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Ações públicas de internacionalização e política externa: há alinhamento?

Postado em 08/03/2017 18h21min

Por Ana Amélia Ritt

A internacionalização nas instituições de Ensino Superior e a política externa brasileira foram alvo de estudos da professora Viviane Bischoff, diretora de Relações Internacionais (DRI) da Univates e recém-formada no doutorado em Estudos Estratégicos Internacionais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).
 
A pesquisa analisou as ações de internacionalização do primeiro mandato do governo Dilma (2011-2014) - tanto as criadas no governo como as que tiveram continuidade nessa época - e a política externa brasileira no mesmo período. Com esse levantamento, Viviane verificou se houve ou não alinhamento entre seus objetivos e ações. “A principal ação do governo nesse período foi o Ciência sem Fronteiras, que levou 93 mil estudantes ao exterior”, afirma. A doutora explica que o programa tinha foco em inovação e que o fluxo dos jovens foi direcionado, principalmente, ao Hemisfério Norte por ter como alvo a tecnologia e a inovação. A atitude, porém, diferiu da intenção do governo na época, que era a cooperação com o Hemisfério Sul. “Apesar de não ter alinhamento, a ação não foi sem sentido”, destaca. “Porém, foi uma parceria de mão única, sem aplicar o discurso de reciprocidade, tão presente na política externa de então”, complementa, dando o exemplo de que o Brasil poderia ter enviado alunos para fora do país ao mesmo tempo que poderia ter recebido alunos pelo programa ou professores para ministrar aulas nas instituições daqui.
 
O trabalho serviu para compreender o objetivo principal do Brasil no âmbito internacional e, com os resultados, a pesquisadora espera que seu estudo possa contribuir como instrumento de discussão em órgãos como Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). “A Capes está pensando em um Plano Nacional de Internacionalização da Educação Superior e irá se reunir para discutir o assunto. A pesquisa pode ser considerada quando forem pensar em propostas de internacionalização”, declara Viviane, afirmando que seu estudo não é focado em nenhuma instituição específica e pode contribuir de maneira significativa para diversas universidades brasileiras.
 
Texto: Ana Amélia Ritt
Viviane Bischoff tornou-se doutora em Estudos Estratégicos Internacionais pela Ufrgs.

Rodrigo Balbueno

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