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Notícias

17 Fevereiro de 2021

BaianaSystem lança primeiro ato do novo disco ‘OxeAxeExu’

Apesar de não ser associada diretamente como carnavalesca, BaianaSystem compartilha diversos códigos da festa de fevereiro, tais como a guitarra baiana e a forma de comunicação com os fãs. “A gente acredita que o público é um maestro que dita pra gente o que a gente tem que cantar”, diz o vocalista Russo Passapusso. Em 2021, a data ganha mais um espaço na história do grupo com o lançamento do disco OxeAxeExu.
 
“Nosso disco é lançado numa sexta-feira de carnaval propositalmente, porque é onde a gente parou antes da pandemia”, conta o guitarrista Beto Barreto. Foi nesse dia, há um ano atrás, que aconteceu a última aglomeração da banda, com o trio Navio Pirata alegrando as ruas de Salvador.
 
Dividido em três atos – Navio Pirata, Recital Instrumental e América do Sol -, o álbum aposta na conexão latino-africana e no sentimento das questões vividas na pandemia. Tudo isso, claro, dito por entre melodias dançantes, com suingue latino e a presença forte dos tambores africanos.
 
“A gente fala exatamente da situação que a gente está passando, seja pela pandemia, seja politicamente. E isso é uma coisa que está extremamente ligada com o nosso fazer de arte, ao que nos descreve”, diz Beto.
 
Tudo começa em 2019, quando é lançado o disco O Futuro Não Demora que traz, justamente, planos pro futuro de maneira esperançosa. “Foi aí que o mundo biológico parou a gente e mostrou que não é só o ser humano que decide, tem a natureza também”, diz Russo.
 
 
 
Veio a pandemia e com ela a percepção de que o tal amanhã iria demorar a chegar. Surge então OxeAxeExu. “A gente viu que estamos mesmo em um mapa mundi e que esse mundo estava todo passando pela mesma coisa”, conta o cantor citando casos de desespero e incerteza pelos artistas parceiros do Chile, Tanzânia e Brasil.
 
Carnaval para o disco, por tanto, é a conexão entre a última manifestação em massa de 2020 e que, agora, traz preocupações do que está por vir. “Todas as pessoas se encontravam ali de uma forma ou de outra, era uma experiência social, por mais que existissem separações e segmentações. O que vai acontecer com um corpo que aprendeu a viver num mundo tendo essa relação e essa vibração, e de repente ele tem esse vácuo? A pergunta certa é o que vai acontecer depois do carnaval”, indaga.
 
O algarismo três também é um dos agregadores do projeto que, a cada três semanas, começando hoje, terá um ato lançado. Recital Instrumental no dia 5 de março e América do Sol, no dia 26. “O número é muito forte com os três x que fecham o nome (oxe, axé, exu), mas também durante todo o processo. Então por isso três atos e por isso palco, porque palco não se tem”, explica o vocalista. O disco também é a terceira parceria com o produtor Daniel Ganjaman, depois de Duas Cidades (2014), e O Futuro não Demora (2019).
 
Em uma percepção mais filosófica, o número também nos obriga a sair da dualidade pré-covid, pós-covid, mas sim pensar no agora, no momento que estamos vivendo. “O único positivo que eu posso ver disso tudo é o poder do brasileiro de se reconstruir e se adaptar de uma forma muito peculiar, e de reinventar a fé através de uma mistura de raça, de cores”, diz ele.
 
Apesar disso, os elementos não são separados, representam uma continuidade. “As três palavras: oxe, axé, exu, viram uma, sem ter uma prioridade ou uma ordem nisso. E é um pouco do que a gente imagina que acontece com esses atos que se lança separadamente, mas depois eles viram uma coisa só”, conta Beto.
 
Nas sete faixas que correspondem ao primeiro ato, é possível perceber a presença forte da religião. “A reza se tornou um elemento presente durante todo o processo de criação e pesquisa do novo trabalho. De formas diferentes, línguas diferentes e nas mais diversas compreensões, o sentimento de recitar, suplicar, de conectar fazia todo sentido”, conta Beto. A primeira música, Reza Forte, que contou com parceria de BNegão, foi lançada no dia 2 de fevereiro, dia de Iemanjá, rainha do mar, numa intenção de iluminar a nova rota do tal Navio Pirata.
 
Fonte: IstoÉ

 

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