Ambiente e Desenvolvimento
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Browsing Ambiente e Desenvolvimento by browse.metadata.advisor "Machado, Neli Teresinha Galarce"
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- ItemOpen AccessArqueologia dos povos indígenas Jê do Brasil Meridional: um estudo teórico sobre as narrativas históricas e ambientais(2023-01) Oliveira, Kelly De; Machado, Neli Teresinha Galarce; http://lattes.cnpq.br/6666207712034183; Copé, Silvia Moehlecke; Carbonera, Mirian; Laroque, Luís Fernando da SilvaEsta tese possui como objeto de estudo o legado da produção bibliográfica arqueológica referente aos Jê Meridionais, mais especificamente, a chamada tradição ceramista Taquara, denominação dada ao coletivo humano que ocupou o Estado do Rio Grande do Sul. O objetivo principal é observar os autores e suas narrativas e refletir sobre o conteúdo dos trabalhos científicos acerca da criação da tradição. A pesquisa se caracteriza como quali-qualitativo, de caráter exploratório e de natureza descritiva e está dividido em três momentos: investigação teórica, levantamento documental e análise dos documentos. A perspectiva deste estudo é interdisciplinar, ainda que a sua redação advenha da senda da Arqueologia e a base de formação da pesquisadora se ancore na História. Por meio de um levantamento bibliográfico que se intercalou entre os anos de 2019 e 2021, foram selecionadas 101 produções científicas, destas 53 foram apuradas por meio de plataformas de busca especializadas na Internet e 48 são documentos físicos depositados em arquivo. Juntas as obras perfazem um total de 43 autores e cobrem 60 anos de estudo. Para proceder a uma leitura e exame coerentes dos diversos documentos, foi elaborado primeiramente um banco de dados, onde foram elencadas 3 categorias de averiguação: Constructo, Contexto e Análise. Como se constatou, são publicações com diversas características e temas variados que seguem por diferentes referenciais teóricos, que vão se ampliando ao longo do tempo. No entanto, por meio de uma revisão teórica é possível distinguir um plano de fundo sobre o qual todas as produções desenvolveram-se: Histórico-Culturalismo, Processualismo e Pós-processualismo. De maneira síncrona à revisão, se observou que dentro de um período equivalente a duas décadas, relativos eventos como mudanças no conteúdo e interpretação, poderiam ser lidos como indicadores de eventuais alterações epistemológicas. Tomando por base esses dois critérios optou-se por dividir todo o acervo selecionado em três “blocos temporais” para melhor exame: Bloco 1: 1960-1970 (26 obras e 8 autores); Bloco 2: 1980-1990 (22 obras e 6 autores) e Bloco 3: 2000-2021 (54 obras e 29 autores). Para cada bloco se dispôs uma lista de autores representantes do período e sua respectiva criação. Ainda trago uma síntese sobre cada obra onde disponho os dados elementares como a estrutura organizacional do trabalho, o objeto de análise, a problemática, a contextualização, o resultado e conclusão. Por meio dessa ordenação é possível divisar a maneira como os discursos vão se alterando ao mesmo tempo em que sofrem a influência dos respectivos referenciais teóricos, que vão agindo para a formação da narrativa. Por fim, tendo acompanhado os discursos individuais, identifiquei que dois elementos foram sempre prestigiados, o Ambiente e a Cultura Material, utilizados para destacar as dinâmicas das relações das populações humanas com o seu meio ambiente. Dessa forma, baseando-me na História Ambiental e na Arqueologia da Paisagem examinei como os pesquisadores fizeram usos dos termos e os relacionaram em suas investigações, ao mesmo tempo, exponho o quanto os termos variaram e tornaram-se cada vez mais complexos no decorrer da construção da narrativa
