CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES 

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS 

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL 

 

 

 

 

 

 

COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 

URBANOS AVALIANDO O POTENCIAL PARA COMPOSTAGEM E 

RECICLAGEM NO MUNICÍPIO DE GARIBALDI/RS 

 

 

 

 

 

Fernanda Ferla 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Lajeado, novembro de 2016 



  

Fernanda Ferla 

 

 

 

 

 

 

 

 

COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 

URBANOS AVALIANDO O POTENCIAL PARA COMPOSTAGEM E 

RECICLAGEM NO MUNICÍPIO DE GARIBALDI/RS 

 

  

 

 

Trabalho de Conclusão de Curso II apresentado ao 

Curso de Engenharia Ambiental do Centro 

Universitário UNIVATES, como parte dos 

requisitos para a obtenção do título de bacharela 

em Engenharia Ambiental. 

 

 

 

Orientador: Prof. Ms. Marcelo Luis Kronbauer 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Lajeado, novembro de 2016



  

AGRADECIMENTOS 

 

 

Meus maiores e mais sinceros agradecimentos à minha família, principalmente meus 

pais João e Vania e ao meu irmão Gabriel, que me apoiaram e sempre acreditaram que eu era 

capaz de alcançar meus objetivos. 

Em especial a meu namorado Mauricio pelo carinho, apoio, motivação e 

principalmente paciência durante essa caminhada da minha vida. 

Agradeço as minhas tias, Ivete e Rosa, que foram peças indispensáveis para a 

concretização dos meus sonhos, pelo apoio, ajuda e amizade. 

Agradeço ao professor e orientador, professor Marcelo, por toda ajuda e confiança. 

Agradeço a secretaria de Meio Ambiente do município de Garibaldi, Cristina Mersoni, 

por toda a ajuda e apoio na realização do trabalho. 

Aos meus amigos que sempre estiveram presentes nas horas boas e ruins, e aos amigos 

que ganhei durante o curso, pela amizade e pelos momentos de alegria que passamos juntos 

nesses seis anos de graduação. 

Aos professores do curso de Engenharia Ambiental da Univates pela dedicação, 

orientação e conhecimentos compartilhados. 

E por fim, agradecer à Deus, sem ele nada somos, sem ele eu nada seria. 

Enfim, a todos que de alguma forma contribuíram para a minha formação, o meu 

muito obrigado!



  

RESUMO 

 

 

O aumento populacional traz a necessidade de produção e consumo cada vez maior. Simultâneo 

a isso vem a problemática da geração de resíduos, principalmente dos resíduos sólidos urbanos. 

Esses resíduos, se dispostos incorretamente trazem diversos prejuízos ao meio ambiente e aos 

que nele estão inseridos, como contaminação atmosférica, de recursos hídricos e dos solos, 

disseminação de vetores e doenças, dentre outros problemas que se agravam a cada dia. A partir 

da Política Nacional de Resíduos Sólidos, sancionada em 2010, o cuidado e preocupação com 

os resíduos sólidos deixou de ser responsabilidade de poucos e passou a ser compartilhada com 

todos, incluindo desde os fabricantes, os comerciantes e até os compradores. Os municípios 

brasileiros foram obrigados a fazer o manejo dos seus resíduos, com isso cada vez mais têm se 

buscado alternativas pata o correto tratamento e disposição final dos resíduos sólidos urbanos. 

Neste contexto, os gestores encontram dificuldade em decidir qual método adotar, devido à 

grande quantidade de tecnologias existentes e as características dos resíduos, que variam muito 

de um local para o outro. Para apoiar na decisão do melhor método a ser adotado são feitos 

diversos estudos como ciclo de vida dos resíduos, quantidade de resíduo gerado por habitante, 

gravimetria dos resíduos sólidos urbanos, entre outros. Este trabalho teve por objetivo fazer o 

estudo gravimétrico dos resíduos sólidos urbanos do município de Garibaldi, Rio Grande do 

Sul, propondo um melhor aproveitamento dos resíduos sólidos gerados, visando, 

principalmente, a implantação de um sistema de compostagem. O município de Garibaldi, 

possui coleta seletiva o que proporciona uma melhor análise dos resíduos gerados. Para o 

presente estudo foi utilizado o método do quarteamento dos resíduos, amostrando 

separadamente os resíduos orgânicos e inorgânicos do município, sendo possível quantificar os 

resíduos sólidos urbanos. Os resultados obtidos foram bastante satisfatórios, a coleta de resíduo 

orgânico apresentou uma taxa de mais de 50% de resíduo orgânico, o que torna a implantação 

da usina de compostagem viável. Porém, nesta mesma coleta o nível de recicláveis encontrados 

ainda é alto, aproximadamente 30% da amostra e o restante (20%) é caracterizado como rejeito. 

Na coleta seletiva o resultado foi ainda mais satisfatório, cerca de 90% do resíduo encontrado 

é passível de ser reciclado, por estar bem separado e acondicionado seu valor agregado aumenta. 

Os resultados mostram que a adesão da coleta seletiva pelos munícipes é alta. 

 

Palavras-chave: resíduos sólidos urbanos. gravimetria. compostagem. sazonalidade. 

 

 

 

 



  

LISTA DE ILUSTRAÇÕES 

 

 

LISTA DE FIGURAS 

Figura 1– Diagrama esquemático de definições utilizadas. ..................................................... 15 
Figura 2 - Cadeia para destinação dos resíduos urbanos .......................................................... 26 

Figura 3 - Localização do município de Garibaldi/RS em relação ao COREDE-Serra. .......... 44 
Figura 4 - Mapa das principais vias de acesso ao município ................................................... 44 
Figura 5 – Caminhão compactador (a) e caminhão baú (b), utilizados na coleta de RSU no 

município de Garibaldi ............................................................................................................. 46 
Figura 6 - Rota de coleta do resíduo orgânico. ......................................................................... 46 

Figura 7 - Rota de coleta do resíduo inorgânico. ...................................................................... 47 
Figura 8 – (a) local de descarregamento do caminhão; (b) coleta da amostra em pontos 

aleatórios da pilha; (c) amostragem de 800 litros; (d) retirada dos sacos de resíduo das 

bombonas e rompimento dos mesmos; (e) homogeneização da amostra; (f) quarteamento da 

amostra; (g) descarte de dois montes de menor significância e nova homogeneização; (h) novo 

quarteamento, escolha dos montes de resíduo mais significativos. .......................................... 49 
Figura 9 - (a) local de descarregamento do caminhão; (b) coleta da amostra em pontos 

aleatórios da pilha; (c) amostragem de 800 litros; (d) retirada dos sacos de resíduo das 

bombonas e rompimento dos mesmos; (e) homogeneização da amostra; (f) quarteamento da 

amostra; (g) descarte de dois montes de menor significância e nova homogeneização; (h) novo 

quarteamento, escolha dos montes de resíduo mais significativos. .......................................... 50 
Figura 10 – Separação dos resíduos em frações. (a) coleta de resíduo orgânico; (b) coleta 

seletiva ...................................................................................................................................... 52 
Figura 11 - Acondicionamento (a) e pesagem dos resíduos (b) ............................................... 53 
Figura 12 – Modelo de contêiner utilizado para a coleta na área central do município. .......... 57 

Figura 13 -  Vista do aterro sanitário de Minas do Leão. ......................................................... 58 
Figura 14 – Fração de resíduo orgânico a) restos de alimentos; b) sanitários. ......................... 61 

Figura 15 - Fração de resíduo reciclável a) papel branco; b) resíduo eletrônico; c) embalagem 

longa vida/tetrapak; d) jornal. ................................................................................................... 63 

Figura 16 - Fração de resíduo orgânico (sanitários). ................................................................ 66 
Figura 17 - Fração de resíduo reciclável. a) PET’S; b)vidro; c) metal; d)lâmpada fluorescente; 

e) copos plásticos; f) pilha usada. ............................................................................................. 69 
Figura 18 – Desenho da planta da usina de compostagem e triagem. 01) moega de 

alimentação; 2) rastelo manual; 3) container; 4) carrinho porta container; 5) sistema de 

trituração; 6) carrinho de distribuição (250 litros); 7) cobertura metálica; 8) prensa 

enfardadeira para papel e papelão; 9) prensa enfardadeira para metais; 10) peneira rotativa. . 79 



  

LISTA DE GRÁFICOS 

Gráfico 1 – Destinação final dos RSU no estado do Rio Grande do Sul. ................................ 23 

Gráfico 2 – Fração orgânica, inorgânica e rejeito final da coleta de resíduo orgânico ............ 59 
Gráfico 3 – Tipos e porcentagens da fração orgânica da amostra ............................................ 60 

Gráfico 4 – Tipos e porcentagens da fração reciclável da amostra .......................................... 62 
Gráfico 5 - Fração orgânica, inorgânica e rejeito final da coleta de resíduo inorgânico .......... 64 
Gráfico 6 – Caracterização e porcentagens da fração orgânica da amostra. ............................ 65 

Gráfico 7 – Caracterização e porcentagens da fração reciclável da amostra ............................ 67 
Gráfico 8 – Composição dos RSU da coleta de orgânico para o outono. ................................. 70 
Gráfico 9 -  Composição dos RSU da coleta de orgânico para o inverno. ............................... 71 

Gráfico 10 - Composição dos RSU da coleta de orgânico para a primavera ........................... 71 
Gráfico 11 - Composição dos RSU da coleta seletiva no outono. ............................................ 72 

Gráfico 12- Composição dos RSU da coleta seletiva no inverno. ........................................... 73 
Gráfico 13 - Composição dos RSU da coleta seletiva no inverno. .......................................... 74 

 

LISTA DE QUADROS 

Quadro 1 - Classificação dos resíduos sólidos, de acordo com a NBR 10.004/2004 ............... 16 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



  

LISTA DE TABELAS 

 

 

Tabela 1 – Coleta e Geração de RSU no Estado do Rio Grande do Sul. ................................. 22 

Tabela 2 - Destino final dos resíduos sólidos no Brasil - 1989/2008 ....................................... 37 
Tabela 3 - Distribuição dos horários referentes a coleta de resíduos orgânicos no município de 

Garibaldi/RS. ............................................................................................................................ 55 

Tabela 4 - Distribuição dos horários referentes a coleta seletiva no município de Garibadi/RS

 .................................................................................................................................................. 56 
Tabela 5 - Distribuição dos horários referentes a coleta seletiva na zona rural do município de 

Garibaldi/RS. ............................................................................................................................ 56 
Tabela 6 – Caracterizações gravimétricas realizadas. .............................................................. 58 

Tabela 7 – Fração reciclável da coleta de resíduo orgânico. .................................................... 62 
Tabela 8 - Fração reciclável da coleta seletiva ......................................................................... 66 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



  

LISTA DE ABREVIATURAS 

 

ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas, 14 

ABRELPE: Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, 21 

ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 28 

CETESB: Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, 26 

CSV: Composto Sulfurado Volátil, 33 

PEAD: Polietileno de Alta Densidade, 30 

PEBD: Polietileno de Baixa Densidade, 30 

PET: PoliTereftalato de Etileno, 30 

PIB: Produto Interno Bruto, 43 

PMGIRS: Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, 24 

PNRS: Política Nacional de Resíduos Sólidos, 23 

PVC: Policloreto de Polivinila, 30 

RSD: Resíduos Sólidos Domiciliares, 18 

SISNAMA: Sistema Nacional do Meio Ambiente, 31 

SNIS: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, 31 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



  

 

 

 

 

 

 

SUMÁRIO 

 

 

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11 

2 OBJETIVO .......................................................................................................................... 13 

2.1 Objetivos específicos ......................................................................................................... 13 

3 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 14 

3.1 Definição de resíduos sólidos ........................................................................................... 14 

3.2 Classificação dos resíduos sólidos ................................................................................... 16 

3.2.1 Classificação quanto a periculosidade ......................................................................... 16 

3.2.2 Classificação quanto à origem ...................................................................................... 17 

3.2.3 Classificação quanto a característica dos resíduos ..................................................... 18 

3.2.3.1 Características físicas ................................................................................................. 19 

3.2.3.2 Características químicas ............................................................................................ 20 

