Primeira música gravada para o álbum Vem doce, Foice ganhou forma no estúdio Visom Digital, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), com os batidas dos músicos Magno Souza (baixo elétrico), Maurício Pacheco (guitarra), Rodrigo Braga (teclados e piano), Theo Zagrae (bateria) e Vanderlei Silva (percussão), além do violoncelo de Jaques Morelenbaum, ouvido fora do tom lírico (habitualmente associado ao instrumento) na gravação feita com produção musical orquestrada pela própria Vanessa da Mata.

 

A música Foice reitera a singularidade do fluxo imagético e melódico dessa compositora que veio sem manual, lá de Alto Garças, no Mato Grosso.

 

Mais do que em Vem doce, faixa que pareceu forçar link com o universo do produtor musical Papatinho, parceiro de Vanessa da Mata na música-título do álbum, Foice tem mais a cara do som da artista.

 

“Nessa zoeira tem de ser são”, receita a cantora em verso da letra em que menciona santos e orixás ao prescrever axé, banhos, couve, mel e limão como remédios para curar “todas as mazelas que desfazem a bondade do mundo e a evolução”.

 

Com a palavra, a compositora: “Essa música fala do sincretismo, dessa multiplicidade de religiões brasileiras, que são o psicólogo e sustentador dos aflitos. É sobre os mateiros, Pajés, pessoas que realmente conhecem as ervas. (Foice) é uma tentativa intensa de se equilibrar no meio da zoeira, da falta de tantos tipos de perspectiva, do buraco existencial, do não combinado, do despreparado e do peso descompensado que pagamos nos impostos, sem termos quase nenhuma infraestrutura. Tudo isso sendo um fruto bizarro da incompetência política que vem se arrastando ao longo dos anos e que nos assola”, conceitua Vanessa da Mata ao discorrer sobre Foice em nota sobre o inusitado segundo single do vindouro álbum Vem doce.

 

 

 

 

Fonte: g1