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Notícias

13 Agosto de 2021

"Black Album", do Metallica, completa 30 anos

Considerado um dos grandes marcos do heavy metal, o disco homônimo Metallica, conhecido como Black Album — em alusão ao White Album, dos Beatles — foi lançado há exatamente 30 anos. O projeto marcou um dos maiores momentos da banda, tendo sido ganhador do Grammy e de 16 discos de platina. Para celebrar a data, o grupo lançará no dia 10 de setembro uma versão remasterizada da obra, além da The Metallica Blacklist, com releituras de 53 artistas de diferentes vertentes musicais — várias faixas já podem ser ouvidas em uma playlist do Metallica nas plataformas digitais.

 
Fãs entediados?
O Black Album veio na esteira de uma curiosa percepção. Em entrevista à revista Rolling Stone em 1991, o guitarrista Kirk Hammett contou que foi devido à reação da plateia — e ao de fato de que a própria banda também estava cansada dos arranjos complexos — que o grupo começou a apostar em músicas menores. A faixa mais longa do disco homônimo tem cerca de sete minutos, enquanto na obra anterior, ...And Justice For All, a faixa To Live Is To Die tem quase 10 minutos.
 
Bob Rock e "Dr. Feelgood"
Apesar de controversa, a decisão da banda de contratar o produtor Bob Rock acabou dando certo. À época, ele havia trabalhado com bandas como Bon Jovi, Kingdom Come, Loverboy, The Cult e, principalmente, Mötley Crue — grupos que estavam longe da sonoridade do Metallica. Os integrantes do grupo, contudo, foram convencidos pelo sucesso que as obras envolvendo o nome do produtor estavam tendo.
 
— Sentimos que era hora de fazer um álbum com um grande e gordo low-end — disse o baterista Lars Ulrich ao escritor Mick Wall. — E o álbum com melhor som como aquele nos últimos anos foi Dr. Feelgood (do Mötley Crue). Então dissemos ao nosso empresário: "Ligue para esse cara e veja se ele quer mixar o álbum".
 
Três divórcios
A atmosfera sombria do disco não foi, necessariamente, fruto de um planejamento musical. À época da produção, Lars Ulrich, o guitarrista Kirk Hammet e o baixista Jason Newsted estavam passando por processos de divórcios.
 
— Eu estava tentando pegar esses sentimentos de culpa e fracasso e canalizá-los para a música, para tirar algo positivo disso. Jason e Lars também, e acho que isso tem muito a ver com o motivo do Black Album soar daquela maneira — contou Hammet à Playboy em 2001.
 
"Enter Sandman"
Uma das faixas que mais bem representam o conceito geral do álbum, Enter Sandman foi a primeira a ser escrita para o disco, processo que levou cerca de dois dias. Sendo assim, foi ela também que marcou a nova direção da banda em termos de complexidade dos arranjos: todo o instrumental é baseado no riff principal. Apesar disso, foi a última a receber uma letra.
 
— O lado de 10 minutos progressivo (...) do Metallica tinha seguido seu curso após …And Justice For All. Queríamos simplificar as coisas — afirmou Lars Ulrich em 2014.
 
Morte súbita 
Enter Sandman tratava literalmente de um bebê que morria misteriosamente em seu berço. O vocalista e guitarrista James Hetfield, contudo, acabou escutando a opinião do produtor do álbum, Bob Rock, e deixou a música mais amena.
 
— Eu disse a ele: "O que você tem é ótimo, mas pode ser melhor. Tem que ser tão literal?". Não que eu estivesse pensando no single, só queria que ele tornasse a música ótima. Foi um processo, ele aprendeu a dizer o que queria, mas de uma forma mais poética e aberta — lembrou Rock em 2011.
 
"Nothing Else Matters" preocupou James Hetfield
Três de agosto de 1991. O Metallica decidiu apresentar seu novo álbum no Madison Square Garden e, exceto por Enter Sandman, esta era a primeira vez que os fãs iriam escutar as músicas do disco. Hoje consagrada como uma das mais populares faixas do álbum, Nothing Else Matters era a grande preocupação de James Hetfield naquele momento.
 
