Navegando por Autor "Silva, Juciane Beatriz Sehn Da"
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- ItemAcesso Aberto“Eles viram que o índio tem poder, né!” o protagonismo Kaingang da Terra Indígena Jamã Tÿ Tãnh/Estrela diante do avanço desenvolvimentista de uma frente pioneira(2017-07) Silva, Juciane Beatriz Sehn Da; Laroque, Luís Fernando da Silva; http://lattes.cnpq.br/6550642682865922; Laroque, Luís Fernando da Silva; Machado, Neli Teresinha Galarce; Nötzold, Ana Lúcia Vulfe; Rosa, Rogério Reus Gonçalves DaOs Kaingang fazem parte das sociedades Jê e tradicionalmente ocupavam extensas áreas do Brasil Meridional. Delimitando como recorte espacial a Terra Indígena Jamã Tÿ Tãnh localizada no Vale do Taquari/RS, o trabalho objetiva analisar o protagonismo Kaingang da Terra Indígena Jamã Tÿ Tãnh diante do avanço desenvolvimentista da rodovia BR-386, visando relacioná-lo ao fortalecimento da identidade indígena, à política de alianças das parcialidades Kaingang e a uma concepção diferente em torno das categorias “ambiente” e “desenvolvimento”. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório e natureza descritiva. Dentre os procedimentos metodológicos, destaca-se a revisão bibliográfica sobre os Kaingang, bem como o levantamento e análise de fontes documentais que se encontram junto ao Ministério Público Federal de Lajeado e na Secretaria Estadual de Educação do Rio Grande do Sul. Realizou-se também pesquisa de campo na Terra Indígena Jamã Tÿ Tãnh, observações participantes com a elaboração de diários, registros fotográficos e entrevistas com base na metodologia de História Oral, tanto com indígenas quanto com funcionários de agências oficiais. Dentre os resultados obtidos, os quais foram analisados com base em teóricos de cultura, etnicidade, territorialidade e de fenômenos de fronteira, constata-se a articulação sociopolítica das Terras Indígenas situadas em territórios da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas, Sinos e Lago Guaíba/RS, impactadas direta ou indiretamente pelo projeto desenvolvimentista envolvendo a duplicação da BR-386, assim como evidencia-se o protagonismo Kaingang da Terra Indígena Jamã Tÿ Tãnh na efetivação das medidas compensatórias e mitigatórias decorrentes dos Estudos de Impacto Ambiental da duplicação da BR-386, apontando para o fortalecimento da identidade étnica Kaingang.
- ItemAcesso AbertoTerritorialidade Kaingang: um estudo histórico da aldeia Kaingang Linha Glória, Estrela – RS(2014-06-06) Silva, Juciane Beatriz Sehn Da; Laroque, Luís Fernando da SilvaEste estudo aborda a trajetória histórica do grupo que atualmente constitui a aldeia Kaingang Linha Glória, em Estrela, bem como a luta deste grupo para fazer valer seus direitos, sobretudo a questão do direito originário a terra. Como base teórica para a análise dos dados estudados, utilizamos autores cujas obras puderam contribuir para as questões por nós pesquisadas, tais como Barth ([1969] 2000), Seeger e Castro (1979), Brandão (1986) e Martins (1997). O estudo foi realizado baseando-se em fontes bibliográficas, material historiográfico (artigos, ensaios e dissertações de mestrado e doutorado) e em fontes documentais, tais como jornais e documentos do Ministério Público Federal. Além disso, nos utilizamos também da metodologia de História Oral durante a pesquisa de campo, tanto na aldeia de Estrela, como no contato com as autoridades ligadas à pesquisa. Desta forma, aspectos culturais, sociais e políticos como educação, saúde, legalização e ampliação da atual área de terras, e os impactos na aldeia decorrentes da duplicação da BR 386 serão objetos de investigação e análise. Todas estas questões estarão diretamente vinculadas à relação sócio-política-cosmológica do grupo com o território ocupado. Pretendemos, também, demonstrar os sentidos da territorialidade dos Kaingang da aldeia Linha Glória no atual espaço ocupado e como este grupo têm sido agente de sua própria historicidade, diante de realidades adversas como a duplicação da BR 386.
