 a 20 salários 24 15 19,5 
 Entre 4 a 10 salários 47 46 46,5 
 Entre 2 a 4 salários 17 22 19,5 
 Até 2 salários 2 14   8,0 
 TOTAL 100 100 100,0 

Fonte: Pesquisa realizada pela autora 

 Em relação ao perfil dos indivíduos observa-se que a maioria é do sexo 

feminino (72%). Segundo Lins (1999), a maior inserção da prática de exercícios 

físicos entre as mulheres está associada à manutenção da saúde e valorização 

dos cuidados com a imagem corporal. A amostra foi constituída em sua maioria 

(31,5%) de indivíduos jovens de 21 a 30 anos. Normalmente, não se consegue 

fazer uma associação entre o nível de escolaridade dos indivíduos com a 

maneira como estas pessoas encaram ou mesmo enfrentam novas situações 

impostas em suas vidas (CORDEIRO, 2006). Os resultados da presente 

pesquisa não permitem afirmar que o número de anos de estudo seja fator 



 
43 

 

influenciador da percepção da QV, mesmo que o grupo dos sedentários tenha 

apresentado menor nível de escolaridade, não há diferença estatística 

significativa na distribuição.  

 Os dois grupos se mostraram homogêneos em termos renda familiar 

mensal. Estudos de Tang (2007) demonstram uma associação subjetiva entre 

renda e bem-estar já o estudo de Galvão, Cerqueira e Machado (2004) 

encontrou associação entre baixos escores de QV e condição socioeconômica 

com baixos índices de renda per capita. Sprangers et al. (2000) identificaram 

que a idade avançada, sexo feminino, baixo nível de escolaridade e renda são 

fatores que se associam a níveis inferiores de QV. A baixa renda é, portanto, 

um fator em potencial que pode comprometer as condições de saúde e, 

consequentemente, a QV dos indivíduos.    

4.2 A QV de Praticantes de Pilates e Sedentários 

 Atualmente encontram-se inúmeros trabalhos mostrando os benefícios 

da atividade física tanto no âmbito físico, psicológico, social em todas as idades 

(NUNOMURA;TEIXEIRA; CARUSO, 2004; SILVA et al., 2010; MAINCIN et al., 

2008). Entre os benefícios do método Pilates pode-se destacar: o aumento da 

força e resistência muscular, aumento do controle muscular, prevenção de 

lesões, melhora capacidade respiratória, flexibilidade, melhora da consciência 

corporal, o alivio do estresse e o aumento da autoestima (PILATES, 2010). 

Observando estes parâmetros uma pessoa ativa pode obter uma melhor 

qualidade de vida através de todos os benefícios que a prática da atividade 

física proporciona em relação a pessoas que não praticam (SILVA et al., 2010; 

MAINCIN et al., 2008; REIS; MASCARENHAS; LYRA, 2011).  

 Com relação à QV, os dados mostram que os participantes do Grupo P 

apresentaram melhores escores de QV do que os do Grupo S no domínio físico 

(p= 12,09), no domínio psicológico (p=10,69), social (p=14,57) e ambiental 

(p=10,09) quando comparado com os sedentários em todos os domínios: físico 

(p=19,08), psicológico (p=10,86), social (p=11,07) e ambiental (8,30). O 

percentual dos dois grupos de acordo com os domínios físico, psicológico, 

social e ambiental pode ser observado no Gráfico 1. 



 
44 

 

Gráfico 1 - Distribuição dos escores de QV de acordo com os domínios 

analisados

Fonte: pesquisa realizada pela autora 

 De acordo com Araujo e Araujo (2000) a QV está diretamente 

relacionada à aptidão física e a saúde. Inúmeros trabalhos científicos destacam 

o sedentarismo e o estresse como responsáveis por doenças e redução da QV, 

conforme descrito a seguir.  

 Nunomura, Teixeira, Caruso (2004) demonstraram que a prática de 

atividade física regular acarretou a diminuição do nível de estresse em pessoas 

praticantes quando comparados com pessoas sedentárias, obtendo-se assim 

uma melhor QV. Silva et al. (2010) concluíram que independente do sexo, 

idade e profissão, a prática da atividade física traz consigo uma melhora em 

todos os aspectos da QV, também Maincin et al. (2008) expressam que a 

prática de algum tipo de atividade física representa uma melhor QV tanto nos 

aspectos funcionais quanto físicos quando comparamos pessoas praticantes 

de algum tipo de atividade física com sedentários. 