3.2.3.3 Características Biológicas .......................................................................................... 20 

3.3 Panorama dos resíduos sólidos no Brasil ....................................................................... 21 

3.4 Panorama dos resíduos sólidos no Rio Grande do Sul .................................................. 22 

3.5 Legislação .......................................................................................................................... 23 

3.6 Gerenciamento de resíduos sólidos no Brasil ................................................................. 24 

3.7 Etapas do Gerenciamento de Resíduos Sólidos Urbanos .............................................. 26 

3.7.1 Taxa de geração de resíduos sólidos urbanos ............................................................. 26 

3.7.2 Acondicionamento dos resíduos sólidos urbanos ........................................................ 27 

3.7.3 Coleta e Transporte dos resíduos sólidos urbanos ..................................................... 28 

3.8.4 Triagem dos resíduos sólidos urbanos ......................................................................... 29 

3.7.5 Reciclagem dos resíduos sólidos urbanos .................................................................... 31 



  

3.7.6 Sistemas de tratamento ................................................................................................. 32 

3.7.6.1 Tratamento biológico: compostagem ........................................................................ 32 

3.7.6.2 Tratamento biológico: digestão anaeróbia ............................................................... 34 

3.7.6.2 Tratamento térmico: incineração.............................................................................. 35 

3.8 Disposição final dos resíduos sólidos ............................................................................... 37 

3.8.1 Disposição final de resíduos sólidos em lixão .............................................................. 38 

3.8.2 Disposição final de resíduos sólidos em aterro controlado ........................................ 38 

3.8.3 Disposição final dos resíduos sólidos em aterro sanitário .......................................... 39 

3.9 Aspectos econômicos do gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos ........................ 40 

3.9 Composição gravimetrica dos resíduos sólidos urbanos ............................................... 42 

4 METODOLOGIA ................................................................................................................ 44 

4.1 Caracterização da área de estudo ................................................................................... 44 

4.2 Rota de coleta analisada ................................................................................................... 45 

4.2 Amostragem dos resíduos sólidos urbanos ..................................................................... 48 

4.5 Método utilizado para a gravimetria dos RSU .............................................................. 48 

4.6 Estudo da viabilidade do aproveitamento da fração orgânica ..................................... 53 

6 RESULTADOS .................................................................................................................... 54 

6.1 Caracterização da coleta de resíduos sólidos urbanos do município de Garibaldi/RS

 .................................................................................................................................................. 54 

6.2 Caracterização Gravimétrica dos RSU .......................................................................... 58 

6.2.1 Caracterização Gravimétrica dos RSU da coleta de orgânicos ................................. 59 

6.2.2 Caracterização Gravimétrica dos RSU da coleta seletiva ......................................... 64 

6.3 Caracterização gravimétrica sazonal na coleta de resíduo orgânico e seletivo .......... 70 

6.4 Viabilidade do aproveitamento da fração orgânica através da compostagem ........... 76 

6.4.1 Sistema de usinas de triagem e compostagem ............................................................. 77 

6.4.2 Equipamentos necessários para implantação da usina de triagem e compostagem 78 

CONCLUSÕES ....................................................................................................................... 80 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 82 

ANEXO 1 – Coleta de resíduos orgânicos (outono) ............................................................ 89 

ANEXO 2 - Coleta de resíduos orgânicos (inverno) ............................................................ 90 

ANEXO 3 - Coleta de resíduos orgânicos (primavera) ....................................................... 91 

ANEXO 4 – Resíduos da coleta seletiva (outono) ................................................................ 92 

ANEXO 5 - Resíduos da coleta seletiva (inverno) ............................................................... 93 

ANEXO 6 - Resíduos da coleta seletiva (primavera) .......................................................... 94 

 



11 

 

 

 

 

 

1 INTRODUÇÃO 

 

 

Atualmente, uma das grandes preocupações ambientais está relacionada aos resíduos 

sólidos gerados pelas atividades humanas. A sua geração tem proporcionado um dos agravantes 

ambientais mais importantes da nossa civilização. O problema vem se agravando nos últimos 

anos devido a diversos fatores, como o crescimento gradativo e desordenado da população, a 

aceleração do processo de ocupação do território urbano e do aumento dos bens de consumo 

descartáveis, popularizados pelo aumento da produção industrial. (SISINNO, 1996).  

Em muitos municípios do Brasil é notória a ausência de planejamento urbano e 

preocupação em torno da sustentabilidade do ambiente, principalmente, no tocante ao solo e 

águas subterrâneas (SISINNO, 1996). A contaminação do solo pode ocorrer através da 

infiltração dos líquidos percolados (chorume) gerados pela passagem da água através dos 

resíduos sólidos em processo de decomposição e até mesmo pela simples degradação ou 

decomposição dos resíduos.  

O enquadramento dos resíduos sólidos urbanos em classes ou categorias é de suma 

importância para o seu gerenciamento, de forma a minimizar os danos ambientais ou a saúde 

pública devido à disposição inadequada dos mesmos. O problema da coleta e disposição do 

resíduo é mundial, entretanto, a situação se agrava muito em países onde estes serviços não 

atingem toda a população, como é o caso do Brasil (NETO et al., 1999). 

No Brasil, levando em conta o tamanho de seu território, permite que existam diferentes 

hábitos e costumes, e os contrastes sociais, com isso as taxas per capita de geração de resíduo 

apresentam diferenças significativas (GOMES, 1989). Outrossim, as características do resíduo 

variam em função de aspectos sociais, econômicos, culturais, geográficos e climáticos, devido 

a isso, não é possível estabelecer um gerenciamento unificado para a coleta e disposição dos 

resíduos sólidos urbanos. 



12 

 

A composição média dos resíduos sólidos urbanos do Brasil demonstra um maior teor 

de matéria orgânica do que de resíduos recicláveis, o que indica uma grande tendência para a 

compostagem. O processo da compostagem, assim como também a reciclagem, deve ser 

implantado em conjunto com outras ações de gerenciamento (ESCOSTEGUY, 2003). 

De acordo com PEREIRA NETO (1993), uma usina de reciclagem e compostagem de 

resíduo só cumprirão seus objetivos quando estiver associada a um sistema, buscando os 

seguintes objetivos básicos: a) conservação dos recursos naturais; b) conservação de energia; e 

c) redução do volume do resíduo, ou seja, recuperação do material reciclável volumoso, 

presente no resíduo urbano através de transformações de matéria prima reutilizável. Todavia, 

essas ações devem ser implantadas em conjunto com atividades de educação ambiental e 

sensibilização que visem à redução do consumo e, como consequência, a produção de resíduo. 

Deste modo, o gerenciamento dos resíduos sólidos passa pelo pesar da população em 

relação aos padrões de consumo, da reutilização de diversos materiais e da prática da coleta 

seletiva. 

Os municípios brasileiros têm avançado nas discussões e implantação de projetos que 

envolvem os resíduos sólidos urbanos, todavia ainda é algo inicial, pois em sua maioria ainda 

é comum a ausência de ações integradas que contemplem desde trabalhos de educação 

ambiental junto à população até a destinação adequada desses resíduos, que acabam sendo 

dispostos em lixões.  

Dessa forma, como a gestão de resíduos é uma atividade essencial para qualquer 

município, o objetivo desse estudo foi realizar a caracterização gravimétrica dos resíduos 

sólidos urbanos da cidade de Garibaldi-RS. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



13 

 

 

 

 

2 OBJETIVO 

 

 

O principal objetivo deste trabalho é a caracterização dos resíduos sólidos urbanos, 

através do método da composição gravimétrica, no município de Garibaldi, Rio Grande do Sul, 

de modo a avaliar a geração dos resíduos de forma qualitativa e sazonal, propondo o tratamento 

dos resíduos orgânicos através da compostagem. 

2.1 Objetivos específicos 

 

 

 Caracterização do sistema de coleta dos resíduos sólidos urbanos no município de 

Garibaldi; 

 Análise gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos;  

 Análise do comportamento da geração dos resíduos de forma sazonal; 

 Viabilidade do aproveitamento da fração orgânica dos resíduos sólidos urbanos para 

produção de compostagem; 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



14 

 

 

 

 

 

 

3 REFERENCIAL TEÓRICO 

 

Neste capítulo será apresentado o referencial teórico relacionado ao tema de resíduos 

sólidos urbanos. No primeiro momento será abordado um panorama geral dos resíduos sólidos 

e sua legislação vigente, além da caracterização dos mesmos, segundo seus aspectos físicos, 

químicos e biológicos. Após isso, será apresentado todo o esquema de gerenciamento de 

resíduos sólidos, desde a sua coleta até sua destinação final adequada. E por fim, são mostrados 

os aspectos econômicos e a relevância da análise gravimétrica dos resíduos. 

 

3.1 Definição de resíduos sólidos 

MONTEIRO (2001) define como resíduo sólido todo aquele material sólido ou 

semissólido que é indesejável, que precisa de remoção por ser considerado inútil por quem o 

descarta, porém em outro momento pode servir de matéria prima para um novo produto ou 

processo. Neste sentido, visamos o resíduo sólido com um possível reaproveitamento. 

A NBR 10004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2004), que 

estabelece os critérios de classificação para a identificação dos resíduos sólidos quanto aos seus 

riscos potenciais ao meio ambiente e a saúde pública, define: 

Resíduos sólidos: resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de 

atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços 

e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de 

tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de 

poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o 

seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso 

soluções técnica e economicamente inviáveis em face a melhor tecnologia disponível 

(ABNT, 2004, p.1). 

De acordo com o artigo 3º, inciso XVI, da Lei nº 12.305 (BRASIL, 2010a) que institui 

a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) (2010) resíduo sólido é definido como o 



15 

 

material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, 

cuja destinação final se procede, se propõe a proceder ou se está obrigado a proceder, nos 

estados sólido ou semissólido, gases contidos em recipientes e líquidos que não podem ser 

lançados na rede pública de esgotos ou em corpos d’água. 

A mesma Lei, ainda diferencia os termos “resíduo” e “rejeito”, com a definição de: 

Rejeitos: resíduos sólidos que, depois de terminado todas as possibilidades de 

tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente 

viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final 

ambientalmente correta (BRASIL, 2010a, Art. 3º, XV). 

Sendo assim, apenas o rejeito deve ser encaminhado para a disposição final. Os demais 

resíduos devem ser aproveitados como bem material útil.  

De todo modo, os resíduos constituem, na maioria das definições, subprodutos da 

atividade humana com características próprias, definidas pelo processo que gerou, como 

demonstrado na Figura 1. Do ponto de vista da população, materiais descartados que são 

reaproveitados deixam de ser resíduos, e são considerados matérias-primas secundárias 

(PHILIPPI, 2005)  

Figura 1– Diagrama esquemático de definições utilizadas.  

 
Fonte: PHILIPPI, 2005. 

 



16 

 

3.2 Classificação dos resíduos sólidos  

 

Conforme a ANVISA (2006), as normas e resoluções existentes classificam os resíduos 

sólidos devido ao risco potencial ao meio ambiente e à saúde, bem como em função da natureza 

e origem. 

Os resíduos sólidos podem ser caracterizados e classificados em três grandes grupos, 

quanto à periculosidade, à origem e às propriedades físicas, químicas e biológicas. 

3.2.1 Classificação quanto a periculosidade 

No quadro 1 é apresentada a classificação dos resíduos sólidos de acordo com a NBR 

10.004/2004. 

Quadro 1 - Classificação dos resíduos sólidos, de acordo com a NBR 10.004/2004 

RESÍDUOS 

CLASSE I - 

perigosos 

São aqueles que apresentem risco à saúde pública e/ou riscos ao meio 

ambiente, ou apresentem características de inflamabilidade, 

corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade, como por 

exemplo solventes halogenados e não halogenados e lodos. 

RESÍDUOS 

CLASSE II – 

 não perigosos 

São resíduos que não apresentam 

propriedades que se enquadrem 

como resíduos perigosos, como 

por exemplo resíduos de 

madeira, materiais têxteis, 

minerais não metálicos, areia de 

fundição, dentre outros. São 

subdivididos em resíduos classe 

IIA e classe IIB. 

