Inovates aprova dez novos negócios em rodada de Bancas de Incubação

Nos dias 28 e 30 de julho, as manhãs de segunda e quarta-feira foram de expectativa e intensa troca de ideias na Inovates, Incubadora Tecnológica da Universidade do Vale do Taquari - Univates. A instituição realizou mais uma rodada de Bancas de Incubação, etapa decisiva que marca o fim do processo de pré-incubação e define quais empreendimentos avançam para a próxima fase: a incubação efetiva.

Nesta edição, dez negócios foram selecionados para apresentar seus projetos diante de uma banca avaliadora formada por representantes de diferentes setores do ecossistema de inovação. A jornada até ali foi longa: dos 20 projetos inicialmente participantes, apenas a metade se manteve no processo até a fase final.

Quatro meses de preparação intensa

O ciclo de pré-incubação começou em março e se estendeu por quatro meses, combinando mentorias especializadas, atividades de validação de modelos de negócio e atendimentos individualizados. Nesse período, os empreendedores passaram por encontros coletivos que abordaram desde gestão financeira e estratégias de marketing até aspectos legais e questões de propriedade intelectual.

Segundo Michel Machado, gestor da Inovates, a proposta da pré-incubação é justamente oferecer suporte estruturado para que as ideias se transformem em negócios viáveis. “Não basta ter uma boa ideia. É preciso trabalhar na construção de um modelo de negócio sólido, testar hipóteses no mercado e, principalmente, estar aberto a adaptações e melhorias. Esses quatro meses são um laboratório seguro para que os empreendedores se preparem para a realidade do mercado”, afirmou Machado.

A banca avaliadora

A etapa final foi conduzida por uma banca composta com experiência no ecossistema de inovação e desenvolvimento regional: Michel Machado, gestor da Inovates; Cristiani Reimers, gerente administrativa do Tecnovates – Parque Científico e Tecnológico do Vale do Taquari; Carlos Cândido da Silva Cyrne, presidente da Fuvates; Jairo Luis Valandro, secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agricultura de Lajeado; Liane Beatriz Portantiolo Klein, gerente no Sebrae RS; Tiago Guerra, diretor-executivo da Agência de Desenvolvimento e Inovação Local (Agil)

Eles avaliaram os projetos com base em critérios como: capacidade empreendedora da equipe; grau de inovação da proposta; viabilidade técnica e econômica; estratégias de mercado e previsão de crescimento. Cristiani Reimers destacou que, mais do que a tecnologia envolvida, os avaliadores buscam enxergar clareza estratégica e potencial de impacto. “A inovação não precisa estar apenas na tecnologia, mas também no modelo de negócio, na forma de atender o cliente ou na solução de um problema específico. O que buscamos é identificar potencial para crescimento sustentável”, explicou.

Conheça os dez novos negócios incubados

Ao final das apresentações, dez projetos receberam o aval para ingressar na incubadora e dar início à fase de incubação. Eles representam diferentes segmentos, mas compartilham o espírito inovador e o desejo de gerar impacto positivo no mercado e na comunidade.

FITHEIN – Aplicativo que centraliza e facilita a contratação de serviços financeiros, oferecendo uma plataforma unificada para clientes e instituições.

Petfólio – App para gerenciamento da saúde de animais de estimação, permitindo acompanhamento de vacinas, consultas e histórico médico.

NextGen – Assessoria voltada a estratégias de comunicação inovadoras, com foco em criar conexões autênticas entre marcas e públicos.

Con.ven – Solução para virtualizar feiras e eventos, reproduzindo a experiência presencial no ambiente digital.

Método VAMO!! Corporativo – Programa de saúde e bem-estar para corporações, com atividades e acompanhamento personalizado para as equipes.

Design Basso – Negócio que vende ideias e agrega valor a serviços e produtos por meio de design, vídeos, modelagem 3D e interfaces digitais.

Baita Trampo – Plataforma que conecta estabelecimentos do ramo alimentício a mão de obra freelancer de forma rápida, segura e sem burocracia.

DigiSinan – Projeto que propõe a digitalização do atual formato do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), tornando o processo mais ágil e eficiente.

Ecoyá – Iniciativa que transforma resíduos têxteis em produtos criativos e sustentáveis, ressignificando espaços e materiais.

Amiracula – Produção e comercialização dac em versão liofilizada, mantendo suas propriedades e potencial de mercado.

Diversidade de setores e soluções

A lista de aprovados mostra a diversidade de áreas atendidas pela Inovates, indo de tecnologias digitais e comunicação à sustentabilidade e alimentação. Para Michel Machado, essa variedade é um reflexo da própria missão da incubadora. “Queremos ser um espaço que acolhe e desenvolve ideias em diferentes estágios e segmentos. Isso fortalece o ecossistema como um todo, porque promove conexões entre áreas que, muitas vezes, se complementam”, afirmou.

O projeto Ecoyá, por exemplo, une moda e sustentabilidade ao transformar sobras têxteis em produtos decorativos e funcionais. Já o DigiSinan atua diretamente no campo da saúde pública, propondo uma modernização de processos essenciais para a notificação de doenças. Por outro lado, iniciativas como Baita Trampo e Con.ven respondem a tendências emergentes do mercado de trabalho e de eventos, respectivamente, enquanto Petfólio e FITHEIN exploram nichos específicos com alto potencial de crescimento.

Com a aprovação, os empreendedores agora ingressam na fase de incubação, período no qual terão acesso a estrutura física, mentorias estratégicas e suporte técnico especializado para escalar seus negócios. Essa etapa é voltada à consolidação do modelo, captação de recursos e expansão para novos mercados.

Fomentando empreendedores

Ao longo dos últimos anos, a Inovates tem se consolidado como um hub de inovação que não apenas forma empreendedores, mas também cria condições para que suas ideias saiam do papel e se tornem negócios sólidos. A nova turma de incubados chega com propostas alinhadas a tendências globais, como digitalização, economia criativa, saúde e bem-estar, e sustentabilidade.

Os dez projetos aprovados começam agora uma trajetória que exigirá ainda mais dedicação, mas também abrirá novas oportunidades. A expectativa é que, ao final do período de incubação, eles estejam preparados para competir em um mercado cada vez mais dinâmico e exigente.

Michel Machado resume o espírito da iniciativa: “Inovar é arriscar, mas é também se preparar. E é isso que buscamos fazer aqui: preparar pessoas e negócios para que o risco seja calculado e as chances de sucesso, cada vez maiores”.