 Com relação aos praticantes de exercícios físicos e sedentários, foram 

encontrados na literatura três estudos com associação positiva entre diferentes 

intensidades de exercícios físicos e QV. No estudo de Lutsky et al. (2004), os 

autores investigaram a influência da freqüência de exercício, intensidade e 

volume na QV. Assim como neste estudo houve associação do exercício com a 

79,43 75,75 79,42 76,0961,31 66,67 76,39 61,46
0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Domínio Físico Domínio Psicológico Domínio Social Domínio Ambiental

Grupo P Grupo S



 
45 

 

melhora da QV principalmente quando independente do tipo, os exercícios 

foram realizados regularmente pelos indivíduos participantes da pesquisa. O 

grupo dos exercícios de maior frequência relataram significativamente melhor 

saúde e QV do que aqueles que se exercitavam com menor freqüência. Os 

autores observaram a QV significativamente maior no grupo que realizou 

atividades com volume maior em comparação aos outros grupos. E concluíram 

que a atividade de alta freqüência, e de intensidade leve é a que produz altos 

índices de queima calórica, melhorara da saúde e tem a maior influência sobre 

a QV. 

 No estudo de Brown et al. (2004) corroborando com o estudo atual  foi 

observado que a QV teve uma pior percepção subjetiva em indivíduos 

sedentários do que naqueles que praticavam exercícios regularmente. Já na 

pesquisa realizada por Mota et al. (2006) com idosos fisicamente ativos e 

sedentários, verificou-se, por meio do instrumento de avaliação da QV SF-36, 

que aqueles que pertenciam ao grupo que praticava atividade física regular 

apresentou melhores resultados em todos os domínios pesquisados da QV. 

Como no presente estudo Simas, Kessler e Santos (2010), avaliaram a 

percepção da QV em um grupo de vinte praticantes do método Pilates de 

ambos os sexos com idades de 40 a 60 anos, os pesquisadores obtiveram 

como resultado uma boa percepção de QV em relação aos domínios: físico, 

psicológico, social e ambiental, sendo que o domínio social foi o de maior valor, 

e o domínio psicológico o de menor valor. Nesta pesquisa o gênero masculino 

apresentou melhor percepção da QV.  

 Outro estudo com 65 praticantes de Pilates de ambos os sexos com 

idade mínima de 18 anos, teve como objetivo comparar a percepção de saúde 

e QV entre praticantes iniciantes e experientes através do questionário de QV 

SF-36. A percepção do estado de saúde dos praticantes de Pilates foi 

satisfatória, a maioria afirmou que pratica para melhorar a QV, ou seja, 

promover a saúde e perceberam que seu estado de saúde atual é melhor do 

que das outras pessoas e melhor do que antes da prática. No geral não houve 

diferença no nível de QV entre os praticantes com mais ou menos tempo de 



 
46 

 

prática no Pilates, entretanto praticantes a mais de um ano apresentaram uma 

maior capacidade funcional (GONÇALVES; LIMA, 2014).  

Entre os domínios avaliados no presente estudo, o domínio físico foi 

determinado pela percepção dos praticantes e sedentários frente à sua 

avaliação de dor, a necessidade de tratamento médico, como avaliam a 

energia para as atividades do cotidiano, a capacidade de locomover-se, a 

satisfação com o sono, de desenvolver as atividades diárias e com a 

capacidade de realizar o seu trabalho. A média das pontuações no aspecto 

físico aponta um escore de 85,12 (8,87) para o Grupo P e 61,31 (19,09) para o  

Grupo S. Sendo que entre os domínios, o físico foi o de maior média no Grupo 

P, resultado inversamente proporcional ao do Grupo S.  

Quando questionados sobre a importância da atividade física os 

praticantes de Pilates afirmaram: “sem atividade não tem vida saudável”,  

“reduz dores, melhora minha disposição e sono”,  “melhora minha QV e reduz 

minha sobrecarga no trabalho”. Estes aspectos confirmam os efeitos positivos 

da atividade na vida destes indivíduos principalmente ao que se refere ao 

domínio físico. 