Resíduos classe II A - não inertes, 

são aqueles que podem ter 

propriedades tais como: 

biodegradabilidade, solubilidade 

em água ou combustibilidade 

Resíduos classe II B – inertes, são 

quaisquer resíduos que não 

tiverem nenhum de seus 

constituintes solubilizados a 

concentrações superiores aos 

padrões de potabilidade de água, 

excetuando-se aspecto, cor, 

turbidez, dureza e sabor.  

Fonte: ABNT, 2004 



17 

 

A classificação dos resíduos sólidos em relação à sua periculosidade é de grande 

importância, pois a partir dela torna-se possível elaborar, planejar e efetivar corretamente a 

melhor forma de tratamento em conformidade com os seus riscos à saúde e/ou meio ambiente. 

(CAPAZ & HORTA NOGUEIRA, 2014)  

A PNRS (BRASIL,2010a), enquadra os resíduos sólidos em duas classes: 

a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de 

inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, 

carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco 

à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma 

técnica; 

b) resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea a. 

De acordo com a NBR 10.004 da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 

TÉCNICAS - ABNT (2004), os resíduos sólidos podem ser classificados em Resíduos Classe I 

os quais representam os resíduos perigosos, Resíduos Classe II representando os resíduos não 

perigosos, subdividindo-se em: IIA - não inertes, e IIB – inertes. 

3.2.2 Classificação quanto à origem 

 

Partindo da classificação dada pela lei federal que institui o PNRS (2010a), são 

divididos quanto à sua origem em: 

a) resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências 

urbanas; 

b) resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradouros e 

vias públicas e outros serviços de limpeza urbana; 

c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”; 

d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços; 

e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico; 

f) resíduos industriais; 

g) resíduos de serviços de saúde; 

h) resíduos da construção civil; 

i) resíduos agrossilvopastoris; 

j) resíduos de serviços de transportes; 

k) resíduos de mineração; 



18 

 

A PNRS (BRASIL, 2010a) engloba como Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) os resíduos 

domiciliares, oriundos de atividades domésticas em residências urbanas, os resíduos de limpeza 

urbana oriundos de varrição, limpeza de logradouros e vias públicas, e demais serviços de 

limpeza urbana. 

Nesse contexto, os Resíduos Sólidos Domésticos (RSD) fazem parte dos RSU, já que 

são ditos como aqueles que tem origem “na vida diária das residências, constituído por restos 

de alimentos, produtos deteriorados, jornal e revistas, garrafas, embalagens, papel higiênico, 

fraldas descartáveis e grande variedade de outros itens. Contendo ainda alguns resíduos que 

podem ser tóxicos a saúde e ao meio ambiente” (D’ALMEIDA e VILHENA, 2000). 

3.2.3 Classificação quanto a característica dos resíduos 

 

As características dos resíduos sólidos podem ser agrupadas em físicas, químicas e 

biológicas. O conhecimento dessas características é de suma importância para planejar o correto 

e mais adequado gerenciamento destes. (CAPAZ & HORTA NOGUEIRA, 2014) 

De acordo com Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos 

Especiais (ABRELPE, 2014), a composição dos resíduos sólidos urbanos é bastante distinta 

entre as regiões do Brasil, sendo relacionada com as características, hábitos e consumo, 

atividade dominante, clima e descarte de resíduos.  

As características do lixo variam em função de aspectos sociais, econômicos, culturais, 

geográficos e climáticos, ou seja, os mesmos fatores que também diferenciam as comunidades 

entre si e as próprias cidades. (MONTEIRO, 2001) 

Um fator a ser observado é a variedade de material nos resíduos. Os resíduos sólidos 

urbanos apresentam uma heterogeneidade que varia de acordo com a cidade, com as mudanças 

climáticas e sazonais, com os hábitos e padrão de vida da comunidade, em função de mudanças 

na política econômica e do nível de renda da população (REICHERT, 2013). 

De acordo com VILHENA (2010) há a possibilidade de classificação quanto ao aspecto 

físico do resíduo, como seco e molhado, ou por sua composição química, como matéria 

orgânica e inorgânica. Semelhantemente, utilizam-se termos como ‘resíduos secos’ e ‘resíduos 

úmidos’, os originários de atividades domésticas em residências urbanas: 



19 

 

Os resíduos secos são constituídos principalmente por embalagens fabricadas a partir 

de plásticos, papéis, vidros e metais diversos, ocorrendo também produtos compostos 

como as embalagens “longa vida” e outros. Já os resíduos úmidos são constituídos 

principalmente por restos oriundos do preparo dos alimentos. Contém partes de 

alimentos in natura, como folhas, cascas e sementes, restos de alimentos 

industrializados e outros (BRASIL, 2012b). 

 

3.2.3.1 Características físicas 

 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM, 2013), 

entende-se por características físicas:  

- Composição gravimétrica: traduz o percentual em peso dado material em relação à 

massa total de resíduos (IBAM, 2013). É fundamental para dimensionamento de frota de coleta 

seletiva, de pátio de compostagem, assim como de centrais de recebimento de matérias 

recicláveis (Programa de Pesquisa em Saneamento Básico - PROSAB, 2006) 

- Peso específico: é o peso dos resíduos não compactados em função do volume por eles 

ocupados, expresso em kg/m3. (IBAM, 2013). Sua determinação é fundamental para o 

dimensionamento de equipamentos e instalações, como coletores de resíduos, contêineres, etc. 

(PROSAB, 2006) 

- Teor de umidade: quantifica a presença de água na massa de resíduos sólidos, expressa 

como percentual de peso (%). (IBAM, 2013). Tem influência decisiva, principalmente nos 

processos de tratamento e destinação do lixo. É importante para os sistemas térmicos 

(incineração, pirólise, entre outros). Também, é fundamental para a compostagem e em 

ambientes de aterros sanitários. (PROSAB, 2006). Varia muito em função das estações do ano 

e da incidência de chuvas. (IBAM, 2013) 

- Compressividade: também conhecida como grau de compactação, indica a redução de 

volume que uma massa de resíduo pode sofrer, quando submetida a uma pressão. (IBAM, 

2013). São importantes para o dimensionamento de equipamentos compactadores e do tamanho 

da célula no aterro sanitário. (PROSAB, 2006). 

- Geração per capita: relaciona quantidade do resíduo gerado diariamente e o número 

de habitantes de determinada região (kg/hab.dia). (IBAM, 2013). É de grande importância para 

o dimensionamento das diversas etapas do gerenciamento de resíduos sólidos, dentre elas: 



20 

 

número e capacidade de veículos coletores; dimensionamento de estações de transferência de 

resíduos; determinação da área necessária para a compostagem e o tamanho das leiras; 

dimensionamento dos aterros sanitários, ou de centrais de incineração, entre outros. (PROSAB, 

2006). 

3.2.3.2 Características químicas 

 

As características químicas dos resíduos sólidos são basicamente compostas por poder 

calorífico, potencial hidrogeniônico (pH), composição química e relação carbono/nitrogênio 

(C/N). 

- Poder calorífico indica a capacidade potencial de um material desprender determinada 

quantidade de calor (energia) quando submetido a processos térmicos. (IBAM, 2013) 

- O pH cujo valor em uma escala de 0 a 14 indica se o material é alcalino, neutro ou 

ácido, indicando assim o teor de acidez ou alcalinidade do material. (IBAM, 2013) 

- A composição química traduz os valores de: teores de cinzas, matéria orgânica, 

carbono, nitrogênio, potássio, cálcio, fósforo, resíduo mineral total, resíduo mineral solúvel e 

gorduras. (CAPAZ & HORTA NOGUEIRA, 2014). Tais possuem papel importante, 

principalmente quando se estudam processos de tratamento de condição de biodegradação em 

ambientes anaeróbios, anóxicos e aeróbios dos RSU. (IBAM, 2013) 

- Relação C/N ou relação carbono/nitrogênio, indica o grau de decomposição da matéria 

orgânica do resíduo nos processos de tratamento e disposição final. (IBAM, 2013) 

3.2.3.3 Características Biológicas 

 

As características biológicas dos resíduos são aquelas estipuladas pela população 

microbiana e pelos agentes patogênicos existentes no resíduo que, junto das suas características 

químicas, possibilitam que sejam escolhidos os métodos de tratamento e disposição final mais 

adequados. (MONTEIRO, 2001) 



21 

 

O estudo da população microbiana e dos agentes patogênicos presentes no lixo urbano, 

ao lado das suas características químicas, permite que sejam discriminados os métodos de 

tratamento e disposição mais adequados. (IBAM, 2013) 

As características biológicas revelam as espécies microbiológicas presentes na massa 

de resíduos e, portanto, indicam a forma de degradação da matéria orgânica: as espécies que 

atuarão, por exemplo, nas fases da compostagem são distintas das que atuarão nas fases da 

digestão anaeróbia (BARROS, 2012). Sendo assim, tal característica permite que sejam 

selecionados os métodos de tratamento e disposição final de resíduos. 

3.3 Panorama dos resíduos sólidos no Brasil 

 

A geração de RSU no Brasil cresceu 2,9%, de 2013 para 2014, índice percentual que é 

superior à taxa de crescimento populacional urbano do país, que foi de 0,9% no mesmo período. 

O aumento observado segue tendência dos anos anteriores (ABRELPE, 2014). 

Segundo ABRELPE (2014) a comparação entre a quantidade total gerada e a quantidade 

total coletada, mostra que mais de 7 milhões de toneladas de RSU deixaram de ser coletadas no 

ano de 2014 e, por consequência, tiveram destino impróprio.  

Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) realizada pelo IBGE 

(2008): 

61,2% das prestadoras dos serviços de manejo dos resíduos sólidos eram entidades 

vinculadas à administração direta do poder público;  

34,5%, empresas privadas sob o regime de concessão pública ou terceirização;  

e 4,3%, entidades organizadas sob a forma de autarquias, empresas públicas, 

sociedades de economia mista e consórcios. No Brasil, por lei, é de competência do 

poder público local o gerenciamento dos resíduos sólidos produzidos em suas cidades. 

Quanto a destinação final dos resíduos, os vazadouros a céu aberto (lixões) constituíram 

o destino final dos resíduos sólidos em 17,4% dos municípios brasileiros, conforme revelou o 

ABRELPE (2014). 

Os estudos apontam que mais de 6,6 bilhões de habitantes no mundo geram anualmente 

de 2 a 3 bilhões de toneladas de resíduo. A composição e a quantidade de resíduo urbano gerado 

por habitante variam de acordo com o nível de desenvolvimento do país. O Brasil produz cerca 



22 

 

da metade do resíduo gerado que países como, por exemplo, Alemanha e Itália (VILHENA, 

2010) 

De acordo com o IBGE, são 5.564 os municípios no Brasil, sendo que desse total apenas 

994 (17%) possuem serviços de coleta de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos (IBGE, 

2008). Porém, segundo a ABRELPE (2014), aproximadamente 72% dos municípios brasileiros 

possuem sistema de coleta seletiva, sendo que a adoção da coleta seletiva é maior em cidades 

com população superior a 100.000 habitantes. A quantidade de resíduos coletados no Brasil é 

de 71.260.045 toneladas diárias. (ABRELPE, 2014) 

3.4 Panorama dos resíduos sólidos no Rio Grande do Sul 

 

O estado do Rio Grande do Sul possui uma extensão territorial de 281.748 km² e 

segundo o IBGE (2010) uma população de 10.187.798 habitantes. Desse total, 1.869.814 

moram em área rural, enquanto 8.317.984 moram nas áreas urbanas. 

Segundo o ABRELPE (2014), a coleta e geração dos RSU no estado do Rio Grande do 

Sul nos anos de 2013 e 2014 pode ser observada na Tabela 1: 

Tabela 1 – Coleta e Geração de RSU no Estado do Rio Grande do Sul. 

População Total 
RSU Coletado RSU Gerado 

(t/dia) (kg/hab.dia) (t/dia) 

2013 2014 2013 2014 2013 2014 2013 2014 

11.164.043 11.207.274 0,712 0,725 7.953 8.123 8.485 8.643 

Fonte: ABRELPE (2014). 