- ItemAcesso Aberto“Trajetório indígena” e trajetórias de vida: a agência do feminino na relação com os territórios, corpos e pessoas Kaingang(2020-12) Silva, Juciane Beatriz Sehn Da; Laroque, Luís Fernando da Silva; http://lattes.cnpq.br/6550642682865922; Mazzarino, Jane Márcia; Freitas, Ana Elisa De Castro; Martins, Maria Cristina BohnA presente tese investiga as trajetórias históricas e culturais de duas coletividades Kaingang, localizadas em territórios da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas e do Lago Guaíba, estado do Rio Grande do Sul, Brasil. O estudo é uma contribuição às discussões que abordam sobre trajetórias dos indígenas na História, e também às Ciências Ambientais, pois congrega modos kaingang de saber, relacionar e conceber o território e o ambiente, apontando para outras inter- relações possíveis entre “sociedade-natureza”. Os problemas norteadores da pesquisa são: De que formas os coletivos pesquisados agenciaram as inter-relações no território e elaboraram a colonialidade nos corpos ao longo de suas trajetórias históricas? Quais as percepções do feminino Kaingang sobre processos de luta pela terra, relações intrahumana e na constituição e estabilização de corpos e pessoas kaingang? Portanto, a tese proposta é que: os coletivos pesquisados estabelecem uma malha de relações com as texturas corporais presentes no território, sendo estas imprescindíveis à constituição de corpos, pessoas e coletivos kaingang. Acredita-se que o “estar-sendo” Kaingang ocorre no fluxo e no entrelaçamento das relações sociais que se configuram no fio do tempo das histórias de vida tecidas nas formas de (re)constituir seu mundo e suas historicidades, e nesse processo o feminino Kaingang surge como uma expressão potente. Com essas informações, o objetivo central da pesquisa consistiu em analisar de que formas as trajetórias de vida no fluxo do tempo performam relações, corpos e pessoas que se entrelaçam e se constituem conjuntamente aos territórios, evidenciando a agência do feminino kaingang num construto criativo e na manutenção dos coletivos das Terras Indígenas Jamã Tÿ Tãnh/Estrela e Topẽ Pẽn/Porto Alegre. Este estudo foi proposto com base em fontes bibliográficas, em fontes documentais que se encontram no Ministério Público Federal de Lajeado e Porto Alegre e em fundos documentais acessados no portal da biblioteca digital do Senado Federal e no Portal Kaingang. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, já que se propôs investigar percepções, conhecimentos e modos de vida das coletividades Kaingang. Ademais, foi realizada pesquisa de campo, com uso das técnicas de observação participante e entrevista. O método da História Oral foi utilizado para a aplicação das entrevistas. Foram realizadas onze entrevistas com indígenas e setenta e nove saídas de campo. Partindo de considerações teóricas sobre território, colonialidade, natureza, cultura, corpos e pessoas, foi possível melhor evidenciar a compreensão da ontológica e das relações de socialidade Kaingang. Os resultados demonstraram que houve um processo violento de colonialidade nos corpos vivenciado pelas coletividades pesquisadas, contudo souberam orquestrar modos de reagir e resistir que singularizam suas histórias no tempo e no espaço, bem como mantiveram a relação com os corpos das florestas, imprescindíveis para fazer a vida no plano material e cosmológico e ainda se verificou que as mulheres Kaingang agem de forma complementar nas lutas pela terra e nas relações intra-aldeã. A fabricação e a (trans)formação de corpos e pessoas Kaingang constituem um construto que envolve a agência de homens e mulheres Kaingang. Por fim, a tese proposta, da constituição conjunta e da indissociabilidade entre corpo, pessoa e território se confirma. A pessoa Kaingang constitui-se um microcosmo de relações estabelecidas nas trajetórias de vida e no “trajetório indígena” e nesse fluxo o feminino Kaingang configura uma expressão potente, capaz de tecer agenciamentos, conexões e amálgamas fundamentais para a manutenção dos coletivos os quais elas se inserem.