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Browsing Ensino by browse.metadata.advisor "Giongo, Ieda Maria"
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- ItemOpen AccessAs etnomatemáticas de alunos ribeirinhos do rio Xingu: jogos de linguagem e formas de resistência(2021-03) Formigosa, Marcos Marques; Giongo, Ieda Maria; http://lattes.cnpq.br/2757706066808127; Quartieri, Marli Teresinha; Forneck, Kári Lúcia; Barros, Osvaldo Dos Santos; Favilli, FrancoEm decorrência da implantação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte (UHEBM), no Rio Xingu, oeste do Estado do Pará, muitas foram as transformações ocorridas que implicaram diretamente na vida dos povos que têm seus modos de vida traçados em consonância com o rio, incluindo os ribeirinhos residentes, não apenas às margens do Xingu, como dos seus afluentes. Ancorada no campo da Etnomatemática, a pesquisa se sustenta em pressupostos teóricos e metodológicos na perspectiva que intersecta ideias de Ludwig Wittgenstein, em sua obra de maturidade, e de Michel Foucault, considerando que ambos os filósofos tomam a linguagem como elemento de problematização. O objetivo geral consiste em examinar em que medida os jogos de linguagem expressos por um grupo de estudantes ribeirinhos se constituem como formas de resistência às influências da UHEBM. Os sujeitos de pesquisa foram constituídos por um grupo de 11 alunos de uma escola ribeirinha do município de Altamira, Estado do Pará. Os procedimentos para produção de dados ocorreram por meio de elementos atinentes à pesquisa etnográfica, onde as vivências foram registradas em diário de bordo e mídias, oriundos de conversas formais e informais, acompanhamento de atividades desenvolvidas no local e materiais produzidos pelas crianças por meio de uma cartografia social. A análise desses materiais se deu na perspectiva foucaultiana e fez emergir quatro unidades de análise, a saber: a) a existência, na forma de vida dos alunos ribeirinhos, de jogos de linguagem que possuem semelhanças de família com aqueles usualmente presentes na matemática escolar, em particular com aqueles do ciclo de alfabetização matemática, como lateralidade, espaço, forma, tamanho; b) a apropriação, por parte das crianças, de jogos de linguagem desenvolvidos na atividade da pesca, seja por meio da manipulação dos apetrechos de pesca, e/ou da observação e/ou acompanhamento da execução dessa atividade, bem como quando apontam possíveis reflexos causados pela implantação da UHEBM na mesma, como a redução do tamanho e quantidade de peixes na comunidade; c) a pertinência de que os estudantes ribeirinhos tenham acesso a outros distintos jogos de linguagem de outros contextos, como forma de resistência às influências da UHEBM; e d) as formas de resistência que ocorrem a partir da apropriação dos saberes, não apenas do seu lugar de pertença como também dos saberes de outros espaços, como forma de permanecer e resistir. Tal resistência decorre da apropriação das suas práticas que são transmissíveis às gerações, e que tem garantido a permanência dos mesmos no local, como forma de ocupação do espaço, mesmo que, por vezes, isso não seja reconhecido pelo Estado. A negação se materializa na ausência de direitos fundamentais, como o acesso à saúde, ao saneamento básico, à própria eletricidade que é gerada pelas águas que correm no rio ao qual tem suas vidas entrelaçadas, bem como a educação. Em síntese, os resultados apontam que mesmo nas comunidades isoladas, o protagonismo da escola, enquanto espaço produtor de conhecimentos, mobilizadora de saberes e fundamental na vida das famílias que constituem essas comunidades – mesmo que ela exista em condições adversas – merece maior atenção do poder público.