A destinação dos RSU do Rio Grande do Sul em 2013 e 2014, segundo o ABRELPE 

(2014), está representada na Gráfico 1: 



23 

 

Gráfico 1 – Destinação final dos RSU no estado do Rio Grande do Sul. 

 

Fonte: ABRELPE, 2014. 

 

3.5 Legislação 

 

No ano de 2010, foi sancionada a Lei Federal nº 12.305/2010 (BRASIL,2010a), que 

institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a qual foi regulamentada pelo Decreto 

Federal nº 7.404/2010 (BRASIL, 2010b). Anteriormente a lei que regia era a Lei Federal nº 

11.445/2007 (BRASIL, 2007), que estabelecia as diretrizes nacionais para o saneamento básico, 

em que a parte de resíduos sólidos já era objetivo de grande relevância. 

Os objetivos do PNRS estão dispostos no Inciso II, que constitui a não geração, redução, 

reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, assim como a disposição final 

ambientalmente correta dos rejeitos (BRASIL, 2010a) 

Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, segundo a PNRS, se observa a seguinte 

ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos 

sólidos, e disposição final dos rejeitos adequadamente realizada de acordo os parâmetros 

ambientais legalmente estabelecidos (BRASIL, 2010a) 

 Nos princípios e objetivos da PNRS, no segundo capítulo, há o princípio da 

responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos e a logística reversa. A 

responsabilidade compartilhada pelos resíduos sólidos significa que existem obrigações dentro 

do ciclo de vida dos produtos que envolvem os cidadãos, as empresas, as prefeituras e os 

Aterro Sanitário Aterro Controlado Lixões

2013 70,20% 17,60% 12,20%

2014 70,40% 17,60% 12%

5.583

1.400
970

5.719

1.429
975

to
n

el
ad

as
/d

ia

Destinação final RSU no RS



24 

 

governos estaduais e federal que deverão ser implementadas de forma individualizada e 

encadeada (BRASIL, 2010a) 

A logística reversa é um instrumento de desenvolvimento socioeconômico qualificado 

por um conjunto de ações, procedimentos e meios designados a tornar viável a coleta e a 

devolução dos resíduos sólidos ao setor empresarial para reaproveitamento em seu próprio ciclo 

produtivo (ou em outros ciclos produtivos), ou ainda outra destinação final ambientalmente 

apropriada. Há alguns produtos que são obrigados a possuir uma logística reversa, são eles: 

agrotóxicos, seus resíduos e embalagens; baterias e pilhas; pneus; óleo lubrificantes e seus 

resíduos; lâmpadas fluorescentes e produtos eletroeletrônicos e suas peças. (CAPAZ & 

HORTA NOGUEIRA, 2014) 

Outra questão importante abordada na PNRS, que é de responsabilidade dos municípios 

brasileiros, está contida na quarta seção que trata sobre dos Planos Municipais de Gestão 

Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS). De acordo com MATOS e DIAS (2011), através da 

PNRS, os municípios só receberão recursos do Governo Federal para projetos de limpeza 

pública e manejo de resíduos sólidos depois de aprovarem planos de gestão; e os consórcios 

intermunicipais para a área terão prioridade na obtenção de financiamento federal. 

3.6 Gerenciamento de resíduos sólidos no Brasil 

 

De acordo com Jardim (1995), o gerenciamento dos resíduos sólidos é um simples 

conjunto articulado de ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento que uma 

administração desenvolve, baseado em diversos critérios, por exemplo sanitários, ambientais e 

econômicos para coletar, tratar e dispor o lixo da sua cidade, isto é, um sistema de coleta, 

transporte e destino corretos, sabendo que todas as ações estão interligadas. Gerenciar o resíduo 

de forma integrada significa cuidar bem do lixo do “berço” ao “túmulo”. 

Para Albertin (2010), identificar a condição dos resíduos sólidos é importante para 

auxiliar no planejamento das atividades do setor de limpeza urbana, assim como analisar o 

potencial de reutilização, reciclagem e recuperação do material gerado. 

Nunesmaia (2002), em suas pesquisas, cita que um modelo de gestão de resíduos sólidos 

urbanos totalmente integrado se apoia em cinco pontos: no desenvolvimento de tecnologias 

limpas para o tratamento de resíduos, priorizando a redução e a valorização; na viabilidade 



25 

 

econômica; na comunicação e educação ambiental; na inclusão social; e, nos aspectos 

ambientais, sanitários e de saúde. 

A PNRS (BRASIL, 2010a) cita de forma diversificada os termos gerenciamento e 

gestão integrada dos resíduos, definindo-os como: 

Gerenciamento de resíduos sólidos: grupo de ações exercidas, direta ou indiretamente, 

nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final 

ambientalmente corretas dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente 

correta dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos 

sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta 

Lei. 

Gestão integrada de resíduos sólidos: grupo de ações voltadas para a procura de 

soluções para os resíduos sólidos, considerando as dimensões política, econômica, 

ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento 

sustentável (BRASIL, 2010a, art. 3º, incisos X, XI). 

O gerenciamento integrado de RSU pode se dizer que é o envolvimento de diferentes 

setores da administração pública e da sociedade com a meta de realizar a limpeza urbana, a 

coleta, o tratamento e a disposição final do lixo, aumentando assim a qualidade de vida da 

população e promovendo o crescimento da cidade, levando em consideração a origem, o 

volume e os tipos de resíduos para serem tratados diferenciadamente e ter uma disposição final 

adequada e econômicas para os cidadãos e levar em conta as peculiaridades demográficas, 

climáticas e urbanísticas locais. Diversos tipos de parceria diferenciados deverão ser planejados 

para tratar de forma adequada os resíduos recicláveis, tais como o papel, metais, vidros e 

plásticos; resíduos orgânicos, esses serem tratados como composto orgânico, para enriquecer o 

solo agrícola; entulho de obras, decorrentes de sobra de materiais de construção e demolição, e 

finalmente os resíduos da saúde. Deve-se envolver primordialmente a população no 

gerenciamento, pois deve ser monitorado e corretamente gerenciado desde o gerador até a 

disposição final. (MONTEIRO, 2001) 

De acordo com MOURAD (2002), não há nenhum sistema de gerenciamento que trate 

todo o material presente nos resíduos sólidos urbanos adotando um único sistema de tratamento. 

Será necessário a adoção de uma série de tratamentos entre eles, por exemplo, reciclagem, 

tratamento biológico, incineração e aterro. 

Visto essas definições é possível perceber que para um bom gerenciamento dos 

resíduos, é necessária uma identificação e análise de todos os processos para tratar todos 

efetivamente, inserindo tecnologias que permitam o melhor tratamento possível. 



26 

 

3.7 Etapas do Gerenciamento de Resíduos Sólidos Urbanos 

 

Para o planejamento de uma gestão de resíduos sólidos é necessário prever as fases nas quais o 

resíduo passará, desde a sua origem até sua disposição final adequada, conforme ilustrado na 

Figura 2 (TCHOBANOGLOUS, 1993): 

Figura 2 - Cadeia para destinação dos resíduos urbanos 

 

Fonte: Baseada em Tchobanoglous (1993). 

Os procedimentos em cada etapa do tratamento devem ser integrados para possibilitar 

melhor monitoramento e controle das operações. Nos municípios, as ações podem ser 

executadas diretamente pelo poder público ou delegadas a empresas por meio de concessão, 

terceirização ou em consórcio (BARROS, 2012). 

3.7.1 Taxa de geração de resíduos sólidos urbanos 

 

Diversos fatores influenciam para que ocorra o aumento da geração de resíduos sólidos, 

em especial, os domiciliares, dentre esses fatores é possível citar o crescimento populacional, o 

desenvolvimento tecnológico, as mudanças de hábitos de consumo e o processo de urbanização 

(CETESB, 2009). 

Devido à grande diversidade dos municípios é difícil estimar a geração de RSU em 

todos os municípios brasileiros. A CETESB (2009), sugere classes de geração de RSU em 



27 

 

função, principalmente do tamanho da população do município. Todavia, ela destaca que 

poderão ocorrer índices diferentes, devido a alguns fatores, como: atividade produtiva 

predominante, nível socioeconômico, sazonalidade, existência de coleta seletiva e ações de 

incentivo a redução da geração dos RSU. De qualquer maneira, é sempre melhor utilizar os 

dados fornecidos pelos munícipios do que tentar estimá-los. 

Ainda segundo CETESB (2009), a geração per capta, em função da população varia de 

0,4 kg/hab.dia a 0,7 kg/hab.dia. Já o MINISTÉRIO DAS CIDADES (2009) apresentou valores 

médios de geração de RSU que varia de 0,53 kg/hab.dia a 0,83 kg/hab.dia, resultando em uma 

média de 0,73 kg/hab.dia.  

No que se refere à geração per capita, MAGALHÃES (2008) cita que cidade com até 

30 mil habitantes geram aproximadamente 0,50 kg/hab.dia, podendo atingir valores maiores 

que 1,00 kg/hab.dia em metrópoles com mais de 5 milhões de habitantes. 

A pesquisa nacional de informações sobre saneamento apontou uma média per capita 

de massa recolhida de resíduos sólidos urbanos (domiciliares e públicos), em relação à 

população urbana, de 1,01 kg/hab.dia (BRASIL, 2013), resultando em 368,60 kg/hab./ano. 

Comparando por faixa populacional, municípios brasileiros com até 30.000 habitantes 

apresentaram o indicador médio de 0,85 kg/hab./dia de massa coletada de RSU. Nos municípios 

da região Sul do país, registrou-se a média de 0,82 kg/hab.dia (BRASIL, 2013). Garibaldi, 

inserida nesta faixa, registrou uma geração de 0,61 kg/hab.dia (GARIBALDI, 2013). 

3.7.2 Acondicionamento dos resíduos sólidos urbanos 

 

O acondicionamento dos resíduos sólidos é parte essencial para a correta gestão dos 

mesmos. Isso porque é uma fase que antecede à da coleta, e o modo de como o resíduo é 

disposto afetará no modo que ele será transportado. No princípio, os resíduos devem ser 

acondicionados nos próprios pontos de geração. (BARROS, 2012) 

O correto acondicionamento é importante para evitar a proliferação de vetores, odores, 

estéticos e relacionados ao bem-estar da população (OLIVEIRA, 1992).  

Conforme a ABNT NBR 100004:2004 (ABNT, 2004), o acondicionamento dos 

resíduos se dá em função da sua origem e periculosidade. Para isso deve ser levado em conta 



28 

 

também, aspectos da logística reversa e acondicionamento dos resíduos de modo que facilite a 

sua reinserção na cadeia produtiva.  

A forma de acondicionamento deve obedecer às normas específicas, tais como tipo e/ou 

cor da embalagem, horário de colocação na calçada e quantidade máxima de volume, 

dependendo isso tudo da regulamentação municipal. (PHILIPPI, 2005) 

Os resíduos sólidos, em geral, são acondicionados em sacos plásticos. Porém, tais sacos 

plásticos devem possuir características como estanqueidade, resistência à queda e conformidade 

com as dimensões. Os sacos de resíduos são projetados para dadas capacidades volumétricas, 

cujas dimensões são informadas na embalagem. Além disso, os sacos plásticos devem possuir 

resistência ao levantamento e queda, assim como resistência à perfuração estática. (BARROS, 

2012) 

O período que o resíduo deve permanecer armazenado nas residências, por exemplo, é 

em função da frequência da coleta municipal (BARTHOLOMEU & CAIXETA-FILHO, 2012). 

Os sacos de resíduos sólidos são, em geral, acondicionados em contêineres ou lixeiras, cuja 

capacidade deve ser compatível com o aspecto volumétrico e com o aspecto da resistência 

mecânica. (BARROS, 2012) 

3.7.3 Coleta e Transporte dos resíduos sólidos urbanos 

 

O principal objetivo da retirada regular dos resíduos gerados pela comunidade é evitar 

a proliferação de vetores causadores de doenças. Ratos, baratas e moscas, por exemplo, 

encontram nestes locais as condições ideais para se desenvolverem. (IBAM, 2014) 

Se o resíduo não é coletado regularmente acarreta efeitos sobre a saúde pública, esses 

só aparecem depois de um tempo e, quando as doenças ocorrem, na maioria das vezes, as 

comunidades nem associam à sujeira (IBAM, 2014) 

Conforme a ANVISA (2006), a coleta de resíduos sólidos no país é irregular e 

ineficiente. Ela destaca que no início dos anos 2000, 80% dos munícipios possuíam coleta, 

sendo as regiões sul e sudeste com maior cobertura atendida.  