- ItemOpen AccessArqueologia Jê no Alto Forqueta/RS e Guaporé/RS: um novo cenário para um antigo contexto(2017-07) Wolf, Sidnei; Machado, Neli Teresinha Galarce; http://lattes.cnpq.br/6666207712034183; Machado, Neli Teresinha Galarce; Laroque, Luis Fernando da Silva; Rogge, Jairo Henrique; Corteletti, RafaelAs bacias hidrográficas dos rios Forqueta/RS e Guaporé/RS, localizadas na porção centro/norte do estado do Rio Grande do Sul, têm se configurado regiões com um intenso potencial arqueológico de investigação. Especialmente nas áreas de altitudes superiores a 600m, junto as nascentes, pesquisas anteriores indicaram a presença de sítios de estruturas subterrâneas e superficiais associados as populações Jê Meridionais pré-coloniais. Apesar do registro destes, ainda se careciam informações detalhadas dos assentamentos. O objetivo desta pesquisa abarcou o reconhecimento do sistema de assentamento Jê Meridional entre as bacias hidrográficas dos rios Forqueta e Guaporé, através de um levantamento de assentamentos em diferentes compartimentos fisiográficos, dentro de uma área piloto de 440km², buscando revelar aspectos da distribuição espacial, funcionalidade e cronologia. Os resultados registraram a identificação de 70 sítios arqueológicos, sendo 38 áreas inéditas. Do total de assentamentos, relacionam-se dois sítios a um contexto caçador-coletor anterior a presença de grupos Jê, sendo o sítio RS-T-128 datado do século IV AC. O sistema Jê Meridional é composto por sítios de estruturas subterrâneas, estruturas subterrâneas e montículo, localizados em altitudes entre 600 e 800m junto aos divisores de bacia; e sítios superficiais líticos, e líticos e cerâmicos, dominando as porções de menor altitude no fundo dos vales. As escavações revelaram áreas de atividade no entorno das estruturas subterrâneas, com a distribuição de estruturas de combustão de diferentes características. Os resultados das intervenções no interior das depressões não indicam o uso habitacional em todos as depressões dos assentamentos, com variações dentro de um mesmo sítio. Nos sítios superficiais observou-se uma dispersão de evidências por extensas superfícies, marcadas pela associação a grandes artefatos, tradicionalmente relacionados à grupos caçadores-coletores. Estes dois espaços configuram-se como áreas distintas dentro da paisagem, ligadas a funcionalidades diferentes. Uma área de maior convívio social, marcada por conjuntos densos de estruturas subterrâneas, por vezes abandonados e reocupados após centenas de anos, circundados por conjuntos menores ou estruturas isoladas; e outra retratada pelos sítios superficiais, como áreas de exploração e manejo de recursos agroflorestais, distantes dos centros de concentração dos lugares habitacionais, resultados do intenso processo de ocupação dos sítios de habitação, por mais de 500 anos. As datações, assim como a cerâmica encontrada, demonstram uma associação aos sítios localizados na margem esquerda do rio das Antas, que alcançam as bacias hidrográficas dos rios Caí, Sinos, Pardinho e Jacuí, e que permitiram a interpretação do processo de ocupação Jê a partir da proposta de formação territorial (ZEDEÑO, 1997; 2010).
