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O artístico no cotidiano: iniciativa busca incentivar a arte na Univates

Postado em 29/07/2016 12h08min

Por Nicole Morás

Muito mais do que sua estrutura física e a capacidade de receber grandes eventos, o Teatro do Centro Cultural é um símbolo da contribuição da Univates para promover a arte no Vale do Taquari, afinal também é missão de uma instituição de ensino incentivar a arte nas suas diversas dimensões. E é justamente pensando nisso que a instituição busca ampliar a inserção da arte no cotidiano acadêmico.

De acordo com a diretora do Centro de Ciências Humanas e Sociais (CCHS), professora Fernanda Pinheiro Brod, o desenvolvimento dessa área é um dos objetivos do planejamento estratégico da Univates, especialmente ao relacioná-la com disciplinas e atividades dos cursos de graduação. “Não vemos a arte sob a perspectiva de um objeto para ser consumido, mas, sim, uma forma de expressão para contemplação, fruição, sensibilização”, defende ela. Fernanda acrescenta ainda que a ideia não é que os estudantes se profissionalizem na área, mas proporcionar que tenham essa experiência em sua formação e, quem sabe, “despertar um olhar menos materializado”, provoca ela.

O vice-diretor do CCHS, professor Leonel José de Oliveira, explica ainda que a Univates já realiza uma série de atividades relacionadas aos campos da arte e da cultura. Assim, o objetivo da criação de um grupo preocupado em discutir o tema é procurar dar organicidade ao assunto, fazendo com que ele transcenda as ações realizadas pelo campus para uma discussão que abranja os corpos docente e discente da Instituição. “Uma das nossas primeiras ações, por exemplo, foi pensar disciplinas que possam se institucionalizar, assim como observamos no caso das humanidades”, explica ele.

As atividades propostas, mesmo que se aproximem do CCHS, não se restringem a ele, tanto que professores dos mais diversos cursos participam de um fórum organizado pelo Núcleo de Apoio Pedagógico que objetiva discutir a inserção da arte em nível acadêmico. Outra iniciativa já realizada nesse sentido foi o projeto Poiéticas Permeáveis, iniciado em 2014 com o objetivo de discutir questões de sensibilização e exploração da arte em suas diferentes linguagens e sua utilização em sala de aula.

Uma das participantes do projeto foi a professora Angélica Munhoz. “Penso que o Poiéticas foi um projeto muito bacana, pois, de alguma forma, deu início a um processo de pensar a arte na Univates. E não somente a arte que é feita nos palcos, nos museus, mas esse atravessamento sensível que a arte é capaz quando nos provoca a pensar, a desacomodar, quando faz vibrar nosso corpo. Percebo que o projeto teve o objetivo não só de produzir um grande evento, mas também de possibilitar alguns movimentos sutis, suaves, alegres, fazendo-nos perceber que a academia também pode (e deve) ser o espaço da criação, da experiência estética, da fruição”, afirma ela.

De uma provocação para a prática
No último semestre de 2015, no Seminário Educação e Literatura, promovido pelo curso de Pedagogia, a professora Angélica, atravessada por diferentes experiências estéticas – provocada pelo Poiéticas e também por outras experiências –, organizou o Sarau Artístico Literário Paris anos 20, que contou também com a parceria de mais duas disciplinas e seus respectivos professores: Cristiano Bedin da Costa e Mariane Ohweiler. O sarau ocorreu no deck do lago da Univates e teve como objetivo criar uma atmosfera da Paris dos anos 1920, com excertos de literários franceses da época, cenário, figurino e música francesa.

Já na disciplina de Leitura e Produção de Texto I, a professora Garine Keller, que também participou do Poiéticas Permeáveis, desafiou os alunos a expressarem como os textos utilizados em aula poderiam ser representados em um objeto artístico físico. “Meu desafio era fazer pensar o espírito artístico em uma disciplina institucional, ou seja, diferentes cursos e olhares, na linguagem escrita e oral, também como expressão artística. Deixei que as ideias fluíssem livremente, sem interferências, sem sugestões. Fiquei surpreendida com o resultado de alguns dos trabalhos, pela criatividade e capricho na elaboração das peças. Os alunos se mostraram muito receptivos à atividade, mas levaram algum tempo para deixar de lado a timidez, o medo de expor suas ideias e percepções. Esse processo criativo foi o ponto alto da atividade, pois mostrou, como prática pedagógica, o quanto precisamos incentivar o pensamento livre, a criação, a autonomia. E a arte demonstra ser um ótimo caminho que leva à aprendizagem”, avalia ela.

Esta matéria faz parte da edição 1 da Revista Univates. A versão on-line pode ser conferida aqui.

Texto: Nicole Morás

Na disciplina de Leitura e Produção de Texto I os alunos realizaram uma exposição

Nicole Morás

No último semestre de 2015 foi organizado o Sarau Paris Anos 20

Artur Dullius

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