Dados recentes publicados pelo IBGE (2010) mostram um progresso ao que era nos 

anos 2000. A PNSB (2008), constatou que apenas 2 dos 5.564 municípios do Brasil, não 



29 

 

possuem serviço de coleta domiciliar regular de resíduo, cabe ressaltar que neste dado é 

apresentada a coleta como um todo, sendo ela seletiva ou não.  

A PNRS afirma que, após estabelecido um sistema de coleta seletiva nos municípios, 

compete ao consumidor acondicionar adequadamente e de forma diferenciada os resíduos 

gerados e disponibilizá-los à coleta ou à devolução (BRASIL, 2010a). 

Compreende-se por coleta seletiva, a coleta de resíduos sólidos previamente separados 

de acordo com a sua constituição ou composição (BRASIL, 2010a). A implementação do 

sistema de coleta é essencial para alcançar a meta de disposição final apenas de rejeitos 

(BRASIL, 2012b). 

Dentre as formas de coleta seletiva, de um modo geral, distinguem-se dois modelos: 

porta-a-porta, onde veículos específicos realizam uma rota por ruas fazendo a coleta em cada 

domicílio; e, em locais pré-determinados chamados Pontos de Entrega Voluntária, onde a 

população leva os resíduos até o local de coleta (BRASIL, 2010b). 

A coleta seletiva dos resíduos sólidos pressupõe que o resíduo seja previamente triado 

pelos geradores, facilitando seu manejo, separação e comercialização pelas cooperativas de 

reciclagem. Esse tipo de material reciclável compõe cerca de 40% do RSU, e seu 

aproveitamento, além de poupar energia, contribui para a redução da quantidade e do volume 

de resíduos que são dispostos nos aterros, ampliando a sua vida útil. (BARTHOLOMEU & 

CAIXETA-FILHO, 2012) 

A pesquisa nacional de informações sobre saneamento apontou que quanto à coleta 

seletiva, a pesquisa identificou que 20,8% dos municípios brasileiros possuem o serviço de 

coleta, 43,3% não possuem e, uma parcela restante (35,9%) não se tem informações (BRASIL, 

2013). Observa-se que a prática da coleta seletiva ainda é muito baixa. 

3.8.4 Triagem dos resíduos sólidos urbanos 

 

A triagem é a separação dos resíduos sólidos urbanos coletados tanto de forma seletiva 

ou não, podendo ser realizada em unidades ou centrais de triagem. É parte importante do 

processo, já que permite uma melhor separação dos resíduos para posterior comercialização 

desses materiais que serão reintroduzidos aos ciclos produtivos. (LELIS, 2007) 



30 

 

A separação dos resíduos pode ser executada de forma mecânica ou manual, de modo a 

separar os resíduos recicláveis dos rejeitos. Os resíduos recicláveis são separados e 

armazenados de acordo com a tipologia. O material rejeitado pode ser encaminhado para 

incineração ou disposição em aterro (TEIXEIRA, 2004). 

Nas unidades os resíduos podem ser separados em: papel e papelão, plástico duro 

(policloreto de vinila - PVC, polietileno de alta densidade - PEAD, polietileno tereftalato - 

PET), plástico filme (polietileno de baixa densidade - PEBD), garrafas inteiras, vidro (claro, 

escuro e misto), metal ferroso (latas, chaparia, outros), metal não ferroso (alumínio, cobre, 

chumbo, outros) (MONTEIRO, 2001). 

Além da separação, podem ser feitas outras atividades que permitem um valor de 

comercialização maior do material, como lavagem, trituração, peneiramento, prensagem e 

enfardamento. Os resíduos provenientes da coleta seletiva apresentam melhor desempenho e 

maior valor de comercio, já que chega menos contaminado as centrais de triagem. A quantidade 

de rejeito varia de um município para outro, dependendo do grau de conscientização da 

população, do rendimento dos trabalhadores na separação e das condições de mercado para o 

material (MASSUKADO, 2004). 

A unidade de triagem, quando bem planejada, pode diminuir a quantidade de resíduos 

enviada para aterro sanitário. Em conjunto, ainda pode ter uma área para a compostagem da 

fração orgânica dos resíduos, visto que também requer uma separação prévia (VILHENA, 

2010). 

Acredita-se que os municípios possuem serviço de coleta seletiva, espera-se que a 

triagem do material seja realizada na fonte geradora, facilitando o transporte e aumentando a 

qualidade do material reciclado. (BARTHOLOMEU & CAIXETA-FILHO, 2012) 

Há diversas vantagens em uma unidade de triagem, dentre elas destaca-se a 

possibilidade de aproveitamento da fração orgânica por meio da compostagem. Quanto às 

desvantagens, cita-se: grande investimento inicial em equipamentos, a necessidade de 

operadores capacitados e a baixa qualidade do material quando não há coleta seletiva devido à 

contaminação por outros componentes presentes (VILHENA, 2010). 



31 

 

Segundo o IBGE (2010), em 2008, existiam 211 unidades de compostagem, que 

receberam cerca de 229 t/dia desse tipo de resíduo. Nesse mesmo ano, foram constatadas 643 

unidades de triagem de resíduos recicláveis. As quais receberam aproximadamente 37 t/dia.  

Conforme o diagnóstico do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS, 

no ano de 2013, em relação à população urbana, os indicadores apontaram a maior recuperação 

da massa de material reciclável (inorgânico) em municípios de pequeno porte (até 30.000 

habitantes), nos quais a média recuperada per capita foi de 21,5 kg/hab./ano. O fator apontado 

para este resultado é a existência de unidades de triagem nos municípios, que mesmo sem contar 

com uma coleta seletiva conseguem recuperar o material (BRASIL, 2015). 

3.7.5 Reciclagem dos resíduos sólidos urbanos 

 

Os resíduos sólidos urbanos contêm grande diversidade de materiais decorrentes das 

atividades diárias da população, da produção e de bens de consumo e de materiais descartados. 

Porém, uma grande parcela desse todo é passível de ser tratada, não ocupando espaço em aterros 

sanitários e diminuindo o consumo de recursos naturais e energia. (BARROS, 2012) 

De acordo a PNRS (2010), a definição da reciclagem é: 

[...] processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de suas 

propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em 

insumos ou novos produtos, observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos 

órgãos competentes do SISNAMA. 

A separação dos resíduos na fonte geradora e a implementação da coleta seletiva nos 

municípios auxiliam no beneficiamento do material, evitando que percam o seu valor devido a 

contaminações. Conforme MONTEIRO (2001), a reciclagem apresenta como vantagens a 

conservação de recursos naturais, economia de energia, economia de transporte, redução de 

material encaminhado para aterro, geração de emprego e renda, e estimula a conscientização da 

população para as questões ambientais. Entretanto, altos custos no beneficiamento de 

recicláveis para empregar tecnologias limpas de processamento tem provocado negligência por 

parte das indústrias, o que pode se tornar nocivo ao meio ambiente. 

Cada tipo de material terá seu tratamento adequado, considerando a melhor forma de 

ser reciclado, por exemplo, como fonte de energia ou sua reintrodução no processo produtivo. 



32 

 

Um outro método de recuperação é na fabricação de outro produto, como por exemplo, o uso 

da embalagem Treta-Pack na fabricação de tijolos. (BARROS, 2012) 

Para tratamento dos resíduos tecnológicos é necessário uma desmontagem e reciclagem 

individual dos materiais. Devido a presença de compostos perigosos, como o lítio, deve-se ter 

um maior cuidado na recuperação e reutilização do resíduo. (BARROS, 2012) 

Os dados do SNIS (2013), mostram que, apesar de um maior número de municípios 

estarem adotando a coleta seletiva, não aumentou o percentual de massa recuperada de resíduos 

recicláveis (papel, plástico, vidro e metais). Admitindo-se que a fração de material reciclável 

presente nos resíduos sólidos urbanos (domiciliares e públicos) é de 30% (exceto matéria 

orgânica), estimou-se que apenas 4,7% da massa total foi recuperada (BRASIL, 2015). 

3.7.6 Sistemas de tratamento 

 

De acordo com JUCÁ (2014), o tratamento de resíduos sólidos urbanos pode ser 

entendido como um conjunto de procedimentos físicos, químicos e biológicos, que têm por 

objetivo minimizar a carga de poluentes ao meio ambiente e reduzir os impactos sanitários, 

além de visar o beneficiamento econômico dos resíduos. 

TCHOUBANOGLOUS (1993), colocando sobre os principais processos de 

modificações utilizados para o gerenciamento de resíduos sólidos, destaca a transformação 

física (separação de componentes, redução de volume), a transformação química (combustão, 

pirólise, gaseificação) e a transformação biológica (compostagem, digestão anaeróbia e 

anaeróbia). 

3.7.6.1 Tratamento biológico: compostagem  

 

A matéria orgânica pode ser reciclada por meio de processos aeróbios (compostagem 

aeróbia) e anaeróbios (compostagem anaeróbia), mediante o uso de digestores, a fim de 

diminuir a quantidade de resíduos enviados a aterros visando assim atender a PNRS. (CAPAZ 

& HORTA NOGUEIRA, 2014) 

O tratamento biológico se resume a decomposição da parte orgânica dos resíduos 

através da ação de microrganismos presentes de forma natural no meio. Pode ocorrer por dois 



33 

 

processos: aeróbio (presença de oxigênio livre) ou anaeróbio (ausência de oxigênio livre). 

Praticamente todo material orgânico pode receber o tratamento biológico, sendo indicado 

principalmente para resíduos domiciliares, de parques e jardins (MCDOUGALL et. al., 2004). 

A compostagem é um processo biológico aeróbio e controlado, no qual ocorre a 

transformação de resíduos orgânicos em resíduos estabilizados, com propriedades e 

características completamente diferentes do material que lhe deu original (BIDONE, 2001). 

A norma NBR 13591:1996 define compostagem como: 

Processo de decomposição biológica da fração orgânica biodegradável dos resíduos, 

efetuado por uma população diversificada de organismos, em condições controladas 

de aerobiose e demais parâmetros, desenvolvido em duas etapas distintas: uma de 

degradação ativa e outra de maturação (ABNT, 1996). 

A compostagem constitui uma alternativa de gestão do resíduo sólido, que além de evitar 

a formação de geração de gases e chorume durante sua degradação, permite a obtenção de 

composto orgânico aplicável na agricultura. É um processo a partir da mistura de teores e 

granulometria adequada de matéria orgânica rica em Carbono, como restos de poda, com 

matéria orgânica rica em Nitrogênio, como esterco e restos de alimento, na presença de oxigênio 

atmosférico. (BARROS, 2012) 

Na compostagem aeróbia, a fração de matéria orgânica é reciclada gerando um produto, 

o composto orgânico (húmus), este podendo ser utilizado como adubo orgânico para o solo. 

Para tal, é necessário que o processo de compostagem ocorra de modo a eliminar os 

microrganismos patogênicos. (CAPAZ & HORTA NOGUEIRA, 2014) 

A compostagem pode ser dividida em duas fases: a termófila e a mesófila, em função 

da temperatura. Para que haja uma boa eficiência do composto a temperatura não deve ser 

superior a 55ºC, deve haver oxigênio em todas as partes, possuir pH ligeiramente ácido e uma 

relação inicial de C/N de respectivamente 30/1. (CAPAZ & HORTA NOGUEIRA, 2014). 

Além disso, segundo ZHANGA (2013), poderá haver problemas de emissão de odores, 

especialmente, por Compostos Sulfurados Voláteis (CSV). Ainda de acordo com ZHANGA 

(2013), os resíduos de cozinha, derivados da coleta seletiva, apresentaram baixo teor de 

produção de CSV e lixiviado, por causa de seu alto teor de umidade.  

