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Notícias

07 Maio de 2021

Novo do Weezer

Este é o disco que o Weezer deveria ter gravado em 2002 ou 2005. Não que “Maladroit” e “Make Believe”, respectivamente os álbuns que a banda lançou nestes anos, sejam ruins. Mas foram eles que apontaram um caminho mais caótico e esquisito para Rivers Cuomo e seus amigos. O mesmo caminho que confundiu muitos fãs e os irritou ao longo de quase 20 anos, nos quais esperaram por algo que arranhasse a excelência dos dois primeiro trabalhos do grupo, “Blue Album” (1994) e “Pinkerton” (1996), ou, para alguns admiradores, do “Green Album” (2001). Este “Van Weezer”, o décimo-quinto disco do Weezer, é um chiclete de primeira qualidade, um trabalho com conceito, execução e satisfação muito acima do que os sujeitos têm feito neste século e pode reatar a relação que muitos fãs desertores deixaram para trás.
 
 
 
Em primeiro lugar: “Van Weezer” é tipicamente Weezer. Não tem invencionice, timbres eletrônicos, piadas com covers, orquestras ou pistas falsas. Ele é, sim, o disco que a banda grava em homenagem às raízes de heavy metal e hard rock que compõem o caldo musical que alimenta o quarteto desde o início. Claro, não há apenas estes estilos aqui, o Weezer é uma formação indie em sua essência, além de ter forte apelo power pop. E Rivers Cuomo, o guitarrista, vocalista e cérebro do grupo, também é um nerd velho, ou seja, seu humor não convencional também acaba como elemento decisivo do grupo. Digamos que uns 70% das influências do grupo estão por aqui, nas dez canções do disco. A produção ficou a cargo de Suzy Shinn, engenheira de som e co-produtora de bandas como Fall Out Boy e Panic At The Disco, clones da sonoridade essencial erguida pelo próprio Weezer há quase 30 anos. Pois bem.
 
 
 
Ouvir as canções do disco é se divertir sem qualquer medo de ser feliz. Tudo é absolutamente legal, bem intencionado e sincero. Tem timbre de guitarra farofenta do fim da década de 1980, tem as letras derramadas de Cuomo sobre nostalgia, amor perdido e outros temas recorrentes, tem pegada hard rock relida e refeita e, o mais legal, tem emulações de solos conhecidos (caso de “Crazy Train”, de Ozzy Osborne, que tem seu solo e seu riff cooptados em “Blue Dream”). E tem Van Halen, Def Leppard e Aerosmith como pontos de referência para a dinâmica das canções, dos arranjos, do próprio clima do álbum. Há quanto tempo não ouvimos faixas novas do Weezer que poderiam estar nos três primeiros discos? Para o admirador da banda, tal referência é motivo suficiente para largar tudo e dar uma chance a este adorável disquitcho.
 
 
 
Destaques absolutos: “Sheila Can Do It”, que tem andamento dinâmico totalmente adaptável aos gloriosos primeiros tempos da banda, com guitarra constante e ótimos detalhes, sem falar na melodia dourada. A própria “Blue Dream”, que chupinha “Crazy Train”, é uma delícia exuberante, com vocais chorosos de Rivers na medida certa. “The End Of The Game”, com introdução de riffarama dramática de show de rock com raio laser, é outra fofura sonora. “I Need Some Of That”, um dos singles, é outra belezura dramática, totalmente Weezer, para o bem e para o mal. “1 More Hit”, que tem guitarrinhas que lembram o Metallica do “Black Album” e “Beginning Of The End”, talvez a mais indie das faixas, mas que também contem guitarras em todos os cantos.
 
 
 
“Van Weezer” é uma declaração de amor ao passado, um elemento decisivo na montagem e existência do Weezer. É o disco que a gente estava esperando e deve ser recebido como aquele seu velho camarada, sumido há décadas, mas que, quando surge, é como se fosse ontem. Lindeza.
 
 
 
Ouça primeiro: “Sheila Can Do It”, “The End Of The Game”, “Blue Dream”, “1 More Hit”
 
 
 

 

Fonte: Célula Pop 

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