- ItemOpen AccessCompadrio, parentesco e família: escravizados, libertos e livres na paróquia de São José de Taquari/Rio Grande do Sul(2021-03) Pires, Karen Daniela; Machado, Neli Teresinha Galarce; http://lattes.cnpq.br/6666207712034183; Magalhães, Magna Lima; Pinheiro, Fernanda Storck; Diedrich, Melissa HeberleO Brasil tem uma história marcada pela escravidão do povo negro nas mais diversas regiões do país. Escolhemos um recorte espacial nesta pesquisa para falar desse escravismo; ou seja, o território de Taquari nos séculos XVIII e XIX, num espaço fundado por interesses portugueses. Foi neste contexto de dominação de terras que houve a inserção da mão de obra escravizada, que com o passar do tempo se intensificou e perdurou até o ano da abolição, em 1888. Incluso ao tema escravismo, detivemo-nos nas relações sociais e familiares praticadas no cotidiano das propriedades escravistas em Taquari. O tema escravismo, selecionado para esta tese, é foco especial para a área das Ciências Ambientais, a qual promove a visão integrada das questões socioambientais, em suas perspectivas históricas, econômicas, sociais e ecológicas. Pressupõe-se, por meio do desenvolvimento de análises históricas, as quais podem ser do tempo recente ou no caso, da história do século XIX, que a promoção para a consciência social dos direitos individuais e coletivos são condições necessárias para que ocorra a superação da dependência social e da dominação política. Neste estudo, a conexão da história e das ciências ambientais envolve como pano de fundo modelos de desenvolvimento que marginalizaram os grupos humanos descendentes desse processo. Almeja-se que esta tese possa ser mais uma ferramenta para promover um melhor índice de desenvolvimento humano sustentável e a possibilidade de realização plena dos direitos individuais e coletivos dos herdeiros desse terrível contexto de relações de trabalho da nação brasileira. A utilização deste tipo de estudo pode ser direcionada para os planos de desenvolvimento da redução das desigualdades sociais, para melhorar a falta de informação científica adequada e para sustentar o aumento das próprias capacidades de grupos sociais descendentes. De forma geral e científica, o objetivo acadêmico desta tese foi analisar a formação dos laços de compadrio e a constituição da família negra escravizada, livre e liberta na Paróquia de São José de Taquari, entre os anos de 1787 e 1850. Metodologicamente se fez uso do método onomástico e da micro-história. Os resultados demonstraram redes formadas a partir dos batismos de escravizados adultos com o apadrinhamento feito por pessoas nas condições de escravizados, forros e livres. Nos batizados dos inocentes identificamos, assim como, para os adultos, laços de parentesco fictício formados entre pais, filhos e padrinhos. As mães dos chamados filhos naturais buscaram por padrinhos e madrinhas que estavam na condição social de libertos e livres. Os laços de compadrio se estenderam para fora das propriedades, o que demonstrou uma rede de parentesco extensa. Diferentemente dos filhos naturais, os batizados dos filhos legítimos formaram laços maiores com escravizados. A análise dos matrimônios apontou um baixo índice de uniões legitimadas entre os escravizados de Taquari; logo, a maioria das relações foram consensuais. As uniões matrimoniais foram realizadas, sobretudo, entre nubentes de mesma origem e estatuto jurídico. A pesquisa, de forma geral, buscou mostrar as 8 relações de parentesco e a formação da família negra a partir dos registros paroquiais, bem como a capacidade de articulação e estratégia desses indivíduos na antiga Taquari.
- ItemOpen AccessHistória antiga do planalto das araucárias, Rio Grande do Sul, Brasil - O Jê Meridional e o diálogo com o ambiente(2021-01) Fiegenbaum, Jones; Machado, Neli Teresinha Galarce; http://lattes.cnpq.br/6666207712034183; Dalzochio, Marina Schmidt; Schneider, Fernanda; Laroque, Luis Fernando da SilvaA borda Sul do Planalto das Araucárias, entre as bacias hidrográficas dos rios Forqueta/RS e Guaporé/RS, localizadas na porção centro/norte do estado do Rio Grande do Sul, têm se configurado numa região com intenso potencial arqueológico. Na última década, essa área, com altitudes superiores a 600m, foi alvo de pesquisas que apontaram a presença de sítios de estruturas subterrâneas e superficiais associados as populações Jê Meridionais. A área foi prospectada, escavada, datada e sua cultura material apresentada para a comunidade arqueológica, preenchendo uma lacuna sobre a pré-história do território brasileiro. A presente tese tem como objetivo compreender as características ambientais e arqueológicas da área pesquisada e quais as estratégias culturais desenvolvidas pelo Grupo Jê nessa interação. Priorizando a relação com as áreas úmidas, funcionalidades de instrumentos líticos, além do cultivo e manejo de plantas. A área trabalhada, permite agora, esmiuçar meandros e relações ambientais que não foram contempladas anteriormente. O espaço que antes era pouco conhecido, quanto ao sistema regional de assentamento em torno do tempo, lugar e função, pode agora revelar muito a respeito das interações com o meio ambiental. Como resultado, apresentamos a relação do Grupo Jê com as áreas úmidas, onde, numa perspectiva interdisciplinar, buscamos compreender a afinidade dos grupos Jê em estabelecer assentamentos com proximidade das áreas úmidas. Na escavação realizada no sítio RS-T-126, aplicamos um método de flotação inédita para o grupo abordado. Com metodologia específica, todo sedimento oriundo da intervenção arqueológica passou pelo processo de triagem na tentativa de recuperar macrovestígios vegetais que contribuem na identificação da dieta alimentar e manejos agroflorestais realizados pelo grupo. A análise do material lítico, oriundo das escavações já realizadas, apresentou uma nova interpretação da cultura material associada ao grupo Jê. Realizou-se uma revisão dos dados publicados, onde avançamos na interpretação do uso e aplicabilidade da cultura material associada ao grupo Jê.