Do ponto de vista ambiental, a compostagem apresenta como vantagens o aumento do 

tempo de vida útil dos aterros sanitários, a redução da emissão de gás metano, a redução da 



34 

 

geração de lixiviado, e a economia de implementação e manutenção de sistemas para tratamento 

de chorume (MASSUKADO, 2008). Além disso, permite a obtenção de compostos orgânicos 

que podem ser utilizados na agricultura (BARROS, 2012). 

Como desvantagens: requer uma separação eficiente de resíduos, um tempo de 

tratamento maior (até seis meses), necessita de mercado para a comercialização do composto, 

requer área grande para a operação e quando mal operada, líquidos e gases gerados podem 

contaminar o meio ambiente (JUCÁ, 2014). 

A legislação do PNRS incentiva os municípios a implantarem processos de 

compostagem no gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos, porém observa-se que este 

tratamento não é habitual. 

Considerando estudos sobre composição gravimétrica da fração orgânica dos resíduos 

sólidos domiciliares e públicos coletados no Brasil, estima-se que 51,4% do total coletado é 

fração orgânica. Deste todo, somente 1,6% são encaminhados para tratamento em unidade de 

compostagem e o restante é encaminhado para outros destinos, sem nenhum tratamento (IPEA, 

2012). 

O diagnóstico mais recente do manejo de RSU do Sistema Nacional de Informações 

para Saneamento apontou a que existem aproximadamente 62 unidades de compostagem (pátio 

ou usina), as quais receberam no ano de 2013, somente 0,02% do total de resíduos coletados no 

País (BRASIL, 2015). 

Estes dados mostram que o processo de compostagem para tratamento da fração 

orgânica dos resíduos sólidos urbanos ainda é pouco aderido pelos municípios. Os principais 

motivos seriam a dificuldade em se obter o resíduo orgânico separado na fonte geradora, a 

insuficiência de manutenção do processo, o preconceito com o produto gerado, a carência de 

investimentos e de tecnologia adequada para a coleta deste material (MASSUKADO, 2008). 

3.7.6.2 Tratamento biológico: digestão anaeróbia 

 

A digestão anaeróbia consiste na degradação da matéria orgânica pela ação de 

microrganismos na ausência de oxigênio, formando um composto mineralizado, além de formar 

gases, predominantemente dióxido de carbono e metano, que podem ser utilizados como fonte 



35 

 

de energia. Este processo é adequado para resíduos bastante úmidos como lodos residuais e 

restos de alimentos que são difíceis de processar por compostagem (MCDOUGALL, 2004).  

A digestão anaeróbia da fração orgânica de RSU, desenvolve um papel importante no 

gerenciamento dos resíduos, uma vez que economiza espaço nos aterros sanitários e abre 

possibilidade para aproveitamento energético do biogás gerado, com alto teor de metano. 

(CAPAZ & HORTA NOGUEIRA, 2014) 

Como desvantagens: a possibilidade de variação na composição dos resíduos, 

necessidade de uma etapa posterior para bioestabilizar os resíduos digeridos, dificuldades na 

operação do sistema como obstruções de canalização, e necessidade de mão de obra qualificada 

para operar o processo (JUCÁ, 2014). 

3.7.6.2 Tratamento térmico: incineração 

 

A incineração é uma técnica de tratamento de RSU por meio da combustão na presença 

de oxigênio e com um combustível auxiliar, em um sistema fechado, resultando em cinzas, 

gases e líquidos.  (BARROS, 2012) 

Para tal tratamento, é necessário que haja equipamentos de controle de poluentes, assim 

como práticas operacionais que permitam a condução adequada da incineração para que não 

ocorra a formação de compostos tóxicos, como as dioxinas e furanos. (BARROS, 2012) 

BRUNNER (1983), cita algumas vantagens deste tipo de tratamento: como a redução 

do volume de RSU a ser encaminhado para aterros sanitários, entre 80-90%; redução imediata 

de resíduos, não dependendo de tempo para degradação; por meio do uso de tecnologias de 

recuperação de calor para ser transformado em energia; e as emissões de efluentes gasosos 

podem ser controladas para atender os limites exigidos pela legislação.  

Ao comparar a incineração com os aterros sanitários, na disposição final dos RSU, se 

fala em uma grande diferença na área necessária para implantação, uma vez que instalações de 

incineração necessitam de áreas muito menores. Além disso, os aterros sanitários precisam 

monitorar durante anos seus efluentes, como o metano e o chorume, visto que no incinerador 

somente deve se controlar os efluentes atmosféricos no momento de soltura. (BARROS, 2012) 



36 

 

McKAY (2002), lembra de algumas desvantagens da incineração: alguns resíduos não 

podem ser incinerados, devido seu alto valor de reciclagem, ou não são combustíveis, ou ainda 

seus subprodutos podem desenvolver emissões nocivas ao meio ambiente; práticas operacionais 

insuficientes e a presença de cloro nos RSU provocam a emissão de dioxinas e furanos; exigem 

alto custo de implantação e de operação; e os combustíveis auxiliares são obrigatórios. 

A ABNT NBR 11.175:1990 (ABNT, 1990b) define a incineração de RSU como um 

processo de oxidação a elevadas temperaturas, que destrói ou diminui consideravelmente o 

volume ou recupera materiais e substâncias.  

De acordo com a Resolução CONAMA nº 316/2002 (CONAMA, 2008), o sistema de 

tratamento térmico de RSU, deve atender a algumas condicionantes, ao que diz respeito ao 

licenciamento e legislação complementar: área coberta para o recebimento do resíduo; e sistema 

de coleta e tratamento do chorume. Deve haver também, registro das informações relativas à 

origem e quantidade dos RSU, recebidos pelo sistema de tratamento.  

Ainda conforme a Resolução CONAMA nº 316/2002 (CONAMA, 2008), as câmaras 

devem operar à temperatura mínima de 800ºC e o tempo de residência não pode ser inferior a 

um segundo. Todo e qualquer sistema de tratamento térmico não pode ultrapassar os limites 

máximos de emissão de poluentes atmosféricos, estes limites são apresentados no Art.38 da 

Resolução CONAMA nº 316. As cinzas e escórias, para fins de disposição final, devem ser 

consideradas como resíduo Classe I – perigoso. Contudo, o órgão ambiental pode autorizar a 

disposição das cinzas e escórias como resíduo Classe II-A ou Classe II-B, desde que sua 

inertização seja comprovada pelo operador. 

Segundo HUANG e TANG (2007), cada vez mais aumenta o interesse no 

desenvolvimento de trabalhos sobre a aplicação de tochas de plasma térmico ao tratamento de 

RSU, em razão da grande vantagem da redução significativa do volume de resíduo para um 

resíduo não lixiviável. O plasma é considerado o quarto estado da matéria, e é composto por 

uma mescla de elétrons, íons e partículas neutras (BARROS, 2012). Esse aumento ocorreu 

principalmente, em função da possibilidade de aproveitamento energético. Por exemplo, 

segundo MORRIS e WALDHEIM (1998), em um estudo realizado na Suécia, mostrou que a 

gaseificação de resíduos sólidos pode competir economicamente com as demais tecnologias de 

incineração convencionais. 



37 

 

Por sua vez, a pirólise (BARROS, 2012) constitui um processo de degradação térmica 

dos resíduos sólidos, em processo deficiente de oxigênio, operado em temperatura de 500-

1000ºC, com a formação de subprodutos.  

3.8 Disposição final dos resíduos sólidos 

 

A disposição de RSU é de grande importância, uma vez que grande parte do resíduo 

gerado é disposta em locais inapropriados. No Brasil, os locais de disposição final de resíduos 

sólidos são nomeados como: lixão ou vazadores a céu aberto, aterro controlado e a aterro 

sanitário (BARTHOLOMEU & CAIXETA-FILHO, 2012). 

O IBGE, através da PNSB, apresenta dados sobre a disposição dos resíduos sólidos no 

Brasil. Na Tabela 2, mostra que a quantidade de resíduo encaminhado a lixões ainda é alta, 

porém vem reduzindo significativamente ao longo dos anos. Parcela importante de RSU 

descartados em lixões, durante as últimas duas décadas, passou a ser destinada a aterros 

controlados ou sanitários (IBGE,2010) 

Tabela 2 - Destino final dos resíduos sólidos no Brasil - 1989/2008 

(%) 

Ano 
Vazadores a céu 

aberto (lixão) 
Aterro controlado Aterro sanitário 

1989 88,2 9,6 1,1 

2000 72,3 22,3 17,3 

2008 50,8 22,5 27,7 

Fonte: IBGE (2010) 

Os municípios do Rio Grande do Sul pagam em média um valor de R$ 52,00/tonelada 

para sua disposição final, com um desvio de até 70%. 

A ABRELPE (2014), também faz seu estudo no tocante aos valores gastos com a 

disposição dos resíduos, incluindo os serviços de varrição, capina, limpeza e manutenção de 

parques e jardins, entre outros. Conforme a ABRELPE, as despesas variam de uma região para 

outra, ficando, em média, próximo de R$ 100,00/habitante.ano, tomando como base o ano de 

2014.  



38 

 

3.8.1 Disposição final de resíduos sólidos em lixão 

 

Segundo ANVISA (2006), lixões são locais de disposição de resíduos diretamente no 

solo, ocasionando a contaminação do solo, das águas subterrâneas e superficiais através do 

lixiviado e do próprio contato com os resíduos. A falta de controle e fechamento permitem o 

livre acesso, sendo comum a presença de animais e pessoas no local. 

Lixão é uma maneira inadequada de disposição final de resíduos sólidos, que se 

caracteriza pela simples descarga do lixo sobre o solo, sem medidas de proteção ao meio 

ambiente ou à saúde pública, isto é, descarga de resíduos a céu aberto. (UNESP, 2014) 

Os lixões, além dos problemas sanitários, como a proliferação de vetores de doenças, 

também se constituem em sério problema social, porque acabam atraindo pessoas, que fazem 

da catação do lixo um meio de sobrevivência (UTFPR, 2013) 

3.8.2 Disposição final de resíduos sólidos em aterro controlado 

 

Aterro controlado é um local de disposição de resíduos sólidos urbanos que utiliza 

técnica de recobrimento dos resíduos com uma camada de material inerte na conclusão de cada 

jornada de trabalho. (BARTHOLOMEU & CAIXETA-FILHO, 2012). Sendo uma forma de 

disposição de resíduos sólidos no solo, visando a diminuição do impacto ambiental (UTFPR, 

2013). Na prática, o aterro controlado equivale a um lixão melhorado, pois não possui métodos 

que impeçam a contaminação do solo e das águas, apresentando assim, problemas parecidos 

aos dos lixões. (ANVISA, 2006).  

Outras bibliografias dizem que é uma forma simplificada de aterro sanitário, já que não 

é prevista a implantação de sistema de coleta e tratamento de líquidos percolados e de sistema 

de drenagem de gases. Em função disso este método não deve ser considerado como solução 

definitiva para os resíduos sólidos, notadamente no que se refere à poluição das águas 

superficiais, subterrâneas e do solo. (DEMLURB, 2013) 

Este método de disposição produz poluição, porém de forma controlada, e geralmente 

não dispõe de impermeabilização de base, nem sistemas de tratamento do percolado, e do biogás 

gerado. O aterro controlado é um método mais indicado que o lixão, mas em virtude dos 



39 

 

problemas ambientais que causa e aos seus custos de operação, é de qualidade bastante inferior 

ao aterro sanitário (UTFPR, 2013) 

3.8.3 Disposição final dos resíduos sólidos em aterro sanitário 

 

Segundo a ANVISA (2006), local de disposição de resíduos sólidos urbanos com o 

menor impacto ambiental possível, danos à saúde e à segurança pública. Em intervalo de tempo, 

dependendo da quantia de resíduos depositados, os resíduos são cobertos com uma camada de 

terra. É considerada a forma mais adequada de disposição final dos RSU. 

Utiliza princípios de engenharia para reduzir os resíduos sólidos à menor área e ao 

menor volume possível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão da jornada de 

trabalho ou a intervalos menores. (UNESP, 2014) 

De acordo com CETESB (2014) essa técnica consiste basicamente na compactação dos 

resíduos no solo, como camadas que são periodicamente cobertas com terra ou outro material 

inerte. 