 Nos aspectos físicos os praticantes também afirmaram benefícios: “ 

melhora meu alongamento, postura e equilíbrio”, “melhora a minha força 

muscular”,  “importante para o meu condicionamento físico, me sinto forte, com 

boa postura e alongado”. 

 Um estudo realizado na Suécia encontrou associação moderada entre o 

domínio físico da QV e a incapacidade física por dor lombar. E afirmou que o 

domínio físico da QV apresenta ser o que mais se relaciona com o nível de 

incapacidade em relação aos demais, o que nos indica que níveis elevados de 

incapacidade física por dor poderiam ocasionar diminuição da QV (EKMAN et 

al., 2005).  

 Bize, Johnson e Plotnikoff (2007) também encontraram resultados 

semelhantes, relatando que alto escore do domínio físico esteve associado 

com alto nível de atividade física. De fato, essa relação é esperada uma vez 



 
47 

 

que existem fortes evidências sobre o impacto que a atividade física pode 

promover na saúde física com ganhos de força, flexibilidade e mobilidade.  

 Estudos evidenciam que o método Pilates é uma estratégia positiva para  

reduzir o desequilíbrio entre musculatura flexora e extensora de tronco, para 

ganhos e condicionamento de força e flexibilidade relacionando a promoção da 

saúde e melhora na QV dos seus praticantes (FERREIRA et al., 2007; 

KOLYNIAK; CAVALCANTI; AOKI, 2004).  

 O estudo realizado por Schick (2011) avaliou as concepções de QV, as 

contribuições do método Pilates para o cotidiano das praticantes e as 

interferências do método no período do climatério de mulheres praticantes a 

mais de um ano. A pesquisa destacou, assim como neste estudo, o domínio 

físico como o mais relevante. As mulheres apresentaram redução das dores 

corporais, aumento da flexibilidade, além de apresentarem-se mais dispostas. 

Refletindo nas concepções compreendeu-se que o Pilates contribuiu na 

melhora da QV em mulheres no período do climatério. 

Para a identificação do escore de QV em relação aos aspectos 

psicológicos, os indivíduos dos dois grupos foram indagados na sua percepção 

sobre memória e concentração, autoestima, imagem corporal e aparência, 

sentimentos negativos, crenças pessoais. Este item foi avaliado com média de 

77,08 (12,57) entre os participantes do Grupo P e 66,67 (10,87) no Grupo S. 

A maior média em relação aos aspectos psicológicos do Grupo P vem 

ao encontro do estudo de Costa et al. (2003) que afirmam que a prática de 

exercícios regulares, além dos benefícios fisiológicos, acarreta benefícios 

psicológicos, tais como: melhor sensação de bem estar, humor e autoestima, 

assim como, redução da ansiedade, tensão e depressão.  

Nos dois grupos quando questionados sobre os benefícios da atividade 

física ou que a atividade física poderia proporcionar houveram respostas 

relacionadas com o aspecto psicológico: “estar de bem com a mente e o 

corpo”, “melhora minha autoestima”, “poderia ajudar a reduzir minha 

ansiedade”, “viver bem, com saúde e menos estresse”. 



 
48 

 

 A atividade física, quando orientada corretamente, pode contribuir para a 

melhora da aptidão física em geral e da saúde. Pode também proporcionar 

atividades de caráter recreativo que tragam interesse e prazer. Para muitos 

médicos e especialistas, exercícios físicos realizados de forma regular ou 

frequente estimulam o sistema imunológico. Além disso, melhoram a saúde 

mental e ajudam a prevenir a depressão (NURO et al., 2010). 

 

 Neste panorama contemporâneo, a relação da atividade física à saúde 

supera a tradicional perspectiva do fitness, despertando um novo conceito de 

exercício saudável. Matsudo, Matsudo e Neto (2000) descrevem benefícios 

antropométricos, neuromotores, metabólicos e psicológicos destacando 

melhorias da autoestima, do autoconceito, da imagem corporal, das funções 

cognitivas e de socialização, além da diminuição do estresse, ansiedade e do 

consumo de medicamentos.   