- ItemOpen AccessImpactos sociais e ambientais produzidos pelo ciclo das fazendas no percurso do Rio Taquari/Rio Grande do Sul (1770-1850): uma abordagem arqueológica(2021-06) Lopes, Sérgio Nunes; Machado, Neli Teresinha Galarce; http://lattes.cnpq.br/6666207712034183; Symanski, Luís Cláudio Pereira; Fehr, Lucas; Périco, EduardoUma abordagem teórico-metodológica transversal e inovadora dá suporte à tese apresentada que investiga os impactos sociais e ambientais gerados pelas fazendas estabelecidas no percurso do Rio Taquari no estado do Rio Grande do Sul. As ruínas das fazendas investigadas encontram-se, contemporaneamente a este estudo, circunscritas aos territórios dos municípios Sul-rio-grandenses de Bom Retiro do Sul e Fazenda Vilanova. Cronologicamente o estudo abrange os anos finais do século XVIII alcançando meados do século XIX. O recorte temporal, decorre das escolhas teóricas e metodológicas. Ao caracterizar as fazendas e inferir as agências humanas e não humanas na configuração dos seus espaços ao longo tempo optou- se pela abordagem arqueológica às ruínas e seus entornos. As reflexões acerca da sintaxe dos elementos no espaço, pelo viés das múltiplas entidades que nele se entrelaçam, são tecidas a partir das prerrogativas teóricas da História Ambiental e da Arqueologia Histórica. Estando o programa de pós-graduação, em cujo âmbito a pesquisa foi concebida inserido na Área de Ciências Ambientais, ainda que a redação do presente trabalho conclusivo chegue a termo pela lavra de um historiador iniciado em Arqueologia Histórica, a perspectiva é interdisciplinar. As dinâmicas das relações dos homens no e com o meio mediada pelos objetos fazem emergir um sem número de documentos e testemunhos. Desse prisma a Cultura Material evidenciada nas escavações e prospecções arqueológicas soma-se aos documentos seriados dos arquivos ampliando o entendimento das alterações significativas na fisionomia das paisagens que se traduzem em local, território e lugar, categorias conceituais que permitem verticalizar as análises. A partir do estudo empreendido ficou evidente que as fazendas do percurso do Rio Taquari, Rio Grande do Sul, foram unidades extrativistas. A supressão das densas matas de pinheiro alterou substancialmente a paisagem florestal. A utilização da mão de obra escravizada conecta a região com o modus operandi da exploração ambiental, social e econômica de outras regiões do Brasil no final do período colonial e ao longo do século XIX. Tendo em conta a concepção das fazendas trabalhadas empreende-se esforços no sentido de concebê-las para além de unidades produtivas demandantes de recursos naturais. Ao reconhecer as florestas, os rios e os demais elementos do espaço como ativos na relação com os grupos humanos, contempla-se a indissociabilidade dos aspectos sociais e ambientais como forma de melhor entender os contextos.
