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Notícias

24 Novembro de 2020

Giovanna Moraes – Rockin’ Gringa

Por Ariana de Oliveira 

 

Gênero: Rock alternativo
 
Duração: 19 min
Faixas: 5
Produção: Giovanna Moraes
Gravadora: Independente
4 out of 5 stars (4 / 5)
 
 
 
“É de aumentar o volume dos fones”. Foi assim que senti “Rockin’ Gringa” um EP que vem trazer Giovanna Moraes como uma fusão e ebulição de potência musical. Com uma voz única, a multi-instrumentista e cantora mostra toda a sua força dando uma versão roqueira a quatro das 15 faixas do disco “Direto da Gringa”, lançado em julho deste ano. Neste trabalho, a “gringa” usa e abusa do peso, algo que me fez lembrar Ventre e Queens of the Stone Age, inclusive ela encerra com uma versão para o clássico “No One Knows” dessa banda de “rock de homem”.
 
 
 
“Achados e Perdidos” vem em segundos mostrar a sensibilidade de Giovanna ao abordar o caos da existência, os finais, recomeços e todas as destruições necessárias para o surgimento do novo que se equilibra a todo momento em um fio de faca.
 
Foi por um triz
Um fio intangivel
Cheguei aqui
Ao novo parecido
 
E aquele vento que empacava aqui
Nao banha mais/mas
 
Mantive os cacos
Fui revistir
Pra que nao sei de fato
 
Só que no escambo minha miséria
Já chegou a valer mais
 
 
 
“Devaneios” surge lenta para logo deixar a roupagem jazz, indie e MPB e ganhar riffs de guitarra distorcidos e uma bateria bem marcada. É incrível como Giovanna “brinca” com a sua voz, é uma mistura de Elis Regina, Salma Jô, Fiona Apple equilibradissima. É um grande convite a esse devaneio ousado que é se sentir livre para tudo, inclusive sonhar. Que a menina possa sempre viajar dentro de cada uma de nós.
 
Ei menina
Ja ta na hora de acordar
E você já está bem grandinha
Há de aprender como se comportar
 
Ei menina
Que história é essa de se complicar
Nao ta vendo que a rota já tá feita tá tudo prescrito
Pra que evitar
Não vê que não dá?
 
 
 
Catarse é uma boa definição para “Singularidade”, música que dá sequência expondo essa necessidade já naturalizada do “F5”, do dedo deslizando nas telas em busca do mais recente. É uma aventura que explora o vício na conectividade, da vida palpável soterrada em dados.
 
Conectado, mas atemporal
Algoritmos me permitem
Sei nem o que querer
 
Conectado, pós racional
Algoritmos me seduzem
Sei nem o que querer
 
De estar preso aqui
Em um mundo que
Não vai existir
Uma verdade
Que nunca vão ouvir
Abismo virtual
Barulho sem sem
Sem Sinal
 
 
 
“Pluralidade do Espelho” é peso do início ao fim e combina totalmente com o clima da letra, o tema da diversidade é extremamente urgente em um mundo de corpos editados, cortados, depilados, com o uso do filtro do absurdo. É a história antiga dos padrões, de excluir ou mesmo executar o que não é como “eu”, ou como o “outro” baseado nas ideias cravadas em nossas cabeças sem possibilidades de reflexão. Afinal de contas, em um mundo onde quanto menor o esforço melhor, é mais fácil ser esponja absorvente do que um desengordurante que devolve transparência ao copo. Remover essa nuvem acrítica é exercício diário e necessário.
 
“Não teve razão para questionar
Prefere tudo no binario
Ser priva de qualquer explorar
Adepto ao já comprovado”
 
 
 
Questionar o espelho que julga a partir das imposições já fincadas em nosso inconsciente e desaterrar o que há de original, o que nos torna lindos em nossa singularidade. “Rockin’ Gringa” vem para finalizar esse ano em que não podemos curtir os show e extravasar toda a energia acumulada em um período que queremos gritar e sair às ruas, mas precisamos manter o “novo normal”. Acho que esse é o barato deste trabalho, é catártico.
 
Ouça primeiro: “Singularidade”
 
 
 

 

Fonte: Célula Pop 

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