 Segundo Nicoloff, Schwernk e Thomas (1995), as modificações do 

humor através do exercício físico, como no Pilates, podem estar associadas à 

secreção de endorfinas causando sensação de euforia. Além disso, o Pilates é 

um método que contempla o corpo e a mente, onde, através da concentração e 

consciência, a mente pensa e o corpo executa. Estudos suportam evidências 

de que um programa de exercício físico com estratégias cognitivas, como no 

caso do Pilates, é mais efetivo na promoção de benefícios psicológicos que um 

programa de exercício físico que não aborde esta componente. Segundo 

Greenspan et al. (2007), as características inerentes ao trabalho corpo-mente, 

tais como o aspecto meditativo, explicam os resultados positivos na percepção 

do estado de saúde e suas implicações na QV, para além de melhorias na 

aptidão física. 

 Acredita-se que pessoas sedentárias possam ter uma ótima saúde ou 

QV, uma vez que existem outros fatores como os hereditários, afetivos e 

culturais que também são importantes para se determinar esses padrões, 

porém a literatura sugere que a atividade física é fundamental na vida das 

pessoas, que hoje é caracterizada pela carência de movimentos e pelas altas 

exigências psíquicas (COSTA et al., 2003 ;WEINECK, 2003).  



 
49 

 

A QV no que tange o aspecto social aponta para um escore de 79,17 

(11,49) no Grupo P e 76,39 (11,08) entre os participantes do Grupo S, para 

qualificá-la os indivíduos foram estimulados a refletir sobre a vida sexual, com o 

apoio que recebe dos amigos.  

Para identificar o escore de QV, no que tange ao ambiente, os dois 

grupos foram questionados em relação à sensação de segurança, se o 

ambiente físico pode ser considerado saudável, se a quantidade de dinheiro é 

suficiente para satisfazer suas necessidades e sem têm tempo para o lazer. O 

aspecto ambiental foi o de menor média entre os participantes do Grupo P com 

um escore de 76,04 (7,82) e no Grupo S 61,46 (8,31). 

 O estudo de Interdonato e Greguol (2010), que avaliou a QV de 

indivíduos fisicamente ativos (atletas, praticantes de esportes coletivos, 

praticantes de esportes individuais, exercícios físicos e sedentários),  

evidenciou que o grupo que teve melhor percepção de QV foi o dos indivíduos 

praticantes de exercícios físicos para promoção da saúde. O domínio de meio 

ambiente mostrou-se o mais prejudicado, enquanto o das relações sociais, com 

maior valor, apresentou-se como aspecto positivo da QV dos indivíduos. No 

entanto no domínio físico foram encontrados valores muito próximos entre 

atletas de esporte coletivo e sedentários, mostrando neste estudo que o fato de 

o indivíduo ser fisicamente ativo não tem relação direta com sua percepção de 

QV quando comparado à percepção apresentada pelos sedentários. 

 Assim como no presente estudo, Vale e Dantas (2003) ao avaliaram a 

QV de 34 sujeitos com idade entre 20 e 60 anos de ambos os sexos, 

praticantes uma atividade física orientada, como musculação obtiveram uma 

boa percepção da QV, no entanto constataram que o domínio de menor valor 

foi o ambiental onde o grupo participante da pesquisa mostrou-se descontente 

com questões  relacionadas à infra-estrutura.  

 O escore de QV por faixa etária demonstrou que independente da idade 

os praticantes de Pilates obtiveram maiores valores em todos os domínios da 

QV quando comparados com os sedentários nas faixas etárias referidas na 

Tabela 2. 



 
50 

 

Tabela 2 – Média dos escores de QV entre participantes do Grupo P e Grupo S conforme faixa etária 

 

 Grupo P Grupo S 

Físico  
Média (DP) 

Psicológico 
Média (DP) 

Social 
Média (DP) 

Ambiental 
Média 
(DP) 

Físico 
Média 
(DP) 

Psicológico 
Média (DP) 

Social 
Média (DP) 

Ambiental 
Média (DP) 

Até 30 anos 83,8 (8,0) 76,9 (10,2) 85,1 (15,3) 75,7 (9,6) 66,7 (11,2) 65,1 (12,9) 73,6 (15,8) 59,3 (12,8) 
De 30 a 40 anos 78,9 (12,8) 75,0 (10,7) 77,3 (14,9) 75,1 (10,8) 64,0 (16,4) 66,5 (12,7) 69,7 (15,1) 62,5 (9,4) 
De 40 a 50 anos 77,5 (10,4) 75,7 (8,2) 77,9 (11,0) 78,0 (9,3) 63,9 (18,3) 59,6 (14,7) 68,4 (16,8) 60,0 (10,4) 
De 50 a 60 anos 76,6 (16,0) 78,1 (10,0) 79,7 (16,4) 79,1 (10,4) 64,4 (13,6) 66,3 (13,1) 72,3 (14,0) 64,1 (10,8) 
Mais de 60 anos 78,6 (11,9) 72,0 (15,7) 75,0 (13,4) 72,7 (10,0) 57,1 (8,0) 60,0 (14,0) 61,7 (13,9) 63,1 (15,8) 

