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VI Diálogos na Contemporaneidade inicia com discussão sobre história e cultura

Postado as 23/04/2019 11:41:19

Por Kastenes Casali/Curso de Jornalismo

O Centro de Ciências Humanas e Sociais (CCHS) e o Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD) da Univates realizam até sexta-feira, dia 26, o VI Simpósio Internacional Diálogos da Contemporaneidade. A atividade de abertura, na noite da última segunda-feira, 22, no Teatro Univates, abordou a história do Brasil, as narrativas cinematográficas e a cultura com a participação dos jornalistas Flávio Tavares e Fábio Steyer.O evento debateu o contexto da ditadura e a reflexão do cinema sobre os acontecimentos.

Laura Mallmann

Tavares relatou, como testemunha, as torturas e os cativeiros pelos quais passou após o golpe militar de 1964. O jornalista afirmou que a repressão imposta estabeleceu uma visão de aprisionamento não somente na censura de imprensa, mas na forma de expressão em geral. “Ingressei no jornalismo porque queria mudar o mundo”, afirmou, após questionar o papel da mídia durante a censura do governo. Ele participou de uma ação para libertar 14 prisioneiros em que acabou encarcerado, mas solto após a prisão do então embaixador dos Estados Unidos Charles Elbrick. Ele fez críticas sobre o movimento ditatorial também ter limitado o desenvolvimento tecnológico e mencionou que na primeira eleição no Brasil, em 1989, a ditadura ainda prevalecia no âmbito psicológico da população.

Steyer refletiu sobre a hierarquia dos meios de expressão. Segundo ele, os livros são mais valorizados em relação ao cinema no meio acadêmico e há uma contradição nas formas de expressão. “Durante o século XX o cinema se desenvolveu enquanto linguagem mas, atualmente, o texto ainda predomina. Não se estuda a linguagem dos audiovisuais. Não se estuda a gramática do cinema, que para a grande maioria das pessoas está atrelado ao entretenimento”, ponderou.

Laura Mallmann

Steyer afirmou que as salas de cinema estão exibindo exatamente os mesmos filmes. Existe uma produção mais artística e sofisticada, porém não há circulação. Steyer mencionou que mesmo a Netflix, com diversos conteúdos, incita que o maior público assista somente aos filmes com mais visibilidade, como os do menu principal, e não se aprofunda em produções alternativas.

Steyer mencionou a história do livro, lembrando que o Cristianismo fundou o códice, um manuscrito em placas que se concretizou em forma de livro. “Qualquer suporte de expressão pode ser considerado livro”, declarou. Para ele, foi o códice que limitou o conceito de livro. Portanto o audiovisual, de forma generalizada, é um livro e permite a todos a pesquisa sobre ditadura e fascismo também em registros cinebiografias e documentários, assim como o fazem nos livros.

VI Simpósio Internacional Diálogos da Contemporaneidade segue até sexta-feira

 

Com o tema “Tempo, Movimento, Mudanças e Permanências”, o evento integra as comemorações dos 50 anos de Ensino Superior no Vale do Taquari. Nos cinco dias de evento, estudantes, professores e demais interessados poderão participar dos “diálogos”, como são chamadas as palestras do evento, com a proposta de levantar questionamentos e abrir discussões, e também de grupos de trabalho, atividades artísticas e oficinas. Todas as atividades serão realizadas no campus da Univates. A programação completa pode ser conferida em https://www.univates.br/evento/dialogos-na-contemporaneidade. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail dialogos@univates.br.

Saiba mais: os participantes

Flávio Tavares é jornalista e escritor, formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Atualmente é articulista semanal do jornal Zero Hora e professor aposentado da Universidade de Brasília (UnB).   

 

Fábio Steyer é formado em Jornalismo, mestre em História pela PUCRS e doutor em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). É atualmente professor adjunto em Letras na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

Dinara Hensel

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Laura Mallmann

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