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Navegando Mestrado por Orientador "Coelho, Cláudia Couto De Barros"
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- ItemAcesso AbertoAnálise da prevalência de zumbido em homens e mulheres pré e pós-menopáusicas com exposição ao ruído no trabalho(2022-09) Halmenschlager, Luís Henrique Athaide; Coelho, Cláudia Couto De Barros; lattes.cnpq.br/1297407413125459; Timmers, Luís Fernando Saraiva Macedo; Périco, Eduardo; Lavinsky, JoelEsta dissertação tem por objetivo principal fazer uma análise comparativa da prevalência de zumbido entre trabalhadores homens, mulheres em idade fértil e pós-menopáusicas com uma maior propensão a danos otológicos devido à exposição ao ruído no trabalho. Zumbido e surdez são possíveis consequências irreversíveis após danos na orelha interna. Estudos recentes apontam para um possível efeito protetor do estrogênio contra tais injúrias. A avaliação foi feita por meio de um questionário de pesquisa, otoscopias e exames audiométricos. Foram analisadas presença, gravidade e intensidade do zumbido bem como os limiares audiométricos de cada trabalhador. Além disso, foram avaliados fatores de confusão associados ao zumbido, como condições clínicas (hipertensão arterial, doenças metabólicas, depressão e ansiedade) e grau de exposição ao ruído. Participaram do estudo 210 trabalhadores de quatro diferentes indústrias do Sul do Brasil, sendo 143 homens (68%), 57 mulheres em idade fértil (27%) e 8 mulheres pós-menopáusicas (4%). A prevalência de zumbido encontrada foi de 23% no grupo de homens, 12,3% nas mulheres em idade fértil e 12,5% nas pós-menopáusicas. Em todos os locais a prevalência de zumbido no grupo de homens foi maior. Embora as análises estatísticas não tenham encontrado significância, o valor-p limítrofe na maioria das análises (como por exemplo o valor-p de 0,06 quando se comparou homens e mulheres totais por regressão logística) aponta para uma tendência de maior prevalência de zumbido no grupo de homens, sendo que um provável aumento da amostra poderia resultar em resultados mais contundentes. A análise dos fatores de confusão, como doenças clínicas e grau de exposição ao ruído, apontou para uma uniformidade da amostra, sendo que tais fatores não parecem agir, pelo de menos não de forma significativa, como fatores que modificaram a análise da prevalência de zumbido. Já a avaliação das audiometrias mostrou de forma significativa um pior limiar audiométrico para o grupo de homens quando comparados às mulheres em idade fértil – tanto quando comparadas a frequência de 4000Hz isolada do pior ouvido, como quando comparadas as médias de todos os limiares audiométricos também do pior ouvido. Sendo assim, este estudo aponta para uma tendência de maiores danos otológicos (ou menor proteção a eles) no grupo de homens, a partir desta amostra avaliada em trabalhadores expostos ao ruído. Futuros estudos que poderão avaliar outras populações – bem como analisar mais diretamente os efeitos dos hormônios femininos, em especial do estrogênio – são fundamentais para que se consiga melhorar as possibilidades de tratamento ou prevenção de desfechos como o zumbido e a surdez.
- ItemRestritoMedidas de desfecho primário em ensaios clínicos para avaliação da eficácia de intervenções no tratamento de zumbido: uma revisão de escopo(2023-06-28) Sant'Ana, Wilian Luan Pilatti; Coelho, Cláudia Couto De Barros; http://lattes.cnpq.br/1297407413125459; Timmers, Luís Fernando Saraiva Macedo; Picon, Rafael Da Veiga Chaves; Oliveira, Ramatis Birnfeld DeMúltiplos mecanismos podem estar associados à etiopatogênese do zumbido, como o efeito deletério das espécies reativas de oxigênio sobre o endotélio da microvasculatura que irriga o aparelho auditivo e suas vias de condução neurossensorial. Clinicamente, o zumbido se manifesta como um estímulo sonoro conscientemente percebido, e as particularidades de cada mecanismo fisiopatológico que o origina, por sua vez, refletem na característica sonora referida, que varia de indivíduo para indivíduo. Não por acaso, é experienciado individualmente, especialmente no que se refere à magnitude do impacto na qualidade de vida das pessoas acometidas e o consequente comprometimento funcional destas. Inclusive, instrumentos específicos foram desenvolvidos e validados para avaliar o grau de comprometimento na qualidade de vida dos indivíduos. Em função dessas peculiaridades, da gama de queixas associadas ao sintoma, e da diversidade de mecanismos fisiopatológicos correlacionados à sua etiopatogênese, o delineamento de ensaios clínicos que objetivam a avaliação da eficácia de intervenções para o tratamento de zumbido é um desafio para a pesquisa clínica. Isso explica, em parte, a carência de homogeneidade metodológica na pesquisa clínica de zumbido e, conseguintemente, a variabilidade de abordagens de avaliação da eficácia das intervenções testadas. Dentro deste contexto — e considerando que: i) o uso de substâncias com propriedades antioxidantes ainda é um campo aberto para a pesquisa clínica; ii) a N-acetilcisteína (NAC) é o principal antioxidante endógeno do ser humano, apresentando propriedades otoprotetoras reconhecidas; iii) a necessidade de uniformização no delineamento de ensaios clínicos que avaliem a eficácia terapêutica na pesquisa clínica de zumbido, o presente estudo, em seu objetivo primário, propôs a realização de um ensaio clínico randomizado, triplo-cego, placebo-controlado, para avaliar a eficácia e da NAC no tratamento de zumbido induzido por ruído, quando comparada ao placebo. O ensaio clínico proposto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Vale do Taquari e registrado na Plataforma Brasil (Parecer Consubstanciado: 4.810.302). A retomada de sua execução está prevista para 2023. Em seu objetivo secundário, este estudo realizou uma revisão de escopo das principais medidas de desfecho primário utilizadas em ensaios clínicos de avaliação da eficácia de intervenções para o tratamento de zumbido no período 2017-2022. Noventa publicações foram inclusas na revisão. Os instrumentos avaliativos mais utilizados foram o Tinnitus Handicap Inventory, presente em 51% dos estudos; a Visual Analogue Scale, presente em 36% dos estudos; e o Tinnitus Funcional Index, presente em 24% dos estudos. Observou-se, contudo, que um avanço dos padrões para estudos de caráter intervencionista em zumbido ainda não foi alcançado, haja vista que tanto os aspectos de delineamento quanto de relato dos resultados persistem inconsistentes entre as publicações avaliadas. Os resultados desta revisão, dessa forma, podem servir como um alerta para a comunidade de pesquisadores de zumbido, ressaltando, novamente, a necessidade de medidas concretas quanto ao aprimoramento da qualidade metodológica da pesquisa com zumbido e, consequentemente, as chances de progresso no sentido da obtenção de terapias eficazes para o tratamento deste sintoma que impacta na qualidade de vida de milhões de pessoas no mundo todo.