 

Fonte: pesquisa realizada pela autora 

 



 
51 

 

 

 Observa-se que no Grupo P os indivíduos até 30 anos possuem maior 

média no domínio físico 83,78, enquanto que nos demais domínios a idade de 

50 a 60 anos obteve maior média. Entre o Grupo S de até 30 anos o domínio 

físico 66,75 e o social 73,56 foram os de maior média, enquanto o psicológico 

foi melhor na idade de 30 a 40 anos e o ambiental 64,13 na idade de 50 a 60 

anos. 

 Em todos os domínios, a maior diferença dos escores da QV entre os 

dois grupos ocorreu na faixa etária de 40 a 50 anos.  

 No estudo de Silva et al. (2010), que teve como objetivo analisar as 

associações da prática de atividades esportivas na QV de 863 indivíduos 

através do WHOOQOL breaf, ao que se refere a variável idade, quando 

comparada ao domínio ambiente físico, ambiente psicológico e meio ambiente 

mostrou que quanto maior a idade dos participantes, maior os escores de QV; 

porém, somente no cruzamento com o ambiente físico as diferenças se 

mostram significativas. Uma diferente situação foi encontrada no cruzamento 

com o domínio relações sociais, em que, com diferenças significativas, quanto 

menor a idade do participante, maior seu escore em QV.    

4.3 Relação do IMC de Praticantes e sedentários  

 A QVRS engloba as dimensões físicas, psicológicas e sociais da saúde. 

O sobrepeso e a obesidade são um problema de saúde pública relevante, com 

repercussões na QV dos indivíduos, tanto em nível físico como mental. 

Caracterizada pelo aumento do IMC, a obesidade está associada a um risco 

aumentado de mortalidade e morbilidade, causados por doenças, como 

diabetes, hipertensão arterial, doença cardiovascular, osteoartrite e dificuldades 

no sono (COUTINHO; BENCHIMOL, 2006). O IMC é um indicador amplamente 

utilizado para caracterizar a obesidade. Segundo a OMS, indivíduos com 

valores de IMC entre 25 e 29,9 kg/m² são considerados com sobrepeso e 

consideram-se obesos indivíduos que apresentam IMC com valor igual ou 

maior a 30 kg/m² (WHO, 2000).   



 
52 

 

 Neste estudo, ao avaliar-se o IMC, houve diferença estatística 

significativa entre os dois grupos. A média do IMC do Grupo P foi de 23,82 

(3,9) kg/m², valor considerado normal na classificação da massa corpórea 

conforme OMS, enquanto que a média do Grupo S foi 25,75 (4,6) kg/m², 

classificada como sobrepeso, segundo a OMS.  

 Na comparação do IMC entre homens e mulheres do Grupo P, os 

homens obtiveram média de 26,86 (t=5,15, p< 0,0001) e as mulheres 22,75 

(12,49). Já no Grupo S, os homens apresentaram média 27,94 (t=3,25, p= 

0,00015) e as mulheres 24,81 (20,62), conforme pode ser visualizado no 

Gráfico 2. 

Gráfico 2 – Média de IMC e desvio padrão de homens e mulheres dos Grupos 

P e S  

         

Fonte: pesquisa realizada pela autora 

 A menor média do IMC encontrada nos homens e mulheres do Grupo P 

pode ser entendida pela queima calórica que a atividade física promove. 

Embora o objetivo do Pilates não seja a queima de calorias, como por exemplo 

uma caminhada ou corrida, ele trabalha a força e resistência muscular, o que 

torna os indivíduos mais ativos e ágeis no dia a dia, a inclusão destes 

exercícios em pessoas com sobrepeso tem demonstrado importantes 

benefícios, além da perda de peso corporal. Woods, Vieira e Keylock (2009) 

verificaram que a melhora da função e da capacidade de realizar atividades da 

26,86 22,7527,94 24,81
0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Homens Mulheres

IM
C

 (
kg

/c
m

2
)

Grupo P Grupo S



 
53 

 

vida diária contribui para um maior gasto energético diário. Tais relatos 

representam, na prática, aspectos determinantes para a promoção da saúde de 

indivíduos.  

