Utilizamos cookies neste site. Alguns são utilizados para melhorar sua experiência, outros para propósitos estatísticos, ou, ainda, para avaliar a eficácia promocional do nosso site e para oferecer produtos e serviços relevantes por meio de anúncios personalizados. Para mais informações sobre os cookies utilizados, consulte nossa Política de Privacidade.

Pesquisas focam em tecnologias limpas e controle biológico de pragas

Postado em 18/11/2016 11h37min

Por Tiago Silva

O enfoque dos trabalhos de campo e laboratoriais realizados pelo professor doutor Juarez Ferla e sua equipe de alunos mestrandos, vinculados ao Programa de Pós-Graduação em Sistemas Ambientais Sustentáveis (PPGSAS) da Univates, é a utilização de tecnologias limpas em sistemas sustentáveis. Conforme Ferla, essas tecnologias estão conectadas à aplicação de novos procedimentos com vistas a possibilitar o acesso a produtos de maior qualidade, sem o uso de agrotóxicos e de pesticidas, com a realização do controle biológico natural.
 
As análises, pelo método conhecido como “estudos de ecologia aplicada”, são realizadas dentro do grande projeto de pesquisa “Bioecologia e controle de ácaros em agroecossistemas e ambiente natural no Estado do Rio Grande do Sul”. São estudos voltados, por exemplo, a identificar soluções para problemas com ácaros que acometem parreiras, moranguinhos, galinhas poedeiras e soja, entre outros.
 
O principal objetivo é encontrar métodos alternativos aos tradicionais usados na agroindústria, com o mínimo de impacto ambiental possível. A proposta vai ao encontro de um conceito que tem cada vez ganhado mais destaque: a sustentabilidade produtiva. “Significa oportunizar às pessoas que trabalham nessas áreas o uso de uma metodologia de trabalho mais simples de produção, substituindo o uso de pesticidas por organismos capazes de fazer o controle natural de pragas que danificam culturas — morango, soja, erva-mate, entre outras — e animais, como aves, principalmente”, explica Ferla, coordenador do PPGSAS.
 
Modelo de trabalho
 
Produtores, associações, empresas e municípios entram em contato com a Univates para buscar soluções para problemas que encontram no dia a dia. “Existe um mercado latente, disponível, que está procurando esse novo modelo”, afirma Ferla. Para ele, o que mais instiga no trabalho são situações ainda não conhecidas da ciência e que permitem a construção de novos conhecimentos, capacitando os alunos a serem pesquisadores de fato.
 
O professor lista os benefícios alcançados: diminuição ou desaparecimento de pesticidas; retorno financeiro significativo às cadeias agrícolas; produtores, empresas e associações possibilitando que seus clientes tenham acesso a produtos de maior qualidade, sem o uso de pesticidas.
 
O método de trabalho, com um professor-orientador e alunos associados fazendo análises pontuais que compõem uma grande pesquisa, é a forma adotada por grandes laboratórios. “É um modelo moderno da ciência, em que você tem pessoas pontualmente resolvendo problemas”, ressalta Ferla. “Essa capacidade de entender, interagir, produzir tecnologia e usá-la é uma das responsabilidades do PPGSAS”, afirma.
 
Conheça alguns objetos de pesquisa e soluções encontradas:
 
Videiras: o ácaro Panonychus ulmi, conhecido como ácaro vermelho europeu, ataca as folhas no momento em que os cachos amadurecem. “Não se pode usar pesticidas nesse período, mas há necessidade de controle de suas populações”, diz Ferla. O controle é feito por meio de ácaros predadores produzidos em laboratório, que “caçam” os ácaros-praga.
 
Galinhas poedeiras: o Megninia ginglymura, conhecido como ácaro das penas, infesta as galinhas confinadas, vivendo sobre as penas e o corpo delas. Isso acaba contaminando as aves e deixando-as anêmicas. As pesquisas identificaram que é possível fazer esse controle por meio de um ácaro predador — um controle natural.
 
Moranguinho: o ácaro-rajado (Tetranychus urticae) se alimenta das folhas do moranguinho, que secam e caem, podendo causar a morte da planta. Nesse caso, também o controle desse ácaro-praga acontece com a liberação do ácaro predador Phytoseiulus macropilis.
 
Texto: Tiago Silva
 
Pesquisas do PPGSAS ocorrem por análises de campo e laboratoriais

Pesquisas do PPGSAS ocorrem por análises de campo e laboratoriais

Notícias Relacionadas