A sétima arte ganhou expressão máxima na noite deste sábado, 1º de abril, quando o Teatro Univates sediou a cerimônia de premiação do 1º Festival de Cinema de Lajeado, realizado desde a última quinta-feira, 31, com a exibição de 55 produções audiovisuais de diversos estados do Brasil. Conduzida pelo jornalista Roger Lerina, a cerimônia marcou a premiação de 13 filmes em 21 categorias.

O grande vencedor da noite foi o curta “Boa noite, Charles”, dos irmãos Eduardo Carvalho e Marcos Carvalho, com o troféu de melhor filme desta edição. “Fazer filme no Brasil é difícil e na favela é mais ainda, por isso precisamos buscar abordagens diferentes e saídas criativas” afirmaram os irmãos. Sobre a premiação, eles disseram que vão levá-la para a vida como uma grande homenagem, um grande momento de se ver novas formas de olhar o cinema e o mundo. “Também parabeniza o festival ´pela iniciativa, desejando vida longa ao evento para difundir formas diversas de apreciar a arte”, afirmaram eles.

A cerimônia também contou com uma homenagem à atriz gaúcha Júlia Lemmertz, que recebeu o troféu Exportando Belezas. A atriz porto-alegrense participou do longa “Música para quando as luzes se apagam”, um filme de Ismael Caneppele gravados na região e que deve estrear no segundo semestre. Simpática e carinhosa, a atriz agradeceu à homenagem e presenteou o público com a declamação do poema “Possibilidades” da polonesa Wisława Szymborska em que ela começa dizendo “Prefiro o cinema”.

Para a homenagem, houve apresentação da cantora lajeadense Cristiana Pretto. Já o documentário “Djorge - da bonja por mundo” recebeu menção honrosa em troféu entregue pelo reitor da Univates, professor Ney José Lazzari. Durante o evento também houve o show da banda Bico Fino Brother’s Band e uma apresentação de dança, além de homenagem a três festivais de cinema realizados no Rio Grande do Sul.

Para o integrante da comissão organizadora Ronaldo Zarpellon, cada sessão do evento foi muito emocionante e o público pôde vislumbrar filmes diferenciados, produzidos por pessoas que estão iniciando a carreira cinematográfica. “Foi uma oportunidade ímpar para o Vale do Taquari, especialmente pela maneira como o evento foi concebido”, afirmou ele, acrescentando que ainda não há definição sobre a data da próxima edição. “Ainda não sabemos se o evento será anual ou bienal”, disse ele.

O 1º Festival de Cinema de Lajeado já está no mapa da Agência Nacional de Cinema (Ancine) e buscou dar visibilidade às obras de curta-metragem, além de incentivar o turismo no Rio Grande do Sul por meio da divulgação de suas belezas naturais às quais o projeto está ligado. A mostra competitiva teve quatro categorias: animação, documentário, experimental e ficção. O Festival é uma iniciativa do lajeadense Lauro Bergesch e contou com a inscrição de mais de 300 curtas, sendo 55 selecionados para exibição durante o evento e candidatos à premiação. Mais informações no site www.festivaldecinemadelajeado.com.br.

Conheça os vencedores
Melhor desenho de som - Rafael Rodrigues e Gustavo Foppa - Escotofobia
Melhor direção de arte - Raiza Antunes - Dia dos Namorados
Melhor montagem - Arthur Leite e Magno Guimarães - Abissal
Melhor trilha sonora - Renan Franzen - O deus neon
Melhor fotografia - Rafael Duarte - Caçador
Melhor roteiro - Diego Tafarel - Pobre, preto, puto
Melhor curta belezas naturais - Às margens - Boca Migotto
Melhor ator - Samuel Reginatto - Caçador
Melhor atriz - Fernanda Chicolet - Demônia-melodrama em 3 atos
Melhor diretor - Vinícius Silva - Deus
Melhor curta de animação - Projeto do meu pai
Melhor curta experimental - Autópsia
Melhor curta documentário - Deus
Melhor curta de ficção - Demônia-melodrama em 3 atos
Menção honrosa - Djorge-da bonja por mundo
Melhor filme - Boa noite, Charles

Premiações concedidas pela Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul
Melhor curta experimental - Autópsia
Melhor curta de animação - Projeto do meu pai
Melhor curta documental - Cine Paisandu
Melhor curta de ficção - O deus neon
Melhor filme - Boa noite, Charles

Texto: Nicole Morás