 Já Santos e Pereira (2008), realizaram um estudo com o objetivo 

descrever a QVRS da população frequentadora de onze farmácias em uma 

região de Lisboa, a coleta foi realizada através do questionário de QV pelo SF-

36. Também buscou-se conhecer a relação entre a QVRS e o excesso de 

peso, avaliado pelo IMC. Os autores concluíram que o excesso de 

peso/obesidade está negativamente associado à QVRS e esta associação é 

mais acentuada nas dimensões da dor e função física. Ainda para os indivíduos 

do sexo masculino não foram verificadas diferenças estatisticamente 

significativas em qualquer das dimensões do SF-36, enquanto que para os 

indivíduos do sexo feminino, tais diferenças foram verificadas em várias 

dimensões. Neste caso, a variável sexo foi modificadora do efeito do excesso 

de peso/obesidade na QVRS.  Segundo os autores esta relação está descrita 

em vários artigos, bem como a melhoria da QV relacionada com a saúde 

verificada em obesos que perderam peso.  

 No estudo de Pitanga et al. (2010), foi analisada a associação entre 

atividade física e comorbidades cardiovasculares em 387 mulheres obesas 

com índice de massa corporal (IMC) > 30kg/m2. Os resultados demonstraram 

que a atividade física promoveu proteção para as comorbidades 

cardiovasculares nas mulheres obesas, classificadas como muito ativas 

fisicamente. Portanto, a atividade física deve ser sugerida visando afastar o 

risco para problemas cardiovasculares, uma vez que a obesidade já se 

apresenta como um fator de risco importante para estas doenças. 

 Gallagher e Kryzanowska (2000) afirmam que o método Pilates ajuda a 

manter um peso corporal normal. Quando combinado com redução de ingesta 

calórica, permite redução de peso.  

 Quanto a PA, o Grupo P apresentou menor pressão 150/80 mmHg 

comparado ao Grupo S, que obteve média de180/100mmHg. No entanto, nesta 

pesquisa não houve diferença estatística significativa na PA dos dois grupos. 

No estudo de Veiga e Carvalho (2013) que avaliaram QV e a PA de 



 
54 

 

hipertensos praticantes do método Pilates concluiu-se que a prática manteve a 

pressão sistêmica bem controlada e estes indivíduos  apresentaram uma 

percepção de excelente QV.  

 A concentração na respiração ao realizar os exercícios no Pilates pode 

auxiliar na redução da ansiedade, auxiliar o controle do ritmo respiratório e, 

consequentemente reduzir a PA durante o exercício. Para indivíduos 

hipertensos o trabalho de respiração incorporado ao Pilates é muito importante 

para se certificar de que eles não estão elevando a PA (KOPITZKE, 2007)

  

4.4 Problemas de saúde, medicação e dor  

  A QVRS também visa apreender o valor atribuído a vida, quando ela 

passa a ser modificada por limitações na esfera física, psicológica e nas 

relações sociais, em decorrência da doença, do tratamento e outros agravos 

(KIMURA; FERREIRA, 2004).  

 Na avaliação dos problemas de saúde, da administração de 

medicamentos e da percepção de dor foi levado em consideração a 

autopercepção dos indivíduos ao responderem as questões. 

 Os problemas de saúde citados pelos indivíduos nos dois grupos foram: 

Pressão alta, Osteoporose, Depressão, Diabetes, outro tipo de problema e 

mais de um problema associado. No Grupo P, 68% relataram não ter nenhum 

problema de saúde enquanto no Grupo S apenas 47% afirmaram não ter 

nenhum problema de saúde.  

 No Grupo P, 18% declararam ter outros problemas (Escoliose, 

Colesterol, Cardiopatia, Hipertireoidismo, Osteoartrose, Labirintite, Coluna), 6% 

pressão alta, 3% depressão, 1% diabetes e 4% disseram ter associação de 

mais de um problema, enquanto que no Grupo S, 23% afirmaram ter outros 

problemas (Colesterol, Hipotireoidismo, Artrose, Tendinite, Sobrepeso, 

Enxaqueca, Asma, Coluna, Cardiopatia), 12% pressão alta, 4% depressão, 1% 

Osteoporose, 1% diabetes e 12% tiveram associação de mais de um problema. 