- ItemOpen AccessMemórias do aprender de professores(2020-11) Bühring, Cláudia Schvingel Klein; Munhoz, Angélica Vier; Giongo, Ieda Maria; http://lattes.cnpq.br/2757706066808127A presente tese problematiza como determinadas memórias de um grupo de professores foram se constituindo em discursividades sobre o aprender. Por conta disso, intenta-se analisar as discursividades sobre o aprender deste grupo de professores, proporcionando-lhes, por meio de oficinas, experimentações sobre o aprender. Os referenciais teóricos abarcam conceitos de Michel Foucault (2008, 2013), Gilles Deleuze (2005), Alfredo Veiga-Neto (2004), Virgínia Kastrup (2008) e Sandra Mara Corazza (2005), no que se refere a problematizar a herança e com ela compreender a emergência de discursividades no presente. A noção de aprender aborda o campo teórico de autores da Filosofia da Diferença, tais como Gilles Deleuze (2003, 2009), Virgínia Kastrup (2001, 2005, 2007, 2008) e Jorge Larrosa (2018). Ainda, com autores como Jan Amos Comenius (2006, 2011), Burrhus Frederic Skinner (1972), Jean Piaget (1978), Lev Semenovitch Vygotsky (1991, 1993), Jerone Bruner (1976), Carl Rogers (1985) e Paulo Freire (2005) para compreender como determinadas teorizações da aprendizagem foram se constituindo em meio à modernidade. A metodologia da pesquisa opera com o método da análise do discurso de Michel Foucault (2008, 2012) e com o procedimento exploratório- experimental, de Sandra Mara Corazza (2012). A pesquisa ocorreu por meio de oficinas com trinta e sete professores voluntários de quatro escolas que ofertam o Curso Normal (Magistério), de abrangência da Terceira Coordenadoria Regional de Educação de Estrela/RS. Os instrumentos metodológicos utilizados na pesquisa durante as oficinas para a geração dos dados foram constituídos por diário de bordo da pesquisadora, diários de bordo dos professores, produções dos professores e gravações em áudio. As oficinas desenvolvidas estão imersas na composição de ‘oficina-ar’. A investigação fez emergir quatro perspectivas de análise: a) Os encontros casuísticos do aprender de professores, o aprender e seu encontro com diferentes signos em meio a diferentes lugares, com pessoas, objetos ou coisas e a evidência ao professor e ao espaço escolar; b) O disciplinamento do corpo e do saber (aprender) de professores marcando diferentes corpos; c) Os gestos do aprender de professores com inspirações professorais produzindo situações inusitadas; d) As teorizações do aprender de professores de uma vida professoral e do território formação de professores. Os resultados deste estudo lançam fios na tentativa e na intenção de provocar estranhamentos para a criação de outras memórias em torno da temática aqui referendada: aprender. Por outra via, não possuem simplesmente o intuito de concluir algo, mas, conforme o proposto no capítulo final, potencializá-los a partir da composição de ‘Curtas-memórias’, permeados de vida para um estilo próprio de docência, um estilo Professoranha.
- ItemOpen AccessTessituras etnomatemáticas nos anos iniciais na perspectiva da educação bilíngue para surdos no município de Imperatriz/MA(2020-06) Agapito, Francisca Melo; Hattge, Morgana Domênica; Giongo, Ieda Maria; http://lattes.cnpq.br/2757706066808127; Schwertner, Suzana Feldens; Lopes, Maura Corcini; Quartieri, Marli Teresinha; Oliveira, Cláudio José DeA educação bilíngue para surdos por utilizar a Libras como língua de instrução, tem se configurado como uma proposta para efetivar as aprendizagens de que eles necessitam. Nessa perspectiva, esta pesquisa teve como objetivo geral investigar jogos de linguagem de um grupo de alunos surdos do 4° e 5° Anos Iniciais e de suas respectivas professoras na Escola Municipal de Educação Bilíngue para Surdos Professor Telasco Pereira Filho, em Imperatriz/MA. As balizas teóricas que sustentam a investigação são do campo da Etnomatemática, em seus entrecruzamentos com as ideias da maturidade de Ludwig Wittgenstein e conceitos da obra de Michel Foucault. Nessas balizas também se encontram as ferramentas metodológicas postas em ação para analisar o material de pesquisa. Os instrumentos utilizados para a geração de dados constituíram-se de observações, filmagens realizadas no decorrer das aulas de Matemática, excertos registrados no diário de campo, fotos e materiais produzidos por oito alunos surdos do 4° e 5° Anos Iniciais e duas professoras destes. O exercício analítico pautado nas teorizações da Etnomatemática e na análise de discurso na perspectiva foucaultiana, apontou que: a) Há o discurso de valorização do sujeito surdo e de seus artefatos culturais, em particular, a visualidade, traduzida nas práticas docentes por meio do uso de materiais concretos visuais e manipuláveis; aspecto que permitiu inferir também que o discurso da Educação Matemática acerca da importância do uso de materiais concretos segue gerando efeitos de verdade, seja para alunos surdos ou ouvintes. Na Escola Bilíngue pesquisada, esse discurso revelou-se impregnado nas práticas das professoras e dos alunos surdos, embora estes demonstrassem não necessitar mais do adendo do material concreto; b) os artefatos culturais, em especial, a visualidade e a Libras, configuram-se como jogos de linguagem potentes na forma de vida dos alunos surdos investigados, servindo como base para que aprendizagens matemáticas sejam efetivadas; c) entre os jogos de linguagem matemáticos evidenciados, há semelhanças de família entre a Matemática Escolar e aquelas praticadas pelos alunos surdos, algumas tênues, outras mais marcantes, bem como dessemelhanças entre os jogos de linguagem que emergiram nas práticas destes. Ressalta-se, ainda, a valorização dos jogos de linguagem dos alunos surdos por parte de suas professoras, que, em alguns momentos, agregaram os modos próprios de calcular de seus alunos às suas práticas pedagógicas, o que serve de incentivo para os alunos. Logo, a Escola Bilíngue para Surdos mostrou-se um espaço com abertura para a emergência de distintos jogos de linguagem, aspecto que impulsiona outros olhares investigativos acerca dos desdobramentos que podem emergir sobre esta temática, dentre eles a produção de materiais centrados na cultura surda.