Homossexuais no Brasil colônia: fragmentos pinçados das confissões da Bahia

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Data
2020-12
Orientador
Lopes, Sérgio Nunes
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Resumo
Esta pesquisa toma como recorte espacial principalmente territórios da Bahia, à época Capitania da Bahia. Foca-se, geograficamente, no Recôncavo. Desloca-se este estudo para o final do século XVI e século XVII, com a inserção da releitura da vida de Luiz Delgado, português radicado nas possessões americanas de Portugal. O objetivo é demonstrar a existência de indivíduos homossexuais neste período da história do Brasil, as suas vivências, as suas formas de resistência e sobrevivência em tempos em que possuir desejos eróticos por outra pessoa do mesmo sexo era considerado crime pelo Estado e terrível pecado pela Igreja. Tem, também, esta pesquisa como propósito a análise de elementos que permaneceram ao longo do tempo nas relações homoafetivas. Utiliza-se a História Cultural como referencial orientador deste trabalho, debruçando-se sobre as contribuições da perspectiva micro-historiográfica de análise, a qual, com a redução de escala, permite o exame cuidadoso de casos específicos, possibilitando chegar a certos detalhes que não seriam possíveis por meio de uma macro-observação. Encontram-se alguns objetos de estudos e estes são, depois de minuciosamente escrutinados, relacionados com contextos mais amplos e gerais. Fez-se uso do conceito de longa duração na História para estabelecer, em meio às mudanças inerentes ao passar do tempo, fragmentos que possuem continuidades. Pequenas partículas das vivências homossexuais encontradas com o auxílio da perspectiva da micro-história foram identificadas em discursos do presente através da longa duração. Por meio da construção legislativa e relatos, especialmente as Ordenações Manuelinas e Filipinas, inferiu-se acerca do imaginário português em relação às práticas homoeróticas e a punibilidade das mesmas. Visitou-se, através dos relatos de cronistas, as relações que os povos nativos e as civilizações de Angola tinham com a homossexualidade. Através da Primeira Visitação do Santo Ofício às Partes do Brasil, foram analisadas as confissões de culpas de sujeitos que desviavam da regra heterossexual, as quais estavam nas Confissões da Bahia, durante a Primeira Visitação do Santo Ofício às terras do Brasil. Nestes relatos onde havia evidentes tensões, encontram-se lacunas importantes nos discursos dos homossexuais, os quais eram chamados de sodomitas pela legislação então vigente. Estes espaços de ausências dentro dos discursos demonstram estratégias de autoproteção e também de proteção aos parceiros que não foram nomeados. As suas existências, vivências e estratégias de sobrevivências consolidam-se como o foco principal desta pesquisa. A partir desse ponto focal, encontram-se elementos identitários que possuem continuidades na hodiernidade, apesar das rupturas.
Descrição
Palavras-chave
Homossexualidade; Inquisição; Homossexuais no Brasil Colonial; Estratégias de resistência homossexual
Citação
PACHECO, Gustavo Conceição. Homossexuais no Brasil colônia: fragmentos pinçados das confissões da Bahia. 2020. Monografia (Graduação em História) – Universidade do Vale do Taquari - Univates, Lajeado, 15 dez. 2020. Disponível em: http://hdl.handle.net/10737/2911.
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