O Aterro Sanitário é um aprimoramento de uma das técnicas mais antigas utilizadas 

pelo homem para descarte de seus resíduos, que é o aterramento. Modernamente, é 

uma obra de engenharia que tem como objetivo acomodar no solo resíduos no menor 

espaço prático possível, causando o menor dano possível ao meio ambiente ou à saúde 

pública. (CETESB, 2014) 

Ainda de acordo com a CETESB (2014), 

Atualmente, os aterros sanitários vêm sendo altamente criticados porque não têm 

como objetivo o tratamento ou a reciclagem dos materiais presentes no lixo urbano. 

Os aterros sanitários são uma forma de armazenamento de lixo no solo, alternativa 

que não pode ser considerada a mais indicada, uma vez que os espaços úteis à essa 

técnica se tornam cada vez mais escassos.  

Uma das vantagens do aterro sanitário são os baixos custos, pois mesmo com o elevado 

investimento inicial, sendo bem operado o aterro sanitário demanda um baixo custo operacional 

e relacionado a possíveis problemas ambientais. (UNIPAC, 2014) 

Outras questões ainda devem ser consideradas, segundo CETESB (2014) devido à má 

segregação dos resíduos na fonte geradora, os resíduos possuem grande mistura de materiais 

que dificilmente são separados pelos processos de triagem atualmente utilizados. Como 

consequência, tanto as “usinas de compostagem” quanto as técnicas de “coleta seletiva” geram 

rejeitos que devem ser descartados. Mesmo os incineradores, que, em tese, reduzem o volume 



40 

 

dos resíduos de 5 a 15% do volume original, geram escórias e cinzas que precisam ser 

descartados em aterros.  

Dentre as desvantagens pode-se citar a perda de matérias-primas e energia contida nos 

resíduos, o transporte de resíduos a longa distância, a desvalorização da região no entorno do 

aterro, a geração de lixiviado e percolados, o risco de contaminação do lençol freático, a 

necessidade de manutenção e vigilância por longo tempo após o fechamento, vida útil limitada 

(TENORIO et. al., 2004). 

BARROS (2012) explica que o aterro sanitário é uma solução sanitariamente segura 

tanto à população quanto ao meio ambiente, devido aos requisitos de projeto e regulamentos 

para a obtenção de licenciamento para operação. Tais requisitos compreendem: condições 

topográficas, hidrogeológicas e geotécnicas, sistema de monitoramento de águas subterrâneas, 

drenagem de gases (com queima ou recuperação energética), sistema de tratamento de 

percolado, recobrimento com argila compactada ou geomembranas, entre outros. 

O principal processo que ocorre em um aterro é a degradação da matéria orgânica por 

via anaeróbia, gerando o biogás (metano, dióxido de carbono e outros gases) e os lixiviados, 

que apresentam grande potencial poluidor quando em contato com águas subterrâneas. Por isso 

um aterro é construído e preparado para ser um sistema fechado de modo a evitar contaminações 

(TEIXEIRA, 2004). 

O biogás drenado e recolhido pode ser utilizado para gerar energia elétrica, apresenta 

um poder calorífico de 50 a 60 % do gás natural, por isso a importância do aproveitamento 

energético dos gases em aterros, podendo ser utilizado como combustível (TEIXEIRA, 2004). 

O Plano Nacional de Resíduos Sólidos estabeleceu como diretriz a captação e a recuperação de 

gases em aterros sanitários para a geração de energia (BRASIL, 2012a). 

Existem algumas características principais de um aterro sanitário que devem ser levadas 

em consideração, pois garantem a proteção ambiental, qualidade de operação do aterro e vida 

útil, como impermeabilização da base do aterro, instalação de drenos de gás, sistema de coleta 

de chorume, sistema de tratamento de chorume e sistema de drenagem de águas pluviais. 

(MERSONI, 2015) 

3.9 Aspectos econômicos do gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos 

 



41 

 

Para garantir a continuidade dos serviços municipais, é indispensável estudos 

econômicos no gerenciamento de resíduos sólidos urbanos. Sabe-se que os dados em relação 

ao gerenciamento dos resíduos sólidos são pouco precisos, porém deve se levar em conta o 

aspecto financeiro, já que os gastos com esse setor são bastante. (MERSONI, 2015) 

Segundo MCDOUGALL et al. (2004), os aspectos econômicos durante o ciclo de vida 

dos resíduos sólidos incluem os custos com a coleta, separação, tratamento, transporte e 

disposição final. Os ganhos que podem ser obtidos no sistema são provenientes da venda de 

material reciclável, da compostagem e energia útil. 

Da mesma forma, TEIXEIRA (2004), especifica que os custos com a coleta abarcam 

fatores como o tipo de coleta, a quantidade e o tipo de resíduo coletado, a área geográfica e a 

frequência da coleta, o transporte e o número de veículos. Dependendo do sistema de coleta, 

alteram- se as opções de tratamento. 

A PNRS propõe como objetivo a universalização da prestação dos serviços públicos de 

limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos com a adoção de mecanismos que assegurem 

além da sustentabilidade operacional, a sustentabilidade financeira, cabendo ao poder público 

local a limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos (BRASIL, 2010a). 

O sistema de cobrança de taxa de limpeza pública é o instrumento legal que permite um 

suporte financeiro para a execução dos serviços. Todavia, na maioria dos municípios brasileiros 

os recursos provenientes desta taxa não cobrem as despesas desta prestação do serviço 

(TENORIO et al., 2004). Tal situação pode levar à disposição incorreta dos resíduos e reflete a 

limitação dos municípios para investimentos em novas tecnologias. 

Segundo dados do SNIS, no diagnóstico do ano de 2013, dos 3.572 municípios 

brasileiros participantes da pesquisa, 60,5% não faziam a cobrança da taxa pelos serviços de 

coleta, transporte e destinação final dos resíduos sólidos urbanos, sendo que a prática de não 

cobrar ocorre, principalmente, em municípios menores (até 100.000 habitantes). O valor médio 

gasto pelos municípios com o gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos em relação à 

população urbana é de R$ 105,77/hab/ano (BRASIL, 2015).  

O valor médio cobrado para a disposição de resíduos sólidos urbanos em aterro sanitário 

encontra-se estimado em R$ 40,37/t. Para municípios com menos de 100.000 habitantes o valor 

é de R$ 54,25/t. Já o custo médio da coleta seletiva é de R$ 215,59/t (IPEA, 2012). 



42 

 

Na maioria dos casos, a cobrança pela coleta e disposição final dos resíduos não está 

vinculada a quantidade de resíduos gerados pelo usuário, sendo assim, o valor recolhido não 

cobre todas as despesas do gerenciamento dos resíduos. Uma alternativa seria, como ocorre em 

outros países, o preço unitário, por unidade de resíduo, porém outro problema que surge é a 

disposição ilegal de resíduos, reduzindo a eficiência deste tipo de sistema (BRUSADIN, 2003). 

A cobrança da taxa para o manejo dos resíduos é um mecanismo legítimo que permite 

a sustentabilidade do sistema público, parte dos especialistas concorda que a medida, como um 

sistema isolado, não garante a longo prazo o adequado gerenciamento dos RSU. É necessária a 

existência de planos que possibilitem a gestão voltada para a redução, reutilização e reciclagem, 

com a incorporação da responsabilidade compartilhada de toda a cadeia produtiva incluindo os 

resíduos pós-consumo (DEMAJOROVIC, 2004). 

3.9 Composição gravimetrica dos resíduos sólidos urbanos 

 

A caracterização física (composição qualitativa e/ou gravimétrica) dos resíduos sólidos 

apresenta as porcentagens (normalmente em peso) das diversas frações dos materiais 

constituintes dos RSU. Essas frações normalmente distribuem-se em matéria orgânica, papel, 

papelão, plástico rígido, plástico filme, metais ferrosos, metais não ferrosos, vidro, borracha, 

madeira e outros (couros, trapos, cerâmicas, ossos, madeiras, entre outros). (PEREIRA NETO, 

2007). Portanto, conforme MONTEIRO ET AL. (2001) e PEREIRA NETO (2007), a 

composição gravimétrica dos resíduos sólidos ou composição física expressa o percentual de 

cada componente presente nesses resíduos em relação ao peso total da amostra estudada.  

O conhecimento da composição gravimétrica dos RSU é uma ferramenta essencial para 

a definição das medidas a serem tomadas com os resíduos, desde sua coleta, até seu destino 

final, de uma forma ambientalmente correta, economicamente viável, considerando que cada 

localidade gera resíduos diversos e sempre tendo em vista a sustentabilidade ambiental, ou seja, 

é preciso uma gestão integral. Nesse sentido, gerenciar os resíduos sólidos urbanos de forma 

integrada é um conjunto articulado de ações normativas, operacionais, financeiras e de 

planejamento, que uma administração municipal desenvolve, baseado em critérios sanitários, 

ambientais e econômicos para coletar, tratar, aproveitar e dispor adequadamente os resíduos 

sólidos de uma cidade. (ALCÂNTARA, 2010) 



43 

 

Segundo MONTEIRO ET AL. (2001), nos países desenvolvidos a geração de 

resíduo/habitante/dia possui uma média maior que no Brasil, a qual gira em torno de 0,7 kg, e 

a composição dos RSU também é diferente. De acordo com FRÉSCA (2007), em geral, quanto 

maior o produto interno bruto (PIB) de um país, maior é a quantidade gerada de resíduos sólidos 

e maior é a fração de materiais como o plástico, papel, alumínio, vidro, entre outros, sendo, 

portanto, menor a fração dos materiais orgânicos. 

A participação da matéria orgânica tende a se reduzir nos países mais desenvolvidos ou 

industrializados, possivelmente devido à grande presença de alimentos semi preparados 

disponíveis no mercado. MEDEIROS (1999) reportou que na América Latina, os países mais 

pobres geram menor quantidade de resíduos recicláveis.  

A composição média dos RSU do Brasil apresenta um maior teor de matéria orgânica 

do que de resíduos recicláveis, o que indica uma grande vocação para a compostagem. O 

processo da compostagem, assim como também a reciclagem, deve ser implantado em conjunto 

com outras ações de gerenciamento (ESCOSTEGUY, 2003). 

Mesmo sendo observada grande quantidade de resíduos orgânicos sendo desprezada no 

Brasil, a compostagem não tem sido valorizada e fomentada de maneira mais contundente e 

abrangente. No Brasil, na grande maioria dos municípios, a parcela orgânica dos RSU 

representa mais de 50% de sua composição. No entanto, a compostagem, como método de 

tratamento dos resíduos orgânicos, não é empregada como deveria, pois, somente 1,5% dos 

RSU no país são compostados (LAMANNA, 2008). 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



44 

 

 

 

4 METODOLOGIA 

 

 

Neste capítulo será apresentada a área e a metodologia empregada para o estudo, onde 

estão descritos os procedimentos de coleta dos resíduos e a forma como serão tratados.  

4.1 Caracterização da área de estudo  

 

Garibaldi possui uma população de 32.578 habitantes (IBGE, 2013), está localizada na 

região nordeste do Estado do Rio Grande do Sul, a 110 km de Porto Alegre, capital do Estado, 

como apresentado nas Figuras 3 e 4. O serviço de coleta de RSD atende 100% da área 

municipal, tanto urbana quanto rural, sendo realizado por empresa terceirizada, sob 

coordenação e fiscalização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. 

Figura 3 - Localização do município de Garibaldi/RS em relação ao COREDE-Serra. 

 
Fonte: Plano Ambiental – Garibaldi/RS (2011). 

Figura 4 - Mapa das principais vias de acesso ao município 



45 

 

 
Fonte: Plano Ambiental – Garibaldi/RS (2011). 

Para a descrição do sistema de coleta de RSU foram realizadas observações a campo, 

através do acompanhamento da coleta junto aos caminhões. O acompanhamento foi realizado 

para todas as rotas de coleta existentes, inclusive a rota realizada no interior do município. Para 

análise da metodologia de trabalho ainda houve o acompanhamento do descarregamento dos 

resíduos na central de triagem local e na central de transbordo dos resíduos orgânicos e rejeitos, 

além da aplicação de questionários junto aos funcionários da prefeitura e funcionários da 

empresa que atualmente possui a concessão dos serviços de coleta de resíduos do município de 

Garibaldi. 