 
55 

 

 Os principais problemas de saúde relatados pelos participantes da 

pesquisa nos dois grupos estão elencados na Tabela 3.  

Tabela 3- Problemas de saúde  do Grupo P e do Grupo S 

Problema de Saúde Grupo P (%) Grupo S (%) 

Não tenho problema 68 47 

Pressão Alta 6 12 

Osteoporose 0 1 

Depressão 3 4 

Diabetes 1 1 

Outro 18 23 

Mais que um Problema 4 12 

Total 100 100 

 Fonte: pesquisa realizada pela autora 

     Entre os problemas de saúde que podem ser evitados ou minorados pela 

atividade física estão a diminuição do risco de doenças cardíacas, o controle da 

PA, o diabetes, a obesidade além de ocorrer aumento da expectativa de vida 

pela melhora da QV. Ao mesmo tempo podem-se citar os aspectos fisiológicos 

prejudicados pelo sedentarismo encontrados na literatura que são: perda de 

massa magra, de massa óssea, disfunções metabólicas, alterações 

cardiovasculares, redução da amplitude de movimento e rigidez articular, 

dentre outros (MATSUDO; MATSUDO; NETO, 2000).  

 Quanto às doenças vistas como crônicas Assumpção, Morais e Fontoura 

(2002), apontam que o baixo nível de atividade física é fator decisivo no 

desenvolvimento de doenças degenerativas, afetando negativamente a saúde. 

Concordando com este fato, Zamai (2000) afirma que ao adotar um estilo de 

vida ativo, baseado na prática regular de atividade física, podem-se reduzir os 

riscos de desenvolvimento da maior parte das doenças crônico-degenerativas. 

 Entre as doenças citadas, ainda que não confirmado neste estudo, 

percebe-se a possível relação entre o aumento da PA e a inatividade, fato pelo 



 
56 

 

qual o dobro dos sedentários apresentou o aumento da PA (12) comparado aos 

praticantes de Pilates (6).  

 Notou-se que indivíduos que praticam o Pilates possuem menor número 

de doenças do que os sedentários, no entanto esses resultados não podem ser 

atribuídos apenas à prática desta atividade, mesmo que evidências sustentam 

o efeito positivo de um estilo de vida ativo e ou envolvimento dos indivíduos em 

programas de atividade física, como parte fundamental dos programas 

mundiais de promoção da saúde (MATSUDO; MATSUDO; NETO, 2000). 

 A literatura aponta como vantagens do método Pilates o estímulo da 

circulação, melhora do condicionamento físico, da flexibilidade, do alongamento 

e do alinhamento postural. Além de melhorar os níveis de consciência corporal 

e a coordenação motora. Tais benefícios ajudariam a prevenir lesões e 

proporcionar um alívio de dores crônicas (SACCO et al., 2005; ANDERSON; 

SPECTOR, 2005; KOLYNIAK; CAVALCANTI; AOKI, 2004;).  

 Segundo Aparício e Pérez (2005) o Pilates por se tratar de uma 

atividade que não impõe desgaste articular e cujo número de repetições de 

cada exercício é reduzido, promove prevenção ou tratamento de patologias, 

especialmente as ocupacionais. 

 Quanto à medicação, 30% do Grupo P tomam medicação e 33% só 

quando tem dor. No grupo S, 46% administram algum tipo de medicação e 29% 

só quando tem dor. As medicações mais administradas no grupo dos 

praticantes estão relacionadas aos problemas ditos como “outros”, ou seja, 

21% indivíduos tomam medicação para doença específica. Já entre os 

sedentários 24% dos indivíduos administram mais que um remédio. Segue na 

Tabela 4 a descrição das medicações mencionadas pelos participantes da 

pesquisa. 

 

 

 

 



 
57 

 

 

Tabela 4- Medicação administrada pelos Praticantes e Sedentários 

Medicação Grupo P (%) Grupo S (%) 

Não toma remédio 37 25 

Antidepressivo 3 15 

Anti-inflamatório 5 7 

Relaxante Muscular 12 4 

Analgésico