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Notícias

30 Abril de 2021

O terceiro e melhor disco do Royal Blood

Se o som da dupla era derivativo nos dois trabalhos anteriores, parecendo uma versão mais enxuta e menos afetada do Muse, aqui eles seguem como um downsizing do grupo de Matt Bellamy, mas se permitem brincar nas pistas de dança, algo que o próprio Muse já havia feito há anos. E o resultado faz o Royal Blood encontrar a sua verdadeira razão de existir. Sai de cena o duo meio sem sal e entra em campo um som encorpado, encardido, bolado e bem feito, que surge como uma versão mais pop e mainstream do que os canadenses do Death From Above 1979 fizeram em seu mais recente trabalho, “Is 4 Lovers”, cuja resenha você pode ler aqui.
 
 
 
 
 
Se o DFA e, vá lá, os Black Keys, nos trabalhos mais recentes, se abriram para timbres eletrônicos e dançantes com certo pudor, o Royal Blood estourou a boca do balão e abriu os braços ao máximo. O resultado é muito mais arejado e bem resolvido, mesmo que seja totalmente próximo dos mainstreams da vida. Tem falsete, tem sintetizadores, batidões, ótimos backing vocals e um espírito do Daft Punk assombrando aqui e ali. É tudo muito legal, mesmo que o conceito do álbum e das canções tenha origem em momento de depressão vivido pelo baixista e vocalista Mike Kerr. A pandemia também assombra o espectro sonoro, mas o resultado é pulsante. Até na canção mais contemplativa, a – única – balada, “All We Have Is Now” – que encerra o álbum, tocada apenas ao piano, a dupla surge inspirada e consciente de que está fazendo seu melhor trabalho.
 
 
 
 
 
Não há canção ruim por aqui. Logo em “Oblivion”, a segunda faixa, você já nota as notas disco presentes, devidamente acessadas através do filtro do Daft Punk, e encrespadas pelas guitarras sintetizadas de Kerr. A bateria de Ben Thatcher, geralmente presente, vai para o fundo do palco e mantém-se como zeladora do ritmo, função que ele também exerce bem. E há muitas outros momentos desta excelência rock-dançante, caso de “Trouble’s Coming”, a faixa de abertura, na medida certa entre raiva e dança, coisa bem feita. A faixa-título, um dos singles, já apontava para essa versão suarenta e enguitarrada de dança, devidamente inserida no álbum ela ganha um sentido mais definido e exerce um bom papel de mediadora em relação às outras canções.
 
 
 
 
 
Mas há outros momentos muito bacanas: “Million And One”, cheia de sintetizadores que vão sendo substituídos pela guitarra, exibe uma batida dançante quase irresistível, no sentido rock do termo. Afinal de contas, a gente dança rock. “Limbo” é outro exemplo de híbrido na medida certa entre guitarras e programações, cheia de riffs de bateria encrespados e com caras de mau. E tem uma rendição excepcional ao pop mais dourado em “Either You Want It”, uma maravilha surpreendente e bela. Ela funciona como o último ponto de calma entre esta parte do álbum e o final, que será atingido depois que passarmos por três pequenas belezuras agitadas: “Boilermaker”, “Mad Visions” e “Hold On”, todas ótimas. O piano de “All We Need Is Now” não esconde a beleza que a melodia minimalista da canção possui.
 
 
 
 
 
“Typhoons” é uma cesta de três pontos. Cheio de ótimas canções, competência na produção e na execução dos timbres, mostrando uma dupla que não tem qualquer pudor em abraçar novos sons e se apropriar deles. Um discaço.
 
 
 
 
 
Ouça primeiro: “Typhoons”, “Either You Want It”, “Boilermaker”, “All We Have Is Now”
 
 
 

 

Fonte: Célula Pop 

 
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