A coleta de RSU, objeto de descrição deste trabalho, envolve a coleta dos resíduos 

domiciliares, comerciais, públicos e de instituições, englobando 100% da área do município. 

Todos os veículos que realizam as coletas são pesados em balança rodoviária, bem como 

os rejeitos provenientes da etapa de triagem e as cargas encaminhadas ao aterro sanitário, assim 

há um controle maior da quantidade de resíduo enviada ao aterro e a central de triagem. Além 

disso, todo rejeito que sai da central de triagem também passa por uma pesagem antes de ser 

encaminhado a central de transbordo no município de Barão/RS.  

4.2 Rota de coleta analisada 

 



46 

 

As amostras utilizadas na caracterização gravimétrica, foram obtidas de caminhões das 

coletas de resíduo orgânico e seletivo, do município de Garibaldi-RS, oriundos da área central 

da cidade, abrangendo basicamente o Bairro Centro e seus arredores. A coleta ocorre 

diariamente, durante o turno da manhã.  

Há dois tipos de caminhões, os compactadores e baú, demonstrados na Figuras 5, o 

primeiro é utilizado na coleta de resíduo orgânico e o segundo é utilizado para coleta de resíduo 

inorgânico, opta-se por esse modelo baú para que não haja esmagamento dos resíduos e assim 

tenham preço de venda maior. 

Figura 5 – Caminhão compactador (a) e caminhão baú (b), utilizados na coleta de RSU no 

município de Garibaldi 

  
(a)       (b) 

Fonte: do autor (2016) 

Para melhor entender a rota coleta escolhida para as amostragens, as mesmas estão 

grifadas nas figuras abaixo. A Figura 6 apresenta a rota de coleta do resíduo orgânico. 

 Figura 6 - Rota de coleta do resíduo orgânico. 



47 

 

 
 Fonte: do autor (2016) 

Na figura 7, é apresentada o roteiro do trajeto do resíduo inorgânico/seletivo. 

 Figura 7 - Rota de coleta do resíduo inorgânico. 

 
 Fonte: do autor (2016) 

A coleta dos resíduos nos bairros engloba classe alta, média e baixa, deste modo não é 

possível fazer um estudo da diferença social dos moradores.  

A rota possui diferentes geradores de resíduos sólidos urbanos, tanto comercial quanto 

residencial, os resíduos industriais devem ser destinados corretamente pela empresa geradora, 



48 

 

por isso não são coletados pela coleta seletiva. Além disso, é a rota que em menor tempo, coleta 

uma maior quantia de resíduos sólidos urbanos. 

 

 

4.2 Amostragem dos resíduos sólidos urbanos 

 

O procedimento de caracterização das amostras seguiu o método de quarteamento da 

(ABNT – 10004/93). A composição foi agrupada em função das estações do ano, assim sendo, 

verão, inverno, primavera e outono, onde foi obtido resultados que foram ser comparados de 

forma sazonal. 

No período de 7 meses foram realizadas 6 caracterizações gravimétricas dos resíduos 

sólidos urbanos de Garibaldi, sendo que 3 foram do resíduo inorgânico e 3 do resíduo orgânico. 

Estas amostragens equivalem as estações de inverno, primavera e outono. Para a amostragem 

da estação do verão, somente foram utilizados dados do resíduo orgânico, de uma 

caracterização feita pela empresa que terceiriza a coleta dos resíduos, com supervisão da 

Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Garibaldi. 

4.5 Método utilizado para a gravimetria dos RSU  

 

O método utilizado para a determinação da composição gravimétrica foi o do 

quarteamento, conforme a metodologia prevista na norma técnica NBR 10007:2004 – 

Amostragem de Resíduos Sólidos. Após a coleta dos resíduos sólidos na rota selecionada, os 

mesmos foram transferidos para uma área previamente preparada. A metodologia também é 

descrita por MANDELLI (1997), PESSIN (2001) e DE CONTO et al. (2002).  

O caminhão escolhido na rota de resíduo orgânico descarregou os resíduos na central 

de transbordo na cidade de Barão/RS, após serem depositados foram coletadas quatro amostras 

de 200 litros cada (bombona), em pontos aleatórios da pilha de RSU. Com o auxílio das 

bombonas, os resíduos foram coletados e levados até uma área onde foram depositados sobre 

uma lona plástica. Inicialmente foram rasgados os sacos plásticos manualmente, os resíduos 



49 

 

foram misturados e espalhados na lona plástica tornando-se uma amostra homogênea. 

Posteriormente foi realizado o procedimento de quarteamento. Em seguida, descartaram-se 

duas partes que possuíam menor amostragem de resíduos, e as outras duas partes restantes, 

foram novamente homogeneizadas e o processo de quarteamento foi repetido até que se obteve 

o volume final desejado – uma amostra com peso aproximado de 30 kg de RSU ou uma 

bombona de 200 litros. Após a coleta da amostra, o resíduo excedente do quarteamento foi 

reencaminhado para a central de transbordo. O passo a passo do procedimento é apresentado 

na Figura 8. 

Figura 8 – (a) local de descarregamento do caminhão; (b) coleta da amostra em pontos 

aleatórios da pilha; (c) amostragem de 800 litros; (d) retirada dos sacos de resíduo das 

bombonas e rompimento dos mesmos; (e) homogeneização da amostra; (f) quarteamento da 

amostra; (g) descarte de dois montes de menor significância e nova homogeneização; (h) novo 

quarteamento, escolha dos montes de resíduo mais significativos. 

  
(a)            (b) 

  
   (c)          (d) 



50 

 

  
   (e)          (f) 

  
   (g)          (h) 
Fonte: do autor (2016) 

A mesma metodologia foi empregada para a caracterização dos RSU inorgânicos, 

porém o local onde o resíduo foi depositado na central de triagem dos resíduos recicláveis, 

sendo que o peso aproximado era de 10 Kg ou uma bombona de 200 litros. Segue abaixo a 

figura 9 que demonstra o passo a passo da caracterização gravimétrica. 

Figura 9 - (a) local de descarregamento do caminhão; (b) coleta da amostra em pontos aleatórios 

da pilha; (c) amostragem de 800 litros; (d) retirada dos sacos de resíduo das bombonas e 

rompimento dos mesmos; (e) homogeneização da amostra; (f) quarteamento da amostra; (g) 

descarte de dois montes de menor significância e nova homogeneização; (h) novo 

quarteamento, escolha dos montes de resíduo mais significativos. 



51 

 

 
   (a)            (b) 

  
   (c)          (d)   

  
   (e)          (f) 



52 

 

  
   (g)          (h) 

Fonte: do autor (2016) 

A metodologia empregada para a caracterização dos resíduos sólidos urbanos que 

chegam a central de transbordo ou a central de triagem, foi baseada no procedimento 

especificado acima, sendo acrescida a separação dos resíduos em frações, conforme observada 

na Figura 10. 

Figura 10 – Separação dos resíduos em frações. (a) coleta de resíduo orgânico; (b) coleta 

seletiva 

   
(a)           (b) 

Fonte: do autor (2016) 
 

O total de cerca de 30 Kg para resíduos orgânicos e 10 Kg para resíduos inorgânicos, 

foram espalhados para serem separados de acordo com o Apêndice 1, que corresponde as três 

amostragens da coleta de resíduos orgânicos e no Apêndice 2 que corresponde as três 

amostragens de resíduos da coleta de inorgânico. 

Depois que os materiais foram separados, estes foram colocados em sacos plásticos ou 

baldes para serem pesados (Figura 11). Após a pesagem foi feito o cálculo da percentagem 

sobre peso total e, assim, obteve-se a percentagem de cada material coletado. 



53 

 

Figura 11 - Acondicionamento (a) e pesagem dos resíduos (b) 

        
(a)                (b) 

Fonte: do autor (2016) 

4.6 Estudo da viabilidade do aproveitamento da fração orgânica 

 

O estudo do aproveitamento da fração orgânica através da compostagem, tinha ligação 

direta com o resultado da composição gravimétrica dos RSU do município, conforme diversas 

bibliografias consultadas somente seria viável se a composição de material orgânico fosse igual 

ou superior a 50% de todo resíduo encontrado na coleta de orgânicos.  

Para obtenção dos resultados referente a este objetivo foi através da consulta de livros, 

artigos e anais, pesquisando dados para a análise de viabilidade e servindo para apontar critérios 

necessários para a implantação de uma usina de compostagem. Para responder as questões 

centrais do objetivo os dados levantados foram interpretados e analisados, e por fim comparados 

com os dados obtidos na gravimetria. 

 

 

 

 

 

 



54 

 

 

 

 

 

 

 

6 RESULTADOS  

 

Neste capítulo serão apresentados os resultados e as análises dos dados coletados 

durante a pesquisa para identificação da composição gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos 

do município de Garibaldi/RS. Na primeira parte do capítulo será exposta a caracterização da 

coleta de resíduo orgânico e seletivo do município. 

Na sequência é apresentado o resultado da composição gravimétrica realizada, a 

gravimetria foi estudada de duas formas, primeiro foram analisados os resultados da 

composição de cada coleta (orgânica e seletiva), permitindo dessa forma analisar o índice de 

adesão as campanhas de coleta seletiva no município. Outro aspecto pertinente, diz respeito a 

variação sazonal na composição dos resíduos, podendo ser realizada uma análise do 

comportamento na geração de resíduos ao longo do ano no município de Garibaldi, mais 

precisamente pelo período 7 meses.  

Por último é apresentado uma análise dos custos e das variáveis envolvidas no 

aproveitamento da fração orgânica encontrada através da compostagem, área, equipamentos e 

custos necessários. 

6.1 Caracterização da coleta de resíduos sólidos urbanos do município de Garibaldi/RS  

 

A coleta de resíduos inorgânicos e a coleta de resíduos orgânicos atende toda a 

população residente na área urbana. Na área rural do município, ocorre apenas a coleta dos 

resíduos inorgânicos, sendo incentivada a prática da compostagem caseira. O sistema é do tipo 

porta-a-porta e o recolhimento é realizado por caminhões coletores de carga traseira, sendo do 



55 

 

tipo “baú” para resíduos inorgânicos e, “compactador” para os resíduos orgânicos, com uma 

equipe de três garis por veículo. 

A coleta dos RSU do município de Garibaldi ocorre de acordo com um cronograma 

estabelecido pela mesma, a coleta é realizada durante o dia e a quantidade de viagens para o 

transbordo, tanto do resíduo orgânico quanto do inorgânico, varia de acordo com a necessidade. 

Na Tabela 3, 4 e 5 são apresentadas as tabelas com os horários e dias de coleta. 

Tabela 3 - Distribuição dos horários referentes a coleta de resíduos orgânicos no município de 

Garibaldi/RS. 

COLETA DO RESÍDUO ORGÂNICO 

A partir 

das 

6h30min 

2ª, 4ª e 6ª feira (Bairros) 3ª, 5ª e Sábado (Bairros) 

Alfândega, Bela Vista I e II, 

Champagne, Rota do Sol (RSC 453), 

Fenachamp (2ª e 5ª feira), Cairú, 

Três Lagoas, São Francisco 

Juventude, Guarani, Peterlongo, Vale 

dos Pinheiros, Brasília, Santa Terezinha, 

Vale Verde, Glória, Chácaras, São José, 

Simonaggio, Ferroviáro. 

A partir 

das 12h 

2ª feira 3ª feira 4ª feira 5ª feira 6ª feira 

Tamandaré 

Garibaldina, 

Borguetto BR 

(470) 

São Miguel, 

Integração 

(Sebben – BR 

470) 

Tamandaré 

São Miguel, 

Garibaldina, 

Borguetto, 

Integração 

(Sebben – 

BR 470) 

De 2ª à 6ª a 

partir das 

7h 

Centro 

Fonte: SMMA Garibaldi (2016). 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



56 

 

Tabela 4 - Distribuição dos horários referentes a coleta s