- ItemOpen AccessMovimentações de populações Guarani, séculos XIII ao XVIII – Bacia Hidrográfica do Rio Taquari, Rio Grande do Sul(2016-09) Kreutz, Marcos Rogério; Laroque, Luís Fernando da Silva; Machado, Neli Teresinha Galarce; http://lattes.cnpq.br/6666207712034183; Machado, Neli Teresinha Galarce; Laroque, Luis Fernando da Silva; Périco, Eduardo; Huerta, Raquel Piqué; Gerhardt, MarcosEstima-se que o processo de colonização Guarani, na porção territorial Vale do Taquari, drenada pela Bacia Hidrográfica do Rio Taquari, Estado do Rio Grande do Sul tenha iniciado por volta do século XIII. Datações radiocarbônicas realizadas em sítios arqueológicos demonstram que a ocupação fora ao longo de pelo menos seis séculos. Até princípios do século XVII, os Guarani colonizaram o espaço, não de forma homogênea ou exclusiva, fixando-se nas planícies ao longo dos rios e arroios da bacia, promovendo deslocamentos comuns à sua cultura. A partir da década de 1630, os deslocamentos Guarani, passam a sofrer pressões externas, em função da vinda de jesuítas espanhóis, de bandeirantes paulistas e, mais tarde, de imigrantes europeus e seus descendentes. O objetivo do presente estudo é demonstrar os fatores que interferiram nos processos de territorialização e desterritorialização dos Guarani no Vale do Taquari, pré e pós-contato, passando por quatro fases: a significativa ocupação, a redução, reocupação e a ausência de aldeias no referido espaço. Optou-se pela metodologia qualitativa-descritiva, e os instrumentos metodológicas foram: a pesquisa bibliográfica, documental e atividades de campo. Embora tenha-se avançado nos estudos em relação ao referido grupo, constata-se que existem muitas lacunas ainda para serem preenchidas sobre à colonização de indígenas Guarani no espaço Vale do Taquari, dessa forma, como resultado espera-se apresentar os deslocamentos Guarani em dois momentos, pré e pós-contato com o colonizador europeu, bem como contribuir para a formação de uma consciência para preservação do patrimônio arqueológico e histórico.
- ItemOpen AccessPaisagem cultural e as fazendas do Piauí dos séculos XVII - XX: arquitetura, história e questões ambientais(2021-07) Melo, Neuza Brito De Arêa Leão; Machado, Neli Teresinha Galarce; http://lattes.cnpq.br/6666207712034183; Aragão, Juliana Lopes; Relly, Eduardo; Laroque, Luis Fernando da SilvaAs fazendas estabelecidas entre os séculos XVII e XX são os alvos da presente pesquisa, por serem, ao longo do tempo, grandes motivadoras econômicas e indutoras da formação do Piauí e, ainda, da urbanização de algumas das cidades mais antigas do Estado. A partir de seu estudo, busca-se compreender as diversas formas de adaptação e transformação do meio ambiente, além de dar visibilidade e reconhecimento ao patrimônio rural piauiense e sua paisagem cultural. Desse modo, objetiva-se analisar cinco fazendas do Piauí, fundadas entre os séculos XVII e XX a partir da arquitetura e das relações ambientais e históricas entre os diversos sujeitos e espaços, por meio da compreensão dos aspectos contextuais envolventes, de conceitos norteadores, do detalhamento físico do espaço e da investigação sobre os agentes envolvidos, bem como da legislação e políticas públicas relacionadas a esses bens. Essa pesquisa tem perfil exploratório, é descritiva e explicativa, de natureza aplicada, e traz a abordagem quantitativa e qualitativa, utilizando-se da pesquisa bibliográfica e documental e, ainda, da pesquisa de campo. A partir da análise feita constatou-se a relevância desses espaços na produção de lugares e de paisagens culturais que envolvem o pensar acerca do meio ambiente piauiense.