— Eu estava apenas esperando que Nothing Else Matters entrasse para ver se as pessoas iriam se olhar e vomitar. Estava me perguntando o quanto de pressão as pessoas iriam se colocar umas nas outras, dizendo: "Você gosta disso?" "Não sei, você gosta?". Mas as pessoas gostaram muito, o que foi incrível — afirmou Hetfield ao autor de Metallica Unbound, K.J Doughton, em 1992.
 
Vocais inspirados em Chris Isaak
Wicked Game, de Chris Isaak, foi um dos grandes hits dos anos 1990 e 1991 e até hoje inspira covers ao redor do mundo. Hetfield não ficou imune ao sucesso e pediu a Bob Rock que o ajudasse a emular a técnica vocal de Isaak na hora de cantar os títulos mais lentos do Black Album — The Unforgiven e Nothing Else Matters.
 
Afinação mais baixa e gravação ao vivo
Apesar da crescente tendência das bandas de rock migrarem para um som mais pesado utilizando diferentes afinações nos instrumentos, o Metallica só foi implantar o método definitivamente no Black Album. Na obra, eles utilizaram a afinação em mi — que é a regular — em 10 das 12 faixas, mas acabaram na mixagem decidindo usar ré para Sad But True e mi bemol para The God That Failed.
 
Também foi a primeira vez que o Metallica gravou as músicas "ao vivo". Conforme Hetfield disse à Guitar World em 1991, antigamente o ritmo das faixas era construído sem Hammett e Newsted, mas dessa vez queriam tentar tocar realmente como uma banda no estúdio.
 
— Todos estavam na mesma sala e podíamos nos observar. Isso ajudou muito, especialmente com algumas coisas do baixo e do solo. Também ajudou o fato de termos tocado a maioria das músicas por dois meses, mesmo antes de entrarmos no estúdio — contou ele.
 
Billboard
Apesar das inseguranças da banda em relação ao novo caminho tomado, Metallica é, definitivamente, o maior sucesso da banda. Em dezembro de 2019, a obra tornou-se o quarto álbum da história norte-americana a ficar mais de 550 semanas — mais de 10 anos e meio — na parada da Billboard 200.
 
Bônus: remasterização e reinterpretação
Em comemoração, o grupo musical vai lançar no dia 10 de setembro uma versão remasterizada de Metallica. Além da promessa de trazer as faixas — entre elas, clássicos como The Unforgiven, Enter Sandman e Sad But True — em uma qualidade ainda melhor do que a original, a edição estará disponível em vários formatos para agradar os mais diversos tipos de fãs. 
 
Será possível adquirir o álbum na versão LP duplo de vinil 180 gramas e em CD padrão. Trazendo a nostalgia de volta, Metallica também ficou disponível em fita-cassete, mas teve todas suas unidades vendidas. Também é possível comprar o disco triplo, que conta com músicas ao vivo, demos e mixagens cruas como conteúdos extras. Por fim, há o box deluxe, de edição limitada, contendo: álbum remasterizado em CD e LP duplo de 180 gramas, três LPs ao vivo, 14 CDs (show ao vivo, entrevistas, demos, mixagens cruas) e seis DVDs (bastidores, vídeos oficiais, shows ao vivo), quatro laminados de turnê, três palhetas de guitarra, pasta com músicas com letras, cartão de download de MP3 dos áudios e um livro de capa dura de 120 páginas com fotos inéditas .
 
Além disso, há outro projeto. Ao trazer 53 artistas dos mais diferentes nichos musicais, The Metallica Blacklist pode ser considerada um dos projetos mais ambiciosos envolvendo a banda. O tracklist envolve desde nomes como Juanes, Rina Sawayama e Corey Taylor até mesmo Miley Cyrus, que gravou Nothing Else Matters com Andrew Watt, Elton John, Yo-Yo Ma, Robert Trujillo e Chad Smith.
 
 
 
 

 

Fonte: GZH

 

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