- ItemOpen AccessPoder, transformação e permanência: a dinâmica de ocupação Guarani na bacia do Taquari-Antas, Rio Grande do Sul, Brasil(2019-04) Schneider, Fernanda; Machado, Neli Teresinha Galarce; http://lattes.cnpq.br/6666207712034183Esta tese é uma contribuição à história Guarani que se desenvolveu entre ~A.D. 1400-1800 no centro-sul da Bacia do Taquari-Antas, Rio Grande do Sul, Brasil. Os Guarani ocuparam as terras baixas dessa Bacia contemporaneamente aos Jê estabelecidos mais densamente nas terras altas do Planalto das Araucárias. Em ~A.D. 1630, a chegada de missionários jesuítas e bandeirantes ao território Guarani das terras baixas estimulou nova dinâmica histórica. Discutimos esse contexto mantendo como guia de investigação o impacto Guarani sobre os mais antigos habitantes da Bacia, os Jê, bem como os efeitos sociopolíticos desencadeados entre os Guarani a partir da pressão estrangeira. Analisamos essas questões sob uma perspectiva regional e outra local, nesse último caso avaliando dois sítios do Médio Forqueta, o RS-T-114 e o RS-T-132. Os resultados demonstraram que os Guarani ocuparam rapidamente os vales dessa Bacia estabelecendo aldeias em pontos estratégicos e ocasionando, como efeito, a desocupação de aldeias Jê da borda sul do Planalto. Essa primeira fase não foi densa entre os Guarani, mas aldeias bem localizadas, como o RS-T-114, ascendiam socialmente com a inauguração de áreas de festins e rituais. A intensificação da ocupação Guarani passou a ocorrer a partir do ~A.D. 1500, durando mais ou menos até ~A.D. 1630, quando a chegada efetiva dos europeus deu início ao declínio Guarani na região. Durante o processo de desestruturação regional o RS-T-114, manteve-se ocupado permanentemente até ~A.D. 1800, bem como aldeias periféricas que orbitavam esse sítio, como o RS-T-132, foram reocupadas após a saída dos estrangeiros das adjacências. Sugerimos que a intensificação de ocupação em ~A.D. 1500 resultou do crescimento do poder de lideranças já em ascensão frente aos efeitos indiretos do processo colonial. Durante a chegada efetiva dos estrangeiros, enquanto o colapso de muitas aldeias ocorria, o RS-T-114, uma aldeia densa, permanente, com produção de cultivos domesticados consolidada, áreas de festins e rituais, manteve-se politicamente fortalecida, recebendo em seu entorno remanescentes Guarani do processo colonial após ~A.D. 1650. De uma forma geral, sugerimos que o contexto Guarani do Médio Forqueta apresentou uma dinâmica sui generis na Bacia do Taquari-Antas, relacionada a fatores políticos e de prestígio entre as aldeias, mantendo uma permanência de ocupação mais longa do que o esperado, ultrapassando décadas ou até um século o processo colonial.
- ItemOpen AccessSocioambientalismo urbano e as cidades sustentáveis sob a perspectiva do patrimônio cultural(2025-02-06) Sonntag, Jaques; Machado, Neli Teresinha Galarce; http://lattes.cnpq.br/6666207712034183; Périco, Eduardo; Melo, Neuza Brito de Area Leão; Pereira, Clarissa de OliveiraA presente tese propõe uma reflexão crítica e aprofundada sobre a sustentabilidade urbana no escopo do ODS 11 da ONU, com especial atenção ao papel do patrimônio cultural como elemento estruturante da identidade social e da memória coletiva. Por meio de uma abordagem metodológica qualitativa, alicerçada em ampla revisão bibliográfica e análise documental, investigou-se a relação entre os investimentos públicos direcionados à preservação patrimonial e a efetiva inclusão das múltiplas expressões culturais no espaço urbano. Argumenta-se que, embora os indicadores internacionais qualifiquem determinadas cidades como sustentáveis com base em métricas essencialmente quantitativas, essas aferições não contemplam, de forma equitativa, as manifestações culturais periféricas e de imigração recentes. Esse viés economicista, ao priorizar investimentos voltados à conservação de bens patrimoniais historicamente legitimados, perpetua a marginalização de culturas subalternizadas e impede a construção de uma memória coletiva verdadeiramente plural e representativa. O estudo percorreu, assim, distintas dimensões do patrimônio cultural, desde sua conceituação teórica e evolução jurídica até as intersecções entre identidade, turismo e poder político. Por meio de estudo comparativo entre as cidades de Lajeado, no Rio Grande do Sul, Boa Vista, no estado de Roraima, e Tarragona, na Catalunha espanhola, analisou a identidade e o estado do patrimônio, tendo as localidades sido escolhidas por critério de afinidade pessoal, identidade de critérios e desafios e oportunidades existentes As análises apontaram que a patrimonialização não se restringe a um processo técnico de preservação, mas se insere em complexas disputas de pertencimento e reconhecimento, frequentemente influenciadas por relações assimétricas de poder. Além disso, constatou-se que a sustentabilidade cultural demanda investimentos financeiros e sobretudo, estratégias participativas e inclusivas que garantam a perpetuação das diversas expressões culturais no ambiente urbano. Ao fim, a tese reafirma a necessidade de ressignificar as políticas de preservação patrimonial no contexto das cidades sustentáveis, adotando um paradigma que transcenda a visão reducionista do patrimônio como mero vestígio histórico. Propõe-se, assim, uma abordagem que integre o patrimônio cultural como elemento vivo e dinâmico, imprescindível à coesão social e à construção de uma sustentabilidade verdadeiramente inclusiva e intergeracional.
- ItemOpen AccessTopônimos e história ambiental no Rio Grande Do Sul(2020-04) Diedrich, Melissa Heberle; Machado, Neli Teresinha Galarce; http://lattes.cnpq.br/6666207712034183; Eckert, Kleber; Meier, Mara Alini; Kreutz, Marcos RogérioA presente tese é uma contribuição à Onomástica, mais especificamente aos estudos toponímicos brasileiros e sul-rio-grandenses, bem como aos estudos ambientais, geográficos e históricos; à medida que apresentou o estudo da origem, motivação e alteração de nomes de cursos d‟água das bacias hidrográficas do Rio Taquari-Antas e do Rio Pardo, no Rio Grande do Sul, Brasil, sob um enfoque histórico-ambiental. A História Ambiental apresenta caráter interdisciplinar, ao dialogar com áreas como a Arqueologia, a Geografia e a Linguística, constituindo-se como possibilidade de abordagem crítica do pesquisador frente a diferentes temas. Já a Lexicologia analisa os fenômenos lexicais como sendo o braço matriz da Linguística; a Onomástica está integrada à Lexicologia e realiza o estudo da etimologia dos nomes próprios, podendo investigar nomes de lugares ou topônimos, sendo o subnível desse último o hidrônimo, o nome do curso d‟água. Constata-se que os estudos toponímicos sul-rio- grandenses ainda são incipientes, quando comparados a outros estados brasileiros, que inclusive já apresentam atlas nesse setor, por exemplo. Assim, utilizando metodologia quali- quantitativa, em que são pesquisadas as influências imigratórias e o significado dos hidrônimos dessas duas bacias hidrográficas, os dados foram coletados em fontes como mapas e bancos de dados, arquivos, cartas ânuas, sites de órgãos do governo e de comitês de bacias, entre outras. Com a organização do corpus, foram analisadas informações etimológicas, enciclopédicas, origem étnica e histórica do hidrônimo, procurando compreender sua motivação. Construiu-se um modelo de ficha lexicográfico-toponímica com base em Dick (2004b), linguista de referência na toponímia brasileira. Foi observada a maior fidelidade possível ao modelo original, mesmo com as dificuldades de recuperação dessas informações. Pensa-se que esta investigação tenha atingido seus objetivos, à medida que apresentou uma interpretação dos topônimos que contemplou os seus aspectos ambiental, cultural, geográfico, histórico e linguístico, apoiando-se, em especial, nos pressupostos da História Ambiental e nos critérios de classificação de Dick (1990 a 2004). Foram analisados 96 topônimos das bacias do Rio Pardo e do Rio Taquari-Antas: na primeira foram estudados 34 hidrônimos, três nomes de rios e 31 arroios, abrangendo dez municípios; já a segunda teve 62 hidrônimos analisados, 21 rios e 41 arroios, que abrangem 46 municípios. Concluídas as análises linguística e histórica dos hidrônimos, verificou-se que a proposta de Dick possibilitou uma avaliação global dos hidrônimos, comprovando a efetividade de sua aplicação, que pode ser adaptada às peculiaridades de cada estudo. Adicionalmente a essa categorização, propôs-se uma organização mais sintética conforme a motivação histórica dos hidrônimos, esperando-se contribuir com os futuros trabalhos que ainda possam ser desenvolvidos na área.